Levanta a mão quem recorre ao bom e velho macarrãozinho em momentos de pressa/aperto! 0/
Aqui em casa macarrão já nos salvou várias vezes. Eu me lembro de quando era mais jovem e tinha dois empregos (trabalhava em escritório no horário comercial e dava aula à noite e aos sábados) e ao chegar em casa, depois das 10 da noite, cozinhava macarrão cabelo de anjo (3 minutos) e passava na manteiga com salsinha picada (direto do congelador) – impossível contar quantas vezes esse foi o meu jantar!
O macarrão que lhes trago hoje é inspirado no macarrão com molho de tomate rústico da Rita Lobo: adaptei a receita usando tomate cereja em vez de italiano, acrescentando vinho e azeitona preta, inspiração do também delicioso macarrão à putanesca – gosto da receita da Nigella.
Em tempos pré-pandemia já adicionei cubos de feta a esta receita e fica incrível – só que colocava separado no meu prato, porque o floquinho de neve do meu marido não gosta de queijo fedido. :D
Macarrão com molho de tomate cereja e azeitona
receita minha, inspirada neste macarrão da Rita Lobo
- xícara medidora de 240ml
200g de macarrão curto da sua preferência – eu gosto de usar orecchiette, porque são como piscininhas de molho, mas com parafuso e penne fica ótimo também
1 colher (sopa) de azeite de oliva
1 ¼ xícaras (200g) de tomates cereja cortados ao meio – quanto mais maduros, melhor
sal e pimenta do reino moída na hora
1 dente de alho, amassado/socado no pilão até virar purê*
10 azeitonas pretas grandes, sem os caroços, rasgadas em pedaços – se as suas forem pequeninas, use um pouco mais
¼ xícara (60ml) de vinho branco seco
1 punhado de folhas de manjericão fresco – na quarentena tenho feito sem mesmo, como na foto
Em uma panela grande, aqueça água até ferver. Acrescente sal. Quando ferver, adicione o macarrão e cozinhe pelo tempo indicado na embalagem.
Enquanto o macarrão cozinha, prepare o molho: em uma frigideira antiaderente grande, ou panela rasa, junte o azeite e os tomates e leve ao fogo médio-alto, mexendo algumas vezes, até que os tomates comecem a soltar seu suco e amolecer. Tempere com sal e pimenta e vá refogando, apertando os tomatinhos com as costas de uma colher de pau, para que eles desmanchem e formem o molho. Quando os tomates estiverem já desmanchando, junte o alho e refogue por 1 minutos apenas – não deixe o alho queimar ou vai amargar a receita.
Acrescente as azeitonas, seguidas do vinho, abaixo fogo para médio e cozinhe, mexendo algumas vezes, até o vinho começar a reduzir – neste momento o molho vai encorpar. Junte o manjericão – neste momento, caso ainda falte muito para o macarrão terminar de cozinhar, desligue o fogo para não ressecar o molho.
Escorra o macarrão, reservando ¼ xícara (60ml) da água do cozimento. Transfira o macarrão escorrido para a panela com o molho e cozinhe por 1 minuto, misturando bem – se o molho estiver seco demais, junte a água reservada, aos poucos. Sirva imediatamente.
Rend.: 2 porções
terça-feira, junho 23, 2020
Macarrão com molho de tomate cereja e azeitona para dias de pressa
quinta-feira, junho 18, 2020
Bolo formigueiro de laranja e iogurte para comemorar um GRANDE DIA!
Fiz este bolinho delicioso semana passada e não planejava postar a receita aqui no blog tão cedo, já que é uma versão do bolo mármore que publiquei semanas atrás, mas como hoje é um GRANDE DIA divido com vocês um bolo formigueiro de LARANJA e iogurte macio, fofinho, delicioso e perfumado.
FORA BOLSONARO!
Bolo formigueiro de laranja e iogurte
um nadinha adaptado do Epicurious
- xícara medidora de 240ml
1 ½ xícaras (210g) de farinha de trigo
2 colheres (chá) de fermento em pó
¼ colher (chá) de sal
1 xícara (200g) de açúcar, cristal ou refinado
raspas da casca de 1 laranja grande
¾ xícara (180g) de iogurte natural integral – usei de ovelha, por causa da lactose
½ xícara (120ml) de óleo vegetal – usei de canola
2 ovos grandes, temperatura ambiente
1 colher (chá) extrato de baunilha
3 colheres (sopa) de chocolate granulado
Preaqueça o forno a 180°C. Pincele levemente com óleo uma forma de bolo inglês com capacidade para 6 xícaras de massa (1 litro e meio), forre com papel manteiga deixando sobras nos dois lados mais longos, formando “alças” que vão lhe ajudar a remover o bolo depois de assado. Pincele o papel com óleo também.
Em uma tigela média, peneire a farinha, o fermento e o sal. Reserve.
Em uma tigela grande, junte o açúcar e as raspas de laranja e esfregue com as pontas dos dedos até o açúcar ficar aromatizado. Acrescente o iogurte, o óleo, os ovos e a baunilha misture usando um batedor de arame, até obter uma massa homogênea. Com uma espátula de silicone, incorpore os ingredientes secos, deixando 1 colher (sopa) reservada (para envolver o granulado) – se a massa ficar muito engrumada, misture levemente com o batedor de arame, mas não bata demais para não desenvolver o glúten da farinha. Acrescente o granulado aos ingredientes secos reservados, misture bem para envolvê-los, e então junte tudo à massa e misture.
Despeje a massa na forma preparada e alise a superfície.
Asse por 50-55 minutos ou até que o bolo cresça e doure (faça o teste do palito). Deixe esfriar na forma sobre uma gradinha por 15 minutos, e então remova com cuidado da forma, usando o papel como guia. Transfira para a gradinha e deixe esfriar completamente.
O bolo pode ser guardado em um recipiente hermético por até 3 dias.
Rend.: 8 porções
segunda-feira, junho 15, 2020
Crumble salgado de batata-doce e minhas frescurites gastronômicas
Já lhes contei algumas vezes sobre como o João é chato para comer, e que melhorou muito conforme os anos foram passando (especialmente depois daquela bendita viagem à China), mas hoje vou escrever sobre as minhas frescurites gastronômicas: eu gosto de pensar que como de quase tudo, e acho até que é verdade, mas confesso que se eu puder, evito algumas coisas aqui e ali.
Lembro de quando eu assistia a “Top Chef” e achava o máximo a Gail e a Padma comendo as coisas mais diversas, e ao mesmo tempo pensava “nem a pau eu comeria esse tal de amêijoa-gigante, deus me livre” – joguem no Google e me contem o que acham. :D
Tive, por muitos anos, essa ideia de que já que eu tinha um blog de comida deveria que comer de tudo, gostar de tudo. Graças ao Universo a gente envelhece, amadurece e aprende que ninguém é obrigado a gostar de tudo: não precisa curtir moela e tá tudo bem.
O que eu fico possessa é com o meu irmão, por exemplo, que diz não gostar de uma infinidade de alimentos sem jamais ter sequer provado – como você vai dizer que não gosta se não sabe nem que gosto tem? A pessoa nunca colocou uma folha de alface na boca e diz que não gosta. :S
Estou lhes contando tudo isso hoje para confessar que batata-doce não é mesmo a minha praia: já fiz de vários jeitos, tentando deixar a danada mais interessante, mas não adianta: acho doce demais, não consigo gostar. Aqui em casa a minha última tentativa foi o crumble que lhes trago hoje e ó, não vai rolar mesmo: tentei gostar, mas não deu, fico devendo. Se você, entretanto, não é como eu e adora batata-doce, se joga neste crumble que vai ser sucesso.
Fiz de dois modos diferentes (na receita os detalhes) e gostei mais da versão vegetariana, trocando o bacon por parmesão. E peço que usem farelo de pão em vez de farinha de rosca – a diferença na textura e no sabor é ENORME.
Crumble salgado de batata-doce
receita minha
2 batatas-doces pequenas (250g no total), descascadas e em cubos de 1,5cm
sal e pimenta do reino moída na hora
2 fatias de bacon, em tirinhas de 2cm OU 2 colheres (sopa) de parmesão ralado fininho para uma versão vegetariana da receita
¾ xícara de farelo de pão* (pão velho moído grosseiramente)
1 ½ colheres (chá) de orégano seco
1 colher (sopa) de azeite de oliva extra virgem
Preaqueça o forno a 200°C. Unte com azeite um refratário de 20cm de diâmetro.
Coloque os cubos de batata-doce em uma panela pequena e cubra com água fria. Leve ao fogo alto e, quando começar a ferver, conte 5 minutos. Escorra bem e transfira para o refratário untado. Tempere com sal e pimenta do reino e reserve.
Enquanto isso, doure o bacon em uma frigideira antiaderente por alguns minutos até que fique crocante. Transfira para um prato forrado com papel toalha e deixe esfriar (descarte o excesso de gordura que ficar na panela).
Em uma tigela pequena, coloque o farelo de pão. Tempere com sal e pimenta (pouco sal, por causa do bacon ou do queijo) e junte o orégano. Acrescente o azeite aos poucos, misturando bem até obter uma farofa úmida – se ficar sequinha demais, junte um fio de azeite a mais e vá misturando. Se fizer a versão vegetariana da receita, junte o parmesão e misture. Se fizer a versão com bacon, junte os pedacinhos de bacon e misture. Espalhe a farofinha sobre os cubos de batata e leve ao forno por 12-15 minutos ou até dourar bem. Sirva em seguida.
* no crumble da foto usei farinha de rosca e, apesar de caseira, é muito fininha para esta receita. Quando refiz o crumble na versão com queijo e usei o farelo de pão ficou muito melhor
Rend.; 2-3 porções, dependendo do quanto vocês gostam de batata-doce. :D
quinta-feira, junho 11, 2020
Calzones de ratatouille - receita com jeitão de final de semana
Semana passada falei para o João que queria preparar algo diferente para o almoço no final de semana: não queria macarrão nem arroz com feijão, e estava com vontade de testar uma receita nova.
Dando uma olhada no gavetão de legumes encontrei uma berinjela, uma abobrinha e algumas cenouras – era só isso mesmo, não havia muito para escolher. Guardei as cenouras para outro uso e juntei a berinjela e a abobrinha em uma espécie de ratatouille, acrescentando extrato de tomate e azeitonas pretas para tornar a mistura mais interessante. Adicionei queijo e assim obtive o recheio para estes calzones e lhes trago a receita hoje com um sorriso orgulhoso: eles ficaram tão bons!
Parece que vasculhar o gavetão de legumes é um ótimo exercício para a criatividade, não? :D
A receita rende 8 calzones grandes, o que é muito para só nós dois em uma refeição apenas, portanto congelei os calzones que restaram e os comemos no jantar ontem.
Se você quiser fazer o mesmo, deixe os calzones esfriarem completamente, embrulhe em papel alumínio e transfira para um saco plástico, vedando bem. Depois de descongelados, os calzones só precisam de 10 minutos no forno quente para ficarem deliciosos novamente.
Calzones de ratatouille
receita minha
- xícara medidora de 240ml
Massa:
2 colheres (chá) de fermento biológico seco
½ colher (chá) de açúcar cristal ou refinado
1 ¼ xícaras (300ml) de água morna
2 colheres (sopa) de azeite de oliva extra virgem
3 xícaras (420g) de farinha de trigo comum
1 ¼ colheres (chá) de sal
Recheio:
1 ½ colheres (sopa) de azeite
½ cebola pequena picadinha
1 dente de alho grande picadinho
1 abobrinha média (240g), em cubos de 1cm
1 berinjela média (300g), em cubos de 1 cm
1 folha de louro
sal e pimenta do reino moída na hora
½ colher (sopa) de extrato de tomate
1 colher (sopa) de vinho branco seco
10 azeitonas pretas grandes, sem os caroços e bem picadinhas
1 ½ xícaras (150g) de mozarela ralada grosseiramente – rale, depois meça
3 colheres (sopa) de parmesão ralado grosseiramente
2 colheres (chá) de orégano seco
Para finalizar os calzones:
azeite de oliva extra virgem, para pincelar os calzones
parmesão ralado a gosto, para polvilhar sobre os calzones
Prepare a massa: na tigela da batedeira planetária, junte o fermento biológico, o açúcar e a água. Misture bem com um garfo e reserve por cerca de 5 minutos ou até a espumar. Acrescente o azeite, a farinha e o sal, misture, e então sove na batedeira por 6-8 minutos ou até obter uma massa lisa e elástica – se for sovar na mão, serão 10-12 minutos, aproximadamente. Forme uma bola com a massa e transfira para uma tigela grande pincelada com azeite – vire a massa uma vez para que todos os lados fiquem untados com o azeite. Cubra com filme plástico e deixe crescer em um lugar morninho, longe de correntes de ar, por 1 hora ou até dobrar de volume – deixei a minha massa fermentar por 1 hora e meia.
Enquanto isso, faça o recheio: aqueça uma frigideira antiaderente grande em fogo médio. Junte o azeite, seguido da cebola e refogue, mexendo algumas vezes, até que a cebola murche. Acrescente o alho e refogue por 1 minuto – não deixe queimar, para não ficar amargo. Acrescente a abobrinha, a berinjela e o louro, tempere com sal e pimenta e refogue, mexendo de vez em quando, até os legumes ficarem macios, 5-7 minutos dependendo do tamanho dos cubinhos. Acrescente o extrato de tomate e refogue por mais 2 minutos – é importante cozinhar bem o extrato para que não fique com sabor de tomate cru. Junte o vinho, cozinhe por 1 minuto e desligue o fogo. Descarte o louro, acrescente a azeitona, misture e deixe esfriar completamente. Quando esfriar, misture a mozarela, o parmesão e o orégano.
Preaqueça o forno a 220°C. Separe duas assadeiras grandes e rasas.
Divida a massa em 8 partes iguais – cada uma delas terá entre 90 e 100g. Usando um rolo, abra cada porção de massa em um círculo de cerca de 25cm. Coloque o recheio em metade da massa, feche formando uma espécie de pastel e enrole bem as extremidades para que o recheio não vaze – eu usei cerca de ½ xícara de recheio por calzone, mas como os tamanhos dos vegetais podem variar, se você tiver balança, pese o total do recheio e divida por 8 para saber quanto colocar em cada calzone. Se não tiver balança, acho que fica mais fácil espalhar o recheio em uma assadeira, fazendo uma camada rasa, e então dividir em 8 partes iguais.
Repita o processo com a massa e recheio restantes. Transfira os calzones para as assadeiras preparadas, deixando 2cm de distância entre eles. Pincele-os com azeite e polvilhe com o parmesão. Leve ao forno por 20-25 minutos ou até que dourem bem. Sirva imediatamente.
Rend.: 8 unidades
segunda-feira, junho 08, 2020
Bolo de azeite e limão
Durante todo esse tempo em isolamento não tenho feito muitos doces – vocês devem ter percebido, pelos meus posts, que as receitas que andam pipocando por aqui são salgadas em sua maioria. O João não é de comer doces e não quero ter que dar conta deles sozinha. Há horas em que a ansiedade bate forte e corro pegar um chocolatinho, mas ter que lidar com um bolo inteiro antes de ficar seco é mais difícil.
Portanto, em quase 3 meses em casa eu fiz 3 bolos até agora, um deles sendo o mármore de iogurte que dividi com vocês semanas atrás. Semana passada bateu uma vontade de bater um bolinho, mas não daria tempo de esperar a manteiga amolecer (não tenho microondas em casa para acelerar o processo). Por isso, acabei fazendo o bolo de azeite da Alice Medrich: fácil de preparar, ficou macio e gostoso. Eu poderia ser usado xerez, como a receita original pedia, mas queria uma receita que mais gente conseguisse fazer nestes tempos, por isso adaptei ligeiramente a receita e usei leite no lugar da bebida. Raspas de limão e uma pitada de noz-moscada tornaram tudo ainda melhor.
Bolo de azeite e limão
adaptado do bolo de azeite e xerez deste livro
- xícara medidora de 240ml
2 xícaras (280g) de farinha de trigo
1 ¼ colheres (chá) de fermento em pó
1/8 colher (chá) de noz-moscada ralada na hora
1/8 colher (chá) de sal
½ xícara + 2 colheres (sopa) - 125g - de açúcar cristal ou refinado
raspas da casca de 2 limões taiti
150ml de azeite de oliva extra virgem
3 ovos gelados
½ colher (chá) de extrato de baunilha
150ml de leite integral, temperatura ambiente
Preaqueça o forno a 180°C. Unte uma forma de furo central com capacidade para 2 litros (8 xícaras).
Em uma tigela média, misture com um batedor de arame a farinha, o fermento, a noz-moscada e o sal. Reserve.
Na tigela da batedeira, junte o açúcar e as raspas de limão e esfregue com as pontas dos dedos até aromatizar o açúcar. Acrescente o azeite e bata com a batedeira até combinar. Junte os ovos, um a um, batendo bem a cada adição. Depois de adicionar o último ovo, bata por mais 3-5 minutos, até obter um creme claro. Junte a baunilha. Com a batedeira desligada, junte 1/3 dos ingredientes secos reservados, e em seguida bata em velocidade baixa somente até incorporar. Desligue novamente a batedeira e acrescente metade do leite. Bata somente até incorporar. Repita o processo até terminar todos os ingredientes, alternando os secos com o leite e terminando com os secos.
Despeje a massa na forma preparada e alise a superfície. Asse por cerca de 50 minutos ou até que o bolo cresça e doure – faça o teste do palito. Deixe esfriar na forma sobre uma gradinha por 20 minutos e então desenforme com cuidado sobre a gradinha. Deixe esfriar completamente.
Rend.: 8-10 porções
terça-feira, junho 02, 2020
Frango com tomate cereja e o programa da Ofélia
Na live que fiz com a Raq há algumas semanas falamos sobre o programa da Ofélia na TV: eu via todos os dias, adorava! Muitas vezes fazia a receita logo no mesmo dia, para o jantar, e recebia vários elogios, pois as receitas eram muito boas, sempre davam certo.
Quanto passei a estudar de manhã, meu irmão gravava o programa para mim, e como reaproveitávamos sempre a mesma fita VHS depois de um tempo a imagem já ficava meio torta, mas não tinha problema: o importante era pegar a receita e anotar todos os detalhes.
A receita de hoje é uma metamorfose de uma receita da Ofélia que aprendi quando tinha uns 12 anos de idade, mais ou menos: era um frango ensopado com tomate em que ela usava um frango inteiro, tomates bem maduros e cozinhava tudo na panela de pressão (quem aí se lembra do jabá da panela Clock?) :D
Com o passar dos anos, fui mudando a receita e acabei usando peito de frango em tiras, para diminuir o tempo de preparo, acrescentei vinho, azeitonas... A versão final, que faço há uns bons anos, é a que lhes trago hoje, e passei a usar tomate cereja porque o molho fica menos ácido assim. Vai muito bem com arroz e era um dos pratos preferidos da minha irmã quando ela era pequena.
Frango com tomate cereja
receita minha
200g de filé de peito de frango, em tirinhas
sal e pimenta do reino moída na hora
2 colheres (sopa) de azeite
½ cebola grande em meias-luas finas
1/3 xícara de salsão picadinho – usei congelado, direto do freezer
1 dente de alho grande, bem picadinho
1 folha de louro
1 1/3 xícara (200g) de tomates cereja, cortados ao meio
2 colheres (sopa) de vinho branco seco
3 colheres (sopa) de azeitonas verdes em rodelas – meça depois de cortadas
2 colheres (sopa) de salsinha picadinha
Tempere o frango com sal e pimenta do reino.
Aqueça metade do azeite em uma frigideira antiaderente grande em fogo alto. Acrescente o frango e sele de todos os lados. Transfira o frango para uma travessa e coloque o azeite restante na panela, abaixando o fogo para médio-alto. Junte a cebola e refogue, mexendo algumas vezes, até que murche. Acrescente o salsão e refogue por mais 1 minuto. Junte o alho e refogue por 1 minuto – não deixe queimar ou vai amargar.
Acrescente e louro e os tomates e refogue, mexendo algumas vezes, até que eles comecem a amolecer e a soltar seu suco, 5-6 minutos – aperte os tomates com uma colher de pau para acelerar o processo. Tempere com sal e pimenta.
Acrescente o vinho e cozinhe por 1-2 minutos ou até o vinho evaporar. Junte as azeitonas e o frango e misture bem. Cozinhe por 5 minutos até que o frango fique bem molhadinho. Acrescente a salsinha e sirva imediatamente.
Rend.: 2 porções
quinta-feira, maio 28, 2020
Sopa de ervilha com abóbora, erros e acertos
Vocês enjoam da própria comida?
Ainda não enjoei da minha – e não é só por causa da quarentena, eu já levava o meu almoço para o trabalho antes da pandemia –, mas confesso que há dias em que eu como e penso: “poderia estar melhor”, ou “isso não combinou com aquilo”.
Quem se identificou levanta a mão.
Cozinhar se virando com o que temos à mão pode render boas surpresas, como o risoto de cenoura e couve que postei outro dia, mas também pode “dar ruim”, como diz o Pingo, como no dia em que fiz arroz, feijão, cenoura e abóbora refogadas juntas (para render, porque eu só tinha um nadinha de cada) e salada de rabanete: achei que a salada destoou do resto, talvez por estar muito frio, ou porque estava muito ardido... Abóbora fica muito mais gostosa assada do que cozida, mas o forno estava ocupado com pão, então ela foi para a panela com a cenoura. Não ficou ruim, mas faltou um brilho, sei lá. Arquivei aquele almoço na pastinha “tentei, mas não consegui”. :D
Mas vamos falar de coisa boa? Teve também a sopa que fiz com um resto da abóbora, 1 batata que já estava mais pra lá do que pra cá, e ervilha congelada. Ficou deliciosa e com uma cor vibrante – quase um creme de abacate fluorescente. :D
Como tanto a abóbora quanto a ervilha são adocicados, a acidez do limão e o salgadinho do bacon são um contraponto perfeito.
Sopa de ervilha com abóbora
receita minha
- xícara medidora de 240ml
2 fatias de bacon picadas
½ colher (sopa) de azeite de oliva
½ cebola grande, bem picadinha
2 dentes de alho grandes, bem picadinhos
2 colheres (sopa) de vinho branco seco
1 batata media (150g), descascada e em cubos
200g de abóbora japonesa em cubos de 2cm – cerca de 1 2/3 xícaras depois de já descascada e picada
sal e pimenta do reino moída na hora
3 ½ xícaras (840ml) de água fervente
1 folha de louro
2 ½ xícaras (325g) de ervilhas congeladas, direto do freezer
suco de ½ limão taiti, para servir
Aqueça uma panela grande em fogo médio-alto. Junte o bacon e frite-o em sua própria gordura, mexendo algumas vezes, até ficar crocante. Usando uma escumadeira, retire do bacon da panela e reserve. Junte o azeite à gordura na panela e então acrescente a cebola, mexendo algumas vezes até que comece a dourar. Junte o alho e refogue por 1 minuto apenas – não deixe queimar para não amargar.
Acrescente o vinho e raspe os queimadinhos do fundo panela com uma colher de pau ou espátula de silicone, até o vinho evaporar. Acrescente a batata e a abóbora, tempere com sal e pimenta e misture. Junte a água e a folha de louro e assim que começar a ferver, baixe o fogo e cozinhe em fogo baixo por 15-17 minutos ou até que os legumes estejam bem macios. Junte as ervilhas e cozinhe por 5 minutos. Retire do fogo, descarte a folha de louro e bata a sopa com um mixer ou no liquidificador, se usar o liquidificador, tome muito cuidado para não se queimar: remova a tampinha menor e então cubra a tampa maior com um pano de prato seco dobrado – desta forma o vapor tem por onde sair e a mistura não espirrará em você.
Junte o suco de limão e sirva a sopa com o bacon reservado por cima.
Rend.: 4 porções como entrada ou 2 como prato principal
terça-feira, maio 26, 2020
Bolinhos de espinafre e queijo
Quem me acompanha lá no Instagram já viu alguns dos meus pratos de almoço: geralmente é comida simples de preparar, para poder encaixar na hora do almoço do trabalho. O feijão eu já deixo no jeito, cozinho bastante e congelo. O arroz faço duas vezes por semana, geralmente, então na hora de comer é só assar legumes, temperar ou refogar algumas folhas (já deixo tudo lavado e descorongado na geladeira), colocar almôndegas no forno ou fazer uma omelete. Jogo rápido.
Mas nos dias em que tenho um pouco mais de tempo, ou quando me organizo para preparar algo na noite anterior, gosto de fazer receitas mais demoradas ou coisas novas para provar. Foi o caso deste bolinhos deliciosos: eu tinha um tanto de espinafre na geladeira e queria algo diferente para usá-lo: se fosse um dia mais corrido, eu simplesmente teria refogado as folhas com alho e uma pitada de noz-moscada e teria ficado muito gostoso; mas em um dia de mais tempo, recorri às minhas fontes de sempre na Internet (Donna Hay, Jamie Oliver, Gourmet Traveller, revistas Delicious inglesa e australiana, Panelinha) e foi no Guardian que encontrei uma receita interessante. Adaptei ligeiramente e os bolinhos foram sucesso até com o João, que honestamente não é fã de bolinhos.
Tenho certeza de que os bolinhos ficariam ótimos assados, mas como eu já estava com o forno ocupado passei-os rapidamente pela frigideira antiaderente com um pouquinho de azeite. Faça como preferir, mas se resolver assar, forre a assadeira com papel alumínio e pincele com azeite, pois a quantidade de queijo nos bolinhos pode fazer com que grudem na assadeira.
Pena que a receita rendeu tão pouquinho – devoramos tudo no almoço e não sobrou nada para contar história. :D
Aproveito para lembrar que na próxima sexta enviarei a newsletter do TK e quem quiser receber a minha cartinha é só clicar aqui para se inscrever. x
Bolinhos de espinafre e queijo
adaptados da receita do Hugh Fearnley-Whittingstal que encontrei no Guardian
- xícara medidora de 240ml
Bolinhos:
4 xícaras (260g) de espinafre fresco, sem os talos, folhas lavadas – meça depois de retirar os talos e aperte as folhas na xícara na hora de medir
1 ½ colheres (sopa) de azeite de oliva
½ cebola média, bem picadinha
1 dente de alho grande, bem picadinho
½ xícara de mozarela ralada grosseiramente – rale, depois meça
2 colheres (sopa) de parmesão ralado fininho
1 colher (sopa) de requeijão ou cream cheese
2 colheres (sopa) de farinha de rosca
¼ colher (chá) noz-moscada ralada na hora
1 ovo, levemente batido com um garfo – o ovo que usei era pequeno, tinha 50g; compro orgânicos e o tamanho varia bastante
sal e pimenta do reino moída na hora
Para fritar os bolinhos:
2 colheres (sopa) de farinha de rosca
1 colher (sopa) de azeite de oliva
Em uma frigideira antiaderente grande, cozinhe o espinafre – sem acrescentar nada mesmo à panela – em duas etapas, mexendo até que as folhas murchem. Transfira para uma peneira. Quando estiver morno o suficiente para ser manuseado, aperte bem as folhas com as mãos, o máximo que conseguir, para retirar todo o excesso de água. Pique bem e deixe esfriar completamente.
Usando a mesma frigideira, aqueça o azeite em fogo médio-alto. Junte a cebola e refogue, mexendo algumas vezes, por 3-4 minutos ou até que fique macia e transparente. Junte o alho e refogue por mais 1 minuto – não deixe o alho queimar para não amargar a receita. Retire do fogo e deixe esfriar completamente.
Transfira o espinafre, a mistura de cebola e alho, os queijos, o requeijão ou cream cheese, a farinha de rosca e a noz-moscada para uma tigela média. Junte o ovo, tempere com sal e pimenta e misture até obter uma massinha. Com as palmas das mãos úmidas, modele bolinhas com a massa, usando 1 ½ colheres (sopa) por bolinha. Transfira para um prato e leve à geladeira por 30 minutos.
Antes de fritar o bolinhos, passe-os pela farinha de rosca, delicadamente. Aqueça o azeite na mesma frigideira usada antes em fogo médio-alto e frite os bolinhos, virando algumas vezes para que dourem por igual – faça isso com cuidado, pois são bem macios. Sirva imediatamente.
Rend.: 10-11 bolinhos
sexta-feira, maio 22, 2020
Frango oriental com cenoura e escarola e saudades de ir ao cinema
Quem acompanha as minhas receitas, seja aqui no blog ou pelo Instagram, já percebeu que não faço muitas receitas orientais: não é por não gostar, é apenas por falta de hábito, mesmo.
Para tentar remediar isso, dei um pulo na Liberdade antes da pandemia e comprei molho de soja da marca Daimaru (não contém glutamato monossódico, dica da minha nutricionista), mirin e óleo de gergelim torrado. Também comprei aqueles arrozinhos caramelados viciantes e acabei com todos eles em uma sessão de cinema: saindo da Liberdade, peguei o metrô e fui direto para o Reserva Cultural – que saudade de ir ao cinema, gente, ainda mais ao Reserva, que não tem gente babaca falando nem adolescente cretino dando risada durante o filme todo. Amo aquele cinema. <3
O meu freezer tem sido um bom aliado durante a pandemia, e ao descongelar os filés de frango planejando o almoço pensei em fazer o meu milanesa de forno, que fica tão gostoso. Só que mudei a rota no meio do caminho e resolvi colocar minhas compras na Liberdade para jogo: usei duas receitas da Rita Lobo como base, uma de carne e outra de frango, e o almoço ficou simplesmente delicioso – como eu já tinha arroz pronto do dia anterior, a refeição ficou pronta em um piscar de olhos.
Frango oriental com cenoura e escarola
receita minha, usando duas receitas da Rita Lobo como base
Marinada:
½ colher (sopa) de amido de milho
1 colher (sopa) de molho de soja (shoyu)
200g de filé de peito de frango, em cubos de aproximadamente 2cm
Restante da receita:
1 ½ colheres (sopa) de óleo, uso dividido
½ cebola grande, em meias-luas não muito finas
1 cenoura pequena (100g), descascada e passada no mandolim
1 dente de alho grande, bem picadinho
5 folhas de escarola (70g no total), em fatias médias
2 colheres (sopa) de shoyu
1 colher (sopa) de mirin
½ colher (chá) de óleo de gergelim torrado
3 colheres (sopa) de castanhas de caju torradas, picadas – meça, depois pique
Marinada: em uma tigela média, junte o amido de milho e o shoyu e misture bem. Junte o frango e envolva bem os pedaços na marinada. Deixe em temperatura ambiente por 15 minutos.
Aqueça uma wok ou uma frigideira antiaderente grande em fogo alto. Junte o óleo. Quando estiver bem quente, acrescente o frango e deixe selar, mexendo uma vez apenas para virar os pedacinhos. Com uma espátula de silicone ou colher de pau, empurre os pedacinhos de frango para as extremidades da panela e, no centro, refogue a cebola por 1 minuto, mexendo algumas vezes. Junte a cenoura e refogue por mais 2 minutos, mexendo algumas vezes.
Abra novamente um espaço no centro da panela e nele despeje o óleo restante. Coloque o alho neste óleo e refogue por 1 minuto – não deixe o alho queimar para não amargar a receita. Misture bem todos os ingredientes na panela e acrescente a escarola. Regue tudo com o shoyu e o mirin e misture bem. Refogue por mais 1 minuto e certifique-se de que o frango esteja cozido por dentro. Desligue o fogo, incorpore o óleo de gergelim e a castanha de caju e sirva imediatamente.
Rend.: 2 porções
terça-feira, maio 19, 2020
Risoto de cenoura e couve com rabanetes assados, ou "risoto do que havia no gavetão de legumes"
Sábado de manhã, aquela preguiça uber-blaster pós-faxina, eu só queria mesmo saber de tomar um banho, abrir um vinho e ficar no sofá. Mas a gente precisa comer, né? E depois da faxina geralmente ficamos bem famintos. Só que a minha criatividade culinarística tinha ido dar um rolê por aí e nem sinal de querer voltar: inspiração zero. Poderia ter feito hambúrguer, mas não tinha descongelado a carne moída. Não queria comer macarrão. Abri a geladeira e saí catando o que havia na minha frente: cenoura, alho-poró, rabanete. Ah, tem umas folhas de couve aqui também, já lavadas e descorongadas. Então vou jogar tudo em um risoto e pronto.
É risoto de cenoura e couve com rabanetes assados, mas poderia muito bem se chamar “risoto do que havia no gavetão de legumes”. :)
Como não havia caldo de legumes pronto, usei alho-poró e cebola no refogado para dar mais sabor ao risoto e fervi uma folha de louro na água que usei como caldo. Deu muito certo! O risoto ficou delicioso, gente, modéstia à parte. No final das contas, o rabanete destoou um pouco: eu queria dar uma textura a mais para o prato, mas funcionou muito bem sem ele. De qualquer forma, deixo aqui a receita, caso vocês queiram servir o rabanete assado em outra refeição.
Risoto de cenoura e couve com rabanetes assados
receita minha
- xícara medidora de 240ml
Rabanetes assados:
5 rabanetes pequenos (100g no total), cortados ao meio no sentido do comprimento; se forem maiorzinhos, corte em 3 ou 4 partes
2 colheres (chá) de azeite de oliva
sal e pimenta do reino moída na hora
Risoto:
3 xícaras (720ml) de água fervente
1 folha de louro
3 colheres (sopa) de manteiga sem sal
½ colher (sopa) de azeite
1 alho-poró pequeno e fininho, só a parte mais clara, em rodelas fininhas
½ cebola pequenina, picadinha
¾ xícara (165g) de arroz arbóreo ou carnaroli
¼ xícara (60ml) de vinho branco seco
sal e pimenta do reino moída na hora
2 cenouras pequeninhas (160g no total – pesadas ainda com a casca e os topos), raladas grosseiramente
2 folhas de couve sem o talo central, rasgadas em pedaços pequenos
¼ xícara (35g) de parmesão ralado grosseiramente
Preaqueça o forno a 200°C. Forre uma assadeira pequena e grande e rasa com papel alumínio. Transfira os rabanetes para o papel, regue com o azeite e tempere com o sal e a pimenta. Misture com as mãos, espalhe na assadeira deixando alguns centímetros entre os pedaços de rabanete e leve ao forno for meia hora, virando os rabanetes do meio do tempo de cozimento. Retire do forno e reserve.
Enquanto isso, faça o risoto: junte a água e a folha de louro em uma panelinha e coloque para ferver. Aqueça uma panela média em fogo médio-alto. Junte metade da manteiga e o azeite e quando aquecer adicione o alho-poró e a cebola, refogando até que fiquem macios, 3-4 minutos. Junte o arroz e refogue por 2-3 minutos, mexendo, até que todos os grãos fiquem cobertos de gordura. Junte o vinho e refogue até que evapore. Tempere com um pouco de sal e pimenta. Acrescente a cenoura e misture bem. Acrescente 1 concha da água com louro quente por vez e vá mexendo até que o caldo quase seque. Acrescente outra concha da água com louro e mexa novamente até que ele quase seque – repita o processo até que o arroz fique al dente, o que vai levar cerca de 20 minutos. Incorpore a couve, e então adicione a manteiga restante e o parmesão, misturando bem. Prove, acerte o sal e a pimenta se necessário, tampe a panela e aguarde 5 minutos. Transfira o risoto para os pratos de servir e arrume o rabanete sobre o arroz, no centro do prato. Sirva imediatamente.
Rend.: 2 porções generosas, ou 3 mais levinhas
quinta-feira, maio 14, 2020
Crumble de maçã com fubá e laranja e meus hábitos alimentares durante a quarentena
Não sei vocês, mas nesta quarentena meus hábitos alimentares tem variado bastante: café da manhã com pão integral caseiro integral e fruta, seguido de almoço também caseiro, o combo do sucesso arroz + feijão acompanhado de vegetais, às vezes carne ou frango (geralmente uma vez por semana, duas no máximo). Chega no jantar... minha força de vontade geralmente se esvai.
Há dias em que faço sopa, há dias em que faço salada caprichada com leguminosas e ovo cozido, mas também há dias em que só quero saber de comer comida que me abraça por dentro: é quando caio na pizza (caseira, porque o medo de ir buscar a pizza na portaria do prédio é maior do que a vontade de comê-la), no pão com tábua de frios e vinho. Se vem avocado na cesta orgânica o jantar é guacamole. E sem contar tudo isso, a vontade de comer doce anda ENORME: algo que acontecia antes somente na TPM se tornou quase que diário.
Nas poucas vezes em que fui ao mercado sempre trouxe chocolate, mas o estoque às vezes acaba em um piscar de olhos. E em um desses momentos de desespero por um docinho eu usei uma maçã que estava rolando na geladeira havia semanas para fazer um crumble, minha sobremesa favorita. Para deixar a receita mais interessante troquei a farinha de trigo da cobertura por fubá e perfumei tudo com raspas de laranja: ficou muito gostoso!
Divido a receita com vocês e espero que gostem tanto quanto eu – tenho certeza de que esta cobertura ficaria deliciosa também com outras frutas, como banana ou pera: use o que tiver em casa.
Crumble de maçã com fubá e laranja
receita minha
- xícara medidora de 240ml
Cobertura:
2 colheres (sopa) de açúcar demerara – este dá mais crocância, mas pode ser substituído por cristal ou refinado
raspas da casca de 1 laranja pequena
½ xícara (70g) de fubá
1/8 colher (chá) de fermento em pó
1 pitada de sal
2 ½ colheres (sopa) – 35g – de manteiga sem sal, gelada e em cubinhos
¼ xícara (22g) de aveia em flocos ou flocos grossos – usei a última
Recheio:
2 maçãs verdes (tipo Granny Smith) médias
2 colheres (sopa) de açúcar
¼ colher (chá) de canela em pó
Preaqueça o forno a 180°C. Separe 2 potinhos refratários com capacidade para 1 xícara (240ml) cada.
Cobertura: em uma tigela média, junte o açúcar e as raspas de laranja e esfregue com as pontas dos dedos até o açúcar ficar aromatizado. Junte o fubá, o fermento em pó e o sal e misture. Acrescente a manteiga e misture com as pontas dos dedos até obter uma farofa grossa. Com um garfo, incorpore a aveia. Leve ao freezer enquanto prepara as maçãs: descasque as maçãs e remova os miolos e as sementes. Corte em cubos pequenos e coloque em uma tigela média, junte o açúcar e a canela e misture bem. Divida entre os refratários, cubra com a farofinha e leve ao forno por cerca de 30 minutos ou até que a farofinha doure bem. Sirva quentinho.
A cobertura pode ser congelada por até 1 mês em um saquinho bem fechado – quando tiver vontade de comer crumble, é só preparar as frutas (quaisquer que você queira) e jogar a cobertura por cima. O tempo de forno aumenta em alguns minutos.
Rend.: 2 porções
terça-feira, maio 12, 2020
Sopa de lentilha vermelha com chips de couve
Como muitos de vocês, tenho cozinhado bem mais desde que a quarentena começou, e não é fácil preparar almoço e jantar todos os dias tentando variar o cardápio e, ao mesmo tempo, usando o que se tem à mão – eu já me sinto como o Bill Murray em “Feitiço do Tempo”, se a comida também for sempre a mesma... Não quero nem pensar nisso. :D
Estava dando uma olhada em receitas que marquei séculos atrás e encontrei esta sopa na Gourmet Traveller, uma das minhas fontes favoritas. Decidi adaptar a receita e também torná-la uma refeição vegana. Não tinha caldo de legumes no freezer e nem uma mísera cenourinha na geladeira para fazer caldo, então além das especiarias também adicionei uma folha de louro e extrato de tomate para reforçar o sabor da sopa. E falando em especiarias, é cozinha de quarentena: use as que vocês tiverem em casa, foi o que fiz.
Para deixar a refeição vegana servi a sopa com chips de couve, o que funcionou lindamente – fiquem à vontade para fazer como a GT sugere e servir a sopa com iogurte. Da próxima vez em que eu for jantar a sopinha (congelei metade para outro dia), vou servir com um ovo pochê – já estou com água na boca. :D
Sopa de lentilha vermelha com chips de couve
sopa adaptada daqui, chips adaptados de várias receitas que vi pela Internet
- xícara medidora de 240ml
Sopa:
1 colher (sopa) de azeite de oliva
1 cebola pequena, bem picadinha
1/3 xícara de talos de salsão, bem picadinhos – pique, depois meça; eu usei congelado, direto na panela
2 dentes de alho grandes, bem picadinhos
1 colher (chá) de sementes de mostarda amarela
½ colher (chá) de cominho em pó
¼ colher (chá) de páprica defumada
1 pitada de pimenta calabresa
1 colher (chá) de extrato de tomate
5 ½ xícaras (1.320ml) de água fervente
1 1/3 xícaras (285g) de lentilhas vermelhas secas
1 folha de louro
sal e pimenta do reino moída na hora
1 limão grande, raspas da casca raladas bem fininhas e o suco
Chips de couve:
5 folhas grandes de couve, sem os talos
1 ½ colheres (chá) azeite de oliva
sal e pimenta do reino moída na hora
Preaqueça o forno a 180°C.
Enquanto o forno aquece, faça a sopa: em uma panela grande, aqueça o azeite em fogo médio-alto. Junte a cebola e refogue, mexendo algumas vezes, até ficar transparente. Acrescente o salsão e refogue por mais 2 minutos. Junte o alho e refogue por 1 minuto apenas – não deixe o alho queimar para não amargar a receita. Acrescente as especiarias, a pimenta calabresa e o extrato de tomate e refogue por 1-2 minutos – é importante cozinhar bem o extrato de tomate para não deixar um sabor de tomate cru na receita. Acrescente a água e quando começar a ferver, junte as lentilhas e a folha de louro. Tempere com sal e pimenta. Abaixe o fogo e deixe cozinhar, mexendo algumas vezes, por 14-16 minutos ou até que as lentilhas estejam maias e comecem a desmanchar.
Enquanto a sopa cozinha, prepare os chips: rasgue as folhas de couve em pedaços menores e transfira para uma assadeira antiaderente. Regue com o azeite, tempere com sal e pimenta e misture com as mãos para besuntar bem a couve. Espalhe a couve pela assadeira e leve ao forno por cerca de 15 minutos. Deixe esfriar completamente antes de servir para que os chips fiquem bem crocantes.
Se você for consumir a sopa na mesma hora, retire a folha de louro, acrescente as raspas e o suco de limão e então processe a sopa com um mixer ou bata no liquidificador – se usar o liquidificador, tome muito cuidado para não se queimar: remova a tampinha menor e então cubra a tampa maior com um pano de prato seco dobrado – desta forma o vapor tem por onde sair e a mistura não espirrará em você.
Caso deseje congelar a sopa, não acrescente o limão – deixe para fazer isso na hora de servir.
Rend.: 4-5 porções
sexta-feira, maio 08, 2020
Almôndegas com quinoa e alho-poró
Sei que ao pensar em almôndegas muita gente já logo associa a molho de tomate, espaguete... Eu adoro almôndegas no molho, com macarrão, é uma refeição deliciosa! Mas aqui em casa a gente quase sempre come almôndega com arroz e feijão + vegetais: acho uma combinação gostosa e prática, já que as almôndegas podem ir do freezer direto ao forno.
Naqueles dias em que a criatividade é zero – e isso tem acontecido com frequência comigo nesta quarentena, não sei com vocês – separo algum legume ou verdura e já tenho o almoço no jeito, porque arroz e feijão sempre há na geladeira ou no freezer. Aliás, ter me libertado da necessidade (auto-imposta) de comer arroz feito na hora foi das melhores coisas que fiz! Tinha essa bobagem de “ai, imagina comer arroz de ontem!” – isso veio de criação e acabei trazendo comigo na vida adulta. Hoje eu como arroz de ontem, de antes de ontem, arroz que estava congelado, sem o menor problema. Quanto tempo perdido nessa vida! :D
As minhas almôndegas preferidas, as de guerra que faço sempre, estão neste link: são deliciosas e uma receita para guardar no caderninho. Mas para variar um pouco as coisas e quando não estou morta de preguiça (sou sincera com vocês!), de vez em quando faço as almôndegas que lhes trago hoje – são igualmente gostosas e ainda ganham estrelinha dourada por causa da adição de quinoa.
Almôndegas com quinoa e alho-poró
receita minha
- xícara medidora de 240ml
Para a quinoa:
1 xícara (240ml) de água fria
¼ xícara (45g) de quinoa em grãos
1 folha de louro
sal
Para o restante da receita:
1 ½ colheres (sopa) de manteiga
1 alho-poró, somente a parte mais clara, em meias-luas finas
1 dente de alho grande, picadinho
450g de carne bovina moída – gosto de patinho
1 ovo
1 punhado de salsinha picada
raspas da casca de 1 limão taiti
½ colher (chá) de sal
pimenta do reino moída na hora
Comece cozinhando a quinoa: aqueça a água em uma panela pequena. Quando começar a ferver, junte a quinoa e o louro, 1 pitada de sal e cozinhe, mexendo algumas vezes, até que a quinoa esteja macia, cerca de 15 minutos. Enquanto isso, aqueça a manteiga em uma frigideira pequena em fogo médio até que derreta e comece a espumar. Acrescente o alho-poró e refogue, mexendo às vezes, por 3-4 minutos, até amaciar. Junte o alho e refogue por 1 minuto – não deixe queimar para não amargar a receita. Retire do fogo e deixe esfriar completamente.
Retire a quinoa do fogo, escorra e passe por água fria, escorrendo bem. Descarte o louro. Deixe a quinoa esfriar completamente.
Preaqueça o forno a 200°C. Forre uma assadeira grande e rasa com papel alumínio e pincele levemente com azeite.
Quando a quinoa e a mistura de alho-poró e alho estiverem frios, transfira-os para uma tigela grande e acrescente todos os outros ingredientes, incluindo a manteiga que sobrou do refogado. Misture bem com as mãos até incorporar bem os ingredientes. Separe porções de 1 ½ colheres (sopa) da mistura e enrole, formando bolinhas (palmas das mãos úmidas facilitam o trabalho). Transfira para a assadeira preparada deixando um espaço entre as almôndegas. Asse por 15 minutos, vire-as, e então asse por mais 10-15 minutos, dependendo de como você gosta. Sirva imediatamente.
Se não for consumir na hora, arrume as bolinhas na assadeira forrada com papel alumínio, mas não precisa pincelar com azeite. Leve ao freezer até que fiquem bem durinhas, cerca de 3 horas, e depois transfira para saquinhos plásticos. Podem ser congeladas por até 2 meses – quando for consumir, pode levar as almôndegas diretamente ao forno, ainda congeladas, em uma assadeira forrada com papel alumínio e pincelada com azeite, aumentando em alguns minutos o tempo de forno.
Rend: cerca de 22 unidades
terça-feira, maio 05, 2020
Bolo mármore de iogurte para trazer uma novidade
Quem me segue nas redes sociais talvez já esteja sabendo que novidade é essa (e para estas pessoas nem é tão novidade assim): criei uma newsletter para o blog e ficaria muito feliz de enviá-la a vocês!
Serão sugestões de receitas e dicas para tentar deixar os seus dias mais saborosos, práticos e saudáveis. Pode parecer algo simples e talvez até mesmo tolo no momento em que vivemos, mas para quem até pouco tempo atrás não sentia mais alegria alguma ligada à cozinha e chorava só de pensar em comida é um grande passo.
Fiz um bolo simples e gostoso para comemorar a notícia que lhes trago – quem quiser assinar a newsletter, é só se inscrever clicando neste link . E quem quiser deixar o café da tarde mais gostoso, deixo aqui a receita do bolo – ele fica úmido, macio e super saboroso.
Bolo mármore de iogurte
um nadinha adaptado do Epicurious
- xícara medidora de 240ml
1 ½ xícaras (210g) de farinha de trigo
2 colheres (chá) de fermento em pó
¼ colher (chá) de sal
1 xícara (200g) de açúcar, cristal ou refinado
¾ xícara (180g) de iogurte natural integral – usei de ovelha, por causa da lactose
½ xícara (120ml) de óleo vegetal – usei de canola
2 ovos grandes, temperatura ambiente
1 colher (chá) extrato de baunilha
2 colheres (sopa) de cacau em pó, sem adição de açúcar
Preaqueça o forno a 180°C. Pincele levemente com óleo uma forma de bolo inglês com capacidade para 6 xícaras de massa (1 litro e meio), forre com papel manteiga deixando sobras nos dois lados mais longos, formando “alças” que vão lhe ajudar a remover o bolo depois de assado. Pincele o papel com óleo também.
Em uma tigela média, peneire a farinha, o fermento e o sal. Reserve.
Em uma tigela grande, misture com um batedor de arame o açúcar, o iogurte, o óleo, os ovos e a baunilha até obter uma massa homogênea. Com uma espátula de silicone, incorpore os ingredientes secos reservados – se a massa ficar muito engrumada, misture levemente com o batedor de arame, mas não bata demais para não desenvolver o glúten da farinha.
Despeje metade da massa em outra tigela e a esta metade junte o cacau, misturando bem. Despeje colheradas de massa na forma preparada, intercalando as cores. Com uma espátula ou faca sem ponta, misture levemente as massas para obter um efeito mármore bem bonito.
Asse por 50-55 minutos ou até que o bolo cresça e doure (faça o teste do palito). Deixe esfriar na forma sobre uma gradinha por 15 minutos, e então remova com cuidado da forma, usando o papel como guia. Transfira para a gradinha e deixe esfriar completamente.
O bolo pode ser guardado em um recipiente hermético por até 3 dias.
Rend.: 8 porções
terça-feira, abril 28, 2020
Macarrão com brócolis e meu momento #classemédiasofre
Como vocês estão, queridos?
Aqui continuamos em casa, isolamento quase que total, só saindo mesmo para o supermercado, pouquíssimas vezes (a cada dez dias, se minha memória não me prega peças) - tenho trabalhado de casa, mas mesmo tendo uma rotina até que normal de segunda à sexta às vezes me perco nos dias. Semana passada, com o feriado na terça, meu cérebro fez um bololô e na quinta eu já nem lembrava que dia era.
O fato de não poder ir ao supermercado tanto quanto gostaria e também a falta de produtos tem ditado o ritmo das comidas aqui em casa: havia anos só usava farinha de trigo orgânica em minhas receitas, tive que ceder e comprar farinha comum, de marcas de que não gosto, porque eram as únicas que pude encontrar – se João e eu ficarmos sem pizza o mau humor vai reinar aqui em casa, sem contar que ele viciou no pão sem sova do Jim Lahey e tenho feito toda semana (alô, Marcinha, minha querida!). :) Houve um dia em que precisei do delivery de um supermercado e percebi o quanto sou chata, pois os legumes e frutas que vieram eu jamais teria escolhido para comprar. Encontrei uma cesta orgânica que entrega aqui em São Caetano, está ajudando bastante e assim precisamos sair ainda menos.
Desculpem as frivolidades, mas é tanta notícia ruim, tanta merda acontecendo neste país que eu precisava desopilar um pouco e compartilhar com vocês o meu momento #classemédiasofre, dar uma reclamadinha básica – quando eu falo essas coisas para o João ele só ri. :D
Em uma das duas compras do delivery pedi brócolis, estava aguada para comer e não encontrava nem congelado, nem na cesta orgânica. Os brócolis vieram já indo pro amarelo (subi no elevador xingando muito, haha), então tive que consumir logo. Fiz um leva assada, que postei no Instagram e ficou deliciosa – recomendo muito! – e o resto virou macarrão. Eu vejo tanta gente, incluindo a Rica Wolf, comentando que o cheiro do brócolis cozinhando é ruim e tal, mas confesso que não ligo – para mim, não é um problema, pois eu simplesmente amo brócolis de tudo quanto é jeito. Só não deixei um restinho dos floretes para colocar na pizza porque ia amarelar totalmente antes disso.
Macarrão com brócolis
receita minha
- xícara medidora de 240ml
3 colheres (sopa) de azeite de oliva
½ cebola grande, picadinha
2 dentes de alho grandes, bem picadinhos
4 tomates maduros, sem pele e sem as sementes, em cubos
sal e pimenta do reino moída na hora
3 raminhos de tomilho fresco, só as folhas, ou a erva que você quiser/tiver em casa
1 maço de brócolis, só os floretes – eu gosto do ramoso, mas quem preferir o ninja pode substituir
400g de macarrão – use a massa curta da sua preferência; com orecchiette fica muito gostoso também
2 colheres (chá) de vinagre balsâmico – também fica gostoso com molho inglês
¼ xícara de parmesão ou pecorino, passados pelo ralador fininho ou triturados no processador (rale, depois meça)
Em uma panela grande, aqueça água até ferver. Acrescente sal.
Enquanto a água ferve, aqueça o azeite em uma frigideira ou panela grande em fogo médio-alto. Junte a cebola e refogue, mexendo às vezes, até murchar. Junte o alho a refogue por 1 minuto – não deixe o alho queimar para não amargar a receita.
Acrescente os tomates, tempere com sal e pimenta, e junte as folhinhas do tomilho (ou da erva que quiser). Refogue, mexendo algumas vezes, até que os tomates comecem a desmanchar e formar um molho, cerca de 5 minutos – se a mistura de tomates estiver sequinha demais, junte 1 ou 2 colheres (sopa) da água do cozimento do macarrão.
Enquanto isso, cozinhe os brócolis na água por 2 minutos – escorra os floretes, transfira para a tábua e corte grosseiramente com a faca. Ao retirar os brócolis da água, coloque o macarrão para cozinhar pelo tempo indicado na embalagem.
Transfira os brócolis picados para o molho (depois dos 5 minutos necessários para ele encorpar). Acrescente o vinagre balsâmico e cheque o tempero. Reserve ½ xícara da água do cozimento e então escorra o macarrão. Incorpore ao molho. Acrescente o queijo ralado, misturando bem – ele deve deixar o molho mais cremoso. Se estiver muito sequinho, junte um pouco da água do cozimento reservada, misturando sempre. Sirva imediatamente polvilhado com mais parmesão ou pecorino.
Rend.: 4 porções
quarta-feira, abril 15, 2020
Ensopadinho de grão-de-bico e couve e vontade de cozinhar
Tenho lido nas redes sociais que as pessoas estão cozinhando mais em casa, por causa da pandemia. Aqui isso sempre foi comum, mas eu lhes contei tempos atrás que andava meio desanimada com a cozinha, fazendo comida só mesmo porque tinha que comer. Tive (e ainda tenho) muitos altos e baixos por causa da depressão. Melhorei com o tratamento, é verdade, mas a melhora veio gradualmente, e houve dias em que eu ficava angustiada só de ter que pensar em comida – sentia fome, fome física de o estômago roncar, mas não tinha vontade de colocar comida na boca. Só queria chorar nestas horas.
Não sinto falta daqueles tempos e espero que eles não voltem.
Atualmente tenho sentido vontade tanto de cozinhar quanto de comer: na maioria das vezes, comer direito. Tenho meus pecaditos, claro, e na TPM quero comer toneladas de doces, mas acabo me contentando com um chocolatinho mesmo, ou os alfajores que ganho sempre que alguém do trabalho vai para a Argentina. Vontade de fazer doces eu não sinto mais, é muito raro – eu me lembro de finais de semana em que fazia bolo, pão doce, cookies, tudo ao mesmo tempo. Sinto cansaço só de pensar. Além disso, quem me fazia companhia na hora de assar bolos está em casa, e eu morrendo de saudade dele. Ontem fiz um bolo de banana, mas só porque não queria mesmo que as bananas fossem para o lixo – estavam passadas demais para fazer smoothies. A comida do dia-a-dia, entretanto, continua me animando e a vontade de consumir alimentos bons para minha saúde, também.
Para quem estava sem ideia do que escrever este texto ficou longo até demais. :) O ensopadinho de hoje, delicioso e pronto em poucos minutos, divido com vocês com alegria: recebi a receita por e-mail ontem à noite, na newsletter enviada pela Holly e pela Natalie, e quando lembrei que tinha couve e molho de tomate pronto na geladeira (restinho da berinjela à parmegiana que fiz no final de semana e que já havia sido usado no meu ovo no purgatório) nem precisei pensar duas vezes – só não fiz logo para o jantar porque já tinha sopa fumegando no fogão.
Ensopadinho de grão-de-bico e couve
um nadinha adaptado deste blog ótimo (a receita chegou ontem no meu e-mail, na newsletter)
- xícara medidora de 240ml
1 lata (300g) de grão-de-bico, drenado e enxaguado com água corrente
1 ½ colheres (sopa) de azeite de oliva
1/4 uma de cebola, picadinha
2 dentes de alho, bem picadinhos
1 xícara de molho de tomate pronto – usei caseiro
1 xícara de água
sal e pimenta do reino moída na hora
2 colheres (chá) de páprica defumada
1 punhado de couve, sem os talos, em fatias finas – use a gosto; eu usei mais ou menos 5 folhas grandes
Em uma panela média, aqueça o azeite em fogo médio. Adicione a cebola e refogue por 2 minutos, até ficar transparente. Junte o grão-de-bico e refogue por mais 2 minutos – cuidado, porque quando esquentam demais os grãos começam a pular feito pipoca! :)
Acrescente o alho e páprica e refogue por 1 minuto – não deixe o alho queimar, ou a receita fica amarga.
Acrescente o molho de tomate, a água, tempere com sal e pimenta do reino. Abaixo o fogo e cozinhe por 10-12 minutos, até que o molho fique espesso – mexa algumas vezes para que não grude no fundo da panela. Junte a couve e misture até que ela murche levemente. Sirva.
Rend.: 3-4 porções, dependendo do apetite
terça-feira, abril 14, 2020
Bolonhesa de lentilha e vontade de melhorar
Estava dando uma olhada em fotos antigas que fiz para o blog (ou para o livro, na época em que ainda pensava em escrevê-lo) e encontrei a foto de hoje: um bolonhesa de lentilhas que testei algumas vezes e que ficou bem saboroso. Eu gostei bastante, meu marido não muito: ele não é carnívoro e fica muito bem sem carne, mas não é nada fã de lentilha. Acabei deixando a receita pra lá, até porque o nome, “bolonhesa de lentilha”, era uma coisa que me incomodava um pouco – é um molho gostoso, nutritivo, mas não tem nada a ver com o molho feito com carne.
De lá pra cá, passou muito tempo, eu me tornei intolerante à lactose, passei a tomar leites vegetais - salvaram o meu café com leite de manhã, que adoro tanto - e percebi que precisava parar de cagar tanta regra (desculpem o meu francês). Quer chamar leite de amêndoa de leite, chama, ué. Quer chamar esse molho de lentilha de bolonhesa, vá em frente – se alguém quiser mesmo determinar como você deve ou não fazer certas coisas, ofereça os seus boletos para pagar.
Tenho tentado, ao longo dos anos, parar de ser a dona da verdade. Quem procurar post antigo aqui no blog vai me ver falando alguma bobagem sobre algum assunto, não tem jeito, mas quero melhorar. E tentando melhorar vou provando coisas novas e não ligo mais para o jeito como são chamadas.
Resolvi postar a receita hoje por achar que este molho pode servir bem aos que, como eu, estão em casa e sem carne na geladeira ou freezer para fazer o bolonhesa tradicional – eu não achei o molho tão gostoso servido com macarrão, confesso, mas com polenta ficou ótimo.
Bolonhesa de lentilha
receita minha, adaptados de várias fontes
- xícara medidora de 240ml
Lentilha:
2 xícaras de água
1 pitada de sal
½ xícara de lentilha verde seca
1 dente de alho, descascado e cortado ao meio
Molho:
1 ½ colheres (sopa) de azeite de oliva
½ cebola picadinha
2 talinhos finos de salsão picadinhos (1/4 xícara depois de picados)
2 dentes de alho grandes, bem picadinhos
2 colheres (sopa) de vinho tinto seco
1 lata de tomate pelado picado
3 galhinhos de tomilho fresco
1 folha de louro
sal e pimenta do reino moída na hora
1 punhado de manjericão fresco
Cozinhe a lentilha: aqueça a água em uma panela pequena. Quando começar a ferver, junte o sal, a lentilha e o alho e cozinhe, mexendo algumas vezes, por 15 minutos ou até que lentilha fique al dente. Escorra e passe por água fria para parar o cozimento. Descarte o alho.
Molho: aquela o azeite em uma panela média, em fogo médio-alto. Junte a cebola e o salsão e refogue, mexendo algumas vezes, até que comecem a amaciar. Junte o alho e refogue por 1 minuto apenas – não deixe queimar, para não amargar a receita. Junte o vinho e cozinhe por 2 minutos, até evaporar quase completamente. Acrescente o tomate pelado, o tomilho e o louro, tempere com sal e pimenta do reino, junte o açúcar. Quando começar a ferver, baixe o fogo e cozinhe, mexendo algumas vezes para não grudar no fundo, por 20 minutos. Acrescente a lentilha, corrija o tempero e cozinhe por 5 minutos. Retire do fogo, remova os galhinhos de tomilho e a folha de louro, acrescente o manjericão e sirva.
Rend.: 4 porções sobre polenta, 2 para macarrão
terça-feira, março 31, 2020
Sopa de legumes da quarentena
Como está sendo a quarentena de vocês?
Aqui em casa tenho cozinhado bastante, o que é geralmente terapêutico para mim, mas ao mesmo tempo fico fazendo contas para não desperdiçar absolutamente nada e fazer os ingredientes renderem ao máximo, para não ter que sair de casa e ir ao mercado. O que tenho sentido falta é de verduras e ervas frescas – infelizmente elas não duram tanto quanto os legumes.
O que também tenho feito é caprichar nas porções ao cozinhar, para garantir pelo menos 2 ou 3 refeições com o mesmo preparo – eu já fazia isso esporadicamente, para levar a minha comida para o trabalho, mas agora tento fazer com mais frequência. Preparei um caldeirão de sopa ontem, para que dure dois jantares – João é meio esganado, senão até daria para três dias. :D
Para (tentar) relaxar um pouco a mente, fotografei a sopa para dividir a receita com vocês – é uma variação da minha sopa de alho-poró, batata e cenoura. Espero que vocês gostem.
Sopa de legumes da quarentena
receita minha
1 ½ colheres (sopa) de azeite
½ cebola grande, picadinha
1 alho-poró, somente a parte clara, em rodelinhas
1/3 xícara de salsão em cubinhos – usei congelado, direto do freezer, dica da Rita Lobo
2 dentes de alho graúdos, amassados e picadinhos
1 tomate maduro, sem as sementes, picadinho
3 cenouras grandes, descascadas, em cubinhos
3 batatas grandes, descascadas, em cubinhos
1 abobrinha grande, em cubinhos
água fervente o suficiente para cobrir os legumes
sal e pimenta do reino moída na hora
2 folhas de louro
5 porções (montinhos) de espinafre congelado, direto do freezer
Aqueça o azeite em uma panela grande em fogo médio-alto. Acrescente a cebola e refogue, mexendo de vez em quando, por 2 minutos. Junte o alho-poró e refogue por 1 minuto. Acrescente o salsão e refogue por 2 minutos, mexendo algumas vezes – se usar salsão congelado, como eu usei, refogue por 4 minutos, pois ele vai resfriar um pouco o fundo da panela e os ingredientes que já estavam lá. Junte o alho e refogue até perfumar, rapidamente – não deixe queimar o alho, ou a receita vai amargar. Acrescente o tomate e uma pitada de sal e refogue até que comece a murchar e soltar seu suco, uns 2 minutos.
Acrescente as cenouras, as batatas e a abobrinha e misture. Cubra com água fervente e tempere com sal e pimenta. Junte o louro. Quando a sopa começar a ferver, abaixe o fogo, cubra parcialmente e cozinhe até que os legumes estejam macios, cerca de meia hora – o tempo pode variar dependendo do tamanho dos legumes; eu sempre testo com a cenoura, pois é a que mais demora para cozinhar: se estiver macia, a sopa está pronta. Verifique a sopa durante o cozimento e misture algumas vezes: se estiver secando depressa demais, junte mais água.
Desligue o fogo e, com um mixer, bata a sopa por alguns segundos – a textura tem de ficar meio cremosa, meio pedaçuda – a minha ficou bem cremosa, acho que dá para perceber na foto, mas é claro que você pode deixar do jeito que preferir. Acrescente o espinafre e vá misturando, para que ele descongele e se incorpore à sopa – é ótimo, porque ele já vai dando uma esfriadinha nela para que possamos comer. Sirva.
Rend.: 5-6 porções
quarta-feira, março 25, 2020
Empanadas de frango com massa de centeio, mas pra quê?
Oi, gente, tudo bem?
Que tempos loucos estamos vivendo, não?
Além de termos que lidar com um vírus, temos que ligar com uma desgraça na presidência do país. Milhões morrerão graças a este asno. Espero que vocês estejam em segurança.
Faz séculos que estou para publicar receita nova aqui, mas não estava tempo livre suficiente e nem vontade de ficar no computador, confesso (a mesma história de sempre, eu viro o disco, mas continuo tocando a mesma). E agora, me pergunto – pra quê? No momento precisamos improvisar na cozinha, usar o que temos em casa para minimizar as idas ao mercado, feira. Estou em isolamento completo há 8 dias, meu marido há 9. Ser a louca da cozinha que faz um monte de comida e congela, ou que tem sempre atalhos na despensa (como grão-de-bico enlatado e tomate pelado, por exemplo) está tendo serventia. Mas daqui a alguns dias terei de comprar vegetais, pois os que temos aqui estão acabando. Cozinho só para duas pessoas, fico pensando em quem tem que alimentar uma família maior, o desespero de ter que fazer render para sair menos de casa – mando meu carinho a vocês.
Depois de refletir por alguns dias, decidi postar, sim, a receita destas empanadas deliciosas que fiz há tanto tempo que nem me lembro mais, porque isso vai passar. Temos que acreditar que vai passar, para mantermos nossa saúde mental boa. E quando sairmos desta situação quem quiser fazer empanada já terá a receita em mãos.
A massa leva um tiquinho de farinha de centeio, o que a deixa com um sabor amendoado delicioso. O recheio aqui foi frango, mas você pode usar o que bem entender: carne (tem receita aqui no blog), queijo, vegetais... Fica à sua escolha. Você usará metade do frango para o recheio apenas – eu posto completa, pois acho bobagem sujar a panela de pressão (a minha é grandalhona) para cozinhar meio peito de frango, sendo que a gente pode usar metade em outras coisas e aproveitar também o caldo.
Empanadas de frango com massa de centeio
receita da massa adaptada destas empanadas, recheio receita minha
- xícara medidora de 240ml
Massa:
1 ½ xícaras (210g) de farinha de trigo
1 xícara (140g) de farinha de centeio fina
½ colher (sopa) de açúcar
1 colher (chá) de sal
½ xícara (113g) de manteiga sem sal, gelada e em cubinhos de pouco mais de 1cm
1 ovo grande
1/3 (80ml) de água gelada
1 colher (sopa) de vinagre de vinho branco
Recheio: (lembrando que só metade será usada nas empanadas; use o restante em outras receitas, ou congele para outro dia; e não se esqueça de congelar também o caldo para usar em sopas, polentas e risotos)
1 peito de frango inteiro, com o osso (aprox. 800g)
1 cebola cortada em quartos
2 dentes de alho cortados ao meio
1 cenoura grande cortada em 4 pedaços
5 grãos de pimenta do reino
2 folhas de louro
½ colher (chá) de páprica defumada
1 colher (chá) de cominho em pó
½ colher (chá) de cúrcuma em pó
½ colher (chá) de sal
5 xícaras (1,2l) de água
1 punhado de salsinha picada
Para pincelar:
1 ovo batido com 1 colher (chá) de água fria
Massa: peneire as farinhas, o açúcar e o sal em uma tigela grande e junte a manteiga, misturando com as pontas dos dedos até obter uma farofa grossa. Em um potinho, bata juntos com um garfo o ovo, a água e o vinagre. Adicione aos ingredientes secos, mexendo com um garfo, até que uma massa comece a se formar – a massa vai parecer despedaçada, mas ao sovar levemente ela se forma. Eu fiz a massa no processador de alimentos e foi fácil e rápido.
Transfira a mistura para uma superfície levemente enfarinhada e junte a massa com as mãos, sovando levemente, apenas o suficiente para que a massa se forme. Molde-a em um retângulo, embrulhe em filme plástico e leve à geladeira por pelo menos 1 hora.
Recheio: na panela de pressão, junte todos os ingredientes, com exceção da salsinha picada, e misture bem. Tampe a panela e leve ao fogo algo. Quando começar a apitar, baixe para o fogo mínimo e conte 20 minutos. Desligue a panela e aguarde a pressão sair completamente. Retire o frango do caldo e desfie com um garfo ou na batedeira planetária – lembrando que usará apenas metade. Junte a salsinha, verifique se precisa de mais tempero e ajuste. Deixe esfriar completamente antes de montar as empanadas, ou o calor do recheio derreterá a manteiga na massa.
Pré-aqueça o forno a 200°C. Forre duas assadeiras grandes e rasas com papel alumínio.
Retire a massa da geladeira e abra com um rolo até que fique com aproximadamente 6mm de espessura. Corte círculos de 10cm de diâmetro com a massa e coloque cerca de 1 colher (sopa) de recheio em cada um – o que eu faço: abro e corto todos os círculos de massa, enfileirando na bancada/pia, e então distribuo o recheio de maneira uniforme entre todos os eles – meio que linha de produção mesmo. Dobre a massa, formando uma meia-lua, e aperte bem as pontas para selar o recheio. Transfira para a assadeira preparada.
Quando terminar de formatar todas as empanadas, pincele-as com o ovo batido e leve ao forno por 25-30 minutos ou até dourarem.
Rend.: cerca de 20 unidades
sexta-feira, fevereiro 07, 2020
Biscoitinhos de queijo Canastra e páprica e um papo sobre "comida de verdade" e privilégios
A maravilhosa Raq postou um texto muito interessante sobre comida de verdade nos stories do Instagram dias atrás e depois nós ficamos papeando via inbox sobre o assunto.
Eu já falei sobre comida de verdade tanto aqui quanto nas minhas redes sociais, já fiz militância sobre o assunto, mas de uns tempos pra cá peguei um pouco de ranço: a gente às vezes não se dá conta dos privilégios que tem e sai cagando regra para os outros.
Tenho uma rotina puxada, diferente de anos (e trabalhos) anteriores, e é difícil manter uma alimentação regrada. Muitas vezes cheguei em casa exausta, às 10 da noite, tendo saído de casa às 06:00 para ir para o trabalho (moro longe), e comi um sanduíche com qualquer coisa que havia na geladeira, para depois morrer de culpa, afinal de contas eu havia me entregado à derrota de consumir produtos ultraprocessados e não era digna o suficiente para preparar “comida de verdade” para jantar.
Além de cansaço de tanto trabalho, exaustão do trânsito, ainda tinha que ficar me corroendo por dentro e me achando um lixo por causa da comida – nem preciso dizer que a minha saúde mental, que já não andava muito boa, foi pro espaço.
O que fiz para tentar melhorar isso um pouco foi preparar uma boa quantidade de comida aos finais de semana, deixar na geladeira ou no freezer, para comer tanto de marmita no trabalho quanto no jantar à noite. Os vídeos da Marina Morais me ajudaram bastante com isso. Mas ainda assim reconheço meu lugar de privilégio, porque mesmo quando eu como um pão com maionese às 11 da noite pra deitar e dormir, eu faço isso por cansaço, e não porque não tenho outros alimentos à minha disposição. Há verduras e legumes na minha geladeira, há grãos e cereais na minha despensa, há carne no meu freezer. Eu não como pão com maionese por falta de opção, como tantos brasileiros em situação de pobreza – e isso só piorou com a eleição deste boçal que muita gente chama de presidente. Eu não vou tripudiar em cima de quem compra ultra processado para alimentar uma família imensa com um salário mísero, e ainda é chamado de vagabundo por quem dorme em cama quentinha e de bucho cheio todas as noites. Eu não vou ficar me achando superior porque tenho “comida de verdade” na minha casa.
Reconheço, sim, que minha rotina não está sadia e preciso fazer algo a respeito. Reconheço, sim, que não dá pra trabalhar 13 horas por dia (fora o tempo de deslocamento de ida e volta) e ainda assim me exercitar, comer direito, ler, etc. Mas ainda assim sei o quanto sou privilegiada e que não devo ficar esfregando esse papo de “comida de verdade” na cara dos outros (aqui entra também o ranço que eu tenho da Rita Lobo, quem me segue nas redes sociais sabe). E falando em privilégio, trago uns biscoitinhos salgados muito gostosos, feitos com queijo Canastra e páprica, para acompanhar uma cerveja ou vinho branco geladinho – receita cheia de privilégios, e que reconheço que tenho.
Biscoitinhos de queijo Canastra e páprica
receita minha
- xícara medidora de 240ml
¾ xícara + 1 colher (sopa) - 115g - de farinha de trigo
¼ xícara (35g) de farinha integral
¼ colher (chá) de sal
1 pitada de pimenta do reino moída na hora
¼ colher (chá) de páprica defumada
150g de queijo Canastra ralado grosseiramente
¼ xícara (56g) de manteiga sem sal, gelada e em cubinhos
3 colheres (sopa) de creme de leite fresco gelado
Na tigela do processador, junte a farinha de trigo comum, a farinha integral, o sal, a pimenta e a páprica e pulse algumas vezes para misturar bem os ingredientes. Junte o queijo e pulse mais algumas vezes. Acrescente a manteiga e pulse até obter uma farofa grossa. Aos poucos, vá juntando o creme de leite e pulsando, somente até que uma massa comece a se formar.
Retire a massa do processador e divida-a em duas partes iguais. Coloque cada metade em um pedaço grande de papel manteiga; forme um cilindro de aproximadamente 3,5cm de diâmetro com a massa, fechando-a dentro do papel manteiga usando uma régua – aperte bem para compactar a massa dentro do papel. Feche as pontas e leve à geladeira até firmar bem, cerca de 4 horas ou de um dia para o outro.
Pré-aqueça o forno a 180°C; forre duas assadeiras grandes com papel manteiga. Desembrulhe um dos cilindros de massa (mantenha o outro na geladeira). Corte em fatias de 5mm e coloque-as nas assadeiras preparadas deixando um espaço de 2,5cm entre uma e outra. Asse por 12-15 minutos ou até que os biscoitos estejam bem dourados nas extremidades. Deixe esfriar nas assadeiras sobre gradinhas por 5 minutos e então deslize o papel com os biscoitos para a gradinha e deixe esfriar completamente. Repita o processo com o outro cilindro de massa.
Os biscoitos podem ser guardados em um recipiente hermético em temperatura ambiente por até 4 dias. Se não quiser assar todos os biscoitos de uma vez, embrulhe o cilindro de massa com papel alumínio e mantenha-o no freezer por até 1 mês.
Rend.: cerca de 48 unidades
quarta-feira, janeiro 15, 2020
Os Melhores Cookies com Gotas de Chocolate da Bon Appétit em pleno janeiro
Oi, queridos, tudo bem?
Faz tempo que não posto nenhuma receita no blog. Confesso que muitos dias deixei de escrever aqui por falta de tempo, mesmo, e outros por pura preguiça. Sei que vocês me entendem e sinto uma alegria enorme por ainda tê-los comigo mesmo postando de vez em nunca. Obrigada. <3
Janeiro geralmente a gente está naquela pegada de resoluções de Ano Novo, melhorar a alimentação, fazer atividade física regularmente... Eu estou nessa também. Mas não vou cair no clichê de começar o ano postando salada – não, mesmo! :D Trago cookies que foram um sucesso retumbante aqui no escritório antes das festas de final de ano. Mudei um tiquito a receita do Chris Morocco, porque só tinha chocolate ao leite em casa, então diminuí a quantidade de açúcar da massa. Os biscoitos ficaram deliciosos.
Não é à toa que o Chris é o guru do povo da Bon Appétit e estes cookies são chamados de “BA’s Best Chocolate Chip Cookies” – são, sim, maravilhosos. Aconselho dividir com pessoas de quem vocês gostam, porque senão fatalmente comerão tudo sozinhos. :D
Os Melhores Cookies com Gotas de Chocolate da Bon Appétit
um nadinha adaptados dos cookies do Chris Morocco
- xícara medidora de 240ml
1 ½ xícaras (200g) de farinha de trigo
½ colher (chá) de sal
¾ colher (chá) de bicarbonato de sódio
¾ xícara (170g) de manteiga sem sal, temperatura ambiente, uso dividido
150g de açúcar mascavo claro – aperte-o na xícara na hora de medir
¼ xícara (50g) de açúcar cristal
1 ovo grande, temperatura ambiente
2 gemas grandes, temperatura ambiente
2 colheres (chá) de extrato de baunilha
200g de chocolate ao leite, picado grosseiramente, ou em gotas – usei ao leite porque não tinha amargo em casa; certamente com o amargo os cookies ficariam mais gostosos
Preaqueça o forno a 190°C e forre duas assadeiras grandes e rasas com papel manteiga.
Em um tigela média, misture com o batedor de arame a farinha, o sal e o bicarbonato de sódio. Reserve.
Coloque ½ xícara (113g) da manteiga em uma panela média e leve ao fogo médio, mexendo algumas vezes com uma espátula de silicone, até que comece a espumar e a dourar – isso levará cerca de 4 minutos; é importante usar uma panela média, pois a manteiga sobe quando começa a espumar e pode derramar. Transfira para uma tigela refratária grande e deixe esfriar por 1 minuto. Junte o restante da manteiga picada à manteiga derretida – ao adicionar os pedaços de manteiga eles devem começar a derreter, mas sem espumar. Se começar a espumar, deixe esfriar um pouquinho mais antes de adicionar o restante.
Quando toda a manteiga estiver derretida, junte os açúcares e bata com um batedor de arame para dissolver quaisquer grumos de açúcar. Antes de juntar os ovos, verifique a temperatura da mistura: se estiver quente ainda, espere amornar, senão os ovos vão cozinhar. Junte o ovo e as gemas e misture bem com um batedor de arame, por 30 segundos, ou até obter uma mistura homogênea. Incorpore a baunilha. Com a espátula de silicone, incorpore os ingredientes secos completamente, e então faça o mesmo com o chocolate. A massa é molinha mesmo – se estiver com aparência oleosa demais, dê uma boa misturada com a espátula e então aguarde 5-10 minutos antes de assar, para dar tempo de a farinha hidratar mais.
Faça bolinhas usando 2 colheres (sopa) niveladas de massa por biscoito e coloque-as nas assadeiras preparadas deixando 5cm de distância entre elas. Asse por 10-12 minutos ou até que os biscoitos dourem e firmem nas extremidades. Deixe esfriar nas assadeiras por 5 minutos e então deslize o papel com os biscoitos para uma gradinha e deixe esfriar completamente.
Rend.: cerca de 22 unidades
quarta-feira, dezembro 04, 2019
Amanteigados com pedaços de chocolate da Alison Roman
Outro dia eu estava trabalhando e uma das executivas da empresa me falou que eu ficava prometendo trazer cookie e não trazia nunca – fiquei me sentindo a Monica Geller naquele episódio dos vizinhos insanos pedindo doce, quem lembra? :D
Eu disse a ela que sim, eu já tinha levado cookies e brownies, e que não tinha culpa se ela não estava na empresa bem naqueles dias. Tempos depois eu deparei com os shortbreads da Alison Roman, enquanto fuçava o Instagram dela – estou aguada para fazer o ensopado de grão-de-bico – e pensei: vou fazer os cookies, provar um (alguns?) e levar o resto pro povo do escritório, ganhar uns brownie points com a galera.
Fiz exatamente isso há algumas semanas e o pessoal pirou com os biscoitos – são mesmo deliciosos! Desmancham na boca e o chocolate dá um sabor intenso maravilhoso. Nem preciso lhes dizer que me tornei a pessoa mais popular do escritório, né? :D Se vocês estão querendo agradar alguém, esta receita é perfeita. A única coisa que não fiz foi polvilhar os cookies com sal em flocos antes de assar – achei que ficariam um pouco salgados demais, pois já estava usando manteiga com sal. Da próxima vez faço isso com alguns para provar como fica.
Amanteigados com pedaços de chocolate da Alison Roman
via NYT
250g de manteiga com sal, temperature ambiente, picada
100g de açúcar cristal
55g de açúcar mascavo claro
1 colher (chá) de extrato de baunilha
325g de farinha de trigo comum
170g de chocolate amargo ou meio-amargo, picado grosseiramente – usei um com 63% de cacau que tinha um sabor bem amargo, combinou super bem com a massa do biscoito
Para finalizar os biscoitos:
1 ovo, batido com um garfo
açúcar demerara, para polvilhar
Na tigela da batedeira, junte a manteiga, os açúcares e a baunilha e bata até obter um creme claro e fofo – raspe as laterais da tigela algumas vezes durante todo o preparo da receita. Com a batedeira na velocidade mínima, acrescente a farinha e misture até que uma massa comece a se formar. Em seguida, junte o chocolate picado – não bata demais para não desenvolver o glúten da farinha. Se for preciso, termine de misturar o chocolate à mão, usando uma espátula de silicone.
Divida a massa em duas partes iguais e coloque cada metade em um pedaço grande de papel manteiga; forme um cilindro de aproximadamente 3,5cm de diâmetro com a massa, fechando-a dentro do papel manteiga usando uma régua – como a Martha faz aqui. Feche as pontas e leve à geladeira até firmar bem, cerca de 4 horas ou de um dia para o outro – os cilindros de massa podem ser congelados por até 1 mês: apenas embrulhe-os com papel alumínio por cima do papel manteiga para proteger a massa de umidade.
Pré-aqueça o forno a 180°C; forre duas assadeiras grandes com papel manteiga. Desembrulhe um dos cilindros de massa (mantenha o outro na geladeira), pincele-o com o ovo batido e polvilhe com o açúcar demerara. Em seguida, corte em fatias de 1cm e coloque-as nas assadeiras preparadas deixando um espaço de 2cm entre uma e outra – eu geralmente corto este tipo de massa com um movimento de guilhotina da faca, mas neste caso isso não funcionou por causa dos pedaços de chocolate; acabei fazendo um movimento de serra e deu mais certo. De qualquer forma, algumas fatias se partiram por causa dos pedaços do chocolate: apenas grude-as de volta com os dedos.
Asse por 12-15 minutos ou até que os biscoitos dourem nas extremidades. Deixe esfriar nas assadeiras sobre gradinhas por 5 minutos e então deslize o papel com os biscoitos para a gradinha e deixe esfriar completamente. Repita o processo com o outro cilindro de massa.
Rend.: 45-48 unidades
quarta-feira, novembro 27, 2019
Sopa de cenoura, grão-de-bico e tahine com foto, sim, senhor
Tem horas em que a dinâmica de refeições aqui em casa é engraçada: eu cozinho algo novo, o João logo pergunta se eu vou fotografar para colocar no blog. Às vezes digo que não, porque não ficou tão bom assim (acontece, né? Pelo menos é raro), ou porque estou com preguiça de montar o circo todo. Se digo que sim, ele já vai no quarto da bagunça - carinhosamente apelidado assim por causa da, digamos, bagunça, mas o Pingo já andou falando pra todo mundo que o quarto é dele, então vamos ter que rever isso aí logo – e pega a minha tabuinha de fotografar e coloca na mesinha de centro, abre bem as cortinas, separa o tripé para mim... É marido & assistente de produção & cobaia. :D
Esta sopa, por exemplo, ficou uma delícia: leve, saborosa, e congela bem. Fiz em um domingo para jantar durante a semana. Estava com uma preguiça mortal de fazer foto, então falei pro João que não precisava pegar o arsenal. Só que, depois que almoçamos, fui guardar a sopa na geladeira, roubei uma colherada e... Estava gostosa demais para não dividir com vocês. “Amor, pega as tralhas aí que vai rolar foto, sim!”. :D
Pois bem, receitinha boa, fácil e vegana, cheia de sabor. Espero que vocês gostem e também a tenham no freezer para noites de preguiça – estou indo agora aquecê-la para o meu jantar. x
Sopa de cenoura, grão-de-bico e tahine
inspirada pela sopa de cenoura da Deb
- xícara medidora de 240ml
1 ½ colheres (sopa) de azeite de oliva
½ cebola grande em cubinhos
1/3 xícara de salsão em cubinhos – pique, depois meça
4 cenouras (500g), descascadas e em cubinhos – quanto menor você cortar a cenoura, menos tempo de cozimento será necessário para a sopa como um todo
1 dente de alho grande, picadinho
¼ colher (chá) de cominho em pó
¾ colher (chá) de sementes de mostarda amarela
1 litro de água fervente
1 folha de louro
1 folha de salsão – se não tiver, sem problema, use 2 de louro
4 raminhos de tomilho
sal e pimenta do reino moída na hora
1 lata (300g, 200g drenada) de grão-de-bico
2 colheres (sopa) de tahine
suco de limão taiti ou siciliano, para servir
Aqueça o azeite em uma panela média ao fogo médio-alto. Junte a cebola, o salsão e a cenoura e refogue, mexendo às vezes, por cerca de 10 minutos ou até que amaciem. Junte o alho e refogue por 1 minuto – não deixe o alho queimar ou a receita vai amargar.
Acrescente o cominho e as sementes de mostarda e misture bem. Adicione a água, a folha de louro e a folha de salsão, o tomilho, tempere com sal e pimenta do reino e, assim que ferver, abaixe o fogo e cozinhe, mexendo de vez em quando, por cerca de 25 minutos ou até a cenoura ficar bem macia. Junte o grão-de-bico, cozinhe por mais 5 minutos para aquecer.
Desligue o fogo, retire as folhas de louro e salsão, o tomilho, e então bata a sopa com um mixer até que fique cremosa – se preferir bater no liquidificador tome muito cuidado para não se queimar: remova a tampinha menor e então cubra a tampa com um pano de prato seco dobrado – desta forma o vapor tem por onde sair e a mistura não espirrará em você. Misture o tahine.
Na hora de servir, regue com um pouco de suco de limão espremido na hora – faz toda a diferença!
Rend.: 4 porções como entradinha, ou 3 mais generosas