Mark Bittman está tentando convencer as pessoas a fazerem pizza em casa e seu argumento é que não só é algo econômico como também a pizza é mais gostosa – tenho de concordar com ele. :)
A última vez que pedi pizza em casa foi há quase sete anos e até agora ninguém sentiu falta – na verdade, para ser sincera, as pizzas que comemos nas casas de outras pessoas (porque eu sou a única “louca” que as prepara em casa) custaram caro e/ou não eram tudo isso em termos de sabor.
Aqui está a minha pizza, para quem quiser se tornar uma “louca” como eu; eu costumava fazer a massa do Richard Bertinet (que é fantástica e cuja receita está no blog) mas como estou sempre correndo acabei mudando para a receita da Donna Hay: é bem mais rápida e igualmente saborosa.
Pizza de mozarela de búfala, alcachofra e limão siciliano
adaptada do ótimo Modern Classics (Book 1) e da sempre deliciosa Donna Hay Magazine
- xícara medidora de 240ml
Massa:
1 colher (chá) de fermento biológico seco
1 pitada de açúcar
2/3 xícara (160ml) de água morna
1 colher (sopa) de azeite extra-virgem
1 ¾ xícaras + ½ colher (sopa) - 250g - de farinha de trigo comum
1 colher (chá) de sal
Cobertura:
1/3 xícara de molho de tomate (ou mais, se gostar)
200g de mozarela de búfala, ralada no ralador grosso
6-8 corações de alcachofra em conserva, drenados e cortados ao meio no sentido do comprimento
raspas da casca de 1 limão sicliano
folhinhas de manjericão fresco
Massa: coloque o fermento e o açúcar em uma tigela média. Junte a água e misture com um garfo para dissolver o fermento. Reserve por 2-3 minutos ou até que o fermento espume. Adicione o azeite, a farinha e o sal e misture para incorporá-los. Transfira a massa para uma superfície limpa e seca (não é preciso enfarinhar) e sove até obter uma massa homogênea e elástica (acrescente farinha caso seja necessário, mas evite fazê-lo em excesso ou a massa ficará dura). Forme uma bola com a massa. Unte levemente com azeite a mesma tigela e transfira a massa para ela. Cubra com filme plástico e deixe crescer em um lugar quentinho por 45-60 minutos.
Pré-aqueça o forno a 250°C. Com as mãos, abra a massa em um círculo e transfira para uma assadeira grande, de beiradas baixas*. Espalhe o molho de tomate sobre a massa e cubra com a mozarela. Arrume as alcachofras sobre o queijo e salpique com as raspas de limão. Asse até dourar, 20-25 minutos. Salpique com as folhinhas de manjericão e sirva.
* sempre coloco a assadeira para aquecer no forno um bom tempo antes de preparar a pizza; retiro do forno e coloco a massa sobre ela (que estará bem quente). Rapidamente espalho o molho e a cobertura sobre a massa e volto ao forno – isso funciona bem (não tenho pedra de pizza) e a massa não fica encharcada
Rend.: 4 porções (na minha casa a pizza serve 2). :)
sexta-feira, abril 20, 2012
Pizza de mozarela de búfala, alcachofra e limão siciliano - uma idéia boa para o final de semana
sexta-feira, janeiro 06, 2012
Pizza sem massa da Nigella
Fui ao cinema assistir a “Imortais” só por causa de Tarsem Singh; seu trabalho é visualmente tão único que mesmo que eu não soubesse que ele dirigira o filme teria adivinhado ao ver a primeira cena. Confesso não ter gostado muito do filme: elenco ruim (com exceção do ótimo John Hurt) e roteiro idem; entretanto, o visual é absolutamente fantástico.
Agora, me digam: pizza sem massa – isso não é a cara da Nigella? A receita vem do lindo e delicioso "Nigella Kitchen" e é bem fácil, gostosa e vocês podem ser criativos à vontade com as coberturas – uma refeição rápida perfeita.
Pizza sem massa da Nigella
do fabuloso "Nigella Kitchen"
1 ovo
2/3 xícara (95g) de farinha de trigo comum
sal a gosto
pimenta do reino a gosto (opcional)
1 xícara (240ml) de leite integral
1 xícara de Cheddar ralado – usei mozarela comum e deu super certo
5-6 fatias de pepperoni ou salame (opcional)
orégano seco, a gosto
Pré-aqueça o forno a 200°C. Unte com manteiga uma forma refratária de 20 ou 22cm de diâmetro (usei um Pirex e deu super certo).
Em uma tigela, bata o ovo com a farinha, o sal, a pimenta (se for usar), e o leite até obter uma massa homogênea, parecida com a massa de panqueca. Junte metade do queijo e misture. Despeje na forma e leve ao forno por 30 minutos ou até que as beiradas dourem. Retire do forno, cubra a massa com o queijo restante, o pepperoni e o orégano e volte ao forno até derreter o queijo, 2-3 minutos.
Sirva em fatias (com uma salada, se quiser).
Rend.: 2 porções
segunda-feira, março 11, 2019
Bolo de fubá, laranja e coco - um bolo com um significado muito especial
Eu poderia dizer que o post de hoje é um desabafo, mas seria dramático demais - enquanto escrevo isso, lembro da minha chefe suíça Raffaella, tão querida, que voltou para Zurique e que brincava me chamando de "drama queen". :)
Havia muito tempo que não fazia receitas novas - andava mesmo só cozinhando o basicão, por necessidade, sem sentir prazer nenhum. Cozinhava porque precisava comer, pronto - assim mesmo, bem sem graça. Não me lembrava de quando me sentira assim da última vez, talvez nunca? Desde a adolescência eu sempre me sentia feliz na cozinha e fazia bem mais de um ano que isso não acontecia. Todas as receitas que vocês tem visto aqui são as que desenvolvi para o livro, coisa antiga que eu não queria deixar guardada, receitas tão boas que precisavam ser compartilhadas com quem ainda sente alegria ao cozinhar, mas coisa nova mesmo, não havia. Eu pensava no que seria do blog quando o estoque de receitas do livro acabasse...
Mas o Universo tem jeitos muito particulares de agir e o meu pequenino, que não é mais tão pequenino assim - fez 4 anos mês passado - estava aqui em casa outro dia e como já tínhamos brincado de tudo o que vocês puderem imaginar eu não sabia mais como distrair a criança que não para um minuto sequer. Com o horário do jantar chegando, me deu uma luz de repente e perguntei se ele queria fazer pizza comigo - a ideia foi rapidamente aceita e para a cozinha nós fomos. Fizemos a massa juntos, para depois deixar a batedeira sovar, e algumas colheres-medida e punhados de farinha espalhados depois nossa massinha estava na tigela, coberta com plástico e crescendo. A alegria do Pingo ao saber que estava fazendo algo que comeria mais tarde me deu uma energia completamente nova. Depois do tempo de descanso, abrimos a massa juntos, ele apertando o rolo com suas mãos fofinhas, espalhando molho com as costas da colher (e furando a massa, mas tudo bem, fui grudando tudo de novo, beliscando a massa), jogando queijo por cima... Senti uma felicidade como havia muito não sentia. Ele me ajudou a tirar as folhas de manjericão dos galhinhos, feliz da vida, para que eu as espalhasse sobre a pizza ao tirá-la do forno. E depois comemos o resultado do nosso trabalho e ele disse que a pizza da Dedé era mais gostosa do que a pizza da pizzaria.
Ele voltou outro dia, fizemos pizza novamente, e também picolé e bolo. Ele amou fazer bolo e me dizia que o cheirinho vindo da cozinha era muito gostoso. Fizemos juntos o bolo que lhes trago hoje e só agora, escrevendo o post, é que me dou conta de que é um bolo com fubá, por uma coincidência. O meu primeiro bolo da vida foi de fubá e quem é leitor veterano do blog sabe disso.
Para vocês terem uma ideia de quanto tempo fazia desde a minha última foto de comida, a bateria da câmera estava completamente descarregada quando a peguei para fotografar o bolo. Fiquei um tempão tentando encontrar um jeito de fazer uma foto bonita: bolo inteiro, bolo cortado, paninho de uma cor, paninho de outra, prato este, prato aquele. Não sei bem se as fotos me agradaram - vai ver, perdi o meu mojo -, mas para sempre vou me lembrar deste bolo como o primeiro bolo que fiz com o Pingo. O bolo que me tirou do estupor de mais de um ano sem querer sequer ligar o forno.
Bolo de fubá, laranja e coco
receita minha
Bolo:
1 xícara (140g) de farinha de trigo
3/4 xícara (105g) de fubá
1 1/2 colheres (chá) de fermento em pó
1 pitada de sal
1/2 xícara (50g) de coco ralado sem adição de açúcar
raspas da casca de 1 laranja grande
1 xícara + 1 colher (sopa) - 212g - de açúcar cristal ou refinado
1/2 xícara + 2 colheres (sopa) - 140g - de manteiga sem sal, temperatura ambiente
1 colher (sopa) de óleo de canola
3 ovos grandes, temperatura ambiente
1 colher (chá) de extrato de baunilha
3/4 xícara (180ml) de leite, temperatura ambiente
Glacê:
1/2 xícara (70g) de açúcar de confeiteiro, peneirado - meça, depois peneire
2-3 colheres (chá) de suco de laranja
Preaqueça o forno a 180°C. Unte com manteiga e enfarinhe uma forma de furo central com capacidade para 8 xícaras de massa.
Em uma tigela média, misture bem com um batedor de arame a farinha, o fubá, o fermento, o sal e o coco. Reserve.
Na tigela da batedeira, junte o açúcar e as raspas de laranja e esfregue-os juntos com as pontas dos dedos até perfumar o açúcar. Junte a manteiga e o óleo e bata em velocidade média até obter um creme claro e fofo - raspe as laterais da tigela ocasionalmente durante todo o preparo da receita. Junte os ovos, um a um, batendo bem a cada adição. Junte a baunilha e bata bem. Com a batedeira em velocidade baixa, junte os ingredientes secos reservados em três adições, alternando com o leite em duas adições, começando e terminando com os ingredientes secos. Misture bem, mas não bata em excesso para não desenvolver demais o glúten da farinha de trigo.
Transfira a massa para a forma preparada e alise a superfície. Asse por 40-45 minutos ou até que o bolo cresça e doure (faça o teste do palito). Deixe esfriar na forma sobre uma gradinha por 20 minutos e então desenforme com cuidado. Esfrie completamente.
Glacê: misture os ingredientes em uma tigelinha até obter a consistência desejada. Despeje sobre o bolo.
Rend.: 8-10 fatias
segunda-feira, setembro 14, 2020
Waffles integrais sabor pizza e férias bem diferentes
Tirei alguns dias de
férias em julho e foram férias muito diferentes de tantas outras que já tirei: de
quarentena, fiquei em casa o tempo todo. Planejava voltar a Nova York esse ano,
mas a pandemia não deixou. Não teve viagem, não teve passeio. Vi um filme por
dia, alguns seriados, e cozinhei bastante. Fiz algumas arrumações nos meus
livros, nos armários, tirei cochilos depois do almoço. Descansei.
Em uma das tardes vendo filmes me deu uma vontade doida de beliscar alguma coisinha, e eu tinha até feito bolo, mas queria mesmo algo salgado. Adaptei a minha receita de waffles de laranja e azeite e a transformei em waffles sabor pizza – adicionei um pouquinho de farinha integral para deixar a massa mais interessante e os waffles ficaram realmente muito gostosos. Divido com vocês hoje a receita.
Waffles integrais
sabor pizza
receita minha, adaptada dos meus waffles de laranja e azeite de oliva
- xícara medidora de
240ml
100g farinha de trigo
comum
75g de farinha de
trigo integral
2 colheres (chá) de
fermento em pó
1 pitada de sal
2 colheres (chá) de
orégano seco
1 ovo grande
¼ xícara (60ml) de
azeite de oliva extra virgem
¾ xícara (180ml) de
leite integral, temperatura ambiente
1 xícara (70g) de
mozarela ralada grosseiramente
2 colheres (sopa) de
parmesão ralado fininho
Em uma tigela média, misture
as farinhas, o fermento, o orégano e o sal com um batedor de arame. Reserve.
Em uma tigela pequena, misture com um batedor de arame o ovo, o azeite e o leite. Verta os líquidos sobre os ingredientes secos e misture somente até incorporar – não misture demais. Incorpore os queijos.
Preaqueça a máquina de
waffle. Cozinhe porções de massa por vez, até que cada waffle doure - siga as
instruções do fabricante. Sirva imediatamente.
Rend.: 5-6 waffles
quarta-feira, novembro 08, 2006
Pizza
Desde que comprei este livro (que vem com um DVD) estava querendo fazer alguma receita dele. Algumas, não... Todas! Cada pão, vocês não acreditam. É pra enlouquecer, mesmo.
Mostrei a foto da pizza pro João e ele ficou animado. Eu é que não estava muito segura para preparar a massa. Mas fui em frente. Estava realmente "dadivosa" aquele dia, pois fiz o molho de tomates em casa também:
A receita abaixo rendeu 2 pizzas (30cm diâmetro) e um restinho de massa na geladeira. No dia seguinte, abri pedaços pequenos da massa (do tamanho da minha mão), polvilhei com sal, orégano e cominho em pó e tentei imitar uns petisquinhos deliciosos que são servidos em uma pizzaria aqui de São Paulo, a Vica Pota. Ficaram parecidos!
Na segunda, ainda tinha massa e fiquei com dó de jogar fora - polvilhei sal e bastante orégano, cortei em rodelinhas e fritei (mesmo não gostando de fritar, queria "testar" a massa para esse fim). Deu certo e ficaram boas, apesar de um pouquinho oleosas.
O modo de preparo meio que proíbe o acréscimo de farinha na hora de sovar. Você tem que ir pegando a massa, virando-a e jogando-a no granito, até que ela fique no ponto. Demora um pouco, mas depois a gente vai pegando o jeito.
Mesmo quase "dominando" a técnica do livro, precisei acrescentar um pouco de farinha - 2 colheres (sopa), mais ou menos. Posso estar enganada, mas creio que tenha sido por causa do tipo de farinha usado. A receita pede farinha para pães e aqui não temos isso. Usei farinha de trigo comum.
Não tenho o livro em mãos agora, por isso fico devendo a quantidade de recheio.
Última observação: não consegui ver o DVD em casa, pois o meu aparelho só lê região 4. Meu pobre PC também não leu. Trouxe ao escritório e vi aqui. Se alguém pensar em comprar o livro, já fica avisado.
A idéia de postar vááárias fotos foi do João (que também fez as vezes de fotógrafo).
Pizza
510g de farinha de trigo
15g de fermento biológico fresco (1 tabletinho)
2 colheres (chá) de sal
360ml de água em temperatura ambiente
62ml de azeite de oliva
Coloque a farinha numa vasilha grande (a massa cresce bem), esfarele o fermento com os dedos e misture. Junte o sal, a água e o azeite e mexa até formar uma espécie de "papa" - o autor compara a "mingau".
Jogue no mármore/granito e vá sovando como descrevi anteriormente. Pegue a massa e jogue na bancada (no começo, fiz isso com a ajuda de uma espátula). Tenha fé e não tenha preguiça. Mande ver. Depois de uns 10 minutos, a massa começa a ficar menos grudenta - antes disso, juntei aquela farinhazinha extra.
Faça uma bola e coloque de volta na vasilha, polvilhada com farinha de trigo. Cubra e deixe crescer por 1h10 minutos (ou coloque na geladeira de um dia para o outro). Minha massa descansou por 3 horas.
Abra a massa:
E coloque o recheio que preferir (fiz uma de brócolis com cebola e queijo e outra só de queijo):
Leve ao forno pré-aquecido a 240ºC até que a massa esteja dourada.
quarta-feira, janeiro 03, 2007
Pizza - novas informações
Meus queridos leitores - estou incluindo você aqui, ok? :) - quero fazer uma atualização do post da pizza.
Fiz novamente a receita, desta vez usando a farinha especial para pães lançada pela marca Fleischmann. Eu a vi no mercado e fiquei interessada em testar. Depois, também vi que a Karen a havia usado nestes pãezinhos maravilhosos. Daí comprei mesmo. Posso dizer que a farinha está aprovada!
Fiz a receita do jeitinho que o Richard Bertinet ensina, sovar sem acrescentar mais farinha, e deu tudo certo. Não precisei colocar mais nem uma pitada de farinha e consegui chegar ao ponto ideal da massa na metade do tempo da outra vez.
Consegui abrir a massa mais fininha e obtive 3 pizzas grandes, com cerca de 30cm cada.
Chamei meu pai e meu irmão para serem as "cobaias" da vez. Recebi muitos elogios, torpedos pelo celular perguntando quando seria a próxima vez e um pedido do João para fazer esta pizza de novo no final de semana. :D
Update: Graças ao comentário da Maria Helena, percebi que tinha errado a marca da farinha...
Tks, Maria Helena!!
Helloooooooo, Patricia Scarpin!!
sexta-feira, junho 06, 2014
Panna cotta de limão siciliano com morangos assados - ótima para quando se tem visita
Adoro receber gente em casa para jantar – alimentar pessoas me enche de alegria, posso até dizer que é terapêutico. Porém, geralmente fico ansiosa e quero preparar uma refeição fantástica, e fico planejando fazer um monte de coisas diferentes, o que não é uma sábia decisão a não ser que você pretenda ficar enfiada na cozinha o tempo todo enquanto o seu marido faz sala para as visitas. :S
Como os amigos e a família adoram a minha pizza caseira, o prato principal tem sido fácil de decidir, mas na hora de escolher a sobremesa fico na maior dúvida. Adoro sobremesas quentinhas como essa cítrica ou o pudim de banana do Bill Granger, mas com as pizzas ocupando o forno acabo optando por receitas que possam ser feitas com antecedência, como mousses e pavlovas.
Panna cottas são outra ótima ideia e esta aqui não é exceção: dá pra fazer tanto a panna cotta em si quanto os morangos assados de véspera e mantê-los na geladeira. Esta sobremesa tem uma textura leve e é refrescante – sempre bom depois de um montão de pizza e um montão de vinho. :D
Panna cotta de limão siciliano com morangos assados
das revistas Good Food e Donna Hay
Panna cotta:
2 ½ folhas de gelatina incolor e sem sabor
600ml de creme de leite fresco
150ml de leite integral
200g de açúcar cristal
raspas da casca e suco de 2 limões siciliano
raspas da casca de 1 limão taiti
morangos assados, preparados com 200g de morangos + ¼ xícara (50g) de açúcar cristal
Panna cotta: coloque a gelatina de molho em uma tigela com água fria.
Enquanto isso, junte o creme de leite, o leite e o açúcar em uma panela grande e leve ao fogo médio até que comece a ferver. Junte o suco e as raspas de limão siciliano, as raspas de limão taiti e misture bem com um batedor de arame. Ferva em fogo baixo por 3 minutos, mexendo ocasionalmente, e então retire do fogo.
Retire a gelatina da água fria e esprema para retirar o excesso de água. Junte à mistura quente e mexa para dissolvê-la. Deixe esfriar, passe por uma peneira direto para uma jarra medidora e então divida a mistura entre 8 potinhos de 120ml cada. Leve à geladeira por no mínimo 5 horas ou, se possível, de um dia para o outro.
Antes de servir, cubra cada panna cotta com os morangos assados.
Rend.: 8 porções
quinta-feira, maio 14, 2020
Crumble de maçã com fubá e laranja e meus hábitos alimentares durante a quarentena
Não sei vocês, mas nesta quarentena meus hábitos alimentares tem variado bastante: café da manhã com pão integral caseiro integral e fruta, seguido de almoço também caseiro, o combo do sucesso arroz + feijão acompanhado de vegetais, às vezes carne ou frango (geralmente uma vez por semana, duas no máximo). Chega no jantar... minha força de vontade geralmente se esvai.
Há dias em que faço sopa, há dias em que faço salada caprichada com leguminosas e ovo cozido, mas também há dias em que só quero saber de comer comida que me abraça por dentro: é quando caio na pizza (caseira, porque o medo de ir buscar a pizza na portaria do prédio é maior do que a vontade de comê-la), no pão com tábua de frios e vinho. Se vem avocado na cesta orgânica o jantar é guacamole. E sem contar tudo isso, a vontade de comer doce anda ENORME: algo que acontecia antes somente na TPM se tornou quase que diário.
Nas poucas vezes em que fui ao mercado sempre trouxe chocolate, mas o estoque às vezes acaba em um piscar de olhos. E em um desses momentos de desespero por um docinho eu usei uma maçã que estava rolando na geladeira havia semanas para fazer um crumble, minha sobremesa favorita. Para deixar a receita mais interessante troquei a farinha de trigo da cobertura por fubá e perfumei tudo com raspas de laranja: ficou muito gostoso!
Divido a receita com vocês e espero que gostem tanto quanto eu – tenho certeza de que esta cobertura ficaria deliciosa também com outras frutas, como banana ou pera: use o que tiver em casa.
Crumble de maçã com fubá e laranja
receita minha
- xícara medidora de 240ml
Cobertura:
2 colheres (sopa) de açúcar demerara – este dá mais crocância, mas pode ser substituído por cristal ou refinado
raspas da casca de 1 laranja pequena
½ xícara (70g) de fubá
1/8 colher (chá) de fermento em pó
1 pitada de sal
2 ½ colheres (sopa) – 35g – de manteiga sem sal, gelada e em cubinhos
¼ xícara (22g) de aveia em flocos ou flocos grossos – usei a última
Recheio:
2 maçãs verdes (tipo Granny Smith) médias
2 colheres (sopa) de açúcar
¼ colher (chá) de canela em pó
Preaqueça o forno a 180°C. Separe 2 potinhos refratários com capacidade para 1 xícara (240ml) cada.
Cobertura: em uma tigela média, junte o açúcar e as raspas de laranja e esfregue com as pontas dos dedos até o açúcar ficar aromatizado. Junte o fubá, o fermento em pó e o sal e misture. Acrescente a manteiga e misture com as pontas dos dedos até obter uma farofa grossa. Com um garfo, incorpore a aveia. Leve ao freezer enquanto prepara as maçãs: descasque as maçãs e remova os miolos e as sementes. Corte em cubos pequenos e coloque em uma tigela média, junte o açúcar e a canela e misture bem. Divida entre os refratários, cubra com a farofinha e leve ao forno por cerca de 30 minutos ou até que a farofinha doure bem. Sirva quentinho.
A cobertura pode ser congelada por até 1 mês em um saquinho bem fechado – quando tiver vontade de comer crumble, é só preparar as frutas (quaisquer que você queira) e jogar a cobertura por cima. O tempo de forno aumenta em alguns minutos.
Rend.: 2 porções
sexta-feira, dezembro 17, 2021
Um post difícil de escrever
Hoje não tem foto, nem receita.
Quem lê o blog deve ter percebido que ultimamente eu não ando muito animada no geral, e menos ainda com a cozinha – na verdade, falta de ânimo, cansaço e tristeza são coisas que muita gente com quem converso tem sentido, especialmente se a pessoa mora no Brasil. Lidar com uma pandemia, ver gente imbecil dizendo que não vai tomar vacina porque “causa autismo” ou porque “tem GPS na vacina” (entre outros absurdos), testemunhar o desmonte quase que completo do nosso país em tão pouco tempo é revoltante, trágico, me causa raiva, um ódio tão profundo que eu nem sabia que poderia sentir.
A gente vai levando, tocando pra frente, às vezes sem saber direito pra onde, tudo fica meio mecânico, levanta da cama, trabalha, come, toma banho, vê TV. E todo dia é assim, e foram vários meses desta forma. E eu sempre pensava que, quando estivesse vacinada, voltaria a sair, pelo menos para algumas coisas, pelo menos para comer aos finais de semana. E de fato atualmente é isso, almoço fora de vez em quando, pizza à noite em uma sexta ou sábado. E, na minha cabeça, isso resolveria a minha falta de vontade de cozinhar, pois o ranço era culpa da pandemia e de cozinhar todo santo dia por mais de um ano.
Só que algo se quebrou pelo caminho e o meu plano não funcionou.
Curiosamente, durante os últimos 14 meses, fui trabalhando em um projeto de um livro, bem aos pouquinhos, quando dava, e o danado está praticamente pronto – ainda tenho que testar novamente algumas receitas para fotografar e reescrever alguns trechos, mas o grosso, como dizem, eu já fiz. E quando eu testava essas receitas, as fotografava e as escrevia, me sentia bem, uma sensação de dever cumprido, de prazer de fazer algo com tanto carinho. E esse “combustível” foi me alimentando por meses, mais de um ano, só que acabou.
Eu achava que era preguiça e/ou cansaço de cozinhar, e continuei fazendo almoço, pão, pizza. Mesmo sem vontade, afinal de contas temos que comer.
Até o dia em que eu fui para a cozinha para preparar o almoço e, ao começar a aquecer o azeite na panela para refogar a cebola, eu quis sumir dali. Durante todo o processo de fazer o arroz, refogar a abobrinha, preparar e temperar a salada, eu queria sair correndo. Os cheiros me enjoavam, meu apetite desapareceu: comi uma colherada de arroz e uma de salada, e me obrigando a comer, só pra não ficar com dor de cabeça de fome depois.
Não era cansaço, não era preguiça, não era falta de vontade: era repulsa.
Cozinhar por obrigação já foi parte da minha vida em vários outros momentos, na adolescência, antes de casar também, e eu fazia a comida mesmo sem querer fazer, mas sentir repulsa foi a primeira vez desde os meus 11 anos (tenho 43).
O processo todo me fez entrar em uma espécie de crise: como assim eu não quero mais cozinhar? Eu cozinho há mais de trinta anos! Eu não POSSO não gostar mais de cozinhar. Quem sou eu sem a cozinha? O que eu faço agora?
Não sei o que vai ser das refeições aqui em casa, não sei o que vai ser do blog - eu não sei. Não sei de nada. De absolutamente NADA.
Tô me sentindo perdida, triste, angustiada. A única coisa que se fato sei é que precisava tirar isso do meu coração – tá sendo difícil lidar.
O blog continuará aqui, eu jamais deletaria nada. Só não sei quando vem o próximo post, SE vem. Mas as receitas já publicadas permanecem aqui, para que vocês possam reproduzi-las em casa se tiverem vontade.
Obrigada pela companhia, por tanto tempo. xx
terça-feira, abril 28, 2020
Macarrão com brócolis e meu momento #classemédiasofre
Como vocês estão, queridos?
Aqui continuamos em casa, isolamento quase que total, só saindo mesmo para o supermercado, pouquíssimas vezes (a cada dez dias, se minha memória não me prega peças) - tenho trabalhado de casa, mas mesmo tendo uma rotina até que normal de segunda à sexta às vezes me perco nos dias. Semana passada, com o feriado na terça, meu cérebro fez um bololô e na quinta eu já nem lembrava que dia era.
O fato de não poder ir ao supermercado tanto quanto gostaria e também a falta de produtos tem ditado o ritmo das comidas aqui em casa: havia anos só usava farinha de trigo orgânica em minhas receitas, tive que ceder e comprar farinha comum, de marcas de que não gosto, porque eram as únicas que pude encontrar – se João e eu ficarmos sem pizza o mau humor vai reinar aqui em casa, sem contar que ele viciou no pão sem sova do Jim Lahey e tenho feito toda semana (alô, Marcinha, minha querida!). :) Houve um dia em que precisei do delivery de um supermercado e percebi o quanto sou chata, pois os legumes e frutas que vieram eu jamais teria escolhido para comprar. Encontrei uma cesta orgânica que entrega aqui em São Caetano, está ajudando bastante e assim precisamos sair ainda menos.
Desculpem as frivolidades, mas é tanta notícia ruim, tanta merda acontecendo neste país que eu precisava desopilar um pouco e compartilhar com vocês o meu momento #classemédiasofre, dar uma reclamadinha básica – quando eu falo essas coisas para o João ele só ri. :D
Em uma das duas compras do delivery pedi brócolis, estava aguada para comer e não encontrava nem congelado, nem na cesta orgânica. Os brócolis vieram já indo pro amarelo (subi no elevador xingando muito, haha), então tive que consumir logo. Fiz um leva assada, que postei no Instagram e ficou deliciosa – recomendo muito! – e o resto virou macarrão. Eu vejo tanta gente, incluindo a Rica Wolf, comentando que o cheiro do brócolis cozinhando é ruim e tal, mas confesso que não ligo – para mim, não é um problema, pois eu simplesmente amo brócolis de tudo quanto é jeito. Só não deixei um restinho dos floretes para colocar na pizza porque ia amarelar totalmente antes disso.
Macarrão com brócolis
receita minha
- xícara medidora de 240ml
3 colheres (sopa) de azeite de oliva
½ cebola grande, picadinha
2 dentes de alho grandes, bem picadinhos
4 tomates maduros, sem pele e sem as sementes, em cubos
sal e pimenta do reino moída na hora
3 raminhos de tomilho fresco, só as folhas, ou a erva que você quiser/tiver em casa
1 maço de brócolis, só os floretes – eu gosto do ramoso, mas quem preferir o ninja pode substituir
400g de macarrão – use a massa curta da sua preferência; com orecchiette fica muito gostoso também
2 colheres (chá) de vinagre balsâmico – também fica gostoso com molho inglês
¼ xícara de parmesão ou pecorino, passados pelo ralador fininho ou triturados no processador (rale, depois meça)
Em uma panela grande, aqueça água até ferver. Acrescente sal.
Enquanto a água ferve, aqueça o azeite em uma frigideira ou panela grande em fogo médio-alto. Junte a cebola e refogue, mexendo às vezes, até murchar. Junte o alho a refogue por 1 minuto – não deixe o alho queimar para não amargar a receita.
Acrescente os tomates, tempere com sal e pimenta, e junte as folhinhas do tomilho (ou da erva que quiser). Refogue, mexendo algumas vezes, até que os tomates comecem a desmanchar e formar um molho, cerca de 5 minutos – se a mistura de tomates estiver sequinha demais, junte 1 ou 2 colheres (sopa) da água do cozimento do macarrão.
Enquanto isso, cozinhe os brócolis na água por 2 minutos – escorra os floretes, transfira para a tábua e corte grosseiramente com a faca. Ao retirar os brócolis da água, coloque o macarrão para cozinhar pelo tempo indicado na embalagem.
Transfira os brócolis picados para o molho (depois dos 5 minutos necessários para ele encorpar). Acrescente o vinagre balsâmico e cheque o tempero. Reserve ½ xícara da água do cozimento e então escorra o macarrão. Incorpore ao molho. Acrescente o queijo ralado, misturando bem – ele deve deixar o molho mais cremoso. Se estiver muito sequinho, junte um pouco da água do cozimento reservada, misturando sempre. Sirva imediatamente polvilhado com mais parmesão ou pecorino.
Rend.: 4 porções
sexta-feira, maio 18, 2012
Rugelach - o pesadelo dos perfeccionistas
Acho que esta receita tentou me ensinar uma lição: nada pior para uma perfeccionista/control freak como eu se dar conta de que não, não vou conseguir modelar todos os biscoitos do mesmo jeito, tornando-os iguaizinhos e que sim, alguns ficarão minúsculos enquanto outros parecerão uma jamanta. Pelo menos esperei por um dia frio para preparar a receita (depois do fiasco do outro rugelach) e apesar dos problemas para abrir a massa e modelar os biscoitinhos eles ficaram deliciosos – o cacau e as pecãs complementam a geléia de framboesa lindamente e a massa é tão macia e flocosa que lembra massa folhada.
Rugelach
do delicioso Sarabeth's Bakery: From My Hands to Yours
- xícara medidora de 240ml
Massa:
1 xícara (226g) de manteiga sem sal, temperatura ambiente, em cubinhos
226g de cream cheese, amolecido
2 colheres (sopa) de açúcar cristal
½ colher (chá) de extrato de baunilha
1 pitada de sal
2 ¼ xícaras (315g) de farinha de trigo
aproximadamente ½ xícara de geléia de framboesa ou damasco
Recheio:
¼ xícara (28g) de pecãs, bem picadinhas
1 colher (sopa) de açúcar cristal
1 colher (sopa) de açúcar mascavo claro – aperte-o na colher na hora de medir
½ colher (chá) de cacau em pó, sem adição de açúcar
½ colher (chá) de canela em pó
Na tigela grande da batedeira, bata a manteiga e o cream cheese até misturá-los, raspando as laterais da tigela uma ou duas vezes. Junte o açúcar, a baunilha, o sal e bata. Reduza a batedeira para a velocidade baixa e acrescente 1 ¼ xícaras da farinha, misturando apenas até incorporar. Junte a farinha restante e misture – não misture demais.
Transfira a massa para uma superfície levemente enfarinhada. Com as mãos enfarinhadas, sove gentilmente a massa por aproximadamente 10 segundos. Divida a massa em três partes iguais e forme com cada uma delas um disco de 2,5 de espessura. Embrulhe em filme plástico e leve à geladeira até firmar, cerca de 2 horas.
Recheio: em uma tigelinha, misture bem as pecãs, os açúcares, o cacau e a canela. Reserve.
Pré-aqueça o forno a 180°C. Forre duas assadeiras grandes com papel alumínio.
Usando um disco de massa por vez (mantenha os outros na geladeira), desembrulhe e coloque sobre uma superfície levemente enfarinhada. Polvilhe levemente com farinha e abra com o rolo até obter um círculo de 32cm de diâmetro. Com uma espátula pequena ou as costas da colher, espalhe cerca de 2 colheres (sopa) da geléia sobre a massa, deixando uma borda de 2,5cm sem geléia. Polvilhe a geléia com cerca de 2 colheres (sopa) do recheio de pecãs. Com um cortador de pizza ou faca afiada, corte o círculo de massa em quatro partes, e então corte cada parte em três fatias triangulares (como se fosse uma pizza), conseguindo 12 fatias em um círculo de massa.
Um a cada vez e começando pelo lado mais largo, enrole os triângulos de massa como se fosse um mini rocambole, sem pressionar muito para que o recheio não vaze. Tente manter a parte exterior dos biscoitinhos livre de recheio, pois a geléia pode queimar. Coloque-os nas formas preparadas, deixando 2,5cm de distância entre um e outro e entorte levemente as extremidades de cada biscoitinho (como se fosse um croissant). Limpe as pontas dos dedos antes de enrolar cada biscoitinho, para que resquícios do recheio do anterior não grude nos próximos biscoitos. Repita o processo com os outros dois discos de massa.
Asse até que dourem levemente, cerca de 30 minutos. Deixe esfriar completamente nas assadeiras.
Rend.: 3 dúzias de biscoitos
sexta-feira, novembro 04, 2011
Torta de tomate
Algumas coisas me lembram outras de maneira instantânea (e à vezes elas estão relacionadas de alguma forma): da primeira vez que assisti a “A Cela” – sei que parece loucura ver um filme com a J. Lo mais de uma vez, mas Vincent D’Onofrio e o diretor tornaram isso possível – achei o “uniforme” vermelho (que ela usa para entrar na mente de outras pessoas) bem parecido com a armadura medieval usada por Gary Oldman no início de “Drácula” (anos depois li que Eiko Ishioka fora responsável pelo figurino de ambos os filmes) :)
Esta torta, enquanto estava no forno, perfumou meu apartamento com um cheirinho de pizza delicioso; apesar das similaridades de aroma e ingredientes trata-se de algo completamente diferente de uma pizza – algo que eu acho que vocês deveriam experimentar. ;)
Torta de tomate
um nadinha adaptado do maravilhoso Martha Stewart's Baking Handbook
- xícara medidora de 240ml
Massa (pâte brisée):
2 ½ xícaras (350g) de farinha de trigo
1 colher (chá) de sal
1 xícara (226g) de manteiga sem sal, gelada e em cubinhos
¼ xícara (60ml) de água gelada + um pouquinho extra, se necessário
Torta:
1 cabeça de alho
1 colher (sopa) de azeite de oliva extra-virgem
½ receita de pâte brisée (receita acima)
1 xícara de queijo fontina ralado (cerca de 85g), ou outro queijo que derreta bem
3-4 tomates, maduros porém firmes, em fatias de 6mm
sal e pimenta do reino moída na hora
alguns galhinhos de tomilho fresco
Comece preparando a massa da torta (pâte brisée): coloque a farinha e o sal no processador de alimentos e pulse para misturar. Junte a manteiga e pulse novamente até obter uma farofa grossa, com alguns carocinhos maiores de manteiga, cerca de 10 segundos. Com o processador ligado, junte a água aos poucos, em fio, processando somente até que uma massa comece a se formar sem que fique grudenta – não processe por mais de 30 segundos. Aperte um pouquinho da passa entre os dedos – se ainda estiver esfarelando demais junte mais água, 1 colher (sopa) por vez.
Forme uma bola com a massa, divida em duas partes iguais, achate formando discos e embrulhe em filme plástico. Leve à geladeira por pelo menos 1 hora ou de um dia para o outro; a massa pode ser congelada por até 1 mês – descongele na geladeira de um dia para o outro antes de usar.
Pré-aqueça o forno a 180°C. Coloque o alho em um pedaço grande de papel alumínio, regue com o azeite e feche o papel, apertando bem as extremidades para que o azeite não vaze. Coloque o pacotinho em uma assadeira pequena e leve ao forno por cerca de 45 minutos ou até que o alho esteja macio. Retire do forno e reserve. Assim que conseguir manusear o alho sem se queimar, remova a polpa das cascas, coloque em um pratinho e massa com um garfo (reserve o azeite que ficou no papel alumínio).
Agora, abra a massa entre dois pedaços grandes de papel manteiga levemente enfarinhados até obter um retângulo de aproximadamente 35x15cm. Transfira para uma forma de torta de 30x10cm levemente untada com manteiga e pressione cuidadosamente com os dedos, preenchendo toda a forma com a massa. Retire os excessos com uma faquinha afiada e fure toda a massa com um garfo. Leve ao freezer por 40 minutos.
Pré-aqueça o forno a 220°C. Espalhe o alho por todo o fundo da massa de torta. Salpique com ½ xícara de queijo fontina e em seguida arrume as fatias de tomate sobre o queijo. Tempere com sal e pimenta. Espalhe alguns galhinhos de tomilho sobre os tomates e cubra com o queijo restante. Regue com o azeite de alho reservado e leve ao forno por 35-40 minutos ou até que a massa doure e os tomates fiquem macios, mas ainda mantenham sua forma. Deixe esfriar na forma, sobre uma gradinha, por 20 minutos e então sirva.
Rend.: 2 porções generosas
sexta-feira, fevereiro 29, 2008
Focaccia
Eu amo blogs de comida (acho que dá pra perceber na looonga lista aí ao lado, né?), mas não são só eles que leio regularmente. No final da tal lista estão outros blogs – “fora da panela” – que adoro. Como o blog da Marina W, antes conhecido por Blowg. Ela está de casa nova e agora escreve aqui.
Tinha uns raminhos de orégano sobrando desta receita e não queria desperdiçá-los. Junte isso à minha paixão por fazer pão (coisa que não fazia havia séculos) e aí está: a minha primeira focaccia!
A massa é ótima e adorei o resultado – o cheiro da focaccia no forno estava maravilhoso e esperar para cortá-la foi uma tortura... 5 minutos (sim, foi só o que consegui agüentar) que pareciam 50. :)
Estava lendo meus blogs favoritos enquanto traduzia a receita e vi que a Eva e a Xiao Zhu também fizeram lindas focaccias. Adoro essas deliciosas coincidências dos blogs.
Focaccia
do Williams-Sonoma Collection: Bread
- medidas métricas e em xícaras obtidas no livro
1 colher (sopa) de fermento biológico seco
1 colher (sopa) de açúcar
1 ½ xícaras (375ml) de água morna (a 40-45ºC)
½ xícara (125ml) de azeite de oliva, e um tantinho extra para untar
1 ½ colheres (chá) de sal
4 a 4 ¼ xícaras (625-670g) de farinha de trigo – pode ser que um pouquinho a mais seja necessário; usei 630g no total
3-4 colheres (sopa) de folhinhas de orégano fresco
pimenta do reino moída na hora
4 colheres (sopa) de parmesão ralado
Na tigela grande da batedeira – você vai usar o batedor em formato de pá – coloque ½ xícara (125ml) da água morna; polvilhe o fermento + 1 pitada do açúcar por cima da água e misture para dissolver. Reserve em temperatura ambiente até que uma espécie de espuma se forme, cerca de 10 minutos.
Acrescente a xícara de água morna (250ml) e o açúcar restantes, ¼ xícara (60ml) do azeite, o sal e 1 xícara (155g) da farinha. Bata em velocidade média até tudo ficar cremoso, cerca de 1 minuto. Junte 1 xícara (155g) da farinha, reduza para velocidade média-baixa e bata por 2 minutos.
Troque o batedor por aquele em formato de gancho. Em velocidade baixa, junte a farinha restante – vá acrescentando ½ xícara (75g) por vez – até obter uma massa macia que se desprende das paredes da tigela. Continue batendo em velocidade baixa, acrescentando 1 colher (sopa) de farinha se a massa grudar (não precisei fazer isso), até que a massa fique úmida, macia e levemente grudenta, cerca de 6 minutos. Cubra a tigela com plástico ou filme PVC e deixe crescer por 20 minutos.
Forre uma assadeira retangular grande com papel manteiga e unte-o levemente com azeite de oliva. Coloque a massa sobre o papel e, com as mãos untadas de azeite, pressione e estique a massa num formato ovalado, de 2,5cm de espessura. Cubra novamente com plástico e deixe crescer, em temperatura ambiente, até que dobre de tamanho (cerca de 1 hora). A espessura passará para 5cm.
Usando as pontas dos dedos, faça buraquinhos de 2,5cm de profundidade em toda a superfície da massa – afunde os dedos até quase chegar à assadeira. Regue com ¼ xícara (60ml) restante de azeite*. Cubra com plástico mais uma vez e deixe crescer em temperatura ambiente por 30 minutos.
Coloque uma pedra de assar pizza na grade inferior do forno e pré-aqueça-o a 220ºC – não tenho a tal pedra, por isso usei o fundo removível de uma forma quadrada imensa que tenho (40cm); é assim que asso minhas pizzas aos sábados.
Polvilhe a focaccia com as folhas de orégano, a pimenta e o parmesão. Leve ao forno, colocando a assadeira sobre a pedra, e asse até que doure, 20 a 25 minutos. Verifique se o fundo do pão está dourado também – se ainda estiver branquinho, asse por mais alguns minutos.
Transfira a focaccia para uma gradinha (faça isso usando o papel) e deixe esfriar.
Sirva morninha ou em temperatura ambiente, em fatias ou quadrados.
* usei metade disso
Rend.: 1 focaccia oval bem grandona
segunda-feira, junho 02, 2008
Suzy’s cake do Pierre Hermé
Um casal de amigos queridíssimos se mudou para o Rio e havia um tempão que não nos encontrávamos. Sabem aquele tipo de amigo com quem você pode passar a noite inteira conversando e rindo sem nem perceber o tempo passar? Pois a Adriana e o Cadu são exatamente assim.
O menu principal foi pizza e me faltava escolher a sobremesa - eu tinha duas ou três em mente. Só que ao passar o dia fora e chegar tarde em casa precisei mudar os planos e optar por algo mais rápido. O bolo do Pierre Hermé era tudo do que eu precisava: só 5 ingredientes e meia horinha de forno. Na hora de servir, foi só juntar um pouquinho de açúcar de baunilha e raspas de casca de laranja ao creme de leite fresco e bater até virar chantilly.
Esta foi a segunda vez que preparei a receita (a primeira foi há um tempão, antes do blog) e novamente o bolo do mestre foi um sucesso com os amigos.
Suzy’s cake do Pierre Hermé
do Chocolate Desserts by Pierre Herme
250g chocolate amargo, picadinho – usei 70% de cacau
250g manteiga sem sal, em temperatura ambiente
200g açúcar
4 ovos grandes, em temperatura ambiente
70g de farinha de trigo
Pré-aqueça o forno a 180ºC; você vai usar a grade central para assar o bolo. Unte uma forma redonda de 24cm de diâmetro e 5cm de altura com manteiga, forre o fundo com papel manteiga, unte o papel e polvilhe tudo com farinha de trigo.
Coloque o chocolate numa tigela refratária e leve ao banho-maria, certificando-se de que o fundo da tigela não toque a água na panela, até derretê-lo; se preferir, use o forno de microondas para isso. Reserve o chocolate para que esfrie; deve estar apenas morninho ao ser juntado aos outros ingredientes.
Na tigela da batedeira, junte a manteiga e o açúcar e bata em velocidade média por cerca de 4 minutos, raspando as laterais da vasilha com freqüência; bata até obter um creme. Acrescente os ovos, um a um, batendo por 1 minuto após cada adição. Reduza para a velocidade baixa e despeje o chocolate derretido, misturando somente até sumir na massa. Pare de bater, adicione a farinha e misture com uma espátula de borracha/silicone. A massa deve ficar homogênea, espessa e acetinada.
Despeje a massa na assadeira preparada, alise a superfície e leve ao forno por 26 a 29 minutos, ou até que o bolo cresça e o topo pareça fosco – a superfície do bolo pode até mesmo estar com uma aparência craquelada e o centro pode não estar totalmente firme. Ao inserir uma faca fina no centro do bolo, ela deverá sair com resquícios de massa – e é exatamente essa a idéia. Transfira a forma para uma gradinha.
Quando o bolo estiver totalmente frio, leve-o à geladeira por 1 ou 2 horas para que fique mais fácil desenformá-lo. Vire o bolo, remova o papel manteiga, e inverta-o num prato de servir – usei uma forma de fundo removível, então foi mais fácil e os “caquinhos” da superfície não se perderam.
Fatie e sirva em temperatura ambiente.
Rend.: 6-8 porções
domingo, maio 24, 2015
Strata de tomate e alecrim, um seriado e uma canção
O que faz com que vocês se interessem por algo em particular?
Pensei nisso ontem à noite, quando comecei a ver “The Americans”: fazia séculos que eu queria assistir ao seriado, adorei o piloto e mal posso esperar para ver mais episódios, mas tenho de dizer que ver – ou melhor, ouvir – o batuque espetacular de “Tusk” ali, logo no comecinho do primeiro episódio, me deixou ainda mais interessada (e se vocês também se interessaram, tem no Netflix).
Sempre quis preparar strata, especialmente depois de ver a linda Nigella fazer uma anos atrás, mas como meu marido não é muito fã da ideia de um pudim de pão salgado – ou de qualquer pudim de pão, na verdade – fui adiando a ideia. Quando vi esta receita, cheia de queijo e tomate, não deu mais para esperar: não vivo sem queijo e amo tomate, ao ponto de sempre comer uns dois enquanto os preparo para alguma receita.
A strata ficou uma delícia: meio que me lembrou pizza, mas com uma textura diferente. Eu servi com uma saladinha e acabei comendo muito mais do que deveria. :)
Diferentes coisas podem despertar o nosso interesse para algo bacana: uma canção, um alimento... É só manter os olhos abertos – eu vou ficar atenta a outras receitas de strata e a bons seriados. ;)
Strata de tomate e alecrim
um nadinha adaptada daqui
- xícara medidora de 240ml
250g de pão amanhecido, em fatias de aproximadamente 6mm
1 dente de alho cortado ao meio
60g de gruyère ralado – usei mozarela
30g de parmesão ralado
4 tomates, maduros porém firmes, em rodelas
sal e pimenta do reino moída na hora
2 colheres (chá) de alecrim fresco – pique, depois meça
4 ovos grandes
2 xícaras (480ml) de leite integral
Preaqueça o forno a 180°C. Unte com azeite ou manteiga um refratário largo com capacidade para 2 litros. Esfregue as fatias de pão de ambos os lados com o dente de alho (se o pão estiver macio, toste-o levemente e então esfregue com o alho). Em uma tigelinha, misture os dois queijos.
Faça uma camada com metade do pão no fundo do refratário. Cubra com metade das rodelas de tomate. Salpique o tomate com sal, pimenta do reino e metade do alecrim. Espalhe metade do queijo sobre o tomate. Repita as camadas.
Em uma tigelinha, bata os ovos e o leite juntos com um garfo. Tempere com sal e pimenta do reino e derrame sobre as camadas no refratário. Leve ao forno por 40-50 minutos ou até que estufe e doure levemente. Sirva quente ou morno.
Rend.: 4 porções
quarta-feira, outubro 09, 2019
Bolo formigueiro com farinha integral
Eu lhes contei outro dia que a visita mais ilustre da Maison Scarpin, meu pequeno Pingo, ama fazer bolo com a Dedé e que quando ele vem aos sábados já vai logo dizendo que quer fazer bolo – e dependendo de quanto tempo ele fica aqui em casa pede para fazermos pizza também. :D Semana passada não foi diferente: estávamos jogando Super Mario quando ele parou do nada e soltou: “Dedé, eu tive uma ideia. Vamos fazer um bolo?” <3
O pequenino conhece bem a Dedé que ele tem. :D
De uns tempos para cá ele só quer saber de bolo formigueiro e por isso acabei comprando um granulado um pouquinho melhor, que parece mais com chocolate do que com gordura hidrogenada. Como não fiquei muito satisfeita com o resultado do bolo formigueiro que tem aqui no blog (casa de ferreiro...), resolvi dar uma adaptada em outra receita que sempre me rendeu resultados deliciosos – não tem como errar com receita da Alice Medrich, né, gente? Por isso, o bolo de noz-moscada e uísque virou bolo formigueiro com um pouquinho de farinha integral e fez o maior sucesso com o pequeno. E ele ainda me ajudou a produzir a foto - só não deixei chegar perto da faca. <3 <3 <3
Bolo formigueiro com farinha integral
adaptado deste bolo maravilhoso da Alice Medrich
- xícara medidora de 240ml
3 colheres (sopa) de leite integral, temperatura ambiente
3 ovos grandes, temperatura ambiente
2 colheres (chá) de extrato de baunilha
¾ xícara (105g) de farinha de trigo comum
1/3 xícara + 1 colher (sopa) - 55g - de farinha de trigo integral, de preferência fina, como a Mãe Terra
1 ½ colheres (sopa) de amido de milho
¾ xícara (150g) de açúcar cristal ou refinado
¾ colher (chá) de fermento em pó
¼ colher (chá) de canela em pó
1/8 colher (chá) de sal
¼ xícara de chocolate granulado
180g de manteiga sem sal, amolecida e em pedacinhos
Pré-aqueça o forno a 180°C. Unte levemente com manteiga uma forma de bolo inglês com capacidade para 5 xícaras de massa, forre-a com papel manteiga e unte o papel também.
Em uma tigela média, misture com um batedor de arame o leite, os ovos e a baunilha.
Na tigela da batedeira, misture com um batedor de arame as farinhas, o amido de milho, o açúcar, o fermento, a canela e o sal. Junte o granulado e misture bem. Acrescente a manteiga e metade da mistura de ovos e bata com a batedeira em velocidade baixa apenas até os ingredientes secos umedecerem. Aumente para a velocidade média e bata por 1 minuto. Raspe as laterais e o fundo da tigela. Adicione metade da mistura de ovos restante e bata por 20 segundos. Junte o restante da mistura e bata por mais 20 segundos. Raspe as laterais e o fundo da tigela.
Transfira a massa para a forma preparada e alise a superfície. Asse até que o bolo cresça e doure, 55-60 minutos (faça o teste do palito). Deixe esfriar na forma por 20 minutos, desenforme com cuidado e transfira para uma gradinha. Deixe esfriar completamente e remova o papel.
Rend.: 8-10 porções
quinta-feira, novembro 23, 2017
Grissini de orégano fresco e gorgonzola
Em casa somos os reis dos belisquetes, especialmente aos finais de semana, e isso me veio à mente no sábado passado enquanto montava um prato de pão, queijos e frutas para o jantar: uma taça de vinho e a refeição estava perfeita.
Há vezes em que jantamos guacamole com tortillas caseiras e é claro que há também os dias em que não quero passar nem perto da cozinha: entra em cena a pizza. :)
Quem estiver um pouco mais animado do que eu deve provar estes grissini: são uma delícia e combinam com o prato de queijos e frutas (e com vinho, também, claro). :)
Grissini de orégano fresco e gorgonzola
receita minha
- xícara medidora de 240ml
1 ½ colheres (chá) de fermento biológico seco
1 colher (chá) de açúcar cristal
200ml de água morna
2 xícaras (280g) de farinha de trigo
1/3 xícara (46g) de farinha de trigo integral
3 colheres (sopa) de azeite de oliva + um pouquinho extra para pincelar os grissini
1 colher (chá) de sal
2 colheres (sopa) de folhas de orégano fresco – aperte-as na colher na hora de medir
50g de gorgonzola ralado grosseiramente, ou esmigalhado se for bem macio
3 colheres (sopa) de parmesão ralado bem fininho
Na tigela da batedeira, junte o fermento biológico, o açúcar e a água morna. Misture com um garfo e reserve por 5 minutos ou até que espume bem. Acrescente a farinha de trigo, a farinha integral, o azeite e o sal. Sove na batedeira planetária usando o batedor de gancho (ou o equivalente para massas pesadas) por cerca de 8 minutos ou até obter uma massa lisa e elástica – se sovar na mão, levará entre 10 e 12 minutos. Incorpore o orégano e o gorgonzola, misture bem, forme uma bola com a massa e transfira para uma tigela grande pincelada com azeite. Cubra com filme plástico e deixe descansar por 1 hora e meia, aproximadamente, ou até dobrar de volume, em um lugar morninho, livre de correntes de ar.
Preaqueça o forno a 200°C. Forre duas assadeiras grandes e rasas com papel alumínio e pincele o papel com azeite.
Dê um soquinho na massa para retirar o excesso de ar. Divida a massa em 24 porções iguais e com cada uma dela forme um cordão de aproximadamente 30cm de comprimento – se a massa estiver grudando muito, polvilhe com um pouquinho de farinha na superfície, mas não exagere para não deixar a massa ressecada. Arrume-os nas assadeiras preparadas deixando 2cm entre um cordão de massa e outro. Pincele com azeite, pincele com o parmesão e leve ao forno por 20-25 minutos ou até que fiquem bem dourados.
Transfira as assadeiras para gradinhas e deixe que os grissini esfriem completamente.
Rend.: 24 porções
sexta-feira, outubro 22, 2021
Socca com recheio de abobrinha e feta e a minha pesquisa no Instagram
Dias atrás fiz uma pesquisa no Instagram para saber o que desanima as pessoas quando elas decidem preparar uma receita nova: recebi uma infinidade de respostas, mas notei que as opções abaixo foram as que mais apareceram:
- ingredientes difíceis de encontrar e/ou caros;
- utensílios específicos para determinadas receitas
- receitas que pedem batedeira ou liquidificador
- ingredientes que serão usados naquela receita apenas
- receitas com etapas de descanso
- receitas que sujam muita louça
- receitas com medidas imprecisas
Ah, houve também gente que reclamasse de receita que leva buttermilk, o que eu sinceramente não entendo, já que buttermilk caseiro é apenas leite com suco de limão ou vinagre – facílimo de fazer e com ingredientes que todo mundo tem em casa.
Devo dizer que concordo com quase tudo na lista, entretanto levando em conta que o Brasil é um país continental ingredientes difíceis de encontrar é algo um pouco vago: há coisas que são difíceis de encontrar em uma região e mais fáceis em outras. Eu não vejo problema em usar batedeira, aliás, acho que facilita demais a vida da gente, mas confesso que morro de preguiça de usar liquidificador – inclusive, com exceção do bolo de cenoura, bolos feitos no liquidificador não me agradam, não gosto da textura. Houve gente que reclamou de medidas em gramas, o que eu achei um tanto bizarro, já que medir os ingredientes de maneira precisa é o primeiro passo para ter sucesso ao reproduzirmos uma receita. E sobre as etapas de descanso... Bem, concordo que nem sempre temos tempo e/ou paciência para esperar, mas sendo assim fica impossível fazer pão ou pizza, por exemplo.
Também li um comentário sobre tipos de farinhas diferentes e por isso trago a receita de hoje: já tive essa fase de querer fazer um milhão de receitas com ingredientes de todo o tipo, e há diversas receitas assim no blog que provam isso. Entretanto, isso faz parte do passado, e hoje em dia só compro mesmo ingredientes que sei que usarei até o fim e logo. As panquequinhas de hoje são da época em que eu provava tudo de diferente que aparecia na minha frente, e guardei a receita por tanto tempo... Mas gosto dela, é saborosa, e pode ser útil para quem não pode consumir glúten.
Socca, também chamada de "farinata" (mas não a do Doria, pelo amor de deus!) é um tipo de panqueca fininha feita de farinha de grão-de-bico comum na Itália e em alguns lugares da França. A
minha versão é recheada com abobrinha e feta, mas já usei esse recheio delicioso
em panquecas tradicionais, também trocando o feta por mozarela, como o recheio
desta receita.
Socca com recheio de abobrinha e feta
receita minha, inspirada por várias que vi na internet
- xícara medidora de 240ml
Socca:
2 xícaras (260g) de farinha de grão de bico
1 colher (chá) de sal
2 xícaras (480ml) de água
2 colheres (sopa) de azeite de oliva extra-virgem
óleo de canola, para pincelar a frigideira
Recheio:
1 colher (sopa) de azeite
1 cebola pequena picadinha
2 dentes de alho grandes picadinhos
2 abobrinhas (400g) em cubinhos
sal e pimenta do reino moída na hora
½ xícara (120ml) de água quente
100g de feta ralado ou esmigalhado
Comece pela socca: junte todos os ingredientes em uma tigela
grande e misture com um batedor de arame. Passe por uma peneira, cubra e deixe
descansar em temperatura ambiente por 1 hora.
Aqueça uma frigideira antiaderente de 24cm em fogo médio-alto e pincele com um pouquinho de óleo. Despeje ¼ xícara (60ml) de massa na frigideira e vá girando até cobrir todo o fundo. Cozinhe por 2-3 minutos, vire e faça o mesmo do outro lado, até dourar. Repita a operação com o restante da massa – você deverá obter 8 panquecas.
Faça o recheio: em uma panela média, aqueça o azeite em fogo médio-alto. Junte a cebola e refogue até ficar transparente. Acrescente o alho e refogue até perfumar (não deixe queimar). Junte a abobrinha, tempere com sal e pimenta e doure por 2 minutos. Acrescente a água, abaixe para fogo médio e cozinhe até a água secar e a abobrinha ficar macia, cerca de 8 minutos. Desligue o fogo, junte o feta e misture.
Recheie as panquecas com a mistura de abobrinha, enrole ou dobre ao meio e sirva.
Rend.: 4 porções
quinta-feira, novembro 05, 2009
Rugelach de nozes, cranberry e canela
Já lhes contei que posso ser uma porta de tão teimosa às vezes – e não estava brincando. :D
Os lindos biscoitinhos rugelach da Kate Zuckerman povoaram meus pensamentos por um bom tempo, mas eu nunca tinha todos os ingredientes em casa (bendito cream cheese). Finalmente comprei todos – num dia de 30°C. Sabia que estava muito calor e que a massa parecia delicada demais para tal temperatura, mas insisti em prepará-los mesmo assim.
Só posso dizer que os cookies ficaram deliciosos – um casal de amigos os adorou – mas não ficaram bonitinhos como os da Kate, porque não consegui enrolar a massa corretamente.
Vivendo e aprendendo – espero. :D
Rugelach de nozes, cranberry e canela
do The Sweet Life: Desserts from Chanterelle
Massa:
8 colheres (sopa) - 112g – de manteiga sem sal, em temperatura ambiente
112g de cream cheese, em temperatura ambiente
1 xícara (140g) de farinha de trigo, mais um pouquinho extra para polvilhar
¼ colher (chá) de sal
1 colher (chá) de açúcar
Recheio:
1 xícara (110g) de nozes bem picadinhas
½ colher (chá) de canela em pó
½ xícara (55g) de cranberries secas, picadas se muito grandes – use passas caso não encontre as cranberries (a receita original pedia passas de corinto)
½ xícara (100g) de açúcar refinado
1 ovo, para pincelar a massa
Com a ajuda da batedeira, misture a manteiga e o cream cheese e bata em velocidade média até obter uma mistura leve, clara e que tenha dobrado de volume, 5-8 minutos. Em velocidade baixa, adicione os ingredientes secos e bata até incorporar tudo. Aumente para a velocidade média e bata por mais 15 segundos.
Com uma espátula de borracha/silicone, transfira a massa para um pedaço de filme PVC. Embrulhe-a firmemente e pressione até que a massa fique com 2,5cm de espessura. Leve à geladeira por pelo menos 2 horas ou de um dia para o outro.
Prepare o recheio: numa tigelinha, usando um garfo, misture as nozes, a canela, as cranberries e ¼ xícara (50g) do açúcar. Reserve.
Numa superfície polvilhada com farinha, abra a massa com um rolo em um retângulo de aproximadamente 32x40cm. Com uma faquinha bem afiada ou cortador de pizza, divida a massa em dois retângulos menores, de 16x40cm cada. Faça com que os lados de 40cm dos retângulos estejam virados para você e remova qualquer excesso de farinha com um pincelzinho.
Numa tigelinha, bata o ovo levemente com um garfo. Pincele toda a superfície de ambos os retângulos de massa com o ovo batido e então cubra com o recheio, deixando uma faixa de cerca de 2,5cm de massa sem recheio (a faixa que estiver mais distante de você). Começando pela extremidade próxima a você, enrole a massa, como se fosse um rocambole, apertando bem o recheio dentro dela. Ao chegar à outra extremidade (sem recheio), pressione levemente para selar o rolinho e faça com que a emenda fique virada para baixo. Faça o mesmo com o outro retângulo de massa e então coloque delicadamente os dois rolinhos numa assadeira, cubra com filme PVC e leve à geladeira por pelo menos 30 minutos ou até 1 hora; leve o ovo batido restante à geladeira, também. Os rolinhos de massa podem ser guardados em geladeira por até 24 horas e no freezer por 1 semana.
Pré-aqueça o forno a 180°C meia hora antes de assar os biscoitinhos. Forre duas assadeiras grandes, de beiradas baixas, com papel manteiga ou alumínio.
Retire os rolinhos de massa da geladeira e pincele-os com o ovo batido restante. Polvilhe generosamente com o ¼ xícara (50g) de açúcar reservado. Com uma faca bem afiada, corte fatias de aprox. 2,5cm – cada rolinho poderá render entre 16 e 18 cookies. Coloque os cookies nas assadeiras preparadas, deixando 2,5cm de distância entre um e outro*. Leve ao forno até que estufem e dourem bem, 15-18 minutos – os meus precisaram de 30 minutos.
Deixe esfriar nas formas por 15 minutos e então retire com cuidado.
Os cookies podem ser guardados por até 4 dias (bem embrulhados).
* a receita não especificava como os cookies deveriam ser colocados nas assadeira, então assei a primeira leva com o lado cortado para baixo (cookies deitadinhos) e a segunda com os cookies “em pé” (a emenda da massa virada para baixo) – na minha opinião, a segunda leva ficou mais bonitinha, mas alguns cookies tombaram na assadeira quando já estavam dentro do forno
Rend.: 32-36 cookies – consegui 33
terça-feira, maio 08, 2007
Pãezinhos brioches de doce de leite
No minuto em que vi os pães maravilhosos da Helene eu soube que os prepararia – meu pai é completamente louco por doce de leite!
Então convidei meu pai, meu irmão e minha irmã para jantar na minha casa. Fiz o pão e coloquei-o na mesa de jantar, enquanto preparava a pizza na cozinha. Vocês tinham que ter visto a cara do papito quando ele chegou e viu o pão... Ele já foi perguntando o que era e respondi que eram pãezinhos recheados de doce de leite, feitos especialmente para ele – que adorou!
Quem também adorou foi minha irmãzinha... Logo a vi cochichando com meu pai e perguntei o que estava acontecendo. Ele me disse que ela perguntava se podia pegar uns pãezinhos também. :)
Depois ela me contou que os havia levado de lanche para a escola e que dividiu com uma amiguinha que havia pedido um pedaço. :)
Helene, a receita é absolutamente divina! A massa amanteigada é super macia e o recheio a complementa perfeitamente. Obrigada por compartilhar conosco!
Pãezinhos brioches de doce de leite
* xícara medidora de 240ml
Massa:
80ml (1/3 xícara) de água morna
80ml (1/3 xícara) de leite morno
14g - 5 colheres (chá) – de fermento biológico seco
525g (3 ¾ xícaras) de farinha de trigo
2 colheres (chá) de sal
3 ovos grandes
50g (¼ xícara) de açúcar
340g (1 ½ xícaras) de manteiga sem sal, em pedaços e em temperatura ambiente
Recheio:
aprox. 300g (1 xícara) de doce de leite em temperatura ambiente
Para pincelar o pão:
1 ovo, batido com 1 colher (sopa) de água
Coloque o leite, a água e o fermento em uma tigela de batedeira e mexa para dissolver o fermento. Caso tenha uma Kitchen Aid ou uma batedeira do gênero, coloque o batedor em forma de gancho – eu não tenho então usei os batedores em forma de espiral da batedeira comum.
Coloque a farinha e o sal na tigela e bata em velocidade baixa até misturar os ingredientes e umedecer a farinha, 10 segundos. Raspe as laterais da tigela.
Continue batendo em velocidade baixa e junte os ovos e o açúcar. Aumente para a velocidade média e bata até a massa se tornar uniforme, uns 3 minutos. Reduza para vel. baixa e adicione a manteiga, um pedaço de cada vez, batendo até que se incorpore à massa antes de adicionar outro pedaço. A massa ficará macia, parecendo massa de bolo. Aumente para a velocidade média-alta e bata até que a massa desgrude das laterais da tigela, uns 7 minutos.
Cubra a tigela com plástico e deixe crescer até que dobre de volume, mais ou menos 1 hora. Levante a massa pelas beiradas e deixe-a “abaixar” na tigela.
Cubra a tigela novamente com plástico e leve à geladeira até que a massa pare de crescer, levantando-a pelas beiradas como no início, a cada 30 minutos, perfazendo um total de 2 horas. Cubra a tigela e deixe na geladeira por 1 hora.
Retire a massa da geladeira e divida em duas partes iguais*.
Abra uma metade de massa num retângulo de 35x22cm. Espalhe o doce de leite sobre a massa, deixando uma beiradinha de 2,5cm sem recheio. Enrole feito rocambole e corte em 12 fatias. Coloque-as umas ao lado das outras em uma forma redonda de 22,5cm, untada com manteiga, cubra e deixe na geladeira até a manhã seguinte. A massa vai crescer lentamente durante a noite.
Pincele os pãezinhos com o ovo batido com água e asse em forno pré-aquecido a 175ºC por 20-25 minutos.
Você pode repetir o processo com a outra metade da massa ou fazer um filão de brioche como a Helene fez.
* fiz metade da receita, usei uma forma de 25cm e deixei a massa crescer por 1 hora antes de assar (não daria para deixar de um dia para o outro). Cresceu bastante.