Há muitos anos rolam nos blogs de comida versões do pão sem sova do Jim Lahey, e eu fui mais lerda do rolê e demorei séculos para fazer a receita, depois de a Marcinha me convencer a prová-la (obrigada, querida!). A receita é maravilhosa, mesmo, e acabou popularizada aqui no Brasil pela Rita Lobo (apesar de ela ter dado crédito ao Luiz Américo Camargo a receita usada por ela no Cozinha Prática é idêntica à do Jim Lahey).
O que eu fiz, há muito tempo, quando ainda testava receitas para o livro, foi usar a técnica do Jim de assar o pão dentro da panela, mas usando uma massa minha, de fermentação mais rápida. Como aqui em casa somos vorazes consumidores de azeitonas, coloquei um bom punhado de azeitonas verdes e pretas na massa e completei com outra porção generosa de parmesão (para vocês terem ideia de como a receita é antiga, eu ainda não tinha intolerância à lactose). O pão é delicioso e úmido, vai lindamente bem com sopas ou em uma tábua de queijos e frios.
Hoje em dia faço a mesma receita, mas omito o queijo e aumento a quantidade total de farinha de trigo para 2 ½ xícaras (350g) e aumento o sal para 1 colher (chá) – o pão fica gostoso, também, mas confesso que o parmesão dá um toque bem especial ao pão.
Ah, lembrando a quem quiser comprar os meus livros: a lista está aqui.
Pão de azeitona e queijo
receita minha
- xícara medidora de 240ml
1 xícara (240ml) de água morna
1 ½ colheres (chá) de fermento biológico seco
½ colher (chá) de açúcar
2 colheres (sopa) de azeite de oliva extra virgem
2 ¼ xícaras (315g) de farinha de trigo comum, uso dividido
1 xícara (140g) de farinha de trigo integral
½ colher (chá) de sal
1 xícara (150g) de azeitonas verdes, sem os caroços e grosseiramente picadas
1 xícara (150g) de azeitonas pretas, sem os caroços e grosseiramente picadas
1 ¼ xícaras (125g) de parmesão, grosseiramente ralado – rale, depois meça
Na tigela da batedeira planetária, misture com um garfo a água, o fermento e o açúcar. Reserve por 5 minutos ou até espumar. Junte o azeite, 2 xícaras (280g) da farinha branca, a farinha integral e o sal e bata com o batedor para massas pesadas em velocidade média até obter uma massa lisa e elástica, cerca de 8 minutos – se sovar na mão, 12-15 minutos. Acrescente o queijo e as azeitonas e misture bem para distribuir os ingredientes por toda a massa – as azeitonas dão umidade à massa e, por isso, caso a massa fique líquida demais, acrescente o ¼ xícara de farinha restante. Se não precisar, não acrescente. Forme uma bola com a massa, transfira para uma tigela grande pincelada com azeite e cubra com plástico filme. Deixe crescer em um lugar morninho da cozinha, longe de correntes de ar, até dobrar de volume, 1 ½ horas.
Quando a massa crescer, divida-a em duas partes iguais e formate cada uma como uma bola (ou se preferir faça um pão só, maior e mais alto) - aqui tenho feito a dica da Rita ligeiramente adaptada: formo as bolas em cima de um pedaço de papel alumínio polvilhado com um pouco de farinha integral: na hora de colocar na panela, só viro a bola de cabeça para baixo, segurando pelo papel.
Deixe crescer novamente, cobertas com um pano de prato limpo e seco, por mais 40 minutos – enquanto isso, preaqueça o forno a 220°C. 25 minutos antes de assar os pães coloque no forno duas panelas de ferro, esmalte ou cerâmica de 20cm de diâmetro (que possam ir ao forno, tenham tampa, e sem nenhum material que possa derreter) e deixe preaquecer – eu testei a receita com uma tigela de cerâmica sem tampa e usei com ela uma tampa de panela de inox, mas que não encaixava perfeitamente. O pão deu certo, mas não ficou tão bonito quanto o outro assado em uma panela bem fechada.
Retire as panelas do forno com cuidado, transfira as bolas de massa para cada uma delas, tampe e volte ao forno. Asse por 30 minutos. Retire a tampa e deixe os pães mais 20 minutos no forno, para que dourem. Retire as panelas do forno com cuidado, vire os pães sobre uma gradinha e deixe esfriar. Sirva mornos ou em temperatura ambiente – os pães ficam ótimos até 3 dias depois se reaquecidos rapidamente no forno.
Rend. 2 pães mais baixinhos, ou 1 pão grande e alto
quarta-feira, julho 11, 2018
Pão de azeitona e queijo
segunda-feira, julho 02, 2018
Gozleme de brócolis, feta e pinoli e inspiração vinda da TV
Obrigada a todos que me escreveram sobre os livros – fiquei muito feliz com os e-mails de vocês! Vou enviar os preços a todos e espero que os Correios não deixem os fretes muito salgados... :)
Falando em salgado, por muitos anos eu preferi fazer receitas doces – especialmente de baking – a receitas salgadas: sou, sim, uma formiga confessa. Entretanto, de uns tempos para cá, depois que comecei a testar as receitas do livro, me peguei apaixonada por receitas salgadas: mal podia esperar para preparar uma sopa ou um macarrão diferentes.
Assim como o maravilhoso Ottolenghi me apresentou à pide, novamente fui inspirada pelos programas de comida da TV e descobri o gozleme – se minha memória não me falha, foi com o Ainsley Harriott e seu delicioso “Temperos pelo Mundo” (canal Discovery World). A massa é uma delícia e dá para variar os recheios infinitamente – o céu é o limite, ou como diz a Rita Lobo, “você é uma pessoa livre”. :D
Faço esses brócolis refogados com Marsala com frequência e achei que ficariam gostosos no gozleme – o salgadinho do feta e o crocante do pinoli tornam o recheio extremamente saboroso.
Gozleme de brócolis, feta e pinoli
receita minha, massa inspirada em várias receitas que vi online
- xícara medidora de 240ml
Massa:
1 colher (chá) de fermento biológico seco
½ colher (chá) de açúcar
¾ xícara (180ml) de água morna
1 colher (chá) de azeite de oliva extra virgem
2 xícaras (280g) de farinha de trigo comum
1 colher (sopa) de iogurte natural integral
1 colher (chá) de sal
Recheio:
1 colher (sopa) de azeite
1 dente de alho, picadinho
200g de floretes de brócolis
sal e pimenta do reino moída na hora
1 colher (sopa) de Marsala ou outro vinho fortificado – o Marsala dá um sabor caramelizado delicioso ao recheio, porém é opcional e pode ser omitido ou substituído por vinho branco seco
100g de queijo feta, picado ou esmigalhado
1 ½ colheres (sopa) de pinoli – pode ser substituído por nozes picadas
Na tigela da batedeira planetária, ou em uma tigela grande caso vá sovar a massa com as mãos, junte o fermento biológico, o açúcar e a água. Misture com um garfo e reserve por cerca de 5 minutos ou até que a mistura espume. Acrescente o azeite, a farinha, o iogurte e o sal. Bata com o batedor em formato de gancho em velocidade média por 6-8 minutos ou até obter uma massa lisa e homogênea – se sovar na mão, 10-12 minutos. Transfira a massa para uma tigela grande pincelada com azeite, cubra com filme plástico e deixe crescer em um lugar livre de correntes de ar até que a massa dobre de volume, cerca de 1 hora e meia – em dias muito frios eu ligo o forno e deixo a cozinha mais morninha para que a massa cresça bem.
Enquanto isso, prepare o recheio: em uma frigideira antiaderente grande aqueça o azeite em fogo médio-alto. Junte o alho e refogue por apenas 1 minuto, até perfumar. Acrescente os floretes de brócolis e misture, refogando por todos os lados, num total de 3 minutos. Tempere com sal e pimenta do reino (cuidado com o sal, pois o feta é salgado), acrescente o Marsala e cozinhe por mais 1 minuto ou até o vinho secar. Retire do fogo, deixe esfriar e misture o feta e o pinoli.
Divida a massa em 4 partes iguais. Em uma superfície levemente enfarinhada, abra cada pedaço de massa com um rolo até obter um círculo de 22-25cm de diâmetro. Coloque ¼ do recheio em um dos lados do círculo e depois dobre a outra metade sobre o recheio, fechando bem as laterais para que o recheio não escape (mais ou menos como fazemos com pastel).
Aqueça uma frigideira antiaderente grande em fogo alto. Pincele um dos lados do gozleme com azeite e coloque na frigideira com o lado pincelado para baixo, grelhando por 2-3 minutos ou até que doure e fique com queimadinhos saborosos. Antes de virar, pincele com azeite o lado que ainda não foi grelhado e vire. Grelhe do outro lado por mais 2-3 minutos. Repita o processo com os gozlemes restantes. Sirva em seguida.
Rend.: 4 unidades
sexta-feira, junho 29, 2018
Barrinhas de geleia e granola e a lista de livros à venda
Hoje posto a primeira leva de livros que pretendo vender, conforme lhes contei no post de outro dia. Peço que, por favor, me enviem um email – patricia (ponto) scarpin@gmail.com – caso tenham interesse em algum livro: incluam o seu endereço no email para que eu possa calcular o frete. Para ver a lista, clique aqui.
Trago novidades sobre a venda de livros, mas trago receita também: estas barrinhas são perfeitas para usar aquela granola que anda esquecida no fundo do armário. Dá para variar as barrinhas usando diferentes sabores tanto de granola quanto de geleia.
Barrinhas de geleia e granola
receita minha
Base:
¼ xícara (50g) de açúcar cristal
¾ xícara (105g) de farinha de trigo
1/3 xícara (45g) de farinha de trigo integral
1 pitada de sal
100g de manteiga sem sal, derretida e fria
1 gema (guarde a clara para fazer a cobertura)
½ colher (chá) de extrato de baunilha
Recheio e cobertura:
½ xícara (170g) de geleia da sua preferência – gosto de amora, framboesa e damasco para esta receita (com a de morango acho que fica muito doce)
1 ¾ xícaras (210g) de granola
1 clara
Comece preparando a base: preaqueça o forno a 180°C. Forre com papel alumínio uma forma quadrada de 20cm deixando sobras em dois lados opostos, formando “alças” (para desenformar mais facilmente as barrinhas). Unte o papel com manteiga.
Em uma tigela grande, misture as farinhas, o açúcar, e o sal. Acrescente a manteiga, a gema e a baunilha e misture levemente até que uma massa comece a se formar, esfarelada mesmo – não misture demais para que a base não fique dura e ressecada. Aperte a mistura no fundo da forma preparada e leve ao forno por 25-30 minutos ou até dourar.
Retire do forno e, com cuidado, espalhe a geleia sobre a base. Em uma tigela, misture bem a granola e a clara e em seguida espalhe sobre a camada de geleia de maneira bem uniforme. Volte ao forno por mais 20 minutos. Retire do forno e deixe esfriar na forma sobre uma gradinha. Corte em quadradinhos para servir.
Rend.: 16 barrinhas
Livros à venda
Peço que, por favor, me enviem um email – patricia (ponto) scarpin@gmail.com – caso tenham interesse em algum livro: incluam o endereço no email para que eu possa calcular o frete.
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quarta-feira, junho 27, 2018
Waffles de cacau com bananas caramelizadas e pensamentos sobre café da manhã
Às vezes fico pensando em como a gente muda de ideia na vida, nas diferentes fases e idades . Eu digo que não faço tatuagem porque não sou capaz de gostar de nada para sempre e provavelmente mudaria de ideia algumas vezes depois de marcar a pele.
Quando era mais xóvem achava o máximo café da manhã na cama: aqueles filmes água com açúcar na adolescência imprimem na cabeça da gente que não há nada mais romântico. Hoje, do alto dos meus 39, não quero saber de comer nada na cama, não: faz sujeira, cai farelo de pão no lençol que depois vai te pinicar à noite. :D
Ainda assim, café da manhã caprichado, na mesa mesmo, é coisa de filme para mim: nos dias úteis eu tomo café no trabalho, pois entro cedo no escritório (trabalhar em empresa europeia é isso: quando a gente começa o dia mil coisas já rolaram na matriz), e aos finais de semana não enrolo no café, não, porque quero sair logo de casa para me exercitar. Entretanto, nada me impede de fazer receitas de café da manhã para o café da tarde, e estes waffles de cacau são deliciosos – quem não quiser fazer waffle pode preparar as bananas carameladas para servir com sorvete. :)
Waffles de cacau com bananas caramelizadas
receita minha
- xícara medidora de 240ml
Waffles:
1 xícara (140g) de farinha de trigo
3 colheres (sopa) de cacau em pó, sem adição de açúcar
½ colher (chá) de fermento em pó
¼ colher (chá) de bicarbonato de sódio
1 pitada de sal
3 colheres (sopa) de açúcar cristal
¼ xícara (56g) de manteiga sem sal, derretida e fria
1 xícara (240ml) de buttermilk*
1 colher (chá) de extrato de baunilha
Bananas caramelizadas:
2 ½ colheres (sopa) - 35g - de manteiga sem sal
1 ½ colheres (sopa) de açúcar cristal
¼ colher (chá) de canela em pó
4 bananas nanicas em rodelas
1 ½ colheres (sopa) de uísque, Marsala, rum ou água
Em uma tigela grande, peneire a farinha, o cacau, o fermento, o bicarbonato de sódio e o sal. Reserve.
Em uma tigela média, misture bem com um batedor de arame o açúcar, a manteiga, o buttermilk e a baunilha. Despeje sobre os ingredientes secos e misture gentilmente, de baixo para cima, com uma espátula de silicone – a massa não ficará lisa, é assim mesmo.
Preaqueça a máquina de waffle. Cozinhe porções de massa por vez, até que cada waffle doure – siga as instruções do fabricante. Enquanto isso, vá preparando as bananas: aqueça a manteiga em uma frigideira antiaderente grande em fogo alto. Acrescente o açúcar e a canela e misture para que o açúcar comece a derreter. Junte as bananas e frite-as levemente dos dois lados até dourar. Acrescente a bebida da sua escolha, misture para dissolver o caramelo do fundo da panela e cozinhe por 1 minuto. Desligue o fogo e sirva com os waffles.
*para fazer 1 xícara de buttermilk em casa: coloque 1 colher (sopa) de suco de limão em uma xícara medidora de 240ml, complete com leite integral em temperatura ambiente e aguarde 10 minutos para sorar; use todo o conteúdo da xícara na usa receita
Rend.: 4 porções
sexta-feira, junho 22, 2018
Rolinhos de laranja, canela e sementes de papoula, comentários e um seriado
Minha rotina é puxada e eu fico bem feliz quando me sobra tempo para escrever aqui no blog. É terapêutico para mim. Não consigo sempre responder os comentários de vocês, mas saibam que leio um a um, com um carinho enorme. E nos dias em que bate a bad e a tristeza me joga no chão eu leio novamente os comentários, novamente um a um, e são como um bálsamo. Por isso, muito obrigada por virem aqui me visitar e deixar o afeto de vocês em forma de comentários. <3
Algumas de vocês me contaram nos comentários que gostam de quando escrevo sobre filmes e seriados, faz tempo que não faço isso direito. Mencionei “Trust” outro dia, mas ainda estava na metade da temporada. Fiquei bem interessada quando li sobre o que se tratava – o sequestro de John Paul Getty III e a confusão danada causada pelo avô que não queria pagar o resgate – mas ao mesmo tempo tinha “Todo o Dinheiro do Mundo” na minha lista, com Christopher Plummer e Michelle Williams, atriz que eu achei um picolé de chuchu por anos a fio até vê-la como Marilyn (daí caí de amores por ela). Ao ler que “Trust” tinha Donald Sutherland como o velho pão duro e Danny Boyle como produtor e diretor me joguei de cabeça. :)
O seriado é realmente excelente e nem tinha como ser diferente, mas as surpresas são mesmo a volta de Brendan Fraser, ator cujo único trabalho bom até então havia sido “Deuses e Monstros” (que filmaço, meu deus) e Harris Dickinson, que segura um rojão nada fácil de maneira grandiosa – Angelina nada boba que é já colocou o menino em “Malévola 2”. Pensando nele e seus cabelos alaranjados e suas muitas sardas eu trago a receita de hoje: o bom e velho rolinho de canela, ou cinnamon roll, perfumado e dourado de laranja e pintado de sementes de papoula.
Rolinhos de laranja, canela e sementes de papoula
receita minha
Massa:
½ xícara (120ml) de leite integral morno
¼ xícara (50g) de açúcar cristal
2 ½ colheres (chá) de fermento biológico seco
raspas da casca de 1 laranja grande
1 ovo grande, temperatura ambiente
¼ xícara (56g) de manteiga sem sal, amolecida
1/3 xícara (80ml) de suco de laranja
1 pitada de sal
½ colher (chá) de extrato de baunilha
3 ½ xícaras (490g) de farinha de trigo comum
2 colheres (sopa) de sementes de baunilha
Recheio:
½ xícara (100g) de açúcar cristal
raspas da casca de 1 laranja grande
1 colher (chá) de canela em pó
3 colheres (sopa) – 42g – de manteiga sem sal, amolecida
Glacê:
½ xícara (70g) de açúcar de confeiteiro, peneirado – meça, depois peneire
1-2 colheres (sopa) de suco de laranja
Comece pela massa: na tigela da batedeira planetária, misture com um garfo o leite, ½ colher (chá) do açúcar e o fermento. Reserve por 5 minutos ou até espumar. Enquanto isso, em uma tigelinha, misture o açúcar restante e as raspas de laranja com as pontas dos dedos até o açúcar ficar aromatizado. Junte o ovo, a manteiga, o suco de laranja, o sal, a baunilha, a farinha e as sementes de papoula e misture com o batedor para massas pesadas em velocidade média até obter uma massa lisa e elástica, cerca de 8 minutos – se sovar na mão, 12-15 minutos. Forme uma bola com a massa, transfira para uma tigela grande pincelada com manteiga e cubra com plástico filme. Deixe crescer em um lugar morninho da cozinha, longe de correntes de ar, até dobrar de volume, 1 ½ horas.
Recheio: em uma tigelinha, misture o açúcar e as raspas de laranja com as pontas dos dedos até o açúcar ficar aromatizado. Junte a manteiga e a canela e misture bem.
Forre uma forma redonda de 23cm com papel manteiga e unte-o com manteiga. Dê um soquinho na massa para remover o excesso de ar. Sobre uma superfície levemente enfarinhada, abra a massa com um rolo até obter um retângulo de 30x50cm. Espalhe o recheio sobre a massa usando uma espátula de silicone, deixando uma borda de 1cm. Começando por um dos lados mais longos, enrole a massa de maneira firme, formando um cilindro. Corte em 10 fatias iguais e coloque cada uma delas lado a lado na forma preparada com o lado cortado virado para cima. Cubra com um pano de prato limpo e seco e deixe crescer novamente por 40-60 minutos – enquanto isso, preaqueça o forno a 200°C.
Asse os pãezinhos por 25-30 minutos ou até que fiquem bem dourados e assados por dentro.
Enquanto isso, faça o glacê: em uma tigelinha, misture o açúcar e o suco de laranja até obter uma calda espessa. Reserve.
Retire os pães do forno e deixe esfriar na forma sobre uma gradinha por 5 minutos. Desenforme com cuidado transferindo os pãezinhos para a gradinha e remova o papel manteiga. Regue com o glacê. Sirva mornos ou em temperatura ambiente.
Os pãezinhos podem ser guardados em um recipiente hermético em temperatura ambiente por até 3 dias.
Rend.: 10 unidades
quarta-feira, junho 20, 2018
Rolinhos de frango com espinafre, queijo Canastra e bacon para o Tony
A morte do Anthony Bourdain há algumas semanas me deixou chocada e triste e acredito que aconteceu o mesmo com vocês. Temos essa ideia de que alguém como ele, ou como Kate Spade, tem vidas perfeitas e na verdade a gente nunca sabe as batalhas que cada um trava diariamente.
Vi um vídeo do Tony na Oprah há muitos anos, quando “Kitchen Confidential” foi lançado, em que ele comenta que os chefs acham frango uma coisa bem sem graça. Olha, Tony, eu concordo e te confesso que hoje em dia raramente como frango – na verdade, sem querer mesmo, minhas refeições tem se tornado cada vez mais vegetarianas, e quando consumo proteína animal o frango vem lá no final da minha lista. Entretanto, dá pra deixar o franguinho um pouco menos chato, viu? O de hoje é recheado com espinafre e queijo Canastra, tem uma capinha de bacon e rende uma bela refeição acompanhado de salada verde.
Rolinhos de frango com espinafre, queijo Canastra e bacon
receita minha
- xícara medidora de 240ml
1 ½ colheres (sopa) de azeite de oliva
2 dentes de alho amassados e picadinhos
3 xícaras (180g) de espinafre fresco, somente as folhas – aperte-as na xícara na hora de medir
sal e pimenta do reino moída na hora
1 pitada de noz moscada moída na hora
12 fatias de bacon
12 filés fininhos de peito frango – eu peço para o açougueiro cortar para mim
150g de queijo Canastra em fatias finas
Preaqueça o forno a 200°C. Forre uma assadeira média e rasa com papel alumínio.
Aqueça o azeite em uma frigideira grande em fogo alto. Junte o alho e refogue apenas por 30 segundos. Em seguida junte o espinafre, tempere com sal, pimenta do reino e a noz-moscada e refogue por alguns segundos, somente até murchar. Retire do fogo, transfira para uma peneira e aperte com as costas da colher para remover o excesso de água.
Disponha as fatias de bacon sobre uma tábua e coloque um filezinho de frango sobre cada uma delas. Tempere com sal e pimenta. Coloque um pedaço de queijo e um pouco do espinafre (bem espremido) em uma das pontas do filé e vá enrolando tudo de maneira firme, até formar um rolinho. Prenda com palitos de dente. Repita o processo com os filezinhos restantes.
Arrume os rolinhos na assadeira preparada deixando um espaço de 3-5cm entre um e outro e leve ao forno por 20-25 minutos ou até o frango estar cozido por dentro. Sirva imediatamente.
Rend.: 4 porções
terça-feira, junho 19, 2018
Sablés de amendoim com chocolate e biscoitos caseiros
Minha mãe cozinhava maravilhosamente bem e fazia bolos simples, porém deliciosos: de fubá, laranja, chocolate, formigueiro... Eram sucesso nas barraquinhas de doce das festas juninas da escola onde estudei e sempre os primeiros a serem vendidos. Cresci comendo bolos caseiros – nunca de caixinha – e foi mesmo um bolo a minha primeira tentativa de fazer algo na cozinha (a segunda também).
Diferentemente dos bolos, biscoitos caseiros foram uma novidade com que deparei já mais velha. Com exceção da boa e velha goiabinha e dos sequilhos, cujas receitas vieram da minha tia-avó e da Ofélia, respectivamente (e que davam certo todas as vezes), na adolescência cheguei a fazer umas duas ou três vezes receitas de biscoitos encontradas nas embalagens de ingredientes como amido de milho e farinha de trigo, mas os resultados foram tão pífios que nem contam.
Lá pelos idos de 2006, quando comecei a usar livros de receita americanos é que realmente aprendi o que eram biscoitos caseiros e o quanto eles eram deliciosos. A primeira vez que fiz um chocolate chip cookie como se deve percebi que nada tinham a ver com biscoitos comprados nos supermercados: ao contrário destes, os caseiros eram crocantes nas extremidades, macios no centro, pontilhados de chocolate e irresistíveis.
Com o tempo vieram outras receitas de biscoitos, de diferentes texturas e sabores, e os sablés se tornaram os meus favoritos. Os de hoje são uma variação de uma receita ótima da Alice Medrich.
Sablés de amendoim com chocolate
adaptados daqui
- xícara medidora de 240ml
½ xícara (100g) de açúcar cristal
¼ colher (chá) de sal
1 xícara (100g) de farinha de amendoim
1 xícara (226g) de manteiga sem sal, levemente amolecida, em pedaços graúdos
½ colher (chá) de extrato de baunilha
1 ½ colheres (chá) de Frangelico (opcional)
2 xícaras (280g) de farinha de trigo
200g de chocolate amargo ou meio amargo, picadinho – usei um com 70% de cacau
Coloque o açúcar, o sal e a farinha de amendoim na tigela da batedeira e misture em velocidade média até incorporar. Junte a manteiga, a baunilha e o Frangelico e misture em velocidade média até obter um creme. Junte a farinha e misture em velocidade baixa somente até que uma massa comece a se formar. Termine de misturar com uma espátula de silicone.
Divida a massa em duas partes iguais e coloque cada metade em um pedaço grande de papel manteiga; forme um cilindro de aproximadamente 3,5cm de diâmetro com a massa, fechando-a dentro do papel manteiga usando uma régua – como a Martha faz aqui. Feche as pontas e leve à geladeira por 4 horas ou até firmar bem (os cilindros de massa podem ser guardados na geladeira por até 3 dias ou no freezer por até 1 mês).
Pré-aqueça o forno a 180°C; forre duas assadeiras grandes com papel manteiga. Desembrulhe um dos cilindros de massa (mantenha o outro no freezer). Corte em fatias de 6mm e coloque-as nas assadeiras preparadas deixando um espaço de 2,5cm entre uma e outra. Asse por 12-15 minutos ou até que os biscoitos estejam dourados nas extremidades. Deixe esfriar nas assadeiras sobre gradinhas por 5 minutos e então deslize o papel com os biscoitos para a gradinha e deixe esfriar completamente. Repita o processo com o outro cilindro de massa.
Derreta 2/3 do chocolate em uma tigela pequena em banho-maria (não deixe o fundo da tigela tocar a água). Quando derreter, retire do fogo e junte o chocolate restante, misturando bem até ficar liso e homogêneo. Banhe as pontas de cada biscoito no chocolate, retire o excesso de chocolate do lado de baixo com uma espátula (senão o chocolate gruda no papel) transfira-os para uma assadeira rasa forrada com papel manteiga e deixe secar – se quiser acelerar o processo, leve à geladeira.
Os biscoitos sem a cobertura de chocolate duram até 5 dias em um recipiente hermético em temperatura ambiente. Biscoitos banhados no chocolate perdem a crocância rapidamente, portanto deixe para banhar somente no dia de servir.
Rend.: cerca de 45 unidades
sexta-feira, junho 15, 2018
Sopa de cenoura e alho-poró assados com pesto de rúcula
Ando numa vibe de sopas ultimamente, mesmo nos dias não tão frios assim. Além de serem deliciosas, gosto da praticidade e da rapidez das sopas, e quase sempre faço um pouco a mais para congelar.
Ontem mesmo fiz a sopa de lentilha e espinafre da Rita Lobo para o jantar: quentinha, deliciosa, nutritiva, ficou pronta em pouquíssimo tempo na panela de pressão e eu ainda roubei no jogo e usei espinafre congelado. O problema foi que a receita diz servir 4 porções, mas eu e o João demos conta da panela inteira sozinhos. :)
A de cenoura que lhes trago hoje é deliciosa, mais gostosa do que a outra sopa de cenoura que postei no blog há anos e que muita gente já fez e adorou. O pesto de rúcula neste caso foi propositalmente feito sem alho para que não fique indigesto.
Sopa de cenoura e alho-poró assados com pesto de rúcula
receita minha
Sopa:
1,2 kg de cenouras (cerca de 6 médias), descascadas e cortadas em pedaços grandes – se forem orgânicas, nem precisa descascar
4 dentes de alho inteiros
2 alhos-porós grandes, cortados em rodelas largas
2 colheres (sopa) de azeite de oliva
sal e pimenta do reino moída na hora
1,5 litro de caldo de legumes caseiro
Pesto:
1 xícara de folhas de rúcula – aperte-as na xícara na hora de medir
2 colheres (sopa) de queijo parmesão – se quiser fazer pesto vegano, substitua o queijo por levedura nutricional
2 colheres (sopa) de pinoli – podem ser substituídos por castanha de caju ou nozes
1/3 xícara (80ml) de azeite de oliva extra virgem
sal e pimenta do reino moída na hora
Comece pela sopa: preaqueça o forno a 200°C. Forre uma assadeira grande e rasa com papel alumínio.
Coloque as cenouras, os dentes de alho e os alhos-porós em uma tigela grande, regue com o azeite, tempere com sal e pimenta e misture bem. Transfira para a assadeira preparada e arrume-os de forma a fazer uma única camada de legumes. Leve ao forno por 50-60 minutos ou até que as cenouras estejam macias e levemente caramelizadas.
Retire os dentes de alho da casca e transfira-os para um liquidificador junto com as cenouras e os alhos-porós. Acrescente o caldo de legumes e bata até obter uma mistura cremosa – faça isso em duas etapas para que a mistura não vaze do copo do liquidificador. Se preferir uma sopa mais lisa, passe por uma peneira, e se a sopa ficar espessa demais para o seu gosto acrescente um pouco de água. Transfira para uma panela, aqueça, cheque o sal e sirva com o pesto por cima de cada porção.
Agora, o pesto: junte as folhas de rúcula, o parmesão, o pinoli/as nozes e o azeite no processador de alimentos e bata até obter uma pasta. Tempere com sal e pimenta e pulse novamente. Sirva sobre a sopa.
Rend.: 4-5 porções
quinta-feira, junho 14, 2018
Clafoutis de mirtilo, sobremesa boa para o friozinho
Quem me lê há um tempinho sabe o quanto eu amo clafoutis, tanto doce quanto salgado: adoro a textura suave e o fato de podermos brincar com os sabores como bem quisermos.
O que trago hoje é de mirtilo e taí uma fruta na qual eu não acho um pingo de graça quando está in natura, mas quando passa por algum tipo de cocção se transforma em pequenas bolinhas de geleia absolutamente deliciosas. No friozinho que está fazendo aqui em São Paulo hoje esta sobremesa é perfeita, mas quem é veterano do TK também sabe que eu como sobremesa quente mesmo que esteja 33°C. Louca de pedra. :)
Clafoutis de mirtilo
receita minha
- xícara medidora de 240ml
2 ovos grandes
1/3 xícara (66g) de açúcar cristal
1 colher (chá) de extrato de baunilha
3 colheres (sopa) de farinha de trigo
1 pitada de sal
1 pitada de canela em pó
¼ xícara (60ml) de leite integral, temperatura ambiente
¼ xícara (60ml) de creme de leite fresco
¾ xícara (100g) de mirtilos frescos ou congelados – se usar congelados, não descongele antes de usar
1 colher (sopa) de açúcar demerara
Preaqueça o forno a 180°C. Unte com manteiga dois refratários rasos com capacidade para 1 xícara (240ml).
Em uma tigela média, bata com um batedor de arame os ovos e o açúcar cristal até obter um creme homogêneo e claro, parecido com uma gemada. Junte a baunilha e misture bem. Com uma espátula de silicone, incorpore gentilmente a farinha, o sal e a canela, misturando de baixo para cima, até que não haja nenhum grumo. Incorpore o leite e o creme de leite – a mistura deve ser lisa. Despeje nos refratários preparados e espalhe os mirtilos sobre a massa. Salpique tudo com o açúcar demerara.
Leve ao forno por cerca de 25 minutos ou até que a mistura infle, firme ligeiramente e uma crosta se forme. Retire do forno e sirva imediatamente.
Rend.: 2 porções
segunda-feira, junho 11, 2018
Empanadas de carne e queijo e nostalgia
De uns tempos para cá não tenho cozinhado nada muito diferente e doces mesmo nunca mais fiz. Domingo meu irmão veio me visitar e como ele é louco pelo bolo toalha felpuda prometi a ele que faria: havia séculos que não preparava um bolo. Escrevi isso no Instagram: simplesmente não sinto mais vontade, o que é louco, já que em um passado não muito distante eu fazia pelo menos um bolo por semana. A alegria que senti enquanto preparava o bolo para meu irmão foi enorme, aquele calor no coração que aquece a alma e coloca um sorrido no rosto da gente. Eu havia me esquecido de como era sentir isso.
Quando seleciono as receitas para postar aqui sinto um misto de alegria e tristeza: alegria por ver tantas receitas deliciosas que criei com amor, fotos lindas que fiz com o maior capricho que podia, e tristeza por não ter mais dentro de mim este sentimento. Sinto saudade dos momentos em que fiz determinadas receitas. Sinto nostalgia pelo dia em que testei algo pela segunda, terceira vez, o teste seguido pela foto, a comida virando almoço, jantar, café da tarde. Eu sinto saudade da Patricia que eu era lá e que parece não existir mais.
As voltas que o mundo dá. Às vezes a gente cai sentado, de bunda no chão, e não tem forças para levantar.
Estas empanadas são inspiradas pelas de palmito que fiz séculos atrás, para a outra Copa do Mundo. As de hoje são de carne e queijo e igualmente deliciosas. Quem estiver com preguiça pode usar o recheio para pastel e para buraco quente – faço isso direto. :)
Empanadas de carne e queijo
receita minha, inspirada nas empanadas de palmito que postei séculos atrás
- xícara medidora de 240ml
Massa:
215g de farinha de trigo
100g de farinha de trigo integral
1 ½ colheres (chá) de sal
½ xícara (113g) de manteiga sem sal, gelada e em cubinhos de pouco mais de 1cm
1 ovo grande
1/3 (80ml) de água gelada
1 colher (sopa) de vinagre de vinho branco
Recheio:
1 colher (sopa) de azeite de oliva
250g de carne moída – eu gosto de patinho
1 cebola pequena, picadinha
2 dentes de alho, picadinhos
1 ½ colheres (sopa) de vinho tinto seco
2 tomates italianos maduros e sem as sementes, passados no processador
¼ xícara de azeitonas verdes em rodelas
1 punhado de salsinha fresca picada
100g de mozarela ralada
Para pincelar:
1 ovo + ½ colher (chá) de água, levemente batidos com um garfo
Comece pela massa: peneire as farinhas e o sal em uma tigela grande e junte a manteiga, misturando com as pontas dos dedos até obter uma farofa grossa. Em um potinho, bata juntos com um garfo o ovo, a água e o vinagre. Adicione aos ingredientes secos, mexendo com um garfo, até que uma massa comece a se formar – a massa vai parecer despedaçada, mas ao sovar ela se forma. Eu fiz a massa no processador de alimentos e foi fácil e rápido.
Transfira a mistura para uma superfície levemente enfarinhada e junte a massa com as mãos, sovando levemente, apenas o suficiente para que a massa se forme. Molde-a em um retângulo, embrulhe em filme plástico e leve à geladeira por pelo menos 1 hora.
Recheio: aqueça o azeite em uma panela média em fogo algo. Junte a carne e refogue até dourar bem. Junte cebola e refogue até ficar transparente, 3-4 minutos. Junte o alho e refogue até perfumar. Tempere com sal e pimenta, adicione o vinho e raspe os queimadinhos no fundo da panela. Quando o vinho secar, acrescente o tomate e cozinhe por 4-5 minutos ou até a carne secar quase que completamente. Junte as azeitonas e a salsinha. Desligue o fogo, junte o queijo e misture até derreter. Cheque o tempero. Deixe esfriar completamente.
Pré-aqueça o forno a 200°C. Forre duas assadeiras grandes, de beiradas baixas, com papel alumínio.
Retire a massa da geladeira e abra com um rolo até que fique com aproximadamente 6mm de espessura. Corte círculos de 10cm de diâmetro com a massa e coloque cerca de 1 colher (sopa) rasa de recheio em cada um. Dobre a massa, formando uma meia-lua, e aperte bem as pontas para selar o recheio. Transfira para a assadeira preparada.
Quando terminar de formatar todas as empanadas, pincele-as com o ovo batido e leve ao forno por 25-30 minutos ou até dourarem.
Rend.: cerca de 20 unidades
quarta-feira, junho 06, 2018
Sopa de legumes e sensação de aconchego, com e sem comida
Uma vez, há muitos anos, uma amiga me disse que não contava seus problemas para ninguém, pois não queria que se metessem ou dessem palpites na vida dela. Por muitos anos segui essa mesma linha, acreditando que seria a melhor coisa a fazer, até que o Universo me enviou um pepino gigante – foi quando desabafei com uma amiga muito especial e no final das contas ela me ajudou imensamente, de uma forma tão generosa que eu me sinto em eterna dívida. Naquela ocasião senti o quanto era querida e o quanto as pessoas que nos cercam são essenciais em nossas vidas. Hoje tenho certeza de que compartilhar meus momentos tanto ruins quanto bons com algumas pessoas me traz somente benefícios.
Escrevo isso hoje porque havia um ano em que estava lutando contra a alopecia e não dividia isso com ninguém além do meu marido. Sofri sozinha, dentro da minha cabeça, várias vezes. Chorei muito também. A cada tufo de cabelo que caía, a cada banho, a cada tentativa de tratamento que não dava certo. Quando deixei de fazer disso um segredo, recentemente, recebi muito apoio e carinho. Gente preocupada comigo de uma maneira genuína. Um montão de afeto. Foi incrível, me senti muito acolhida. Aquele quentinho no coração.
E já que falei de sensação de aconchego, para mim sopas são perfeitas para isso: sempre me sinto abraçada por dentro quando tomo uma sopinha. A de hoje é de legumes, uma versão um tiquinho diferente da sopa de legumes que mais faço na vida, e igualmente deliciosa.
Sopa de legumes
receita minha
- xícara medidora de 240ml
2 colheres (sopa) de manteiga sem sal
1 alho-poró grande, cortado ao meio no sentido do comprimento para facilitar a lavagem, e então em meias-luas finas
2 dentes de alho grandes picadinhos
¾ xícara de tomates cerejas, cortados ao meio - meça, depois corte
1 batata grande, descascada e em cubinhos
1 cenoura grande, descascada e em cubinhos
1 punhado (120g) de vagens – remova as pontinhas e corte em rodelas
2 xícaras (480ml) de caldo de legumes caseiro quente
1 ½ xícaras (360ml) de água quente
2 folhas de louro fresco
4 raminhos de tomilho fresco
sal e pimenta do reino moída na hora
1 xícara (130g) de ervilhas congeladas – não precisa descongelar antes de usar
Aqueça a manteiga em uma panela grande em fogo alto até derreter – se estiver usando panela de inox de fundo triplo, use fogo médio. Junte o alho-poró e refogue, mexendo ocasionalmente, até murchar levemente. Acrescente o alho e refogue por 1 minuto, até perfumar. Junte os tomates cereja, refogue por 1 minuto, e então acrescente a batata, a cenoura e as vagens e refogue por 2 minutos.
Acrescente o caldo e a água, as ervas e tempere com sal e pimenta do reino. Quando levantar fervura, abaixe o fogo e deixe cozinhar por 10 minutos. Acrescente as ervilhas e cozinhe por mais 2 minutos – verifique se os legumes estão macios: se for necessário, deixe a sopa no fogo mais alguns minutinhos.
Retire as folhas de louro e os cabinhos de tomilho, cheque o tempero e sirva.
Rend.: 4 porções
segunda-feira, maio 28, 2018
Blondies de snickers e o desespero por doces
Eu acho que no geral posso me considerar uma pessoa controlada com a alimentação: como de quase tudo, tento levar minha própria comida para o trabalho sempre que dá, não bebo refrigerante, consumo muitas verduras e legumes. Mas tem horas em que o desespero por doce bate forte – geralmente na TPM – e muitas vezes é vontade de doce porcaria mesmo, cheio de corantes e aromatizantes: #quem nunca? :)
Em um destes rompantes eu comprei vários Snickers, mas depois que a nuvem da TPM passou eu fiquei com eles encalhados em casa: não dava vontade de comer, são doces demais. Para não desperdiçar cortei os Snickers em pedacinhos e joguei em uma massa de blondies – a ideia já tinha funcionado para a versão morena da sobremesa e deu certo aqui também.
Se você preferir usar ingrediente de qualidade em vez de doce porcaria, substitua os Snickers por gotas de chocolate amargo.
E obrigada a todos pelos comentários sobre a minha venda de livros! Fiquei feliz demais com o interesse de vocês. Estou preparando a lista, logo publicarei aqui no blog.
Blondies de snickers
receita minha
- xícara medidora de 240ml
1 xícara (140g) de farinha de trigo
1 colher (chá) de fermento em pó
1 pitada de sal
¼ colher (chá) de canela em pó
½ xícara (113g) de manteiga sem sal, derretida e fria
¾ xícara (130g) de açúcar mascavo claro – aperte-o na xícara na hora de medir
1 ovo grande
1 colher (chá) de extrato de baunilha
2 Snickers em cubinhos
Preaqueça o forno a 180°C. Unte uma forma quadrada de 20cm levemente com manteiga, forre-a com papel alumínio deixando sobras em lados opostos, formando “alças”, e unte o papel também.
Em uma tigela pequena, misture bem com um batedor de arame a farinha, o fermento, a canela e o sal. Reserve.
Em uma tigela média, misture com um batedor de arame a manteiga, o açúcar mascavo, o ovo a baunilha. Incorpore os ingredientes secos com uma espátula de silicone e junte os Snickers. Transfira a massa para a forma preparada e alise a superfície. Asse por 15-20 minutos ou até que doure e um palito inserido no centro saia com migalhas úmidas. Deixe esfriar completamente na forma sobre uma gradinha. Corte em quadradinhos para servir.
Rend.: 16 unidades
terça-feira, maio 22, 2018
Muffins de coco, mirtilo e chocolate branco e uma pergunta para vocês
Este blog anda meio tristonho, meio sombrio ultimamente – tenham paciência com esta que vos escreve. Há horas em que quero falar sobre assuntos alegres e corriqueiros, como o melhor filtro solar para quem tem melasma ou o seriado novo que descobri (neste caso, é “Trust” e estou amando), e há horas em que quero expurgar os sentimentos ruins que vão se multiplicando dentro do coração, por mais que eu tente combater a sua existência.
No momento tenho um problema de espaço em casa e preciso me desfazer de parte da minha amada coleção de livros. Além do problema de onde colocar tantos livros, muitos deles já não me servem mais, infelizmente, seja por causa do meu pouco tempo para cozinhar (e quase zero tempo para doces), seja por causa da minha intolerância à lactose e restrição a leite de vaca – que, aliás, explicando melhor já que algumas pessoas me perguntaram: sim, eu posso tomar um comprimido de lactase para comer coisas com laticínios e vinha fazendo isso desde a descoberta do problema. Entretanto, estou enfrentando também outro problema de saúde, a alopecia (agora vai dando pra perceber o porquê de eu andar de teto baixo), e como o consumo de leite de vaca aumenta os níveis de dihidrotestosterona no organismo precisei cortar mesmo.
Minha ideia é vender parte dos livros, inspirada pela rapa que a Ana fez antes de se mudar do país. Vocês estariam interessados? Vou fazer uma lista para um próximo post e dividir com vocês, quem sabe dá certo?
UPDATE: a lista de livros à venda está aqui.
Enquanto isso não acontece, trago muffins: macios, fofinhos, perfumados e deliciosos. Os mirtilos entram sem graça na massa crua e saem do forno saborosas bolinhas de geleia.
Muffins de coco, mirtilo e chocolate branco
receita minha
- xícara medidora de 240ml
2 xícaras (280g) de farinha de trigo
¾ xícara (150g) de açúcar cristal
¼ xícara (25g) de coco ralado sem adição de açúcar
3 colheres (chá) de fermento em pó
1/8 colher (chá) de sal
½ xícara (120ml) de leite, temperatura ambiente
½ xícara (120ml) de leite de coco
½ tablete (100g) de manteiga sem sal, derretida e fria
1 ovo grande
1 colher (chá) de extrato de baunilha
1 xícara (140g) de mirtilos, frescos ou congelados (não descongelar antes)
2/3 xícara (110g) de gotas de chocolate branco
Preaqueça o forno a 200°C. Forre uma forma de muffin com 12 cavidades com forminhas de papel.
Em uma tigela grande, misture com um batedor de arame a farinha, o açúcar, o coco ralado, o fermento em pó e o sal. Reserve.
Em uma tigela média, misture com um batedor de arame o leite, o leite de coco, a manteiga, o ovo e a baunilha. Despeje sobre os ingredientes secos e misture com um garfo somente até incorporar os ingredientes – não misture demais ou os muffins ficarão duros; massa de muffin não é lisa como massa de bolo. Incorpore os mirtilos e o chocolate branco.
Divida a massa entre as forminhas – elas vão ficar bem cheias. Leve ao forno por 20 minutos ou até que os muffins cresçam e dourem – faça o teste do palito. Deixe esfriar na forma sobre uma gradinha por 5 minutos, e então remova os muffins com cuidado da forma e transfira para a gradinha. Sirva mornos ou deixe esfriar completamente.
Rend.: 12 unidades
segunda-feira, maio 21, 2018
Gelatina de manga e limão e o casamento de sábado passado
Vocês assistiram ao casamento real no sábado? Eu não consegui ver, mas depois peguei uns vídeos no Twitter e alguns trechos na TV. A noiva estava linda e Victoria Beckham e Amal Clooney podem dividir o troféu de “Melhor Acessório”. :)
Uma das reportagens que vi no GNT falava sobre os anos problemáticos de Harry, quando nudes dele vazaram e quando foi vestido de nazista a uma festa. Longe de mim defender alguém que coloca uma suástica no braço, mas de onde vejo me parece que ele queria mesmo era chamar a atenção. Harry perdeu a mãe muito jovem, de maneira trágica, e falo de cadeira: crescer sem mãe te destrói. Não há referência para zilhões de coisas, não há um colo onde chorar quando você tem problemas, não há voz da razão para lhe dizer “pare, você está fazendo merda”. Não há carinho, amor, afeto, atenção. Há dias em que é difícil seguir.
Também tive uma fase revoltada, lá pelos idos dos meus 14 anos – eu sentia muita raiva. Raiva do mundo. Mas o ambiente em casa era tão opressor que não sobrava espaço nem tempo para me virar contra tudo e todos. O meu mantra diário era “vou estudar, arrumar um emprego e sair daqui”. Durante a minha fase revoltada nasceu a minha irmã caçula, e além de passar por todo o abuso moral e físico diariamente vindos do meu pai e da mulher dele à época me sobrou a responsabilidade de cuidar de um bebê – nunca fui consultada sobre isso. Apenas jogaram no meu colo, literalmente. Eu tinha vontade de fazer tantas outras coisas, entretanto tinha que levar criança para escola, buscar, alimentar, dar banho, vestir. Vai ver seja por isso que no final das contas desisti de ter filhos – já havia brincado de casinha e não estava com vontade de passar por tudo aquilo novamente.
Harry parece ter encontrado seu caminho e torço muito para que ele continue trilhando-o, guiado pelo amor. O post da Maria Eduarda Carvalho no Instagram me marejou os olhos: por menos tempo que Diana tenha passado com os meninos, plantou uma semente forte e bonita. Eu tenho em mim também plantada a semente de minha mãe e mesmo que os 7 anos que passamos juntas não tenham sido muito tempo carrego comigo ensinamentos e lembranças.
A gelatina de manga que trago hoje me remete aos anos da infância em que um dos vizinhos tinha uma mangueira no quintal e a árvore pendia para dentro do nosso, derrubando mangas doces e perfumadas praticamente em nossas cabeças.
Gelatina de manga e limão
receita minha
1 manga madura de 500g, descascada e picada
½ xícara (120ml) de água filtrada ou mineral, fria
raspas da casca de 1 limão taiti e o suco de 2
3 colheres (sopa) de açúcar – ou adoce a seu gosto (quantidade vai depender da doçura das mangas)
5 folhas de gelatina incolor e sem sabor
Bata a manga e a água filtrada/mineral no liquidificador. Passe por uma peneira e transfira para uma panelinha – você precisará de 600ml de suco no total. Caso consiga menos, complete com água mineral/filtrada. Em uma tigelinha, misture as raspas de limão e o açúcar e esfregue com as pontas dos dedos até aromatizar o açúcar. Junte ao suco de manga.
Encha uma tigela larga rasa com água fria e adicione as folhas de gelatina. Aguarde alguns minutos até que amoleçam. Enquanto isso, aqueça a mistura da panelinha somente até amornar- não aqueça demais ou a gelatina perderá o efeito. Quando o suco estiver morno, retire do fogo. Esprema as folhas de gelatina com as mãos e transfira para o suco, misturando bem até dissolver. Junte o suco de limão e então divida a mistura entre 4 potinhos ou copos. As gelatinas da foto foram servidas com uma colherada de iogurte e raspas de limão.
Rend.: 4 porções