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terça-feira, julho 07, 2020

Torta de liquidificador com sardinha e legumes para uma viagem no tempo

Torta de liquidificador com sardinha e legumes

Dias atrás andávamos meio nostálgicos aqui em casa, e João lembrou da torta de sardinha que sua mãe preparava quando ele era pequeno. Minha mãe também fazia muito aquelas tortas de liquidificador em que quase qualquer coisa pode ser usada como recheio: eu levava os quadradinhos na lancheira para a escola, meu pai os levava na marmita para o trabalho.

Quando o João me mediu para fazer a tal torta, pensando em sua mãe (ela faleceu em 2011), corri para a cozinha para ter certeza de que havia uma lata de sardinha na despensa: quando a encontrei no fundo do armário o almoço do sábado estava decidido. Uma saladinha de verdes para acompanhar e a comida alimentou o corpo e a alma.

Esta receita é super versátil e você pode usar atum, frango desfiado... Ou só vegetais cozidos para uma versão vegetariana. Colocar palmito fica uma delícia também. Na receita de hoje, achei que os tomates deixaram a torta um pouco úmida demais para o meu gosto, portanto, da próxima vez, trocarei por outro vegetal.

Uma dica: não façam como eu e esperem a torta esfriar alguns minutos antes de cortar, para que ela fique mais firme. Aqui a fome estava gigante e a pressa maior ainda. :D

Torta de liquidificador com sardinha e legumes
adaptada de uma torta de palmito da Claudia Cozinha

- xícara medidora de 240ml

Recheio:
1 cenoura média (140g), descascada e em cubinhos de pouco mais de 0,5cm
1 ½ colheres (sopa) de azeite
½ cebola média picadinha
2 tomates maduros, sem as sementes, em cubinhos
sal e pimenta do reino moída na hora
3 colheres (sopa) de azeitona verde picada – pique, depois meça
2 colheres (sopa) de folhas de salsinha picada – pique, depois meça
1/3 xícara de ervilhas congeladas, descongeladas – para fazer isso rapidamente, passe por água quente e escorra bem
1 lata de sardinha (125g) – escorra, retire a espinha central dos peixinhos e desmanche-os em lascas pequenas

Massa:
2 ovos, temperatura ambiente
3 colheres (sopa) de azeite
1 xícara (240ml) de leite
2/3 xícara (93g) de farinha de trigo
3 colheres (sopa) de amido de milho
2 ½ colheres (chá) de fermento em pó
¼ colher (chá) de sal
1 pitada de pimenta do reino moída na hora
1 xícara (75g) de parmesão passado no ralador grosso – rale, depois meça

Para polvilhar:
1 ½ colheres (sopa) de parmesão ralado

Comece pelo recheio: coloque a cenoura em uma panelinha, cubra com água fria, tempere com 1 pitada de sal e leve ao fogo alto. Quando começar a ferver, cozinhe por 12 minutos. Escorra bem e reserve.
Enquanto isso, em uma frigideira média, aqueça o azeite e refogue a cebola, mexendo algumas vezes, até murchar. Junte o tomate, tempere com sal e pimenta e refogue por 5 minutos, mexendo algumas vezes, até o tomate começar a desmanchar. Desligue o fogo e deixe esfriar.

Massa: preaqueça o forno a 180°C. Unte com óleo uma forma quadrada de 20cm – não use forma com fundo removível, pois a massa é bem líquida e pode vazar.
Junte os ovos, o azeite e o leite no liquidificador e bata bem. Acrescente a farinha, o amido de milho, o fermento, o sal e a pimenta e bata novamente. Junte o parmesão e bata uma última vez – a massa é bem líquida mesmo.

Espalhe metade da massa na forma preparada. Vá distribuindo os recheios sobre a massa, um a um, espalhando de maneira uniforme. Cubra com a massa restante. Polvilhe com o parmesão e asse por 35-40 minutos ou até dourar. Deixe esfriar por cinco minutos e corte em quadrados.

Rend.: 16 quadradinhos

sexta-feira, junho 09, 2017

Pão macio de centeio com rillette de sardinha e mais lembranças da infância

English version

Soft rye bread with sardine rillette / Pão de centeio macio com rillette de sardinha

Muitos e muitos meses atrás, quando eu ainda estava com os planos do livro, li sobre rillettes e achei bem interessantes – conforme fui vendo receitas de rillette de carne de porco, pensei logo em minha mãe e em seu amor por este tipo de carne, coisa que sempre ligo ao sangue alemão (eu e meu trauma eterno de todas aquelas salsichas estranhas e joelhos de porco cheios de gordura dos quais eu não chegava nem perto nas férias da infância) :)

Conforme fui pensando no quanto ela amaria este tipo rústico de patê, me veio à mente também o seu patê de sardinha, comida barata das épocas de vacas magras – com a tão conhecida torta de liquidificador, era o fim dado a tantas latas de sardinha que vinham na cesta do meu pai, à época metalúrgico. Foram muitos sanduichinhos de patê de sardinha na lancheira – os meus sempre sem as cascas – junto com os bolos de cenoura. :)

Tudo isso acima misturado na minha cabeça me deu a ideia de fazer rillette com sardinhas em lata em vez da carne de porco e uma pesquisada pela Internet afora me mostrou variações do prato feitas com salmão, então eu soube que estava no caminho certo. Acabei fazendo este rillette de sardinha inúmeras vezes, já que eu e o marido ficamos loucos pelo patezinho.

Lá pela terceira vez, se não me falha a memória, achei que o rillette merecia ser acompanhado de um pãozinho caseiro e achei que o sabor forte do centeio combinaria bem com o patê – João concordou, porém me pediu um pão macio, para comermos no café da manhã do dia seguinte. Fiz este que lhes trago hoje, macio com a adição de leite à massa, mas ainda assim saboroso. O problema foi que no final das contas comemos TODO O PÃO com o rillette e não sobrou nada para o café da manhã. :)

Pão macio de centeio
receita minha

- xícara medidora de 240ml

Pão:
150ml de leite integral morno
200ml de água morna
2 colheres (chá) de fermento biológico seco
1 colher (chá) de açúcar cristal
½ colher (sopa) de mel
2 xícaras (280g) de farinha de trigo
1 ¼ xícaras (175g) de farinha de centeio
1 ½ colheres (chá) de sal

Para pincelar o pão:
1 colher (sopa) de leite integral, temperatura ambiente

Na tigela da batedeira planetária, misture o leite, a água, o fermento biológico e o açúcar usando um garfo. Reserve por 5 minutos ou até espumar. Acrescente o mel, as farinhas e o sal e misture usando o batedor para massas pesadas (em formato de gancho no caso da Kitchen Aid) por cerca de 8 minutos ou até obter uma massa lisa e elástica – a massa pode ser sovada com as mãos: neste caso, 12-14 minutos são suficientes. Forme uma bola com a massa, transfira para uma tigela grande levemente untada com óleo ou azeite. Cubra com filme plástico e deixe crescer em um lugar morninho, livre de correntes de ar, por 1 ½ horas ou até dobrar de volume.

Unte levemente com azeite ou manteiga uma forma de bolo inglês com capacidade para 6 xícaras de massa.
Dê um soquinho na massa para eliminar o excesso de ar. Transfira a massa para uma superfície levemente polvilhada com farinha e abra-a com um rolo, formando um retângulo de aproximadamente 20x30cm. Começando com um dos lados mais longos, enrole a massa, formando um cilindro (como se estivesse fazendo cinnamon rolls). Aperte as emendas com as pontas dos dedos e transfira o cilindro de massa para a forma preparada, deixando a emenda virada para baixo. Cubra com um pano de prato limpo e seco e deixe crescer em um lugar morninho, livre de correntes de ar, por 40-45 minutos – enquanto isso, preaqueça o forno a 200°C.

Pincele o topo do pão com o leite e asse por cerca de 30 minutos ou até que cresça e doure bem. Para verificar se o pão está pronto dê batidinhas na superfície com os nós dos dedos: o som deve ser de algo oco. Deixe esfriar na forma sobre uma gradinha por 5 minutos e então desenforme com cuidado sobre a gradinha. Deixe esfriar completamente.

Rend.: 6-8 porções

Rillette de sardinha
receita minha

- xícara medidora de 240ml

1 ½ colheres (sopa) de azeite de oliva extra virgem, uso dividido
½ colher (sopa) de manteiga sem sal
½ cebola picadinha
1 talo de salsão em fatias finas – use uma mandolina
1 dente de alho, amassado e picadinho
3 galhinhos de tomilho fresco – apenas as folhas
1 pitada de páprica defumada
sal e pimenta do reino moída na hora
350g de sardinhas em lata, escorridas e em lascas
2 colheres (sopa) de vinho branco seco
2 colheres (sopa) de creme azedo (sour cream)*
2 colheres (sopa) de salsinha fresca e picadinha – pique, depois meça

Em um panela media, junte ½ colher (sopa) do azeite e a manteiga. Leve ao fogo médio até a manteiga derreter. Acrescente a cebola e o salsão e refogue, mexendo às vezes, até que fiquem macios, 3-4 minutos. Junte o alho e refogue somente até perfumar, 1 minuto. Abaixo o fogo e junte o tomilho e a páprica, tempere com sal e pimenta do reino e cozinhe, tampado, por 2 minutos. Junte o vinho, aumente o fogo e cozinhe até o vinho evaporar. Retire do fogo, junte a sardinha e misture bem. Deixe esfriar completamente. Quando esfriar, incorpore o creme azedo, o azeite restante e a salsinha. Prove e acerte o sal, se necessário.

O rillette pode ser guardado em um recipiente hermético na geladeira de um dia para o outro, porém deve ser servido em temperatura ambiente.

* creme azedo (sour cream) caseiro: para preparar 1 xícara de creme azedo, misture 1 xícara (240ml) de creme de leite fresco com 2-3 colheres (chá) de suco de limão ou limão siciliano em uma tigela. Vá mexendo até que comece a engrossar. Cubra com filme plástico e deixe em temperatura ambiente por 1 hora ou até que engrosse um pouco mais (geralmente faço o meu na noite anterior e deixo sobre a pia – com exceção de noites extremamente quentes – coberto com filme plástico; na manhã seguinte o creme fica bem espesso – leve à geladeira para ficar mais espesso ainda)

Rend.: 2 porções

domingo, agosto 30, 2015

Espaguete com farofinha crocante de sardinha e orégano

English version

Pasta with crispy sardine and oregano breadcrumbs / Espaguete com farofinha crocante de sardinha e orégano

Quando eu era criança, minha mãe sempre fazia alguma coisa com sardinhas em lata: elas eram baratas e um item ótimo para um orçamento limitado. Uma das coisas que ela mais fazia era patê de sardinha e eu simplesmente amava.

Por causa disso, é impossível não lembrar dela quando vejo uma lata de sardinha, e quando vi esta lindeza durante uma viagem ano passado não resisti e a trouxe na mala. Semanas atrás, quando uma edição mais recente da maravilhosa revista Donna Hay chegou, dei de cara com esse macarrão com sardinha e soube exatamente o que fazer com o meu tesouro enlatado.

Este espaguete é um prato simples, fácil de fazer, eu o preparei em um domingo cheio de preguiça para o almoço e ficou pronto num instante – meu marido não achou a farofa de sardinha tudo isso, não, mas eu comi muito feliz a parte dele às colheradas. :)

Espaguete com farofinha crocante de sardinha e orégano
um tiquinho adaptado da sempre fantástica revista Donna Hay

- xícara medidora de 240ml

400g de espaguete
2 colheres (sopa) de azeite de oliva
1 xícara de farelo de pão (não use farinha de rosca)
¼ xícara de folhas de orégano fresco – aperte na xícara na hora de medir
50g de sardinhas em lata, drenadas e picadas
sal e pimenta do reino moída na hora
2 dentes de alho bem picadinhos
6 tomates italianos bem maduros, sem as sementes e cortados em fatias no sentido do comprimento
1 pitada de açúcar
1 colher (sopa) de vinagre balsâmico

Cozinhe o macarrão em uma panela grande com água fervente e sal até que fique al dente. Ao escorrer, reserve ½ xícara (120ml) da água do cozimento para usar no molho.

Enquanto isso, faça o molho: aqueça 1 colher (sopa) do azeite em uma frigideira antiaderente grande. Junte o farelo de pão, o orégano e as sardinhas e cozinhe, mexendo, por 4-5 minutos ou até que o pão fique dourado e crocante. Tempere com sal e pimenta, retire do fogo, mas mantenha quente.

Limpe a frigideira com um pedaço de papel toalha e volte ao fogo médio. Aqueça o azeite restante, junte o alho e refogue até perfumar, cerca de 1 minuto. Junte os tomates e cozinhe por 5 minutos. Adicione o açúcar e tempere com sal e pimenta. Acrescente a água do cozimento do macarrão reservada e o vinagre balsâmico, misture e cozinhe por 2-3 minutos ou até engrossar ligeiramente. Junte o macarrão e misture bem para cobri-lo com o molho. Sirva salpicado com a farofa de sardinha.

Rend.: 4 porções