quinta-feira, agosto 06, 2020

Bolo de iogurte, limão cravo e coco - uma variação do Bolo da Pandemia

Bolo de iogurte, limão cravo e coco

Sem dúvida alguma posso batizar o bolo de iogurte do Epicurious como o Bolo da Pandemia: já fiz a receita diversas vezes (afinal de conta já são quase cinco meses em isolamento, trabalhando de casa) e variei os sabores de muitas maneiras: todas as vezes consegui um bolo macio e delicioso. 

Quando recebi limão cravo na cesta orgânica imediatamente pensei em usá-los no bolo, seu perfume tão maravilhoso que é. No mesmo dia havia preparado doce de abóbora com coco e quando bati o olho no saquinho de coco ralado imaginei logo a combinação com o limão cravo – fiquei aguada só de pensar! 

Substituí parte da farinha de trigo pelo coco, portanto o topo do bolo não ficou altinho como das outras vezes, por causa da diminuição do glúten da receita. A maciez do bolo foi algo que me surpreendeu demais, além do sabor: por isso, quis fazer as fotos com fatias já cortadas, para que vocês pudessem ver a textura da receita. 

 O cheiro do limão cravo me traz lembranças da infância: uma de minhas tias morava em um sítio e havia um pé deste limão em seu quintal. Na época, usávamos os limõezinhos para fazer guerrinhas uns contra os outros, e minha mãe ficava brava demais com o desperdício. Mal sabia a dona Tereza que limão se tornaria o meu sabor favorito de bolos e doces – vai ver, as guerrinhas de limão foram mesmo um sinal. :)

Bolo de iogurte, limão cravo e coco

Bolo de iogurte, limão cravo e coco

um nadinha adaptado do Epicurious, de novo!

 

- xícara medidora de 240ml

 

1 ¼ xícaras (175g) de farinha de trigo

2 colheres (chá) de fermento em pó

¼ colher (chá) de sal

½ xícara (50g) de coco ralado sem adição de açúcar – reserve 1 colher (sopa) para polvilhar sobre a massa antes de assar

1 xícara (200g) de açúcar, cristal ou refinado

raspas da casca de 3 limões cravos pequenos

¾ xícara (180g) de iogurte natural integral – usei de ovelha, por causa da lactose

½ xícara (120ml) de óleo vegetal – usei de canola

2 ovos grandes, temperatura ambiente

1 colher (chá) extrato de baunilha

Preaqueça o forno a 180°C. Pincele levemente com óleo uma forma de bolo inglês com capacidade para 6 xícaras de massa (1 litro e meio), forre com papel manteiga deixando sobras nos dois lados mais longos, formando “alças” que vão lhe ajudar a remover o bolo depois de assado. Pincele o papel com óleo também.

Em uma tigela média, peneire a farinha, o fermento e o sal. Junte o coco e misture – não se esqueça de reservar 1 colher (sopa) do coco para polvilhar a massa. Reserve.

Em uma tigela grande, junte o açúcar e as raspas de limão cravo e esfregue com as pontas dos dedos até o açúcar ficar aromatizado. Acrescente o iogurte, o óleo, os ovos e a baunilha misture usando um batedor de arame, até obter uma massa homogênea. Com uma espátula de silicone, incorpore os ingredientes secos – se a massa ficar muito engrumada, misture levemente com o batedor de arame, mas não bata demais para não desenvolver o glúten da farinha.

Despeje a massa na forma preparada e alise a superfície. Salpique o topo da massa com o coco ralado reservado.

Asse por 50-55 minutos ou até que o bolo cresça e doure (faça o teste do palito). Deixe esfriar na forma sobre uma gradinha por 15 minutos, e então remova com cuidado da forma, usando o papel como guia. Transfira para a gradinha e deixe esfriar completamente.

O bolo pode ser guardado em um recipiente hermético por até 3 dias.

Rend.: 8 porções

segunda-feira, agosto 03, 2020

Barquinhas de berinjela com tomate e queijo e as receitas do blog

English version

Barquinhas de berinjela com tomate e queijo


Dias atrás, perguntei para os meus seguidores no Instagram quais eram as receitas que eles mais curtiam ver no blog, aquelas receitas que logo de cara despertam a vontade de ir para a cozinhar e preparar. Os bolos e cookies ganharam disparados, seguidos por brownies e pães. Algumas seguidores me disseram que gostam das receitas salgadas, para variar o dia-a-dia, e sopas também foram mencionadas.

Eu confesso a vocês que adoro fazer e fotografar (e comer!) bolos e cookies, mas não dá pra viver só de doces, né, meus amores? :D Ainda mais em quarentena, sem fazer exercícios físicos com a regularidade que eu fazia antes... Por isso, vou continuar postando sim as receitas doces que vocês adoram – e que amo ver nas redes sociais, quando vocês me marcam nas suas publicações –, mas intercalando com receitas salgadas que preparo para as refeições diárias, como a berinjela recheada que lhes trago hoje: é deliciosa. Espero que gostem. xx

Barquinhas de berinjela com tomate e queijo

Barquinhas de berinjela com tomate e queijo
receita minha

- xícara medidora de 240ml

Barquinhas:
2 berinjelas grandes (cerca de 350g cada)
2 colheres (chá) de azeite

Recheio:
2 colheres (sopa) de azeite
1 cebola pequena, bem picadinha
2 dentes de alho, bem picadinhos
2 tomates maduros, sem as sementes, em cubinhos
sal e pimenta do reino moída na hora
2 colheres (chá) de orégano seco
algumas folhinhas de manjericão fresco
2 xícaras (140g) de mozarela passada no ralador grosso (rale, depois meça) – reserve 3 colheres (sopa) para polvilhar as barquinhas
8 azeitonas pretas grandes, sem os caroços, picadinhas

Preaqueça o forno a 200°C. Forre uma assadeira grande e rasa com papel alumínio.
Corte as berinjelas no sentido do comprimento, formando barquinhas, e então faça cortes quadriculados na polpa, sem cortar até o final (preserve a casca intacta para que as barquinhas não desmontem). Pincele o lado cortado com o azeite e arrume as berinjelas viradas para baixo no papel alumínio. Leve ao forno por 30 minutos.

Enquanto isso, comece a preparar o recheio: aqueça o azeite em uma frigideira grande, de preferência antiaderente, em fogo médio-alto. Junte a cebola e refogue, mexendo algumas vezes, até ficar transparente. Junte o alho e refogue por 1 minuto apenas – não deixe o alho queimar, para não amargar a receita. Acrescente o tomate, tempere com sal e pimenta e refogue, mexendo algumas vezes, até o tomate começar a desmanchar. Acrescente o orégano e cozinhe por mais 2 minutos. Acrescente o manjericão, misture e desligue.

Retire do forno (mantenha-o ligado) e, com cuidado para não se queimar, retire a polpa da berinjela usando uma colher, mas sem cavar demais para que as barquinhas não fiquem muito frágeis. Junte a polpa das berinjelas ao refogado, acrescente a mozarela – não se esqueça de reservar 3 colheres (sopa) para a cobertura – e a azeitona e misture bem. Recheie as barquinhas com a mistura e polvilhe com a mozarela reservada. Volte ao forno por mais 25 minutos.
Sirva imediatamente.

Rend.: 4 porções – aqui servi com arroz e salada de verdes, portanto 1 barquinha (1 metade de berinjela) por pessoa foi suficiente; caso queira servir como prato único, creio que 2 barquinhas (1 berinjela inteira) por pessoa sejam suficientes

segunda-feira, julho 27, 2020

Croquetes de batata, ervilha e queijo para desafogar um coração

English version

Croquetes de batata, ervilha e queijo

Comida é sinônimo de afeto, conforto em vários momentos das nossas vidas. Dias atrás eu estava pensando muito na minha avó, que agora está velhinha e doente e não se lembra mais das pessoas e das coisas. Guardei o pensamento pra mim e segui meu dia.

No dia seguinte recebi uma mensagem da minha prima dizendo que havia colocado os meus vídeos de stories do Instagram para a minha avó ver, e ela se lembrou de mim, comentando o quanto eu era parecida fisicamente com a minha mãe, mas que no fundo eu era mesmo parecida com ela (vó), e por sermos “pimentas ardidas” assim sofríamos muito na vida. Eu chorei muito neste dia, tanto por ela ter se lembrado de mim e de minha mãe, quanto por saber que sim, vó, nós somos parecidas nesse nosso jeitão, a gente se faz de durona, mas no fundo a gente sofre, sim, e se sente só, e chora.

Depois disso fui para a cozinha e fiz uma comidinha que era a cara da minha vó Iza: croquete – toda vez que tinha croquete no almoço era uma felicidade só. A vó fazia croquetes com restinhos de carne de panela ou moída, mas eu optei por uma versão vegetariana, e também decidi assar em vez de fritar. A massa é bem macia, portanto, seja cuidadoso na hora de virar os croquetinhos na assadeira – e fique à vontade para fritar se quiser uma versão mais raiz da receita.

Croquetes de batata, ervilha e queijo
receita minha

2 batatas médias (300g pesadas ainda com a casca), descascadas e cortadas em 4 partes cada
sal
1 colher (sopa) de manteiga sem sal
¼ xícara de ervilhas congeladas, já descongeladas
¾ xícara (50g) de mozarela ralada no ralador grosso – rale, depois meça
pimenta do reino moída na hora

Para empanar:
1 ovo batido com o garfo com 2 colheres (chá) de água fria – tempere com pitada de sal e de pimenta do reino
2/3 xícara de farinha de rosca ou farelo de pão – tempere com pitada de sal e de pimenta do reino

Coloque as batatas em uma panelinha, cubra com água fria e leve ao fogo alto. Quando a água começar a ferver, junte 1 pitada de sal e cozinhe até que as batatas estejam macias – é o mesmo processo para fazer purê. Quando estiverem macias, escorra bem e passe as batatas pelo espremedor. Junte a manteiga, as ervilhas e a mozarela, tempere com sal e pimenta do reino misture bem. Usando 2 colheres (sopa) niveladas de massa por vez, modele os croquetes e transfira para um prato. Leve à geladeira por 40 minutos para que firmem bem.

Enquanto isso, preaqueça o forno a 200°C e forre uma assadeira média com papel alumínio, pincelando bem com azeite – esta etapa é importante, pois quando o queijo derrete ele pode grudar um pouquinho no papel.
Passe os croquetes pelo ovo batido e em seguida pela farinha de rosca. Arrume-os na assadeira preparada deixando 3cm de distância entre um e outro. Leve ao forno por 20 minutos, e então vire os croquetes com bastante cuidado – a massa é macia e pode desmanchar. Asse por mais 20 minutos do outro lado e sirva imediatamente.

Rend. cerca de 1 dúzia de croquetes


quinta-feira, julho 23, 2020

Bolo formigueiro de banana e algo diferente aqui em casa

English version

Bolo formigueiro de banana

Vivemos tempos insanos – e, no Brasil, por mais motivos do que apenas a pandemia – e muita coisa está diferente. Entretanto, hoje falarei de algo pequeno, porém importante para mim: João descobriu a alegria que é comer uma fatia de bolo no meio da tarde, entre o almoço e o jantar. Meu marido, que nunca ligou para doces e nunca provava as minhas receitas, hoje em dia me pede para fazer um bolo ou assar biscoitos para que ele faça a sua pausa da tarde, acompanhada de uma xícara de café.

Pode parecer tolice, mas para mim foi uma surpresa muito agradável, e um afago nestes meses todos trancada em casa.

Portanto aqui em casa ando fazendo bolos uma vez por semana, ou às vezes faço biscoitos, e ele me pede, com aqueles olhos do Gato de Botas do Shrek, se pode comer uma fatia com o seu espresso. Não só pode, como enche o meu coração de alegria quando faz isso.

Um dos bolos que fiz dias desses foi o de banana que lhes trago hoje: precisei adaptar a receita, porque só tinha uma única banana madurinha em casa, e assei em uma forma de bolo inglês pequenina. Ficou úmido, macio e perfumou a casa toda quando estava no forno.

Bolo formigueiro de banana

Bolo formigueiro de banana
adaptado desta receita

- xícara medidora de 240ml

1 banana grande (150g – pesada ainda com a casca) bem madura
2 ovos, temperatura ambiente
65g de açúcar mascavo claro
100ml de óleo vegetal de sabor neutro – usei canola
1 colher (chá) de extrato de baunilha
185g de farinha de trigo
1 ¾ colheres (chá) de fermento em pó
½ colher (chá) de canela em pó
1 pitada de sal
3 colheres (sopa) de chocolate granulado

Preaqueça o forno a 180°C. Unte com óleo uma forma de bolo inglês de 22x10cm, com capacidade para 4 ½ xícaras de massa. Forre com papel manteiga, deixando sobras nos lados mais longos da forma, formando alças, e unte o papel também.

Em uma tigela média, amasse bem a banana com um garfo. Junte os ovos, o açúcar, o óleo e a baunilha e misture bem com um batedor de arame.
Acrescente a farinha, o fermento, a canela e o sal e misture com uma espátula para incorporar – não bata demais para não deixar o bolo duro. Incorpore o chocolate granulado. Despeje na forma preparada, alise a superfície e leve ao forno por aproximadamente 40 minutos, ou até que o bolo cresça e doure (faça o teste do palito).

Deixe esfriar na forma, sobre uma gradinha, por 20 minutos, e então desenforme, usando as alças de papel, e transfira para a gradinha. Deixe esfriar completamente.

Rend.: 6-7 fatias

sexta-feira, julho 17, 2020

Stir-fry de carne com cenoura e alho-poró e o freezer como aliado

Stir fry de carne com cenoura e alho-poró

Que o freezer tem sido um aliado importante nestes tempos nem preciso dizer: ele permite que as idas ao supermercado sejam bem espaçadas. Em uma das vezes em que fui ao mercado, trouxe carne em tirinhas para congelar e fazer um picadinho qualquer hora dessas – esta é a receita que uso e fica realmente deliciosa, recomendo muito a quem ainda não provou.

Mas o tempo foi passando, eu fui preparando outras refeições mais centradas em vegetais e meio que esqueci da carninha no freezer. Ao procurar o salsão congelado para fazer sopa, vi a carne no fundo do freezer e na hora já transferi para a geladeira para descongelar. Estava firme no propósito de fazer o picadinho, mas de repente senti vontade de fazer algo mais para o lado oriental, para comer com arroz – tão bom!

Uma passada de olhos por algumas receitas na internet e o almoço estava decidido: stir-fry com a carne, cenoura e alho-poró. Uma comida tão simples, que preparei em um piscar de olhos, e que ficou uma delícia.
Baby beef já é uma carne macia, mas a marinada a deixa melhor ainda, portanto não pule esta etapa.

Stir-fry de carne com cenoura e alho-poró
receita minha, marinada desta receita da Gourmet Traveller

- xícara medidora de 240ml

Carne e marinada:
400g de baby beef em tiras finas
2 ½ colheres (sopa) de shoyu
2 colheres (chá) de óleo de gergelim torrado
1 ¼ colheres (chá) de açúcar cristal ou refinado
1 ¼ colheres (chá) de amido de milho

Restante da receita:
3 cenouras pequenas ou 2 médias (total de 250g)
1 alho-poró grande ou 2 pequenos, somente a parte clara
2 ½ colheres (sopa) de óleo de canola
2 dentes de alho, bem picadinhos
1 ½ colheres (sopa) de shoyu
1 ½ colheres (chá) de óleo de gergelim torrado
1/3 xícara de castanhas de caju torradas – usei inteiras para deixar a foto mais bonita; se desejar, pique grosseiramente antes de usar

Em uma tigela média, misture o shoyu, o óleo de gergelim, o açúcar e o amido. Junte a carne e misture bem para cobrir todos os pedacinhos com a marinada. Reserve em temperatura ambiente por 15 minutos. Enquanto isso, descasque as cenouras e passe pela mandolina ou corte com a faca em fatias bem fininhas. Corte o alho-poró em fatias finas.

Aqueça uma wok ou uma frigideira antiaderente grande em fogo alto. Junte metade do óleo de canola. Quando estiver bem quente, acrescente a carne sem a marinada (reserve para depois) e deixe selar, mexendo uma vez para virar os pedacinhos – para esta quantidade de carne tive que fazer a selagem em duas etapas, portanto dividi o uso do óleo entre elas. Transfira a carne e qualquer suco que tenha se formado na wok para um prato.
Volte a panela ao fogo alto e junte o restante do óleo de canola. Quando estiver bem quente, acrescente a cenoura e refogue, mexendo algumas vezes, por 2 minutos. Junte o alho-poró e refogue por mais 2 minutos. Abra um espaço no centro da panela e junte o alho. Refogue por 1 minuto – não deixe queimar para não amargar a receita – e então misture-os aos outros vegetais. Volte a carne para a panela, acrescente a marinada reservada e misture tudo muito bem. Regue com o shoyu e o óleo de gergelim, misture bem e cozinhe por 1 minuto. Desligue o fogo, misture as castanhas e sirva imediatamente.

Rend.: 4 porções

sexta-feira, julho 10, 2020

Frango ensopado à moda indiana (butter chicken) e uma mudança de ideia

English version

Frango ensopado à moda indiana / Butter chicken

Uma vez, há muitos anos, conversando com uma amiga, contava para ela sobre as frescurites gastronômicas do João – na época eram várias, pois a conversa foi antes da viagem dele para a China. Ela me disse que eu deveria fazer as comidas que ele não come e servir mesmo assim, e ele deveria comer e pronto – era como ela fazia na casa dela. Expliquei que não faria isso de jeito nenhum, pois quando eu era pequena e vivia com meu pai e a mulher dele, ela deixava comidas prontas na geladeira por muitos dias, até a comida chegar a feder, e eu e meu irmão tínhamos que comer mesmo assim.

Eu jamais seria capaz de forçar alguém a comer algo que não quer. Eu jamais faria a alguém o que havia sido feito comigo.

João sempre odiou frango ensopado, ou “frango molhado”, como ele diz. Como eu estava doida pra fazer a receita de hoje, pois nunca havia preparado butter chicken, falei que assaria almôndegas para ele no almoço. Quando ele sentiu o cheiro do franguinho, mudou de ideia e me disse que provaria. Não só ele provou, como eu já fiz a receita mais duas vezes depois daquela, a pedido dele. Ele ficou surpreso com a maciez do frango, com o sabor e também com a textura do molho, pois não era aguado como ele imaginara: era cremoso, espesso. O poder do iogurte e das especiarias... :)

Frango ensopado à moda indiana (Butter chicken)
um tiquinho adaptado da revista Good Food

- xícara medidora de 240ml

Para marinar o frango:
½ xícara (130g) de iogurte natural integral – em uma das vezes meu iogurte era pouco, completei com buttermilk caseiro (leite + suco de limão)
suco de ½ limão taiti
1 colher (chá) de cominho em pó
1 colher (chá) de páprica doce
¼ colher (chá) de pimenta caiena em pó
sal e pimenta do reino moída na hora
350g de peito de frango, sem pele e sem osso, em pedaços de aproximadamente 3cm

Para o curry:
1 colher (sopa) de óleo vegetal – usei canola
½ cebola grande, picadinha
2 dentes de alho, amassados e picadinhos
1 colher (sopa) de gengibre fresco ralado – rale, depois meça
2 colheres (chá) de garam masala*
2 colheres (sopa) de extrato de tomate
1 xícara (240ml) de água fervente
1 folha de louro
2 colheres (sopa) de folhas de coentro, picadas – meça, depois pique
2 colheres (sopa) de amêndoas em lascas, tostadas

Em uma tigela media, misture o iogurte, o suco de limão, as especiarias, o sal e a pimenta. Junte o frango e misture bem para cobrir todos os pedacinhos com a marinada. Cubra e leve à geladeira por 1 hora, ou de um dia para o outro – das duas vezes em que fiz a receita, marinei o frango por 3 horas.

Aqueça o óleo em uma panela média, em fogo médio-alto. Junte a cebola, o alho e o gengibre e refogue, mexendo algumas vezes, por 5-6 minutos ou até os ingredientes amaciarem. Acrescente as especiarias e o extrato de tomate, refogue por mais 2 minutos, e então acrescente a água, o louro e o frango, junto com a marinada. Misture bem e cozinhe em fogo baixo por 15-20 minutos, mexendo de vez em quando para não grudar no fundo da panela, até o frango estiver cozido e o molho estiver encorpado e cremoso. Junte o coentro e misture.
Sirva em seguida salpicado com as amêndoas.

* em vez de garam masala, usei uma mistura de especiarias chamada “vindaloo” que contém canela, cardamomo, sementes de coentro, cominho, cravo, cúrcuma, feno-grego, gengibre em pó, sementes de mostarda amarela, pimenta do reino e pimenta calabresa. Se quiser seguir a receita original, use 1 colher (chá) de garam masala + 1 colher (chá) de feno-grego em pó

Rend.: 2 porções

terça-feira, julho 07, 2020

Torta de liquidificador com sardinha e legumes para uma viagem no tempo

Torta de liquidificador com sardinha e legumes

Dias atrás andávamos meio nostálgicos aqui em casa, e João lembrou da torta de sardinha que sua mãe preparava quando ele era pequeno. Minha mãe também fazia muito aquelas tortas de liquidificador em que quase qualquer coisa pode ser usada como recheio: eu levava os quadradinhos na lancheira para a escola, meu pai os levava na marmita para o trabalho.

Quando o João me mediu para fazer a tal torta, pensando em sua mãe (ela faleceu em 2011), corri para a cozinha para ter certeza de que havia uma lata de sardinha na despensa: quando a encontrei no fundo do armário o almoço do sábado estava decidido. Uma saladinha de verdes para acompanhar e a comida alimentou o corpo e a alma.

Esta receita é super versátil e você pode usar atum, frango desfiado... Ou só vegetais cozidos para uma versão vegetariana. Colocar palmito fica uma delícia também. Na receita de hoje, achei que os tomates deixaram a torta um pouco úmida demais para o meu gosto, portanto, da próxima vez, trocarei por outro vegetal.

Uma dica: não façam como eu e esperem a torta esfriar alguns minutos antes de cortar, para que ela fique mais firme. Aqui a fome estava gigante e a pressa maior ainda. :D

Torta de liquidificador com sardinha e legumes
adaptada de uma torta de palmito da Claudia Cozinha

- xícara medidora de 240ml

Recheio:
1 cenoura média (140g), descascada e em cubinhos de pouco mais de 0,5cm
1 ½ colheres (sopa) de azeite
½ cebola média picadinha
2 tomates maduros, sem as sementes, em cubinhos
sal e pimenta do reino moída na hora
3 colheres (sopa) de azeitona verde picada – pique, depois meça
2 colheres (sopa) de folhas de salsinha picada – pique, depois meça
1/3 xícara de ervilhas congeladas, descongeladas – para fazer isso rapidamente, passe por água quente e escorra bem
1 lata de sardinha (125g) – escorra, retire a espinha central dos peixinhos e desmanche-os em lascas pequenas

Massa:
2 ovos, temperatura ambiente
3 colheres (sopa) de azeite
1 xícara (240ml) de leite
2/3 xícara (93g) de farinha de trigo
3 colheres (sopa) de amido de milho
2 ½ colheres (chá) de fermento em pó
¼ colher (chá) de sal
1 pitada de pimenta do reino moída na hora
1 xícara (75g) de parmesão passado no ralador grosso – rale, depois meça

Para polvilhar:
1 ½ colheres (sopa) de parmesão ralado

Comece pelo recheio: coloque a cenoura em uma panelinha, cubra com água fria, tempere com 1 pitada de sal e leve ao fogo alto. Quando começar a ferver, cozinhe por 12 minutos. Escorra bem e reserve.
Enquanto isso, em uma frigideira média, aqueça o azeite e refogue a cebola, mexendo algumas vezes, até murchar. Junte o tomate, tempere com sal e pimenta e refogue por 5 minutos, mexendo algumas vezes, até o tomate começar a desmanchar. Desligue o fogo e deixe esfriar.

Massa: preaqueça o forno a 180°C. Unte com óleo uma forma quadrada de 20cm – não use forma com fundo removível, pois a massa é bem líquida e pode vazar.
Junte os ovos, o azeite e o leite no liquidificador e bata bem. Acrescente a farinha, o amido de milho, o fermento, o sal e a pimenta e bata novamente. Junte o parmesão e bata uma última vez – a massa é bem líquida mesmo.

Espalhe metade da massa na forma preparada. Vá distribuindo os recheios sobre a massa, um a um, espalhando de maneira uniforme. Cubra com a massa restante. Polvilhe com o parmesão e asse por 35-40 minutos ou até dourar. Deixe esfriar por cinco minutos e corte em quadrados.

Rend.: 16 quadradinhos

sábado, julho 04, 2020

Bolo de iogurte, limão e semente de papoula e 14 anos de TK!

Bolo de iogurte, limão e semente de papoula

Hoje é um dia especial: meu blog completa 14 anos! É muito tempo, gente! Quando comecei a escrever aqui jamais pensei que duraria tanto, e muito menos que haveria tanta gente me seguindo, fazendo as receitas... É uma alegria enorme receber os comentários, mensagens e fotos de vocês me contando das receitas – fico com o coração quentinho!

Para comemorar, fiz um bolinho bem simples, porém delicioso, novamente a receita da Epicurious que já fiz mármore e com laranja, desta vez adaptada com limão taiti e sementes de papoula. Antes que me perguntem, vocês encontram as sementes no site da Bombay Temperos (não é publi), mas se vocês não tiverem em casa façam o bolo mesmo sem as sementes: ele fica macio e delicioso, perfumado de limão.

Que venham mais muitos anos de TK! Obrigada por me fazerem companhia por todo esse tempo, me inundando de carinho. <3


Bolo de iogurte, limão e semente de papoula
um nadinha adaptado do Epicurious, de novo!

- xícara medidora de 240ml

1 ½ xícaras (210g) de farinha de trigo
2 colheres (chá) de fermento em pó
¼ colher (chá) de sal
1 xícara (200g) de açúcar, cristal ou refinado
raspas da casca de 2 limões taitis pequenos
¾ xícara (180g) de iogurte natural integral – usei de ovelha, por causa da lactose
½ xícara (120ml) de óleo vegetal – usei de canola
2 ovos grandes, temperatura ambiente
1 colher (chá) extrato de baunilha
1 colher (sopa) de sementes de papoula

Preaqueça o forno a 180°C. Pincele levemente com óleo uma forma de bolo inglês com capacidade para 6 xícaras de massa (1 litro e meio), forre com papel manteiga deixando sobras nos dois lados mais longos, formando “alças” que vão lhe ajudar a remover o bolo depois de assado. Pincele o papel com óleo também.
Em uma tigela média, peneire a farinha, o fermento e o sal. Reserve.

Em uma tigela grande, junte o açúcar e as raspas de limão e esfregue com as pontas dos dedos até o açúcar ficar aromatizado. Acrescente o iogurte, o óleo, os ovos e a baunilha misture usando um batedor de arame, até obter uma massa homogênea. Com uma espátula de silicone, incorpore os ingredientes secos – se a massa ficar muito engrumada, misture levemente com o batedor de arame, mas não bata demais para não desenvolver o glúten da farinha. Acrescente as sementes de papoula e misture.

Despeje a massa na forma preparada e alise a superfície.
Asse por 50-55 minutos ou até que o bolo cresça e doure (faça o teste do palito). Deixe esfriar na forma sobre uma gradinha por 15 minutos, e então remova com cuidado da forma, usando o papel como guia. Transfira para a gradinha e deixe esfriar completamente.

O bolo pode ser guardado em um recipiente hermético por até 3 dias.

Rend.: 8 porções

quinta-feira, julho 02, 2020

Cookies com pedaços de chocolate e aveia

English version

Cookies com pedaços de chocolate e aveia / Chocolate chip cookies with oats

Fiz estes cookies semana passada depois de séculos sem fazer biscoitos e a inspiração foi bem simples: enquanto procurava uma lata de grão-de-bico no armário para fazer sopa, dei de cara com o vidro de aveia e lembrei de que fazia séculos que não assava biscoitos. Fuçando um pouco mais entre pacotes, vidros e latas encontrei um chocolate amargo orgânico delicioso que comprei no Instituto Chão há alguns meses, antes da quarentena – saudades de ir até lá aos sábados comprar vegetais e frutas, levando o Pingo comigo e ensiná-lo a escolher legumes, vê-lo pegar abobrinhas e tomates com suas mãos fofinhas e colocar dentro do saco, mas não sem antes me perguntar: “estes aqui estão bons, Dedé?”. Saudade de apertar o meu Pequeno e fazer macarrão à bolonhesa para ele.

São cookies simples, mas o amarguinho do chocolate realmente faz a diferença no sabor, contrastando com a massa docinha. A receita não leva tanta aveia quanto outras aqui do blog, mas ainda assim me sinto virtuosa aproveitando meu biscoito, pensando que há coisas boas nele, nutrientes da aveia e do chocolate. Em tempos de isolamento, quando bate aquela tristeza, tenho tentado pensar positivo, mesmo que seja nas pequenas coisas.

Cookies com pedaços de chocolate e aveia
um tiquinho adaptados da Donna Hay

- xícara medidora de 240ml

1 ½ xícaras (210g) de farinha de trigo
½ xícara (44g) de aveia em flocos
½ colher (chá) de fermento em pó
¼ colher (chá) de sal
¼ colher (chá) de canela em pó
2/3 xícara (150g) de manteiga sem sal, amolecida
½ xícara (100g) de açúcar cristal – use o refinado se não tiver cristal em casa
2/3 xícara (116g) de açúcar mascavo claro – aperte-o na xícara na hora de medir
1 ovo grande, temperatura ambiente
2 colheres (chá) de extrato de baunilha
200g de chocolate meio amargo ou amargo, picado – usei um com 70% de cacau; se preferir, use gotas de chocolate

Preaqueça o forno a 180°C. Forre duas formas grandes e rasas com papel manteiga.
Em uma tigela média, misture com um batedor de arame a farinha, aveia, o fermento, a canela e o sal. Reserve.
Na tigela da batedeira, junte a manteiga, os açúcares e a baunilha e bata até obter um creme claro – raspe as laterais da tigela com uma espátula de silicone durante todo o preparo da receita. Acrescente o ovo e bata bem. Junte os ingredientes secos e misture em velocidade baixa somente até obter uma massa. Com uma espátula de silicone, incorpore o chocolate.

Faça bolinhas usando 2 colheres (sopa) niveladas de massa por biscoito e coloque-as nas assadeiras preparadas deixando 5cm de distância entre elas. Asse por aproximadamente 14 minutos ou até que os biscoitos dourem nas extremidades. Deixe esfriar nas assadeiras por 5 minutos e então deslize o papel com os biscoitos para uma gradinha e deixe esfriar completamente.

Rend.: cerca de 28 cookies

segunda-feira, junho 29, 2020

Panquecas de espinafre com recheio de abobrinha e queijo e dica para congelar crepes

Panquecas de espinafre com recheio de abobrinha e queijo

Quem me segue no Instagram tem notado que ando muito exibida: depois de anos usando a plataforma, comecei a postar stories conversando com os seguidores. Eu sempre morri de vergonha de fazer isso, mas depois das duas lives incríveis que fiz com a Raquel me soltei mais e estou gostando bastante de comentar sobre comidas e filmes com vocês. As respostas são ótimas! :D

Semana passada pedi aos seguidores sugestões do que preparar com o maço de espinafre que viera na cesta orgânica. Recebi muitas ideias bacanas e acabei fazendo panquecas de espinafre com ricota, mas não as que lhes trago hoje: estas fiz tempos atrás, com um outro maço de espinafre recebido há algumas semanas. A massa leva espinafre e fica com uma cor linda – adaptei uma receita do Jamie Oliver – e o recheio é invenção minha. Antes da pandemia eu fazia muito a receita de crepes de centeio da Heidi Swanson e recheava com este refogado de abobrinha + cubos de feta para levar de marmita. O recheio de hoje é mais acessível, leva mozarela e parmesão e fica igualmente gostoso.

Eu fiz metade para um almoço e congelei a outra metade. Sempre congelo panquecas da seguinte forma: faço rolinhos (mesmo que não estejam recheadas), arrumo em uma assadeira forrada com papel alumínio e levo ao freezer. Quando estão durinhas, transfiro para um saquinho. Panquecas congeladas assim já salvaram a minha marmita várias vezes... :)

Panquecas de espinafre com recheio de abobrinha e queijo

Para o meu gosto, estas panquecas nem precisavam de molho, mas como o João adora panqueca com molho de tomate foi assim que servi. Para quem quiser fazer o molho, a receita está aqui.

Panquecas de espinafre com recheio de abobrinha e queijo
receita adaptada do Jamie Oliver (panqueca) e minha (recheio)

- xícara medidora de 240ml

Massa:
1 xícara (65g) de folhas de espinafre fresco – aperte na xícara na hora de medir
300ml de leite integral, temperatura ambiente – usei água + leite em pó
½ colher (chá) de sal
1 pitada de pimenta do reino moída na hora
1 ovo, temperatura ambiente
1 ¼ xícaras (175g) de farinha de trigo
1 colher (chá) de fermento em pó

Recheio:
1 colher (sopa) de azeite de oliva
1 dente de alho grande, bem picadinho – usei 1 imenso
1 abobrinha grande (350g), sem as pontas e em cubinhos de 1cm
sal e pimenta do reino moída na hora
½ colher (chá) de molho inglês
1 colher (chá) de orégano seco
3 colheres (sopa) de azeitona verde picadinha – pique, depois meça
1 xícara (70g) de mozarela passada no ralador grosso – rale, depois meça
3 colheres (sopa) de parmesão ralado fininho
Comece pela massa da panqueca: no liquidificador, junte o leite, o sal, a pimenta, o ovo e o espinafre e bata até obter uma mistura homogênea. Junte a farinha e o fermento e bata novamente até misturar – talvez você precise ajudar o liquidificador com uma espátula, empurrando a farinha que ficar grudada nas laterais do copo. Faça isso sempre com o liquidificador desligado e com cuidado. Quando a massa estiver homogênea, deixe descansando em temperatura ambiente por 30 minutos – enquanto isso, faça o recheio.

Recheio: em uma frigideira antiaderente grande, aqueça o azeite em fogo médio e junte o alho. Refogue por 1 minuto apenas – não deixe o alho queimar, ou vai ficar amargo. Acrescente a abobrinha, aumente para o fogo alto, e tempere com sal, pimenta do reino e o molho inglês. Refogue, mexendo às vezes, até que comece a dourar. Junte o orégano e a azeitona e misture bem. Refogue até dourar, aproximadamente 5 minutos no total, desligue o fogo e deixe esfriar completamente. Quando esfriar, junte a mozarela e o parmesão e misture bem.

Faça as panquecas: aqueça uma frigideira antiaderente em fogo médio. Derrame porções da massa no centro da frigideira e gire para que a massa cubra todo o fundo. Deixe cozinhar por alguns segundos, vire e cozinhe do outro lado por mais alguns segundos. Transfira para um prato e prossiga com o restante da massa – a minha frigideira tem 20cm de diâmetro e com ela a receita rende 16 panquecas.

Coloque porções do recheio - aproximadamente 2 colheres (sopa) – na ponta de cada panquequinha e enrole de maneira firme, formando um canudo. Transfira para um refratário. Cubra com o molho e leve ao forno por 20 minutos. Sirva imediatamente.

Rend.: 16 panquecas, usando uma frigideira de 20cm de diâmetro. O recheio desta receita é suficiente para as 16 panquecas.



terça-feira, junho 23, 2020

Macarrão com molho de tomate cereja e azeitona para dias de pressa

Macarrão com molho de tomate cereja e azeitona

Levanta a mão quem recorre ao bom e velho macarrãozinho em momentos de pressa/aperto! 0/

Aqui em casa macarrão já nos salvou várias vezes. Eu me lembro de quando era mais jovem e tinha dois empregos (trabalhava em escritório no horário comercial e dava aula à noite e aos sábados) e ao chegar em casa, depois das 10 da noite, cozinhava macarrão cabelo de anjo (3 minutos) e passava na manteiga com salsinha picada (direto do congelador) – impossível contar quantas vezes esse foi o meu jantar!

O macarrão que lhes trago hoje é inspirado no macarrão com molho de tomate rústico da Rita Lobo: adaptei a receita usando tomate cereja em vez de italiano, acrescentando vinho e azeitona preta, inspiração do também delicioso macarrão à putanesca – gosto da receita da Nigella.

Em tempos pré-pandemia já adicionei cubos de feta a esta receita e fica incrível – só que colocava separado no meu prato, porque o floquinho de neve do meu marido não gosta de queijo fedido. :D

Macarrão com molho de tomate cereja e azeitona
receita minha, inspirada neste macarrão da Rita Lobo

- xícara medidora de 240ml

200g de macarrão curto da sua preferência – eu gosto de usar orecchiette, porque são como piscininhas de molho, mas com parafuso e penne fica ótimo também
1 colher (sopa) de azeite de oliva
1 ¼ xícaras (200g) de tomates cereja cortados ao meio – quanto mais maduros, melhor
sal e pimenta do reino moída na hora
1 dente de alho, amassado/socado no pilão até virar purê*
10 azeitonas pretas grandes, sem os caroços, rasgadas em pedaços – se as suas forem pequeninas, use um pouco mais
¼ xícara (60ml) de vinho branco seco
1 punhado de folhas de manjericão fresco – na quarentena tenho feito sem mesmo, como na foto

Em uma panela grande, aqueça água até ferver. Acrescente sal. Quando ferver, adicione o macarrão e cozinhe pelo tempo indicado na embalagem.

Enquanto o macarrão cozinha, prepare o molho: em uma frigideira antiaderente grande, ou panela rasa, junte o azeite e os tomates e leve ao fogo médio-alto, mexendo algumas vezes, até que os tomates comecem a soltar seu suco e amolecer. Tempere com sal e pimenta e vá refogando, apertando os tomatinhos com as costas de uma colher de pau, para que eles desmanchem e formem o molho. Quando os tomates estiverem já desmanchando, junte o alho e refogue por 1 minutos apenas – não deixe o alho queimar ou vai amargar a receita.
Acrescente as azeitonas, seguidas do vinho, abaixo fogo para médio e cozinhe, mexendo algumas vezes, até o vinho começar a reduzir – neste momento o molho vai encorpar. Junte o manjericão – neste momento, caso ainda falte muito para o macarrão terminar de cozinhar, desligue o fogo para não ressecar o molho.

Escorra o macarrão, reservando ¼ xícara (60ml) da água do cozimento. Transfira o macarrão escorrido para a panela com o molho e cozinhe por 1 minuto, misturando bem – se o molho estiver seco demais, junte a água reservada, aos poucos. Sirva imediatamente.

Rend.: 2 porções

quinta-feira, junho 18, 2020

Bolo formigueiro de laranja e iogurte para comemorar um GRANDE DIA!

Bolo formigueiro de laranja e iogurte

Fiz este bolinho delicioso semana passada e não planejava postar a receita aqui no blog tão cedo, já que é uma versão do bolo mármore que publiquei semanas atrás, mas como hoje é um GRANDE DIA divido com vocês um bolo formigueiro de LARANJA e iogurte macio, fofinho, delicioso e perfumado.

FORA BOLSONARO!

Bolo formigueiro de laranja e iogurte
um nadinha adaptado do Epicurious

- xícara medidora de 240ml

1 ½ xícaras (210g) de farinha de trigo
2 colheres (chá) de fermento em pó
¼ colher (chá) de sal
1 xícara (200g) de açúcar, cristal ou refinado
raspas da casca de 1 laranja grande
¾ xícara (180g) de iogurte natural integral – usei de ovelha, por causa da lactose
½ xícara (120ml) de óleo vegetal – usei de canola
2 ovos grandes, temperatura ambiente
1 colher (chá) extrato de baunilha
3 colheres (sopa) de chocolate granulado

Preaqueça o forno a 180°C. Pincele levemente com óleo uma forma de bolo inglês com capacidade para 6 xícaras de massa (1 litro e meio), forre com papel manteiga deixando sobras nos dois lados mais longos, formando “alças” que vão lhe ajudar a remover o bolo depois de assado. Pincele o papel com óleo também.
Em uma tigela média, peneire a farinha, o fermento e o sal. Reserve.

Em uma tigela grande, junte o açúcar e as raspas de laranja e esfregue com as pontas dos dedos até o açúcar ficar aromatizado. Acrescente o iogurte, o óleo, os ovos e a baunilha misture usando um batedor de arame, até obter uma massa homogênea. Com uma espátula de silicone, incorpore os ingredientes secos, deixando 1 colher (sopa) reservada (para envolver o granulado) – se a massa ficar muito engrumada, misture levemente com o batedor de arame, mas não bata demais para não desenvolver o glúten da farinha. Acrescente o granulado aos ingredientes secos reservados, misture bem para envolvê-los, e então junte tudo à massa e misture.

Despeje a massa na forma preparada e alise a superfície.
Asse por 50-55 minutos ou até que o bolo cresça e doure (faça o teste do palito). Deixe esfriar na forma sobre uma gradinha por 15 minutos, e então remova com cuidado da forma, usando o papel como guia. Transfira para a gradinha e deixe esfriar completamente.

O bolo pode ser guardado em um recipiente hermético por até 3 dias.

Rend.: 8 porções

segunda-feira, junho 15, 2020

Crumble salgado de batata-doce e minhas frescurites gastronômicas

Crumble salgado de batata-doce

Já lhes contei algumas vezes sobre como o João é chato para comer, e que melhorou muito conforme os anos foram passando (especialmente depois daquela bendita viagem à China), mas hoje vou escrever sobre as minhas frescurites gastronômicas: eu gosto de pensar que como de quase tudo, e acho até que é verdade, mas confesso que se eu puder, evito algumas coisas aqui e ali.

Lembro de quando eu assistia a “Top Chef” e achava o máximo a Gail e a Padma comendo as coisas mais diversas, e ao mesmo tempo pensava “nem a pau eu comeria esse tal de amêijoa-gigante, deus me livre” – joguem no Google e me contem o que acham. :D

Tive, por muitos anos, essa ideia de que já que eu tinha um blog de comida deveria que comer de tudo, gostar de tudo. Graças ao Universo a gente envelhece, amadurece e aprende que ninguém é obrigado a gostar de tudo: não precisa curtir moela e tá tudo bem.

O que eu fico possessa é com o meu irmão, por exemplo, que diz não gostar de uma infinidade de alimentos sem jamais ter sequer provado – como você vai dizer que não gosta se não sabe nem que gosto tem? A pessoa nunca colocou uma folha de alface na boca e diz que não gosta. :S

Estou lhes contando tudo isso hoje para confessar que batata-doce não é mesmo a minha praia: já fiz de vários jeitos, tentando deixar a danada mais interessante, mas não adianta: acho doce demais, não consigo gostar. Aqui em casa a minha última tentativa foi o crumble que lhes trago hoje e ó, não vai rolar mesmo: tentei gostar, mas não deu, fico devendo. Se você, entretanto, não é como eu e adora batata-doce, se joga neste crumble que vai ser sucesso.

Fiz de dois modos diferentes (na receita os detalhes) e gostei mais da versão vegetariana, trocando o bacon por parmesão. E peço que usem farelo de pão em vez de farinha de rosca – a diferença na textura e no sabor é ENORME.

Crumble salgado de batata-doce
receita minha

2 batatas-doces pequenas (250g no total), descascadas e em cubos de 1,5cm
sal e pimenta do reino moída na hora
2 fatias de bacon, em tirinhas de 2cm OU 2 colheres (sopa) de parmesão ralado fininho para uma versão vegetariana da receita
¾ xícara de farelo de pão* (pão velho moído grosseiramente)
1 ½ colheres (chá) de orégano seco
1 colher (sopa) de azeite de oliva extra virgem

Preaqueça o forno a 200°C. Unte com azeite um refratário de 20cm de diâmetro.
Coloque os cubos de batata-doce em uma panela pequena e cubra com água fria. Leve ao fogo alto e, quando começar a ferver, conte 5 minutos. Escorra bem e transfira para o refratário untado. Tempere com sal e pimenta do reino e reserve.
Enquanto isso, doure o bacon em uma frigideira antiaderente por alguns minutos até que fique crocante. Transfira para um prato forrado com papel toalha e deixe esfriar (descarte o excesso de gordura que ficar na panela).
Em uma tigela pequena, coloque o farelo de pão. Tempere com sal e pimenta (pouco sal, por causa do bacon ou do queijo) e junte o orégano. Acrescente o azeite aos poucos, misturando bem até obter uma farofa úmida – se ficar sequinha demais, junte um fio de azeite a mais e vá misturando. Se fizer a versão vegetariana da receita, junte o parmesão e misture. Se fizer a versão com bacon, junte os pedacinhos de bacon e misture. Espalhe a farofinha sobre os cubos de batata e leve ao forno por 12-15 minutos ou até dourar bem. Sirva em seguida.

* no crumble da foto usei farinha de rosca e, apesar de caseira, é muito fininha para esta receita. Quando refiz o crumble na versão com queijo e usei o farelo de pão ficou muito melhor

Rend.; 2-3 porções, dependendo do quanto vocês gostam de batata-doce. :D



quinta-feira, junho 11, 2020

Calzones de ratatouille - receita com jeitão de final de semana

English version

Calzones de ratatouille / Ratatouille calzones

Semana passada falei para o João que queria preparar algo diferente para o almoço no final de semana: não queria macarrão nem arroz com feijão, e estava com vontade de testar uma receita nova.

Dando uma olhada no gavetão de legumes encontrei uma berinjela, uma abobrinha e algumas cenouras – era só isso mesmo, não havia muito para escolher. Guardei as cenouras para outro uso e juntei a berinjela e a abobrinha em uma espécie de ratatouille, acrescentando extrato de tomate e azeitonas pretas para tornar a mistura mais interessante. Adicionei queijo e assim obtive o recheio para estes calzones e lhes trago a receita hoje com um sorriso orgulhoso: eles ficaram tão bons!

Parece que vasculhar o gavetão de legumes é um ótimo exercício para a criatividade, não? :D

A receita rende 8 calzones grandes, o que é muito para só nós dois em uma refeição apenas, portanto congelei os calzones que restaram e os comemos no jantar ontem.
Se você quiser fazer o mesmo, deixe os calzones esfriarem completamente, embrulhe em papel alumínio e transfira para um saco plástico, vedando bem. Depois de descongelados, os calzones só precisam de 10 minutos no forno quente para ficarem deliciosos novamente.

Calzones de ratatouille / Ratatouille calzones

Calzones de ratatouille
receita minha

- xícara medidora de 240ml

Massa:
2 colheres (chá) de fermento biológico seco
½ colher (chá) de açúcar cristal ou refinado
1 ¼ xícaras (300ml) de água morna
2 colheres (sopa) de azeite de oliva extra virgem
3 xícaras (420g) de farinha de trigo comum
1 ¼ colheres (chá) de sal

Recheio:
1 ½ colheres (sopa) de azeite
½ cebola pequena picadinha
1 dente de alho grande picadinho
1 abobrinha média (240g), em cubos de 1cm
1 berinjela média (300g), em cubos de 1 cm
1 folha de louro
sal e pimenta do reino moída na hora
½ colher (sopa) de extrato de tomate
1 colher (sopa) de vinho branco seco
10 azeitonas pretas grandes, sem os caroços e bem picadinhas
1 ½ xícaras (150g) de mozarela ralada grosseiramente – rale, depois meça
3 colheres (sopa) de parmesão ralado grosseiramente
2 colheres (chá) de orégano seco

Para finalizar os calzones:
azeite de oliva extra virgem, para pincelar os calzones
parmesão ralado a gosto, para polvilhar sobre os calzones

Prepare a massa: na tigela da batedeira planetária, junte o fermento biológico, o açúcar e a água. Misture bem com um garfo e reserve por cerca de 5 minutos ou até a espumar. Acrescente o azeite, a farinha e o sal, misture, e então sove na batedeira por 6-8 minutos ou até obter uma massa lisa e elástica – se for sovar na mão, serão 10-12 minutos, aproximadamente. Forme uma bola com a massa e transfira para uma tigela grande pincelada com azeite – vire a massa uma vez para que todos os lados fiquem untados com o azeite. Cubra com filme plástico e deixe crescer em um lugar morninho, longe de correntes de ar, por 1 hora ou até dobrar de volume – deixei a minha massa fermentar por 1 hora e meia.

Enquanto isso, faça o recheio: aqueça uma frigideira antiaderente grande em fogo médio. Junte o azeite, seguido da cebola e refogue, mexendo algumas vezes, até que a cebola murche. Acrescente o alho e refogue por 1 minuto – não deixe queimar, para não ficar amargo. Acrescente a abobrinha, a berinjela e o louro, tempere com sal e pimenta e refogue, mexendo de vez em quando, até os legumes ficarem macios, 5-7 minutos dependendo do tamanho dos cubinhos. Acrescente o extrato de tomate e refogue por mais 2 minutos – é importante cozinhar bem o extrato para que não fique com sabor de tomate cru. Junte o vinho, cozinhe por 1 minuto e desligue o fogo. Descarte o louro, acrescente a azeitona, misture e deixe esfriar completamente. Quando esfriar, misture a mozarela, o parmesão e o orégano.

Preaqueça o forno a 220°C. Separe duas assadeiras grandes e rasas.
Divida a massa em 8 partes iguais – cada uma delas terá entre 90 e 100g. Usando um rolo, abra cada porção de massa em um círculo de cerca de 25cm. Coloque o recheio em metade da massa, feche formando uma espécie de pastel e enrole bem as extremidades para que o recheio não vaze – eu usei cerca de ½ xícara de recheio por calzone, mas como os tamanhos dos vegetais podem variar, se você tiver balança, pese o total do recheio e divida por 8 para saber quanto colocar em cada calzone. Se não tiver balança, acho que fica mais fácil espalhar o recheio em uma assadeira, fazendo uma camada rasa, e então dividir em 8 partes iguais.

Repita o processo com a massa e recheio restantes. Transfira os calzones para as assadeiras preparadas, deixando 2cm de distância entre eles. Pincele-os com azeite e polvilhe com o parmesão. Leve ao forno por 20-25 minutos ou até que dourem bem. Sirva imediatamente.

Rend.: 8 unidades

segunda-feira, junho 08, 2020

Bolo de azeite e limão

English version

Bolo de azeite e limão / Lime olive oil pound cake

Durante todo esse tempo em isolamento não tenho feito muitos doces – vocês devem ter percebido, pelos meus posts, que as receitas que andam pipocando por aqui são salgadas em sua maioria. O João não é de comer doces e não quero ter que dar conta deles sozinha. Há horas em que a ansiedade bate forte e corro pegar um chocolatinho, mas ter que lidar com um bolo inteiro antes de ficar seco é mais difícil.

Portanto, em quase 3 meses em casa eu fiz 3 bolos até agora, um deles sendo o mármore de iogurte que dividi com vocês semanas atrás. Semana passada bateu uma vontade de bater um bolinho, mas não daria tempo de esperar a manteiga amolecer (não tenho microondas em casa para acelerar o processo). Por isso, acabei fazendo o bolo de azeite da Alice Medrich: fácil de preparar, ficou macio e gostoso. Eu poderia ser usado xerez, como a receita original pedia, mas queria uma receita que mais gente conseguisse fazer nestes tempos, por isso adaptei ligeiramente a receita e usei leite no lugar da bebida. Raspas de limão e uma pitada de noz-moscada tornaram tudo ainda melhor.

Bolo de azeite e limão
adaptado do bolo de azeite e xerez deste livro

- xícara medidora de 240ml

2 xícaras (280g) de farinha de trigo
1 ¼ colheres (chá) de fermento em pó
1/8 colher (chá) de noz-moscada ralada na hora
1/8 colher (chá) de sal
½ xícara + 2 colheres (sopa) - 125g - de açúcar cristal ou refinado
raspas da casca de 2 limões taiti
150ml de azeite de oliva extra virgem
3 ovos gelados
½ colher (chá) de extrato de baunilha
150ml de leite integral, temperatura ambiente

Preaqueça o forno a 180°C. Unte uma forma de furo central com capacidade para 2 litros (8 xícaras).
Em uma tigela média, misture com um batedor de arame a farinha, o fermento, a noz-moscada e o sal. Reserve.

Na tigela da batedeira, junte o açúcar e as raspas de limão e esfregue com as pontas dos dedos até aromatizar o açúcar. Acrescente o azeite e bata com a batedeira até combinar. Junte os ovos, um a um, batendo bem a cada adição. Depois de adicionar o último ovo, bata por mais 3-5 minutos, até obter um creme claro. Junte a baunilha. Com a batedeira desligada, junte 1/3 dos ingredientes secos reservados, e em seguida bata em velocidade baixa somente até incorporar. Desligue novamente a batedeira e acrescente metade do leite. Bata somente até incorporar. Repita o processo até terminar todos os ingredientes, alternando os secos com o leite e terminando com os secos.
Despeje a massa na forma preparada e alise a superfície. Asse por cerca de 50 minutos ou até que o bolo cresça e doure – faça o teste do palito. Deixe esfriar na forma sobre uma gradinha por 20 minutos e então desenforme com cuidado sobre a gradinha. Deixe esfriar completamente.

Rend.: 8-10 porções


terça-feira, junho 02, 2020

Frango com tomate cereja e o programa da Ofélia

Frango com tomate cereja

Na live que fiz com a Raq há algumas semanas falamos sobre o programa da Ofélia na TV: eu via todos os dias, adorava! Muitas vezes fazia a receita logo no mesmo dia, para o jantar, e recebia vários elogios, pois as receitas eram muito boas, sempre davam certo.

Quanto passei a estudar de manhã, meu irmão gravava o programa para mim, e como reaproveitávamos sempre a mesma fita VHS depois de um tempo a imagem já ficava meio torta, mas não tinha problema: o importante era pegar a receita e anotar todos os detalhes.

A receita de hoje é uma metamorfose de uma receita da Ofélia que aprendi quando tinha uns 12 anos de idade, mais ou menos: era um frango ensopado com tomate em que ela usava um frango inteiro, tomates bem maduros e cozinhava tudo na panela de pressão (quem aí se lembra do jabá da panela Clock?) :D

Com o passar dos anos, fui mudando a receita e acabei usando peito de frango em tiras, para diminuir o tempo de preparo, acrescentei vinho, azeitonas... A versão final, que faço há uns bons anos, é a que lhes trago hoje, e passei a usar tomate cereja porque o molho fica menos ácido assim. Vai muito bem com arroz e era um dos pratos preferidos da minha irmã quando ela era pequena.

Frango com tomate cereja
receita minha

200g de filé de peito de frango, em tirinhas
sal e pimenta do reino moída na hora
2 colheres (sopa) de azeite
½ cebola grande em meias-luas finas
1/3 xícara de salsão picadinho – usei congelado, direto do freezer
1 dente de alho grande, bem picadinho
1 folha de louro
1 1/3 xícara (200g) de tomates cereja, cortados ao meio
2 colheres (sopa) de vinho branco seco
3 colheres (sopa) de azeitonas verdes em rodelas – meça depois de cortadas
2 colheres (sopa) de salsinha picadinha

Tempere o frango com sal e pimenta do reino.
Aqueça metade do azeite em uma frigideira antiaderente grande em fogo alto. Acrescente o frango e sele de todos os lados. Transfira o frango para uma travessa e coloque o azeite restante na panela, abaixando o fogo para médio-alto. Junte a cebola e refogue, mexendo algumas vezes, até que murche. Acrescente o salsão e refogue por mais 1 minuto. Junte o alho e refogue por 1 minuto – não deixe queimar ou vai amargar.
Acrescente e louro e os tomates e refogue, mexendo algumas vezes, até que eles comecem a amolecer e a soltar seu suco, 5-6 minutos – aperte os tomates com uma colher de pau para acelerar o processo. Tempere com sal e pimenta.
Acrescente o vinho e cozinhe por 1-2 minutos ou até o vinho evaporar. Junte as azeitonas e o frango e misture bem. Cozinhe por 5 minutos até que o frango fique bem molhadinho. Acrescente a salsinha e sirva imediatamente.

Rend.: 2 porções

quinta-feira, maio 28, 2020

Sopa de ervilha com abóbora, erros e acertos

English version

Sopa de abóbora e ervilha / Pea and Japanese pumpkin soup

Vocês enjoam da própria comida?

Ainda não enjoei da minha – e não é só por causa da quarentena, eu já levava o meu almoço para o trabalho antes da pandemia –, mas confesso que há dias em que eu como e penso: “poderia estar melhor”, ou “isso não combinou com aquilo”.

Quem se identificou levanta a mão.

Cozinhar se virando com o que temos à mão pode render boas surpresas, como o risoto de cenoura e couve que postei outro dia, mas também pode “dar ruim”, como diz o Pingo, como no dia em que fiz arroz, feijão, cenoura e abóbora refogadas juntas (para render, porque eu só tinha um nadinha de cada) e salada de rabanete: achei que a salada destoou do resto, talvez por estar muito frio, ou porque estava muito ardido... Abóbora fica muito mais gostosa assada do que cozida, mas o forno estava ocupado com pão, então ela foi para a panela com a cenoura. Não ficou ruim, mas faltou um brilho, sei lá. Arquivei aquele almoço na pastinha “tentei, mas não consegui”. :D

Mas vamos falar de coisa boa? Teve também a sopa que fiz com um resto da abóbora, 1 batata que já estava mais pra lá do que pra cá, e ervilha congelada. Ficou deliciosa e com uma cor vibrante – quase um creme de abacate fluorescente. :D
Como tanto a abóbora quanto a ervilha são adocicados, a acidez do limão e o salgadinho do bacon são um contraponto perfeito.

Sopa de ervilha com abóbora
receita minha

- xícara medidora de 240ml

2 fatias de bacon picadas
½ colher (sopa) de azeite de oliva
½ cebola grande, bem picadinha
2 dentes de alho grandes, bem picadinhos
2 colheres (sopa) de vinho branco seco
1 batata media (150g), descascada e em cubos
200g de abóbora japonesa em cubos de 2cm – cerca de 1 2/3 xícaras depois de já descascada e picada
sal e pimenta do reino moída na hora
3 ½ xícaras (840ml) de água fervente
1 folha de louro
2 ½ xícaras (325g) de ervilhas congeladas, direto do freezer
suco de ½ limão taiti, para servir

Aqueça uma panela grande em fogo médio-alto. Junte o bacon e frite-o em sua própria gordura, mexendo algumas vezes, até ficar crocante. Usando uma escumadeira, retire do bacon da panela e reserve. Junte o azeite à gordura na panela e então acrescente a cebola, mexendo algumas vezes até que comece a dourar. Junte o alho e refogue por 1 minuto apenas – não deixe queimar para não amargar.
Acrescente o vinho e raspe os queimadinhos do fundo panela com uma colher de pau ou espátula de silicone, até o vinho evaporar. Acrescente a batata e a abóbora, tempere com sal e pimenta e misture. Junte a água e a folha de louro e assim que começar a ferver, baixe o fogo e cozinhe em fogo baixo por 15-17 minutos ou até que os legumes estejam bem macios. Junte as ervilhas e cozinhe por 5 minutos. Retire do fogo, descarte a folha de louro e bata a sopa com um mixer ou no liquidificador, se usar o liquidificador, tome muito cuidado para não se queimar: remova a tampinha menor e então cubra a tampa maior com um pano de prato seco dobrado – desta forma o vapor tem por onde sair e a mistura não espirrará em você.
Junte o suco de limão e sirva a sopa com o bacon reservado por cima.

Rend.: 4 porções como entrada ou 2 como prato principal


terça-feira, maio 26, 2020

Bolinhos de espinafre e queijo

English version

Bolinhos de espinafre e queijo

Quem me acompanha lá no Instagram já viu alguns dos meus pratos de almoço: geralmente é comida simples de preparar, para poder encaixar na hora do almoço do trabalho. O feijão eu já deixo no jeito, cozinho bastante e congelo. O arroz faço duas vezes por semana, geralmente, então na hora de comer é só assar legumes, temperar ou refogar algumas folhas (já deixo tudo lavado e descorongado na geladeira), colocar almôndegas no forno ou fazer uma omelete. Jogo rápido.

Mas nos dias em que tenho um pouco mais de tempo, ou quando me organizo para preparar algo na noite anterior, gosto de fazer receitas mais demoradas ou coisas novas para provar. Foi o caso deste bolinhos deliciosos: eu tinha um tanto de espinafre na geladeira e queria algo diferente para usá-lo: se fosse um dia mais corrido, eu simplesmente teria refogado as folhas com alho e uma pitada de noz-moscada e teria ficado muito gostoso; mas em um dia de mais tempo, recorri às minhas fontes de sempre na Internet (Donna Hay, Jamie Oliver, Gourmet Traveller, revistas Delicious inglesa e australiana, Panelinha) e foi no Guardian que encontrei uma receita interessante. Adaptei ligeiramente e os bolinhos foram sucesso até com o João, que honestamente não é fã de bolinhos.

Tenho certeza de que os bolinhos ficariam ótimos assados, mas como eu já estava com o forno ocupado passei-os rapidamente pela frigideira antiaderente com um pouquinho de azeite. Faça como preferir, mas se resolver assar, forre a assadeira com papel alumínio e pincele com azeite, pois a quantidade de queijo nos bolinhos pode fazer com que grudem na assadeira.

Pena que a receita rendeu tão pouquinho – devoramos tudo no almoço e não sobrou nada para contar história. :D

Aproveito para lembrar que na próxima sexta enviarei a newsletter do TK e quem quiser receber a minha cartinha é só clicar aqui para se inscrever. x

Bolinhos de espinafre e queijo
adaptados da receita do Hugh Fearnley-Whittingstal que encontrei no Guardian

- xícara medidora de 240ml

Bolinhos:
4 xícaras (260g) de espinafre fresco, sem os talos, folhas lavadas – meça depois de retirar os talos e aperte as folhas na xícara na hora de medir
1 ½ colheres (sopa) de azeite de oliva
½ cebola média, bem picadinha
1 dente de alho grande, bem picadinho
½ xícara de mozarela ralada grosseiramente – rale, depois meça
2 colheres (sopa) de parmesão ralado fininho
1 colher (sopa) de requeijão ou cream cheese
2 colheres (sopa) de farinha de rosca
¼ colher (chá) noz-moscada ralada na hora
1 ovo, levemente batido com um garfo – o ovo que usei era pequeno, tinha 50g; compro orgânicos e o tamanho varia bastante
sal e pimenta do reino moída na hora

Para fritar os bolinhos:
2 colheres (sopa) de farinha de rosca
1 colher (sopa) de azeite de oliva

Em uma frigideira antiaderente grande, cozinhe o espinafre – sem acrescentar nada mesmo à panela – em duas etapas, mexendo até que as folhas murchem. Transfira para uma peneira. Quando estiver morno o suficiente para ser manuseado, aperte bem as folhas com as mãos, o máximo que conseguir, para retirar todo o excesso de água. Pique bem e deixe esfriar completamente.

Usando a mesma frigideira, aqueça o azeite em fogo médio-alto. Junte a cebola e refogue, mexendo algumas vezes, por 3-4 minutos ou até que fique macia e transparente. Junte o alho e refogue por mais 1 minuto – não deixe o alho queimar para não amargar a receita. Retire do fogo e deixe esfriar completamente.

Transfira o espinafre, a mistura de cebola e alho, os queijos, o requeijão ou cream cheese, a farinha de rosca e a noz-moscada para uma tigela média. Junte o ovo, tempere com sal e pimenta e misture até obter uma massinha. Com as palmas das mãos úmidas, modele bolinhas com a massa, usando 1 ½ colheres (sopa) por bolinha. Transfira para um prato e leve à geladeira por 30 minutos.

Antes de fritar o bolinhos, passe-os pela farinha de rosca, delicadamente. Aqueça o azeite na mesma frigideira usada antes em fogo médio-alto e frite os bolinhos, virando algumas vezes para que dourem por igual – faça isso com cuidado, pois são bem macios. Sirva imediatamente.

Rend.: 10-11 bolinhos

sexta-feira, maio 22, 2020

Frango oriental com cenoura e escarola e saudades de ir ao cinema

Frango oriental com cenoura e escarola

Quem acompanha as minhas receitas, seja aqui no blog ou pelo Instagram, já percebeu que não faço muitas receitas orientais: não é por não gostar, é apenas por falta de hábito, mesmo.

Para tentar remediar isso, dei um pulo na Liberdade antes da pandemia e comprei molho de soja da marca Daimaru (não contém glutamato monossódico, dica da minha nutricionista), mirin e óleo de gergelim torrado. Também comprei aqueles arrozinhos caramelados viciantes e acabei com todos eles em uma sessão de cinema: saindo da Liberdade, peguei o metrô e fui direto para o Reserva Cultural – que saudade de ir ao cinema, gente, ainda mais ao Reserva, que não tem gente babaca falando nem adolescente cretino dando risada durante o filme todo. Amo aquele cinema. <3

O meu freezer tem sido um bom aliado durante a pandemia, e ao descongelar os filés de frango planejando o almoço pensei em fazer o meu milanesa de forno, que fica tão gostoso. Só que mudei a rota no meio do caminho e resolvi colocar minhas compras na Liberdade para jogo: usei duas receitas da Rita Lobo como base, uma de carne e outra de frango, e o almoço ficou simplesmente delicioso – como eu já tinha arroz pronto do dia anterior, a refeição ficou pronta em um piscar de olhos.

Frango oriental com cenoura e escarola
receita minha, usando duas receitas da Rita Lobo como base

Marinada:
½ colher (sopa) de amido de milho
1 colher (sopa) de molho de soja (shoyu)
200g de filé de peito de frango, em cubos de aproximadamente 2cm

Restante da receita:
1 ½ colheres (sopa) de óleo, uso dividido
½ cebola grande, em meias-luas não muito finas
1 cenoura pequena (100g), descascada e passada no mandolim
1 dente de alho grande, bem picadinho
5 folhas de escarola (70g no total), em fatias médias
2 colheres (sopa) de shoyu
1 colher (sopa) de mirin
½ colher (chá) de óleo de gergelim torrado
3 colheres (sopa) de castanhas de caju torradas, picadas – meça, depois pique

Marinada: em uma tigela média, junte o amido de milho e o shoyu e misture bem. Junte o frango e envolva bem os pedaços na marinada. Deixe em temperatura ambiente por 15 minutos.

Aqueça uma wok ou uma frigideira antiaderente grande em fogo alto. Junte o óleo. Quando estiver bem quente, acrescente o frango e deixe selar, mexendo uma vez apenas para virar os pedacinhos. Com uma espátula de silicone ou colher de pau, empurre os pedacinhos de frango para as extremidades da panela e, no centro, refogue a cebola por 1 minuto, mexendo algumas vezes. Junte a cenoura e refogue por mais 2 minutos, mexendo algumas vezes.
Abra novamente um espaço no centro da panela e nele despeje o óleo restante. Coloque o alho neste óleo e refogue por 1 minuto – não deixe o alho queimar para não amargar a receita. Misture bem todos os ingredientes na panela e acrescente a escarola. Regue tudo com o shoyu e o mirin e misture bem. Refogue por mais 1 minuto e certifique-se de que o frango esteja cozido por dentro. Desligue o fogo, incorpore o óleo de gergelim e a castanha de caju e sirva imediatamente.

Rend.: 2 porções

terça-feira, maio 19, 2020

Risoto de cenoura e couve com rabanetes assados, ou "risoto do que havia no gavetão de legumes"

English version

Risoto de cenoura e couve com rabanetes assados

Sábado de manhã, aquela preguiça uber-blaster pós-faxina, eu só queria mesmo saber de tomar um banho, abrir um vinho e ficar no sofá. Mas a gente precisa comer, né? E depois da faxina geralmente ficamos bem famintos. Só que a minha criatividade culinarística tinha ido dar um rolê por aí e nem sinal de querer voltar: inspiração zero. Poderia ter feito hambúrguer, mas não tinha descongelado a carne moída. Não queria comer macarrão. Abri a geladeira e saí catando o que havia na minha frente: cenoura, alho-poró, rabanete. Ah, tem umas folhas de couve aqui também, já lavadas e descorongadas. Então vou jogar tudo em um risoto e pronto.

É risoto de cenoura e couve com rabanetes assados, mas poderia muito bem se chamar “risoto do que havia no gavetão de legumes”. :)

Como não havia caldo de legumes pronto, usei alho-poró e cebola no refogado para dar mais sabor ao risoto e fervi uma folha de louro na água que usei como caldo. Deu muito certo! O risoto ficou delicioso, gente, modéstia à parte. No final das contas, o rabanete destoou um pouco: eu queria dar uma textura a mais para o prato, mas funcionou muito bem sem ele. De qualquer forma, deixo aqui a receita, caso vocês queiram servir o rabanete assado em outra refeição.

Risoto de cenoura e couve com rabanetes assados
receita minha

- xícara medidora de 240ml

Rabanetes assados:
5 rabanetes pequenos (100g no total), cortados ao meio no sentido do comprimento; se forem maiorzinhos, corte em 3 ou 4 partes
2 colheres (chá) de azeite de oliva
sal e pimenta do reino moída na hora

Risoto:
3 xícaras (720ml) de água fervente
1 folha de louro
3 colheres (sopa) de manteiga sem sal
½ colher (sopa) de azeite
1 alho-poró pequeno e fininho, só a parte mais clara, em rodelas fininhas
½ cebola pequenina, picadinha
¾ xícara (165g) de arroz arbóreo ou carnaroli
¼ xícara (60ml) de vinho branco seco
sal e pimenta do reino moída na hora
2 cenouras pequeninhas (160g no total – pesadas ainda com a casca e os topos), raladas grosseiramente
2 folhas de couve sem o talo central, rasgadas em pedaços pequenos
¼ xícara (35g) de parmesão ralado grosseiramente

Preaqueça o forno a 200°C. Forre uma assadeira pequena e grande e rasa com papel alumínio. Transfira os rabanetes para o papel, regue com o azeite e tempere com o sal e a pimenta. Misture com as mãos, espalhe na assadeira deixando alguns centímetros entre os pedaços de rabanete e leve ao forno for meia hora, virando os rabanetes do meio do tempo de cozimento. Retire do forno e reserve.

Enquanto isso, faça o risoto: junte a água e a folha de louro em uma panelinha e coloque para ferver. Aqueça uma panela média em fogo médio-alto. Junte metade da manteiga e o azeite e quando aquecer adicione o alho-poró e a cebola, refogando até que fiquem macios, 3-4 minutos. Junte o arroz e refogue por 2-3 minutos, mexendo, até que todos os grãos fiquem cobertos de gordura. Junte o vinho e refogue até que evapore. Tempere com um pouco de sal e pimenta. Acrescente a cenoura e misture bem. Acrescente 1 concha da água com louro quente por vez e vá mexendo até que o caldo quase seque. Acrescente outra concha da água com louro e mexa novamente até que ele quase seque – repita o processo até que o arroz fique al dente, o que vai levar cerca de 20 minutos. Incorpore a couve, e então adicione a manteiga restante e o parmesão, misturando bem. Prove, acerte o sal e a pimenta se necessário, tampe a panela e aguarde 5 minutos. Transfira o risoto para os pratos de servir e arrume o rabanete sobre o arroz, no centro do prato. Sirva imediatamente.

Rend.: 2 porções generosas, ou 3 mais levinhas

quinta-feira, maio 14, 2020

Crumble de maçã com fubá e laranja e meus hábitos alimentares durante a quarentena

English version

Crumble de maçã com fubá e laranja / Apple crumble with corn flour and orange

Não sei vocês, mas nesta quarentena meus hábitos alimentares tem variado bastante: café da manhã com pão integral caseiro integral e fruta, seguido de almoço também caseiro, o combo do sucesso arroz + feijão acompanhado de vegetais, às vezes carne ou frango (geralmente uma vez por semana, duas no máximo). Chega no jantar... minha força de vontade geralmente se esvai.

Há dias em que faço sopa, há dias em que faço salada caprichada com leguminosas e ovo cozido, mas também há dias em que só quero saber de comer comida que me abraça por dentro: é quando caio na pizza (caseira, porque o medo de ir buscar a pizza na portaria do prédio é maior do que a vontade de comê-la), no pão com tábua de frios e vinho. Se vem avocado na cesta orgânica o jantar é guacamole. E sem contar tudo isso, a vontade de comer doce anda ENORME: algo que acontecia antes somente na TPM se tornou quase que diário.

Nas poucas vezes em que fui ao mercado sempre trouxe chocolate, mas o estoque às vezes acaba em um piscar de olhos. E em um desses momentos de desespero por um docinho eu usei uma maçã que estava rolando na geladeira havia semanas para fazer um crumble, minha sobremesa favorita. Para deixar a receita mais interessante troquei a farinha de trigo da cobertura por fubá e perfumei tudo com raspas de laranja: ficou muito gostoso!

Divido a receita com vocês e espero que gostem tanto quanto eu – tenho certeza de que esta cobertura ficaria deliciosa também com outras frutas, como banana ou pera: use o que tiver em casa.

Crumble de maçã com fubá e laranja
receita minha

- xícara medidora de 240ml

Cobertura:
2 colheres (sopa) de açúcar demerara – este dá mais crocância, mas pode ser substituído por cristal ou refinado
raspas da casca de 1 laranja pequena
½ xícara (70g) de fubá
1/8 colher (chá) de fermento em pó
1 pitada de sal
2 ½ colheres (sopa) – 35g – de manteiga sem sal, gelada e em cubinhos
¼ xícara (22g) de aveia em flocos ou flocos grossos – usei a última

Recheio:
2 maçãs verdes (tipo Granny Smith) médias
2 colheres (sopa) de açúcar
¼ colher (chá) de canela em pó

Preaqueça o forno a 180°C. Separe 2 potinhos refratários com capacidade para 1 xícara (240ml) cada.

Cobertura: em uma tigela média, junte o açúcar e as raspas de laranja e esfregue com as pontas dos dedos até o açúcar ficar aromatizado. Junte o fubá, o fermento em pó e o sal e misture. Acrescente a manteiga e misture com as pontas dos dedos até obter uma farofa grossa. Com um garfo, incorpore a aveia. Leve ao freezer enquanto prepara as maçãs: descasque as maçãs e remova os miolos e as sementes. Corte em cubos pequenos e coloque em uma tigela média, junte o açúcar e a canela e misture bem. Divida entre os refratários, cubra com a farofinha e leve ao forno por cerca de 30 minutos ou até que a farofinha doure bem. Sirva quentinho.

A cobertura pode ser congelada por até 1 mês em um saquinho bem fechado – quando tiver vontade de comer crumble, é só preparar as frutas (quaisquer que você queira) e jogar a cobertura por cima. O tempo de forno aumenta em alguns minutos.

Rend.: 2 porções

terça-feira, maio 12, 2020

Sopa de lentilha vermelha com chips de couve

English version

Sopa de lentilha vermelha com chips de couve / Red lentil soup with kale chips

Como muitos de vocês, tenho cozinhado bem mais desde que a quarentena começou, e não é fácil preparar almoço e jantar todos os dias tentando variar o cardápio e, ao mesmo tempo, usando o que se tem à mão – eu já me sinto como o Bill Murray em “Feitiço do Tempo”, se a comida também for sempre a mesma... Não quero nem pensar nisso. :D

Estava dando uma olhada em receitas que marquei séculos atrás e encontrei esta sopa na Gourmet Traveller, uma das minhas fontes favoritas. Decidi adaptar a receita e também torná-la uma refeição vegana. Não tinha caldo de legumes no freezer e nem uma mísera cenourinha na geladeira para fazer caldo, então além das especiarias também adicionei uma folha de louro e extrato de tomate para reforçar o sabor da sopa. E falando em especiarias, é cozinha de quarentena: use as que vocês tiverem em casa, foi o que fiz.

Para deixar a refeição vegana servi a sopa com chips de couve, o que funcionou lindamente – fiquem à vontade para fazer como a GT sugere e servir a sopa com iogurte. Da próxima vez em que eu for jantar a sopinha (congelei metade para outro dia), vou servir com um ovo pochê – já estou com água na boca. :D

Sopa de lentilha vermelha com chips de couve
sopa adaptada daqui, chips adaptados de várias receitas que vi pela Internet

- xícara medidora de 240ml

Sopa:
1 colher (sopa) de azeite de oliva
1 cebola pequena, bem picadinha
1/3 xícara de talos de salsão, bem picadinhos – pique, depois meça; eu usei congelado, direto na panela
2 dentes de alho grandes, bem picadinhos
1 colher (chá) de sementes de mostarda amarela
½ colher (chá) de cominho em pó
¼ colher (chá) de páprica defumada
1 pitada de pimenta calabresa
1 colher (chá) de extrato de tomate
5 ½ xícaras (1.320ml) de água fervente
1 1/3 xícaras (285g) de lentilhas vermelhas secas
1 folha de louro
sal e pimenta do reino moída na hora
1 limão grande, raspas da casca raladas bem fininhas e o suco

Chips de couve:
5 folhas grandes de couve, sem os talos
1 ½ colheres (chá) azeite de oliva
sal e pimenta do reino moída na hora

Preaqueça o forno a 180°C.
Enquanto o forno aquece, faça a sopa: em uma panela grande, aqueça o azeite em fogo médio-alto. Junte a cebola e refogue, mexendo algumas vezes, até ficar transparente. Acrescente o salsão e refogue por mais 2 minutos. Junte o alho e refogue por 1 minuto apenas – não deixe o alho queimar para não amargar a receita. Acrescente as especiarias, a pimenta calabresa e o extrato de tomate e refogue por 1-2 minutos – é importante cozinhar bem o extrato de tomate para não deixar um sabor de tomate cru na receita. Acrescente a água e quando começar a ferver, junte as lentilhas e a folha de louro. Tempere com sal e pimenta. Abaixe o fogo e deixe cozinhar, mexendo algumas vezes, por 14-16 minutos ou até que as lentilhas estejam maias e comecem a desmanchar.

Enquanto a sopa cozinha, prepare os chips: rasgue as folhas de couve em pedaços menores e transfira para uma assadeira antiaderente. Regue com o azeite, tempere com sal e pimenta e misture com as mãos para besuntar bem a couve. Espalhe a couve pela assadeira e leve ao forno por cerca de 15 minutos. Deixe esfriar completamente antes de servir para que os chips fiquem bem crocantes.

Se você for consumir a sopa na mesma hora, retire a folha de louro, acrescente as raspas e o suco de limão e então processe a sopa com um mixer ou bata no liquidificador – se usar o liquidificador, tome muito cuidado para não se queimar: remova a tampinha menor e então cubra a tampa maior com um pano de prato seco dobrado – desta forma o vapor tem por onde sair e a mistura não espirrará em você.
Caso deseje congelar a sopa, não acrescente o limão – deixe para fazer isso na hora de servir.

Rend.: 4-5 porções

sexta-feira, maio 08, 2020

Almôndegas com quinoa e alho-poró

Almôndegas com quinoa e alho-poró

Sei que ao pensar em almôndegas muita gente já logo associa a molho de tomate, espaguete... Eu adoro almôndegas no molho, com macarrão, é uma refeição deliciosa! Mas aqui em casa a gente quase sempre come almôndega com arroz e feijão + vegetais: acho uma combinação gostosa e prática, já que as almôndegas podem ir do freezer direto ao forno.

Naqueles dias em que a criatividade é zero – e isso tem acontecido com frequência comigo nesta quarentena, não sei com vocês – separo algum legume ou verdura e já tenho o almoço no jeito, porque arroz e feijão sempre há na geladeira ou no freezer. Aliás, ter me libertado da necessidade (auto-imposta) de comer arroz feito na hora foi das melhores coisas que fiz! Tinha essa bobagem de “ai, imagina comer arroz de ontem!” – isso veio de criação e acabei trazendo comigo na vida adulta. Hoje eu como arroz de ontem, de antes de ontem, arroz que estava congelado, sem o menor problema. Quanto tempo perdido nessa vida! :D

As minhas almôndegas preferidas, as de guerra que faço sempre, estão neste link: são deliciosas e uma receita para guardar no caderninho. Mas para variar um pouco as coisas e quando não estou morta de preguiça (sou sincera com vocês!), de vez em quando faço as almôndegas que lhes trago hoje – são igualmente gostosas e ainda ganham estrelinha dourada por causa da adição de quinoa.

Almôndegas com quinoa e alho-poró
receita minha

- xícara medidora de 240ml

Para a quinoa:
1 xícara (240ml) de água fria
¼ xícara (45g) de quinoa em grãos
1 folha de louro
sal

Para o restante da receita:
1 ½ colheres (sopa) de manteiga
1 alho-poró, somente a parte mais clara, em meias-luas finas
1 dente de alho grande, picadinho
450g de carne bovina moída – gosto de patinho
1 ovo
1 punhado de salsinha picada
raspas da casca de 1 limão taiti
½ colher (chá) de sal
pimenta do reino moída na hora

Comece cozinhando a quinoa: aqueça a água em uma panela pequena. Quando começar a ferver, junte a quinoa e o louro, 1 pitada de sal e cozinhe, mexendo algumas vezes, até que a quinoa esteja macia, cerca de 15 minutos. Enquanto isso, aqueça a manteiga em uma frigideira pequena em fogo médio até que derreta e comece a espumar. Acrescente o alho-poró e refogue, mexendo às vezes, por 3-4 minutos, até amaciar. Junte o alho e refogue por 1 minuto – não deixe queimar para não amargar a receita. Retire do fogo e deixe esfriar completamente.

Retire a quinoa do fogo, escorra e passe por água fria, escorrendo bem. Descarte o louro. Deixe a quinoa esfriar completamente.

Preaqueça o forno a 200°C. Forre uma assadeira grande e rasa com papel alumínio e pincele levemente com azeite.
Quando a quinoa e a mistura de alho-poró e alho estiverem frios, transfira-os para uma tigela grande e acrescente todos os outros ingredientes, incluindo a manteiga que sobrou do refogado. Misture bem com as mãos até incorporar bem os ingredientes. Separe porções de 1 ½ colheres (sopa) da mistura e enrole, formando bolinhas (palmas das mãos úmidas facilitam o trabalho). Transfira para a assadeira preparada deixando um espaço entre as almôndegas. Asse por 15 minutos, vire-as, e então asse por mais 10-15 minutos, dependendo de como você gosta. Sirva imediatamente.

Se não for consumir na hora, arrume as bolinhas na assadeira forrada com papel alumínio, mas não precisa pincelar com azeite. Leve ao freezer até que fiquem bem durinhas, cerca de 3 horas, e depois transfira para saquinhos plásticos. Podem ser congeladas por até 2 meses – quando for consumir, pode levar as almôndegas diretamente ao forno, ainda congeladas, em uma assadeira forrada com papel alumínio e pincelada com azeite, aumentando em alguns minutos o tempo de forno.

Rend: cerca de 22 unidades


terça-feira, maio 05, 2020

Bolo mármore de iogurte para trazer uma novidade

English version

Bolo mármore de iogurte

Quem me segue nas redes sociais talvez já esteja sabendo que novidade é essa (e para estas pessoas nem é tão novidade assim): criei uma newsletter para o blog e ficaria muito feliz de enviá-la a vocês!

Serão sugestões de receitas e dicas para tentar deixar os seus dias mais saborosos, práticos e saudáveis. Pode parecer algo simples e talvez até mesmo tolo no momento em que vivemos, mas para quem até pouco tempo atrás não sentia mais alegria alguma ligada à cozinha e chorava só de pensar em comida é um grande passo.

Fiz um bolo simples e gostoso para comemorar a notícia que lhes trago – quem quiser assinar a newsletter, é só se inscrever clicando neste link . E quem quiser deixar o café da tarde mais gostoso, deixo aqui a receita do bolo – ele fica úmido, macio e super saboroso.

Bolo mármore de iogurte

Bolo mármore de iogurte
um nadinha adaptado do Epicurious

- xícara medidora de 240ml

1 ½ xícaras (210g) de farinha de trigo
2 colheres (chá) de fermento em pó
¼ colher (chá) de sal
1 xícara (200g) de açúcar, cristal ou refinado
¾ xícara (180g) de iogurte natural integral – usei de ovelha, por causa da lactose
½ xícara (120ml) de óleo vegetal – usei de canola
2 ovos grandes, temperatura ambiente
1 colher (chá) extrato de baunilha
2 colheres (sopa) de cacau em pó, sem adição de açúcar

Preaqueça o forno a 180°C. Pincele levemente com óleo uma forma de bolo inglês com capacidade para 6 xícaras de massa (1 litro e meio), forre com papel manteiga deixando sobras nos dois lados mais longos, formando “alças” que vão lhe ajudar a remover o bolo depois de assado. Pincele o papel com óleo também.
Em uma tigela média, peneire a farinha, o fermento e o sal. Reserve.
Em uma tigela grande, misture com um batedor de arame o açúcar, o iogurte, o óleo, os ovos e a baunilha até obter uma massa homogênea. Com uma espátula de silicone, incorpore os ingredientes secos reservados – se a massa ficar muito engrumada, misture levemente com o batedor de arame, mas não bata demais para não desenvolver o glúten da farinha.
Despeje metade da massa em outra tigela e a esta metade junte o cacau, misturando bem. Despeje colheradas de massa na forma preparada, intercalando as cores. Com uma espátula ou faca sem ponta, misture levemente as massas para obter um efeito mármore bem bonito.
Asse por 50-55 minutos ou até que o bolo cresça e doure (faça o teste do palito). Deixe esfriar na forma sobre uma gradinha por 15 minutos, e então remova com cuidado da forma, usando o papel como guia. Transfira para a gradinha e deixe esfriar completamente.

O bolo pode ser guardado em um recipiente hermético por até 3 dias.

Rend.: 8 porções