“Interstellar” foi anunciado em novembro do ano passado, exatamente um ano antes de seu lançamento, e por ser um filme do Christopher Nolan eu fiquei imediatamente interessada – não havia muito sobre o filme para ler e mesmo o teaser não revelava tanto assim, por isso minha curiosidade foi ao céu.
Cortem para meses depois – seis, para ser mais exata – quando o trailer oficial foi finalmente lançado e, pela primeira vez desde que assisti ao maravilhoso “Amnésia” não senti vontade de correr para o cinema para ver um filme de Christopher Nolan – o trailer simplesmente não me agradou. Não sei se foi Matthew McConaughey, as cenas familiares piegas ou o fato de que depois do que Alfonso Cuarón fez com “Gravidade” acho que será difícil alguém chegar naquele nível quando o assunto é filmes no/sobre o espaço – eu não consegui gostar do trailer, mesmo com Michael Caine nele.
“Foxcatcher” e “Garota Exemplar” tem me mantido bastante curiosa neste ano de 2014 e antes de ver o trailer de “Interstellar” eu achava que Nolan estaria facilmente na lista, mas não, não desta vez.
Favoritos podem nos desapontar, mesmo que uma vez em mil, exceto por Nigella: este bolo incrivelmente úmido, denso e delicioso – um dos melhores bolos de chocolate que já fiz ou provei – vai direto para a lista de ótimas receitas que Ms. Lawson tem nos trazido ao longo dos anos. E se isso não fosse suficiente, a cobertura com um leve azedinho é irresistível, também, e complementa o sabor do bolo de maneira perfeita.
Bolo de chocolate e cerveja stout
um nadinha adaptado do delicioso Feast: Food to Celebrate Life
Bolo:
1 xícara (240ml) de cerveja tipo stout
250g de manteiga sem sal, temperatura ambiente, picada
75g de cacau em pó
2 xícaras (400g) de açúcar cristal
150ml de creme azedo (sour cream)*
2 ovos grandes
1 colher (sopa) de extrato de baunilha
275g de farinha de trigo
2 ½ colheres (chá) de bicarbonato de sódio
1 pitada de sal
Cobertura:
220g de cream cheese, temperatura ambiente
100g de açúcar de confeiteiro
1 colher (chá) de extrato de baunilha
1/3 xícara (80ml) de creme de leite fresco
Pré-aqueça o forno a 180°C. Unte com manteiga uma forma de aro desmontável de 23cm de diâmetro, forre o fundo com um círculo de papel manteiga e unte o papel também (eu usei uma forma de fundo removível).
Junte a cerveja e a manteiga em uma panela grande e leve ao fogo até que a manteiga derreta. Deixe esfriar por alguns minutos. Acrescente o cacau e o açúcar e misture com um batedor de arame. Em uma tigelinha, misture o creme azedo, os ovos e a baunilha e incorpore à mistura da panela. Por fim, junte a farinha, o bicarbonato e o sal e misture. Despeje na forma preparada e asse por 45-60 minutos (faça o teste do palito). Deixe esfriar completamente na forma sobre uma gradinha.
Desenforme com cuidado, remova o papel e transfira o bolo para um prato de servir.
Cobertura: na batedeira, bata o cream cheese até que fique homogêneo. Peneire o açúcar sobre o cream cheese, junte a baunilha e bata até obter uma mistura cremosa. Junte o creme de leite e bata novamente até que a mistura fique com uma consistência boa para espalhar. Espalhe sobre o topo do bolo.
* creme azedo (sour cream) caseiro: para preparar 1 xícara de creme azedo, misture 1 xícara (240ml) de creme de leite fresco com 2-3 colheres (chá) de suco de limão ou limão siciliano em uma tigela. Vá mexendo até que comece a engrossar. Cubra com filme plástico e deixe em temperatura ambiente por 1 hora ou até que engrosse um pouco mais (geralmente faço o meu na noite anterior e deixo sobre a pia – com exceção de noites extremamente quentes – coberto com filme plástico; na manhã seguinte o creme fica bem cremoso – leve à geladeira para ficar mais espesso ainda)
Rend.: 10-12 porções
segunda-feira, maio 19, 2014
Bolo de chocolate e cerveja stout e um trailer decepcionante
sexta-feira, maio 16, 2014
Biscotti de pinoli e Marsala e tornando um conto de fadas bem interessante
Sob o risco de vocês me chamarem de coração peludo (depois de eu lhes contar que não gosto de filmes de animação) vou confessar que também não sou muito fã de contos de fada – eu adorava “Alice no País das Maravilhas” quando era pequena, mas depois fui pra faculdade e aprendi coisas nada legais sobre Lewis Carroll, por isso nunca mais senti o mesmo pela história.
Porém, assim como com histórias bíblicas, adicione gente boa ao projeto e eu me interesso na mesma hora: hoje de manhã li que “Cinderella” é dirigido por Kenneth Branagh – quem eu adoro tanto como ator quanto como diretor – e Cate Blanchett será a Madrasta Má – se Charlize Theron quebrou tudo (maravilhosa!) como vilã naquele filme bestinha da Branca de Neve, já pensaram o que Cate Musa fará? E dirigida pelo Sr. Branagh? E tem mais: Helena Bonham Carter será a Fada Madrinha e eu aposto que ou eles a tirarão completamente de sua zona de conforto ou será a Fada Madrinha mais louca de todos os tempos. :D
Adoro biscotti, como vocês sabem, e os de amêndoa são uma paixão minha – entretanto, quando abri o freezer para pegá-las não havia nenhuma. Ô tristeza. Dei de cara com os pacotinhos de pinoli que trouxera de viagem (já que aqui eles custam uma fortuna) e resolvi usá-los no lugar das amêndoas – fiquei pensando que ou seria uma grande ideia ou um desperdício dos preciosos ingredientes – por sorte, os biscotti ficaram uma delícia.
Já no caso de Heleninha, o que vocês acham que acontecerá? :D
Biscotti de pinoli e Marsala
adaptados do Dolci: Italy's Sweets
385g de farinha de trigo
150g de açúcar cristal
½ colher (chá) de fermento em pó
1/8 colher (chá) de sal
3 colheres (sopa) cheias de mel
2 ovos grandes
2 gemas grandes
2 colheres (sopa) de manteiga sem sal, temperatura ambiente
raspas da casca de 1 laranja grande
1 colher (chá) de extrato de baunilha
100ml de vinho Marsala
120g de pinoli, levemente tostados e frios – a receita original levava amêndoas, substitua se preferir
Pré-aqueça o forno a 180°C. Forre uma assadeira grande, de beiradas baixas, com papel alumínio.
Em uma tigela grande, misture a farinha, o açúcar, o fermento, o sal, o mel, os ovos, as gemas, a manteiga, as raspas de casca de laranja, a baunilha e o Marsala. Usando a batedeira, misture apenas até obter uma massa, e então misture os pinoli – a massa é grudenta, mas se estiver grudenta demais acrescente um pouquinho de farinha.
Divida a massa em três porções iguais e, usando as mãos úmidas, formate cada porção em um cilindro de 25x5cm. Coloque-os na assadeira preparada deixando 5cm de distância entre um e outro e asse por 25 minutos ou até que dourem e firmem ligeiramente.
Com cuidado, deslize o papel alumínio com os cilindros de biscotti para uma gradinha e deixe esfriar por 8 minutos. Forre a assadeira com papel manteiga. Com uma faca afiada e com um movimento único de guilhotina, corte os cilindros na diagonal em fatias de 1,5cm e arrume-os na assadeira forrada. Asse por 8 minutos ou até que dourem, vire-os e asse-os até dourarem do outro lado também. Deixe esfriar completamente na assadeira.
Os biscotti podem ser guardados em um recipiente hermético por até 2 semanas.
Rend.: cerca de 35 unidades
quarta-feira, maio 14, 2014
Previsões e picadinho de carne - ou de acordo com o meu marido, O picadinho de carne
Anos atrás li um artigo sobre como o Oscar de 2012 seria palco da batalha entre Glenn Close e Meryl Streep, por “Albert Nobbs” e “A Dama de Ferro”, respectivamente. Meses se passaram, nem todo mundo se animou com a interpretação de Glenn (eu a adoro, acho que ela já deveria ter dois Oscars, mas não vi o filme ainda), Viola Davis apareceu na competição, tornando-se a principal oponente de Meryl, e a última levou a estatueta para casa, quando na verdade deveria ter ido parar nas mãos de Rooney Mara.
Há meses li outro artigo sobre previsões de Oscar e como em 2014 o duelo seria entre Naomi Watts e Nicole Kidman. Bem, isso nunca chegou a acontecer: “Diana” foi um fracasso retumbante e aparentemente “Grace of Monaco” está indo pelo mesmo caminho.
No momento em que vi pela primeira vez a foto de Daniel Day Lewis caracterizado como Lincoln eu soube com toda a certeza de que ele faria a rapa em todas as premiações, e agora tenho a sensação de que Steve Carell fará o mesmo com “Foxcatcher” – vocês podem voltar aqui em alguns meses e me dar os parabéns ou me trollar. :D
Prever os vencedores do Oscar é algo muitas vezes complicado, mas prever se um prato ficará bom ou não é bem mais fácil: conforme fui preparando este picadinho, tostando primeiro o bacon, depois dourando a carne e na sequência refogando os legumes – construindo camadas de sabor, como diria Jamie Oliver – eu soube que ficaria maravilhoso, e ficou mesmo. O que eu não imaginei, porém, foi que meu marido o consideraria o melhor picadinho que ele já comera – foi uma surpresa, e muito boa, por sinal. <3
Picadinho de carne, ou de acordo com o meu marido, O picadinho de carne
um tiquinho adaptado do Do-Ahead Dinners: How to Feed Friends and Family Without the Frenzy
- xícara medidora de 240ml
½ cebola grande
1 cenoura média descascada
1 talo pequeno de salsão
2 dentes de alho descascados
azeite de oliva
70g de bacon em cubinhos ou picadinho
500g de coxão mole em pedaços pequenos (mas não minúsculos)
1 colher (sopa) de farinha de trigo
sal e pimenta do reino moída na hora
1 colher (sopa) de manteiga sem sal
2 colheres (sopa) de tomates pelados batidos no liquidificador ou bem amassados com um garfo
2/3 xícara (160ml) de vinho tinto – nem o melhor, nem o mais porcaria
2 colheres (sopa) de água
1 folha de louro
3 galhinhos de tomilho fresco
1 galhinho de orégano fresco + algumas folhas para servir
Pré-aqueça o forno a 150°C. Coloque a cebola, a cenoura, o salsão e o alho em um processador de alimentos e processe até que os legumes fiquem bem picadinhos. Reserve.
Aqueça um fio de azeite em uma panela que possa ir ao forno (e que tenha tampa) e frite o bacon até ficar crocante. Retire com uma escumadeira e reserve. Coloque a carne e a farinha em um saco plástico, junte uma pitada de sal e pimenta do reino e misture bem para cobrir todos os pedacinhos de carne com a farinha. Doure a carne na panela (em etapas, se for preciso) até que os pedaços fiquem corados de todos os lados (se necessário, coloque um fio de azeite na panela para dourar a segunda leva). Retire a carne da panela e transfira para uma tigela (a mesma do bacon, para economizar na hora de lavar a louça). :)
Reduza o fogo e junte a manteiga, seguida dos legumes e mais uma pitada de sal e pimenta. Refogue, mexendo ocasionalmente, até amaciar – cerca de 10 minutos. Volte a carne e o bacon à panela, junte o tomate, o vinho, a água e as ervas. Deixe ferver, cubra e coloque no forno por 2 horas (dê uma olhadinha depois de 1 hora e adicione água se necessário). Prove, acerte o tempero e sirva salpicado com algumas folhas de orégano fresco – se não for servir imediatamente, não adicione o orégano, deixe esfriar completamente e leve à geladeira.
Fiz o picadinho de véspera, deixei na geladeira de um dia para o outro e ficou ainda mais gostoso; apenas deixe a panela chegar à temperatura ambiente, adicione um pouquinho de água e aqueça em fogo baixo para servir
Rend.: 2 porções (com sobras)
segunda-feira, maio 12, 2014
Bolo de vinho do Porto e canções visuais
Algumas das minhas canções favoritas, além de serem ótimas no quesito musical, também me são bastante visuais – consigo imaginar as cenas conforme se passa a letra muito mais facilmente do que em outras canções, e é como fazer um videoclipe particular dentro da minha cabeça. :)
Por causa da riqueza dos detalhes, posso facilmente imaginar as ações retratadas nas letras de “Am I Right?”, “Say Hello, Wave Goodbye” ou “The Golden Path”, assim como é impossível não pensar em dois homens conversando quando Morten Harket canta o primeiro verso de “Manhattan Skyline”.
Entretanto, não me foi possível imaginar como seria um bolo com meia xícara de vinho fortificado na massa (neste as passas se encarregaram de “beber” praticamente todo o Marsala), por isso fiquei bem curiosa com a receita de bolo de xerez que vira na revista Delicious. Acabei fazendo a receita usando vinho do Porto e o resultado foi um bolo de sabor inusitado – mas não de um jeito frescurento – e tão macio que foi difícil cortá-lo.
Talvez não seja a praia de todo mundo, mas acho que é algo que vale a pena provar pelo menos uma vez, especialmente quando, ao se pensar em bolos, somente os sabores de sempre (limão, laranja, maçã) lhe veem à mente. ;)
Bolo de vinho do Porto
um nadinha adaptado da sempre fantástica revista Delicious UK
225g de farinha de trigo
1 ½ colheres (chá) de fermento em pó
1 colher (chá) de bicarbonato de sódio
1 pitada de sal
125g de manteiga sem sal, amolecida
125g de açúcar cristal
2 ovos
1 colher (chá) de extrato de baunilha
200ml de vinho do Porto Ruby
açúcar de confeiteiro, para polvilhar
Pré-aqueça o forno a 180°C. Unte com manteiga uma forma quadrada de 20cm, forre o fundo com papel manteiga, unte-o e depois enfarinhe tudo, removendo o excesso.
Em uma tigela média, misture com um batedor de arame a farinha, o fermento, o bicarbonato e o sal.
Na batedeira, bata a manteiga e o açúcar até obter um creme claro e fofo. Junte os ovos, um a um, batendo a cada adição (raspe as laterais da tigela ocasionalmente). Junte a baunilha.
Com uma espátula de silicone, gentilmente incorpore metade dos ingredientes secos, misturando de baixo para cima. Junte o vinho e o restante dos ingredientes secos e incorpore da mesma maneira (neste ponto eu não estava satisfeita com a consistência da massa e adicionei 20g de farinha de trigo).
Despeje a massa na forma preparada e asse por 35-40 minutos ou até que o bolo cresça e doure (faça o teste do palito).
Deixe esfriar na forma sobre uma gradinha. Desenforme com cuidado, remova o papel manteiga, transfira para um prato de servir e polvilhe com o açúcar de confeiteiro.
Rend.: 16 quadradinhos
sexta-feira, maio 09, 2014
Linguine com bolonhesa de legumes e porcini, simplicidade tranquila e complexidade contundente
“Sweet Sixteen” não é a única canção que ouço cinco, seis vezes seguidas – tenho outras velhas favoritas, canções que para mim são tão perfeitas que aperto o botão repeat assim que começam a tocar.
Nem todas, entretanto, são simples como a linda criação de Billy Idol: há vezes em que tudo o que quero ouvir são os vocais poderosos de Marc Almond, amparados por aqueles arranjos vibrantes e nada discretos.
Amo “Loving You, Hating Me” (como alguns de vocês já sabem) e acho que a canção fica ainda mais fantástica em seu minuto e meio finais, com os arranjos enlouquecendo e a voz de Marc fazendo o mesmo – dependendo do meu humor tenho que tomar cuidado para não acompanhá-lo a plenos pulmões (o que pode ser complicado se houver gente por perto). :D
Há dias para a simplicidade tranquila de Billy e dias para a complexidade contundente de Marc, assim como há dias para o bom e velho molho à bolonhesa tradicional e dias para esta deliciosa versão vegetariana: demorei nove anos para convencer meu marido a comer cogumelos e foi assim que consegui – ele adorou o molho e ficou impressionado com o quão saboroso estava mesmo sem conter um grama sequer de carne. :)
Linguine com bolonhesa de legumes e porcini
um tiquinho adaptado da excelente Delicious Australia
- xícara medidora de 240ml
15g de cogumelos porcini secos
400g de linguine
2 cenouras pequenas, picadas grosseiramente
1 cebola grande, picada grosseiramente
200g de cogumelos-de-Paris
2 dentes de alho, picados grosseiramente
2 colheres (sopa) de azeite de oliva
1 punhado de manjericão fresco rasgado ou picado
2 colheres (sopa) de orégano fresco
½ xícara de molho de tomate – usei caseiro
½ xícara (120ml) de vinho tinto seco
3 colheres (sopa) de água
½ xícara de creme azedo (sour cream)*
parmesão ou pecorino ralado, para servir
Coloque os porcini de molho em ½ xícara (120ml) de água fervente por 10 minutos. Escorra, reservando o líquido, e pique.
No processador de alimentos, processe as cenouras, a cebola, os cogumelos-de-Paris e o alho até ficarem bem picadinhos.
Em uma panela grande, aqueça o azeite e refogue os legumes processados por 3-4 minutos ou até que amaciem. Junte as ervas, o molho de tomate e os porcini picado e cozinhe, mexendo de vez em quando, por 1 minuto ou até perfumar.
Acrescente o vinho, a água e o líquido reservado dos porcini, tempere com sal e pimenta do reino, reduza o fogo e deixe cozinhar por 5 minutos ou até que engrosse ligeiramente (parte do líquido vai evaporar). Junte o creme azedo e cozinhe por mais 2 minutos.
Enquanto isso, cozinhe o linguine em uma panela grande de água salgada até ficar al dente (siga as instruções da embalagem). Escorra, reservando um pouco da água do cozimento, e transfira o linguine para a panela com o molho, misturando para cobrir a massa com ele. Adicione um pouco da água do cozimento se necessário (eu não precisei fazer isso). Sirva com o parmesão ou pecorino ralado (usei o último).
* creme azedo (sour cream) caseiro: para preparar 1 xícara de creme azedo, misture 1 xícara (240ml) de creme de leite fresco com 2-3 colheres (chá) de suco de limão ou limão siciliano em uma tigela. Vá mexendo até que comece a engrossar. Cubra com filme plástico e deixe em temperatura ambiente por 1 hora ou até que engrosse um pouco mais (geralmente faço o meu na noite anterior e deixo sobre a pia – com exceção de noites extremamente quentes – coberto com filme plástico; na manhã seguinte o creme fica bem cremoso – leve à geladeira para ficar mais espesso ainda)
Rend.: 4 porções
quarta-feira, maio 07, 2014
Bolo de chocolate e marzipã e um trailer que me fez mudar de ideia
Hoje de manhã fiquei sabendo que será lançada uma série sobre a vida do Comissário Gordon na era pré-Batman e confesso que logo de cara não me interessei muito, não; entretanto, depois de ver o trailer mudei de ideia completamente (ah, a alegria de um trailer bem montado!).
Estou ansiosa para ver como os vilões serão interpretados e fiquei especialmente impressionada com Robin Taylor – acho que nunca vi nada com ele, mas a cara de louco, o nariz e o cabelo são tão perfeitos para o Pinguim que o menino ganhou o meu coração na hora. Vou esquecer que Jada Pinkett Smith conseguiu ser péssima em menos de cinco segundos na tela e considerar este trailer perfeito. :)
E se estou disposta a esquecer um ou dois detalhes que não são tão bacanas no que vi até agora de “Gotham”, não faria o mesmo com a pasta de amêndoa que estava no meu freezer: sobrara um pouquinho depois de fazer os biscoitos da Sarah Carey e usei para preparar o bolo do David Lebovitz – como podem ver, assim como um seriado de TV a minha cozinha está cheia de celebridades. ;)
Bolo de chocolate e marzipã
um nadinha adaptado daqui
- xícara medidora de 240ml
1 ½ xícaras (210g) de farinha de trigo
½ xícara (45g) de cacau em pó sem adição de açúcar
1 colher (chá) de fermento em pó
¼ colher (chá) de sal
¾ xícara (200g) de pasta de amêndoa – usei caseira, receita aqui
1 xícara (200g) de açúcar cristal
1 xícara (226g) de manteiga sem sal, temperatura ambiente
2 colheres (chá) de Amaretto
1 colher (chá) de extrato de baunilha
4 ovos grandes, temperatura ambiente
½ xícara (120ml) de leite integral, temperatura ambiente
½ xícara de amêndoas em lâminas (opcional)
Pré-aqueça o forno a 160°C; unte com manteiga e enfarinhe duas formas de bolo inglês de 21cm.
Em uma tigela média, peneire juntos a farinha, o cacau, o fermento e o sal.
Na batedeira, bata a pasta de amêndoa e o açúcar até que a pasta fique em pedacinhos bem pequenos. Junte a manteiga e bata até obter um creme claro e fofo. Acrescente os ovos, um a um, batendo bem a cada adição e raspando as laterais da tigela. Junte o Amaretto e a baunilha.
Com uma espátula de silicone, misture metade dos ingredientes secos. Misture o leite, seguido do restante dos ingredientes secos.
Divida a massa entre as duas formas e alise a superfície. Salpique com as amêndoas. Asse por cerca de 45 minutos ou até que cresçam e firmem (faça o teste do palito)
Deixe esfriar completamente nas formas.
Os bolos podem ser guardados em temperatura ambiente por até três dias ou embalados com uma camada dupla de filme plástico e congelados por até 1 mês.
Rend.: 2 bolos, 8 porções cada – um conselho meu: não dividam a receita para fazer apenas um bolo; façam os dois, porque o danado é tão gostoso que vai acabar rapidinho e vocês se arrependerão de não ter feito os dois bolos de uma vez. :D
segunda-feira, maio 05, 2014
Cookies de Milky Way e chocolate amargo e um filme que oscila demais
Apesar de filmes e música serem vícios meus eu não gosto de musicais – com pouquíssimas exceções (o que me vem à mente agora é “Moulin Rouge”), me parece impossível curtir esse tipo de filme, não importa o quanto eu tente, como as quatro vezes em que tentei assistir a “Chicago”, sem sucesso (caí no sono em todas e nem cansada estava).
Ontem à noite, entretanto, dei uma chance a “Ritmo de Um Sonho” por me lembrar de todo o auê em torno do filme na época do lançamento e do quão elogiado Terrence Howard foi; ele está mesmo fantástico como Djay – e nunca esperei muito dele como ator – e foi maravilhoso ver um filme com um elenco basicamente todo negro (isso é tão raro!), mas no final fiquei meio dividida, naquelas de gostei/não gostei, e a razão para isso foi o filme ter oscilado demais: há cenas ótimas permeadas de cenas que não acrescentam nada à história ou foram escritas/encenadas de maneira pobre, e isso foi até o final. Não é um filme ruim, mas eu certamente esperava mais.
Cookies de gotas de chocolate, por outro lado, dificilmente desapontam e os da Jo Wheatley não são exceção – crocantes nas extremidades, macios no centro, eles são gostosos do começo ao fim, sem oscilação à vista.
A receita original pede por chocolate amargo apenas, mas depois de ter adicionado candy bars a brownies com este resultado achei que já era hora de fazer o mesmo com outro clássico, e ao provar um biscoito ainda morninho do forno soube que fizera a coisa certa. :D
Cookies de Milky Way e chocolate amargo
um nadinha adaptados do tão lindo A Passion for Baking
185g de manteiga sem sal, temperatura ambiente
200g de açúcar mascavo claro
125g de açúcar demerara
2 ovos grandes
2 colheres (chá) de extrato de baunilha
400g de farinha de trigo
1 colher (chá) de fermento em pó
1 colher (chá) de bicarbonato de sódio
1 pitada de sal
100g de chocolate amargo, picado – usei um com 70% de cacau
4 Milky Ways, picados – Snickers também servem
Pré-aqueça o forno a 180°C. Forre duas assadeiras grandes, de beiradas baixas, com papel manteiga*.
Com a batedeira, bata a manteiga e os açúcares até obter uma mistura cremosa e clara. Junte os ovos, batendo, e então raspe as laterais da tigela a cada adição. Junte a baunilha.
Em velocidade baixa, acrescente a farinha, o fermento, o bicarbonato e o sal e misture somente até incorporá-los. Ainda em velocidade baixa, incorpore o chocolate picado e os Milky Ways (se necessário, termine de misturar com uma espátula de silicone).
Coloque porções de 2 colheres (sopa) niveladas de massa por biscoito nas assadeiras deixando 5cm de distância entre uma e outra. Asse por 5 minutos, retire do forno e bata com a assadeira sobre a pia uma vez para achatar os biscoitos. Volte-os ao forno e asse por mais 6-8 minutos ou até que fiquem dourados nas extremidades.
Deixe esfriar nas assadeiras sobre uma gradinha.
* alguns pedacinhos de caramelo/nougat podem derreter e grudar no papel manteiga ao esfriar – para evitar isso, enquanto os biscoitos ainda estiverem quentinhos desgrude-os do papel com cuidado (se algum pedacinho escorrer para fora do biscoito agora é a hora de reformatá-los como círculos). Em um primeiro momento pensei em usar papel alumínio e assim evitar o problema, mas mudei de ideia pois o papel alumínio conduziria mais calor aos biscoitos tornando-os achatados demais
Rend.: cerca de 38 cookies grandes
sexta-feira, maio 02, 2014
Batatas hasselback com crostinha de limão siciliano e orégano, uma canção linda e coisas simples
Algumas canções tem sido favoritas minhas há tanto tempo que nem lembro mais e nunca me canso de ouvi-las.
Ouvia “Sweet Sixteen” ontem e fiquei pensando na beleza do arranjo da canção e do quão simples é, com poucos instrumentos. Ouvi a música, então, mais quatro ou cinco vezes seguidas, saboreando os acordes. É realmente linda (apesar da história triste por trás dela), uma canção que ouvi pela primeira vez quando ainda era menina e que tenho certeza de que ainda ouvirei quando for velhinha.
De tempos em tempos escrevo aqui sobre coisas simples e do quanto gosto delas. Acho que não é preciso muito para criar algo bonito como a canção do Billy Idol, e isso pode se aplicar à comida. Assim como bolos, adoro pratos salgados simples e os quero todos os dias, e acredito que dar um toque diferente a eles não altera sua essência – apenas os torna ainda mais gostosos.
Na receita de hoje a humilde batata, esse tubérculo que amo (o sangue alemão em minhas veias provavelmente tem alguma culpa por isso) é transformada em uma flor, com pétalas cheias de sabor. As batatas já ficariam uma delícia apenas assadas com azeite, sal e pimenta, mas a farofinha cítrica as deixa ainda mais especiais e irresistíveis.
Batatas hasselback com crostinha de limão siciliano e orégano
um nadinha adaptadas da sempre deliciosa revista Olive
8 batatas pequenas
azeite de oliva
1 colher (sopa) de orégano fresco, picadinho
2 colheres de (sopa) de farelo de pão – não use farinha de rosca; moa ou rale pão amanhecido
raspas da casca de 1 limão siciliano
Pré-aqueça o forno a 200°C.
Coloque cada batata dentro de uma colher de pau (por isso elas precisam ser pequenas) e corte fatias fininhas, parando quando a faca tocar a colher (não corte até o fim para não separar as pétalas de batata).
Coloque as batatas em uma assadeira e pincele com azeite – certifique-se de que o azeite escorra por entre as pétalas – e tempere com sal e pimenta do reino. Asse por 50 minutos.
Misture o orégano, o farelo de pão e as raspas de casca de limão e tempere com sal e pimenta do reino. Espalhe a farofinha sobre as batatas e volte-as ao forno por mais 10 minutos ou até que estejam macias e a crostinha doure.
Rend.: 4 porções
quarta-feira, abril 30, 2014
Pavlovas de chocolate e duas surpresas no mesmo seriado + uma novidade
Nunca prestara atenção em Jon Hamm antes de “Mad Men” (e aparentemente não fui a única) e apesar da minha bronca com a quinta e parte da sexta temporadas tenho de ser honesta: não poderia haver outro Don Draper, Hamm é perfeito para o papel.
Acostumada ao sisudo – e por vezes rude – personagem do seriado me surpreendi ao vê-lo em uma comédia, e dias atrás a surpresa foi ainda maior ao vê-lo atuando em uma série de humor negro, e o fazendo brilhantemente. O choque dobrou quando vi, no mesmo seriado, Harry Potter, quero dizer, Daniel Radcliffe absolutamente fantástico dando vida a um personagem completamente diferente de HP – jamais imaginei que ele tivesse um timing tão bom para comédia.
Tudo em “A Young Doctor's Notebook” é sublime: o elenco coadjuvante, o roteiro, a produção. Foram duas horas muito bem gastas na frente da TV e agora espero ansiosamente pela próxima temporada – enquanto isso não acontece, mantenhamos a Mãe Rússia em mente com esta deliciosa sobremesa criada em homenagem a Anna Pavlova.
UPDATE: O Technicolor Kitchen agora tem uma página no Facebook - vem gente! :D
Pavlovas de chocolate
adaptadas do fantástico Bon Appetit Desserts, inspiradas pelo lindíssimo Annie Bell's Baking Bible
- xícara medidora de 240ml
Suspiros:
4 claras grandes (112g)
1 pitada de sal
¼ colher (chá) de cremor tártaro
1 xícara (200g) de açúcar cristal
2 colheres (chá) de amido de milho
½ colher (chá) de vinagre branco
½ colher (chá) de extrato de baunilha
1 colher (sopa) de cacau em pó, sem adição de açúcar, peneirado
Para a montagem:
1 xícara (240ml) de creme de leite fresco bem gelado
1 colher (sopa) de açúcar de confeiteiro, peneirado
200g de framboesas frescas
Suspiros: pré-aqueça o forno a 180°C. Forre uma assadeira grande, de beiradas baixas, com papel manteiga.
Na tigela grande da batedeira, bata as claras e o sal até espumarem. Junte o cremor tártaro. Continue batendo até que picos suaves se formem. Aos poucos, acrescente o açúcar, batendo até que a mistura fique espessa e brilhante, cerca de 5 minutos. Junte o amido de milho, o vinagre, a baunilha e o cacau e bata. Coloque colheradas de merengue na forma preparada, formando 6 montinhos arredondados (deixando 5cm de distância entre um e outro). Com as costas de uma colher, faça uma leve depressão no centro de cada montinho.
Leve ao forno e imediatamente baixe a temperatura para 120°C. Asse até que os suspiros estejam secos por fora (mas ainda macios por dentro), a cor esteja opaca e que possam ser removidos facilmente do papel manteiga, aproximadamente 70 minutos. Deixe esfriar na forma sobre uma gradinha (os suspiros podem ser preparados até 8 horas antes de serem servidos – mantenha em temperatura ambiente).
Na hora de montar a sobremesa, bata o creme de leite e o açúcar em uma tigela média até obter picos médios. Coloque os suspiros em pratinhos e coloque colheradas de creme batido no centro de cada um deles. Arrume as framboesas sobre o creme.
Rend.: 6 porções
segunda-feira, abril 28, 2014
Bolo francês de maçã e o júri de Cannes
Algo que sempre me deixa curiosa é o júri de Cannes, especialmente o presidente – às vezes não é nada de especial, às vezes a Palma de Ouro tem um jeitão político até demais, e às vezes pode ser uma completa surpresa.
Este ano Jane Campion será a presidente do júri, o que para mim é uma notícia ótima por duas razões: é uma mulher, o que até hoje só aconteceu nove vezes, e é uma diretora que admiro bastante. Willem Dafoe e Nicolas Riding Hefn são parte do júri, também, e acho isso fantástico já que ambos são conhecidos por coisas nada convencionais – o que acho sempre bom.
E já que falamos da Croisette, nada melhor do que um bolo francês para acompanhar: neste caso, um bolo gostoso e extremamente macio, cheio de maçãs picadinhas e fatiadas, e com uma camada de geleia de damasco para dar sabor e brilho. Oh là là! :)
Bolo francês de maçã
de um dos meus livros favoritos
- xícara medidora de 240ml
500g de maçãs firmes, que não desmanchem quando cozidas – usei Gala
90g de manteiga sem sal
1 canela em pau, quebrada ao meio
4 ovos médios*
250g de açúcar cristal
1 colher (chá) de extrato de baunilha
¼ xícara (60ml) de óleo de canola
280g de farinha de trigo
2 colheres (chá) cheias de fermento em pó
1 pitada de sal
raspas da casca de 1 limão siciliano
2 colheres (sopa) de Calvados ou rum – usei o último
150g geleia de damasco
Pré-aqueça o forno a 180°C. Unte com manteiga uma forma redonda de 23cm de diâmetro, forre o fundo com um círculo de papel manteiga e o unte o papel também.
Reserve 1 maçã para o topo do bolo e descasque e pique em cubinhos as restantes. Derreta 30g da manteiga em uma frigideira grande antiaderente, junte as maçãs e a canela em pau e cozinhe por 5 minutos ou até que as maçãs estejam macias, mas não desmanchando. Deixe esfriar completamente. Derreta a manteiga restante e deixe esfriar.
Na batedeira, bata os ovos e o açúcar até que dobrem de volume e se tornem um creme claro e espesso. Junte a baunilha. Com uma espátula, incorpore a manteiga e o óleo, misturando gentilmente de baixo para cima. Peneire e farinha, o fermento e o sal sobre a massa e incorpore da mesma forma, gentilmente. Faça o mesmo com as raspas de limão e o Calvados/rum, seguidos das maçãs (descarte a canela em pau). Transfira para a forma preparada. Corte a maçã restante em fatias finas e arrume-as sobre a massa, formando três círculos. Asse por 50-60 minutos ou até que o bolo cresça e doure (faça o teste do palito). Deixe esfriar completamente na forma.
Com cuidado, desenforme o bolo, remova o papel manteiga e inverta-o em uma gradinha. Aqueça a geleia de damasco até que ela esteja líquida, passe por uma peneira e pincele o bolo todo com ela. Deixe secar antes de servir.
* sempre compro ovos do tipo grande, então escolhi os menores da embalagem para usar na receita
Rend.: 10-12 porções
sexta-feira, abril 25, 2014
Cinnamon rolls com chocolate para uma mente que não consegue esquecer
Por dias fiquei com cinnamon rolls na cabeça e não tinha bem certeza da razão – talvez porque eu vira alguns no Starbucks quando passei lá com uma amiga? Faz sentido. Mas eu também vi muffins de mirtilo por lá e nem lembrei da existência deles – minha mente e seu jeito peculiar de ser. :)
Por ser Páscoa eu queria fazer algo de chocolate, então por que não adicionar um punhado do ingrediente nos já deliciosos cinnamon rolls? Fiz isso, inspirada pelo Eric Lanlard, e para tornar os pãezinhos mais interessantes troquei um pouco da farinha de trigo por farinha integral: além de o sabor combinar super bem com o chocolate e a canela, a farinha deu um lindo tom dourado aos rolls (e aliviou um tiquinho o fator culpa). :D
Decidi não colocar cobertura nos pãezinhos por duas razões: achei que seria um exagero e sem ela os rolls podem ser reaquecidos no forno por alguns minutos antes de servir – o chocolate derretido junto com a canela no pão morninho é algo que pre-ci-so recomendar a vocês.
Cinnamon rolls com chocolate
adaptados de duas fontes ótimas: Chocolat e The Beekman 1802 Heirloom Dessert Cookbook: 100 Delicious Heritage Recipes from the Farm and Garden
- xícara medidora de 240ml
Massa:
2 ½ colheres (chá) de fermento biológico seco
¼ xícara (50g) + 1 colher (chá) de açúcar cristal
¼ xícara (60ml) de água morna
6 colheres (sopa) - 85g - de manteiga sem sal, temperatura ambiente
4 gemas grandes
¾ xícara (180ml) de buttermilk*
½ colher (chá) de sal
80g de farinha de trigo integral
3 a 4 xícaras (420g a 560g) de farinha de trigo comum
Recheio:
100g de açúcar mascavo claro
2 colheres (chá) de canela em pó
1 pitada de sal
3 colheres (sopa) de manteiga sem sal, bem molinha
100g de chocolate amargo ralado – usei um com 53% de cacau e moí no processador de alimentos
açúcar de confeiteiro, para polvilhar
Massa: em uma tigelinha ou xícara, dissolva o fermento e 1 colher (chá) do açúcar na água morna. Reserve até que espume, cerca de 5 minutos.
Enquanto isso, na batedeira usando o batedor em formato de pá, bata a manteiga e o ¼ xícara de açúcar restante até homogeneizar. Junte as gemas, o buttermilk e o sal e bata bem (a mistura pode parecer talhada). Junte o fermento e bata. Acrescente a farinha de trigo integral e 3 xícaras de farinha de trigo comum e vá batendo até misturar. Transfira a massa para uma superfície levemente enfarinhada e sove até obter uma massa lisa e elástica, adicionando farinha se necessário – eu usei o batedor de gancho da Kitchen Aid para sovar e no total usei 470g de farinha de trigo comum.
Transfira a massa para uma tigela grande levemente pincelada com manteiga, cubra com filme plástico e deixe crescer até dobrar de volume, cerca de 1 hora.
Recheio: em uma tigelinha, misture o açúcar mascavo, a canela e o sal. Reserve.
Transfira a massa para uma superfície levemente enfarinhada e abra com um rolo até obter um retângulo de 30x45cm. Espalhe a manteiga sobre a massa e então salpique com a mistura de canela seguida do chocolate. Começando pelo lado mais longo, enrole a massa firmemente formando um cilindro. Corte em 16 fatias iguais.
Forre uma assadeira grande, de beiradas baixas, com papel alumínio e pincele-o levemente com manteiga. Arrume as fatias de massa sobre o papel deixando 2,5cm de distância entre uma e outra. Cubra de maneira frouxa com filme plástico e deixe crescer novamente por cerca de 45 minutos - enquanto isso, pré-aqueça o forno a 180°C.
Asse por 20-25 minutos ou até que os pãezinhos dourem e estejam assados por dentro. Retire do forno e deixe esfriar na forma por 10 minutos. Transfira para uma gradinha e sirva mornos ou em temperatura ambiente.
* para fazer 1 xícara de buttermilk: coloque 1 colher (sopa) de suco de limão em uma xícara medidora de 240ml, complete com leite integral em temperatura ambiente e aguarde 10-15 minutos para sorar; use todo o conteúdo da xícara em usa receita
Rend.: 16 unidades
quarta-feira, abril 23, 2014
Bolo de geleia de laranja e coisas novas
Geleia é algo que sempre tenho em casa, mas tenho um amor especial por geleia de laranja, tanto que o ingrediente se tornou um dos meus preferidos: sua mistura de azedo e amargo é ótima na torrada e/ou no pão integral e também vai bem em bolos, barrinhas e tortas.
Eu costumava achar geleia de laranja um troço muito amargo, mas aprendi a apreciá-la com o tempo – do mesmo jeito que aprendi a gostar de cerveja. Agora, é raro eu não comer uma colherada da geleia enquanto separo os ingredientes para as sessões de baking. :D
Este bolo, bem fácil de fazer e bem gostoso, veio daqui – nunca ouvira falar de Rosemary Shrager antes e o livro foi uma grata surpresa: tudo parece fantástico e já marquei várias receitas para provar. Também nunca ouvira falar de David Michôd ou de Michaël R. Roskam antes dos excelentes “Reino Animal” e “Bullhead” e agora mal posso esperar por “The Rover” e “The Drop” – coisas novas podem ser coisas boas, gente. :)
Bolo de geleia de laranja
um tiquinho adaptado do delicioso Rosemary Shrager's Bakes, Cakes & Puddings
Bolo:
250g de farinha de trigo
1 ¾ colheres (chá) de fermento em pó
1 colher (chá) de bicarbonato de sódio
1 pitada de sal
130g de manteiga sem sal, amolecida
130g de açúcar cristal
raspas da casca de 1 laranja
3 ovos
½ colher (chá) de extrato de baunilha
50ml de leite integral, temperatura ambiente
150g de geleia de laranja
Glacê:
¾ xícara (105g) de açúcar de confeiteiro – usei impalpável
1-2 colheres (sopa) de suco de laranja
Bolo: pré-aqueça o forno a 180°C. Unte levemente com manteiga uma forma quadrada de 20cm, forre o fundo com papel manteiga e unte o papel também.
Em uma tigela média, peneire juntos a farinha, o fermento, o bicarbonato e o sal.
Na batedeira, bata a manteiga, o açúcar e as raspas de casca de laranja até obter um creme claro e fofo. Junte os ovos, um a um, batendo a cada adição. Raspe as laterais da tigela ocasionalmente. Junte a baunilha e o leite.
Com uma espátula de silicone, incorpore a geleia de laranja, misturando gentilmente de baixo para cima (a mistura pode parecer talhada). Incorpore os ingredientes peneirados da mesma forma. Transfira a massa para a forma preparada e asse por cerca de 40 minutos ou até que o bolo cresça e doure (faça o teste do palito). Deixe esfriar na forma. Desenforme com cuidado, remova o papel e transfira o bolo para uma gradinha.
Glacê: peneire o açúcar em uma tigelinha e adicione o suco aos poucos, misturando, até obter uma consistência boa para espalhar sobre o bolo – se necessário, junte mais suco. Espalhe o glacê sobre o bolo. Deixe o glacê secar, cerca de 20 minutos.
Rend.: 16 quadradinhos
segunda-feira, abril 21, 2014
Cookies de chocolate branco e macadâmia (com um toque de ferro)
Não sou de repetir receitas doces frequentemente: com exceções de favoritíssimos da casa como os brownies de cacau da Alice Medrich ou o bolo de limão siciliano e tomilho do Nigel Slater, o que curto mesmo é testar novas coisas, ou pelo menos versões melhoradas e/ou diferentes de docinhos que já fiz e dos quais gostei.
Não fazia biscoitos de macadâmia e chocolate branco havia séculos e estava bem contente com a receita que tinha, mas quando vi a versão da Alice Medrich com aveia moída na massa tive que provar: depois de descobrir uma anemia tentei inserir mais alimentos ricos em ferro no dia-a-dia e aveia foi uma parte importante da dieta - neste caso foi uma vitória dupla, já que os biscoitos ficaram deliciosos. :)
Cookies de chocolate branco e macadâmia
do delicioso Chewy Gooey Crispy Crunchy Melt-in-Your-Mouth Cookies by Alice Medrich
75g de aveia em flocos
100g de farinha de trigo
½ colher (chá) de bicarbonato de sódio
1/8 de sal
½ xícara (113g) de manteiga sem sal, derretida e ainda morna
70g de açúcar cristal
70g de açúcar mascavo claro
½ colher (chá) de extrato de baunilha
1 ovo grande
135g de macadâmias tostadas e salgadas, picadas grosseiramente
170g de chocolate branco, em gotas ou picado
Em um processador ou liquidificador, moa a aveia até obter uma farinha. Junte a farinha de trigo, o bicarbonato e o sal e pulse para misturar.
Em uma tigela grande, misture a manteiga derretida, os açúcares e a baunilha. Acrescente o ovo e misture com um batedor de arame. Junte os ingredientes secos e misture somente até que eles umedeçam. Deixe a mistura esfriar por alguns minutos se ainda estiver morna. Junte as macadâmias e o chocolate, cubra e leve à geladeira por pelo menos 2 horas (de preferência de um dia para o outro).
Pré-aqueça o forno a 165°C – você vai assar os biscoitos no centro do forno, uma assadeira por vez. Retire a massa da geladeira para amolecer um pouquinho. Forre duas assadeiras grandes, de beiradas baixas, com papel manteiga. Faça porções de 1 colher (sopa) cheia por biscoito e coloque-as nas assadeiras, deixando 5cm de distância entre uma e outra. Asse até que os biscoitos fiquem bem dourados, 13-15 minutos. Deixe esfriar na forma por 5 minutos e então deslize o papel com os biscoitos para uma gradinha e deixe esfriar completamente.
Rend.: cerca de 35 cookies
quarta-feira, abril 16, 2014
Mousse de chocolate branco, limão siciliano e limão taiti e o trailer de "Garota Exemplar"
O trailer de “Garota Exemplar” foi finalmente lançado e gente, que coisa maravilhosa: as cenas, as cores, a trilha (o pôster!), tudo parece ter sido feito sob medida para transformar um já ótimo livro em um filme bastante interessante.
Fincher é um dos meus diretores favoritos e ele é perfeito para histórias sombrias, sem contar que adoro o fato de ele não dar a mínima para o Oscar e fazer os filmes que quer do jeito que quer – sinto profunda admiração por alguém que não liga para as pessoas idiotas que ainda não deram um prêmio para Gary Oldman e Leonardo DiCaprio. :D
Li o livro há meses, mas ainda o tenho fresco na memória – espero que isso dure até outubro. A princípio eu não tinha curtido muito a ideia de Fincher de alterar o final do livro, mas depois que a Raquel me contou que a própria Gillian Flynn escreveu o novo final relaxei – vamos ver o que ela inventará para a tela grande.
Adoro chocolate branco, mas sei que pode ser um pouco doce demais às vezes: é por isso que gosto de usá-lo com sabores cítricos ou azedos. Nesta mousse o chocolate é combinado com raspas da casca de dois tipos de limão e há ainda o azedinho das framboesas para balancear as coisas – foi uma combinação perfeita, assim como David Fincher e histórias sombrias. :D
Mousse de chocolate branco, limão siciliano e limão taiti
um nadinha adaptada do Gordon Ramsay's Ultimate Home Cooking (comprei o meu aqui)
100g de chocolate branco picadinho
300ml de creme de leite fresco
raspas da casca de 1 limão taiti
raspas da casca de 1 limão siciliano
3 claras grandes
50g de açúcar cristal
150g de framboesas + algumas extras, para decorar
Coloque metade do creme de leite (150ml) em uma panelinha e leve ao fogo até que comece a ferver. Retire do fogo e imediatamente adicione o chocolate branco, mexendo até que derreta e a mistura fique homogênea. Deixe esfriar.
Coloque o creme de leite restante em uma tigela com as raspas de casca dos limões e bata com um batedor de arame até obter picos suaves. Gentilmente, incorpore o creme batido à mistura de chocolate, misturando de baixo para cima. Reserve.
Em outra tigela, usando a batedeira, bata as claras até obter picos suaves. Batendo, acrescente o açúcar aos poucos, 1 colher (sopa) por vez, até obter uma mistura brilhante, sedosa e firme, porém com picos ainda suaves. Gentilmente incorpore as claras à mistura de chocolate, misturando de baixo para cima, tentando manter o máximo de ar possível para obter uma mousse leve.
Divida as framboesas entre seis potinhos de 200ml e cubra-as com a mousse. Leve à geladeira por 4 horas ou de um dia para o outro, preferivelmente. Decore com framboesas e sirva.
Rend.: 6 porções
segunda-feira, abril 14, 2014
Muffins de amêndoa e pera e as alegrias do outono
Sei que muita gente fica triste quando olha pela janela e vê um dia nublado e chuvoso, mas eu não: na verdade, sinto uma alegria enorme quando o clima está assim, como hoje em São Paulo (também adoro dias frios com sol - acho que é o melhor dos dois mundos).
O outono chegou, aparentemente (mas vamos falar baixo ou a temperatura pode decidir passar dos 30°C de novo), tempo de sopas e ensopados, chocolate quente, e de maçãs e peras, frutas que adoro - e este ano pretendo experimentar alguma receita com marmelo, também. Estes muffins, deliciosos e macios, com um toque de limão siciliano e amêndoa, valeram todo o sacrifício que foi desenformá-los: sua textura delicada combinada à umidade da pera tornaram difícil a tarefa de retirá-los da forma, mas nada que um pouquinho de paciência e uns palavrões aqui e ali não resolvessem. ;)
Muffins de amêndoa e pera
um nadinha adaptados do lindíssimo Love, Bake, Nourish: Healthier cakes and desserts full of fruit and flavor
Cobertura de fruta:
2 peras pequenas, sem os miolos, em fatias bem fininhas
20g de manteiga sem sal, derretida
1 colher (sopa) de açúcar demerara
Muffins:
125g de manteiga sem sal, amolecida
65g de mel de sabor suave
100g de açúcar cristal
2 ovos grandes
1 colher (chá) de extrato de baunilha
150g de farinha de trigo peneirada
1 colher (chá) cheia de fermento em pó
1 pitada de sal
60g de farinha de amêndoa
50ml de leite integral, temperatura ambiente
raspas da casca de 1 limão siciliano
Pré-aqueça o forno a 180°C. Unte generosamente com manteiga uma forma de muffins com 12 cavidades (usei esta) ou forre-a com forminhas de papel (eu untei a forma e foi difícil desenformar os bolinhos, por isso recomendo usar as forminhas de papel como a Valentina fez).
Coloque as fatias de pera em uma tigela, regue com a manteiga derretida e salpique com o açúcar demerara. Misture bem para cobrir as fatias de pera e então arrume-as no fundo das forminhas de muffin, apertando bem.
Muffins: na batedeira, bata a manteiga, o mel e o açúcar até obter um creme claro e fofo. Junte os ovos, um a um, batendo a cada adição, e adicione 1 colherada da farinha de trigo caso a mistura pareça talhada. Raspe as laterais da tigela. Acrescente a baunilha e bata. Com uma espátula de silicone, incorpore gentilmente a farinha de trigo restante, o fermento, o sal, a farinha de amêndoa, o leite e as raspas de casca de limão, misturando de baixo para cima até incorporar os ingredientes. Espalhe a massa sobre as fatias de pera e asse os muffins por 20-25 minutos ou até que cresçam e dourem (faça o teste do palito). Deixe esfriar na forma sobre uma gradinha por 5 minutos e então desenforme com cuidado, transferindo para a gradinha. Sirva mornos ou em temperatura ambiente.
Rend.: 12 unidades