Minha época do ano favorita está chegando ao fim: mais tarde desmontarei minha árvore de Natal e todos os enfeites voltarão para suas respectivas caixas – é uma pena, pois adoro vê-los espalhados pela casa.
Dia 6 de janeiro também é dia de celebrar os Três Reis Magos, e para isso lhes trago esta receita deliciosa, uma espécie de brioche coberto por um glacê de limão siciliano – ao contrário do Bolo de Reis que eu vira neste livro, a versão da Gourmet Traveller é bem mais bonita, e nada de bebê Jesus de plástico escondido em sua massa: apenas um pãozinho doce com amêndoas, gengibre cristalizado e cranberries secas.
Quem disse que ateus não podem apreciar algumas das tradições católicas? ;)
Bolo de Reis
um tiquinho adaptado da sempre lindíssima Gourmet Traveller
110ml de leite integral
2 ½ colheres (chá) de fermento biológico seco
60g de açúcar cristal
500g de farinha de trigo comum
1 pitada de sal
55ml de azeite de oliva
raspas da casca de 1 limão siciliano
raspas da casca de 1 laranja
2 ovos grandes
1 colher (chá) de extrato de baunilha
75g de manteiga sem sal, picada e amolecida
gengibre cristalizado, cerejas em calda e amêndoas sem pele, para decorar – troquei as cerejas por cranberries secas
Glacê de limão siciliano:
100g de açúcar de confeiteiro
suco de 1 limão siciliano
Aqueça o leite e 100ml de água em uma panelinha até amornar. Retire do fogo, junte o fermento e 1 colher (chá) do açúcar e reserve até espumar. Na tigela da batedeira, junte a farinha, o sal, o azeite, as raspas de limão e laranja e o açúcar restante e, usando o batedor em formato de pá, misture. Junte a mistura de leite aos poucos, bata por 5 minutos, junte os ovos e a baunilha e bata para incorporar. Batendo, junte a manteiga aos poucos e vá batendo até obter uma massa macia e homogênea (3-4 minutos). Cubra e deixe crescer até dobrar de volume (1 hora, 1 hora e meia).
Dê um soquinho na massa para extrair o excesso de ar, cubra e deixe descansar por 10 minutos. Unte levemente com manteiga uma forma de furo central canelada (tipo Bundt) com capacidade para 10 xícaras de massa.
Em uma superfície levemente enfarinhada, abra a massa com um rolo até obter um retângulo de 30x50cm. Enrole, formando um cilindro longo e feche bem a emenda. Faça um círculo com o cilindro e feche bem as emendas. Coloque o círculo de massa, com a emenda virada para baixo, na forma preparada. Cubra com filme plástico levemente untado com manteiga e deixe crescer até dobrar de volume, 30-40 minutos – enquanto isso, pré-aqueça o forno a 180°C.
Asse o pão por 25-30 minutos ou até que doure e ao dar batidinhas no pão com os nós dos dedos o som seja de algo oco. Deixe esfriar na forma sobre uma gradinha por 10 minutos, e então desenforme sobre a gradinha com cuidado. Deixe esfriar completamente.
Glacê de limão: peneire o açúcar em uma tigelinha e junte o suco de limão aos poucos, misturando até obter um glacê espesso com uma consistência boa para ser espalhado sobre a rosca. Espalhe sobre o pão já frio e quando o glacê estiver quase seco decore com o gengibre, as cerejas e as amêndoas.
Rend.: 8-10 porções
segunda-feira, janeiro 06, 2014
Bolo de Reis
quinta-feira, janeiro 02, 2014
Bolinhos de quinua com maionese de harissa - começando 2014 de maneira saudável
Feliz Ano Novo, pessoal! :)
Espero que todos tenham tido ótimas festas, cheias de boa comida e boas pessoas. Eu e o marido abusamos um pouquinho – ou eu deveria ser honesta e dizer um poucão? :) – nos dias de folga, e agora é hora de começar a comer direito novamente: menos álcool, mais grãos e verdinhos saudáveis. Estes bolinhos de quinua são facílimos de fazer e fazem bem à saúde, e a maionese de harissa dá a eles um tchã – viciei nessa maionese apimentada porque ela é deliciosa com outras coisas, também (transforma um hambúrguer normal em algo espetacular, por exemplo).
Obrigada por todos os comentários e emails, os responderei em breve. xx
Bolinhos de quinua com maionese de harissa
um tiquinho adaptados do Bill Granger (bolinhos) e da Nigella (maionese)
Bolinhos:
100g de quinua (usei quinua vermelha)
1 cebolinha, em fatias fininhas
2 colheres (sopa) de salsinha picadinha
1 colher (sopa) de orégano fresco picadinho
30g de parmesão ralado fininho
3 colheres (sopa) de farinha de trigo
sal e pimenta do reino moída na hora
raspas da casca de ½ limão siciliano
1 ovo grande
óleo de canola, para fritar
Maionese de harissa:
5 colheres (sopa) de maionese
1 colher (chá) de harissa (ou a gosto)
1 colher (chá) de suco de limão siciliano
folhas de rúcula e azeite extra-virgem para servir
Bolinhos: coloque a quinua e 200ml de água em uma panelinha, cubra e leve ao fogo até começar a ferver. Abaixe o fogo e cozinhe por cerca de 12 minutos ou até que a água tenha sido absorvida e a quinua esteja macia. Deixe esfriar.
Em uma tigela média, misture a quinua, a cebolinha, a salsinha, o orégano e o parmesão. Junte a farinha, o sal e a pimenta, as raspas de limão e o ovo e misture para incorporar os ingredientes.
Aqueça um fiozinho de óleo em uma frigideira antiaderente em fogo médio-alto e faça montinhos com 2 colheres (sopa) da mistura de quinua, achatando-os levemente. Frite por 2-3 minutos de cada lado ou até que dourem. Repita com a massa restante.
Maionese: coloque todos os ingredientes em uma tigelinha e misture para combinar.
Sirva os bolinhos com a maionese, com a rúcula e um fio de azeite.
Rend.: cerca de 10 bolinhos
domingo, dezembro 22, 2013
Biscoitos veludo vermelho e mais um filme alemão
Ando viciada em filmes europeus ultimamente e até agora tenho visto coisas muito boas: depois dos diretores dinamarqueses, fui um pouquinho pro sul no mapa e assisti ao excelente “Os Edukadores” (com o agora indicado ao Globo de Ouro Daniel Brühl).
Como eu já tinha amado “Soul Kitchen” e “A Onda” entrei em um estado de espírito alemão e decidi ver outro filme da terra natal de minha avó, um filme que todo mundo que me conhece diz que eu adoraria, e realmente adorei: “Corra, Lola, Corra”. O filme é incrível, bem diferente dos que já vi, com um ritmo único e absolutamente contagiante – Franka Potente está brilhante como Lola (toda aquela correria deve ter sido fisicamente desafiador) e depois de ler que ela teve de ficar sete semanas sem lavar o cabelo para não desbotá-lo a admirei ainda mais. :D
Minha série de Natal chega ao fim e espero que vocês tenham gostado tanto quanto eu – a última receita é a destes biscoitos deliciosos e tão vermelhos quanto o cabelo de Lola. :D
Biscoitos veludo vermelho
um nadinha adaptados da sempre lindíssima Donna Hay Magazine
100g de manteiga sem sal, temperatura ambiente
160g de açúcar mascavo
1 colher (chá) de extrato de baunilha
2 ovos
100g de chocolate meio amargo, derretido e frio – usei um com 53% de cacau
185g de farinha de trigo
2 colheres (chá) de fermento em pó
3 colheres (sopa) de cacau em pó, peneirado (meça, depois peneire)
1 pitada de sal
1 ½ colher (sopa)s de corante vermelho
200g de chocolate meio amargo, em gotas ou pedacinhos
cerca de 100g de açúcar de confeiteiro (usei impalpável), para envolver os biscoitos
Pré-aqueça o forno a 180°C. Forre duas assadeiras grandes, de beiradas baixas, com papel manteiga.
Na batedeira, bata a manteiga, o açúcar mascavo e a baunilha até obter uma mistura clara e cremosa. Junte os ovos, um a um, batendo, e raspe as laterais da tigela. Junte o chocolate derretido. Em velocidade baixa, acrescente a farinha, o fermento, o cacau, o sal e o corante e misture somente até incorporar. Com uma espátula de silicone, incorpore as gotas/os pedacinhos de chocolate. Cubra com filme plástico e leve à geladeira por 2-3 horas.
Peneire o açúcar de confeiteiro sobre uma tigela rasa. Usando uma cookie scoop, separe de 1 colher (sopa) nivelada de massa e role levemente pelo açúcar (para evitar que a massa grude demais nas mãos). Forme cada porção em uma bolinha e passe novamente pelo açúcar, desta vez cobrindo generosamente. Coloque nas assadeiras deixando 5cm de distância entre uma e outra. Asse por 10-12 minutos ou até que os biscoitos craquelem e estejam levemente firmes nas extremidades. Deixe esfriar completamente nas assadeiras sobre gradinhas.
Rend.: cerca de 50
sexta-feira, dezembro 20, 2013
Torrone de Natal e um filme pra lá de superestimado
Estava lendo alguma coisa sobre “Spring Breakers: Garotas Perigosas” ontem e resolvi assistir o tão famigerado “Kids”, cujo roteiro foi escrito por Harmony Korine. Eu me lembro do bafafá causado pelo filme em seu lançamento, há muitos anos, e agora que o vi percebo que foi somente por seu conteúdo “polêmico” e não por ter qualquer qualidade. É um filme pobre, desconfortável de assistir e completamente desnecessário – uma hora e meia da minha vida desperdiçadas com algo tão superestimado.
Quando eu era pequena, todo ano, em meados de dezembro, meu pai recebia uma cesta de Natal da empresa em que trabalhava: havia panetone, ameixas secas, passas, caixa de bombons e torrone (a minha guloseima preferida da cesta). Hoje, os torrones que encontro para comprar nada tem a ver com os torrones daquela época – acredito que tanto o produto quanto as minhas papilas gustativas mudaram – e até pouco tempo atrás eu achava o doce bem superestimado (e crianças de seis anos não sabem nada de bons doces, não é mesmo?) :D.
Isso foi até eu fazer torrone em casa. ;)
Se vocês estiverem sem tempo ou não tiverem um termômetro culinário em casa (essencial para esta receita), usem as suas claras, pistaches e cranberries para preparar torrone em forma de financier.
Torrone de Natal
da Martha
- xícara medidora de 240ml
papel arroz comestível suficiente para duas camadas em uma forma de 22,5x32,5
1/3 xícara de amido de milho
3 claras grandes
1 xícara de mel
3 xícaras (600g) de açúcar cristal
½ xícara (70g) de açúcar de confeiteiro
130g de pistaches crus e sem sal
130g de cranberries secas
Forre uma forma retangular de 22,5x32x5cm com o papel arroz, sem sobrepor as folhas (recorte-as se necessário).
Salpique uma superfície limpa e seca com o amido de milho. Coloque as claras na tigela grande da batedeira e use o batedor em formato de pá. Reserve.
Em uma panela média, misture o mel e o açúcar cristal. Leve ao fogo médio e cozinhe até que a mistura comece a ferver, cerca de 4 minutos. Coloque um termômetro culinário na panela e continue cozinhando a mistura, mexendo ocasionalmente.
Bata as claras até que elas formem picos firmes; junte o açúcar de confeiteiro e bata para incorporar. Quando o termômetro registrar 157°C retire a panela do fogo. A temperatura vai subir para 160°C – misture com uma espátula de silicone até que a temperatura baixe para 148°C, 1-2 minutos. Com a batedeira ligada, despeje a mistura quente lentamente nas claras (despeje na lateral da tigela, evitando que a mistura quente atinja o batedor e espirre em você) e continue batendo – elas aumentarão bastante de volume; aguarde alguns segundos até que o volume volte ao normal e continue batendo e despejando a mistura de açúcar. Bata até que a mistura fique espessa e comece a grudar no batedor. Junte o pistache e as cranberries.
Despeje a mistura sobre a superfície coberta com o amido de milho (eu achei mais fácil removê-la da tigela usando as mãos, já que é bem firme e a espátula não dá conta). Dobre a massa três vezes, evitando ao máximo incorporar muito amido de milho. Transfira para a forma forrada com papel arroz e espalhe com as mãos até preencher a forma completamente. Cubra com outra folha de papel arroz e deixe esfriar sobre uma gradinha. Corte em pedaços enquanto ainda estiver morno. Guarde em recipiente hermético, entre folhas de papel manteiga, por até duas semanas.
Rend.: cerca de 40 pedaços – fiz exatamente a receita acima usando uma forma de 20x30cm
quarta-feira, dezembro 18, 2013
Brownies de gingerbread e um filme que eu deveria ter visto em 2006
Enquanto há filmes que vejo repetidas vezes, existem outros que não consigo dar um jeito de ver, não importa o quanto eu queira: se está passando na TV, é bem na hora em que tenho que ir a algum outro lugar (ou irá ao ar às três da manhã), ou no final de semana em que eu trago o DVD para casa simplesmente não encontro tempo para sentar e assistir – e assim por diante. Um destes filmes era “Filhos da Esperança”: alguns dias atrás consegui finalmente ver, e nossa, que filmaço. Alfonso Cuarón já tinha me ganhado com o excelente “Gravidade”, e em “Filhos da Esperança” seu trabalho é pura perfeição – não há palavras para descrever seu trabalho na direção e é simplesmente ridículo que ele não tenha sido indicado a Melhor Diretor; na verdade, o filme teve apenas três indicações ao Oscar (“Histórias Cruzadas”, por exemplo, teve quatro, pelamordedadá), e Clive Owen foi ignorado enquanto que Forest Whitaker levou pra casa o prêmio. Tenho nem o que dizer.
Então aqui estou, com sete anos de atraso, me odiando por ter demorado tanto para ver uma obra-prima como “Filhos da Esperança”. Como não quero que esse tipo de coisa aconteça quando o assunto é comida, lhes trago estes brownies de gingerbread, deliciosos e facílimos de fazer: não tinha certeza de os prepararia, afinal de contas a série de Natal deste ano está bem chocolatuda, mas pra que esperar? Nem sete anos, nem mesmo sete dias. :D
Brownies de gingerbread
um tiquinho adaptados sempre deliciosa Delicious Australia
185g de manteiga sem sal, picada
150g de chocolate meio-amargo picado – usei um com 53% de cacau
200g de açúcar mascavo
3 ovos
1 colher (chá) de extrato de baunilha
150g de farinha de trigo
¼ colher (chá) de fermento em pó
1 pitada de sal
½ colher (chá) de canela em pó
½ colher (chá) de gengibre em pó
½ colher (chá) de noz-moscada ralada na hora
3 colheres (sopa) de cacau em pó, sem adição de açúcar, peneirado – meça, depois peneire
100g de chocolate meio-amargo, extra, em gotas ou picado
Pré-aqueça o forno a 180°C. Unte levemente com manteiga uma forma quadrada de 20cm, forre-a com papel alumínio deixando sobrar em dois lados opostos, formando “alças”, e unte o papel também.
Em uma tigela grande refratária, derreta a manteiga e os 150g de chocolate em banho-maria (fogo baixo, sem deixar o fundo da tigela tocar a água). Retire do fogo e deixe esfriar um pouquinho.
Adicione o açúcar e misture. Adicione os ovos, um a um, batendo bem a cada adição. Junte a baunilha, a farinha, o fermento, o sal, as especiarias e o cacau e misture para incorporar. Acrescente os 100g de chocolate restantes e incorpore gentilmente. Transfira a massa para a forma preparada e alise a superfície.
Asse até que os brownies firmem levemente nas laterais da forma e um palito inserido no centro saia com migalhas úmidas, cerca de 20 minutos. Retire do forno e deixe esfriar completamente na forma, sobre uma gradinha.
Corte em quadradinhos para servir.
Rend.: 16 brownies
segunda-feira, dezembro 16, 2013
Biscoitinhos de gengibre com chocolate branco e o melhor filme de terror de todos os tempos
Bem como a minha lista de receitas “a fazer”, a lista de filmes que quero ver cresce a cada dia – há sempre alguma coisa interessante que ainda não vi, novos lançamentos toda semana... Acho que jamais darei conta de nenhuma das listas. :D
Para tornar tudo mais difícil, de vez em quando me dá vontade de rever os meus filmes preferidos, especialmente aqueles que vi na adolescência – parece que agora que sou mais velha consigo saboreá-los mais. Semana passada assisti a “Coração Satânico” novamente (pela terceira vez, para ser mais exata) e achei ainda mais fantástico do que da última vez, anos atrás. Achei as atuações ainda melhores – o quão excelente está Mickey Rourke neste filme? – o roteiro ainda mais genial e a maneira como Alan Parker desenvolve tudo isso, sublime. Considero “O Exorcista” o filme de terror mais assustador já feito, mas para mim o melhor é, sem dúvida, “Coração Satânico”.
Achei que já tivesse bastado de biscoitos de gengibre neste Natal, mas quando vi estes botõezinhos tão bonitinhos tive de fazê-los: se não consigo evitar assistir a certos filmes várias e várias vezes, como conseguiria resistir a biscoitos de especiarias recheados de chocolate branco (duas coisas que adoro)? ;)
Biscoitinhos de gengibre com chocolate branco
um nadinha adaptados daqui
- xícara medidora de 240ml
Biscoitos:
1/3 xícara (75g) de manteiga sem sal, amolecida
¾ xícara (150g) de açúcar cristal
1 ovo
1/3 xícara (80ml) de melado de cana
2 xícaras (280g) de farinha de trigo
1 ½ colheres (chá) de gengibre em pó
1 colher (chá) de bicarbonato de sódio
1 colher (chá) de canela em pó
¼ colher (chá) de cravo em pó
1 pitada de sal
Recheio:
140g de chocolate branco, picadinho
1 pitada de canela
Biscoitos: pré-aqueça o forno a 180°C. Forre duas assadeiras grandes, de beiradas baixas, com papel manteiga.
Em uma tigela média, misture com um batedor de arame a farinha, o gengibre, o bicarbonato, a canela, o cravo e o sal. Reserve.
Com a batedeira, bata a manteiga e o açúcar até obter um creme claro. Batendo, junte o ovo, o melado e a baunilha. Em velocidade baixa, acrescente os ingredientes reservados e bata somente até incorporar. Faça bolinhas com 1 colher (sopa) nivelada de massa e coloque-as nas assadeiras preparadas, deixando 5cm de distância entre elas. Usando uma colher medidora redondinha ou o cabo de uma colher de pau faça um buraquinho no centro de cada bolinha. Asse até que as extremidades dourem levemente, 10-12 minutos. Deixe esfriar nas assadeiras sobre uma gradinha por 5 minutos; retire com cuidado, transfira para a gradinha e deixe esfriar completamente.
Recheio: coloque o chocolate em uma tigelinha refratária e leve ao banho-maria (fogo baixo, sem deixar que o fundo da tigela toque a água), mexendo até derreter. Retire do fogo e coloque cerca de ½ colher (chá) dentro de cada buraquinho dos biscoitos. Polvilhe com a pitadinha de canela e deixe o chocolate firmar (cerca de 1 hora).
Os biscoitos podem ser guardados em um recipiente hermético, entre camadas de papel manteiga, por até 5 dias ou congelados por até 2 meses.
Rend.: cerca de 45 biscoitos
sexta-feira, dezembro 13, 2013
Rocky road de Natal + duas interpretações fenomenais
Dias atrás, graças às maravilhosas pessoas que postam filmes na Internet (um obrigada gigante a vocês), consegui finalmente assistir a “Behind the Candelabra” e que filme excelente, gente: eu esperava algo bom, afinal de contas o diretor é Steven Soderbergh, mas foi muito mais do que eu esperava por causa de Michael Douglas e Matt Damon. Jamais pensei que Douglas pudesse ser capaz de uma interpretação tão fantástica – acho que dependendo da nossa idade a tendência é associá-lo ao tipo herói de ação ou aos personagens sexuais do passado (eu gosto muito dele em “Traffic”, também, e não é sua culpa se Oliver Stone arruinou “Wall Street: O Dinheiro Nunca Dorme”).
Por algumas horas Michael Douglas foi Liberace, indo além de simplesmente usar roupas extravagantes: a voz, o cabelo, os gestos, estava tudo ali, perfeitamente executado.
Adoro atores versáteis e por isso Matt Damon é um dos meus favoritos: sendo um rostinho bonito ele poderia facilmente ter se contentado com o posto de galã e ter tomado o caminho das comédias românticas, mas em vez disso ele escolheu a diversidade e tem mostrado o quão bom ator é. Ele está brilhante como Scott Thorson e é uma pena que ele e Michael Douglas estejam competindo um contra o outro na temporada de premiações, pois ambos merecem uma enxurrada delas.
Minha série de Natal continua, desta vez com uma receita fácil e que não vai ao forno: assim como as roupas de Liberace eram cravejadas de cristais e strass, estas barrinhas rocky road são cravejadas de delícias como frutas secas e marshmallow. :)
Dei sorte e encontrei manjar turco à venda na Casa Santa Luzia (com o nome de “rahat”); entretanto, já tinha decidido fazer as barrinhas mesmo que tivesse de usar outro ingrediente e cogitei trocar o manjar turco por amaretti; usem a imaginação caso não encontrem os ingredientes listados abaixo – tenho certeza de que outras frutas secas e castanhas ficariam deliciosas, também.
Rocky road de Natal
um tiquinho adaptado da sempre lindíssima revista Donna Hay
800g de chocolate meio amargo – usei um com 53% de cacau
1 ½ colheres (sopa) de óleo de canola
120g de cranberries secas
180g de mini marshmallows
200g de manjar turco em cubinhos (também conhecido como lokum ou rahat – foi assim que encontrei à venda na Casa Santa Luzia)
120g de pistaches picados grosseiramente
Unte bem levemente com manteiga uma forma de 20x30cm e forre-a com papel alumínio (a manteiga vai servir simplesmente para manter o papel alumínio no lugar, para que ele não fique “dançando” na forma).
Coloque o chocolate e o óleo em uma tigela refratária e leve ao banho-maria – em fogo baixo e sem deixar que a base da tigela toque a água – mexendo ocasionalmente até o chocolate derreter completamente.
Em uma tigela grande, misture as cranberries, os marshmallows, o manjar turco e os pistaches.
Retire a tigela de chocolate do fogo e reserve cerca de 1 xícara da mistura. Despeje o restante sobre os ingredientes na tigela grande e misture até cobri-los bem. Transfira para a forma preparada e aperte bem na forma. Regue com o chocolate reservado e alise a superfície. Leve à geladeira por 1 hora ou até firmar. Vire o bloco de chocolate sobre uma superfície bem seca e remova o papel alumínio. Corte o bloco em barrinhas ou quadradinhos.
Rend.: 74 pedacinhos pequeninos (ou corte-os do tamanho que preferir)
quarta-feira, dezembro 11, 2013
Vanillekipferl (biscoitinhos de baunilha vienenses) e uma competição nada justa
O pessoal por trás do Oscar parece ter desenvolvido uma estratégia para deixar as performances mais poderosas de fora da competição (talvez para assegurar que aquelas mais ou menos levem os prêmios? Quem sabe). Ano passado tanto Tilda quanto Michael Shannon não foram incluídos no joguinho (e eles estavam absolutamente magníficos em “Precisamos Falar Sobre o Kevin” e “O Abrigo”, respectivamente), e 2013 será lembrado por mim como o ano em que Marion Cotillard foi ignorada apesar de ter sambado na cara de todos com “Ferrugem e Osso”. O filme é tão maravilhoso que ainda não consegui escrever uma linha sequer sobre ele (costumo chamar de “efeito ‘Árvore da Vida´”), e a interpretação de Marion é algo sublime. Harvey Weinstein deve ter sentido profundo alívio quando Marion não foi indicada, pois ela definitivamente tornaria as coisas bem mais difíceis para Jennifer Lawrence – eu a adoro, mas aquele Oscar foi uma piada (e uma demonstração do poder do lobby).
Estes biscoitos, com seu nome germânico e seu incrível sabor de baunilha, são um dos melhores que já fiz (e olhem que já fiz biscoito nessa vida); são deliciosos, derretem na boca, e como são bonitinhos podem ser uma boa opção de presente ou uma adição à mesa do Natal – só tenho pena de qualquer outro biscoito perto deles, pois a competição não seria nada justa... ;)
Favas de baunilha são um ingrediente caro e não as uso com frequência, mas como é Natal acho que um pouquinho de luxo não faz mal; caso queiram preparar os biscoitos, não se esqueçam de planejar com antecedência: o açúcar de confeiteiro da cobertura e a baunilha precisam de um tempo para se conhecer melhor. ;)
Vanillekipferl (biscoitinhos de baunilha vienenses)
um tiquinho adaptados do The Gourmet Cookbook: More than 1000 recipes
- xícara medidora de 240ml
Açúcar baunilhado (para envolver os biscoitos):
170g de açúcar de confeiteiro (usei impalpável)
1 fava de baunilha, aberta no sentido do comprimento, sementes removidas com as costas de uma faca
Biscoitos:
245g de farinha de trigo
25g de açúcar de confeiteiro
1 pitada de sal
70g de farinha de amêndoa
1 fava de baunilha, aberta no sentido do comprimento, sementes removidas com as costas de uma faca
170g de manteiga sem sal, gelada e em cubinhos
2 colheres (chá) de extrato de baunilha
Comece preparando o açúcar baunilhado: coloque o açúcar, as sementes de baunilha e a fava em uma tigela pequena e misture com as pontas dos dedos para aromatizar o açúcar. Cubra com filme plástico e deixe em temperatura ambiente de um dia para o outro.
Biscoitos: no processador de alimentos, misture a farinha de trigo, o açúcar de confeiteiro, o sal, a farinha de amêndoa e as sementes de baunilha. Junte a manteiga e pulse para incorporar (a mistura vai parecer uma farofa grossa). Com o processador ligado, acrescente o extrato de baunilha e processe apenas até que uma massa comece a se formar. Forme um disco com a massa, embrulhe em filme plástico e leve à geladeira por pelo menos duas horas (ou de um dia para o outro).
Pré-aqueça o forno a 180°C. Forre duas assadeiras grandes, de beiradas baixas, com papel manteiga.
Separe porções de ½ colher (sopa) nivelada de massa e formate um cilindro com elas; entorte levemente as pontas de cada cilindro para formar uma meia-lua e coloque-as nas assadeiras deixando 2,5cm de distância entre uma e outra. Asse por 10-15 minutos ou até que dourem bem levemente.
Com cuidado, passe os biscoitinhos ainda mornos no açúcar baunilhado e então transfira para uma gradinha. Deixe esfriar antes de guardar em recipiente hermético e polvilhe com mais açúcar baunilhado antes de servir.
Rend.: cerca de 50 biscoitos
segunda-feira, dezembro 09, 2013
Barrinhas de eggnog e mexendo com ícones
Muita gente que conheço é contra remakes – eu não; acho que há ótimos remakes – alguns são superiores aos originais – e há os ruins, também. É a vida, né?
Acho que é difícil lidar com personagens tradicionais e icônicos (a menos que você seja David Fincher) e talvez alguns deles deveriam ser deixados em paz, mesmo, em toda a sua glória. Chloë Grace Moretz prestou um desserviço à sua carreira ao interpretar pobremente uma personagem elevada à perfeição por Sissy Spacek, e “Carrie” é um filme tão ruim no geral que nem a deusa Julianne Moore salva (o que, para mim, impressiona).
Vamos mexer com coisas tradicionais e icônicas de um jeito melhor? Peguemos uma bebida de Natal (típica dos EUA) e a transformemos em bolos, biscoitinhos e barrinhas de cheesecake – eu não acho que alguém vá ficar desapontado. ;)
Barrinhas de eggnog
um nadinha adaptadas do excelente The Good Cookie: Over 250 delicious recipes, from simple to sublime
- xícara medidora de 240ml
Base:
150g de bolacha Maria/maisena
¾ colher (chá) de canela em pó
9 colheres (sopa) - 125g - de manteiga sem sal, derretida
Recheio:
335g de cream cheese, amolecido
2/3 xícara (133g) de açúcar cristal
2 colheres (chá) de amido de milho
1 ovo grande
2 gemas grandes
1/3 xícara (80ml) de creme de leite fresco
3 colheres (sopa) de conhaque
1 ½ colheres (chá) de extrato de baunilha
¼ colher (chá) de noz-moscada ralada na hora + um pouquinho extra para polvilhar sobre as barrinhas antes de servir
Base: pré-aqueça o forno a 180°C – você vai assar as barrinhas no centro do forno. Unte levemente com manteiga uma assadeira de 20x30cm, forre-a com papel alumínio deixando sobrar 5cm de dois lados opostos, formando “alças” e unte o papel também.
No processador de alimentos, triture as bolachas. Junte a canela e pulse para incorporar. Com o processador ligado, adicione a manteiga e processe até incorporá-la. Transfira a mistura para a forma preparada e pressione no fundo da forma. Asse por 8-10 minutos ou até que a base estufe levemente e firme.
Deixe esfriar sobre uma gradinha enquanto prepara o recheio. Diminua a temperatura do forno para 160°C.
Recheio: na tigela da batedeira, bata o cream cheese e o açúcar em velocidade média até obter uma mistura cremosa e clara, cerca de 1 minuto. Batendo, junte o amigo de milho, seguido do ovo e das gemas, um a um, batendo até incorporar. Raspe as laterais da tigela conforme necessário. Adicione o creme de leite, o conhaque, a baunilha e a noz-moscada. Espalhe o recheio sobre a base. Asse por 15-20 minutos ou até que o recheio firme. Deixe esfriar completamente sobre uma gradinha e então leve à geladeira.
Antes de servir, polvilhe com um pouquinho de noz-moscada ralada na hora e corte em barrinhas ou quadradinhos.
Rend.: 24 unidades
sexta-feira, dezembro 06, 2013
Blondies de speculaas e um dos trailers mais lindos que já vi
Minha irmã e eu adoramos ver os trailers quando vamos ao cinema, e depois de cada um deles nos entreolhamos e dizemos “sim” ou “não” (se vamos ou não assistir àquele filme quando entrar em cartaz). Semanas atrás, na sessão de “Em Chamas”, vimos o trailer de “A Vida Secreta de Walter Mitty” e confesso que quando a cara de Ben Stiller apareceu na tela eu já estava pronta para dizer “não” – realmente não suporto os filmes dele – mas no final do trailer nós duas dissemos um “sim” bem empolgado. :)
Um dos trailers mais lindos que já vi e a trilha magnífica (a canção não saiu da minha cabeça desde então) me fizeram querer ver um filme estrelado por Ben Stiller – eu mal podia acreditar. :D
Também foi difícil crer que eu poderia ter speculaas sem a novela de abrir massa, gelar massa, cortar massa (e gelar mais uma vez) – um biscoito do tipo roll out neste calor já é mais do que suficiente. :) As blondies do Edd Kimber trazem todos os sabores deliciosos dos speculaas e ainda tem chocolate – como não amar? :D
As blondies ficaram bem saborosas e fininhas, mas para mim isso não é um problema: aprendi a gostar de barrinhas assim depois de ser apresentada aos brownies de Alice Medrich.
Blondies de speculaas
um tiquinho adaptadas do delicioso The Boy Who Bakes
- xícara medidora de 240ml
½ xícara (113g) de manteiga sem sal
½ colher (chá) de gengibre em pó
1/8 colher (chá) de noz moscada ralada na hora
1/8 colher (chá) de cravo em pó
1/8 colher (chá) de cardamomo moído
200g de açúcar mascavo claro
1 ovo
1 colher (chá) de extrato de baunilha
125g de farinha de trigo
1 pitada de sal
½ colher (chá) de fermento em pó
30g de chocolate branco, picado ou em gotinhas
30g de chocolate meio amargo, picado ou em gotinhas
60g de amêndoas, levemente tostadas e frias, picadas
Pré-aqueça o forno a 180°C. Unte levemente com manteiga uma forma quadrada de 20cm, forre-a com papel alumínio deixando sobrar em dois lados opostos, formando “alças”, e unte o papel também.
Derreta a manteiga em uma panela média em fogo médio-alto, junte as especiarias e cozinhe por 2 minutos, mexendo. Acrescente o açúcar e cozinhe por mais 2 minutos, mexendo sempre. Retire do fogo e deixe esfriar. Com um batedor de arame, misture o ovo e a baunilha. Com uma espátula de silicone, incorpore gentilmente a farinha, o fermento e o sal. Adicione os chocolates e a amêndoa. Espalhe a massa na forma preparada e alise a superfície. Asse por 15-20 minutos ou até que um palito inserido no centro saia com migalhas úmidas (como um brownie). Deixe esfriar completamente na forma, sobre uma gradinha. Corte em quadradinhos para servir.
Rend.: 16 unidades