Os indicados ao Oscar 2014 foram anunciados ontem e vários favoritos meus estão na lista: Leonardo DiCaprio, Christian Bale, Martin Scorsese, Judi Dench, Alfonso Cuarón, Amy Adams... Não confio no prêmio, mas é sempre bom ver gente talentosa sendo reconhecida por seu trabalho.
Depois de ver “Gravidade” – e ficar completamente encantada pelo filme – eu queria, com todo o meu coração, ver Sandra Bullock subindo as escadarias do Kodak Theater (sem tropeçar, claro) para receber o troféu de Melhor Atriz: ela está fantástica com Ryan Stone, uma performance que, para ser honesta, eu não esperava dela – adoro Sandra, mas não tinha ideia de que ela conseguiria atuar nesse nível. Foi uma boa surpresa e eu queria que ela fosse reconhecida por isso. Entretanto, vi “Blue Jasmine” ontem e Cate Blanchett consegue algo que chamo de pura perfeição no filme – até agora não consegui parar de pensar nela com Jasmine, na maneira como ela constrói a personagem e expressa suas emoções sem vaidade alguma, completamente a serviço do que o roteiro e o diretor querem dela. Sou fã de Cate há muitos anos e achei que tinha visto sua melhor atuação em “Elizabeth”, mas parece que eu estava errada – “Blue Jasmine” é o pico de uma carreira permeada de personagens criados e interpretados brilhantemente.
Desculpe, Sandrinha, mas estou mudando de lado. ;)
E já que estou sendo extremamente volúvel hoje, não vou mais dizer que a minha adição favorita a muffins de banana são mirtilos – sim, eles ficam ótimos combinados com banana, mas o sabor ligeiramente mais azedinho das framboesas combina ainda mais com estes muffins deliciosos e macios.
Muffins de banana e framboesa
um tiquinho adaptados da fantástica revista Olive
- xícara medidora de 240ml
250g de farinha de trigo
2 ½ colheres (chá) de fermento em pó
½ colher (chá) de bicarbonato de sódio
50g de açúcar mascavo claro
50g de açúcar cristal
1 pitada de sal
2 bananas grandes, bem maduras, amassadas com um garfo
2 ovos grandes
½ xícara de buttermilk*
75g de manteiga sem sal, derretida e fria
1 colher (chá) de extrato de baunilha
1 xícara cheia de framboesas congeladas (use-as sem descongelá-las antes)
Pré-aqueça o forno a 180°C; forre uma forma de muffins com 12 cavidades com forminhas de papel (usei esta forma, comprei na Chocolândia, em SP).
Em uma tigela grande, misture com um batedor de arame a farinha, o fermento, o bicarbonato, os açúcares e o sal. Em outra tigela, misture as bananas, os ovos, o buttermilk, a manteiga e a baunilha. Despeje sobre os ingredientes secos e misture levemente com um garfo – massa de muffin é empelotada mesmo, não é lisa como massa de bolo; não misture demais ou os muffins ficarão duros.
Divida a massa entre as forminhas, arrume as framboesas por cima e afunde-as levemente na massa. Asse por cerca de 20 minutos ou até que cresçam e dourem (faça o teste do palito).
Deixe esfriar na forma sobre uma gradinha por 5 minutos, e então desenforme com cuidado, transferindo os muffins para a gradinha. Sirva morninhos ou em temperatura ambiente.
* para fazer 1 xícara de buttermilk: coloque 1 colher (sopa) de suco de limão em uma xícara medidora de 240ml, complete com leite integral em temperatura ambiente e aguarde 10-15 minutos para sorar; use todo o conteúdo da xícara em usa receita
Rend.: 12 unidades
sexta-feira, janeiro 17, 2014
Muffins de banana e framboesa, Cate Blanchett e virando a casaca
quarta-feira, janeiro 15, 2014
Batatas com especiarias e ovo frito
Vocês que me visitam há algum tempo já sabem do meu amor por todas as coisas doces, mas eu também adoro pratos salgados e estou sempre em busca de ideias gostosas para o almoço ou o jantar.
Quando criança, nossa família vivia com um orçamento restrito – especialmente depois que minha mãe descobriu que tinha câncer – mas a comida foi sempre algo importante: ela assegurava que tivéssemos legumes e frutas frescos todos os dias, peixe uma vez por semana, e sempre fazia um bolo para que meu pai e eu tivéssemos algo para lanchar no trabalho e na escola, respectivamente. Ovos eram um ingrediente importante em casa e minha mãe (e anos depois, minha avó) os preparava de vários jeitos diferentes para as refeições – meus favoritos eram as suas omeletes e ovos fritos, e são pratos que adoro até hoje; pra ser sincera, com exceção de crus, como ovos de qualquer jeito possível (aposto que isso lhes lembra alguma coisa). ;)
Por isso esta receita, tirada deste livro lindo, me chamou a atenção: as batatas apimentadas já pareciam saborosas, mas o ovo frito por cima ganhou o meu coração. Depois de ter feito este prato vi o Bill preparar uma versão parecida em um programa de TV e nela ele cortava as batatas em pedaços um pouco maiores – vou tentar assim da próxima vez. Usei pimenta Sichuan simplesmente porque não tinha dedo-de-moça em casa – substituam conforme o gosto de vocês.
Batatas com especiarias e ovo frito
um nadinha adaptadas do lindo e delicioso Bill Granger Easy (comprei o meu aqui)
800g de batatas do tipo Desiree, descascadas e em cubinhos de 1cm (usei umas batatas esquecidas que tinha em casa, não sei de que tipo eram)
4 colheres (sopa) de óleo de canola
2 dentes de alho bem picadinhos
1 colher (sopa) de curry em pó
½ colher (chá) de cúrcuma
¼ colher (chá) de pimenta Sichuan moída na hora
25g de manteiga sem sal
sal e pimenta do reino moída na hora
1 punhado de folhas de salsinha picadas
4 ovos grandes
Cozinhe as batatas em uma panela grande de água salgada até que fiquem macias (aproximadamente 13 minutos). Escorra e deixe esfriar por alguns minutos.
Leve uma frigideira antiaderente grande ao fogo médio-alto e aqueça nela 2 colheres (sopa) do óleo. Junte o alho, o curry, a cúrcuma e a pimenta Sichuan e refogue por 30 segundos, mexendo sempre.
Acrescente a manteiga à frigideira e assim que ela derreter acrescente 1 colher (sopa) do óleo e as batatas. Frite por cerca de 5 minutos, virando as batatas com frequência. Tempere com o sal e a pimenta do reino e refogue por mais 1 minuto. Retire do fogo, junte a salsinha e misture. Divida a batata entre quatro pratos aquecidos.
Em outra frigideira antiaderente, aqueça a colher (sopa) de óleo restante em fogo médio-alto e frite os ovos por 2-3 minutos ou a seu gosto. Coloque um ovo frito sobre cada porção de batata e sirva.
Rend.: 4 porções
segunda-feira, janeiro 13, 2014
Bolo de marzipã, pistache e cereja, e coisas pelas quais vale a pena esperar
Toda vez que vejo algo gostoso com cerejas arquivo mentalmente a receita para prepará-la no final do ano, quando a fruta é abundante, doce e não tão absurdamente cara como durante o inverno. O problema é que sempre há diversas receitas e a época de cereja é, infelizmente, bem curtinha.
Uma das receitas que eu planejava fazer havia tempo era este bolo, da revista Delicious Australia, que combina duas paixões minhas: cerejas e marzipã. O bolo ficou úmido e saboroso, perfumado com água de flor de laranjeira, algo de que gosto bastante, mas se não for a praia de vocês substituam por extrato de baunilha. Achei que os pistaches foram um exagero e por mais que eu adore estas nuts não acho que acrescentaram nada de interessante aqui – gostei mais do bolo sem eles.
Valeu mesmo a pena esperar meses para provar este bolo maravilhoso, assim como valeu a pena ir dormir às duas da manhã para ver o brilhante Leonardo DiCaprio receber um Globo de Ouro. :)
Bolo de marzipã, pistache e cereja
um nadinha adaptado da lindíssima Delicious Australia
Bolo:
300g de cerejas frescas, sem os caroços, picadinhas
150g de marzipã, em pedacinhos de 1cm – usei caseiro
150g de farinha de trigo + 1 colher (sopa) extra para envolver as cerejas
200g de manteiga sem sal, amolecida
185g de açúcar cristal
raspas da casca de 1 laranja
1 colher (chá) de água de flor de laranjeira
1 colher (chá) de extrato de baunilha
4 ovos
100g de farinha de amêndoa
2 colheres (chá) de fermento em pó
1 pitada de sal
50g de pistaches sem sal, levemente tostados, picados
açúcar de confeiteiro, para polvilhar
Calda:
o suco da laranja cuja casca foi usada no bolo
1 colher (chá) de água de flor de laranjeira
1 colher (sopa) de açúcar cristal
Pré-aqueça o forno a 170°C. Unte com manteiga uma forma redonda de aro desmontável de 20cm de diâmetro, forre o fundo com um círculo de papel manteiga e unte o papel, também (eu usei uma forma de fundo removível). Embrulhe a parte externa da forma com papel alumínio (para evitar que a massa vaze).
Em uma tigela pequena, envolva as cerejas e o marzipã com a farinha de trigo extra. Reserve.
Na batedeira, bata a manteiga, o açúcar cristal e as raspas de laranja até obter um creme claro e fofo. Acrescente a água de flor de laranjeira e a baunilha.
Junte os ovos, um a um, batendo bem a cada adição. Raspe as laterais da tigela ocasionalmente. Acrescente a farinha de trigo, a farinha de amêndoa, o fermento e o sal e incorpore com uma espátula. Acrescente metade das cerejas e do marzipã e incorpore com a espátula. Espalhe a massa na forma preparada e espalhe as cerejas e o marzipã restante sobre ela, pressionando levemente para cobri-los de massa.
Asse por 20 minutos, reduza o forno para 160°C e asse por mais 50-60 minutos ou até que o bolo cresça e doure (faça o teste do palito).
Enquanto isso, prepare a calda: coloque todos os ingredientes em uma panelinha e leve ao fogo baixo, mexendo, por 1-2 minutos ou até dissolver o açúcar. Aumente o fogo para médio e cozinhe por mais ½ minutos ou até a calda engrossar levemente.
Fure todo o bolo com um palito de dente e então derrame sobre ele, aos poucos, a calda morna. Salpique com o pistache e polvilhe com açúcar de confeiteiro.
Deixe esfriar um pouquinho, depois retire o aro da forma e deixe esfriar completamente antes de servir.
Rend.: 6-8 porções – fiz exatamente a receita acima, porém assei o bolo a 180°C o tempo todo (total de 60 minutos)
sexta-feira, janeiro 10, 2014
Linguiça assada com tomate, pimentão e cebola, um filme, muitas lágrimas e um desejo
A ideia de viajar no tempo já rendeu alguns filmes, alguns interessantes, outros pavorosos. Ontem assisti a outro filme sobre o assunto, de longe o mais bonito: um filme que me fez chorar feito um bebê (eram tantas lágrimas que tive de secá-las na manga do cardigã), que me fez pensar sobre várias coisas da vida e que me fez desejar o poder de voltar no tempo.
Fiquei pensando no quão incrível seria voltar ao meu passado e comecei a imaginar minha mãe e eu na nossa cozinha – com a mesa de fórmica azul na qual eu fazia a lição de casa enquanto ela lavava a louça do almoço – e nos vi cozinhando juntas: eu cortava cebolas, ela grelhava um bife. E o engraçado é que na minha cabeça eu não era uma criança: eu era uma adulta de 35 anos, como sou hoje, em pé, ao lado dela, que estava igualzinha a quando eu tinha cinco anos. E outra coisa engraçada é que não sei por que razão pensei nela fritando bife, algo que eu odiava quando pequena: eu geralmente comia os meus bifes frios e duros como pedra depois de sentar à mesa por horas, proibida de me levantar enquanto ainda houvesse comida no prato. :)
Já que Richard Curtis me fez pensar em minha mãe muito mais do que já faço diariamente, decidi dividir com vocês hoje esta receitinha deliciosa: como boa descendente de alemães minha mãe adorava carne de porco (e repolho – nossa, como ela amava repolho) e tenho certeza de que ela adoraria este modo de preparar linguiça – as porções de carne ficam douradas e sequinhas por fora e macias e suculentas por dentro, e o tomilho dá um toque maravilhoso.
Linguiça assada com tomate, pimentão e cebola
do programa de TV “Bill’s Notting Hill Kitchen”
2 cebolas, descascadas, cortadas ao meio, cada metade cortada em 4
1 pimentão vermelho grande, sem as sementes, em pedaços graúdos
6 dentes de alho ainda na casca
200g de tomates cereja
azeite de oliva extra-virgem, para regar
sal e pimenta do reino moída na hora
4 linguiças frescas
5-6 raminhos de tomilho fresco
1 punhado de azeitonas pretas
Pré-aqueça o forno a 200°C. Coloque as cebolas, o pimentão, o alho e os tomates em uma assadeira ou refratário médio. Regue com um pouquinho de azeite, tempere com sal e pimenta e misture. Retire a carne das linguiças de dentro das tripas, formando porções do tamanho de uma almôndega grande, e espalhe-as sobre os legumes. Cubra com os raminhos de tomilho, regue com mais um pouquinho de azeite e asse por cerca de 1 hora, virando os pedaços de linguiça na metade do tempo para que dourem dos dois lados. Retire do forno, espalhe as azeitonas sobre o prato e sirva.
Rend.: 2 porções generosas
quarta-feira, janeiro 08, 2014
Crumble de ameixa e amaretti, 33ºC e tudo
Uma resolução que pretendo manter em 2014 é continuar com a ideia do inventário (obrigada, Martha!) – funcionou bem até agora e evitou bastante desperdício. Entretanto, não sou perfeita (a Internet parece nos fazer parecer certinhas e corretas e onipotentes, não é? Não gosto nada disso) e desvio dos planos às vezes, e foi isso que aconteceu quando comprei um pacotinho de amaretti para usar no rocky road de Natal e acabei usando lokum.
É época de cerejas, pêssegos e ameixas por aqui e ando me deliciando com elas como se não houvesse amanhã – adoraria preparar algo com as frutas, também, mas o problema é que eu as como todas antes mesmo de ligar o forno (o que tem sido difícil aqui por causa do calor insuportável). Dias atrás, 33°C e tudo, decidi fazer o crumble de ameixa da Nigella (sim, eu sou a louca que faz crumbles no calorão), usando assim um pouco dos amaretti guardados no armário. Ficou uma delícia: o sabor dos biscoitos combinou lindamente com as ameixas maduras e suculentas, e uma jarrinha de creme de leite fresco bem gelado ajudou a baixar um pouco a temperatura (isso e um banho frio logo após a sobremesa). :D
Crumble de ameixa e amaretti
um tiquinho adaptado do delicioso Nigellissima: Instant Italian Inspiration
Recheio:
35g de amaretti – a Nigella pede biscoitos do tipo crocante, e não “morbidi”, eu usei estes
½ colher (sopa) de manteiga sem sal
250g de ameixas vermelhas maduras, cortadas ao meio se pequenas, em quatro partes se grandes, sem os caroços
½ colher (sopa) de açúcar cristal
raspas da casca e o suco de ½ limão siciliano
Cobertura:
50g de farinha de trigo
¼ colher (chá) de fermento em pó
1 pitada de sal
1 colher (sopa) de açúcar cristal
30g de manteiga sem sal gelada, em cubinhos
Pré-aqueça o forno a 190°C. Separe um refratário com capacidade para 1 ½ xícaras (360ml). Quebre os amaretti com as mãos e reserve.
Recheio: derreta a manteiga em uma panelinha (que tenha tampa), junte as ameixas, salpique com o açúcar, junte as raspas e o suco de limão e sacuda a panela sobre o fogo. Cozinhe a fruta por 2 minutos na panela tampada e dois minutos destampada. Transfira as ameixas para o refratário e salpique com metade dos amaretti.
Cobertura: coloque a farinha, o fermento, o sal e o açúcar em uma tigela pequena e misture. Adicione a manteiga e misture os ingredientes comas pontas dos dedos até obter uma farofa grossa. Com um garfo, incorpore o restante dos amaretti. Espalhe a cobertura sobre as ameixas e asse por cerca de 20 minutos ou até que a cobertura doure e as frutas borbulhem nas beiradas do refratário. Deixe esfriar por 10 minutos e sirva com creme de leite fresco ou sorvete.
Rend.: 1 porção
segunda-feira, janeiro 06, 2014
Bolo de Reis
Minha época do ano favorita está chegando ao fim: mais tarde desmontarei minha árvore de Natal e todos os enfeites voltarão para suas respectivas caixas – é uma pena, pois adoro vê-los espalhados pela casa.
Dia 6 de janeiro também é dia de celebrar os Três Reis Magos, e para isso lhes trago esta receita deliciosa, uma espécie de brioche coberto por um glacê de limão siciliano – ao contrário do Bolo de Reis que eu vira neste livro, a versão da Gourmet Traveller é bem mais bonita, e nada de bebê Jesus de plástico escondido em sua massa: apenas um pãozinho doce com amêndoas, gengibre cristalizado e cranberries secas.
Quem disse que ateus não podem apreciar algumas das tradições católicas? ;)
Bolo de Reis
um tiquinho adaptado da sempre lindíssima Gourmet Traveller
110ml de leite integral
2 ½ colheres (chá) de fermento biológico seco
60g de açúcar cristal
500g de farinha de trigo comum
1 pitada de sal
55ml de azeite de oliva
raspas da casca de 1 limão siciliano
raspas da casca de 1 laranja
2 ovos grandes
1 colher (chá) de extrato de baunilha
75g de manteiga sem sal, picada e amolecida
gengibre cristalizado, cerejas em calda e amêndoas sem pele, para decorar – troquei as cerejas por cranberries secas
Glacê de limão siciliano:
100g de açúcar de confeiteiro
suco de 1 limão siciliano
Aqueça o leite e 100ml de água em uma panelinha até amornar. Retire do fogo, junte o fermento e 1 colher (chá) do açúcar e reserve até espumar. Na tigela da batedeira, junte a farinha, o sal, o azeite, as raspas de limão e laranja e o açúcar restante e, usando o batedor em formato de pá, misture. Junte a mistura de leite aos poucos, bata por 5 minutos, junte os ovos e a baunilha e bata para incorporar. Batendo, junte a manteiga aos poucos e vá batendo até obter uma massa macia e homogênea (3-4 minutos). Cubra e deixe crescer até dobrar de volume (1 hora, 1 hora e meia).
Dê um soquinho na massa para extrair o excesso de ar, cubra e deixe descansar por 10 minutos. Unte levemente com manteiga uma forma de furo central canelada (tipo Bundt) com capacidade para 10 xícaras de massa.
Em uma superfície levemente enfarinhada, abra a massa com um rolo até obter um retângulo de 30x50cm. Enrole, formando um cilindro longo e feche bem a emenda. Faça um círculo com o cilindro e feche bem as emendas. Coloque o círculo de massa, com a emenda virada para baixo, na forma preparada. Cubra com filme plástico levemente untado com manteiga e deixe crescer até dobrar de volume, 30-40 minutos – enquanto isso, pré-aqueça o forno a 180°C.
Asse o pão por 25-30 minutos ou até que doure e ao dar batidinhas no pão com os nós dos dedos o som seja de algo oco. Deixe esfriar na forma sobre uma gradinha por 10 minutos, e então desenforme sobre a gradinha com cuidado. Deixe esfriar completamente.
Glacê de limão: peneire o açúcar em uma tigelinha e junte o suco de limão aos poucos, misturando até obter um glacê espesso com uma consistência boa para ser espalhado sobre a rosca. Espalhe sobre o pão já frio e quando o glacê estiver quase seco decore com o gengibre, as cerejas e as amêndoas.
Rend.: 8-10 porções
quinta-feira, janeiro 02, 2014
Bolinhos de quinua com maionese de harissa - começando 2014 de maneira saudável
Feliz Ano Novo, pessoal! :)
Espero que todos tenham tido ótimas festas, cheias de boa comida e boas pessoas. Eu e o marido abusamos um pouquinho – ou eu deveria ser honesta e dizer um poucão? :) – nos dias de folga, e agora é hora de começar a comer direito novamente: menos álcool, mais grãos e verdinhos saudáveis. Estes bolinhos de quinua são facílimos de fazer e fazem bem à saúde, e a maionese de harissa dá a eles um tchã – viciei nessa maionese apimentada porque ela é deliciosa com outras coisas, também (transforma um hambúrguer normal em algo espetacular, por exemplo).
Obrigada por todos os comentários e emails, os responderei em breve. xx
Bolinhos de quinua com maionese de harissa
um tiquinho adaptados do Bill Granger (bolinhos) e da Nigella (maionese)
Bolinhos:
100g de quinua (usei quinua vermelha)
1 cebolinha, em fatias fininhas
2 colheres (sopa) de salsinha picadinha
1 colher (sopa) de orégano fresco picadinho
30g de parmesão ralado fininho
3 colheres (sopa) de farinha de trigo
sal e pimenta do reino moída na hora
raspas da casca de ½ limão siciliano
1 ovo grande
óleo de canola, para fritar
Maionese de harissa:
5 colheres (sopa) de maionese
1 colher (chá) de harissa (ou a gosto)
1 colher (chá) de suco de limão siciliano
folhas de rúcula e azeite extra-virgem para servir
Bolinhos: coloque a quinua e 200ml de água em uma panelinha, cubra e leve ao fogo até começar a ferver. Abaixe o fogo e cozinhe por cerca de 12 minutos ou até que a água tenha sido absorvida e a quinua esteja macia. Deixe esfriar.
Em uma tigela média, misture a quinua, a cebolinha, a salsinha, o orégano e o parmesão. Junte a farinha, o sal e a pimenta, as raspas de limão e o ovo e misture para incorporar os ingredientes.
Aqueça um fiozinho de óleo em uma frigideira antiaderente em fogo médio-alto e faça montinhos com 2 colheres (sopa) da mistura de quinua, achatando-os levemente. Frite por 2-3 minutos de cada lado ou até que dourem. Repita com a massa restante.
Maionese: coloque todos os ingredientes em uma tigelinha e misture para combinar.
Sirva os bolinhos com a maionese, com a rúcula e um fio de azeite.
Rend.: cerca de 10 bolinhos
domingo, dezembro 22, 2013
Biscoitos veludo vermelho e mais um filme alemão
Ando viciada em filmes europeus ultimamente e até agora tenho visto coisas muito boas: depois dos diretores dinamarqueses, fui um pouquinho pro sul no mapa e assisti ao excelente “Os Edukadores” (com o agora indicado ao Globo de Ouro Daniel Brühl).
Como eu já tinha amado “Soul Kitchen” e “A Onda” entrei em um estado de espírito alemão e decidi ver outro filme da terra natal de minha avó, um filme que todo mundo que me conhece diz que eu adoraria, e realmente adorei: “Corra, Lola, Corra”. O filme é incrível, bem diferente dos que já vi, com um ritmo único e absolutamente contagiante – Franka Potente está brilhante como Lola (toda aquela correria deve ter sido fisicamente desafiador) e depois de ler que ela teve de ficar sete semanas sem lavar o cabelo para não desbotá-lo a admirei ainda mais. :D
Minha série de Natal chega ao fim e espero que vocês tenham gostado tanto quanto eu – a última receita é a destes biscoitos deliciosos e tão vermelhos quanto o cabelo de Lola. :D
Biscoitos veludo vermelho
um nadinha adaptados da sempre lindíssima Donna Hay Magazine
100g de manteiga sem sal, temperatura ambiente
160g de açúcar mascavo
1 colher (chá) de extrato de baunilha
2 ovos
100g de chocolate meio amargo, derretido e frio – usei um com 53% de cacau
185g de farinha de trigo
2 colheres (chá) de fermento em pó
3 colheres (sopa) de cacau em pó, peneirado (meça, depois peneire)
1 pitada de sal
1 ½ colher (sopa)s de corante vermelho
200g de chocolate meio amargo, em gotas ou pedacinhos
cerca de 100g de açúcar de confeiteiro (usei impalpável), para envolver os biscoitos
Pré-aqueça o forno a 180°C. Forre duas assadeiras grandes, de beiradas baixas, com papel manteiga.
Na batedeira, bata a manteiga, o açúcar mascavo e a baunilha até obter uma mistura clara e cremosa. Junte os ovos, um a um, batendo, e raspe as laterais da tigela. Junte o chocolate derretido. Em velocidade baixa, acrescente a farinha, o fermento, o cacau, o sal e o corante e misture somente até incorporar. Com uma espátula de silicone, incorpore as gotas/os pedacinhos de chocolate. Cubra com filme plástico e leve à geladeira por 2-3 horas.
Peneire o açúcar de confeiteiro sobre uma tigela rasa. Usando uma cookie scoop, separe de 1 colher (sopa) nivelada de massa e role levemente pelo açúcar (para evitar que a massa grude demais nas mãos). Forme cada porção em uma bolinha e passe novamente pelo açúcar, desta vez cobrindo generosamente. Coloque nas assadeiras deixando 5cm de distância entre uma e outra. Asse por 10-12 minutos ou até que os biscoitos craquelem e estejam levemente firmes nas extremidades. Deixe esfriar completamente nas assadeiras sobre gradinhas.
Rend.: cerca de 50
sexta-feira, dezembro 20, 2013
Torrone de Natal e um filme pra lá de superestimado
Estava lendo alguma coisa sobre “Spring Breakers: Garotas Perigosas” ontem e resolvi assistir o tão famigerado “Kids”, cujo roteiro foi escrito por Harmony Korine. Eu me lembro do bafafá causado pelo filme em seu lançamento, há muitos anos, e agora que o vi percebo que foi somente por seu conteúdo “polêmico” e não por ter qualquer qualidade. É um filme pobre, desconfortável de assistir e completamente desnecessário – uma hora e meia da minha vida desperdiçadas com algo tão superestimado.
Quando eu era pequena, todo ano, em meados de dezembro, meu pai recebia uma cesta de Natal da empresa em que trabalhava: havia panetone, ameixas secas, passas, caixa de bombons e torrone (a minha guloseima preferida da cesta). Hoje, os torrones que encontro para comprar nada tem a ver com os torrones daquela época – acredito que tanto o produto quanto as minhas papilas gustativas mudaram – e até pouco tempo atrás eu achava o doce bem superestimado (e crianças de seis anos não sabem nada de bons doces, não é mesmo?) :D.
Isso foi até eu fazer torrone em casa. ;)
Se vocês estiverem sem tempo ou não tiverem um termômetro culinário em casa (essencial para esta receita), usem as suas claras, pistaches e cranberries para preparar torrone em forma de financier.
Torrone de Natal
da Martha
- xícara medidora de 240ml
papel arroz comestível suficiente para duas camadas em uma forma de 22,5x32,5
1/3 xícara de amido de milho
3 claras grandes
1 xícara de mel
3 xícaras (600g) de açúcar cristal
½ xícara (70g) de açúcar de confeiteiro
130g de pistaches crus e sem sal
130g de cranberries secas
Forre uma forma retangular de 22,5x32x5cm com o papel arroz, sem sobrepor as folhas (recorte-as se necessário).
Salpique uma superfície limpa e seca com o amido de milho. Coloque as claras na tigela grande da batedeira e use o batedor em formato de pá. Reserve.
Em uma panela média, misture o mel e o açúcar cristal. Leve ao fogo médio e cozinhe até que a mistura comece a ferver, cerca de 4 minutos. Coloque um termômetro culinário na panela e continue cozinhando a mistura, mexendo ocasionalmente.
Bata as claras até que elas formem picos firmes; junte o açúcar de confeiteiro e bata para incorporar. Quando o termômetro registrar 157°C retire a panela do fogo. A temperatura vai subir para 160°C – misture com uma espátula de silicone até que a temperatura baixe para 148°C, 1-2 minutos. Com a batedeira ligada, despeje a mistura quente lentamente nas claras (despeje na lateral da tigela, evitando que a mistura quente atinja o batedor e espirre em você) e continue batendo – elas aumentarão bastante de volume; aguarde alguns segundos até que o volume volte ao normal e continue batendo e despejando a mistura de açúcar. Bata até que a mistura fique espessa e comece a grudar no batedor. Junte o pistache e as cranberries.
Despeje a mistura sobre a superfície coberta com o amido de milho (eu achei mais fácil removê-la da tigela usando as mãos, já que é bem firme e a espátula não dá conta). Dobre a massa três vezes, evitando ao máximo incorporar muito amido de milho. Transfira para a forma forrada com papel arroz e espalhe com as mãos até preencher a forma completamente. Cubra com outra folha de papel arroz e deixe esfriar sobre uma gradinha. Corte em pedaços enquanto ainda estiver morno. Guarde em recipiente hermético, entre folhas de papel manteiga, por até duas semanas.
Rend.: cerca de 40 pedaços – fiz exatamente a receita acima usando uma forma de 20x30cm
quarta-feira, dezembro 18, 2013
Brownies de gingerbread e um filme que eu deveria ter visto em 2006
Enquanto há filmes que vejo repetidas vezes, existem outros que não consigo dar um jeito de ver, não importa o quanto eu queira: se está passando na TV, é bem na hora em que tenho que ir a algum outro lugar (ou irá ao ar às três da manhã), ou no final de semana em que eu trago o DVD para casa simplesmente não encontro tempo para sentar e assistir – e assim por diante. Um destes filmes era “Filhos da Esperança”: alguns dias atrás consegui finalmente ver, e nossa, que filmaço. Alfonso Cuarón já tinha me ganhado com o excelente “Gravidade”, e em “Filhos da Esperança” seu trabalho é pura perfeição – não há palavras para descrever seu trabalho na direção e é simplesmente ridículo que ele não tenha sido indicado a Melhor Diretor; na verdade, o filme teve apenas três indicações ao Oscar (“Histórias Cruzadas”, por exemplo, teve quatro, pelamordedadá), e Clive Owen foi ignorado enquanto que Forest Whitaker levou pra casa o prêmio. Tenho nem o que dizer.
Então aqui estou, com sete anos de atraso, me odiando por ter demorado tanto para ver uma obra-prima como “Filhos da Esperança”. Como não quero que esse tipo de coisa aconteça quando o assunto é comida, lhes trago estes brownies de gingerbread, deliciosos e facílimos de fazer: não tinha certeza de os prepararia, afinal de contas a série de Natal deste ano está bem chocolatuda, mas pra que esperar? Nem sete anos, nem mesmo sete dias. :D
Brownies de gingerbread
um tiquinho adaptados sempre deliciosa Delicious Australia
185g de manteiga sem sal, picada
150g de chocolate meio-amargo picado – usei um com 53% de cacau
200g de açúcar mascavo
3 ovos
1 colher (chá) de extrato de baunilha
150g de farinha de trigo
¼ colher (chá) de fermento em pó
1 pitada de sal
½ colher (chá) de canela em pó
½ colher (chá) de gengibre em pó
½ colher (chá) de noz-moscada ralada na hora
3 colheres (sopa) de cacau em pó, sem adição de açúcar, peneirado – meça, depois peneire
100g de chocolate meio-amargo, extra, em gotas ou picado
Pré-aqueça o forno a 180°C. Unte levemente com manteiga uma forma quadrada de 20cm, forre-a com papel alumínio deixando sobrar em dois lados opostos, formando “alças”, e unte o papel também.
Em uma tigela grande refratária, derreta a manteiga e os 150g de chocolate em banho-maria (fogo baixo, sem deixar o fundo da tigela tocar a água). Retire do fogo e deixe esfriar um pouquinho.
Adicione o açúcar e misture. Adicione os ovos, um a um, batendo bem a cada adição. Junte a baunilha, a farinha, o fermento, o sal, as especiarias e o cacau e misture para incorporar. Acrescente os 100g de chocolate restantes e incorpore gentilmente. Transfira a massa para a forma preparada e alise a superfície.
Asse até que os brownies firmem levemente nas laterais da forma e um palito inserido no centro saia com migalhas úmidas, cerca de 20 minutos. Retire do forno e deixe esfriar completamente na forma, sobre uma gradinha.
Corte em quadradinhos para servir.
Rend.: 16 brownies