terça-feira, abril 28, 2020

Macarrão com brócolis e meu momento #classemédiasofre

Macarrão com brócolis

Como vocês estão, queridos?

Aqui continuamos em casa, isolamento quase que total, só saindo mesmo para o supermercado, pouquíssimas vezes (a cada dez dias, se minha memória não me prega peças) - tenho trabalhado de casa, mas mesmo tendo uma rotina até que normal de segunda à sexta às vezes me perco nos dias. Semana passada, com o feriado na terça, meu cérebro fez um bololô e na quinta eu já nem lembrava que dia era.

O fato de não poder ir ao supermercado tanto quanto gostaria e também a falta de produtos tem ditado o ritmo das comidas aqui em casa: havia anos só usava farinha de trigo orgânica em minhas receitas, tive que ceder e comprar farinha comum, de marcas de que não gosto, porque eram as únicas que pude encontrar – se João e eu ficarmos sem pizza o mau humor vai reinar aqui em casa, sem contar que ele viciou no pão sem sova do Jim Lahey e tenho feito toda semana (alô, Marcinha, minha querida!). :) Houve um dia em que precisei do delivery de um supermercado e percebi o quanto sou chata, pois os legumes e frutas que vieram eu jamais teria escolhido para comprar. Encontrei uma cesta orgânica que entrega aqui em São Caetano, está ajudando bastante e assim precisamos sair ainda menos.

Desculpem as frivolidades, mas é tanta notícia ruim, tanta merda acontecendo neste país que eu precisava desopilar um pouco e compartilhar com vocês o meu momento #classemédiasofre, dar uma reclamadinha básica – quando eu falo essas coisas para o João ele só ri. :D

Em uma das duas compras do delivery pedi brócolis, estava aguada para comer e não encontrava nem congelado, nem na cesta orgânica. Os brócolis vieram já indo pro amarelo (subi no elevador xingando muito, haha), então tive que consumir logo. Fiz um leva assada, que postei no Instagram e ficou deliciosa – recomendo muito! – e o resto virou macarrão. Eu vejo tanta gente, incluindo a Rica Wolf, comentando que o cheiro do brócolis cozinhando é ruim e tal, mas confesso que não ligo – para mim, não é um problema, pois eu simplesmente amo brócolis de tudo quanto é jeito. Só não deixei um restinho dos floretes para colocar na pizza porque ia amarelar totalmente antes disso.

Macarrão com brócolis
receita minha

- xícara medidora de 240ml

3 colheres (sopa) de azeite de oliva
½ cebola grande, picadinha
2 dentes de alho grandes, bem picadinhos
4 tomates maduros, sem pele e sem as sementes, em cubos
sal e pimenta do reino moída na hora
3 raminhos de tomilho fresco, só as folhas, ou a erva que você quiser/tiver em casa
1 maço de brócolis, só os floretes – eu gosto do ramoso, mas quem preferir o ninja pode substituir
400g de macarrão – use a massa curta da sua preferência; com orecchiette fica muito gostoso também
2 colheres (chá) de vinagre balsâmico – também fica gostoso com molho inglês
¼ xícara de parmesão ou pecorino, passados pelo ralador fininho ou triturados no processador (rale, depois meça)

Em uma panela grande, aqueça água até ferver. Acrescente sal.

Enquanto a água ferve, aqueça o azeite em uma frigideira ou panela grande em fogo médio-alto. Junte a cebola e refogue, mexendo às vezes, até murchar. Junte o alho a refogue por 1 minuto – não deixe o alho queimar para não amargar a receita.
Acrescente os tomates, tempere com sal e pimenta, e junte as folhinhas do tomilho (ou da erva que quiser). Refogue, mexendo algumas vezes, até que os tomates comecem a desmanchar e formar um molho, cerca de 5 minutos – se a mistura de tomates estiver sequinha demais, junte 1 ou 2 colheres (sopa) da água do cozimento do macarrão.

Enquanto isso, cozinhe os brócolis na água por 2 minutos – escorra os floretes, transfira para a tábua e corte grosseiramente com a faca. Ao retirar os brócolis da água, coloque o macarrão para cozinhar pelo tempo indicado na embalagem.

Transfira os brócolis picados para o molho (depois dos 5 minutos necessários para ele encorpar). Acrescente o vinagre balsâmico e cheque o tempero. Reserve ½ xícara da água do cozimento e então escorra o macarrão. Incorpore ao molho. Acrescente o queijo ralado, misturando bem – ele deve deixar o molho mais cremoso. Se estiver muito sequinho, junte um pouco da água do cozimento reservada, misturando sempre. Sirva imediatamente polvilhado com mais parmesão ou pecorino.

Rend.: 4 porções

quarta-feira, abril 15, 2020

Ensopadinho de grão-de-bico e couve e vontade de cozinhar

Ensopadinho de grão-de-bico e couve

Tenho lido nas redes sociais que as pessoas estão cozinhando mais em casa, por causa da pandemia. Aqui isso sempre foi comum, mas eu lhes contei tempos atrás que andava meio desanimada com a cozinha, fazendo comida só mesmo porque tinha que comer. Tive (e ainda tenho) muitos altos e baixos por causa da depressão. Melhorei com o tratamento, é verdade, mas a melhora veio gradualmente, e houve dias em que eu ficava angustiada só de ter que pensar em comida – sentia fome, fome física de o estômago roncar, mas não tinha vontade de colocar comida na boca. Só queria chorar nestas horas.

Não sinto falta daqueles tempos e espero que eles não voltem.

Atualmente tenho sentido vontade tanto de cozinhar quanto de comer: na maioria das vezes, comer direito. Tenho meus pecaditos, claro, e na TPM quero comer toneladas de doces, mas acabo me contentando com um chocolatinho mesmo, ou os alfajores que ganho sempre que alguém do trabalho vai para a Argentina. Vontade de fazer doces eu não sinto mais, é muito raro – eu me lembro de finais de semana em que fazia bolo, pão doce, cookies, tudo ao mesmo tempo. Sinto cansaço só de pensar. Além disso, quem me fazia companhia na hora de assar bolos está em casa, e eu morrendo de saudade dele. Ontem fiz um bolo de banana, mas só porque não queria mesmo que as bananas fossem para o lixo – estavam passadas demais para fazer smoothies. A comida do dia-a-dia, entretanto, continua me animando e a vontade de consumir alimentos bons para minha saúde, também.

Para quem estava sem ideia do que escrever este texto ficou longo até demais. :) O ensopadinho de hoje, delicioso e pronto em poucos minutos, divido com vocês com alegria: recebi a receita por e-mail ontem à noite, na newsletter enviada pela Holly e pela Natalie, e quando lembrei que tinha couve e molho de tomate pronto na geladeira (restinho da berinjela à parmegiana que fiz no final de semana e que já havia sido usado no meu ovo no purgatório) nem precisei pensar duas vezes – só não fiz logo para o jantar porque já tinha sopa fumegando no fogão.

Ensopadinho de grão-de-bico e couve
um nadinha adaptado deste blog ótimo (a receita chegou ontem no meu e-mail, na newsletter)

- xícara medidora de 240ml

1 lata (300g) de grão-de-bico, drenado e enxaguado com água corrente
1 ½ colheres (sopa) de azeite de oliva
1/4 uma de cebola, picadinha
2 dentes de alho, bem picadinhos
1 xícara de molho de tomate pronto – usei caseiro
1 xícara de água
sal e pimenta do reino moída na hora
2 colheres (chá) de páprica defumada
1 punhado de couve, sem os talos, em fatias finas – use a gosto; eu usei mais ou menos 5 folhas grandes

Em uma panela média, aqueça o azeite em fogo médio. Adicione a cebola e refogue por 2 minutos, até ficar transparente. Junte o grão-de-bico e refogue por mais 2 minutos – cuidado, porque quando esquentam demais os grãos começam a pular feito pipoca! :)
Acrescente o alho e páprica e refogue por 1 minuto – não deixe o alho queimar, ou a receita fica amarga.
Acrescente o molho de tomate, a água, tempere com sal e pimenta do reino. Abaixo o fogo e cozinhe por 10-12 minutos, até que o molho fique espesso – mexa algumas vezes para que não grude no fundo da panela. Junte a couve e misture até que ela murche levemente. Sirva.

Rend.: 3-4 porções, dependendo do apetite

terça-feira, abril 14, 2020

Bolonhesa de lentilha e vontade de melhorar

Bolonhesa de lentilha

Estava dando uma olhada em fotos antigas que fiz para o blog (ou para o livro, na época em que ainda pensava em escrevê-lo) e encontrei a foto de hoje: um bolonhesa de lentilhas que testei algumas vezes e que ficou bem saboroso. Eu gostei bastante, meu marido não muito: ele não é carnívoro e fica muito bem sem carne, mas não é nada fã de lentilha. Acabei deixando a receita pra lá, até porque o nome, “bolonhesa de lentilha”, era uma coisa que me incomodava um pouco – é um molho gostoso, nutritivo, mas não tem nada a ver com o molho feito com carne.

De lá pra cá, passou muito tempo, eu me tornei intolerante à lactose, passei a tomar leites vegetais - salvaram o meu café com leite de manhã, que adoro tanto - e percebi que precisava parar de cagar tanta regra (desculpem o meu francês). Quer chamar leite de amêndoa de leite, chama, ué. Quer chamar esse molho de lentilha de bolonhesa, vá em frente – se alguém quiser mesmo determinar como você deve ou não fazer certas coisas, ofereça os seus boletos para pagar.

Tenho tentado, ao longo dos anos, parar de ser a dona da verdade. Quem procurar post antigo aqui no blog vai me ver falando alguma bobagem sobre algum assunto, não tem jeito, mas quero melhorar. E tentando melhorar vou provando coisas novas e não ligo mais para o jeito como são chamadas.

Resolvi postar a receita hoje por achar que este molho pode servir bem aos que, como eu, estão em casa e sem carne na geladeira ou freezer para fazer o bolonhesa tradicional – eu não achei o molho tão gostoso servido com macarrão, confesso, mas com polenta ficou ótimo.

Bolonhesa de lentilha
receita minha, adaptados de várias fontes

- xícara medidora de 240ml

Lentilha:
2 xícaras de água
1 pitada de sal
½ xícara de lentilha verde seca
1 dente de alho, descascado e cortado ao meio

Molho:

1 ½ colheres (sopa) de azeite de oliva
½ cebola picadinha
2 talinhos finos de salsão picadinhos (1/4 xícara depois de picados)
2 dentes de alho grandes, bem picadinhos
2 colheres (sopa) de vinho tinto seco
1 lata de tomate pelado picado
3 galhinhos de tomilho fresco
1 folha de louro
sal e pimenta do reino moída na hora
1 punhado de manjericão fresco

Cozinhe a lentilha: aqueça a água em uma panela pequena. Quando começar a ferver, junte o sal, a lentilha e o alho e cozinhe, mexendo algumas vezes, por 15 minutos ou até que lentilha fique al dente. Escorra e passe por água fria para parar o cozimento. Descarte o alho.

Molho: aquela o azeite em uma panela média, em fogo médio-alto. Junte a cebola e o salsão e refogue, mexendo algumas vezes, até que comecem a amaciar. Junte o alho e refogue por 1 minuto apenas – não deixe queimar, para não amargar a receita. Junte o vinho e cozinhe por 2 minutos, até evaporar quase completamente. Acrescente o tomate pelado, o tomilho e o louro, tempere com sal e pimenta do reino, junte o açúcar. Quando começar a ferver, baixe o fogo e cozinhe, mexendo algumas vezes para não grudar no fundo, por 20 minutos. Acrescente a lentilha, corrija o tempero e cozinhe por 5 minutos. Retire do fogo, remova os galhinhos de tomilho e a folha de louro, acrescente o manjericão e sirva.

Rend.: 4 porções sobre polenta, 2 para macarrão

terça-feira, março 31, 2020

Sopa de legumes da quarentena

Sopa de legumes da quarentena

Como está sendo a quarentena de vocês?

Aqui em casa tenho cozinhado bastante, o que é geralmente terapêutico para mim, mas ao mesmo tempo fico fazendo contas para não desperdiçar absolutamente nada e fazer os ingredientes renderem ao máximo, para não ter que sair de casa e ir ao mercado. O que tenho sentido falta é de verduras e ervas frescas – infelizmente elas não duram tanto quanto os legumes.

O que também tenho feito é caprichar nas porções ao cozinhar, para garantir pelo menos 2 ou 3 refeições com o mesmo preparo – eu já fazia isso esporadicamente, para levar a minha comida para o trabalho, mas agora tento fazer com mais frequência. Preparei um caldeirão de sopa ontem, para que dure dois jantares – João é meio esganado, senão até daria para três dias. :D

Para (tentar) relaxar um pouco a mente, fotografei a sopa para dividir a receita com vocês – é uma variação da minha sopa de alho-poró, batata e cenoura. Espero que vocês gostem.

Sopa de legumes da quarentena
receita minha

1 ½ colheres (sopa) de azeite
½ cebola grande, picadinha
1 alho-poró, somente a parte clara, em rodelinhas
1/3 xícara de salsão em cubinhos – usei congelado, direto do freezer, dica da Rita Lobo
2 dentes de alho graúdos, amassados e picadinhos
1 tomate maduro, sem as sementes, picadinho
3 cenouras grandes, descascadas, em cubinhos
3 batatas grandes, descascadas, em cubinhos
1 abobrinha grande, em cubinhos
água fervente o suficiente para cobrir os legumes
sal e pimenta do reino moída na hora
2 folhas de louro
5 porções (montinhos) de espinafre congelado, direto do freezer

Aqueça o azeite em uma panela grande em fogo médio-alto. Acrescente a cebola e refogue, mexendo de vez em quando, por 2 minutos. Junte o alho-poró e refogue por 1 minuto. Acrescente o salsão e refogue por 2 minutos, mexendo algumas vezes – se usar salsão congelado, como eu usei, refogue por 4 minutos, pois ele vai resfriar um pouco o fundo da panela e os ingredientes que já estavam lá. Junte o alho e refogue até perfumar, rapidamente – não deixe queimar o alho, ou a receita vai amargar. Acrescente o tomate e uma pitada de sal e refogue até que comece a murchar e soltar seu suco, uns 2 minutos.

Acrescente as cenouras, as batatas e a abobrinha e misture. Cubra com água fervente e tempere com sal e pimenta. Junte o louro. Quando a sopa começar a ferver, abaixe o fogo, cubra parcialmente e cozinhe até que os legumes estejam macios, cerca de meia hora – o tempo pode variar dependendo do tamanho dos legumes; eu sempre testo com a cenoura, pois é a que mais demora para cozinhar: se estiver macia, a sopa está pronta. Verifique a sopa durante o cozimento e misture algumas vezes: se estiver secando depressa demais, junte mais água.
Desligue o fogo e, com um mixer, bata a sopa por alguns segundos – a textura tem de ficar meio cremosa, meio pedaçuda – a minha ficou bem cremosa, acho que dá para perceber na foto, mas é claro que você pode deixar do jeito que preferir. Acrescente o espinafre e vá misturando, para que ele descongele e se incorpore à sopa – é ótimo, porque ele já vai dando uma esfriadinha nela para que possamos comer. Sirva.

Rend.: 5-6 porções

quarta-feira, março 25, 2020

Empanadas de frango com massa de centeio, mas pra quê?

Empanadas de frango com massa de centeio

Oi, gente, tudo bem?
Que tempos loucos estamos vivendo, não?

Além de termos que lidar com um vírus, temos que ligar com uma desgraça na presidência do país. Milhões morrerão graças a este asno. Espero que vocês estejam em segurança.

Faz séculos que estou para publicar receita nova aqui, mas não estava tempo livre suficiente e nem vontade de ficar no computador, confesso (a mesma história de sempre, eu viro o disco, mas continuo tocando a mesma). E agora, me pergunto – pra quê? No momento precisamos improvisar na cozinha, usar o que temos em casa para minimizar as idas ao mercado, feira. Estou em isolamento completo há 8 dias, meu marido há 9. Ser a louca da cozinha que faz um monte de comida e congela, ou que tem sempre atalhos na despensa (como grão-de-bico enlatado e tomate pelado, por exemplo) está tendo serventia. Mas daqui a alguns dias terei de comprar vegetais, pois os que temos aqui estão acabando. Cozinho só para duas pessoas, fico pensando em quem tem que alimentar uma família maior, o desespero de ter que fazer render para sair menos de casa – mando meu carinho a vocês.

Depois de refletir por alguns dias, decidi postar, sim, a receita destas empanadas deliciosas que fiz há tanto tempo que nem me lembro mais, porque isso vai passar. Temos que acreditar que vai passar, para mantermos nossa saúde mental boa. E quando sairmos desta situação quem quiser fazer empanada já terá a receita em mãos.

A massa leva um tiquinho de farinha de centeio, o que a deixa com um sabor amendoado delicioso. O recheio aqui foi frango, mas você pode usar o que bem entender: carne (tem receita aqui no blog), queijo, vegetais... Fica à sua escolha. Você usará metade do frango para o recheio apenas – eu posto completa, pois acho bobagem sujar a panela de pressão (a minha é grandalhona) para cozinhar meio peito de frango, sendo que a gente pode usar metade em outras coisas e aproveitar também o caldo.

Empanadas de frango com massa de centeio
receita da massa adaptada destas empanadas, recheio receita minha

- xícara medidora de 240ml

Massa:
1 ½ xícaras (210g) de farinha de trigo
1 xícara (140g) de farinha de centeio fina
½ colher (sopa) de açúcar
1 colher (chá) de sal
½ xícara (113g) de manteiga sem sal, gelada e em cubinhos de pouco mais de 1cm
1 ovo grande
1/3 (80ml) de água gelada
1 colher (sopa) de vinagre de vinho branco

Recheio: (lembrando que só metade será usada nas empanadas; use o restante em outras receitas, ou congele para outro dia; e não se esqueça de congelar também o caldo para usar em sopas, polentas e risotos)
1 peito de frango inteiro, com o osso (aprox. 800g)
1 cebola cortada em quartos
2 dentes de alho cortados ao meio
1 cenoura grande cortada em 4 pedaços
5 grãos de pimenta do reino
2 folhas de louro
½ colher (chá) de páprica defumada
1 colher (chá) de cominho em pó
½ colher (chá) de cúrcuma em pó
½ colher (chá) de sal
5 xícaras (1,2l) de água
1 punhado de salsinha picada

Para pincelar:
1 ovo batido com 1 colher (chá) de água fria

Massa: peneire as farinhas, o açúcar e o sal em uma tigela grande e junte a manteiga, misturando com as pontas dos dedos até obter uma farofa grossa. Em um potinho, bata juntos com um garfo o ovo, a água e o vinagre. Adicione aos ingredientes secos, mexendo com um garfo, até que uma massa comece a se formar – a massa vai parecer despedaçada, mas ao sovar levemente ela se forma. Eu fiz a massa no processador de alimentos e foi fácil e rápido.

Transfira a mistura para uma superfície levemente enfarinhada e junte a massa com as mãos, sovando levemente, apenas o suficiente para que a massa se forme. Molde-a em um retângulo, embrulhe em filme plástico e leve à geladeira por pelo menos 1 hora.

Recheio: na panela de pressão, junte todos os ingredientes, com exceção da salsinha picada, e misture bem. Tampe a panela e leve ao fogo algo. Quando começar a apitar, baixe para o fogo mínimo e conte 20 minutos. Desligue a panela e aguarde a pressão sair completamente. Retire o frango do caldo e desfie com um garfo ou na batedeira planetária – lembrando que usará apenas metade. Junte a salsinha, verifique se precisa de mais tempero e ajuste. Deixe esfriar completamente antes de montar as empanadas, ou o calor do recheio derreterá a manteiga na massa.

Pré-aqueça o forno a 200°C. Forre duas assadeiras grandes e rasas com papel alumínio.
Retire a massa da geladeira e abra com um rolo até que fique com aproximadamente 6mm de espessura. Corte círculos de 10cm de diâmetro com a massa e coloque cerca de 1 colher (sopa) de recheio em cada um – o que eu faço: abro e corto todos os círculos de massa, enfileirando na bancada/pia, e então distribuo o recheio de maneira uniforme entre todos os eles – meio que linha de produção mesmo. Dobre a massa, formando uma meia-lua, e aperte bem as pontas para selar o recheio. Transfira para a assadeira preparada.
Quando terminar de formatar todas as empanadas, pincele-as com o ovo batido e leve ao forno por 25-30 minutos ou até dourarem.

Rend.: cerca de 20 unidades

sexta-feira, fevereiro 07, 2020

Biscoitinhos de queijo Canastra e páprica e um papo sobre "comida de verdade" e privilégios

Biscoitinhos de queijo Canastra e páprica

A maravilhosa Raq postou um texto muito interessante sobre comida de verdade nos stories do Instagram dias atrás e depois nós ficamos papeando via inbox sobre o assunto.

Eu já falei sobre comida de verdade tanto aqui quanto nas minhas redes sociais, já fiz militância sobre o assunto, mas de uns tempos pra cá peguei um pouco de ranço: a gente às vezes não se dá conta dos privilégios que tem e sai cagando regra para os outros.

Tenho uma rotina puxada, diferente de anos (e trabalhos) anteriores, e é difícil manter uma alimentação regrada. Muitas vezes cheguei em casa exausta, às 10 da noite, tendo saído de casa às 06:00 para ir para o trabalho (moro longe), e comi um sanduíche com qualquer coisa que havia na geladeira, para depois morrer de culpa, afinal de contas eu havia me entregado à derrota de consumir produtos ultraprocessados e não era digna o suficiente para preparar “comida de verdade” para jantar.

Além de cansaço de tanto trabalho, exaustão do trânsito, ainda tinha que ficar me corroendo por dentro e me achando um lixo por causa da comida – nem preciso dizer que a minha saúde mental, que já não andava muito boa, foi pro espaço.

O que fiz para tentar melhorar isso um pouco foi preparar uma boa quantidade de comida aos finais de semana, deixar na geladeira ou no freezer, para comer tanto de marmita no trabalho quanto no jantar à noite. Os vídeos da Marina Morais me ajudaram bastante com isso. Mas ainda assim reconheço meu lugar de privilégio, porque mesmo quando eu como um pão com maionese às 11 da noite pra deitar e dormir, eu faço isso por cansaço, e não porque não tenho outros alimentos à minha disposição. Há verduras e legumes na minha geladeira, há grãos e cereais na minha despensa, há carne no meu freezer. Eu não como pão com maionese por falta de opção, como tantos brasileiros em situação de pobreza – e isso só piorou com a eleição deste boçal que muita gente chama de presidente. Eu não vou tripudiar em cima de quem compra ultra processado para alimentar uma família imensa com um salário mísero, e ainda é chamado de vagabundo por quem dorme em cama quentinha e de bucho cheio todas as noites. Eu não vou ficar me achando superior porque tenho “comida de verdade” na minha casa.

Reconheço, sim, que minha rotina não está sadia e preciso fazer algo a respeito. Reconheço, sim, que não dá pra trabalhar 13 horas por dia (fora o tempo de deslocamento de ida e volta) e ainda assim me exercitar, comer direito, ler, etc. Mas ainda assim sei o quanto sou privilegiada e que não devo ficar esfregando esse papo de “comida de verdade” na cara dos outros (aqui entra também o ranço que eu tenho da Rita Lobo, quem me segue nas redes sociais sabe). E falando em privilégio, trago uns biscoitinhos salgados muito gostosos, feitos com queijo Canastra e páprica, para acompanhar uma cerveja ou vinho branco geladinho – receita cheia de privilégios, e que reconheço que tenho.

Biscoitinhos de queijo Canastra e páprica


Biscoitinhos de queijo Canastra e páprica
receita minha

- xícara medidora de 240ml

¾ xícara + 1 colher (sopa) - 115g - de farinha de trigo
¼ xícara (35g) de farinha integral
¼ colher (chá) de sal
1 pitada de pimenta do reino moída na hora
¼ colher (chá) de páprica defumada
150g de queijo Canastra ralado grosseiramente
¼ xícara (56g) de manteiga sem sal, gelada e em cubinhos
3 colheres (sopa) de creme de leite fresco gelado

Na tigela do processador, junte a farinha de trigo comum, a farinha integral, o sal, a pimenta e a páprica e pulse algumas vezes para misturar bem os ingredientes. Junte o queijo e pulse mais algumas vezes. Acrescente a manteiga e pulse até obter uma farofa grossa. Aos poucos, vá juntando o creme de leite e pulsando, somente até que uma massa comece a se formar.

Retire a massa do processador e divida-a em duas partes iguais. Coloque cada metade em um pedaço grande de papel manteiga; forme um cilindro de aproximadamente 3,5cm de diâmetro com a massa, fechando-a dentro do papel manteiga usando uma régua – aperte bem para compactar a massa dentro do papel. Feche as pontas e leve à geladeira até firmar bem, cerca de 4 horas ou de um dia para o outro.

Pré-aqueça o forno a 180°C; forre duas assadeiras grandes com papel manteiga. Desembrulhe um dos cilindros de massa (mantenha o outro na geladeira). Corte em fatias de 5mm e coloque-as nas assadeiras preparadas deixando um espaço de 2,5cm entre uma e outra. Asse por 12-15 minutos ou até que os biscoitos estejam bem dourados nas extremidades. Deixe esfriar nas assadeiras sobre gradinhas por 5 minutos e então deslize o papel com os biscoitos para a gradinha e deixe esfriar completamente. Repita o processo com o outro cilindro de massa.

Os biscoitos podem ser guardados em um recipiente hermético em temperatura ambiente por até 4 dias. Se não quiser assar todos os biscoitos de uma vez, embrulhe o cilindro de massa com papel alumínio e mantenha-o no freezer por até 1 mês.

Rend.: cerca de 48 unidades

quarta-feira, janeiro 15, 2020

Os Melhores Cookies com Gotas de Chocolate da Bon Appétit em pleno janeiro

Os Melhores Cookies com Gotas de Chocolate da Bon Appétit

Oi, queridos, tudo bem?

Faz tempo que não posto nenhuma receita no blog. Confesso que muitos dias deixei de escrever aqui por falta de tempo, mesmo, e outros por pura preguiça. Sei que vocês me entendem e sinto uma alegria enorme por ainda tê-los comigo mesmo postando de vez em nunca. Obrigada. <3

Janeiro geralmente a gente está naquela pegada de resoluções de Ano Novo, melhorar a alimentação, fazer atividade física regularmente... Eu estou nessa também. Mas não vou cair no clichê de começar o ano postando salada – não, mesmo! :D Trago cookies que foram um sucesso retumbante aqui no escritório antes das festas de final de ano. Mudei um tiquito a receita do Chris Morocco, porque só tinha chocolate ao leite em casa, então diminuí a quantidade de açúcar da massa. Os biscoitos ficaram deliciosos.

Não é à toa que o Chris é o guru do povo da Bon Appétit e estes cookies são chamados de “BA’s Best Chocolate Chip Cookies” – são, sim, maravilhosos. Aconselho dividir com pessoas de quem vocês gostam, porque senão fatalmente comerão tudo sozinhos. :D

Os Melhores Cookies com Gotas de Chocolate da Bon Appétit
um nadinha adaptados dos cookies do Chris Morocco

- xícara medidora de 240ml

1 ½ xícaras (200g) de farinha de trigo
½ colher (chá) de sal
¾ colher (chá) de bicarbonato de sódio
¾ xícara (170g) de manteiga sem sal, temperatura ambiente, uso dividido
150g de açúcar mascavo claro – aperte-o na xícara na hora de medir
¼ xícara (50g) de açúcar cristal
1 ovo grande, temperatura ambiente
2 gemas grandes, temperatura ambiente
2 colheres (chá) de extrato de baunilha
200g de chocolate ao leite, picado grosseiramente, ou em gotas – usei ao leite porque não tinha amargo em casa; certamente com o amargo os cookies ficariam mais gostosos

Preaqueça o forno a 190°C e forre duas assadeiras grandes e rasas com papel manteiga.

Em um tigela média, misture com o batedor de arame a farinha, o sal e o bicarbonato de sódio. Reserve.

Coloque ½ xícara (113g) da manteiga em uma panela média e leve ao fogo médio, mexendo algumas vezes com uma espátula de silicone, até que comece a espumar e a dourar – isso levará cerca de 4 minutos; é importante usar uma panela média, pois a manteiga sobe quando começa a espumar e pode derramar. Transfira para uma tigela refratária grande e deixe esfriar por 1 minuto. Junte o restante da manteiga picada à manteiga derretida – ao adicionar os pedaços de manteiga eles devem começar a derreter, mas sem espumar. Se começar a espumar, deixe esfriar um pouquinho mais antes de adicionar o restante.

Quando toda a manteiga estiver derretida, junte os açúcares e bata com um batedor de arame para dissolver quaisquer grumos de açúcar. Antes de juntar os ovos, verifique a temperatura da mistura: se estiver quente ainda, espere amornar, senão os ovos vão cozinhar. Junte o ovo e as gemas e misture bem com um batedor de arame, por 30 segundos, ou até obter uma mistura homogênea. Incorpore a baunilha. Com a espátula de silicone, incorpore os ingredientes secos completamente, e então faça o mesmo com o chocolate. A massa é molinha mesmo – se estiver com aparência oleosa demais, dê uma boa misturada com a espátula e então aguarde 5-10 minutos antes de assar, para dar tempo de a farinha hidratar mais.

Faça bolinhas usando 2 colheres (sopa) niveladas de massa por biscoito e coloque-as nas assadeiras preparadas deixando 5cm de distância entre elas. Asse por 10-12 minutos ou até que os biscoitos dourem e firmem nas extremidades. Deixe esfriar nas assadeiras por 5 minutos e então deslize o papel com os biscoitos para uma gradinha e deixe esfriar completamente.

Rend.: cerca de 22 unidades

quarta-feira, dezembro 04, 2019

Amanteigados com pedaços de chocolate da Alison Roman

Amanteigados com pedaços de chocolate da Alison Roman

Outro dia eu estava trabalhando e uma das executivas da empresa me falou que eu ficava prometendo trazer cookie e não trazia nunca – fiquei me sentindo a Monica Geller naquele episódio dos vizinhos insanos pedindo doce, quem lembra? :D

Eu disse a ela que sim, eu já tinha levado cookies e brownies, e que não tinha culpa se ela não estava na empresa bem naqueles dias. Tempos depois eu deparei com os shortbreads da Alison Roman, enquanto fuçava o Instagram dela – estou aguada para fazer o ensopado de grão-de-bico – e pensei: vou fazer os cookies, provar um (alguns?) e levar o resto pro povo do escritório, ganhar uns brownie points com a galera.

Fiz exatamente isso há algumas semanas e o pessoal pirou com os biscoitos – são mesmo deliciosos! Desmancham na boca e o chocolate dá um sabor intenso maravilhoso. Nem preciso lhes dizer que me tornei a pessoa mais popular do escritório, né? :D Se vocês estão querendo agradar alguém, esta receita é perfeita. A única coisa que não fiz foi polvilhar os cookies com sal em flocos antes de assar – achei que ficariam um pouco salgados demais, pois já estava usando manteiga com sal. Da próxima vez faço isso com alguns para provar como fica.

Amanteigados com pedaços de chocolate da Alison Roman

Amanteigados com pedaços de chocolate da Alison Roman
via NYT

250g de manteiga com sal, temperature ambiente, picada
100g de açúcar cristal
55g de açúcar mascavo claro
1 colher (chá) de extrato de baunilha
325g de farinha de trigo comum
170g de chocolate amargo ou meio-amargo, picado grosseiramente – usei um com 63% de cacau que tinha um sabor bem amargo, combinou super bem com a massa do biscoito

Para finalizar os biscoitos:
1 ovo, batido com um garfo
açúcar demerara, para polvilhar

Na tigela da batedeira, junte a manteiga, os açúcares e a baunilha e bata até obter um creme claro e fofo – raspe as laterais da tigela algumas vezes durante todo o preparo da receita. Com a batedeira na velocidade mínima, acrescente a farinha e misture até que uma massa comece a se formar. Em seguida, junte o chocolate picado – não bata demais para não desenvolver o glúten da farinha. Se for preciso, termine de misturar o chocolate à mão, usando uma espátula de silicone.

Divida a massa em duas partes iguais e coloque cada metade em um pedaço grande de papel manteiga; forme um cilindro de aproximadamente 3,5cm de diâmetro com a massa, fechando-a dentro do papel manteiga usando uma régua – como a Martha faz aqui. Feche as pontas e leve à geladeira até firmar bem, cerca de 4 horas ou de um dia para o outro – os cilindros de massa podem ser congelados por até 1 mês: apenas embrulhe-os com papel alumínio por cima do papel manteiga para proteger a massa de umidade.

Pré-aqueça o forno a 180°C; forre duas assadeiras grandes com papel manteiga. Desembrulhe um dos cilindros de massa (mantenha o outro na geladeira), pincele-o com o ovo batido e polvilhe com o açúcar demerara. Em seguida, corte em fatias de 1cm e coloque-as nas assadeiras preparadas deixando um espaço de 2cm entre uma e outra – eu geralmente corto este tipo de massa com um movimento de guilhotina da faca, mas neste caso isso não funcionou por causa dos pedaços de chocolate; acabei fazendo um movimento de serra e deu mais certo. De qualquer forma, algumas fatias se partiram por causa dos pedaços do chocolate: apenas grude-as de volta com os dedos.

Asse por 12-15 minutos ou até que os biscoitos dourem nas extremidades. Deixe esfriar nas assadeiras sobre gradinhas por 5 minutos e então deslize o papel com os biscoitos para a gradinha e deixe esfriar completamente. Repita o processo com o outro cilindro de massa.

Rend.: 45-48 unidades

quarta-feira, novembro 27, 2019

Sopa de cenoura, grão-de-bico e tahine com foto, sim, senhor

Sopa de cenoura, grão-de-bico e tahine

Tem horas em que a dinâmica de refeições aqui em casa é engraçada: eu cozinho algo novo, o João logo pergunta se eu vou fotografar para colocar no blog. Às vezes digo que não, porque não ficou tão bom assim (acontece, né? Pelo menos é raro), ou porque estou com preguiça de montar o circo todo. Se digo que sim, ele já vai no quarto da bagunça - carinhosamente apelidado assim por causa da, digamos, bagunça, mas o Pingo já andou falando pra todo mundo que o quarto é dele, então vamos ter que rever isso aí logo – e pega a minha tabuinha de fotografar e coloca na mesinha de centro, abre bem as cortinas, separa o tripé para mim... É marido & assistente de produção & cobaia. :D

Esta sopa, por exemplo, ficou uma delícia: leve, saborosa, e congela bem. Fiz em um domingo para jantar durante a semana. Estava com uma preguiça mortal de fazer foto, então falei pro João que não precisava pegar o arsenal. Só que, depois que almoçamos, fui guardar a sopa na geladeira, roubei uma colherada e... Estava gostosa demais para não dividir com vocês. “Amor, pega as tralhas aí que vai rolar foto, sim!”. :D

Pois bem, receitinha boa, fácil e vegana, cheia de sabor. Espero que vocês gostem e também a tenham no freezer para noites de preguiça – estou indo agora aquecê-la para o meu jantar. x

Sopa de cenoura, grão-de-bico e tahine
inspirada pela sopa de cenoura da Deb

- xícara medidora de 240ml

1 ½ colheres (sopa) de azeite de oliva
½ cebola grande em cubinhos
1/3 xícara de salsão em cubinhos – pique, depois meça
4 cenouras (500g), descascadas e em cubinhos – quanto menor você cortar a cenoura, menos tempo de cozimento será necessário para a sopa como um todo
1 dente de alho grande, picadinho
¼ colher (chá) de cominho em pó
¾ colher (chá) de sementes de mostarda amarela
1 litro de água fervente
1 folha de louro
1 folha de salsão – se não tiver, sem problema, use 2 de louro
4 raminhos de tomilho
sal e pimenta do reino moída na hora
1 lata (300g, 200g drenada) de grão-de-bico
2 colheres (sopa) de tahine
suco de limão taiti ou siciliano, para servir

Aqueça o azeite em uma panela média ao fogo médio-alto. Junte a cebola, o salsão e a cenoura e refogue, mexendo às vezes, por cerca de 10 minutos ou até que amaciem. Junte o alho e refogue por 1 minuto – não deixe o alho queimar ou a receita vai amargar.
Acrescente o cominho e as sementes de mostarda e misture bem. Adicione a água, a folha de louro e a folha de salsão, o tomilho, tempere com sal e pimenta do reino e, assim que ferver, abaixe o fogo e cozinhe, mexendo de vez em quando, por cerca de 25 minutos ou até a cenoura ficar bem macia. Junte o grão-de-bico, cozinhe por mais 5 minutos para aquecer.

Desligue o fogo, retire as folhas de louro e salsão, o tomilho, e então bata a sopa com um mixer até que fique cremosa – se preferir bater no liquidificador tome muito cuidado para não se queimar: remova a tampinha menor e então cubra a tampa com um pano de prato seco dobrado – desta forma o vapor tem por onde sair e a mistura não espirrará em você. Misture o tahine.

Na hora de servir, regue com um pouco de suco de limão espremido na hora – faz toda a diferença!

Rend.: 4 porções como entradinha, ou 3 mais generosas

sexta-feira, novembro 22, 2019

Bolo cítrico com casquinha de açúcar, um texto que me fez chorar e o querido Nigel

Bolo cítrico com casquinha de açúcar

Uma vez lhes contei o quanto chorei (e também ri) com o filme “Toast”, que conta a vida do maravilhoso Nigel Slater - preciso tomar vergonha e ler o livro. Nigel tem um jeito tão particular com as palavras, tão único e belo – ele se denomina um cozinheiro que escreve, mas para mim ele é um escritor que cozinha.

Hoje mais cedo li este texto incrível da revista The New Yorker e chorei, de soluçar, e fiquei tentando disfarçar as lágrimas/não borrar a maquiagem, torcendo para não dar muito vexame (tudo em vão, pois além dos olhos de panda fiquei também com o nariz do Rudolph).
O jeito como Kathleen Alcott fala de Nigel e suas receitas é tão amável, tão querido, e aquele final, meu deus, que tijolada no dedão (daí as várias lágrimas). Recomendo demais o texto da Kathleen para quem lê em inglês, mesmo que não curta cozinhar, porque Nigel Slater é tão mais do que simplesmente comida ou receitas – seus textos tocam a alma da gente.

O bolo de hoje é uma receita saborosa da Gourmet Traveller, um bolo do jeito que gosto: cítrico e encharcado. É delicioso, sim, apesar de eu ficar devendo uma casquinha de açúcar decente, porque não tive coragem de usar 100g de açúcar por cima de um bolo que já era docinho. Adaptei a receita e achei que ficou gostoso e doce o suficiente. Este bolo me lembra um dos meus favoritos de todos os tempos, o de limão siciliano e tomilho do meu querido Nigel, e eu me lembro exatamente do dia em que o vi na TV preparando a receita no extinto canal da BBC na Net, e de como corri para a cozinha para fazer o bolo assim que o programa terminou. O bolo de hoje é uma delícia e eu adoraria que vocês o provassem, mas o do Nigel tem um gostinho mais especial no meu coração.

Bolo cítrico com casquinha de açúcar

Bolo cítrico com casquinha de açúcar
adaptado da sempre lindíssima Gourmet Traveller

- xícara medidora de 240ml

Bolo:
1 ½ xícaras (210g) de farinha de trigo
1 ½ colheres (chá) de fermento em pó
¼ colher (chá) de sal
1 xícara (200g) de açúcar cristal
raspas da casca de 1 laranja e de 1 limão taiti
200g de manteiga sem sal, amolecida
3 ovos, temperatura ambiente
1 colher (chá) de extrato de baunilha

Casquinha de açúcar:
suco da laranja usada para o bolo
suco do limão usada para o bolo
3 ½ colheres (sopa) - 42g - de açúcar cristal

Preaqueça o forno a 180°C. Unte uma assadeira de bolo inglês com capacidade para 6 xícaras e massa, forre-a com papel manteiga deixando sobras em lados opostos e unte o papel.

Em uma tigela média, misture bem a farinha, o fermento e o sal usando um batedor de arame. Reserve.
Na tigela da batedeira junte o açúcar e as raspas de limão e laranja e esfregue com as pontas dos dedos até que o açúcar fique aromatizados. Junte a manteiga e bata em velocidade média-alta até obter um creme claro e fofo – raspe as laterais da tigela algumas vezes durante todo o preparo da receita.

Junte os ovos, um a um, batendo bem a cada adição. Acrescente a baunilha e bata bem. Em velocidade baixa, junte os ingredientes secos e bata somente até incorporar – não bata demais para não deixar o bolo duro ou solado. Despeje na forma e alise a superfície. Asse por 45-50 minutos ou até que o bolo cresça e doure (faça o teste do palito).
Misture os ingredientes da calda em uma tigelinha até dissolver o açúcar. Ao retirar o bolo do forno, faça furos em todo o bolo com um palito de churrasco ou faca bem fina. Despeje a calda aos poucos até que toda ela seja absorvida pelo bolo. Deixe esfriar completamente na forma sobre uma gradinha. Remova o bolo da forma usando as alças de papel e sirva.

Rend.: 8-10 fatias

quinta-feira, novembro 07, 2019

Salada de batatas com especiarias

Salada de batatas com especiarias

Preciso começar o post de hoje sendo sincera com vocês: eu não gosto de salada de batata, nem de salada de maionese. É uma coisa que não me atrai mesmo, não me perguntem o porquê. Só que aqui em casa tenho um fã número um de salada de maionese, capaz de comer a travessa toda sozinho feliz da vida, e quando estava ainda criando receitas para o livro ele me disse que eu tinha que colocar a minha salada no livro. Como é uma receita simples e comum demais, disse para o João que colocaria uma quase salada de maionese, uma salada de batatas, mas que tivesse um algo a mais para que ficasse interessante.

Foi assim que a receita de hoje apareceu. João não curtiu muito, porque não é muito fã de especiarias (como pode, né, gente?), e eu não curti muito simplesmente porque salada de batata não é a minha praia. Portanto, a decisão fica com vocês: quem fizer a receita volta aqui para me contar o que achou.

Salada de batatas com especiarias
receita minha

500g de batata bolinha
1 colher (sopa) de azeite
½ colher (chá) de cominho em pó
¼ colher (chá) de cúrcuma em pó
1 pitada de pimenta caiena em pó
1 colher (chá) de coentro em grãos
sal e pimenta do reino moída na hora
raspas de 1 limão taiti pequeno
suco de ½ limão taiti pequeno
¼ xícara de iogurte natural integral
2 colheres (sopa) de maionese
1 cebolinha picada, incluindo a parte verde
1 punhado de salsinha picada

Lave bem as batatas e esfregue bem as cascas. Coloque em uma panela grande, cubra com água e leve ao fogo alto até começar a ferver. Acrescente 1 colher (chá) de sal e cozinhe até que as batatas fiquem macias – espete com um garfo para testar. Escorra a água e deixe as batatas no escorredor por alguns minutos para eliminar o excesso de umidade.

Enquanto as batatas cozinham, aqueça o azeite em uma frigideira média antiaderente. Junte as especiarias e doure-as no azeite por 1-2 minutos, até perfumarem – vá misturando para que não queimem. Retire do fogo e deixe amornar.

Corte as batatas ao meio e transfira para uma tigela grande enquanto ainda estiverem mornas. Junte as especiarias e o azeite que estiver a frigideira. Misture. Acrescente as raspas e o suco de limão, o iogurte e a maionese, a cebolinha e a salsinha e misture, com cuidado para não quebrar as batatas. Leve à geladeira por pelo menos 1 hora antes de servir.

Rend.: 4 porções

sexta-feira, novembro 01, 2019

Curry de berinjela, grão-de-bico e espinafre

Curry de berinjela, grão-de-bico e espinafre

Nem preciso lhes dizer o quanto gosto de tirar foto de comida, mas confesso que alguns pratos são chatinhos de fotografar: sorvete, por exemplo, derrete rápido demais (pensem no sufoco que é fotografar sorvete em pleno janeiro), suflê murcha em um instante. Há, também, o caso das comidas feias, e o curry entra nesta categoria. O que lhes trago hoje ficou uma delícia, foi besta de fazer de tão fácil, usei tudo o que estava na geladeira (a receita em que me baseei, por exemplo, usava espinafre fresco e tomate pelado), mas ficou tão, mas tão feinho o coitado.

Daí fui no truque de caprichar no tecido e na louça para deixar a foto interessante e desviar a atenção da comida desprovida de beleza - mais ou menos quando a gente tá com cara de cansada e/ou em um bad hair day e capricha no batom vermelho para mudar o foco. #quemnunca :D

Curry de berinjela, grão-de-bico e espinafre
adaptado desta receita

- xícara medidora de 240ml

1 colher (sopa) de azeite
½ cebola grande, picadinha
1 berinjela grande (200g) em cubos pequenos
sal e pimenta do reino moída na hora
1 dente de alho grande, picadinho
½ colher (chá) de sementes de mostarda amarela
½ colher (chá) de cominho em pó
¼ colher (chá) de cúrcuma em pó
1 lata (300g) de grão-de-bico
2 tomates maduros, sem as sementes e em cubinhos
1 xícara (240ml) de água fervente
150g de espinafre congelado
1 punhado de coentro fresco picado

Em uma panela média, aqueça o azeite em fogo médio-alto. Junte a cebola e refogue, mexendo de vez em quando, até que fique transparente. Junte a berinjela e refogue, mexendo algumas vezes, até que doure e murche ligeiramente. Acrescente o alho e refogue por 1 minuto – não deixe queimar ou vai amargar a receita. Junte as especiarias, refogue por 1 minuto e junte o grão-de-bico e o tomate. Cozinhe, mexendo às vezes, por 5 minutos ou até o tomate começar a desmanchar.

Acrescente a água, misture bem, e então junte o espinafre. Tempere com sal e pimenta do reino e cozinhe tampado por 15 minutos, mexendo de vez em quando para que o espinafre descongele e se misture à receita.

Acerte o tempero, misture o coentro e sirva.

Rend.: 2-3 porções generosas – eu comi no almoço com arroz, levei de marmita para o trabalho no dia seguinte e congelei o restante em 2 porções para outras refeições

quarta-feira, outubro 30, 2019

Waffles formigueiro

Waffle formigueiro

Outro dia comentei com o João que precisava comprar mais chocolate granulado, para quando meu Pequeno Polegar viesse pudéssemos fazer bolo formigueiro. “O Pequeno Polegar está com 1,25cm, só 30cm a menos do que você” – eu ri alto e em seguida me toquei de que ele está a apenas uma régua de distância de mim. :D

O bichinho do formigueiro me mordeu mesmo (olhem que trocadilho pobrinho, haha), porque depois dos bolos com o Pingo me deu uma vontade doida de fazer outras coisas com aquele granulado – uma das ideias foi colocar na massa de waffle, junto com um pouquinho de canela para intensificar o sabor do chocolate. Ficou tão gostoso que lhes trago a receita hoje - e farei novamente os waffles quando o Pingo vier me visitar.

Waffles formigueiro
receita minha, uma pequena variação dos waffles de laranja e azeite de oliva

- xícara medidora de 240ml

1 ¼ xícaras (175g) de farinha de trigo
2 colheres (chá) de fermento em pó
¼ colher (chá) de canela em pó
1 pitada de sal
2 colheres (sopa) de açúcar cristal
1 ovo grande, temperatura ambiente
¼ xícara (60ml) de azeite de oliva extra virgem
¾ xícara (180ml) de leite integral, temperatura ambiente
1 colher (chá) de extrato de baunilha
1/3 xícara de chocolate granulado

Em uma tigela média, misture com um batedor de arame a farinha, o fermento, a canela, o açúcar e o sal. Reserve.
Em uma tigela pequena, misture com um batedor de arame o ovo, o azeite, o leite e a baunilha. Verta os líquidos sobre os ingredientes secos e misture somente até incorporar – não misture demais. Com uma espátula de silicone, incorpore o granulado.

Preaqueça a máquina de waffle. Cozinhe porções de massa por vez, até que cada waffle doure - siga as instruções do fabricante. Sirva com mel, melado ou com o que preferir.

Rend.: 5-6 waffles

quarta-feira, outubro 23, 2019

Frittata de arroz integral alla Norma - ou não

Fritatta de arroz integral alla Norma

Já lhes contei que nem sempre me sinto inspirada cozinhar, às vezes por pura falta de vontade mesmo, outras vezes por querer preparar algo diferente e não ter ideia de por onde começar. Semana passada, por exemplo, eu queria algo gostoso para o almoço em um dia de folga e, ao mesmo tempo, não sabia exatamente o quê.

Ao dar uma espiada no meu e-mail pessoal, havia uma newsletter da Bon Appétit com uma receita de frittata de arroz – exatamente o que eu precisava para dar um fim digno ao arroz integral que sobrara de outro dia. Ao abrir o gavetão de legumes da geladeira para pegar a cebola dei de cara com algumas berinjelas, e como tinha feta na prateleira minha frittata estava completa. Minha receita não leva tomates e troquei a ricota defumada por feta, mas acho que ninguém vai me processar por chamar a minha frittata de alla Norma mesmo assim – pelo menos eu acho que não... :D

Frittata de arroz integral alla Norma
adaptação minha da frittata de arroz da Bon Appétit

- xícara medidora de 240ml

1 ½ colheres (sopa) de azeite de oliva, uso dividido
1 berinjela pequena (150g), em pedaços médios
½ cebola média, em meias-luas
sal e pimenta do reino moída na hora
1 xícara (110g) de arroz cozido integral – se preferir, use arroz branco
3 ovos grandes, temperatura ambiente
1 colher (sopa) de folhas de orégano fresco
35g de queijo feta, ralado ou esmigalhado

Preaqueça o forno a 180°C.

Em uma frigideira antiaderente de 20 ou 22cm de diâmetro e que possa ir ao forno, aqueça 1 colher (sopa) do azeite em fogo médio-alto. Junte a berinjela e doure por todos os lados, cerca de 5 minutos. Empurre a berinjela para as extremidades da frigideira, coloque o azeite restante no centro da panela e junte a cebola. Vá refogando e mexendo algumas vezes, por mais 3-4 minutos, até a cebola começar a ficar translúcida. Tempere com sal e pimenta do reino. Espalhe os ingredientes de maneira uniforme no fundo da panela e cubra tudo com o arroz – depois disso, você não mexerá mais nos ingredientes. Cozinhe desta forma por 3-4 minutos para dourar o arroz – enquanto isso, em uma tigela grande, bata os ovos até combinar bem as gemas com as claras. Tempere com sal e pimenta do reino, misture bem e espalhe sobre o arroz – vai parecer que o ovo não é suficiente para cobrir toda a panela, mas não se preocupe, vai dar certo. 

Salpique as folhinhas de orégano sobre o arroz e sem seguida cubra com o queijo. Desligue o fogo e leve a frittata ao forno for 10 minutos. Sirva imediatamente.

Rend.: seriam 2 porções servidas com salada, mas preciso contar a vocês que comi ¾ da danada sozinha no almoço. :S


quinta-feira, outubro 17, 2019

Biscoitinhos de pecã e nibs de cacau

Biscoitinhos de pecã e nibs de cacau

Na minha busca por uma alimentação mais balanceada incorporei mais alimentos integrais às minhas refeições, troquei os lanchinhos à base de biscoitos prontos e outras porcarias por iogurte, granola, mais frutas – quem me acompanha por aqui sabe. O meu pão 100% integral anda fazendo sucesso com algumas de vocês, o que me deixa muito feliz.

Mas nem tudo são flores, e em um passado longínquo eu comprei nibs de cacau para colocar na minha granola de chocolate, mas confesso que não sou tão fã assim do ingrediente: não gostei dele na granola e o pacotinho ficou rodando no meu armário. A solução foi usar em receitas de biscoitos, algo que eu já tinha feito e que havia dado super certo. Os biscoitinhos de hoje são deliciosos, desmancham na boca e deram um fim digno aos nibs de cacau esquecidos na minha despensa.

Biscoitinhos de pecã e nibs de cacau
receita minha, inspirada em muitas outras aqui do blog

- xícara medidora de 240ml

2 ¼ xícaras (315g) de farinha de trigo
1 pitada de noz-moscada ralada na hora
1/8 colher (chá) de sal
1 xícara (226g) de manteiga sem sal, temperatura ambiente
¾ xícara (105g) de açúcar cristal ou refinado
2 gemas
1 colher (chá) de extrato de baunilha
¾ xícara (82g) de pecãs, picadas – meça, depois pique
¼ xícara (30g) de nibs de cacau

Em uma tigela média, misture a farinha, a noz-moscada e o sal com um batedor de arame. Reserve.
Na tigela da batedeira bata a manteiga e o açúcar até obter um creme claro – raspe as laterais da tigela algumas vezes durante todo o preparo da receita. Adicione as gemas, uma a uma, batendo a cada adição. Junte a baunilha. Em velocidade baixa, junte os ingredientes secos reservados e bata somente apenas uma massa se formar. Incorpore as pecãs e os nibs de cacau.

Divida a massa em duas partes iguais. Coloque cada metade em um pedaço grande de papel manteiga; forme um cilindro de aproximadamente 3,5cm de diâmetro com a massa, fechando-a dentro do papel manteiga usando uma régua – aperte bem para compactar a massa dentro do papel – como a Marta faz aqui. Feche as pontas e leve à geladeira até firmar bem, cerca de 4 horas ou de um dia para o outro.

Pré-aqueça o forno a 180°C; forre duas assadeiras grandes com papel manteiga. Desembrulhe um dos cilindros de massa (mantenha o outro na geladeira). Corte em fatias de 5mm e coloque-as nas assadeiras preparadas deixando um espaço de 2,5cm entre uma e outra. Asse por 10-12 minutos ou até que os biscoitos estejam dourados nas extremidades. Deixe esfriar nas assadeiras sobre gradinhas por 5 minutos e então deslize o papel com os biscoitos para a gradinha e deixe esfriar completamente. Repita o processo com o outro cilindro de massa.

Os biscoitos podem ser guardados em um recipiente hermético em temperatura ambiente por até 4 dias. Se não quiser assar todos os biscoitos de uma vez, embrulhe o cilindro de massa com papel alumínio e mantenha-o no freezer por até 1 mês.

Rend.: cerca de 50 unidades

quarta-feira, outubro 09, 2019

Bolo formigueiro com farinha integral

Bolo formigueiro com farinha integral

Eu lhes contei outro dia que a visita mais ilustre da Maison Scarpin, meu pequeno Pingo, ama fazer bolo com a Dedé e que quando ele vem aos sábados já vai logo dizendo que quer fazer bolo – e dependendo de quanto tempo ele fica aqui em casa pede para fazermos pizza também. :D Semana passada não foi diferente: estávamos jogando Super Mario quando ele parou do nada e soltou: “Dedé, eu tive uma ideia. Vamos fazer um bolo?” <3

O pequenino conhece bem a Dedé que ele tem. :D

De uns tempos para cá ele só quer saber de bolo formigueiro e por isso acabei comprando um granulado um pouquinho melhor, que parece mais com chocolate do que com gordura hidrogenada. Como não fiquei muito satisfeita com o resultado do bolo formigueiro que tem aqui no blog (casa de ferreiro...), resolvi dar uma adaptada em outra receita que sempre me rendeu resultados deliciosos – não tem como errar com receita da Alice Medrich, né, gente? Por isso, o bolo de noz-moscada e uísque virou bolo formigueiro com um pouquinho de farinha integral e fez o maior sucesso com o pequeno. E ele ainda me ajudou a produzir a foto - só não deixei chegar perto da faca. <3 <3 <3


Bolo formigueiro com farinha integral
adaptado deste bolo maravilhoso da Alice Medrich

- xícara medidora de 240ml

3 colheres (sopa) de leite integral, temperatura ambiente
3 ovos grandes, temperatura ambiente
2 colheres (chá) de extrato de baunilha
¾ xícara (105g) de farinha de trigo comum
1/3 xícara + 1 colher (sopa) - 55g - de farinha de trigo integral, de preferência fina, como a Mãe Terra
1 ½ colheres (sopa) de amido de milho
¾ xícara (150g) de açúcar cristal ou refinado
¾ colher (chá) de fermento em pó
¼ colher (chá) de canela em pó
1/8 colher (chá) de sal
¼ xícara de chocolate granulado
180g de manteiga sem sal, amolecida e em pedacinhos

Pré-aqueça o forno a 180°C. Unte levemente com manteiga uma forma de bolo inglês com capacidade para 5 xícaras de massa, forre-a com papel manteiga e unte o papel também.
Em uma tigela média, misture com um batedor de arame o leite, os ovos e a baunilha.

Na tigela da batedeira, misture com um batedor de arame as farinhas, o amido de milho, o açúcar, o fermento, a canela e o sal. Junte o granulado e misture bem. Acrescente a manteiga e metade da mistura de ovos e bata com a batedeira em velocidade baixa apenas até os ingredientes secos umedecerem. Aumente para a velocidade média e bata por 1 minuto. Raspe as laterais e o fundo da tigela. Adicione metade da mistura de ovos restante e bata por 20 segundos. Junte o restante da mistura e bata por mais 20 segundos. Raspe as laterais e o fundo da tigela.
Transfira a massa para a forma preparada e alise a superfície. Asse até que o bolo cresça e doure, 55-60 minutos (faça o teste do palito). Deixe esfriar na forma por 20 minutos, desenforme com cuidado e transfira para uma gradinha. Deixe esfriar completamente e remova o papel.

Rend.: 8-10 porções

terça-feira, outubro 01, 2019

Pão de forma de centeio

Pão de forma de centeio

Acho muito legal quem consegue variar a alimentação no café da manhã: admiro quem opta por tapioca, waffle, panqueca, crepioca, ovos... Eu sou mais básica nesta refeição e fico com o combo café com leite (vegetal) e pão (de uns tempos para cá tenho incluído uma porção de fruta também). Se eu não como meu pãozinho de manhã viro um poço de mau humor. :D

O meu pão 100% integral é a minha escolha para o dia a dia, mas de vez em quando, para variar, faço este pão, que resolvi chamar de pão de forma de centeio: ele fica lindo e em um formato ótimo para fazer sanduíches – fica delicioso no queijo quente e um sucesso com o meu patê de atum. Este, aliás, era o pão que eu fazia antes de descobrir a receita do pão 100% integral e vem da mesma fonte maravilhosa, o site da King Arthur Flour.

Pão de forma de centeio

Pão de forma de centeio
receita adaptada do Country Loaf do ótimo site da King Arthur Flour

- xícara medidora de 240ml

Esponja:
1 ¼ xícaras (300ml) de água morna
1 ½ colheres (chá) de fermento biológico seco
1 colher (chá) de açúcar cristal ou refinado
½ xícara (70g) de farinha de centeio fina – eu compro aqui

Massa:
½ xícara (70g) de farinha de centeio fina
2 xícaras (280g) de farinha de trigo comum – gosto da Mirella
1 ½ colheres (chá) de sal
2 colheres (sopa) de azeite de oliva

Prepare a esponja: coloque a água, o fermento, o açúcar e a farinha de centeio na tigela da batedeira (ou em uma tigela grande se for sovar na mão) e misture bem. Espere espumar, cerca de 5 minutos. Adicione todos os ingredientes restantes, misture com uma espátula ou colher de pau, e então bata na batedeira com o gancho para massas pesadas por 10 minutos, ou na mão por 15-17 minutos, ou até obter uma massa homogênea, lisa e sedosa, que descola nas laterais da tigela/das mãos. Cubra com filme plástico e deixe crescer por 1 ½ horas a 2 (se estiver muito frio a massa demora mais para crescer).

Unte muito levemente com óleo uma forma de bolo inglês com capacidade para 6 xícaras de massa.
Dê um soquinho no centro da massa para retirar o excesso de ar. Em uma superfície levemente enfarinhada, abra a massa até obter um retângulo de aproximadamente 30x20cm. Enrole-o como um rocambole, formando um cilindro, e ajeite com as mãos para que ele caiba na forma, deixando a emenda virada para baixo. Cubra com filme plástico ou um pano de prato limpo e seco e deixe crescer novamente por 40 minutos. Enquanto isso, preaqueça o forno a 200°C.
Asse o pão por 30-35 minutos ou até dourar bem – para verificar se o pão está pronto dê batidinhas na superfície com os nós dos dedos: o som deve ser de algo oco. Deixe esfriar na forma sobre uma gradinha por 5 minutos e então desenforme com cuidado sobre a gradinha. Deixe esfriar completamente.

Rend.: 10-12 fatias, dependendo da espessura (já consegui até 14)

sexta-feira, setembro 27, 2019

Brownies com avelã e chocolate ao leite

Brownies com avelã e chocolate ao leite

Hoje é post é pá-pum, pois a semana ficou mais corrida, mas eu precisava dividir esta receita com vocês, pois ela tem jeitão de final de semana: o brownie que fez um sucesso tão grande no trabalho que agora estão me pedindo doce todo dia. :D

Eu esperava que o sabor da avelã ficasse mais pronunciado do que realmente ficou, mas de qualquer forma a farinha deixou o brownie incrivelmente úmido e cremoso. Como farinha de avelã é difícil de achar, indico substituírem por farinha de amêndoa, amendoim ou até mesmo de castanha de caju.

Brownies com avelã e chocolate ao leite
adaptados dos meus brownies super simples

- xícara medidora de 240ml

150g de chocolate amargo, picadinho ou em gotas – usei um com 53% de cacau
¾ xícara (170g) de manteiga sem sal, temperatura ambiente e picada
1 ½ xícaras (300g) de açúcar cristal ou refinado
3 ovos grandes, temperatura ambiente
1 colher (chá) de extrato de baunilha
2 colheres (chá) de Frangelico – opcional, use se tiver em casa
½ xícara (70g) de farinha de trigo
¾ xícara (75g) de farinha de avelã – pode ser trocada por farinha de amêndoa, amendoim ou castanha de caju
1 colher (sopa) de cacau em pó, sem adição de açúcar, peneirado – meça, depois peneire
½ colher (chá) de sal
180g de chocolate ao leite picado

Preaqueça o forno a 180°C. Unte levemente com manteiga uma forma de metal retangular de 20x30cm, forre-a com papel alumínio deixando sobras em dois lados opostos e unte o papel também.

Em uma tigela refratária grande, junte o chocolate e a manteiga e leve ao banho-maria (em fogo baixo, sem deixar o fundo da tigela tocar a água) até que os ingredientes derretam. Retire do fogo e deixe esfriar. Acrescente o açúcar e misture com um batedor de arame. Junte os ovos, um a um, e misture bem com o batedor. Junte a baunilha e o Frangelico.

Adicione a farinha de trigo, a farinha de avelã, o cacau e o sal e incorpore-os usando uma espátula de silicone, misturando até obter uma massa homogênea. Incorpore o chocolate ao leite. Espalhe na forma preparada e alise a superfície. Asse por 25-30 minutos ou até que um palito inserido no centro do brownie saia com migalhas úmidas. Deixe esfriar completamente na forma sobre uma gradinha.
Corte em quadradinhos para servir.

Rend.: 24 unidades

terça-feira, setembro 24, 2019

Torta de espinafre e queijo com massa de centeio

Torta de espinafre e queijo com massa de centeio

Tirei uns dias de férias em julho e foram ótimos para poder descansar (não precisei acordar às 05:30 da manhã, oba!), ver seriado (zerei “The Good Fight”, “Goliath”, “The Night Manager” e comecei “The Good Wife”) e organizar umas coisas em casa. O tanto de louça que tem aqui, minha gente, o tanto de paninho e talher... Eu já não tinha onde colocar mais nada. Precisei dar uma geral, acabei me desfazendo de algumas coisas, mas no final deu tudo certo, com exceção da dor nas costas que me acompanhou por alguns dias depois do sobe-e-desce na escadinha para arrumar armários e estante. #véiafeelings

Organizei também meus livros – e ainda há vários à venda neste link, para quem se interessar – e ao pegar o livro da Amber Rose nas mãos me lembrei de sua maravilhosa massa de centeio e de como havia séculos que eu não fazia uma torta. Planejei logo para o almoço do dia seguinte uma torta de espinafre com queijo e olha, ficou muito gostosa, sem falsa modéstia. Adaptei esta torta aqui – como eu amo alho-poró, vocês não imaginam – e servi a torta com uma salada verde. Fez um sucesso danado lá em casa e olha que meu marido nem é fã de tortas. Quando, ao final da tarde, fui procurar o pedacinho de torta que sobrara do almoço para beliscar só encontrei mesmo a assadeira, já lavada, sobre a pia. :D

Torta de espinafre e queijo com massa de centeio

Torta de espinafre e queijo com massa de centeio
adaptada desta torta maravilhosa, e a massa incrível é da Amber Rose

- xícara medidora de 240ml

Massa (você usará metade na receita; congele a outra por até 3 meses):
120g de farinha de centeio
120g de farinha de trigo
1 colher (chá) de açúcar
½ colher (chá) de sal
175g de manteiga sem sal, gelada e em cubinhos
1 colher (chá) de vinagre de vinho branco
7-8 colheres (sopa) de água bem gelada

Recheio:
½ colher (sopa) de manteiga
1 colher (chá) de azeite de oliva
1 alho-poró, só a parte mais clara, em fatias finas
200g de espinafre, só faz folhas
sal e pimenta do reino moída na hora
150g de mozarela ralada grosseiramente

Para finalizar a torta:
1 ovo, batido com 1 colher (chá) de água
1 colher (sopa) de pecorino ou parmesão ralado fininho, para polvilhar

Comece pela massa: coloque as farinhas, o sal e o açúcar no processador de alimentos e pulse para combinar. Junte a manteiga e pulse até que a mistura pareça farofa grossa. Junte o vinagre e metade da água e pulse até que uma massa comece a se formar – junte mais água se necessário, mas faça isso aos poucos. Divida a massa em duas partes iguais e forme um disco com cada uma delas. Embrulhe em filme plástico e leve à geladeira por 1 hora.

Desembrulhe a massa e abra-a com um rolo sobre uma superfície levemente enfarinhada até obter uma forma ovalada de aproximadamente 20x28cm – não se preocupe se a massa ainda estiver se esfarelando um pouco, ela vai se tornando mais homogênea conforme você passar o rolo.
Dobre a massa como se fosse uma carta (leve o terço de baixo até o meio, depois dobre o terço de cima sobre o de baixo). Abra novamente com o rolo formando um oval de 20x28cm e dobre novamente como se fosse uma carta. Abra mais uma vez com o rolo até obter uma forma ovalada de 20x28cm e dobre como uma carta uma última vez. Embrulhe em plástico e leve à geladeira por pelo menos 1 hora ou de um dia para o outro – você vai usar apenas 1 dos discos para a torta de hoje; congele a outra metade da massa.

Prepare o recheio: aqueça a manteiga e o azeite em uma frigideira antiaderente grande. Junte o alho-poró e refogue até perfumar e começar a dourar, mexendo de vez em quando. Acrescente o espinafre, tempere com sal e pimenta do reino e vá refogando até o espinafre começar a murchar. Desligue o fogo e deixe esfriar completamente.

Quando estiver pronto para fazer a torta, coloque cada metade de massa sobre um pedaço de papel manteiga e abra com o rolo até obter um retângulo de aproximadamente 35x22cm. Transfira o papel com a massa para uma forma de beiradas baixas.
Arrume a mozarela no centro da massa, deixando uma beirada de aproximadamente 3cm sem recheio. Espalhe o recheio de espinafre sobre o queijo e, com cuidado, vá dobrando a beirada da massa sobre parte do recheio. Coloque a torta no freezer por 30 minutos – enquanto isso, pré-aqueça o forno a 180°C.

Pincele a massa da torta com o ovo batido e salpique com o pecorino/parmesão. Asse por 30-35 minutos ou até dourar bem. Sirva imediatamente.

Rend.: 2 porções para 2 pessoas esfomeadas, acompanhadas de salada verde – sobrou uma lasquinha da torta ao final do almoço, que foi devorada fria naquela mesma tarde. :)


segunda-feira, setembro 23, 2019

Granola de laranja e azeite de oliva – v. 2

English version

Granola de laranja - v.2

Depois que me voltou a vontade de cozinhar, ando bem ativa na cozinha, mesmo que nem sempre preparando receitas novas: preparo, com gosto, meu leite vegetal, meu pão, e a granola não pode faltar para deixar o iogurte (de ovelha ou de coco, no meu caso) mais gostoso. A de chocolate é a campeã absoluta, tão saborosa que se bobear como tudo ali mesmo, ainda na assadeira, enquanto esfria na bancada, mas como lhes contei tenho enxaqueca quando consumo chocolate demais. Portanto, vou alternando com outros sabores, como a de laranja que postei tempos atrás.

Depois de brincar um pouco com a receita consegui deixá-la ainda mais gostosa e nutritiva: juntei flocos de quinoa, amêndoa e gergelim. Também troquei o damasco por cranberries secas, apenas para dar uma variada. Como ficou boa demais e a minha vontade de tirar fotos de comida também voltou depois de um longo e tenebroso intervalo, resolvi dividir a receita com vocês.

Granola de laranja e azeite de oliva – v. 2
versão melhorada da minha própria receita

- xícara medidora de 240ml

250g de aveia prensada/em flocos grossos
50g de quinoa em flocos
50g de amêndoa em lâminas
3 colheres (sopa) de gergelim branco
raspas da casca de 2 laranjas pequenas
¼ colher (chá) de noz-moscada ralada na hora
¼ colher (chá) de canela em pó
1/8 colher (chá) sal
1/3 xícara (80ml) de mel ou agave
1 colher (sopa) de açúcar mascavo claro – aperte-o na colher na hora de medir
1/3 xícara (80ml) de suco de laranja espremido na hora
3 colheres (sopa) de azeite extra virgem
½ xícara (65g) de cranberries secas, cortadas ao meio se forem muito grandes

Preaqueça o forno a 180°C. Forre uma assadeira grande e rasa com papel alumínio.
Em uma tigela grande, junte a aveia, os flocos de quinoa, as amêndoas, o gergelim, as raspas de casca de laranja, a noz-moscada, a canela e o sal, misturando bem. Reserve.
Em uma panelinha, junte o mel/agave, o açúcar mascavo, o suco de laranja e azeite e leve ao fogo médio, mexendo, apenas até dissolver o açúcar. Derrame sobre os ingredientes secos e misture bem para incorporar os ingredientes. Espalhe por toda a assadeira preparada formando uma camada homogênea e leve ao forno por 30 minutos – retire do forno e remexa toda a granola com uma espátula de silicone (cuidado para não rasgar o papel alumínio) na metade do tempo, espalhando novamente em uma camada homogênea antes de voltar ao forno – a granola sai do forno ainda molinha e vai ficando crocante conforme esfria. Ao retirar do forno, remexa novamente toda a granola, desgrudando do papel.

Deixe esfriar completamente e junte as cranberries, misturando bem. Guarde em um vidro hermético em temperatura ambiente por até 2 semanas.

Rend: 8-10 porções

sexta-feira, setembro 20, 2019

Bolo mármore de amendoim e chocolate porque o final de semana está chegando

Bolo mármore de amendoim e chocolate

Quem me segue no Instagram sabe que, para mim, sábado é dia de bolo: acho que um bolinho esfriando na bancada tem tudo a ver com final de semana, dias de preguiça, maratonas de série, visita de gente querida. Pingo já está indo pelo mesmo caminho, pois quando vem passar o sábado com a Dedé já pergunta logo se podemos fazer um bolo. :)

Algumas de minhas memórias mais especiais envolvem bolo: minha mãe fazia os bolos mais deliciosos do mundo, foi a primeira coisa que aprendi a fazer na cozinha, e agora meu pequeno feliz com os bolos que faço com ele. Gosta de ajudar, fica impaciente quando o bolo está no forno... Eu o deixo comer bolo quente, não faço aquele terror de dizer que dá dor de barriga – eu mesma amo bolo quente, então comemos juntos. :D

O de hoje fica muito gostoso e úmido, como todo bolo que leva farinha de algum tipo de oleaginosa, e a cobertura seca depois de fria e deixa uma casquinha deliciosa – posto duas fotos para que vocês vejam a diferença.

Final de semana está virando a esquina, espero inspirá-los a deixar um bolo esfriando na bancada, também. xx

Bolo mármore de amendoim e chocolate


Bolo mármore de amendoim e chocolate
adaptado daqui

- xícara medidora de 240ml

Bolo:
1 ¾ xícaras (245g) de farinha de trigo
1 xícara (100g) de farinha de amendoim
2 ½ colheres (chá) de fermento em pó
¼ colher (chá) de sal
1 xícara (225g) de manteiga sem sal, temperatura ambiente
1 ¼ xícaras (250g) de açúcar cristal ou refinado
4 ovos do tipo grande, temperatura ambiente
1 colher (chá) de extrato de baunilha
¼ xícara (60ml) de leite integral, temperatura ambiente
3 colheres (sopa) de cacau em pó, sem adição de açúcar, dissolvido em 3 colheres (sopa) de água

Cobertura:
½ xícara (120ml) de creme de leite fresco
120g de chocolate amargo, picado ou em gotas
½ colher (sopa) de manteiga sem sal, amolecida

Preaqueça o forno a 180°C. Unte com manteiga e enfarinhe uma forma de furo central com capacidade para 10 xícaras de massa (usei uma que comporta 12 xícaras, o bolo não ficou tão alto quanto eu gostaria).
Em uma tigela média, misture com um batedor de arame a farinha de trigo, a de amendoim, o fermento e o sal. Reserve
Na tigela da batedeira, bata a manteiga e o açúcar até obter um creme claro e fofo – raspe as laterais e o fundo da tigela algumas vezes durante o preparo da receita. Junte os ovos, um a um, batendo bem a cada adição. Junte a baunilha e bata bem.
Com a batedeira em velocidade baixa, adicione os ingredientes secos em 3 adições, alternando com o leite em 2 adições – comece e termine com os ingredientes secos, batendo apenas até incorporar bem.
Divida a massa em duas partes iguais e a uma delas junte o cacau, misturando com uma espátula. Despeje porções das duas massas na forma, intercalando as cores, e depois dê uma misturada de leve com uma faca sem ponta, para criar o efeito marmorizado – não passe a faca nas laterais da forma. Alise a superfície e leve ao forno por cerca de 45 minutos ou até que cresça e doure (faça o teste do palito). Deixe esfriar na forma sobre uma gradinha por 20 minutos e então desenforme com cuidado. Deixe esfriar completamente.

Faça a cobertura: em uma panelinha, aqueça o creme de leite até que pequenas bolhas se formem nas beiradas (não deixe ferver). Desligue o fogo, acrescente o chocolate e aguarde 1 minuto. Misture bem até obter um creme liso e homogêneo. Incorpore e manteiga. Deixe esfriar por alguns minutos e então derrame sobre o bolo.

Rend.: 8-10 fatias


quarta-feira, setembro 18, 2019

Babka de doce de leite com farofinha de canela

Babka de doce de leite com farofinha de canela

Outro dia, não lembro bem o porquê, estava lembrando desta receita, de como ficou deliciosa, e me deu uma vontade louca de comer doce de leite – há dias em que eu fico bem zoiúda, tudo me dá vontade, se deixar como até a ponta da mesa: são aqueles benditos (ironia mode on) dias de TPM.

Eu não comi doce de leite naquele dia, porque não queria ficar com uma pança gigante, lutei contra a vontade e ela finalmente passou, mas me toquei de que outra receita deliciosa estava perdida no meu pen drive e eu precisava dividir com vocês. Esta babka é fofinha, saborosa e a farofinha de canela combina de maneira perfeita com o sabor do doce de leite – a ideia de colocar noz-moscada na massa veio de um programa de culinária (não me lembro qual) que mostrava os doughnuts da “Dough”- tempos depois estive em NYC e os doughnuts deles são mesmo incríveis.

Babka de doce de leite com farofinha de canela
receita minha

Massa:
2 ½ colheres (chá) de fermento biológico seco
¾ xícara (180ml) de leite integral morno
½ xícara (100g) de açúcar cristal ou refinado
1 pitada de noz-moscada ralada na hora
2 ovos grandes, temperatura ambiente
1 gema grande, temperatura ambiente
3 ½ xícaras + 1 colher (sopa) – 500g – de farinha de trigo comum
1 pitada de sal
½ colher (chá) de extrato de baunilha
½ tablete (100g) de manteiga sem sal, amolecida

Farofinha:
3 colheres (sopa) de açúcar cristal
2 colheres (sopa) de açúcar mascavo claro – aperte-o na colher na hora de medir
1 colher (chá) de canela em pó
1 pitada de sal
1 xícara (140g) de farinha de trigo
4 ½ colheres (sopa) - 63g - de manteiga sem sal, derretida e fria

Recheio:
1 ¼ xícaras de doce de leite firme

Para pincelar:
1 ovo
1 colher (chá) de água

Comece preparando a massa: na tigela da batedeira planetária, junte o fermento, o leite e 1 colher (chá) do total de açúcar e misture com um garfo. Reserve até espumar. Junte o restante do açúcar, a noz-moscada, os ovos, a gema, a farinha, o sal e a baunilha e bata com a batedeira até obter uma massa lisa, cerca de 5 minutos. Vá acrescentando a manteiga aos poucos, batendo a cada adição. Quando a massa estiver lisa e elástica, cubra com filem plástico e deixe crescer em um lugar morninho, longe de correntes de ar, por cerca de 1 ½ horas, ou até dobrar de volume.

Enquanto isso, prepare a farofinha: em uma tigela média, misture com um batedor de arame os açúcares, a canela, o sal e a farinha. Adicione a manteiga e misture com uma espátula de silicone até que a mistura pareça uma farofa grossa. Leve à geladeira.

Montagem da babka: divida a massa em duas partes iguais. Unte com manteiga duas formas de bolo inglês de 20x12cm. Em uma superfície levemente enfarinhada, abra uma das metades da massa com um rolo até obter um retângulo de aproximadamente 25x40cm, com o lado mais longo virado para você. Espalhe metade do doce de leite sobre a massa uniformemente, deixando uma beirada de 1cm sem recheio. Começando pela parte inferior da massa, enrole como se fosse um rocambole, formando um cilindro.
Vire a massa fazendo com que a emenda fique virada para baixo. Segure as duas pontas da massa, torça-a gentilmente e coloque na forma preparada. Repita o procedimento com a outra metade de massa e recheio. Cubra as babkas com filme plástico e deixe crescer novamente por 1 hora.

Pré-aqueça o forno a 200°C. Coloque o ovo e a água em uma tigelinha e bata ligeiramente com um garfo. Pincele as babkas com a mistura e espalhe sobre elas a farofinha de canela, pressionando levemente com a palma da mão para aderir. Asse por cerca de 30-40 minutos ou até que as babkas estejam bem douradas. Deixe esfriar na forma sobre uma gradinha por cerca de 25 minutos e então desenforme com cuidado sobre a gradinha – fique ciente de que algumas migalhas da cobertura se desprenderão dos pães ao desenformá-los.

Rend.: 2 babkas, que servem cerca de 8 fatias cada

quinta-feira, setembro 12, 2019

Salada de tomate, pepino, queijo e avocado para verão em pleno começo de setembro


Salada de tomate, pepino, queijo e avocado

Obrigada pelas dicas de sites com receitas vegetarianas – sempre sei que posso contar com vocês e que responderão com carinho as minhas perguntas!

Ainda não consegui ver todas as sugestões, e talvez porque logo na primeira já fiquei decepcionada – ao xeretar o blog Papa Capim, deparei com a autora chamando comida de “secreção”. Fiquei tão enojada, desanimei na hora e não pretendo voltar mais lá: não há receita boa que me faça achar normal esse tipo de coisa. Tenho para mim que é por esse tipo de comentário que tanta gente tem birra do veganismo.

Acabei também comprando dois livros, edições para o Kindle mesmo, porque lá em casa está faltando espaço para livro, e no final de semana vou dar uma espiada nos vídeos dos meninos do Bosh no Youtube.

Hoje tem foto, mas nem tem receita, porque esta salada é algo que faço sempre em casa e no olho mesmo: junto tomate cereja, pepino, feta ou queijo minas frescal em quadradinhos (se uso o último tomo um comprimido de lactase antes de comer), avocado, salsinha fresca e pedacinhos de pão sírio torrado no forno. Jogo por cima um molhinho bem básico feito com azeite, suco de limão, mostarda de Dijon, sal e pimenta. Tem sido uma refeição perfeita para os dias loucos de verão que andam aparecendo ainda no inverno.

sexta-feira, setembro 06, 2019

Rolinhos de amêndoa para aquecer o corpo e a alma


Rolinhos de amêndoa

Anda fazendo um frio danado aqui em São Paulo, gente – voltando do almoço ontem eu quase congelei antes de chegar ao escritório. Um vento cortante, que faz os olhos lacrimejarem e os dentes baterem, e uma garoa fina que gela tudo e transforma o já horrível trânsito da cidade em um completo caos.

Já fui mais amiga do frio, como lhes contei tempos atrás, e hoje não vejo tanta graça assim no inverno, mas confesso que há algo que ainda me deixa animada com os dias mais gelados: ligar o forno e fazer pão. Além do meu já companheiro de todos os dias 100% integral, dá vontade de fazer pãezinhos doces também, para acompanhar um filme ou seriado (no momento, estou viciada em “The Good Wife”). Os rolinhos de amêndoa que lhes trago hoje são um xodó meu: quando criei a receita, ainda pensando no livro, fiquei tão orgulhosa do resultado! Os rolinhos, além de saborosos, ficaram tão bonitinhos. :D Espero que vocês liguem o forno em suas casas e se aqueçam com estes pãezinhos também.

Rolinhos de amêndoa

Rolinhos de amêndoa
receita minha

- xícara medidora de 240ml

Massa:
200ml de leite integral
¼ xícara (56g) de manteiga sem sal, temperatura ambiente e picada
2 ¼ colheres (chá) - 7g - de fermento biológico seco
¼ xícara + 2 colheres (sopa) - 75g - de açúcar cristal
1 ovo grande, temperatura ambiente
1 pitada de sal
½ colher (chá) de extrato de baunilha
3 ¼ xícaras (455g) de farinha de trigo comum

Recheio:
raspas da casca de 1 limão siciliano
¼ xícara (50g) de açúcar demerara
½ xícara (50g) de farinha de amêndoa
¼ xícara (56g) de manteiga sem sal, amolecida
2 colheres (chá) de Amaretto - uso sempre para substituir extrato de amêndoa; use se quiser/tiver em casa

Para pincelar:
1 ovo, temperatura ambiente, batido com 1 colher (chá) de água

Para polvilhar:
açúcar de confeiteiro

Comece preparando a massa: em uma panelinha aqueça o leite até que comece a ferver. Retire do fogo, junte a manteiga e deixe derreter. Assim que a mistura estiver morna, despeje na tigela da batedeira planetária e junte o fermento biológico e o açúcar, misturando bem. Reserve por 5 minutos ou até espumar. Acrescente o ovo, o sal, a baunilha e a farinha bata com o batedor em formato de gancho em velocidade média por cerca de 8 minutos ou até que uma massa lisa e elástica se forme – se preferir, sove à mão por 12-15 minutos. Transfira a massa para uma tigela grande levemente untada com manteiga, cubra com filme plástico e deixe crescer em um lugar morninho, longe de correntes de ar, por cerca de 1 ½ horas, ou até dobrar de volume.

Enquanto isso, prepare o recheio: junte as raspas de limão e o açúcar em uma tigela média e esfregue com as pontas dos dedos até o açúcar ficar aromatizado. Junte a farinha de amêndoa, a manteiga e o Amaretto e misture bem. Reserve.

Transfira a massa para uma superfície levemente enfarinhada e abra com um rolo, formando um retângulo de 30x40cm. Espalhe o recheio sobre toda a massa, deixando 1cm de borda sem recheio. Começando pelo lado mais longo, dobre a massa ao meio, formando agora um retângulo de 15x40cm. Aperte as beiradas da massa para selar bem o recheio, e então corte em 12 fatias. Torça cada fatia levemente, formando uma espiral, e então vá enrolando a ponta para dentro, até formar um disco/círculo. Prenda a ponta apertando levemente a massa com os dedos e transfira todos os rolinhos para uma assadeira grande e rasa forrada com papel manteiga, deixando uma distância de 5cm entre os rolinhos. Cubra com um pano de prato limpo e seco e deixe crescer novamente por 40-45 minutos – enquanto isso, preaqueça o forno a 200°C.

Pincele os rolinhos com o ovo batido e leve ao forno por cerca de 25minutos ou até que dourem bem. Deixe esfriar na forma sobre uma gradinha por 5 minutos, e então deslize o papel sobre a gradinha com cuidado. Deixe esfriar (ou sirva mornos, ficam deliciosos). Antes de servir, polvilhe com açúcar de confeiteiro.

Rend.: 12 unidades


quarta-feira, setembro 04, 2019

Cookies de centeio, amêndoa e limão siciliano, outro obrigada e mais uma pergunta


Cookies de centeio, amêndoa e limão siciliano

Obrigada pelo carinho que vocês me enviaram ao lerem o post sobre a minha avó: senti cada abraço, cada cafuné daqui. Vocês são incríveis. <3


Ultimamente ando alugando vocês demais, não? :) Pois hoje de novo: já comentei aqui no blog e também no Instagram que aqui em casa consumimos pouca carne vermelha (uma vez por semana e olhe lá, às vezes nem isso) e quase nada de frango – a única carne de porco que compro é bacon, e também raramente. Nossas refeições são muitas vezes são veganas sem querer mesmo, porque amo vegetais. Sempre sinto vontade de prepará-los de maneiras mais interessantes e aqui vai a minha pergunta para quem sente o mesmo: onde vocês buscam inspiração? Tem blogs ou sites de receita vegetarianos e veganos bacanas para me indicar? Ganhei de uma amiga querida o livro “O que tem na geladeira?” da Rita Lobo, mas o que busco mesmo é usar vegetais em receitas boas, não somente outras formas de prepará-los individualmente: isso eu já faço e prepará-los assados é imbatível (também confesso que o bode que peguei da Rita me impede de aproveitar o livro como deveria).

Eu não lhes pediria um favor sem oferecer um agradinho em troca, né? :D Trago cookies deliciosos e que combinam demais com um café ou chá quentinho neste dia gelado em São Paulo. Dá para trocar a farinha de amêndoa por de caju ou amendoim, por exemplo, e criar novos sabores igualmente saborosos.

Cookies de centeio, amêndoa e limão siciliano
adaptados dos cookies integrais deste livro

- xícara medidora de 240ml

¾ xícara (150g) de açúcar cristal
raspas da casca de 2 limões sicilianos
1/3 xícara (75g) de cream cheese, temperatura ambiente
½ xícara + 1 colher (sopa) – 127g – de manteiga sem sal, temperatura ambiente
1 colher (chá) de extrato de baunilha
1 colher (chá) de Amaretto – uso sempre para substituir extrato de amêndoa; use se quiser/tiver em casa
2 gemas, temperatura ambiente
165g de farinha de trigo
50g de farinha de centeio fina – eu compro aqui
50g de farinha de amêndoa
1 colher (chá) de fermento em pó
1 pitada de sal
½ colher (chá) de noz-moscada ralada na hora

Preaqueça o forno a 180°C e forre duas assadeiras grandes e rasas com papel manteiga. Em uma tigela média, misture com um batedor de arame as farinhas de trigo, de centeio, de amêndoa, o fermento, o sal e a noz-moscada. Reserve.

Na tigela da batedeira, junte o açúcar cristal e as raspas de limão e esfregue com as pontas dos dedos até o açúcar ficar aromatizado. Junte a manteiga e bata até obter um creme claro – raspe as laterais da tigela ocasionalmente durante todo o preparo da receita.
Junte as gemas e bata para incorporar. Adicione a baunilha e o Amaretto e bata. Desligue a batedeira, acrescente a mistura de ingredientes secos de uma vez e misture em velocidade baixa somente até incorporar e uma massa se formar.

Faça bolinhas usando 2 colheres (sopa) niveladas de massa por biscoito e coloque-as nas assadeiras preparadas deixando 5cm de distância entre elas. Asse por 12-14 minutos ou até que os biscoitos dourem bem nas extremidades. Deixe esfriar nas assadeiras por 5 minutos e então deslize o papel com os biscoitos para uma gradinha e deixe esfriar completamente.

Rend.: cerca de 22 unidades