quarta-feira, fevereiro 05, 2014

Bolo de limão e cerveja e gostos que mudam com o tempo

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Lager and lime cake / Bolo de limão e cerveja

Acho fascinante como os nossos gostos mudam com o tempo – estava ouvindo rádio ontem quando “I Stay Away” começou a tocar, uma canção que eu não ouvia havia séculos, e nisso pensei em como Alice In Chains era a minha banda favorita #2 há uns bons dezoito anos (The Smiths sempre foram e sempre serão #1). Hoje, com exceção de 2-3 canções, não consigo mais ouvir aqueles CDs simplesmente porque gritos me deixam louca – não consigo suportar alguém berrando em vez de cantar (eu lhes disse que estava ficando velha).

Nos meus vinte e poucos anos eu raramente consumia bebidas alcoólicas e não entendia como as pessoas podiam gostar de cerveja: para mim era algo amargo demais. Nos meus vinte e muitos, entretanto, comecei a curtir uma ou duas tacinhas de Prosecco vez ou outra e já não achava mais cerveja tão amarga assim – na verdade, uma cervejinha gelada em um dia de calor era uma delícia. Não sou nenhuma expert e a minha cerveja favorita é Stella Artois (mas eu gosto de uns golinhos de Guinness de vez em quando) e quando vi esta receita na revista Olive quis fazer na hora – combinar cerveja com cítrico em forma de bolo me pareceu uma ideia excelente depois de eu ter provado a bebida com chocolate com um ótimo resultado.

A receita original era de um bolo de camadas recheado e coberto com buttercream de cerveja, mas com as temperaturas de Saara que temos tido por aqui achei que o buttercream seria um exagero, por isso o omiti e assei o bolo em uma forma de furo central (e eu sendo eu aumentei a quantidade de raspas de casca de limão, claro). :D O bolo ficou muito macio – como aqueles que levam creme azedo ou iogurte na massa – e com um gostinho bom de limão; não dá para sentir o sabor da cerveja em si, entretanto dá para perceber que há algo a mais do que o sabor cítrico – eu achei delicioso.

Bolo de limão e cerveja
um tiquinho adaptado da deliciosa revista Olive

- xícara medidora de 240ml

Bolo:
225g de farinha de trigo
1 ½ colheres (chá) de fermento em pó
1 pitada de sal
100g de manteiga sem sal, temperatura ambiente
1 xícara (200g) de açúcar cristal
raspas da casca de 2 limões tahiti
2 ovos grandes
200ml de cerveja tipo lager clara (usei Stella Artois)
suco de ½ limão tahiti

Glacê:
½ xícara (70g) de açúcar de confeiteiro
cerca de 2 colheres (chá) de suco de limão tahiti

Pré-aqueça o forno a 180°C. Unte com manteiga e enfarinhe uma forma de furo central (tipo Bundt) com capacidade para 8 xícaras de massa.
Em uma tigela média, misture com um batedor de arame a farinha, o fermento e o sal. Na batedeira, bata a manteiga, o açúcar e as raspas de casca de limão até obter um creme claro e fogo. Junte os ovos, um a um, batendo bem a cada adição. Raspe as laterais da tigela ocasionalmente. Junte a baunilha e bata.
Em velocidade baixa, acrescente os ingredientes secos em três adições, alternando com a cerveja (comece e termine com os ingredientes secos). Com uma espátula, incorpore gentilmente o suco de limão. Transfira a massa para a forma preparada e alise a superfície. Asse por cerca de 35 minutos ou até que o bolo cresça e doure (faça o teste do palito).
Deixe esfriar na forma sobre uma gradinha por 15 minutos, e então desenforme com cuidado na gradinha e deixe esfriar completamente.

Glacê: peneire o açúcar de confeiteiro em uma tigelinha, junte o suco de limão aos poucos, mexendo até obter um glacê. Espalhe sobre o bolo já frio e deixe secar por 15 minutos.

Rend.: 8-10 porções

segunda-feira, fevereiro 03, 2014

Biscoitos de amêndoa e geleia de framboesa

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"Jamaretti" cookies /  Biscoitos de amêndoa e geleia de framboesa

Não é nenhum segredo que a lista de receitas que quero experimentar é algo infinito, mas às vezes é justamente por causa do grande número de receitas que fica difícil escolher alguma coisa para fazer (ou mais de uma). Geralmente uso o conteúdo da geladeira e do armário como guia, mas tem horas que nem isso é suficiente – é necessário algo mais específico.

Quando a inspiração parece que não virá de jeito nenhum, recorro à adorável e divertida Sarah Carey, e ao vê-la preparar estes biscoitos pensei no vidro de geleia de framboesa esquecido no meu armário e na pasta de amêndoas caseira no meu freezer – foi quando soube exatamente o que faria de gostoso no final de semana. :D

Estes biscoitos são facílimos de fazer e deliciosos; pena que eu não tinha geleia de damasco em casa – tenho certeza de que com ela os cookies ficariam fantásticos, também.

Biscoitos de amêndoa e geleia de framboesa
da adorável Sarah Carey no site da Martha

- xícara medidora de 240ml

Biscoitos:
2 ¼ xícaras (315g) de farinha de trigo
1 colher (chá) de fermento em pó
¼ colher (chá) de sal
½ colher (chá) de canela em pó
½ xícara de pasta de amêndoa – usei caseira
¾ xícara (150g) de açúcar cristal
½ xícara (113g) de manteiga sem sal, temperatura ambiente
2 ovos grandes
1 colher (chá) de extrato de baunilha
½ xícara de geleia de damasco, amora ou framboesa – usei framboesa

Glacê:
½ xícara (70g) de açúcar de confeiteiro
2-3 colheres (chá) de leite integral

Biscoitos: em uma tigela média, misture com um batedor de arame a farinha, o fermento, o sal e a canela. No processador de alimentos, pulse a pasta de amêndoa e o açúcar até homogeneizar. Junte a manteiga, os ovos e a baunilha e processe até homogeneizar. Junte os ingredientes secos e pulse até que uma massa se forme (aqui juntei mais 30g de farinha, pois a massa estava mole demais). Divida a massa em quatro partes iguais, embrulhe em filme plástico e leve à geladeira por 30 minutos.
Pré-aqueça o forno a 180°C. Forre duas assadeiras grandes, de beiradas baixas, com papel manteiga.
Em uma superfície levemente enfarinhada forme um cilindro de 25cm de comprimento com cada porção de massa e coloque-as nas assadeiras forradas, deixando 10cm entre uma e outra. Com as mãos, achate cada cilindro de massa até que eles tenham 5cm de diâmetro. Asse apenas até secarem, 10-15 minutos.
Retire do forno e, usando o cabo de uma colher de pau, faça uma cavidade no centro de cada porção de massa. Espalhe 2 colheres (sopa) de geleia na cavidade de cada massa e volte ao forno por mais 8-10 minutos ou até que dourem. Deixe esfriar completamente nas assadeiras

Em uma tigelinha, peneire o açúcar de confeiteiro e adicione o leite aos poucos, mexendo até obter um glacê. Espalhe o glacê em fio sobre os biscoitos e deixe secar, 20 minutos aproximadamente. Com uma faca serrilhada, corte as porções de massa na diagonal em fatias de 2,5cm
Guarde os biscoitos em recipientes herméticos por até 1 semana.

Rend.: cerca de 3 dúzias – cortei os meus biscoitos um pouquinho mais finos e consegui 45

sexta-feira, janeiro 31, 2014

Bolo de limão siciliano e tomilho, outro seriado e estar errada sobre as coisas

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Lemon and thyme cake / Bolo de limão siciliano e tomilho

Com o fim de “Breaking Bad” achei que demoraria um tempão até viciar em um seriado de TV novamente, mas a qualidade de alguns dramas é tanta que logo arrumei outros vícios. Achei “Rectify” maravilhosa, mas com seis episódios apenas eu terminei de ver a série num instante. Fiz uma pausa para assistir a alguns filmes indicados ao Oscar deste ano e então comecei a ver “Masters of Sex” – quando estava em NYC setembro passado a cidade inteira estava tomada por propagandas de três programas de TV: “The Blacklist”, “Masters of Sex” e “Mom” – fiquei curiosa. Eu e meu marido adoramos a saga de Raymond Reddington, entretanto achei “Mom” pobre e ofensivo – devo estar ficando velha mesmo porque não consigo achar um pingo de graça na ideia de uma adolescente grávida.

Portanto, escolhi “Masters of Sex” e descobri que é um dos melhores seriados já produzidos, com roteiro e atuações em um nível bastante alto e um assunto interessante para arrematar. Eu já sabia o quão talentoso Michael Sheen é – algo confirmado novamente pela série –, por isso a surpresa foi Lizzy Kaplan: eu já a tinha visto em “A Ressaca” – nada de mais – e fiquei boba com sua atuação (sem contar que a mulher é lindíssima).

Geralmente fujo de bolos com ervas – especialmente alecrim, que acho forte demais – mas quando vi Nigel Slater preparar este bolo decidi experimentar: na manhã seguinte ao programa eu estava na cozinha, fazendo a receita dele e perfumando o apartamento todo com limão siciliano e tomilho. O bolo ficou uma delícia e bem molhadinho, e o tomilho dá uma dimensão diferente ao sabor do limão sem ficar com gosto da erva propriamente dita.

Não me importo de estar errada sobre coisas quando o resultado é bom: demorei quase nada para sobreviver ao final de “Breaking Bad” e quero fazer este bolo do Nigel todo final de semana. :)

Bolo de limão siciliano e tomilho
um nadinha adaptado do sempre fantástico Nigel Slater

Bolo:
100g de farinha de trigo
1 colher (chá) de fermento em pó
1 pitada de sal
100g de farinha de amêndoa
1 colher (chá) de folhas de tomilho fresco – aperte-as na colher na hora de medir
200g de açúcar cristal
200g de manteiga sem sal, amolecida
raspas da casca de 2 limões sicilianos grandes
4 ovos
½ colher (chá) de extrato de baunilha

Calda:
4 colheres (sopa) de açúcar cristal
o suco dos 2 limões usados no bolo
½ colher (chá) de folhas de tomilho fresco - aperte-as na colher na hora de medir

Pré-aqueça o forno a 180°C. Unte levemente com manteiga uma forma de bolo inglês de 900g, forre-a com papel manteiga e unte o papel também.
Bolo: em uma tigela média, peneire a farinha de trigo, o fermento e o sal, e então misture a farinha de amêndoa. Reserve.
Usando um pilãozinho, soque as folhas de tomilho com parte do açúcar até moê-las completamente e o açúcar ficar verdinho e perfumado. Na batedeira, bata a manteiga, o açúcar aromatizado, o restante do açúcar e as raspas de limão siciliano até obter um creme claro e fofo. Junte os ovos, um a um, batendo bem a cada adição. Raspe as laterais da tigela ocasionalmente. Acrescente a baunilha. Em velocidade baixa, junte os ingredientes secos aos poucos.
Transfira a massa para a forma preparada e asse por cerca de 45 minutos, ou até que o bolo cresça e doure (faça o teste do palito).

Quando o bolo estiver quase pronto, faça a calda: em uma panelinha, junte o açúcar e o suco de limão. Leve ao fogo médio, mexendo, até o açúcar dissolver. Junte as folhas de tomilho e ferva por 1 minuto. Retire do fogo.
Assim que o bolo sair do forno faça furinhos em toda a sua extensão usando um palito de dentes. Aos poucos, despeje a calda sobre o bolo, aguardando cada porção ser absorvida antes de derramar mais calda. Deixe esfriar completamente antes de desenformar e servir.

Rend.: 6-8 porções

quarta-feira, janeiro 29, 2014

Barquinhas de moussaka e entendendo referências

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Baked moussaka eggplants / Barquinhas de moussaka

Estava ouvindo FM semanas atrás e quando “Roar” da Katy Perry começou me toquei de uma coisa: os fãs adolescentes dela não entendem as referências na canção, entendem? Acho que não, pois são jovens demais para isso.

Não estou sendo chata – é óbvio que eu também não entendo milhares de referências (e é bem bacana quando consigo). :) É que às vezes algo bom pode passar despercebido por causa da nossa falta de referência, o que é uma pena. Acho que foi por causa do blog e todos esses anos lendo e tendo curiosidade sobre comida que eu imediatamente quis fazer esta receita quando a vi – do contrário eu provavelmente não teria prestado muita atenção a um prato chamado “moussaka”.

Estas berinjelas recheadas foram um sucesso estrondoso em casa – eu e o marido amamos, e de bônus elas ainda são fáceis de fazer. Substituí a passata pedida na receita por molho de tomate que eu tinha preparado na noite anterior (com tomates pelados e punhados generosos de manjericão, tomilho e orégano frescos) e acho que isso tornou o prato ainda mais saboroso.

Barquinhas de moussaka
um tiquinho adaptadas da deliciosa Taste Magazine (assinei a versão digital da revista no zinio.com)

- xícara medidora de 240ml

2 berinjelas pequenas (cerca de 500g no total), cortadas ao meio no sentido do comprimento
1 ½ colheres (sopa) de azeite extra-virgem
½ cebola picadinha
1 dente de alho graúdo, amassado e bem picadinho
1/8 colher (chá) de canela em pó
2 colheres (chá) de orégano seco
250g de carne bovina moída
¼ xícara de vinho tinto seco
½ xícara de passata*
1 colher (chá) de vinagre de vinho tinto
50g de pão picado – quanto mais durinha a casca melhor, tipo o italiano, e melhor ainda se for dormido
50g de mozarela ralada – usei a amarelinha mesmo
30g de queijo feta, ralado ou esmigalhado
folhas de manjericão, para servir

Pré-aqueça o forno a 180°C. Forre uma assadeira (em que caibam as 4 metades de berinjela uma ao lado da outra) com papel alumínio.
Com uma faca afiada e uma colher, retire a polpa da berinjela deixando a casca com 1 cm de borda. Pique bem a polpa. Coloque as barquinhas na assadeira, pincele com azeite e tempere com sal e pimenta. Asse por 10 minutos ou até que comecem a amaciar.
Enquanto isso, em uma panela grande, aqueça ½ colher (sopa) do azeite em fogo médio. Adicione a cebola e refogue por2 minutos ou até amaciar. Acrescente a polpa de berinjela e cozinhe por 3 minutos ou até que esteja macia. Junte o alho, refogue até perfumar, e então acrescente a canela e metade do orégano. Transfira para uma tigela.
Aqueça 1 colher (chá) do azeite na mesma panela e acrescente a carne, cozinhando até dourar. Volte a mistura de cebola e polpa de berinjela à panela, acrescente o vinho e cozinhe por 2 minutos. Junte a passata e o vinagre, tempere com sal e pimenta e cozinhe por 5 minutos ou até que a mistura engrosse ligeiramente. Retire do fogo e divida a carne entre as barquinhas de berinjela. Cubra com papel alumínio e asse por 15 minutos. Enquanto isso, junte o pão, os queijos, o orégano e o azeite restantes em uma tigela pequena e misture. Tempere com sal e pimenta.
Retire o papel alumínio, espalhe a mistura de queijo sobre as berinjelas e volte ao forno por mais 15 minutos ou até que a cobertura doure. Salpique com o manjericão e sirva.

* eu tinha feito molho de tomate no dia anterior (com tomates pelados e bastante orégano, manjericão e tomilho frescos) e o usei no lugar da passata

Rend. 2 porções

segunda-feira, janeiro 27, 2014

Barrinhas de manteiga queimada, nectarina e ameixa e sentindo-me afortunada

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Nectarine, plum and brown butter shortbread bars / Barrinhas amanteigadas de manteiga queimada, nectarina e ameixa

A Amazon me manda emails com ofertas de livros de receita toda semana e sendo viciada neles é difícil resistir – o que faço é dar uma olhada rápida e deletar as mensagens (na maioria das vezes). :) Entretanto, havia um livro no email recebido ontem que me fez sorrir, e eu imediatamente o coloquei no carrinho de compras: o livro da Jack Monroe.

Descobri o blog da Jack meses atrás e, depois de muitas lágrimas, me tornei fã. Apesar do orçamento meio restrito de minha família no passado, nós sempre tivemos comida em casa e eu cresci comendo todos os legumes e frutas que queria – não consigo imaginar o que Jack e seu filho passaram, nem de longe. É super bacana vê-la com um livro encaminhado, escrevendo colunas para jornais e afins, e lhe desejo todo o sucesso do mundo.

Foi por causa de Jack e seu filhinho fofo que senti vontade de dividir esta receita com vocês hoje: estas barrinhas deliciosas foram preparadas com as frutas que sobraram da ceia de Natal – lindas nectarinas e ameixas que eu não consumi por já ter comido demais. Eu pude comprar mais frutas do que conseguiria comer – e a isso tenho de dar valor.

Tenho comida na mesa todos os dias, às vezes mais do que o suficiente, e me sinto afortunada por isso.

Barrinhas amanteigadas de manteiga queimada, nectarina e ameixa
um nadinha adaptadas daqui

1 xícara (226g) de manteiga sem sal
1 xícara (200g) de açúcar cristal
1 colher (chá) de fermento em pó
2 ½ xícaras (350g) de farinha de trigo
¼ colher (chá) de canela em pó
1/8 colher (chá) de noz-moscada ralada na hora
1/8 colher (chá) de sal
1 ovo grande
2 nectarinas suculentas, maduras porém firmes, sem os caroços e em fatias bem fininhas*
2 ameixas suculentas, maduras porém firmes, sem os caroços e em fatias bem fininhas

Em uma panelinha, derreta a manteiga em fogo médio-baixo – a manteiga, depois de derretida, vai espumar e então se tornará clara e dourada, e no final se tornará amarronzada e terá um cheiro de castanha. Durante o tempo em que a manteiga estiver no fogo, mexa sempre, raspando o fundo da panela, e fique de olho, pois no final ela doura rapidamente e pode queimar. Transfira para um recipiente pequeno e raso, deixe esfriar e então leve ao freezer por aproximadamente meia hora, ou até que fique sólida, mas não congele completamente.
Pré-aqueça o forno a 190°C – você vai assar as barrinhas no centro dele. Unte levemente com manteiga uma forma de 32,5x22,5cm, forre com papel alumínio deixando sobras em dois lados opostos e unte o papel também.
Em uma tigela, misture com um batedor de arame o açúcar, o fermento, a farinha, a canela, a noz-moscada e o sal. Com duas facas sem ponta ou um pastry blender, incorpore a manteiga picadinha e o ovo até obter uma farofa grossa (fiz isso usando a batedeira em velocidade médio-baixa). Transfira ¾ da massa para a assadeira forrada e pressione para formar a base das barrinhas. Arrume as fatias de fruta sobre a base sem sobrepor. Salpique a mistura restante sobre as frutas.
Asse até que o topo doure bem, cerca de 30 minutos. Deixe esfriar completamente na assadeira, sobre uma gradinha. Corte em quadradinhos para servir.

* se as suas frutas forem graúdas provavelmente 1 de cada serão suficientes

Rend.: 24 unidades – fiz exatamente a receita acima usando uma forma de20x30cm

sexta-feira, janeiro 24, 2014

Panquequinhas de milho com salada de tomate e uma série que vocês precisam ver

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Corn fritters with tomato salsa / Panquequinhas de milho com salada de tomate

Faltando ainda mais de um mês para “Hannibal” e com a Sony enrolando séculos para levar ao ar os últimos dois episódios de “The Blacklist” comecei a ver outro seriado, um bem curtinho – apenas seis episódios para a primeira temporada – mas imenso em qualidade: “Rectify” foi uma maravilhosa surpresa, e cheguei à série graças à Amanda (obrigada, querida).

O seriado é sobre Daniel Holden – interpretado lindamente por Aden Young –, um homem que passou dezenove anos no corredor da morte e é libertado por causa de um exame de DNA. Um assunto definitivamente difícil e que poderia ser tratado de maneira tola ou piegas, mas não aqui; o texto é sublime e o elenco, idem, e a ótima notícia é que haverá uma segunda temporada com quatro episódios a mais. \0/

Outra boa notícia é que o uma vez enjoadinho Sr. Scarpin continua provando comidinhas novas (graças ao universo não foi algo efêmero ligado às viagens para a China e NY) e ele adorou estas panquequinhas de milho, mesmo não sendo muito fã do legume. A ideia era servi-las com uma salsa de abacate, mas o que comprei (aquele menorzinho, chamado também em português de avocado) não amadureceu nunca, então acabou sendo uma saladinha simples de tomate e cebola, mesmo, meio que uma vinagrete – e ficou uma delícia.

Panquequinhas de milho com salada de tomate
um tiquinho adaptadas da sempre apetitosa Delicious Australia

- xícara medidora de 240ml

Salada:
3 tomates maduros, sem as sementes, em cubinhos
1 cebola grande, bem picadinha
suco de 1 limão siciliano
2 colheres (sopa) de azeite extra-virgem, ou a gosto
sal e pimenta do reino moída na hora

Panquequinhas:
150g de farinha de trigo
1 colher (chá) de fermento em pó
1 colher (chá) de açúcar cristal ou refinado
½ colher (chá) de sal
½ xícara (120ml) de leite integral, temperatura ambiente
2 ovos
2 espigas de milho grandes, debulhadas
½ cebola pequena, bem picadinha
1 pimenta vermelha, sem as sementes se for muito ardida, bem picadinha
¼ xícara de folhas de salsinha picadas – meça, depois pique
2 colheres (sopa) de folhas de coentro picadas – pique, depois meça
sal e pimenta do reino moída na hora
óleo de canola, para fritar

Salada: coloque os tomates e a cebola em uma tigela média. Junte o suco de limão e o azeite, tempere com sal e pimenta e misture. Cubra com filme plástico e leve à geladeira enquanto prepara as panquequinhas.

Panquecas: peneire a farinha, o fermento, o açúcar e o sal em uma tigela grande. Em uma tigelinha, misture com um garfo o leite e os ovos, e então despeje sobre os ingredientes secos, misturando para incorporar. Acrescente o milho, a cebola, a pimenta vermelha, a salsinha e o coentro, tempere com pimenta do reino e misture gentilmente, de baixo para cima, para incorporar.
Aqueça um fio de óleo em uma frigideira antiaderente em fogo médio-alto. Em etapas, forme panquequinhas na frigideira com 2 colheres (sopa) cheias de massa por panqueca e frite por 1-2 minutos ou até dourar. Vire as panquecas e frite por mais alguns minutos para dourar o outro lado e cozinhá-las por dentro. Mantenha-as aquecidas enquanto frita o restante da massa.
Sirva as panquequinhas imediatamente com a salada.

Rend.: 4 porções

quarta-feira, janeiro 22, 2014

Biscotti de avelã, amêndoa e cranberry, e quando a competição é justa

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Hazelnut, almond and cranberry biscotti / Biscotti de amêndoa, avelã e cranberry

Sempre achei o Globo de Ouro muito mais divertido do que o Oscar e bem mais justo, também, já que drama e comédia são separados. “Justo” não é uma palavra que eu associe com frequência a estas premiações de cinema e TV já que sempre há as performances movidas a lobby que são indicadas (e vencem) às custas de gente talentosa deixada de fora.

Entretanto, este ano, quando Paula Patton e Aaron Eckhart anunciaram os indicados a Melhor Ator em Série de Drama, falei pro meu marido: “que raridade: todos eles merecem o prêmio”. A estatueta acabou nas mãos de Bryan Cranston – para minha alegria – mas teria sido completamente justo se Paula tivesse dito o nome de qualquer um dos outro quatro, e eu teria gostado do mesmo jeito. Acho que no fundo todos eles – e qualquer outro ator em um seriado grande de drama – comemoram o fato de que, ano que vem, Bryan Cranston não fará parte da competição. :D

Meu Bryan Cranston das receitas de biscotti, o de amêndoas da Alice Medrich, encontrou, depois de um bom tempo, competição à altura: estes biscotti da WS são tão gostosos quanto, e as cranberries secas macias são um bom contraste com o crocante das nuts. Nem pensem em substituir ou omitir as raspas de laranja: são elas que tornam estes biscotti tão especiais.

Biscotti de avelã, amêndoa e cranberry
um nadinha adaptados do delicioso Williams-Sonoma Collection: Cookies

- xícara medidora de 240ml

250g de farinha de trigo
½ colher (chá) de fermento em pó
½ colher (chá) de canela em pó
1/8 colher (chá) de sal
½ xícara (113g) de manteiga sem sal, temperatura ambiente
¾ xícara (150g) de açúcar cristal
2 ovos
2 colheres (chá) de extrato de baunilha
80g de avelãs, tostadas, sem a pele, picadas grosseiramente
80g de amêndoas, tostadas, sem a pele, picadas grosseiramente
½ xícara de cranberries secas, picadas se muito grandes
raspas da casca de 1 laranja

Pré-aqueça o forno a 180°C. Forre uma assadeira grande, de beiradas baixas, com papel manteiga.
Em uma tigela média, peneire juntos a farinha, o fermento, a canela e o sal. Na batedeira, bata a manteiga e o açúcar até obter uma mistura cremosa e cara. Junte os ovos, um a um, batendo a cada adição. Junte a baunilha. Em velocidade baixa, junte os ingredientes peneirados aos poucos e misture apenas até incorporá-los. Com uma espátula de silicone ou colher de pau, incorpore as avelãs, as amêndoas, as cranberries e as raspas de laranja até distribui-los por igual na massa (esta será molinha).

Transfira a massa para uma superfície bem enfarinhada e divida em duas partes iguais. Com as mãos enfarinhadas, transfira metade da massa para a assadeira preparada e forme um cilindro de 30x3,75cm com ela. Faça o mesmo com o restante da massa deixando 10cm de distância entre um cilindro e outro (eles esparramam ligeiramente enquanto assam). Asse até que dourem nas extremidades, 25-30 minutos. Transfira a forma para uma gradinha e deixe esfriar por 10 minutos. Escorregue o papel ainda com os cilindros de massa para fora da assadeira e forre-a novamente com papel manteiga. Com uma faca serrilhada, corte os cilindros de massa na diagonal formando fatias de 1,25cm, aproximadamente. Com cuidado, transfira-as para a assadeira com o lado cortado virado para cima. Asse por mais 10 minutos ou até que os biscotti dourem nas extremidades. Deixe esfriar completamente na assadeira sobre a gradinha.
Guarde os biscotti em um recipiente hermético, em temperatura ambiente.

Rend.: cerca de 4 dúzias – consegui 32 unidades


segunda-feira, janeiro 20, 2014

Bolinhos de cereja e amêndoa - outra receita com cerejas

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Tiny cherry and almond tea cakes / Bolinhos de cereja e amêndoa

Outra receita com cerejas, outro bolo, mas desta vez em versão pititica, e a razão para não ter feito estes bolinhos fofos anos atrás é que eu não tinha uma forma de mini muffins.
Não sei bem ao certo por que demorei tanto para comprar a tal forma – acho que toda vez que a via na loja acabava encontrando algo de que precisava mais, ou não estava com vontade de gastar dinheiro com outra coisinha de cozinha – opa, peraí, não é isso, não. :D

Meses atrás finalmente comprei a forma, mas daí tive de esperar até dezembro e a época de cerejas, e no final valeu bem a pena – os bolinhos são saborosos e tem uma textura gostosa e chewy (como financiers), sem falar que ficaram muito bonitinhos. <3

Só não se esqueça de avisar a todos que forem consumi-los que as cerejas ainda tem os caroços, por favor – estas delicinhas delicadas pedem por mordidas idem. :D


Bolinhos de cereja e amêndoa
um nadinha adaptados da Martha

- xícara medidora de 240ml

110g de farinha de trigo
1 xícara (100g) de farinha de amêndoa
¾ xícara (150g) de açúcar cristal
1 pitada de sal
4 claras grandes
3 colheres (chá) de Amaretto (ou Kirsch)
2 colheres (chá) de extrato de baunilha
½ xícara (113g) de manteiga sem sal, derretida e fria
24 cerejas frescas, inteiras

Pré-aqueça o forno a 200°C. Unte com manteiga e enfarinhe uma forma de mini-muffins com 24 cavidades (usei esta, comprei na Chocolândia, em SP).
Em uma tigela grande, misture com um batedor de arame a farinha de trigo, a farinha de amêndoa, o açúcar e o sal. Junte as claras e misture até obter uma massa homogênea. Acrescente o Amaretto e a baunilha. Acrescente a manteiga e misture para incorporar. Reserve em temperatura ambiente por 20 minutos.
Encha cada cavidade de forma pela metade – aproximadamente 1 colher (sopa) de massa – e afunde uma cereja dentro de cada uma, mantendo os cabinhos. Asse até que os bolinhos dourem (faça o teste do palito perfurando a massa, não a fruta). Deixe esfriar na forma por 10 minutos, e então desenforme com cuidado e transfira para uma gradinha para que esfriem completamente.
Os bolinhos podem ser guardados em um recipiente hermético, em temperatura ambiente, de um dia para outro.

Rend.: 24 unidades

sexta-feira, janeiro 17, 2014

Muffins de banana e framboesa, Cate Blanchett e virando a casaca

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Banana raspberry muffins / Muffins de banana e framboesa

Os indicados ao Oscar 2014 foram anunciados ontem e vários favoritos meus estão na lista: Leonardo DiCaprio, Christian Bale, Martin Scorsese, Judi Dench, Alfonso Cuarón, Amy Adams... Não confio no prêmio, mas é sempre bom ver gente talentosa sendo reconhecida por seu trabalho.

Depois de ver “Gravidade” – e ficar completamente encantada pelo filme – eu queria, com todo o meu coração, ver Sandra Bullock subindo as escadarias do Kodak Theater (sem tropeçar, claro) para receber o troféu de Melhor Atriz: ela está fantástica com Ryan Stone, uma performance que, para ser honesta, eu não esperava dela – adoro Sandra, mas não tinha ideia de que ela conseguiria atuar nesse nível. Foi uma boa surpresa e eu queria que ela fosse reconhecida por isso. Entretanto, vi “Blue Jasmine” ontem e Cate Blanchett consegue algo que chamo de pura perfeição no filme – até agora não consegui parar de pensar nela com Jasmine, na maneira como ela constrói a personagem e expressa suas emoções sem vaidade alguma, completamente a serviço do que o roteiro e o diretor querem dela. Sou fã de Cate há muitos anos e achei que tinha visto sua melhor atuação em “Elizabeth”, mas parece que eu estava errada – “Blue Jasmine” é o pico de uma carreira permeada de personagens criados e interpretados brilhantemente.

Desculpe, Sandrinha, mas estou mudando de lado. ;)

E já que estou sendo extremamente volúvel hoje, não vou mais dizer que a minha adição favorita a muffins de banana são mirtilos – sim, eles ficam ótimos combinados com banana, mas o sabor ligeiramente mais azedinho das framboesas combina ainda mais com estes muffins deliciosos e macios.

Muffins de banana e framboesa
um tiquinho adaptados da fantástica revista Olive

- xícara medidora de 240ml

250g de farinha de trigo
2 ½ colheres (chá) de fermento em pó
½ colher (chá) de bicarbonato de sódio
50g de açúcar mascavo claro
50g de açúcar cristal
1 pitada de sal
2 bananas grandes, bem maduras, amassadas com um garfo
2 ovos grandes
½ xícara de buttermilk*
75g de manteiga sem sal, derretida e fria
1 colher (chá) de extrato de baunilha
1 xícara cheia de framboesas congeladas (use-as sem descongelá-las antes)

Pré-aqueça o forno a 180°C; forre uma forma de muffins com 12 cavidades com forminhas de papel (usei esta forma, comprei na Chocolândia, em SP).
Em uma tigela grande, misture com um batedor de arame a farinha, o fermento, o bicarbonato, os açúcares e o sal. Em outra tigela, misture as bananas, os ovos, o buttermilk, a manteiga e a baunilha. Despeje sobre os ingredientes secos e misture levemente com um garfo – massa de muffin é empelotada mesmo, não é lisa como massa de bolo; não misture demais ou os muffins ficarão duros.
Divida a massa entre as forminhas, arrume as framboesas por cima e afunde-as levemente na massa. Asse por cerca de 20 minutos ou até que cresçam e dourem (faça o teste do palito).
Deixe esfriar na forma sobre uma gradinha por 5 minutos, e então desenforme com cuidado, transferindo os muffins para a gradinha. Sirva morninhos ou em temperatura ambiente.

* para fazer 1 xícara de buttermilk: coloque 1 colher (sopa) de suco de limão em uma xícara medidora de 240ml, complete com leite integral em temperatura ambiente e aguarde 10-15 minutos para sorar; use todo o conteúdo da xícara em usa receita

Rend.: 12 unidades

quarta-feira, janeiro 15, 2014

Batatas com especiarias e ovo frito

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Indian spiced potatoes with fried egg / Batatas com especiarias e ovo frito

Vocês que me visitam há algum tempo já sabem do meu amor por todas as coisas doces, mas eu também adoro pratos salgados e estou sempre em busca de ideias gostosas para o almoço ou o jantar.

Quando criança, nossa família vivia com um orçamento restrito – especialmente depois que minha mãe descobriu que tinha câncer – mas a comida foi sempre algo importante: ela assegurava que tivéssemos legumes e frutas frescos todos os dias, peixe uma vez por semana, e sempre fazia um bolo para que meu pai e eu tivéssemos algo para lanchar no trabalho e na escola, respectivamente. Ovos eram um ingrediente importante em casa e minha mãe (e anos depois, minha avó) os preparava de vários jeitos diferentes para as refeições – meus favoritos eram as suas omeletes e ovos fritos, e são pratos que adoro até hoje; pra ser sincera, com exceção de crus, como ovos de qualquer jeito possível (aposto que isso lhes lembra alguma coisa). ;)

Por isso esta receita, tirada deste livro lindo, me chamou a atenção: as batatas apimentadas já pareciam saborosas, mas o ovo frito por cima ganhou o meu coração. Depois de ter feito este prato vi o Bill preparar uma versão parecida em um programa de TV e nela ele cortava as batatas em pedaços um pouco maiores – vou tentar assim da próxima vez. Usei pimenta Sichuan simplesmente porque não tinha dedo-de-moça em casa – substituam conforme o gosto de vocês.

Batatas com especiarias e ovo frito
um nadinha adaptadas do lindo e delicioso Bill Granger Easy (comprei o meu aqui)

800g de batatas do tipo Desiree, descascadas e em cubinhos de 1cm (usei umas batatas esquecidas que tinha em casa, não sei de que tipo eram)
4 colheres (sopa) de óleo de canola
2 dentes de alho bem picadinhos
1 colher (sopa) de curry em pó
½ colher (chá) de cúrcuma
¼ colher (chá) de pimenta Sichuan moída na hora
25g de manteiga sem sal
sal e pimenta do reino moída na hora
1 punhado de folhas de salsinha picadas
4 ovos grandes

Cozinhe as batatas em uma panela grande de água salgada até que fiquem macias (aproximadamente 13 minutos). Escorra e deixe esfriar por alguns minutos.
Leve uma frigideira antiaderente grande ao fogo médio-alto e aqueça nela 2 colheres (sopa) do óleo. Junte o alho, o curry, a cúrcuma e a pimenta Sichuan e refogue por 30 segundos, mexendo sempre.
Acrescente a manteiga à frigideira e assim que ela derreter acrescente 1 colher (sopa) do óleo e as batatas. Frite por cerca de 5 minutos, virando as batatas com frequência. Tempere com o sal e a pimenta do reino e refogue por mais 1 minuto. Retire do fogo, junte a salsinha e misture. Divida a batata entre quatro pratos aquecidos.

Em outra frigideira antiaderente, aqueça a colher (sopa) de óleo restante em fogo médio-alto e frite os ovos por 2-3 minutos ou a seu gosto. Coloque um ovo frito sobre cada porção de batata e sirva.

Rend.: 4 porções

segunda-feira, janeiro 13, 2014

Bolo de marzipã, pistache e cereja, e coisas pelas quais vale a pena esperar

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Cherry, pistachio and marzipan cake / Bolo de marzipã, pistache e cereja

Toda vez que vejo algo gostoso com cerejas arquivo mentalmente a receita para prepará-la no final do ano, quando a fruta é abundante, doce e não tão absurdamente cara como durante o inverno. O problema é que sempre há diversas receitas e a época de cereja é, infelizmente, bem curtinha.

Uma das receitas que eu planejava fazer havia tempo era este bolo, da revista Delicious Australia, que combina duas paixões minhas: cerejas e marzipã. O bolo ficou úmido e saboroso, perfumado com água de flor de laranjeira, algo de que gosto bastante, mas se não for a praia de vocês substituam por extrato de baunilha. Achei que os pistaches foram um exagero e por mais que eu adore estas nuts não acho que acrescentaram nada de interessante aqui – gostei mais do bolo sem eles.

Valeu mesmo a pena esperar meses para provar este bolo maravilhoso, assim como valeu a pena ir dormir às duas da manhã para ver o brilhante Leonardo DiCaprio receber um Globo de Ouro. :)

Cherry, pistachio and marzipan cake / Bolo de marzipã, pistache e cereja

Bolo de marzipã, pistache e cereja
um nadinha adaptado da lindíssima Delicious Australia

Bolo:
300g de cerejas frescas, sem os caroços, picadinhas
150g de marzipã, em pedacinhos de 1cm – usei caseiro
150g de farinha de trigo + 1 colher (sopa) extra para envolver as cerejas
200g de manteiga sem sal, amolecida
185g de açúcar cristal
raspas da casca de 1 laranja
1 colher (chá) de água de flor de laranjeira
1 colher (chá) de extrato de baunilha
4 ovos
100g de farinha de amêndoa
2 colheres (chá) de fermento em pó
1 pitada de sal
50g de pistaches sem sal, levemente tostados, picados
açúcar de confeiteiro, para polvilhar

Calda:
o suco da laranja cuja casca foi usada no bolo
1 colher (chá) de água de flor de laranjeira
1 colher (sopa) de açúcar cristal

Pré-aqueça o forno a 170°C. Unte com manteiga uma forma redonda de aro desmontável de 20cm de diâmetro, forre o fundo com um círculo de papel manteiga e unte o papel, também (eu usei uma forma de fundo removível). Embrulhe a parte externa da forma com papel alumínio (para evitar que a massa vaze).
Em uma tigela pequena, envolva as cerejas e o marzipã com a farinha de trigo extra. Reserve.
Na batedeira, bata a manteiga, o açúcar cristal e as raspas de laranja até obter um creme claro e fofo. Acrescente a água de flor de laranjeira e a baunilha.
Junte os ovos, um a um, batendo bem a cada adição. Raspe as laterais da tigela ocasionalmente. Acrescente a farinha de trigo, a farinha de amêndoa, o fermento e o sal e incorpore com uma espátula. Acrescente metade das cerejas e do marzipã e incorpore com a espátula. Espalhe a massa na forma preparada e espalhe as cerejas e o marzipã restante sobre ela, pressionando levemente para cobri-los de massa.
Asse por 20 minutos, reduza o forno para 160°C e asse por mais 50-60 minutos ou até que o bolo cresça e doure (faça o teste do palito).
Enquanto isso, prepare a calda: coloque todos os ingredientes em uma panelinha e leve ao fogo baixo, mexendo, por 1-2 minutos ou até dissolver o açúcar. Aumente o fogo para médio e cozinhe por mais ½ minutos ou até a calda engrossar levemente.
Fure todo o bolo com um palito de dente e então derrame sobre ele, aos poucos, a calda morna. Salpique com o pistache e polvilhe com açúcar de confeiteiro.
Deixe esfriar um pouquinho, depois retire o aro da forma e deixe esfriar completamente antes de servir.

Rend.: 6-8 porções – fiz exatamente a receita acima, porém assei o bolo a 180°C o tempo todo (total de 60 minutos)

sexta-feira, janeiro 10, 2014

Linguiça assada com tomate, pimentão e cebola, um filme, muitas lágrimas e um desejo

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Baked sausages with tomatoes, peppers and onions / Linguiça assada com tomate, pimentão e cebola

A ideia de viajar no tempo já rendeu alguns filmes, alguns interessantes, outros pavorosos. Ontem assisti a outro filme sobre o assunto, de longe o mais bonito: um filme que me fez chorar feito um bebê (eram tantas lágrimas que tive de secá-las na manga do cardigã), que me fez pensar sobre várias coisas da vida e que me fez desejar o poder de voltar no tempo.

Fiquei pensando no quão incrível seria voltar ao meu passado e comecei a imaginar minha mãe e eu na nossa cozinha – com a mesa de fórmica azul na qual eu fazia a lição de casa enquanto ela lavava a louça do almoço – e nos vi cozinhando juntas: eu cortava cebolas, ela grelhava um bife. E o engraçado é que na minha cabeça eu não era uma criança: eu era uma adulta de 35 anos, como sou hoje, em pé, ao lado dela, que estava igualzinha a quando eu tinha cinco anos. E outra coisa engraçada é que não sei por que razão pensei nela fritando bife, algo que eu odiava quando pequena: eu geralmente comia os meus bifes frios e duros como pedra depois de sentar à mesa por horas, proibida de me levantar enquanto ainda houvesse comida no prato. :)

Já que Richard Curtis me fez pensar em minha mãe muito mais do que já faço diariamente, decidi dividir com vocês hoje esta receitinha deliciosa: como boa descendente de alemães minha mãe adorava carne de porco (e repolho – nossa, como ela amava repolho) e tenho certeza de que ela adoraria este modo de preparar linguiça – as porções de carne ficam douradas e sequinhas por fora e macias e suculentas por dentro, e o tomilho dá um toque maravilhoso.

Linguiça assada com tomate, pimentão e cebola
do programa de TV “Bill’s Notting Hill Kitchen”

2 cebolas, descascadas, cortadas ao meio, cada metade cortada em 4
1 pimentão vermelho grande, sem as sementes, em pedaços graúdos
6 dentes de alho ainda na casca
200g de tomates cereja
azeite de oliva extra-virgem, para regar
sal e pimenta do reino moída na hora
4 linguiças frescas
5-6 raminhos de tomilho fresco
1 punhado de azeitonas pretas

Pré-aqueça o forno a 200°C. Coloque as cebolas, o pimentão, o alho e os tomates em uma assadeira ou refratário médio. Regue com um pouquinho de azeite, tempere com sal e pimenta e misture. Retire a carne das linguiças de dentro das tripas, formando porções do tamanho de uma almôndega grande, e espalhe-as sobre os legumes. Cubra com os raminhos de tomilho, regue com mais um pouquinho de azeite e asse por cerca de 1 hora, virando os pedaços de linguiça na metade do tempo para que dourem dos dois lados. Retire do forno, espalhe as azeitonas sobre o prato e sirva.

Rend.: 2 porções generosas

quarta-feira, janeiro 08, 2014

Crumble de ameixa e amaretti, 33ºC e tudo

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Plum and amaretti crumble / Crumble de ameixa e amaretti

Uma resolução que pretendo manter em 2014 é continuar com a ideia do inventário (obrigada, Martha!) – funcionou bem até agora e evitou bastante desperdício. Entretanto, não sou perfeita (a Internet parece nos fazer parecer certinhas e corretas e onipotentes, não é? Não gosto nada disso) e desvio dos planos às vezes, e foi isso que aconteceu quando comprei um pacotinho de amaretti para usar no rocky road de Natal e acabei usando lokum.

É época de cerejas, pêssegos e ameixas por aqui e ando me deliciando com elas como se não houvesse amanhã – adoraria preparar algo com as frutas, também, mas o problema é que eu as como todas antes mesmo de ligar o forno (o que tem sido difícil aqui por causa do calor insuportável). Dias atrás, 33°C e tudo, decidi fazer o crumble de ameixa da Nigella (sim, eu sou a louca que faz crumbles no calorão), usando assim um pouco dos amaretti guardados no armário. Ficou uma delícia: o sabor dos biscoitos combinou lindamente com as ameixas maduras e suculentas, e uma jarrinha de creme de leite fresco bem gelado ajudou a baixar um pouco a temperatura (isso e um banho frio logo após a sobremesa). :D

Crumble de ameixa e amaretti
um tiquinho adaptado do delicioso Nigellissima: Instant Italian Inspiration

Recheio:
35g de amaretti – a Nigella pede biscoitos do tipo crocante, e não “morbidi”, eu usei estes
½ colher (sopa) de manteiga sem sal
250g de ameixas vermelhas maduras, cortadas ao meio se pequenas, em quatro partes se grandes, sem os caroços
½ colher (sopa) de açúcar cristal
raspas da casca e o suco de ½ limão siciliano

Cobertura:
50g de farinha de trigo
¼ colher (chá) de fermento em pó
1 pitada de sal
1 colher (sopa) de açúcar cristal
30g de manteiga sem sal gelada, em cubinhos

Pré-aqueça o forno a 190°C. Separe um refratário com capacidade para 1 ½ xícaras (360ml). Quebre os amaretti com as mãos e reserve.
Recheio: derreta a manteiga em uma panelinha (que tenha tampa), junte as ameixas, salpique com o açúcar, junte as raspas e o suco de limão e sacuda a panela sobre o fogo. Cozinhe a fruta por 2 minutos na panela tampada e dois minutos destampada. Transfira as ameixas para o refratário e salpique com metade dos amaretti.

Cobertura: coloque a farinha, o fermento, o sal e o açúcar em uma tigela pequena e misture. Adicione a manteiga e misture os ingredientes comas pontas dos dedos até obter uma farofa grossa. Com um garfo, incorpore o restante dos amaretti. Espalhe a cobertura sobre as ameixas e asse por cerca de 20 minutos ou até que a cobertura doure e as frutas borbulhem nas beiradas do refratário. Deixe esfriar por 10 minutos e sirva com creme de leite fresco ou sorvete.

Rend.: 1 porção

segunda-feira, janeiro 06, 2014

Bolo de Reis

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Roscón de Reyes / Bolo de Reis

Minha época do ano favorita está chegando ao fim: mais tarde desmontarei minha árvore de Natal e todos os enfeites voltarão para suas respectivas caixas – é uma pena, pois adoro vê-los espalhados pela casa.

Dia 6 de janeiro também é dia de celebrar os Três Reis Magos, e para isso lhes trago esta receita deliciosa, uma espécie de brioche coberto por um glacê de limão siciliano – ao contrário do Bolo de Reis que eu vira neste livro, a versão da Gourmet Traveller é bem mais bonita, e nada de bebê Jesus de plástico escondido em sua massa: apenas um pãozinho doce com amêndoas, gengibre cristalizado e cranberries secas.

Quem disse que ateus não podem apreciar algumas das tradições católicas? ;)

Bolo de Reis
um tiquinho adaptado da sempre lindíssima Gourmet Traveller

110ml de leite integral
2 ½ colheres (chá) de fermento biológico seco
60g de açúcar cristal
500g de farinha de trigo comum
1 pitada de sal
55ml de azeite de oliva
raspas da casca de 1 limão siciliano
raspas da casca de 1 laranja
2 ovos grandes
1 colher (chá) de extrato de baunilha
75g de manteiga sem sal, picada e amolecida
gengibre cristalizado, cerejas em calda e amêndoas sem pele, para decorar – troquei as cerejas por cranberries secas

Glacê de limão siciliano:
100g de açúcar de confeiteiro
suco de 1 limão siciliano

Aqueça o leite e 100ml de água em uma panelinha até amornar. Retire do fogo, junte o fermento e 1 colher (chá) do açúcar e reserve até espumar. Na tigela da batedeira, junte a farinha, o sal, o azeite, as raspas de limão e laranja e o açúcar restante e, usando o batedor em formato de pá, misture. Junte a mistura de leite aos poucos, bata por 5 minutos, junte os ovos e a baunilha e bata para incorporar. Batendo, junte a manteiga aos poucos e vá batendo até obter uma massa macia e homogênea (3-4 minutos). Cubra e deixe crescer até dobrar de volume (1 hora, 1 hora e meia).
Dê um soquinho na massa para extrair o excesso de ar, cubra e deixe descansar por 10 minutos. Unte levemente com manteiga uma forma de furo central canelada (tipo Bundt) com capacidade para 10 xícaras de massa.
Em uma superfície levemente enfarinhada, abra a massa com um rolo até obter um retângulo de 30x50cm. Enrole, formando um cilindro longo e feche bem a emenda. Faça um círculo com o cilindro e feche bem as emendas. Coloque o círculo de massa, com a emenda virada para baixo, na forma preparada. Cubra com filme plástico levemente untado com manteiga e deixe crescer até dobrar de volume, 30-40 minutos – enquanto isso, pré-aqueça o forno a 180°C.
Asse o pão por 25-30 minutos ou até que doure e ao dar batidinhas no pão com os nós dos dedos o som seja de algo oco. Deixe esfriar na forma sobre uma gradinha por 10 minutos, e então desenforme sobre a gradinha com cuidado. Deixe esfriar completamente.

Glacê de limão: peneire o açúcar em uma tigelinha e junte o suco de limão aos poucos, misturando até obter um glacê espesso com uma consistência boa para ser espalhado sobre a rosca. Espalhe sobre o pão já frio e quando o glacê estiver quase seco decore com o gengibre, as cerejas e as amêndoas.

Rend.: 8-10 porções

quinta-feira, janeiro 02, 2014

Bolinhos de quinua com maionese de harissa - começando 2014 de maneira saudável

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Quinoa fritters with harissa mayo / Bolinhos de quinua com maionese de harissa

Feliz Ano Novo, pessoal! :)

Espero que todos tenham tido ótimas festas, cheias de boa comida e boas pessoas. Eu e o marido abusamos um pouquinho – ou eu deveria ser honesta e dizer um poucão? :) – nos dias de folga, e agora é hora de começar a comer direito novamente: menos álcool, mais grãos e verdinhos saudáveis. Estes bolinhos de quinua são facílimos de fazer e fazem bem à saúde, e a maionese de harissa dá a eles um tchã – viciei nessa maionese apimentada porque ela é deliciosa com outras coisas, também (transforma um hambúrguer normal em algo espetacular, por exemplo).

Obrigada por todos os comentários e emails, os responderei em breve. xx

Bolinhos de quinua com maionese de harissa
um tiquinho adaptados do Bill Granger (bolinhos) e da Nigella (maionese)

Bolinhos:
100g de quinua (usei quinua vermelha)
1 cebolinha, em fatias fininhas
2 colheres (sopa) de salsinha picadinha
1 colher (sopa) de orégano fresco picadinho
30g de parmesão ralado fininho
3 colheres (sopa) de farinha de trigo
sal e pimenta do reino moída na hora
raspas da casca de ½ limão siciliano
1 ovo grande
óleo de canola, para fritar

Maionese de harissa:
5 colheres (sopa) de maionese
1 colher (chá) de harissa (ou a gosto)
1 colher (chá) de suco de limão siciliano

folhas de rúcula e azeite extra-virgem para servir

Bolinhos: coloque a quinua e 200ml de água em uma panelinha, cubra e leve ao fogo até começar a ferver. Abaixe o fogo e cozinhe por cerca de 12 minutos ou até que a água tenha sido absorvida e a quinua esteja macia. Deixe esfriar.
Em uma tigela média, misture a quinua, a cebolinha, a salsinha, o orégano e o parmesão. Junte a farinha, o sal e a pimenta, as raspas de limão e o ovo e misture para incorporar os ingredientes.
Aqueça um fiozinho de óleo em uma frigideira antiaderente em fogo médio-alto e faça montinhos com 2 colheres (sopa) da mistura de quinua, achatando-os levemente. Frite por 2-3 minutos de cada lado ou até que dourem. Repita com a massa restante.
Maionese: coloque todos os ingredientes em uma tigelinha e misture para combinar.

Sirva os bolinhos com a maionese, com a rúcula e um fio de azeite.

Rend.: cerca de 10 bolinhos

domingo, dezembro 22, 2013

Biscoitos veludo vermelho e mais um filme alemão

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Red velvet cookies / Biscoitos veludo vermelho

Ando viciada em filmes europeus ultimamente e até agora tenho visto coisas muito boas: depois dos diretores dinamarqueses, fui um pouquinho pro sul no mapa e assisti ao excelente “Os Edukadores” (com o agora indicado ao Globo de Ouro Daniel Brühl).

Como eu já tinha amado “Soul Kitchen” e “A Onda” entrei em um estado de espírito alemão e decidi ver outro filme da terra natal de minha avó, um filme que todo mundo que me conhece diz que eu adoraria, e realmente adorei: “Corra, Lola, Corra”. O filme é incrível, bem diferente dos que já vi, com um ritmo único e absolutamente contagiante – Franka Potente está brilhante como Lola (toda aquela correria deve ter sido fisicamente desafiador) e depois de ler que ela teve de ficar sete semanas sem lavar o cabelo para não desbotá-lo a admirei ainda mais. :D

Minha série de Natal chega ao fim e espero que vocês tenham gostado tanto quanto eu – a última receita é a destes biscoitos deliciosos e tão vermelhos quanto o cabelo de Lola. :D

Biscoitos veludo vermelho
um nadinha adaptados da sempre lindíssima Donna Hay Magazine

100g de manteiga sem sal, temperatura ambiente
160g de açúcar mascavo
1 colher (chá) de extrato de baunilha
2 ovos
100g de chocolate meio amargo, derretido e frio – usei um com 53% de cacau
185g de farinha de trigo
2 colheres (chá) de fermento em pó
3 colheres (sopa) de cacau em pó, peneirado (meça, depois peneire)
1 pitada de sal
1 ½ colher (sopa)s de corante vermelho
200g de chocolate meio amargo, em gotas ou pedacinhos
cerca de 100g de açúcar de confeiteiro (usei impalpável), para envolver os biscoitos

Pré-aqueça o forno a 180°C. Forre duas assadeiras grandes, de beiradas baixas, com papel manteiga.
Na batedeira, bata a manteiga, o açúcar mascavo e a baunilha até obter uma mistura clara e cremosa. Junte os ovos, um a um, batendo, e raspe as laterais da tigela. Junte o chocolate derretido. Em velocidade baixa, acrescente a farinha, o fermento, o cacau, o sal e o corante e misture somente até incorporar. Com uma espátula de silicone, incorpore as gotas/os pedacinhos de chocolate. Cubra com filme plástico e leve à geladeira por 2-3 horas.
Peneire o açúcar de confeiteiro sobre uma tigela rasa. Usando uma cookie scoop, separe de 1 colher (sopa) nivelada de massa e role levemente pelo açúcar (para evitar que a massa grude demais nas mãos). Forme cada porção em uma bolinha e passe novamente pelo açúcar, desta vez cobrindo generosamente. Coloque nas assadeiras deixando 5cm de distância entre uma e outra. Asse por 10-12 minutos ou até que os biscoitos craquelem e estejam levemente firmes nas extremidades. Deixe esfriar completamente nas assadeiras sobre gradinhas.

Rend.: cerca de 50

sexta-feira, dezembro 20, 2013

Torrone de Natal e um filme pra lá de superestimado

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Christmas torrone / Torrone de Natal

Estava lendo alguma coisa sobre “Spring Breakers: Garotas Perigosas” ontem e resolvi assistir o tão famigerado “Kids”, cujo roteiro foi escrito por Harmony Korine. Eu me lembro do bafafá causado pelo filme em seu lançamento, há muitos anos, e agora que o vi percebo que foi somente por seu conteúdo “polêmico” e não por ter qualquer qualidade. É um filme pobre, desconfortável de assistir e completamente desnecessário – uma hora e meia da minha vida desperdiçadas com algo tão superestimado.

Quando eu era pequena, todo ano, em meados de dezembro, meu pai recebia uma cesta de Natal da empresa em que trabalhava: havia panetone, ameixas secas, passas, caixa de bombons e torrone (a minha guloseima preferida da cesta). Hoje, os torrones que encontro para comprar nada tem a ver com os torrones daquela época – acredito que tanto o produto quanto as minhas papilas gustativas mudaram – e até pouco tempo atrás eu achava o doce bem superestimado (e crianças de seis anos não sabem nada de bons doces, não é mesmo?) :D.

Isso foi até eu fazer torrone em casa. ;)

Se vocês estiverem sem tempo ou não tiverem um termômetro culinário em casa (essencial para esta receita), usem as suas claras, pistaches e cranberries para preparar torrone em forma de financier.

Torrone de Natal
da Martha

- xícara medidora de 240ml

papel arroz comestível suficiente para duas camadas em uma forma de 22,5x32,5
1/3 xícara de amido de milho
3 claras grandes
1 xícara de mel
3 xícaras (600g) de açúcar cristal
½ xícara (70g) de açúcar de confeiteiro
130g de pistaches crus e sem sal
130g de cranberries secas

Forre uma forma retangular de 22,5x32x5cm com o papel arroz, sem sobrepor as folhas (recorte-as se necessário).
Salpique uma superfície limpa e seca com o amido de milho. Coloque as claras na tigela grande da batedeira e use o batedor em formato de pá. Reserve.
Em uma panela média, misture o mel e o açúcar cristal. Leve ao fogo médio e cozinhe até que a mistura comece a ferver, cerca de 4 minutos. Coloque um termômetro culinário na panela e continue cozinhando a mistura, mexendo ocasionalmente.
Bata as claras até que elas formem picos firmes; junte o açúcar de confeiteiro e bata para incorporar. Quando o termômetro registrar 157°C retire a panela do fogo. A temperatura vai subir para 160°C – misture com uma espátula de silicone até que a temperatura baixe para 148°C, 1-2 minutos. Com a batedeira ligada, despeje a mistura quente lentamente nas claras (despeje na lateral da tigela, evitando que a mistura quente atinja o batedor e espirre em você) e continue batendo – elas aumentarão bastante de volume; aguarde alguns segundos até que o volume volte ao normal e continue batendo e despejando a mistura de açúcar. Bata até que a mistura fique espessa e comece a grudar no batedor. Junte o pistache e as cranberries.
Despeje a mistura sobre a superfície coberta com o amido de milho (eu achei mais fácil removê-la da tigela usando as mãos, já que é bem firme e a espátula não dá conta). Dobre a massa três vezes, evitando ao máximo incorporar muito amido de milho. Transfira para a forma forrada com papel arroz e espalhe com as mãos até preencher a forma completamente. Cubra com outra folha de papel arroz e deixe esfriar sobre uma gradinha. Corte em pedaços enquanto ainda estiver morno. Guarde em recipiente hermético, entre folhas de papel manteiga, por até duas semanas.

Rend.: cerca de 40 pedaços – fiz exatamente a receita acima usando uma forma de 20x30cm

quarta-feira, dezembro 18, 2013

Brownies de gingerbread e um filme que eu deveria ter visto em 2006

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Gingerbread brownies / Brownies de gingerbread

Enquanto há filmes que vejo repetidas vezes, existem outros que não consigo dar um jeito de ver, não importa o quanto eu queira: se está passando na TV, é bem na hora em que tenho que ir a algum outro lugar (ou irá ao ar às três da manhã), ou no final de semana em que eu trago o DVD para casa simplesmente não encontro tempo para sentar e assistir – e assim por diante. Um destes filmes era “Filhos da Esperança”: alguns dias atrás consegui finalmente ver, e nossa, que filmaço. Alfonso Cuarón já tinha me ganhado com o excelente “Gravidade”, e em “Filhos da Esperança” seu trabalho é pura perfeição – não há palavras para descrever seu trabalho na direção e é simplesmente ridículo que ele não tenha sido indicado a Melhor Diretor; na verdade, o filme teve apenas três indicações ao Oscar (“Histórias Cruzadas”, por exemplo, teve quatro, pelamordedadá), e Clive Owen foi ignorado enquanto que Forest Whitaker levou pra casa o prêmio. Tenho nem o que dizer.

Então aqui estou, com sete anos de atraso, me odiando por ter demorado tanto para ver uma obra-prima como “Filhos da Esperança”. Como não quero que esse tipo de coisa aconteça quando o assunto é comida, lhes trago estes brownies de gingerbread, deliciosos e facílimos de fazer: não tinha certeza de os prepararia, afinal de contas a série de Natal deste ano está bem chocolatuda, mas pra que esperar? Nem sete anos, nem mesmo sete dias. :D

Brownies de gingerbread
um tiquinho adaptados sempre deliciosa Delicious Australia

185g de manteiga sem sal, picada
150g de chocolate meio-amargo picado – usei um com 53% de cacau
200g de açúcar mascavo
3 ovos
1 colher (chá) de extrato de baunilha
150g de farinha de trigo
¼ colher (chá) de fermento em pó
1 pitada de sal
½ colher (chá) de canela em pó
½ colher (chá) de gengibre em pó
½ colher (chá) de noz-moscada ralada na hora
3 colheres (sopa) de cacau em pó, sem adição de açúcar, peneirado – meça, depois peneire
100g de chocolate meio-amargo, extra, em gotas ou picado

Pré-aqueça o forno a 180°C. Unte levemente com manteiga uma forma quadrada de 20cm, forre-a com papel alumínio deixando sobrar em dois lados opostos, formando “alças”, e unte o papel também.
Em uma tigela grande refratária, derreta a manteiga e os 150g de chocolate em banho-maria (fogo baixo, sem deixar o fundo da tigela tocar a água). Retire do fogo e deixe esfriar um pouquinho.
Adicione o açúcar e misture. Adicione os ovos, um a um, batendo bem a cada adição. Junte a baunilha, a farinha, o fermento, o sal, as especiarias e o cacau e misture para incorporar. Acrescente os 100g de chocolate restantes e incorpore gentilmente. Transfira a massa para a forma preparada e alise a superfície.
Asse até que os brownies firmem levemente nas laterais da forma e um palito inserido no centro saia com migalhas úmidas, cerca de 20 minutos. Retire do forno e deixe esfriar completamente na forma, sobre uma gradinha.
Corte em quadradinhos para servir.

Rend.: 16 brownies

segunda-feira, dezembro 16, 2013

Biscoitinhos de gengibre com chocolate branco e o melhor filme de terror de todos os tempos

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White chocolate ginger buttons / Biscoitinhos de gengibre com chocolate branco

Bem como a minha lista de receitas “a fazer”, a lista de filmes que quero ver cresce a cada dia – há sempre alguma coisa interessante que ainda não vi, novos lançamentos toda semana... Acho que jamais darei conta de nenhuma das listas. :D

Para tornar tudo mais difícil, de vez em quando me dá vontade de rever os meus filmes preferidos, especialmente aqueles que vi na adolescência – parece que agora que sou mais velha consigo saboreá-los mais. Semana passada assisti a “Coração Satânico” novamente (pela terceira vez, para ser mais exata) e achei ainda mais fantástico do que da última vez, anos atrás. Achei as atuações ainda melhores – o quão excelente está Mickey Rourke neste filme? – o roteiro ainda mais genial e a maneira como Alan Parker desenvolve tudo isso, sublime. Considero “O Exorcista” o filme de terror mais assustador já feito, mas para mim o melhor é, sem dúvida, “Coração Satânico”.

Achei que já tivesse bastado de biscoitos de gengibre neste Natal, mas quando vi estes botõezinhos tão bonitinhos tive de fazê-los: se não consigo evitar assistir a certos filmes várias e várias vezes, como conseguiria resistir a biscoitos de especiarias recheados de chocolate branco (duas coisas que adoro)? ;)

Biscoitinhos de gengibre com chocolate branco
um nadinha adaptados daqui

- xícara medidora de 240ml

Biscoitos:
1/3 xícara (75g) de manteiga sem sal, amolecida
¾ xícara (150g) de açúcar cristal
1 ovo
1/3 xícara (80ml) de melado de cana
2 xícaras (280g) de farinha de trigo
1 ½ colheres (chá) de gengibre em pó
1 colher (chá) de bicarbonato de sódio
1 colher (chá) de canela em pó
¼ colher (chá) de cravo em pó
1 pitada de sal

Recheio:
140g de chocolate branco, picadinho
1 pitada de canela

Biscoitos: pré-aqueça o forno a 180°C. Forre duas assadeiras grandes, de beiradas baixas, com papel manteiga.
Em uma tigela média, misture com um batedor de arame a farinha, o gengibre, o bicarbonato, a canela, o cravo e o sal. Reserve.
Com a batedeira, bata a manteiga e o açúcar até obter um creme claro. Batendo, junte o ovo, o melado e a baunilha. Em velocidade baixa, acrescente os ingredientes reservados e bata somente até incorporar. Faça bolinhas com 1 colher (sopa) nivelada de massa e coloque-as nas assadeiras preparadas, deixando 5cm de distância entre elas. Usando uma colher medidora redondinha ou o cabo de uma colher de pau faça um buraquinho no centro de cada bolinha. Asse até que as extremidades dourem levemente, 10-12 minutos. Deixe esfriar nas assadeiras sobre uma gradinha por 5 minutos; retire com cuidado, transfira para a gradinha e deixe esfriar completamente.

Recheio: coloque o chocolate em uma tigelinha refratária e leve ao banho-maria (fogo baixo, sem deixar que o fundo da tigela toque a água), mexendo até derreter. Retire do fogo e coloque cerca de ½ colher (chá) dentro de cada buraquinho dos biscoitos. Polvilhe com a pitadinha de canela e deixe o chocolate firmar (cerca de 1 hora).

Os biscoitos podem ser guardados em um recipiente hermético, entre camadas de papel manteiga, por até 5 dias ou congelados por até 2 meses.

Rend.: cerca de 45 biscoitos


sexta-feira, dezembro 13, 2013

Rocky road de Natal + duas interpretações fenomenais

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Christmas rocky road / Rocky road de Natal

Dias atrás, graças às maravilhosas pessoas que postam filmes na Internet (um obrigada gigante a vocês), consegui finalmente assistir a “Behind the Candelabra” e que filme excelente, gente: eu esperava algo bom, afinal de contas o diretor é Steven Soderbergh, mas foi muito mais do que eu esperava por causa de Michael Douglas e Matt Damon. Jamais pensei que Douglas pudesse ser capaz de uma interpretação tão fantástica – acho que dependendo da nossa idade a tendência é associá-lo ao tipo herói de ação ou aos personagens sexuais do passado (eu gosto muito dele em “Traffic”, também, e não é sua culpa se Oliver Stone arruinou “Wall Street: O Dinheiro Nunca Dorme”).

Por algumas horas Michael Douglas foi Liberace, indo além de simplesmente usar roupas extravagantes: a voz, o cabelo, os gestos, estava tudo ali, perfeitamente executado.

Adoro atores versáteis e por isso Matt Damon é um dos meus favoritos: sendo um rostinho bonito ele poderia facilmente ter se contentado com o posto de galã e ter tomado o caminho das comédias românticas, mas em vez disso ele escolheu a diversidade e tem mostrado o quão bom ator é. Ele está brilhante como Scott Thorson e é uma pena que ele e Michael Douglas estejam competindo um contra o outro na temporada de premiações, pois ambos merecem uma enxurrada delas.

Minha série de Natal continua, desta vez com uma receita fácil e que não vai ao forno: assim como as roupas de Liberace eram cravejadas de cristais e strass, estas barrinhas rocky road são cravejadas de delícias como frutas secas e marshmallow. :)

Dei sorte e encontrei manjar turco à venda na Casa Santa Luzia (com o nome de “rahat”); entretanto, já tinha decidido fazer as barrinhas mesmo que tivesse de usar outro ingrediente e cogitei trocar o manjar turco por amaretti; usem a imaginação caso não encontrem os ingredientes listados abaixo – tenho certeza de que outras frutas secas e castanhas ficariam deliciosas, também.

Rocky road de Natal
um tiquinho adaptado da sempre lindíssima revista Donna Hay

800g de chocolate meio amargo – usei um com 53% de cacau
1 ½ colheres (sopa) de óleo de canola
120g de cranberries secas
180g de mini marshmallows
200g de manjar turco em cubinhos (também conhecido como lokum ou rahat – foi assim que encontrei à venda na Casa Santa Luzia)
120g de pistaches picados grosseiramente

Unte bem levemente com manteiga uma forma de 20x30cm e forre-a com papel alumínio (a manteiga vai servir simplesmente para manter o papel alumínio no lugar, para que ele não fique “dançando” na forma).
Coloque o chocolate e o óleo em uma tigela refratária e leve ao banho-maria – em fogo baixo e sem deixar que a base da tigela toque a água – mexendo ocasionalmente até o chocolate derreter completamente.
Em uma tigela grande, misture as cranberries, os marshmallows, o manjar turco e os pistaches.
Retire a tigela de chocolate do fogo e reserve cerca de 1 xícara da mistura. Despeje o restante sobre os ingredientes na tigela grande e misture até cobri-los bem. Transfira para a forma preparada e aperte bem na forma. Regue com o chocolate reservado e alise a superfície. Leve à geladeira por 1 hora ou até firmar. Vire o bloco de chocolate sobre uma superfície bem seca e remova o papel alumínio. Corte o bloco em barrinhas ou quadradinhos.

Rend.: 74 pedacinhos pequeninos (ou corte-os do tamanho que preferir)

quarta-feira, dezembro 11, 2013

Vanillekipferl (biscoitinhos de baunilha vienenses) e uma competição nada justa

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Vanillekipferl (Viennese vanilla crescents) / Vanillekipferl (biscoitinhos de baunilha vienenses)

O pessoal por trás do Oscar parece ter desenvolvido uma estratégia para deixar as performances mais poderosas de fora da competição (talvez para assegurar que aquelas mais ou menos levem os prêmios? Quem sabe). Ano passado tanto Tilda quanto Michael Shannon não foram incluídos no joguinho (e eles estavam absolutamente magníficos em “Precisamos Falar Sobre o Kevin” e “O Abrigo”, respectivamente), e 2013 será lembrado por mim como o ano em que Marion Cotillard foi ignorada apesar de ter sambado na cara de todos com “Ferrugem e Osso”. O filme é tão maravilhoso que ainda não consegui escrever uma linha sequer sobre ele (costumo chamar de “efeito ‘Árvore da Vida´”), e a interpretação de Marion é algo sublime. Harvey Weinstein deve ter sentido profundo alívio quando Marion não foi indicada, pois ela definitivamente tornaria as coisas bem mais difíceis para Jennifer Lawrence – eu a adoro, mas aquele Oscar foi uma piada (e uma demonstração do poder do lobby).

Estes biscoitos, com seu nome germânico e seu incrível sabor de baunilha, são um dos melhores que já fiz (e olhem que já fiz biscoito nessa vida); são deliciosos, derretem na boca, e como são bonitinhos podem ser uma boa opção de presente ou uma adição à mesa do Natal – só tenho pena de qualquer outro biscoito perto deles, pois a competição não seria nada justa... ;)

Favas de baunilha são um ingrediente caro e não as uso com frequência, mas como é Natal acho que um pouquinho de luxo não faz mal; caso queiram preparar os biscoitos, não se esqueçam de planejar com antecedência: o açúcar de confeiteiro da cobertura e a baunilha precisam de um tempo para se conhecer melhor. ;)

Vanillekipferl (biscoitinhos de baunilha vienenses)
um tiquinho adaptados do The Gourmet Cookbook: More than 1000 recipes

- xícara medidora de 240ml

Açúcar baunilhado (para envolver os biscoitos):
170g de açúcar de confeiteiro (usei impalpável)
1 fava de baunilha, aberta no sentido do comprimento, sementes removidas com as costas de uma faca

Biscoitos:
245g de farinha de trigo
25g de açúcar de confeiteiro
1 pitada de sal
70g de farinha de amêndoa
1 fava de baunilha, aberta no sentido do comprimento, sementes removidas com as costas de uma faca
170g de manteiga sem sal, gelada e em cubinhos
2 colheres (chá) de extrato de baunilha

Comece preparando o açúcar baunilhado: coloque o açúcar, as sementes de baunilha e a fava em uma tigela pequena e misture com as pontas dos dedos para aromatizar o açúcar. Cubra com filme plástico e deixe em temperatura ambiente de um dia para o outro.

Biscoitos: no processador de alimentos, misture a farinha de trigo, o açúcar de confeiteiro, o sal, a farinha de amêndoa e as sementes de baunilha. Junte a manteiga e pulse para incorporar (a mistura vai parecer uma farofa grossa). Com o processador ligado, acrescente o extrato de baunilha e processe apenas até que uma massa comece a se formar. Forme um disco com a massa, embrulhe em filme plástico e leve à geladeira por pelo menos duas horas (ou de um dia para o outro).

Pré-aqueça o forno a 180°C. Forre duas assadeiras grandes, de beiradas baixas, com papel manteiga.
Separe porções de ½ colher (sopa) nivelada de massa e formate um cilindro com elas; entorte levemente as pontas de cada cilindro para formar uma meia-lua e coloque-as nas assadeiras deixando 2,5cm de distância entre uma e outra. Asse por 10-15 minutos ou até que dourem bem levemente.
Com cuidado, passe os biscoitinhos ainda mornos no açúcar baunilhado e então transfira para uma gradinha. Deixe esfriar antes de guardar em recipiente hermético e polvilhe com mais açúcar baunilhado antes de servir.

Rend.: cerca de 50 biscoitos

segunda-feira, dezembro 09, 2013

Barrinhas de eggnog e mexendo com ícones

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Eggnog bars / Barrinhas de eggnog

Muita gente que conheço é contra remakes – eu não; acho que há ótimos remakes – alguns são superiores aos originais – e há os ruins, também. É a vida, né?

Acho que é difícil lidar com personagens tradicionais e icônicos (a menos que você seja David Fincher) e talvez alguns deles deveriam ser deixados em paz, mesmo, em toda a sua glória. Chloë Grace Moretz prestou um desserviço à sua carreira ao interpretar pobremente uma personagem elevada à perfeição por Sissy Spacek, e “Carrie” é um filme tão ruim no geral que nem a deusa Julianne Moore salva (o que, para mim, impressiona).

Vamos mexer com coisas tradicionais e icônicas de um jeito melhor? Peguemos uma bebida de Natal (típica dos EUA) e a transformemos em bolos, biscoitinhos e barrinhas de cheesecake – eu não acho que alguém vá ficar desapontado. ;)

Barrinhas de eggnog
um nadinha adaptadas do excelente The Good Cookie: Over 250 delicious recipes, from simple to sublime

- xícara medidora de 240ml

Base:
150g de bolacha Maria/maisena
¾ colher (chá) de canela em pó
9 colheres (sopa) - 125g - de manteiga sem sal, derretida

Recheio:
335g de cream cheese, amolecido
2/3 xícara (133g) de açúcar cristal
2 colheres (chá) de amido de milho
1 ovo grande
2 gemas grandes
1/3 xícara (80ml) de creme de leite fresco
3 colheres (sopa) de conhaque
1 ½ colheres (chá) de extrato de baunilha
¼ colher (chá) de noz-moscada ralada na hora + um pouquinho extra para polvilhar sobre as barrinhas antes de servir

Base: pré-aqueça o forno a 180°C – você vai assar as barrinhas no centro do forno. Unte levemente com manteiga uma assadeira de 20x30cm, forre-a com papel alumínio deixando sobrar 5cm de dois lados opostos, formando “alças” e unte o papel também.
No processador de alimentos, triture as bolachas. Junte a canela e pulse para incorporar. Com o processador ligado, adicione a manteiga e processe até incorporá-la. Transfira a mistura para a forma preparada e pressione no fundo da forma. Asse por 8-10 minutos ou até que a base estufe levemente e firme.
Deixe esfriar sobre uma gradinha enquanto prepara o recheio. Diminua a temperatura do forno para 160°C.

Recheio: na tigela da batedeira, bata o cream cheese e o açúcar em velocidade média até obter uma mistura cremosa e clara, cerca de 1 minuto. Batendo, junte o amigo de milho, seguido do ovo e das gemas, um a um, batendo até incorporar. Raspe as laterais da tigela conforme necessário. Adicione o creme de leite, o conhaque, a baunilha e a noz-moscada. Espalhe o recheio sobre a base. Asse por 15-20 minutos ou até que o recheio firme. Deixe esfriar completamente sobre uma gradinha e então leve à geladeira.
Antes de servir, polvilhe com um pouquinho de noz-moscada ralada na hora e corte em barrinhas ou quadradinhos.

Rend.: 24 unidades


sexta-feira, dezembro 06, 2013

Blondies de speculaas e um dos trailers mais lindos que já vi

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Chewy speculaas blondies / Blondies de speculaas

Minha irmã e eu adoramos ver os trailers quando vamos ao cinema, e depois de cada um deles nos entreolhamos e dizemos “sim” ou “não” (se vamos ou não assistir àquele filme quando entrar em cartaz). Semanas atrás, na sessão de “Em Chamas”, vimos o trailer de “A Vida Secreta de Walter Mitty” e confesso que quando a cara de Ben Stiller apareceu na tela eu já estava pronta para dizer “não” – realmente não suporto os filmes dele – mas no final do trailer nós duas dissemos um “sim” bem empolgado. :)

Um dos trailers mais lindos que já vi e a trilha magnífica (a canção não saiu da minha cabeça desde então) me fizeram querer ver um filme estrelado por Ben Stiller – eu mal podia acreditar. :D

Também foi difícil crer que eu poderia ter speculaas sem a novela de abrir massa, gelar massa, cortar massa (e gelar mais uma vez) – um biscoito do tipo roll out neste calor já é mais do que suficiente. :) As blondies do Edd Kimber trazem todos os sabores deliciosos dos speculaas e ainda tem chocolate – como não amar? :D

As blondies ficaram bem saborosas e fininhas, mas para mim isso não é um problema: aprendi a gostar de barrinhas assim depois de ser apresentada aos brownies de Alice Medrich.

Blondies de speculaas
um tiquinho adaptadas do delicioso The Boy Who Bakes

- xícara medidora de 240ml

½ xícara (113g) de manteiga sem sal
½ colher (chá) de gengibre em pó
1/8 colher (chá) de noz moscada ralada na hora
1/8 colher (chá) de cravo em pó
1/8 colher (chá) de cardamomo moído
200g de açúcar mascavo claro
1 ovo
1 colher (chá) de extrato de baunilha
125g de farinha de trigo
1 pitada de sal
½ colher (chá) de fermento em pó
30g de chocolate branco, picado ou em gotinhas
30g de chocolate meio amargo, picado ou em gotinhas
60g de amêndoas, levemente tostadas e frias, picadas

Pré-aqueça o forno a 180°C. Unte levemente com manteiga uma forma quadrada de 20cm, forre-a com papel alumínio deixando sobrar em dois lados opostos, formando “alças”, e unte o papel também.
Derreta a manteiga em uma panela média em fogo médio-alto, junte as especiarias e cozinhe por 2 minutos, mexendo. Acrescente o açúcar e cozinhe por mais 2 minutos, mexendo sempre. Retire do fogo e deixe esfriar. Com um batedor de arame, misture o ovo e a baunilha. Com uma espátula de silicone, incorpore gentilmente a farinha, o fermento e o sal. Adicione os chocolates e a amêndoa. Espalhe a massa na forma preparada e alise a superfície. Asse por 15-20 minutos ou até que um palito inserido no centro saia com migalhas úmidas (como um brownie). Deixe esfriar completamente na forma, sobre uma gradinha. Corte em quadradinhos para servir.

Rend.: 16 unidades

quarta-feira, dezembro 04, 2013

Pain d’épice de chocolate, duas versões da mesma canção e do mesmo doce

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Chocolate pain d'epice / Pain d'épice de chocolate

Um dia, na época em que dava aula, falei para os meus alunos que gostava de Soft Cell e, dois dias depois um deles apareceu com o “Memorabilia” na sala e disse: “teacher, você tem que ouvir este CD” – ele tinha certeza de que eu amaria e, de fato, amei. Naquele CD havia uma versão um pouquinho diferente de “Loving You, Hating Me” da que eu conhecia (e adorava) – o arranjo era um pouco menos metálico, digamos assim – e acabei me apaixonando pela nova versão (se tornou uma das minhas favoritas de todos os tempos).

Ano passado postei uma receita de pain d’épice e agora lhes trago outra, com farinha integral e chocolate – gosto de ambas, mas a versão de chocolate ganhou o meu coração (obrigada, Eric Lanlard). :)

Pain d’épice de chocolate
um nadinha adaptado do lindíssimo e delicioso Chocolat (comprei o meu aqui)

200ml de leite integral
8 colheres (sopa) de mel clarinho*
125g de chocolate meio amargo – usei um com 53% de cacau
300g de farinha de trigo integral
65g de açúcar mascavo claro
1 colher (chá) de bicarbonato de sódio
½ colher (chá) de canela em pó
½ colher (chá) de noz-moscada ralada na hora
½ colher (chá) de gengibre em pó
¼ colher (chá) de cravo em pó
1 pitada de sal
3 ovos, levemente batidos com um garfo
1 colher (sopa) de extrato de baunilha
1 colher (sopa) de água de flor de laranjeira

Pré-aqueça o forno a 180°C. Unte com manteiga uma forma de bolo inglês com capacidade para 900g, forre-a com papel manteiga e unte o papel também.
Em uma panelinha, aqueça o leite e o mel sem deixar ferver. Retire do fogo, acrescente o chocolate e misture até derreter. Deixe esfriar por 5 minutos.
Em uma tigela grande, misture com um batedor de arame a farinha, o açúcar, o bicarbonato, as especiarias e o sal. Faça um buraco no centro, junte os ovos, a baunilha e a água de flor de laranjeira e misture. Acrescente a misture de chocolate e misture com o batedor até obter uma massa homogênea.
Despeje a massa na forma preparada e asse por 45-50 minutos ou até que o bolo cresça (faça o teste do palito). Deixe esfriar na forma, sobre uma gradinha, por 10 minutos e então desenforme com cuidado, transferindo para a gradinha. Deixe esfriar completamente e então remova o papel.

O pain d’épice pode ser guardado por até duas semanas bem embalado em filme plástico. Você pode servir fatias dele tostadas com manteiga ou geleia.

* medir mel às colheradas é uma chatice – se você não estiver a fim, considere que eu usei metade de um vidro de 350g

Rend.: 8-10 porções