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sexta-feira, dezembro 17, 2021

Um post difícil de escrever


Hoje não tem foto, nem receita.

Quem lê o blog deve ter percebido que ultimamente eu não ando muito animada no geral, e menos ainda com a cozinha – na verdade, falta de ânimo, cansaço e tristeza são coisas que muita gente com quem converso tem sentido, especialmente se a pessoa mora no Brasil. Lidar com uma pandemia, ver gente imbecil dizendo que não vai tomar vacina porque “causa autismo” ou porque “tem GPS na vacina” (entre outros absurdos), testemunhar o desmonte quase que completo do nosso país em tão pouco tempo é revoltante, trágico, me causa raiva, um ódio tão profundo que eu nem sabia que poderia sentir.

A gente vai levando, tocando pra frente, às vezes sem saber direito pra onde, tudo fica meio mecânico, levanta da cama, trabalha, come, toma banho, vê TV. E todo dia é assim, e foram vários meses desta forma. E eu sempre pensava que, quando estivesse vacinada, voltaria a sair, pelo menos para algumas coisas, pelo menos para comer aos finais de semana. E de fato atualmente é isso, almoço fora de vez em quando, pizza à noite em uma sexta ou sábado. E, na minha cabeça, isso resolveria a minha falta de vontade de cozinhar, pois o ranço era culpa da pandemia e de cozinhar todo santo dia por mais de um ano.

Só que algo se quebrou pelo caminho e o meu plano não funcionou.

Curiosamente, durante os últimos 14 meses, fui trabalhando em um projeto de um livro, bem aos pouquinhos, quando dava, e o danado está praticamente pronto – ainda tenho que testar novamente algumas receitas para fotografar e reescrever alguns trechos, mas o grosso, como dizem, eu já fiz. E quando eu testava essas receitas, as fotografava e as escrevia, me sentia bem, uma sensação de dever cumprido, de prazer de fazer algo com tanto carinho. E esse “combustível” foi me alimentando por meses, mais de um ano, só que acabou.

Eu achava que era preguiça e/ou cansaço de cozinhar, e continuei fazendo almoço, pão, pizza. Mesmo sem vontade, afinal de contas temos que comer.

Até o dia em que eu fui para a cozinha para preparar o almoço e, ao começar a aquecer o azeite na panela para refogar a cebola, eu quis sumir dali. Durante todo o processo de fazer o arroz, refogar a abobrinha, preparar e temperar a salada, eu queria sair correndo. Os cheiros me enjoavam, meu apetite desapareceu: comi uma colherada de arroz e uma de salada, e me obrigando a comer, só pra não ficar com dor de cabeça de fome depois.

Não era cansaço, não era preguiça, não era falta de vontade: era repulsa.

Cozinhar por obrigação já foi parte da minha vida em vários outros momentos, na adolescência, antes de casar também, e eu fazia a comida mesmo sem querer fazer, mas sentir repulsa foi a primeira vez desde os meus 11 anos (tenho 43).

O processo todo me fez entrar em uma espécie de crise: como assim eu não quero mais cozinhar? Eu cozinho há mais de trinta anos! Eu não POSSO não gostar mais de cozinhar. Quem sou eu sem a cozinha? O que eu faço agora?

Não sei o que vai ser das refeições aqui em casa, não sei o que vai ser do blog - eu não sei. Não sei de nada. De absolutamente NADA.

Tô me sentindo perdida, triste, angustiada. A única coisa que se fato sei é que precisava tirar isso do meu coração – tá sendo difícil lidar.

O blog continuará aqui, eu jamais deletaria nada. Só não sei quando vem o próximo post, SE vem. Mas as receitas já publicadas permanecem aqui, para que vocês possam reproduzi-las em casa se tiverem vontade.

Obrigada pela companhia, por tanto tempo. xx

sexta-feira, novembro 26, 2021

Brownies com chocolates amargo e branco e cranberries, costas travadas e um post do Instagram que me fez pensar


Brownies com chocolate amargo e branco e cranberries


Dias atrás travei as costas e o pescoço do lado esquerdo e mal conseguia me mexer: era tanta dor que as lágrimas escorriam, mesmo eu não querendo chorar. Não conseguia ficar sentada de jeito nenhum, quando deitava e encontrava uma posição mais agradável virava uma estátua – a estátua do Quasímodo.

Por isso, fiquei off das redes sociais por uns 4 dias, mais ou menos, e confesso que não senti falta – achei que sentiria, mas não. Engraçado, né? O Instagram e o Twitter foram companheiros muito próximos durante toda a pandemia e o período de isolamento, e cheguei até mesmo a fazer algumas lives, mas hoje não me vejo assim tão dependente das redes sociais, sabe-se lá até quando.

Tem hora que o Instagram enche o saco, mas também tem hora que aparece um post que chama a atenção, faz a gente pensar. Sigo uma mulher maravilhosa chamada Larissa Guerra e ela escreveu tempos atrás sobre uma viagem à praia e sobre a aceitação do seu próprio corpo, contando que por muito tempo se privou de fazer coisas prazerosas por causa de neuras sobre sua aparência. Ao ler as palavras da Lari, mil sinos começaram a tocar na minha cabeça, e se você é mulher certamente na sua também. Quantas vezes deixamos de fazer o que gostamos por conta de cobranças com nosso corpo, com o peso? Quantas vezes deixamos de usar biquini por causa da barriga, ou shorts por causa das celulites nas pernas? Desde muito jovens somos expostas a esse tipo de cobrança, essa exigência de ter um corpo “perfeito” de acordo com o padrão estabelecido. Nossos corpos são inadequados, logo a gente tenta se enfiar dentro do quadradinho para sermos aceitas, para sermos amadas. E isso tudo eu digo sendo mulher cis e branca, porque para outras minorias a situação é muito pior: mulheres negras, mulheres trans... Nem posso imaginar pelo que elas passam.

Fiquei pensando nisso outro dia, quando comentei com uma colega que não fazia mais receitas doces, pois somos só dois e o João não é muito de doces – assim que terminei a frase, pensei em como eu estava reproduzindo o discurso que quero tanto destruir. É claro que eu não vou viver à base de sobremesas, porque não é essa a ideia: quero sim, comer meus vegetais, legumes e frutas, meu feijão com arroz. Mas também quero comer minha pizza com uma taça de vinho sem ficar pensando “ai meu deos, a calça jeans vai ficar apertada”. Quero sim, fazer um docinho quando der vontade, sem ficar calculando milimetricamente quantos pedaços o João vai comer e quantos eu vou comer. Quero fazer um brownie, e se não puder dividir com o pessoal do escritório, como fazia antigamente, não tem problema.

A receita que trago hoje é bem antiga, foram brownies que fiz e levei para o escritório uma semana antes do lockdown no ano passado: é uma variação desta receita aqui, que é ótima e rende super bem: eu não tinha gostado muito da foto e acabei não publicando à época. Este brownie foi preparado com o pessoal do trabalho em mente, todos eles adoraram e fiquei bem feliz com isso. Entretanto, da próxima vez que der vontade de comer uma sobremesa gostosa, um brownie ou uns cookies, não vou espera voltar ao escritório: faço meia receita, ¼ de receita, mas faço – sem achar que o meu valor está na minha aparência ou no tamanho do meu jeans. 

Ah, aproveitando: a Larissa também tem um podcast excelente chamado “Donas da P* Toda” – vale muito a pena ouvir.

 

Brownies com chocolates amargo e branco e cranberries

adaptados destes brownies

 

- xícara medidora de 240ml

 

150g de chocolate meio amargo, picadinho ou em gotas – usei um com 53% de cacau

¾ xícara (170g) de manteiga sem sal, temperatura ambiente e picada

1 ½ xícaras (300g) de açúcar cristal ou refinado

3 ovos grandes, temperatura ambiente

2 colheres (chá) de extrato de baunilha

½ xícara (70g) de farinha de trigo

¾ xícara (75g) de farinha de castanha de caju – pode ser trocada por farinha de outras oleaginosas; o sabor não influencia muito, a farinha de oleaginosas serve para deixar os brownies bem úmidos

1 colher (sopa) de cacau em pó, sem adição de açúcar, peneirado – meça, depois peneire

¼ colher (chá) de canela em pó

½ colher (chá) de sal

100g de chocolate amargo (70% de cacau) picado ou em gotas

70g de chocolate branco, picado ou em gotas

½ xícara (70g) de cranberries secas, picadas se forem graúdas

 

Preaqueça o forno a 180°C. Unte levemente com manteiga uma forma de metal retangular de 20x30cm, forre-a com papel alumínio deixando sobras em dois lados opostos e unte o papel também.

Em uma tigela refratária grande, junte o chocolate meio amargo (150g) e a manteiga e leve ao banho-maria (em fogo baixo, sem deixar o fundo da tigela tocar a água) até que os ingredientes derretam. Retire do fogo e deixe esfriar. Acrescente o açúcar e misture com um batedor de arame. Junte os ovos, um a um, e misture bem com o batedor. Junte a baunilha.

Adicione a farinha de trigo, a farinha de castanha de caju, o cacau, a canela e o sal e incorpore-os usando uma espátula de silicone, misturando até obter uma massa homogênea. Incorpore o chocolate amargo, o chocolate branco e as cranberries. Espalhe na forma preparada e alise a superfície. Asse por 25-30 minutos ou até que um palito inserido no centro do brownie saia com migalhas úmidas. Deixe esfriar completamente na forma sobre uma gradinha.

Corte em quadradinhos para servir.


Rend.: 24 unidades

sexta-feira, outubro 22, 2021

Socca com recheio de abobrinha e feta e a minha pesquisa no Instagram


Socca com recheio de abobrinha e feta


Dias atrás fiz uma pesquisa no Instagram para saber o que desanima as pessoas quando elas decidem preparar uma receita nova: recebi uma infinidade de respostas, mas notei que as opções abaixo foram as que mais apareceram:

- ingredientes difíceis de encontrar e/ou caros;

- utensílios específicos para determinadas receitas

- receitas que pedem batedeira ou liquidificador

- ingredientes que serão usados naquela receita apenas

- receitas com etapas de descanso

- receitas que sujam muita louça

- receitas com medidas imprecisas

Ah, houve também gente que reclamasse de receita que leva buttermilk, o que eu sinceramente não entendo, já que buttermilk caseiro é apenas leite com suco de limão ou vinagre – facílimo de fazer e com ingredientes que todo mundo tem em casa.

Devo dizer que concordo com quase tudo na lista, entretanto levando em conta que o Brasil é um país continental ingredientes difíceis de encontrar é algo um pouco vago: há coisas que são difíceis de encontrar em uma região e mais fáceis em outras. Eu não vejo problema em usar batedeira, aliás, acho que facilita demais a vida da gente, mas confesso que morro de preguiça de usar liquidificador – inclusive, com exceção do bolo de cenoura, bolos feitos no liquidificador não me agradam, não gosto da textura. Houve gente que reclamou de medidas em gramas, o que eu achei um tanto bizarro, já que medir os ingredientes de maneira precisa é o primeiro passo para ter sucesso ao reproduzirmos uma receita. E sobre as etapas de descanso... Bem, concordo que nem sempre temos tempo e/ou paciência para esperar, mas sendo assim fica impossível fazer pão ou pizza, por exemplo.

Também li um comentário sobre tipos de farinhas diferentes e por isso trago a receita de hoje:  já tive essa fase de querer fazer um milhão de receitas com ingredientes de todo o tipo, e há diversas receitas assim no blog que provam isso. Entretanto, isso faz parte do passado, e hoje em dia só compro mesmo ingredientes que sei que usarei até o fim e logo. As panquequinhas de hoje são da época em que eu provava tudo de diferente que aparecia na minha frente, e guardei a receita por tanto tempo... Mas gosto dela, é saborosa, e pode ser útil para quem não pode consumir glúten.

Socca, também chamada de "farinata" (mas não a do Doria, pelo amor de deus!) é um tipo de panqueca fininha feita de farinha de grão-de-bico comum na Itália e em alguns lugares da França. A minha versão é recheada com abobrinha e feta, mas já usei esse recheio delicioso em panquecas tradicionais, também trocando o feta por mozarela, como o recheio desta receita.

 

Socca com recheio de abobrinha e feta

receita minha, inspirada por várias que vi na internet

 

- xícara medidora de 240ml

 

Socca:

2 xícaras (260g) de farinha de grão de bico

1 colher (chá) de sal

2 xícaras (480ml) de água

2 colheres (sopa) de azeite de oliva extra-virgem

óleo de canola, para pincelar a frigideira

 

Recheio:

1 colher (sopa) de azeite

1 cebola pequena picadinha

2 dentes de alho grandes picadinhos

2 abobrinhas (400g) em cubinhos

sal e pimenta do reino moída na hora

½ xícara (120ml) de água quente

100g de feta ralado ou esmigalhado

 

Comece pela socca: junte todos os ingredientes em uma tigela grande e misture com um batedor de arame. Passe por uma peneira, cubra e deixe descansar em temperatura ambiente por 1 hora.

Aqueça uma frigideira antiaderente de 24cm em fogo médio-alto e pincele com um pouquinho de óleo. Despeje ¼ xícara (60ml) de massa na frigideira e vá girando até cobrir todo o fundo. Cozinhe por 2-3 minutos, vire e faça o mesmo do outro lado, até dourar. Repita a operação com o restante da massa – você deverá obter 8 panquecas.

Faça o recheio: em uma panela média, aqueça o azeite em fogo médio-alto. Junte a cebola e refogue até ficar transparente. Acrescente o alho e refogue até perfumar (não deixe queimar). Junte a abobrinha, tempere com sal e pimenta e doure por 2 minutos. Acrescente a água, abaixe para fogo médio e cozinhe até a água secar e a abobrinha ficar macia, cerca de 8 minutos. Desligue o fogo, junte o feta e misture.

Recheie as panquecas com a mistura de abobrinha, enrole ou dobre ao meio e sirva.

Rend.: 4 porções

 

quarta-feira, agosto 25, 2021

Waffles de limão e sementes de papoula e lembranças boas de viagens

English version

Waffles de limão e sementes de papoula


Em tempos de pandemia, em que viajar se tornou algo complicado (pelo menos para quem segue o distanciamento social), de vez em quando dou uma espiada nas minhas fotos de viagens passadas, geralmente às quintas-feiras, dia de #tbt nas redes sociais. Em um primeiro momento pensei “que sofrimento, pra que ficar olhando foto de viagem e passando vontade?”, mas logo em seguida percebi o tamanho do meu privilégio, de ter conseguido conhecer lugares incríveis antes disso se tornar mais difícil -  mesmo com a vacina o nosso dinheiro se tornou tão desvalorizado que viajar para fora do país voltou a ser algo para poucos, como era no passado.

Olho para as fotos, passo vontade, sim, mas também me sinto feliz por ter vivido momentos tão gostosos. Penso nos lugares incríveis que visitei, nos museus maravilhosos e lindos parques, nos restaurantes e nas comidas deliciosas que provei. Dá saudade, mas também dá alegria.

Procurando as fotos de viagem, encontrei um pastinha com fotos de receitas que fiz para o blog e que, por alguma razão específica, não publiquei: não gostei da foto, ou a receita não ficou exatamente como que eu queria, ou por causa de algum ingrediente, como no caso destes waffles.

Fiz esta receita há bastante tempo, com sementes de papoula que havia trazido de viagem, e não quis postar porque não estava conseguindo encontrar o ingrediente por aqui, e muita gente sempre me pergunta onde eu compro as sementinhas. Já encontrei, no passado, no Pão de Açúcar, e também na Bombay Temperos, mas faz muito tempo que está indisponível no site deles.

Há algumas semanas alguém que sigo no Instagram indicou a Cípria Ervas & Especiarias (pena eu não lembrar quem foi para dar os devidos créditos) dizendo que eles tinham sementes de papoula, e fui correndo comprar. Aproveitei e coloquei também no carrinho a manjerona seca deles, que ficou deliciosa salpicada sobre a pizza (não é publi, viu, gente?)

Os waffles ficam deliciosos, com um perfume incrível de limão e a crocância extra das sementinhas, mas é claro que você pode fazer sem elas – eu já fiz várias vezes, quando meu estoque acabou, e ficam ótimos do mesmo jeito. Gosto de servir com mel ou só uma chuvinha de açúcar de confeiteiro, para aqueles dias em que a gente precisa de um café da manhã ou lanchinho da tarde mais especial.

  

Waffles de limão e sementes de papoula

receita minha, adaptada desta aqui

 

- xícara medidora de 240ml

 

2 colheres (sopa) de açúcar cristal

raspas da casca de 2 limões taiti grandes

1 ¼ xícaras (175g) de farinha de trigo

2 colheres (chá) de fermento em pó

1 pitada de sal

1 colher (sopa) de sementes de papoula

1 ovo grande

¼ xícara (60ml) de azeite de oliva extra virgem

¾ xícara (180ml) de leite integral, temperatura ambiente

2 colheres (chá) de suco de limão taiti

½ colher (chá) de extrato de baunilha

 

Em uma tigela média, misture o açúcar e as raspas de limão e esfregue-os juntos com as pontas dos dedos até aromatizar o açúcar. Junte a farinha, o fermento, o sal e as sementes de papoula e misture com um batedor de arame. Reserve.

Em uma tigela pequena, misture com um batedor de arame o ovo, o azeite, o leite, a baunilha e o suco de limão. Verta os líquidos sobre os ingredientes secos e misture com uma espátula de silicone somente até incorporar – não misture demais.

Preaqueça a máquina de waffle. Cozinhe porções de massa por vez, até que cada waffle doure - siga as instruções do fabricante. Sirva com mel, melado ou com o que preferir.

Rend.: 5-6 waffles

terça-feira, outubro 27, 2020

Pesto de espinafre e amêndoa e o meu sumiço

Pesto de espinafre e amêndoa

Queridas e queridos, como vocês estão?

Faz tempo que não dou as caras por aqui – ando bem ocupada com o trabalho (trabalhando muito, mas feliz!) e também tentando retomar os hábitos saudáveis de antes da pandemia. Voltei a me exercitar, em casa mesmo, e a frequência está tão boa que ando me sentindo a Madonna. :)

Não tem me sobrado muito tempo para fazer receitas novas ou para escrever aqui no blog.

Por outro lado, a newsletter continua firme e forte, e todas as sextas envio minha cartinha, escrita com amor e carinho – se você também quiser receber, clique aqui para se inscrever.

Tenho algumas poucas receitas antigas ainda guardadas, como o brownies que postei tempos atrás, e o molho de hoje: gosto demais de pesto, acho que combina bem com tanta coisa! Gosto de esparramar por aí, não só no macarrão: levanta o astral do frango e do peixe, vai bem na pizza, na bruschetta.

O pesto de hoje leva espinafre, que tem um sabor marcante, e um pouco de manjericão para equilibrar. Se não tiver amêndoa em casa, use nozes ou castanha de caju.

 

Pesto de espinafre e amêndoa

receita minha

 

- xícara medidora de 240ml

 

3 xícaras de espinafre – aperte as folhas na xícara na hora de medir

¼ xícara de folhas de manjericão – aperte as folhas na xícara na hora de medir

½ xícara de amêndoa, com ou sem pele

¾ xícara de parmesão ralado grosseiramente

1 dente de alho pequeno, picado

100ml de azeite de oliva extra virgem

sal e pimenta do reino moída na hora

Aqueça uma panela grande com água em fogo alto. Tenha pronta uma tigela com água fria e gelo. Quando a água da panela ferver, junte o espinafre e cozinhe apenas por alguns segundos, até que murche – com uma escumadeira, retire o espinafre da água fervente e transfira para a tigela com água gelada.

Escorra toda a água do espinafre e aperte-o em uma peneira, para extrair o excesso de água. Transfira para o liquidificador ou processador de alimentos. Junte os ingredientes restantes e pulse/processe até obter um molho homogêneo – se a mistura estiver espessa demais, junte um pouco de água fria, aos poucos, e vá batendo.

Despeje o pesto no macarrão e misture – ao preparar o macarrão, separe um pouco da água do cozimento e use-a para soltar o molho se ficar espesso demais depois de misturado ao macarrão.

Rend. 5 porções (500g de macarrão)

segunda-feira, setembro 14, 2020

Waffles integrais sabor pizza e férias bem diferentes

English version

Waffles integrais sabor pizza


Tirei alguns dias de férias em julho e foram férias muito diferentes de tantas outras que já tirei: de quarentena, fiquei em casa o tempo todo. Planejava voltar a Nova York esse ano, mas a pandemia não deixou. Não teve viagem, não teve passeio. Vi um filme por dia, alguns seriados, e cozinhei bastante. Fiz algumas arrumações nos meus livros, nos armários, tirei cochilos depois do almoço. Descansei.

Em uma das tardes vendo filmes me deu uma vontade doida de beliscar alguma coisinha, e eu tinha até feito bolo, mas queria mesmo algo salgado. Adaptei a minha receita de waffles de laranja e azeite e a transformei em waffles sabor pizza – adicionei um pouquinho de farinha integral para deixar a massa mais interessante e os waffles ficaram realmente muito gostosos. Divido com vocês hoje a receita.


Waffles integrais sabor pizza

receita minha, adaptada dos meus waffles de laranja e azeite de oliva

 

- xícara medidora de 240ml

 

100g farinha de trigo comum

75g de farinha de trigo integral

2 colheres (chá) de fermento em pó

1 pitada de sal

2 colheres (chá) de orégano seco

1 ovo grande

¼ xícara (60ml) de azeite de oliva extra virgem

¾ xícara (180ml) de leite integral, temperatura ambiente

1 xícara (70g) de mozarela ralada grosseiramente

2 colheres (sopa) de parmesão ralado fininho

 

Em uma tigela média, misture as farinhas, o fermento, o orégano e o sal com um batedor de arame. Reserve.

Em uma tigela pequena, misture com um batedor de arame o ovo, o azeite e o leite. Verta os líquidos sobre os ingredientes secos e misture somente até incorporar – não misture demais. Incorpore os queijos.

Preaqueça a máquina de waffle. Cozinhe porções de massa por vez, até que cada waffle doure - siga as instruções do fabricante. Sirva imediatamente.

 

Rend.: 5-6 waffles

quinta-feira, maio 14, 2020

Crumble de maçã com fubá e laranja e meus hábitos alimentares durante a quarentena

English version

Crumble de maçã com fubá e laranja / Apple crumble with corn flour and orange

Não sei vocês, mas nesta quarentena meus hábitos alimentares tem variado bastante: café da manhã com pão integral caseiro integral e fruta, seguido de almoço também caseiro, o combo do sucesso arroz + feijão acompanhado de vegetais, às vezes carne ou frango (geralmente uma vez por semana, duas no máximo). Chega no jantar... minha força de vontade geralmente se esvai.

Há dias em que faço sopa, há dias em que faço salada caprichada com leguminosas e ovo cozido, mas também há dias em que só quero saber de comer comida que me abraça por dentro: é quando caio na pizza (caseira, porque o medo de ir buscar a pizza na portaria do prédio é maior do que a vontade de comê-la), no pão com tábua de frios e vinho. Se vem avocado na cesta orgânica o jantar é guacamole. E sem contar tudo isso, a vontade de comer doce anda ENORME: algo que acontecia antes somente na TPM se tornou quase que diário.

Nas poucas vezes em que fui ao mercado sempre trouxe chocolate, mas o estoque às vezes acaba em um piscar de olhos. E em um desses momentos de desespero por um docinho eu usei uma maçã que estava rolando na geladeira havia semanas para fazer um crumble, minha sobremesa favorita. Para deixar a receita mais interessante troquei a farinha de trigo da cobertura por fubá e perfumei tudo com raspas de laranja: ficou muito gostoso!

Divido a receita com vocês e espero que gostem tanto quanto eu – tenho certeza de que esta cobertura ficaria deliciosa também com outras frutas, como banana ou pera: use o que tiver em casa.

Crumble de maçã com fubá e laranja
receita minha

- xícara medidora de 240ml

Cobertura:
2 colheres (sopa) de açúcar demerara – este dá mais crocância, mas pode ser substituído por cristal ou refinado
raspas da casca de 1 laranja pequena
½ xícara (70g) de fubá
1/8 colher (chá) de fermento em pó
1 pitada de sal
2 ½ colheres (sopa) – 35g – de manteiga sem sal, gelada e em cubinhos
¼ xícara (22g) de aveia em flocos ou flocos grossos – usei a última

Recheio:
2 maçãs verdes (tipo Granny Smith) médias
2 colheres (sopa) de açúcar
¼ colher (chá) de canela em pó

Preaqueça o forno a 180°C. Separe 2 potinhos refratários com capacidade para 1 xícara (240ml) cada.

Cobertura: em uma tigela média, junte o açúcar e as raspas de laranja e esfregue com as pontas dos dedos até o açúcar ficar aromatizado. Junte o fubá, o fermento em pó e o sal e misture. Acrescente a manteiga e misture com as pontas dos dedos até obter uma farofa grossa. Com um garfo, incorpore a aveia. Leve ao freezer enquanto prepara as maçãs: descasque as maçãs e remova os miolos e as sementes. Corte em cubos pequenos e coloque em uma tigela média, junte o açúcar e a canela e misture bem. Divida entre os refratários, cubra com a farofinha e leve ao forno por cerca de 30 minutos ou até que a farofinha doure bem. Sirva quentinho.

A cobertura pode ser congelada por até 1 mês em um saquinho bem fechado – quando tiver vontade de comer crumble, é só preparar as frutas (quaisquer que você queira) e jogar a cobertura por cima. O tempo de forno aumenta em alguns minutos.

Rend.: 2 porções

terça-feira, abril 28, 2020

Macarrão com brócolis e meu momento #classemédiasofre

Macarrão com brócolis

Como vocês estão, queridos?

Aqui continuamos em casa, isolamento quase que total, só saindo mesmo para o supermercado, pouquíssimas vezes (a cada dez dias, se minha memória não me prega peças) - tenho trabalhado de casa, mas mesmo tendo uma rotina até que normal de segunda à sexta às vezes me perco nos dias. Semana passada, com o feriado na terça, meu cérebro fez um bololô e na quinta eu já nem lembrava que dia era.

O fato de não poder ir ao supermercado tanto quanto gostaria e também a falta de produtos tem ditado o ritmo das comidas aqui em casa: havia anos só usava farinha de trigo orgânica em minhas receitas, tive que ceder e comprar farinha comum, de marcas de que não gosto, porque eram as únicas que pude encontrar – se João e eu ficarmos sem pizza o mau humor vai reinar aqui em casa, sem contar que ele viciou no pão sem sova do Jim Lahey e tenho feito toda semana (alô, Marcinha, minha querida!). :) Houve um dia em que precisei do delivery de um supermercado e percebi o quanto sou chata, pois os legumes e frutas que vieram eu jamais teria escolhido para comprar. Encontrei uma cesta orgânica que entrega aqui em São Caetano, está ajudando bastante e assim precisamos sair ainda menos.

Desculpem as frivolidades, mas é tanta notícia ruim, tanta merda acontecendo neste país que eu precisava desopilar um pouco e compartilhar com vocês o meu momento #classemédiasofre, dar uma reclamadinha básica – quando eu falo essas coisas para o João ele só ri. :D

Em uma das duas compras do delivery pedi brócolis, estava aguada para comer e não encontrava nem congelado, nem na cesta orgânica. Os brócolis vieram já indo pro amarelo (subi no elevador xingando muito, haha), então tive que consumir logo. Fiz um leva assada, que postei no Instagram e ficou deliciosa – recomendo muito! – e o resto virou macarrão. Eu vejo tanta gente, incluindo a Rica Wolf, comentando que o cheiro do brócolis cozinhando é ruim e tal, mas confesso que não ligo – para mim, não é um problema, pois eu simplesmente amo brócolis de tudo quanto é jeito. Só não deixei um restinho dos floretes para colocar na pizza porque ia amarelar totalmente antes disso.

Macarrão com brócolis
receita minha

- xícara medidora de 240ml

3 colheres (sopa) de azeite de oliva
½ cebola grande, picadinha
2 dentes de alho grandes, bem picadinhos
4 tomates maduros, sem pele e sem as sementes, em cubos
sal e pimenta do reino moída na hora
3 raminhos de tomilho fresco, só as folhas, ou a erva que você quiser/tiver em casa
1 maço de brócolis, só os floretes – eu gosto do ramoso, mas quem preferir o ninja pode substituir
400g de macarrão – use a massa curta da sua preferência; com orecchiette fica muito gostoso também
2 colheres (chá) de vinagre balsâmico – também fica gostoso com molho inglês
¼ xícara de parmesão ou pecorino, passados pelo ralador fininho ou triturados no processador (rale, depois meça)

Em uma panela grande, aqueça água até ferver. Acrescente sal.

Enquanto a água ferve, aqueça o azeite em uma frigideira ou panela grande em fogo médio-alto. Junte a cebola e refogue, mexendo às vezes, até murchar. Junte o alho a refogue por 1 minuto – não deixe o alho queimar para não amargar a receita.
Acrescente os tomates, tempere com sal e pimenta, e junte as folhinhas do tomilho (ou da erva que quiser). Refogue, mexendo algumas vezes, até que os tomates comecem a desmanchar e formar um molho, cerca de 5 minutos – se a mistura de tomates estiver sequinha demais, junte 1 ou 2 colheres (sopa) da água do cozimento do macarrão.

Enquanto isso, cozinhe os brócolis na água por 2 minutos – escorra os floretes, transfira para a tábua e corte grosseiramente com a faca. Ao retirar os brócolis da água, coloque o macarrão para cozinhar pelo tempo indicado na embalagem.

Transfira os brócolis picados para o molho (depois dos 5 minutos necessários para ele encorpar). Acrescente o vinagre balsâmico e cheque o tempero. Reserve ½ xícara da água do cozimento e então escorra o macarrão. Incorpore ao molho. Acrescente o queijo ralado, misturando bem – ele deve deixar o molho mais cremoso. Se estiver muito sequinho, junte um pouco da água do cozimento reservada, misturando sempre. Sirva imediatamente polvilhado com mais parmesão ou pecorino.

Rend.: 4 porções

quarta-feira, outubro 09, 2019

Bolo formigueiro com farinha integral

Bolo formigueiro com farinha integral

Eu lhes contei outro dia que a visita mais ilustre da Maison Scarpin, meu pequeno Pingo, ama fazer bolo com a Dedé e que quando ele vem aos sábados já vai logo dizendo que quer fazer bolo – e dependendo de quanto tempo ele fica aqui em casa pede para fazermos pizza também. :D Semana passada não foi diferente: estávamos jogando Super Mario quando ele parou do nada e soltou: “Dedé, eu tive uma ideia. Vamos fazer um bolo?” <3

O pequenino conhece bem a Dedé que ele tem. :D

De uns tempos para cá ele só quer saber de bolo formigueiro e por isso acabei comprando um granulado um pouquinho melhor, que parece mais com chocolate do que com gordura hidrogenada. Como não fiquei muito satisfeita com o resultado do bolo formigueiro que tem aqui no blog (casa de ferreiro...), resolvi dar uma adaptada em outra receita que sempre me rendeu resultados deliciosos – não tem como errar com receita da Alice Medrich, né, gente? Por isso, o bolo de noz-moscada e uísque virou bolo formigueiro com um pouquinho de farinha integral e fez o maior sucesso com o pequeno. E ele ainda me ajudou a produzir a foto - só não deixei chegar perto da faca. <3 <3 <3


Bolo formigueiro com farinha integral
adaptado deste bolo maravilhoso da Alice Medrich

- xícara medidora de 240ml

3 colheres (sopa) de leite integral, temperatura ambiente
3 ovos grandes, temperatura ambiente
2 colheres (chá) de extrato de baunilha
¾ xícara (105g) de farinha de trigo comum
1/3 xícara + 1 colher (sopa) - 55g - de farinha de trigo integral, de preferência fina, como a Mãe Terra
1 ½ colheres (sopa) de amido de milho
¾ xícara (150g) de açúcar cristal ou refinado
¾ colher (chá) de fermento em pó
¼ colher (chá) de canela em pó
1/8 colher (chá) de sal
¼ xícara de chocolate granulado
180g de manteiga sem sal, amolecida e em pedacinhos

Pré-aqueça o forno a 180°C. Unte levemente com manteiga uma forma de bolo inglês com capacidade para 5 xícaras de massa, forre-a com papel manteiga e unte o papel também.
Em uma tigela média, misture com um batedor de arame o leite, os ovos e a baunilha.

Na tigela da batedeira, misture com um batedor de arame as farinhas, o amido de milho, o açúcar, o fermento, a canela e o sal. Junte o granulado e misture bem. Acrescente a manteiga e metade da mistura de ovos e bata com a batedeira em velocidade baixa apenas até os ingredientes secos umedecerem. Aumente para a velocidade média e bata por 1 minuto. Raspe as laterais e o fundo da tigela. Adicione metade da mistura de ovos restante e bata por 20 segundos. Junte o restante da mistura e bata por mais 20 segundos. Raspe as laterais e o fundo da tigela.
Transfira a massa para a forma preparada e alise a superfície. Asse até que o bolo cresça e doure, 55-60 minutos (faça o teste do palito). Deixe esfriar na forma por 20 minutos, desenforme com cuidado e transfira para uma gradinha. Deixe esfriar completamente e remova o papel.

Rend.: 8-10 porções

segunda-feira, março 11, 2019

Bolo de fubá, laranja e coco - um bolo com um significado muito especial


Bolo de fubá, laranja e coco

Eu poderia dizer que o post de hoje é um desabafo, mas seria dramático demais - enquanto escrevo isso, lembro da minha chefe suíça Raffaella, tão querida, que voltou para Zurique e que brincava me chamando de "drama queen". :)
Havia muito tempo que não fazia receitas novas - andava mesmo só cozinhando o basicão, por necessidade, sem sentir prazer nenhum. Cozinhava porque precisava comer, pronto - assim mesmo, bem sem graça. Não me lembrava de quando me sentira assim da última vez, talvez nunca? Desde a adolescência eu sempre me sentia feliz na cozinha e fazia bem mais de um ano que isso não acontecia. Todas as receitas que vocês tem visto aqui são as que desenvolvi para o livro, coisa antiga que eu não queria deixar guardada, receitas tão boas que precisavam ser compartilhadas com quem ainda sente alegria ao cozinhar, mas coisa nova mesmo, não havia. Eu pensava no que seria do blog quando o estoque de receitas do livro acabasse...

Mas o Universo tem jeitos muito particulares de agir e o meu pequenino, que não é mais tão pequenino assim - fez 4 anos mês passado - estava aqui em casa outro dia e como já tínhamos brincado de tudo o que vocês puderem imaginar eu não sabia mais como distrair a criança que não para um minuto sequer. Com o horário do jantar chegando, me deu uma luz de repente e perguntei se ele queria fazer pizza comigo - a ideia foi rapidamente aceita e para a cozinha nós fomos. Fizemos a massa juntos, para depois deixar a batedeira sovar, e algumas colheres-medida e punhados de farinha espalhados depois nossa massinha estava na tigela, coberta com plástico e crescendo. A alegria do Pingo ao saber que estava fazendo algo que comeria mais tarde me deu uma energia completamente nova. Depois do tempo de descanso, abrimos a massa juntos, ele apertando o rolo com suas mãos fofinhas, espalhando molho com as costas da colher (e furando a massa, mas tudo bem, fui grudando tudo de novo, beliscando a massa), jogando queijo por cima... Senti uma felicidade como havia muito não sentia. Ele me ajudou a tirar as folhas de manjericão dos galhinhos, feliz da vida, para que eu as espalhasse sobre a pizza ao tirá-la do forno. E depois comemos o resultado do nosso trabalho e ele disse que a pizza da Dedé era mais gostosa do que a pizza da pizzaria.

Ele voltou outro dia, fizemos pizza novamente, e também picolé e bolo. Ele amou fazer bolo e me dizia que o cheirinho vindo da cozinha era muito gostoso. Fizemos juntos o bolo que lhes trago hoje e só agora, escrevendo o post, é que me dou conta de que é um bolo com fubá, por uma coincidência. O meu primeiro bolo da vida foi de fubá e quem é leitor veterano do blog sabe disso.

Para vocês terem uma ideia de quanto tempo fazia desde a minha última foto de comida, a bateria da câmera estava completamente descarregada quando a peguei para fotografar o bolo. Fiquei um tempão tentando encontrar um jeito de fazer uma foto bonita: bolo inteiro, bolo cortado, paninho de uma cor, paninho de outra, prato este, prato aquele. Não sei bem se as fotos me agradaram - vai ver, perdi o meu mojo -, mas para sempre vou me lembrar deste bolo como o primeiro bolo que fiz com o Pingo. O bolo que me tirou do estupor de mais de um ano sem querer sequer ligar o forno.

Bolo de fubá, laranja e coco

Bolo de fubá, laranja e coco
receita minha

Bolo:
1 xícara (140g) de farinha de trigo
3/4 xícara (105g) de fubá
1 1/2 colheres (chá) de fermento em pó
1 pitada de sal
1/2 xícara (50g) de coco ralado sem adição de açúcar
raspas da casca de 1 laranja grande
1 xícara + 1 colher (sopa) - 212g - de açúcar cristal ou refinado
1/2 xícara + 2 colheres (sopa) - 140g - de manteiga sem sal, temperatura ambiente
1 colher (sopa) de óleo de canola
3 ovos grandes, temperatura ambiente
1 colher (chá) de extrato de baunilha
3/4 xícara (180ml) de leite, temperatura ambiente

Glacê:
1/2 xícara (70g) de açúcar de confeiteiro, peneirado - meça, depois peneire
2-3 colheres (chá) de suco de laranja

Preaqueça o forno a 180°C. Unte com manteiga e enfarinhe uma forma de furo central com capacidade para 8 xícaras de massa.
Em uma tigela média, misture bem com um batedor de arame a farinha, o fubá, o fermento, o sal e o coco. Reserve.
Na tigela da batedeira, junte o açúcar e as raspas de laranja e esfregue-os juntos com as pontas dos dedos até perfumar o açúcar. Junte a manteiga e o óleo e bata em velocidade média até obter um creme claro e fofo - raspe as laterais da tigela ocasionalmente durante todo o preparo da receita. Junte os ovos, um a um, batendo bem a cada adição. Junte a baunilha e bata bem. Com a batedeira em velocidade baixa, junte os ingredientes secos reservados em três adições, alternando com o leite em duas adições, começando e terminando com os ingredientes secos. Misture bem, mas não bata em excesso para não desenvolver demais o glúten da farinha de trigo.
Transfira a massa para a forma preparada e alise a superfície. Asse por 40-45 minutos ou até que o bolo cresça e doure (faça o teste do palito). Deixe esfriar na forma sobre uma gradinha por 20 minutos e então desenforme com cuidado. Esfrie completamente.

Glacê: misture os ingredientes em uma tigelinha até obter a consistência desejada. Despeje sobre o bolo.

Rend.: 8-10 fatias

sexta-feira, setembro 14, 2018

Flammkuchen de cogumelo, alho poró e queijo


Flammkuchen de cogumelo, alho poró e queijo

Há muito tempo (muito mesmo), eu vi um programa de TV falando sobre flammkuchen, a tal pizza alemã. Fiquei animada para experimentar: a massa era fininha, crocante, dourada, e o recheio igualmente delicioso, com bacon, cebola, queijo e aliche (lembrava o recheio de uma pissaladière).

Tratei logo de fazer a receita e ficou realmente muito gostosa, mas como eu queria um recheio vegetariano fui de cogumelos, alho poró e queijo, inspirada no recheio desta torta que eu amo tanto – o Canastra entrou para dar um toque brasileiro à receita germânica. Depois disso fiz a receita algumas outras vezes, muitas delas só com queijo e orégano mesmo (antes do problema com a lactose), pois fica deliciosa, leve e crocante. Hoje é sexta-feira e acho que esta receita tem tudo a ver com final de semana.

Lembrete: ainda tenho livros interessantes à venda - a lista está aqui.

Flammkuchen de cogumelo, alho poró e queijo
massa adaptada de várias fontes, recheio receita minha

- xícara medidora de 240ml

Massa:
½ colher (chá) de fermento biológico seco
¼ colher (chá) de açúcar
1/3 xícara (80ml) de água morna
1 colher (sopa) de azeite de oliva extra virgem
1 xícara (140g) de farinha de trigo comum
3 colheres (sopa) de farinha de centeio fina
¼ colher (chá) de sal

Cobertura:
2 colheres (sopa) de azeite de oliva
200g de cogumelos de Paris, limpos e cortados em fatias no sentido do comprimento
sal e pimenta do reino moída na hora
2 alhos-porós pequenos, somente a parte mais clara, em fatias finas
2 colheres (sopa) de vinho branco seco
100g de queijo Canastra ralado grosseiramente
10 tomatinhos cereja cortados ao meio no sentido do comprimento

Massa: coloque o fermento e o açúcar em uma tigela média. Junte a água e misture com um garfo para dissolver o fermento. Reserve por 2-3 minutos ou até que o fermento espume. Adicione o azeite, as farinhas e o sal e misture para incorporá-los. Transfira a massa para uma superfície limpa e seca (não é preciso enfarinhar) e sove até obter uma massa homogênea e elástica (acrescente farinha caso seja necessário, mas evite fazê-lo em excesso ou a massa ficará dura) – se preferir, sove a massa na batedeira planetária por 5-6 minutos. Forme uma bola com a massa. Unte levemente com azeite a mesma tigela e transfira a massa para ela. Cubra com filme plástico e deixe crescer em um lugar morno e livre de correntes de ar por 40 minutos (se o dia estiver muito frio deixe mais tempo).

Enquanto isso, faça o recheio: aqueça metade do azeite em uma frigideira antiaderente grande. Junte os cogumelos e doure dos dois lados – não encha demais a panela ou os cogumelos vão soltar água. Tempere com sal e pimenta do reino - dependendo do tamanho da panela, doure os cogumelos em levas. Transfira para um prato. Volte a frigideira para o fogo, regue com o azeite restante e refogue o alho poró, mexendo algumas vezes até murchar levemente. Volte os cogumelos à panela, acrescente o vinho branco e refogue por 1 minuto, somente até o vinho evaporar. Tempere com sal e pimenta do reino e retire do fogo.

Pré-aqueça o forno a 250°C. Com o auxílio de um rolo, abra a massa em uma superfície levemente polvilhada com farinha até obter um retângulo de aproximadamente 35x25cm – a massa do flammkuchen tem que ficar bem fininha. Transfira para uma assadeira – se preferir, forrada com papel alumínio. Espalhe os cogumelos e o alho-poró sobre a massa e cubra com o queijo e os tomates. Leve ao forno por cerca de 5 minutos ou até a massa dourar. Sirva imediatamente.

Rend.: 2 porções

quinta-feira, novembro 23, 2017

Grissini de orégano fresco e gorgonzola

English version

Gorgonzola and fresh oregano grissini / Grissini de orégano fresco e gorgonzola

Em casa somos os reis dos belisquetes, especialmente aos finais de semana, e isso me veio à mente no sábado passado enquanto montava um prato de pão, queijos e frutas para o jantar: uma taça de vinho e a refeição estava perfeita.
Há vezes em que jantamos guacamole com tortillas caseiras e é claro que há também os dias em que não quero passar nem perto da cozinha: entra em cena a pizza. :)

Quem estiver um pouco mais animado do que eu deve provar estes grissini: são uma delícia e combinam com o prato de queijos e frutas (e com vinho, também, claro). :)

Grissini de orégano fresco e gorgonzola
receita minha

- xícara medidora de 240ml

1 ½ colheres (chá) de fermento biológico seco
1 colher (chá) de açúcar cristal
200ml de água morna
2 xícaras (280g) de farinha de trigo
1/3 xícara (46g) de farinha de trigo integral
3 colheres (sopa) de azeite de oliva + um pouquinho extra para pincelar os grissini
1 colher (chá) de sal
2 colheres (sopa) de folhas de orégano fresco – aperte-as na colher na hora de medir
50g de gorgonzola ralado grosseiramente, ou esmigalhado se for bem macio
3 colheres (sopa) de parmesão ralado bem fininho

Na tigela da batedeira, junte o fermento biológico, o açúcar e a água morna. Misture com um garfo e reserve por 5 minutos ou até que espume bem. Acrescente a farinha de trigo, a farinha integral, o azeite e o sal. Sove na batedeira planetária usando o batedor de gancho (ou o equivalente para massas pesadas) por cerca de 8 minutos ou até obter uma massa lisa e elástica – se sovar na mão, levará entre 10 e 12 minutos. Incorpore o orégano e o gorgonzola, misture bem, forme uma bola com a massa e transfira para uma tigela grande pincelada com azeite. Cubra com filme plástico e deixe descansar por 1 hora e meia, aproximadamente, ou até dobrar de volume, em um lugar morninho, livre de correntes de ar.

Preaqueça o forno a 200°C. Forre duas assadeiras grandes e rasas com papel alumínio e pincele o papel com azeite.
Dê um soquinho na massa para retirar o excesso de ar. Divida a massa em 24 porções iguais e com cada uma dela forme um cordão de aproximadamente 30cm de comprimento – se a massa estiver grudando muito, polvilhe com um pouquinho de farinha na superfície, mas não exagere para não deixar a massa ressecada. Arrume-os nas assadeiras preparadas deixando 2cm entre um cordão de massa e outro. Pincele com azeite, pincele com o parmesão e leve ao forno por 20-25 minutos ou até que fiquem bem dourados.
Transfira as assadeiras para gradinhas e deixe que os grissini esfriem completamente.

Rend.: 24 porções

quarta-feira, junho 28, 2017

Pide de carne e alho-poró

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Beef and leek pide / Pide de carne e alho-poró

Tenho quase certeza de que a primeira vez que vi/ouvi falar de pizza turca foi assistindo a um dos episódios da fantástica série “A Culinária Mediterrânea de Yotam Ottolenghi”, exibida pelo GNT há bastante tempo – o que ele fez de fato era chamado de lahmacun e parecia delicioso servido com uma saladinha fresca.

Passam-se vários meses e dei de cara com uma receita de pide em uma das revistas que assino (acho que na Delicious australiana – não estou bem certa, a cabeça anda pregando peças). A receita parecia similar ao lahmacun do Ottolenghi, porém o formato é de uma barquinha. Decidi pesquisar um pouco mais e acabei fazendo a minha versão da receita.

A primeira vez que fiz a pide foi para um almoço em um sábado preguiçoso e já esperava os elogios do João, pois ele adora esfiha. Entretanto, ele gostou tanto, mas tanto que da segunda vez em diante eu passei a fazer 1 receita e meia – 4 pides não são suficientes para nós dois. :D

Pide de carne e alho-poró
receita minha, inspirada em diversas outras

- xícara medidora de 240ml

Massa:
1 colher (chá) de fermento biológico seco
½ colher (chá) de açúcar cristal
1/3 xícara (80ml) de água morna
¼ xícara (60ml) de leite integral morno
1 ¼ xícaras (175g) de farinha de trigo comum
¼ xícara (35g) de farinha de trigo integral
½ colher (chá) de sal
2 colheres (sopa) de azeite de oliva extra virgem

Recheio:
2 colheres (sopa) de manteiga sem sal
1 alho-poró grande, somente a parte clara (cerca de 120g), em rodelas
2 dentes de alho grandes, amassados e picadinhos
250g de carne bovina moída – gosto de patinho
1 colher (chá) de páprica defumada
2 tomates maduros, sem as sementes, em cubinhos
sal e pimenta do reino moída na hora
1 punhado de folhas de salsinha fresca, picadas

Para pincelar a massa:
1 colher (sopa) de azeite de oliva extra virgem

Comece pela massa: na tigela da batedeira planetária, junte o fermento biológico, o açúcar, a água e o leite, misturando bem com um garfo. Reserve por 5 minutos ou até espumar. Junte as farinhas, o sal e o azeite e misture usando o batedor para massas pesadas (em formato de gancho no caso da Kitchen Aid) por cerca de 8 minutos ou até obter uma massa lisa e elástica – a massa pode ser sovada com as mãos: neste caso, 12-14 minutos são suficientes. Forme uma bola com a massa, transfira para uma tigela grande levemente untada com azeite. Cubra com filme plástico e deixe crescer em um lugar morninho, livre de correntes de ar, por cerca de 1 hora ou até dobrar de volume.

Enquanto a massa cresce, faça o recheio: aqueça a manteiga em uma panela grande em fogo médio até derreter. Junte o alho-poró e refogue, mexendo algumas vezes, até amaciar, uns 5 minutos. Junte o alho e refogue por 1 minuto ou até perfumar – não deixe queimar o alho para que a receita não fique amarga. Acrescente a carne e refogue, mexendo algumas vezes, até dourar, 5-7 minutos. Junte a páprica, os tomates, tempere com sal e pimenta e cozinhe por mais 3-5 minutos ou até que os tomates desmanchem levemente. Junte salsinha e retire do fogo. Deixe esfriar completamente antes de montar as pides.

Preaqueça o forno a 200°C. Forre uma assadeira grande com papel alumínio.
Divida a massa em 4 porções iguais. Abra cada uma delas com um rolo, formando uma espécie de barquinha ovalada de aproximadamente 25cm de comprimento. Espalhe o recheio pelo meio da massa e então aperte as pontas da massa, finalizando o formato de barquinha – o recheio fica exposto mesmo. Transfira para a assadeira preparada, pincele a massa com o azeite de oliva restante e asse por 25-30 minutos ou até dourar. Sirva imediatamente.

Rend.: 4 unidades

domingo, maio 24, 2015

Strata de tomate e alecrim, um seriado e uma canção

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Tomato and rosemary strata / Strata de tomate e alecrim

O que faz com que vocês se interessem por algo em particular?

Pensei nisso ontem à noite, quando comecei a ver “The Americans”: fazia séculos que eu queria assistir ao seriado, adorei o piloto e mal posso esperar para ver mais episódios, mas tenho de dizer que ver – ou melhor, ouvir – o batuque espetacular de “Tusk” ali, logo no comecinho do primeiro episódio, me deixou ainda mais interessada (e se vocês também se interessaram, tem no Netflix).

Sempre quis preparar strata, especialmente depois de ver a linda Nigella fazer uma anos atrás, mas como meu marido não é muito fã da ideia de um pudim de pão salgado – ou de qualquer pudim de pão, na verdade – fui adiando a ideia. Quando vi esta receita, cheia de queijo e tomate, não deu mais para esperar: não vivo sem queijo e amo tomate, ao ponto de sempre comer uns dois enquanto os preparo para alguma receita.

A strata ficou uma delícia: meio que me lembrou pizza, mas com uma textura diferente. Eu servi com uma saladinha e acabei comendo muito mais do que deveria. :)

Diferentes coisas podem despertar o nosso interesse para algo bacana: uma canção, um alimento... É só manter os olhos abertos – eu vou ficar atenta a outras receitas de strata e a bons seriados. ;)

Strata de tomate e alecrim
um nadinha adaptada daqui

- xícara medidora de 240ml

250g de pão amanhecido, em fatias de aproximadamente 6mm
1 dente de alho cortado ao meio
60g de gruyère ralado – usei mozarela
30g de parmesão ralado
4 tomates, maduros porém firmes, em rodelas
sal e pimenta do reino moída na hora
2 colheres (chá) de alecrim fresco – pique, depois meça
4 ovos grandes
2 xícaras (480ml) de leite integral

Preaqueça o forno a 180°C. Unte com azeite ou manteiga um refratário largo com capacidade para 2 litros. Esfregue as fatias de pão de ambos os lados com o dente de alho (se o pão estiver macio, toste-o levemente e então esfregue com o alho). Em uma tigelinha, misture os dois queijos.

Faça uma camada com metade do pão no fundo do refratário. Cubra com metade das rodelas de tomate. Salpique o tomate com sal, pimenta do reino e metade do alecrim. Espalhe metade do queijo sobre o tomate. Repita as camadas.

Em uma tigelinha, bata os ovos e o leite juntos com um garfo. Tempere com sal e pimenta do reino e derrame sobre as camadas no refratário. Leve ao forno por 40-50 minutos ou até que estufe e doure levemente. Sirva quente ou morno.

Rend.: 4 porções

segunda-feira, agosto 18, 2014

Palitinhos de queijo para amigos famintos

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Cheese straws / Palitinhos de queijo

Como alguém que ama comida, sempre me certifico de que meus amigos tenham algo para comer no minuto em que entram na minha casa – acredito que nada dá a sensação de “bem-vindo” como um drink e algo para beliscar. :)

Gosto de servir algo pequeno o bastante para ser degustado sem talheres e sem fazer muita bagunça, e porções pequenas para que as pessoas ainda estejam com fome quando o jantar for servido. Fiz esses palitinhos de queijo outro dia, quando recebi um casal de amigos para uma pizza, e ficaram deliciosos e com uma textura meio folhadinha.

Assei os palitos de queijo à tarde e os mantive em uma lata bem fechada. Quando os amigos chegaram, foi só arrumar os palitos em copos e servir com as bebidas – foi o fim das visitas famintas. :)

Palitinhos de queijo
um tiquinho adaptados do lindo e delicioso National Trust Simply Baking

155g de farinha de trigo
70g de farinha de trigo integral
¼ colher (chá) de sal
pimenta do reino moída na hora, a gosto
115g de manteiga sem sal, gelada e em cubinhos
85g de parmesão ralado fininho
1 ovo, batido com um garfo

Cobertura:
½ ovo, batido com um garfo, para pincelar
orégano seco, para salpicar

Coloque as farinhas, o queijo, o sal e a pimenta no processador de alimentos e pulse para combinar. Acrescente a manteiga e pulse até a mistura parecer farofa grossa. Em uma tigelinha, misture o ovo e 1 ½ colheres (sopa) de água gelada e despeje no processador com o motor ligado, processando apenas até que migalhas maiores comecem a se formar – junte mais água se necessário, mas faça isso aos poucos.
Transfira a mistura para uma superfície levemente enfarinhada e junte com as mãos, formando uma massa. Divida em duas partes, embrulhe em filme plástico e leve à geladeira por 20 minutos.

Pré-aqueça o forno a 180°C. Forre duas assadeiras grandes, de beiradas baixas, com papel manteiga.
Abra uma das massas com o rolo até obter a espessura de 5mm (mantenha a outra metade da massa na geladeira) – a massa não pode ficar muito fininha, senão quebrará na hora de torcer os palitinhos. Corte as beiradas para formar um retângulo e então corte fatias de 15cm de comprimento e 1cm de largura. Torça cada fatia com jeitinho e coloque nas assadeiras preparadas. Repita com a massa restante, e junte as rebarbas para formar mais palitos (a receita rende aproximadamente 40). Pincele os palitos com o ovo batido e salpique com o orégano. Leve à geladeira por 15 minutos e então asse por 15-20 minutos ou até que dourem bem. Deixe esfriar na assadeira, sobre uma gradinha.

Os palitinhos duram alguns dias guardados em um recipiente hermético.

Rend.: cerca de 40

sexta-feira, junho 06, 2014

Panna cotta de limão siciliano com morangos assados - ótima para quando se tem visita

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Lemon panna cotta with roasted strawberries / Panna cotta de limão siciliano com morangos assados

Adoro receber gente em casa para jantar – alimentar pessoas me enche de alegria, posso até dizer que é terapêutico. Porém, geralmente fico ansiosa e quero preparar uma refeição fantástica, e fico planejando fazer um monte de coisas diferentes, o que não é uma sábia decisão a não ser que você pretenda ficar enfiada na cozinha o tempo todo enquanto o seu marido faz sala para as visitas. :S

Como os amigos e a família adoram a minha pizza caseira, o prato principal tem sido fácil de decidir, mas na hora de escolher a sobremesa fico na maior dúvida. Adoro sobremesas quentinhas como essa cítrica ou o pudim de banana do Bill Granger, mas com as pizzas ocupando o forno acabo optando por receitas que possam ser feitas com antecedência, como mousses e pavlovas.

Panna cottas são outra ótima ideia e esta aqui não é exceção: dá pra fazer tanto a panna cotta em si quanto os morangos assados de véspera e mantê-los na geladeira. Esta sobremesa tem uma textura leve e é refrescante – sempre bom depois de um montão de pizza e um montão de vinho. :D

Panna cotta de limão siciliano com morangos assados
das revistas Good Food e Donna Hay

Panna cotta:
2 ½ folhas de gelatina incolor e sem sabor
600ml de creme de leite fresco
150ml de leite integral
200g de açúcar cristal
raspas da casca e suco de 2 limões siciliano
raspas da casca de 1 limão taiti

morangos assados, preparados com 200g de morangos + ¼ xícara (50g) de açúcar cristal

Panna cotta: coloque a gelatina de molho em uma tigela com água fria.
Enquanto isso, junte o creme de leite, o leite e o açúcar em uma panela grande e leve ao fogo médio até que comece a ferver. Junte o suco e as raspas de limão siciliano, as raspas de limão taiti e misture bem com um batedor de arame. Ferva em fogo baixo por 3 minutos, mexendo ocasionalmente, e então retire do fogo.
Retire a gelatina da água fria e esprema para retirar o excesso de água. Junte à mistura quente e mexa para dissolvê-la. Deixe esfriar, passe por uma peneira direto para uma jarra medidora e então divida a mistura entre 8 potinhos de 120ml cada. Leve à geladeira por no mínimo 5 horas ou, se possível, de um dia para o outro.

Antes de servir, cubra cada panna cotta com os morangos assados.

Rend.: 8 porções

sexta-feira, maio 18, 2012

Rugelach - o pesadelo dos perfeccionistas

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Rugelach

Acho que esta receita tentou me ensinar uma lição: nada pior para uma perfeccionista/control freak como eu se dar conta de que não, não vou conseguir modelar todos os biscoitos do mesmo jeito, tornando-os iguaizinhos e que sim, alguns ficarão minúsculos enquanto outros parecerão uma jamanta. Pelo menos esperei por um dia frio para preparar a receita (depois do fiasco do outro rugelach) e apesar dos problemas para abrir a massa e modelar os biscoitinhos eles ficaram deliciosos – o cacau e as pecãs complementam a geléia de framboesa lindamente e a massa é tão macia e flocosa que lembra massa folhada.

Rugelach

Rugelach
do delicioso Sarabeth's Bakery: From My Hands to Yours

- xícara medidora de 240ml

Massa:
1 xícara (226g) de manteiga sem sal, temperatura ambiente, em cubinhos
226g de cream cheese, amolecido
2 colheres (sopa) de açúcar cristal
½ colher (chá) de extrato de baunilha
1 pitada de sal
2 ¼ xícaras (315g) de farinha de trigo
aproximadamente ½ xícara de geléia de framboesa ou damasco

Recheio:
¼ xícara (28g) de pecãs, bem picadinhas
1 colher (sopa) de açúcar cristal
1 colher (sopa) de açúcar mascavo claro – aperte-o na colher na hora de medir
½ colher (chá) de cacau em pó, sem adição de açúcar
½ colher (chá) de canela em pó

Na tigela grande da batedeira, bata a manteiga e o cream cheese até misturá-los, raspando as laterais da tigela uma ou duas vezes. Junte o açúcar, a baunilha, o sal e bata. Reduza a batedeira para a velocidade baixa e acrescente 1 ¼ xícaras da farinha, misturando apenas até incorporar. Junte a farinha restante e misture – não misture demais.
Transfira a massa para uma superfície levemente enfarinhada. Com as mãos enfarinhadas, sove gentilmente a massa por aproximadamente 10 segundos. Divida a massa em três partes iguais e forme com cada uma delas um disco de 2,5 de espessura. Embrulhe em filme plástico e leve à geladeira até firmar, cerca de 2 horas.

Recheio: em uma tigelinha, misture bem as pecãs, os açúcares, o cacau e a canela. Reserve.

Pré-aqueça o forno a 180°C. Forre duas assadeiras grandes com papel alumínio.
Usando um disco de massa por vez (mantenha os outros na geladeira), desembrulhe e coloque sobre uma superfície levemente enfarinhada. Polvilhe levemente com farinha e abra com o rolo até obter um círculo de 32cm de diâmetro. Com uma espátula pequena ou as costas da colher, espalhe cerca de 2 colheres (sopa) da geléia sobre a massa, deixando uma borda de 2,5cm sem geléia. Polvilhe a geléia com cerca de 2 colheres (sopa) do recheio de pecãs. Com um cortador de pizza ou faca afiada, corte o círculo de massa em quatro partes, e então corte cada parte em três fatias triangulares (como se fosse uma pizza), conseguindo 12 fatias em um círculo de massa.
Um a cada vez e começando pelo lado mais largo, enrole os triângulos de massa como se fosse um mini rocambole, sem pressionar muito para que o recheio não vaze. Tente manter a parte exterior dos biscoitinhos livre de recheio, pois a geléia pode queimar. Coloque-os nas formas preparadas, deixando 2,5cm de distância entre um e outro e entorte levemente as extremidades de cada biscoitinho (como se fosse um croissant). Limpe as pontas dos dedos antes de enrolar cada biscoitinho, para que resquícios do recheio do anterior não grude nos próximos biscoitos. Repita o processo com os outros dois discos de massa.
Asse até que dourem levemente, cerca de 30 minutos. Deixe esfriar completamente nas assadeiras.

Rend.: 3 dúzias de biscoitos

Rugelach

sexta-feira, abril 20, 2012

Pizza de mozarela de búfala, alcachofra e limão siciliano - uma idéia boa para o final de semana

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Buffalo mozzarella, artichoke and lemon pizza / Pizza de mozarela de búfala, alcachofra e limão siciliano

Mark Bittman está tentando convencer as pessoas a fazerem pizza em casa e seu argumento é que não só é algo econômico como também a pizza é mais gostosa – tenho de concordar com ele. :)
A última vez que pedi pizza em casa foi há quase sete anos e até agora ninguém sentiu falta – na verdade, para ser sincera, as pizzas que comemos nas casas de outras pessoas (porque eu sou a única “louca” que as prepara em casa) custaram caro e/ou não eram tudo isso em termos de sabor.

Aqui está a minha pizza, para quem quiser se tornar uma “louca” como eu; eu costumava fazer a massa do Richard Bertinet (que é fantástica e cuja receita está no blog) mas como estou sempre correndo acabei mudando para a receita da Donna Hay: é bem mais rápida e igualmente saborosa.

Pizza de mozarela de búfala, alcachofra e limão siciliano
adaptada do ótimo Modern Classics (Book 1) e da sempre deliciosa Donna Hay Magazine


- xícara medidora de 240ml

Massa:
1 colher (chá) de fermento biológico seco
1 pitada de açúcar
2/3 xícara (160ml) de água morna
1 colher (sopa) de azeite extra-virgem
1 ¾ xícaras + ½ colher (sopa) - 250g - de farinha de trigo comum
1 colher (chá) de sal

Cobertura:
1/3 xícara de molho de tomate (ou mais, se gostar)
200g de mozarela de búfala, ralada no ralador grosso
6-8 corações de alcachofra em conserva, drenados e cortados ao meio no sentido do comprimento
raspas da casca de 1 limão sicliano
folhinhas de manjericão fresco

Massa: coloque o fermento e o açúcar em uma tigela média. Junte a água e misture com um garfo para dissolver o fermento. Reserve por 2-3 minutos ou até que o fermento espume. Adicione o azeite, a farinha e o sal e misture para incorporá-los. Transfira a massa para uma superfície limpa e seca (não é preciso enfarinhar) e sove até obter uma massa homogênea e elástica (acrescente farinha caso seja necessário, mas evite fazê-lo em excesso ou a massa ficará dura). Forme uma bola com a massa. Unte levemente com azeite a mesma tigela e transfira a massa para ela. Cubra com filme plástico e deixe crescer em um lugar quentinho por 45-60 minutos.
Pré-aqueça o forno a 250°C. Com as mãos, abra a massa em um círculo e transfira para uma assadeira grande, de beiradas baixas*. Espalhe o molho de tomate sobre a massa e cubra com a mozarela. Arrume as alcachofras sobre o queijo e salpique com as raspas de limão. Asse até dourar, 20-25 minutos. Salpique com as folhinhas de manjericão e sirva.

* sempre coloco a assadeira para aquecer no forno um bom tempo antes de preparar a pizza; retiro do forno e coloco a massa sobre ela (que estará bem quente). Rapidamente espalho o molho e a cobertura sobre a massa e volto ao forno – isso funciona bem (não tenho pedra de pizza) e a massa não fica encharcada

Rend.: 4 porções (na minha casa a pizza serve 2). :)

sexta-feira, janeiro 06, 2012

Pizza sem massa da Nigella

English version

Nigella's crustless pizza / Pizza sem massa da Nigella

Fui ao cinema assistir a “Imortais” só por causa de Tarsem Singh; seu trabalho é visualmente tão único que mesmo que eu não soubesse que ele dirigira o filme teria adivinhado ao ver a primeira cena. Confesso não ter gostado muito do filme: elenco ruim (com exceção do ótimo John Hurt) e roteiro idem; entretanto, o visual é absolutamente fantástico.

Agora, me digam: pizza sem massa – isso não é a cara da Nigella? A receita vem do lindo e delicioso "Nigella Kitchen" e é bem fácil, gostosa e vocês podem ser criativos à vontade com as coberturas – uma refeição rápida perfeita.

Pizza sem massa da Nigella
do fabuloso "Nigella Kitchen"

1 ovo
2/3 xícara (95g) de farinha de trigo comum
sal a gosto
pimenta do reino a gosto (opcional)
1 xícara (240ml) de leite integral
1 xícara de Cheddar ralado – usei mozarela comum e deu super certo
5-6 fatias de pepperoni ou salame (opcional)
orégano seco, a gosto

Pré-aqueça o forno a 200°C. Unte com manteiga uma forma refratária de 20 ou 22cm de diâmetro (usei um Pirex e deu super certo).
Em uma tigela, bata o ovo com a farinha, o sal, a pimenta (se for usar), e o leite até obter uma massa homogênea, parecida com a massa de panqueca. Junte metade do queijo e misture. Despeje na forma e leve ao forno por 30 minutos ou até que as beiradas dourem. Retire do forno, cubra a massa com o queijo restante, o pepperoni e o orégano e volte ao forno até derreter o queijo, 2-3 minutos.
Sirva em fatias (com uma salada, se quiser).

Rend.: 2 porções

sexta-feira, novembro 04, 2011

Torta de tomate

English version

Tomato tart / Torta de tomate

Algumas coisas me lembram outras de maneira instantânea (e à vezes elas estão relacionadas de alguma forma): da primeira vez que assisti a “A Cela” – sei que parece loucura ver um filme com a J. Lo mais de uma vez, mas Vincent D’Onofrio e o diretor tornaram isso possível – achei o “uniforme” vermelho (que ela usa para entrar na mente de outras pessoas) bem parecido com a armadura medieval usada por Gary Oldman no início de “Drácula” (anos depois li que Eiko Ishioka fora responsável pelo figurino de ambos os filmes) :)

Esta torta, enquanto estava no forno, perfumou meu apartamento com um cheirinho de pizza delicioso; apesar das similaridades de aroma e ingredientes trata-se de algo completamente diferente de uma pizza – algo que eu acho que vocês deveriam experimentar. ;)

Torta de tomate
um nadinha adaptado do maravilhoso Martha Stewart's Baking Handbook

- xícara medidora de 240ml

Massa (pâte brisée):
2 ½ xícaras (350g) de farinha de trigo
1 colher (chá) de sal
1 xícara (226g) de manteiga sem sal, gelada e em cubinhos
¼ xícara (60ml) de água gelada + um pouquinho extra, se necessário

Torta:
1 cabeça de alho
1 colher (sopa) de azeite de oliva extra-virgem
½ receita de pâte brisée (receita acima)
1 xícara de queijo fontina ralado (cerca de 85g), ou outro queijo que derreta bem
3-4 tomates, maduros porém firmes, em fatias de 6mm
sal e pimenta do reino moída na hora
alguns galhinhos de tomilho fresco

Comece preparando a massa da torta (pâte brisée): coloque a farinha e o sal no processador de alimentos e pulse para misturar. Junte a manteiga e pulse novamente até obter uma farofa grossa, com alguns carocinhos maiores de manteiga, cerca de 10 segundos. Com o processador ligado, junte a água aos poucos, em fio, processando somente até que uma massa comece a se formar sem que fique grudenta – não processe por mais de 30 segundos. Aperte um pouquinho da passa entre os dedos – se ainda estiver esfarelando demais junte mais água, 1 colher (sopa) por vez.
Forme uma bola com a massa, divida em duas partes iguais, achate formando discos e embrulhe em filme plástico. Leve à geladeira por pelo menos 1 hora ou de um dia para o outro; a massa pode ser congelada por até 1 mês – descongele na geladeira de um dia para o outro antes de usar.
Pré-aqueça o forno a 180°C. Coloque o alho em um pedaço grande de papel alumínio, regue com o azeite e feche o papel, apertando bem as extremidades para que o azeite não vaze. Coloque o pacotinho em uma assadeira pequena e leve ao forno por cerca de 45 minutos ou até que o alho esteja macio. Retire do forno e reserve. Assim que conseguir manusear o alho sem se queimar, remova a polpa das cascas, coloque em um pratinho e massa com um garfo (reserve o azeite que ficou no papel alumínio).
Agora, abra a massa entre dois pedaços grandes de papel manteiga levemente enfarinhados até obter um retângulo de aproximadamente 35x15cm. Transfira para uma forma de torta de 30x10cm levemente untada com manteiga e pressione cuidadosamente com os dedos, preenchendo toda a forma com a massa. Retire os excessos com uma faquinha afiada e fure toda a massa com um garfo. Leve ao freezer por 40 minutos.
Pré-aqueça o forno a 220°C. Espalhe o alho por todo o fundo da massa de torta. Salpique com ½ xícara de queijo fontina e em seguida arrume as fatias de tomate sobre o queijo. Tempere com sal e pimenta. Espalhe alguns galhinhos de tomilho sobre os tomates e cubra com o queijo restante. Regue com o azeite de alho reservado e leve ao forno por 35-40 minutos ou até que a massa doure e os tomates fiquem macios, mas ainda mantenham sua forma. Deixe esfriar na forma, sobre uma gradinha, por 20 minutos e então sirva.

Rend.: 2 porções generosas