Possets ou “potinhos”, como chamei as versões de limão siciliano e maracujá que publiquei por aqui tempos atrás, são sobremesas que adoro, não somente por serem deliciosas mas também por serem facílimas de preparar: quase não se cozinha nada e os sucos cítricos e a geladeira fazem todo o trabalho.
Fiquei de olho em um posset de toranja por séculos, uma receita que eu vira na "Delicious Australia", e depois de fazer barrinhas com a fruta achei que o posset fosse igualmente bom – eu estava errada. :(
O creme ficou amargo e gorduroso demais, e não firmou direito.
Foi provavelmente a primeira receita da revista com a qual fiquei desapontada – foi um mini-choque, digamos assim, pois uso as receitas o tempo todo, sempre com resultados excelentes. Fiquei feliz por ter feito apenas metade da receita do posset – menos comida no lixo é sempre bom – mas por isso mesmo acabou sobrando creme de leite fresco na geladeira, e eu teria de usá-lo logo antes que vencesse.
O bolo de creme de leite da Deborah Madison foi a minha salvação (eta Eat Your Books danado de útil!), mas em vez de açúcar mascavo e gengibre, optei por açúcar cristal, gengibre e adicionei limão taiti – o resultado foi um bolo delicioso, com um quê cítrico e outro de especiarias, ambos na medida, e tão fofinho que foi difícil cortar fatias certinhas dele (como o bolo de vinho do Porto que publiquei aqui semanas atrás).
O potinho de toranja pode ter sido um triste desperdício de bom creme de leite, mas este bolo foi a maneira perfeita de usar o que sobrou.
Bolo de creme de leite, limão e gengibre
um tiquinho adaptado do Seasonal Fruit Desserts: From Orchard, Farm, and Market
- xícara medidora de 240ml
105g de farinha de trigo
95g de farinha para bolos - caseira: 80g de farinha de trigo comum + 15g de amido de milho
1 ½ colheres (chá) de fermento em pó
1 ½ colheres (chá) de gengibre em pó
1/8 colher (chá) de sal
2 ovos, temperatura ambiente
1 xícara (240ml) de creme de leite fresco
175g de açúcar cristal
1 colher (chá) de extrato de baunilha
raspas da casca de 2 limões taiti
1 colher (sopa) de suco de limão taiti
açúcar de confeiteiro, para servir
Pré-aqueça o forno a 180°C. Unte com manteiga uma forma redonda de 20cm, de fundo removível, forre o fundo com um círculo de papel manteiga e unte o papel também.
Em uma tigela média, misture com um batedor de arame as farinhas, o fermento, o gengibre e o sal.
Na batedeira, usando o batedor de arame, bata os ovos até espumarem. Acrescente o creme de leite, o açúcar e a baunilha e bata em velocidade alta até que a mistura fique com a textura de creme de leite levemente batido. Raspe as laterais da tigela ocasionalmente.
Junte as raspas, o suco de limão e os ingredientes secos a bata em velocidade baixa somente até incorporar e desmanchar possíveis grumos. Despeje na forma preparada e asse por 50-60 minutos ou até que o bolo cresça e doure (faça o teste do palito).
Deixe esfriar na forma por 30 minutos e então remova o aro lateral, deixando o bolo esfriar completamente. Retire o fundo da forma e o papel, transfira o bolo para um prato e polvilhe com açúcar de confeiteiro.
Rend.: 8 porções
terça-feira, agosto 12, 2014
Bolo de creme de leite, limão e gengibre - uma ótima receita depois de uma bem ruinzinha
segunda-feira, agosto 11, 2014
Cantuccini com farinha de amaranto - sem manteiga e sem azeite
Até agora já fiz várias receitas gostosas substituindo manteiga por azeite de oliva, mas que tal fazer biscoitos sem nenhum dos dois? Foi isso que me deixou curiosa sobre esses cantuccini: a gordura neles vem das amêndoas e dos ovos – não levam manteiga, azeite nem óleo de canola – e os ovos, combinados aos sucos das frutas, também são responsáveis pela umidade da massa.
Só para que vocês saibam, não tenho contra gordura, pelo contrário: me sinto perdida sem pelo menos um tablete de manteiga na geladeira e uso azeite de oliva o tempo todo na cozinha, mas acho interessante aprender a fazer algo bom sem ela, também.
A receita é bastante simples – nem a batedeira é necessária aqui – e os cantuccini ficaram bem saborosos com os sucos e raspas de casca de fruta. Os biscoitos não são super duros e se beneficiam de uma noite na lata: o sabor cítrico fica mais evidente com o tempo, tornando os cantuccini ainda mais gostosos nos dias seguintes ao preparo (isso se durarem tanto assim). ;)
Cantuccini com farinha de amaranto
um nadinha adaptado do delicioso Do-Ahead Dinners: How to Feed Friends and Family Without the Frenzy
200g de farinha de trigo
50g de farinha de amaranto
150g de açúcar cristal
½ colher (chá) de fermento em pó
1/8 colher (chá) de sal
raspas da casca de 1 laranja + suco de metade dela
raspas da casca + o suco de ½ limão siciliano
2 ovos, levemente batidos com um garfo
½ colher (chá) de extrato de baunilha
150g de amêndoas (com a pele)
Pré-aqueça o forno a 200°C. Forre uma assadeira grande, de beiradas baixas, com papel alumínio.
Em uma tigela grande, misture as farinhas, o açúcar, o fermento e o sal e faça um buraco no centro. Nele despeje as raspas e os sucos de laranja e limão, os ovos e a baunilha, e misture até incorporar. Junte as amêndoas e misture – a massa é grudenta.
Com mãos levemente enfarinhadas, divida a massa em duas partes iguais e forme um cilindro de aproximadamente 30cm de comprimento, levemente achatado, com cada uma delas. Transfira para a forma preparada e asse por 20 minutos.
Deixe esfriar por 5 minutos e retire o papel alumínio com cuidado.
Com uma faca afiada e com um movimento único de guilhotina, corte os cilindros na diagonal em fatias de 1cm e arrume-os lado a lado de volta na assadeira. Asse por 10 minutos ou até que dourem, vire-os e asse-os até dourarem do outro lado também, mais uns 10 minutos. Deixe esfriar completamente na assadeira.
Guarde em um recipiente hermético.
Rend.: cerca de 35 unidades
sexta-feira, agosto 08, 2014
Frango assado com alho, castanha de caju e coentro, e curiosidade
Meu amor por frango assado é tão notório que quando digo ao meu marido que não tenho ideia do que preparar para o final de semana ele diz “que tal um franguinho assado?” :D
Se não estou muito inspirada, faço o frango com chorizo da Donna Hay, pois sei que é uma delícia e meu marido e eu adoramos, mas na maioria das vezes gosto de variar porque há tanta receita boa por aí só esperando para ser preparada (e devorada).
Quando vi que a receita de frango na churrasqueira da Amanda Hessler incluía castanha de caju na marinada fiquei curiosíssima, especialmente porque não conseguia imaginar qual seria o resultado – algumas receitas me parecem familiares, mesmo que novas, e com outras tento imaginar o sabor mesmo que nunca as tenha preparado, mas com essa não consegui: fiquei encafifada pra saber como as castanhas dariam sabor ao frango, e como elas se comportariam com o coentro e o molho de soja.
O único jeito de descobrir era fazendo a receita, e foi exatamente isso que fiz.
(se alguém lhes disser que escorpianos são curiosos, acreditem). :)
As castanhas de caju tornam a marinada bem cremosa e também deixam o franguinho úmido e dourado sem a adição de muito óleo. O coentro e o molho de soja dão um sabor ótimo (peguem leve no sal: o shoyu e as castanhas já são salgados). Se eu faria esse frango novamente? Sim, achei bem gostoso, mas usaria um pouco mais de alho numa próxima vez (o nome da receita original é “garlicky chicken”, mas não achei “garlicky” o suficiente).
Só para vocês saberem, meu marido continua preferindo o franguinho da Donna Hay. :)
Frango assado com alho, castanha de caju e coentro
um nadinha adaptado do maravilhoso The Essential New York Times Cookbook: Classic Recipes for a New Century
- xícara medidora de 240ml
1/3 xícara de castanha de caju torrada e salgada
1 punhado de folhas de coentro fresco +um pouquinho extra para servir
1 colher (sopa) de óleo de canola
2 dentes de alho grandes, picados
½ colher (sopa) de molho de soja
½ colher (chá) de açúcar mascavo – aperte-o na colher na hora de medir
suco de 1 limão taiti grande
sal e pimenta do reino moída na hora
4 pedaços de frango – use os seus preferidos
Em um processador ou liquidificador, junte a castanha de caju, o coentro, o óleo, o molho de soja, o açúcar e o suco de limão. Processe até obter uma pasta. Prove e tempere com sal e pimenta.
Espalhe generosamente a marinada nos pedaços de frango. Coloque em uma tigela, cubra com filme plástico e leve à geladeira por pelo menos 3 horas (melhor ainda de um dia para o outro).
Pré-aqueça o forno a 200°C. Forre uma assadeira com uma camada dupla de papel alumínio e pincele-o com um pouquinho de óleo.
Arrume os pedaços de frango sobre o papel e regue com o que sobrar da marinada. Asse por cerca de 1 hora ou até ficar a seu gosto.
Sirva salpicado com o coentro.
Rend.: 2 porções
quinta-feira, agosto 07, 2014
Bolo de banana e amêndoa - simples e delicioso
Depois de postar uma receita que pede caldo de legumes, molho de tomate e ricota caseiros eu tinha de lhes trazer algo menos complicado, mas igualmente bom: um bolo de banana simples, em que parte da farinha de trigo é substituída por farinha de amêndoa, o que dá um sabor gostoso e junto com o creme azedo e as bananas amassadas deixa o bolo bem macio e úmido.
(E em minha defesa, digo que poderia ter sido pior: eu poderia ter lhes sugerido confeitos caseiros). :D
Bolo de banana é um dos meus preferidos e sempre tenho algumas bananas bem maduras no freezer esperando para virar algo bem gostoso – está muito frio para sorvete (aquele facílimo em que é só bater bananas congeladas no liquidificador ou processador, sem precisar adicionar nada), então foi fácil optar por bolo.
O bolo afundou um pouco no centro e anos atrás isso teria me impedido de publicar a receita aqui, mas com o tempo tenho aprendido a reduzir o meu perfeccionismo, pelo menos um pouco, e tento fazer isso sempre que possível porque por mais que as pessoas o vendam como uma “qualidade” eu não acho que isso seja verdade – acho que é uma jaula que construímos à nossa volta e da qual fica cada vez mais difícil escapar.
O bolo afundou, sim, mas ficou uma delícia, por isso o fotografei e o divido com vocês aqui hoje – espero que gostem dele tanto quanto eu gostei.
Bolo de banana e amêndoa
um nadinha adaptado do delicioso World Class Cakes: 250 Classic Recipes from Boston Cream Pie to Madeleines and Muffins
- xícara medidora de 240ml
1 ¼ xícaras (175g) de farinha de trigo
1 pitada de sal
1 colher (chá) de bicarbonato de sódio
1 colher (chá) de fermento em pó
¼ colher (chá) de canela em pó
2/3 xícara (65g) de farinha de amêndoa
2/3 xícara (150g) de manteiga sem sal, amolecida
1 xícara (200g) de açúcar cristal
2 ovos
1 colher (chá) de extrato de baunilha
½ xícara de creme azedo (sour cream)*
2 bananas bem maduras, amassadas com um garfo
açúcar de confeiteiro, para polvilhar
Pré-aqueça o forno a 180°C. Unte levemente com manteiga uma forma de bolo inglês de 20x10cm, forre-a com papel e unte o papel também.
Em uma tigela média, misture com um batedor de arame a farinha, o sal, o bicarbonato, o fermento, a canela e a farinha de amêndoa.
Em uma tigela grande, usando a batedeira, bata a manteiga e o açúcar até obter um creme claro e fofo. Junte os ovos, um a um, batendo bem a cada adição. Raspe as laterais da tigela ocasionalmente. Junte a baunilha e bata.
Acrescente o creme azedo e a banana e misture em velocidade baixa somente até combinar. Junte os ingredientes secos e bata em velocidade baixa somente até incorporá-los.
Transfira a massa para a forma preparada e asse por cerca de 45 minutos ou até o bolo crescer e dourar (faça o teste do palito). Deixe esfriar na forma por 15 minutos e então desenforme com cuidado. Transfira para a gradinha e deixe esfriar completamente. Remova o papel, polvilhe com o açúcar de confeiteiro e sirva.
* creme azedo (sour cream) caseiro: para preparar 1 xícara de creme azedo, misture 1 xícara (240ml) de creme de leite fresco com 2-3 colheres (chá) de suco de limão ou limão siciliano em uma tigela. Vá mexendo até que comece a engrossar. Cubra com filme plástico e deixe em temperatura ambiente por 1 hora ou até que engrosse um pouco mais (geralmente faço o meu na noite anterior e deixo sobre a pia – com exceção de noites extremamente quentes – coberto com filme plástico; na manhã seguinte a mistura fica bem cremosa – leve à geladeira para ficar mais espessa ainda)
Rend.: 8 porções
quarta-feira, agosto 06, 2014
Palitos de polenta e ricota e cozinhando do zero
Como lhes disse ontem, adoro preparar coisas do zero quando e se tenho tempo, e a receita que lhes trago hoje é um bom exemplo disso: nestes palitinhos deliciosos de polenta e ricota usei caldo de legumes, ricota e molho de tomate caseiros.
O caldo de legumes é dica preciosa da Ana: é feito de cascas e aparas, cabinhos de ervas e outras coisinhas que acabariam indo parar na lata do lixo. Faço esse caldo há bastante tempo e sempre tenho um pouco no freezer – foi o que usei para cozinhar a polenta.
O molho de tomate é o mesmo que faço sempre, com tomates pelados e bastante manjericão, orégano e tomilho frescos, e é o molho que o meu marido come às colheradas: se tiver pão em casa, então, é um perigo, ele dá conta da panela inteira se eu não estiver por perto e não sobra quase nada para o que eu estivesse fazendo e para o que o molho seria, a princípio, usado. :D
E a ricota é uma receita da maravilhosa revista Donna Hay que peguei há anos, em 2009 para ser mais precisa, e desde então nunca mais comprei ricota – tenho usado esta ricotinha caseira em tudo, sempre com ótimos resultados. Tem textura e sabor excelentes e é rápida de fazer. Lá no começo eu forrava o escorredor com um pano bem fininho (tipo fraldinha de bebê), mas depois encontrei uma peneira metálica bem fininha na Liberdade e ela dispensa o uso do tecido.
Sei que este post é o pesadelo de quem não gosta de fazer coisas do zero, mas não estou aqui para pregar verdades - dá pra fazer os palitinhos usando coisas prontas. Só quero que saibam que, no caso específico dos itens usados na receita de hoje, fazê-los em casa não só traz resultados mais saborosos como também muito mais em conta, especialmente o caldo – e as receitas são fáceis.
Para finalizar, sei que vai parecer um tédio virar cada palitinho de polenta depois dos primeiros vinte minutos de forno, mas foi o jeito que encontrei de torná-los dourados e crocantes sem precisar fritar (como pede a receita original) – por favor, não me odeiem. :)
Palitos de polenta e ricota
um tiquinho adaptados da sempre maravilhosa revista Donna Hay
- xícara medidora de 240ml
2 xícaras (500ml) de caldo de legumes
1 xícara (170g) de polenta instantânea
1 xícara (80g) de parmesão ralado bem fininho
25g de manteiga
sal e pimenta do reino moída na hora
200g de ricota*
óleo de canola, para pincelar
molho de tomate, para servir
Coloque o caldo em uma panela grande e leve ao fogo médio até começar a ferver. Aos poucos, junte a polenta, mexendo sempre por 2-3 minutos. Retire do fogo e junte o parmesão, a manteiga, o sal e a pimenta e misture para incorporar. Deixe esfriar por 5 minutos e incorpore a ricota. Espalhe a mistura em uma forma quadrada de 20cm e aperte para moldar a polenta. Leve à geladeira até firmar, cerca de 1 hora.
Pré-aqueça o forno a 200°C. Forre uma assadeira grande, de beiradas baixas, com papel alumínio e pincele-o levemente com óleo.
Retire a polenta da forma e corte em palitos grossos. Arrume-os na forma preparada, deixando 1cm de distância entre eles. Asse por 20 minutos, vire-os com cuidado e asse por mais 20 minutos ou até que dourem e fiquem crocantes por fora.
Sirva imediatamente com o molho de tomate.
* usei ricota caseira nesta receita: 3 xícaras (720ml) de leite integral = 200g de ricota
Serves 4
terça-feira, agosto 05, 2014
Madeleines de azeite de oliva, limão siciliano e cardamomo
Madeleines são bolinhos pequenininhos, por isso acho que seria mesmo apenas uma questão de tempo até eu tentar uma versão delas com azeite de oliva depois de usar o ingrediente em tantos bolos.
Encontrei algumas receitas online (já lhes disse que amo a Internet?), mas o que realmente me chamou a atenção foi a combinação de cardamomo e limão siciliano: parecia ótima e as madeleines do Russell eram lindinhas.
Cardamomo e limão siciliano são, sim, deliciosos juntos e as madeleines feitas com azeite são tão fantásticas quanto aquelas feitas com manteiga (e elas continuam úmidas e macias no dia seguinte).
Adoro preparar coisas do zero, mas também sou super a favor de atalhos quanto estes são bons e viáveis; porém, algo que não uso é cardamomo já moído: comprei uma vez, há séculos, mas não gostei. Comecei a comprar os bagos para moer as sementes em casa e nunca mais voltei atrás. Se for possível a vocês, recomendo fazer o mesmo, não apenas para estas madeleines mas para quaisquer receitas com cardamomo (cliquem aqui para um pouquinho de inspiração).
Para madeleines completamente sem lactose, as forminhas devem ser untadas com óleo ou azeite em vez de manteiga – não testei isso ainda, e se alguém o fizer vou adorar saber se deu certo.
Madeleines de azeite de oliva, limão siciliano e cardamomo
um nadinha adaptadas daqui
80g de açúcar cristal
raspas da casca de 1 limão siciliano grande
¼ colher (chá) de cardamomo moído na hora
2 ovos
½ colher (chá) de extrato de baunilha
110g de farinha de trigo
½ colher (chá) de fermento em pó
1 pitada de sal
1/3 xícara (80ml) de azeite de oliva extra-virgem
Coloque o açúcar, as raspas de casca de limão e o cardamomo na tigela grande da batedeira e esfregue com as pontas dos dedos até o açúcar ficar perfumado. Junte os ovos e a baunilha e bata com a batedeira até obter um creme claro e espesso.
Peneire a farinha, o fermento e o sal sobre a mistura e incorpore gentilmente com uma espátula de silicone, misturando de baixo para cima. Incorpore o azeite da mesma forma. Cubra com filme plástico e leve à geladeira por no mínimo 3 horas ou no máximo de um dia para o outro.
Pré-aqueça o forno a 200°C. Unte com manteiga derretida 20 forminhas de madeleine com capacidade para 2 colheres (sopa) cada. Leve à geladeira por 10 minutos. Unte-as novamente com manteiga e refrigere por mais 10 minutos. Divida a massa entre as forminhas (sem espalhar) e asse até que as madeleines cresçam e dourem (8-10 minutos). Desenforme imediatamente sobre uma gradinha.
Polvilhe com açúcar de confeiteiro. Sirva morninhas ou em temperatura ambiente.
Rend.: 20 unidades
segunda-feira, agosto 04, 2014
Biscoitinhos de trigo sarraceno com geleia de figo e comida bonita
Uma vez fiz um teste na faculdade (dado pela Prof. Valderez Carneiro da Silva) e o resultado foi que eu era uma pessoa sinestésica. Conforme fui lendo a respeito e ouvindo as explicações da professora, achei que fazia sentido.
A maioria dos colegas de sala obteve "visual" como resultado, ou seja, eles eram pessoas visuais. Não sei bem se hoje, refazendo o teste, o resultado seria o mesmo (isso foi há dezessete anos), mas creio que a porcentagem das minhas respostas de cunho "visual" seria maior, já que sinto isso bastante latente às vezes, especialmente quando o assunto é comida. Fico doida por livros, revistas e blogs cheios de lindas fotos e às vezes tendo a escolher uma receita por causa da aparência da comida - é por isso que adoro fazer biscoitinhos do tipo thumbprint, eles sempre ficam tão bonitinhos! <3
Estes foram feitos com uma mistura de farinha de trigo comum e farinha de trigo sarraceno, e a geleia de figo combinou lindamente. Acho que geleia de laranja seria uma escolha de sabor interessante para o trigo sarraceno, mas vou ter de testar isso outro dia. :)
Biscoitinhos de trigo sarraceno com geleia de figo
adaptados do ótimo Great Cookies: Secrets to Sensational Sweets
- xícara medidora de 240ml
1 ½ xícaras (210g) de farinha de trigo
½ xícara (70g) de farinha de trigo sarraceno
1/8 colher (chá) de sal
200g de manteiga sem sal, ligeiramente firme
½ xícara (100g) de açúcar cristal ou refinado
2 gemas grandes
1 colher (chá) de extrato de baunilha
geléia de figo ou de sabor que preferir
Pré-aqueça o forno a 180°C. Forre duas assadeiras grandes, de beiradas baixas, com papel manteiga.
Em uma tigela média, misture com um batedor de arame as farinhas e o sal.
Na tigela grande da batedeira, bata a manteiga em velocidade médio-baixa até ficar cremosa. Junte o açúcar e bata para incorporar. Junte as gemas e a baunilha, batendo somente até misturar. Com uma espátula de silicone, incorpore os ingredientes secos em duas adições, misturando somente até obter uma massa homogênea – se misturar demais a massa ficará oleosa.
Faça bolinhas com 1 colher (sopa) nivelada de massa e coloque nas assadeiras preparadas, deixando 5cm de distância entre uma e outra. Com o cabo de uma colher de pau ou outro utensílio, pressione levemente o centro de cada bolinha de massa. Asse por 10 minutos, pressione novamente o centro de cada biscoito e encha com um pouquinho de geléia (não exagere para que ela não escorra). Leve ao forno novamente até que as beiradas dos biscoitos estejam douradas, 5 a 7 minutos. Deixe esfriar.
Rend.: cerca de 45 biscoitinhos
quinta-feira, julho 31, 2014
Bolinhos de abobrinha e feta, um trailer doido e um versátil jovem ator
Infelizmente não tenho tempo de ler todos os sites e blogs de que gosto (e sei que vocês também não, por isso, obrigada por passarem por aqui, fico bem feliz), mas não tem um dia em que eu não vá ao IMDb para saber das notícias do mundo do cinema.
Ontem, em uma destas visitas, vi o trailer de “Horns” (legendado aqui) e ele imediatamente entrou para a lista dos trailers mais interessantes/loucos que vi na vida. As escolhas de Daniel Radcliffe tanto no cinema quanto no teatro tem sido bastante diversas e acho notável que ele se interesse em fazer coisas tão diferentes, realmente se exercitando como ator: ele faz o polêmico, faz humor negro e também comédia romântica - e quem não se lembra dele estrelando “Equus” no teatro anos atrás? Tão jovem e tão versátil – admiro muito.
Daniel é versátil, o danado, e bolinhos salgados, parecidos com panquequinhas, também são: dá para fazê-los com praticamente qualquer legume ou verdura na geladeira e é um ótimo veículo para eles caso haja algum enjoadinho pro perto. Estes bolinhos de abobrinhas ficaram uma delícia – foram rápidos de preparar e desapareceram mais rápido ainda. :D
Bolinhos de abobrinha e feta
um tiquinho adaptados de duas ótimas fontes: A Girl Called Jack: 100 Delicious Budget Recipes e Nigella Fresh
1 abobrinha grande
1 cebolinha, picadinha
1 punhado de folhas de salsinha, picadas – meça, depois pique
1 ovo, ligeiramente batido com um garfo
50g de queijo feta ralado
2 colheres (sopa) de farinha de trigo
sal e pimenta do reino moída na hora
óleo de canola, para fritar
Rale a abobrinha no ralo grosso e espalhe sobre um pano de prato limpo e seco. Aguarde 20 minutos para que o excesso de água seja absorvido.
Transfira a abobrinha para uma tigela grande, junte a cebolinha, a salsinha, o ovo, o queijo feta e a farinha, tempere com sal e pimenta e misture até obter uma massinha – se estiver rala demais, acrescente um tiquinho de farinha.
Aqueça um fio de óleo em uma frigideira antiaderente grande. Coloque duas colheres (sopa) de massa por bolinho e achate, formando panquequinhas – não encha demais a frigideira, frite os bolinhos em etapas. Frite por cerca de 2 minutos, vire e frite até dourar. Transfira para um prato forrado com papel absorvente. Repita o processo com o restante de massa.
Sirva imediatamente com fatias de limão.
Rend.: 6 unidades
quarta-feira, julho 30, 2014
Pão de baunilha e canela
Muita gente que conheço tem reclamado bastante do clima nos últimos dias, mas eu não: pra ser sincera, estou comemorando os dias frios, especialmente depois do verão insuportável que tivemos. \0/
Nada pior do que sair do chuveiro e já começar a suar – que bom que isso é parte do passado, pelo menos por enquanto.
Por causa das baixas temperaturas, ligar o forno é sempre uma ideia ótima: a gente fica quentinha e ainda tem comida gostosa como resultado. Epic win. :)
O final de semana passado foi perfeito para baking, e fazer pão é algo que me dá muita alegria. Sem pensar demais no que prepararia, escolhi o pão de baunilha da Signe Johansen para ser o meu projeto do sábado à tarde e adicionei canela, aveia, farinha de trigo integral e aumentei um tiquinho a quantidade de açúcar para deixar o pão mais ao meu agrado. O pão ficou delicioso sozinho e também tostado com manteiga.
Além de saboroso, o pão foi um projeto perfeito por outra razão: deu pra assistir a dois episódios de “Law and Order: SVU” já que a massa precisou crescer duas vezes.
Pão de baunilha e canela
um tiquinho adaptado do lindíssimo e delicioso Scandilicious Baking
- xícara medidora de 240ml
½ fava de baunilha cortada ao meio no sentido do comprimento, sementes retiradas com as costas da faca
1 xícara (240ml) de leite integral
50g de manteiga sem sal
2 colheres (chá) de extrato de baunilha
400g de farinha de trigo comum
100g de farinha de trigo integral
½ colher (chá) de canela em pó
75g de açúcar cristal
¼ colher (chá) de sal
3 colheres (chá) de fermento biológico seco
1 ovo, ligeiramente batido com um garfo
1 colher (sopa) de leite, extra, ara pincelar os pães
1 punhado pequeno de aveia em flocos, para salpicar os pães
Coloque as sementes de baunilha, o leite, a manteiga e o extrato de baunilha em uma panelinha e leve ao fogo até que quase comece a ferver. Desligue e espere amornar.
Na tigela da batedeira, usando o batedor em formato de gancho, misture as farinhas, a canela, o sal e o açúcar. Faça um buraco no centro e coloque o fermento. Despeje o ovo e a mistura de leite morna sobre o fermento e misture em velocidade baixa até que os ingredientes fiquem incorporados. Continue misturando em velocidade baixo-média até que a massa fique lisa e elástica, uns 8 minutos.
Transfira a massa para uma tigela grande e levemente pincelada com manteiga, cubra com filme plástico e deixe crescer em um lugar morninho por cerca de 1 hora ou até dobrar de volume. Unte com manteiga duas formas de bolo inglês com capacidade para 4 xícaras cada.
Dê um soquinho na massa para retirar o excesso de ar e divida-a em duas partes iguais. Abra cada parte com as mãos até obter um retângulo de aproximadamente 20x30cm. Enrole os retângulos formando cilindros bem apertados e transfira para as formas. Deixe crescer novamente por 40 minutos – enquanto isso, pré-aqueça o forno a 200°C.
Pincele os pães com o leite extra e salpique com a aveia. Jogue um pouquinho de água dentro do forno para criar vapor e coloque os pães para assar. Asse por volta de 30 minutos ou até que dourem bem e haja um som de oco ao bater com os nós dos dedos na parte inferior dos pães.
Deixe esfriar nas formas por 10 minutos, desenforme com cuidado e transfira para uma gradinha. Deixe esfriar completamente.
Rend.: dois pães
terça-feira, julho 29, 2014
Linguine com limão siciliano e avocado - fazendo amizade com macarrão integral
Acho que conforme vamos ficando mais velhos e nos sentido mais confortáveis em nossa própria pele o que os outros pensam não importa muito – o que nós sentimos, queremos ou gostamos deve vir em primeiro lugar. Gosto de acreditar nisso.
Na época do colegial era “importante” ser legal e estar “na moda” ou, em outras palavras, fazer e dizer o que os outros faziam e diziam. Eu me lembro de na época ir a um show de uma banda cover de Elvis Presley com amigas algumas vezes, mas nem de Elvis eu gostava – eu só fingia curtir para pertencer ao grupo, já que todas as garotas ficavam dizendo que Elvis era o máximo (por sorte os tais shows eram de graça). Os tais shows aconteciam nos finais de tarde, às sextas-feiras, e nós íamos direto da escola para lá – em uma das vezes eu estava tão entediada que comecei a fazer minha lição de Física ali mesmo.
Vocês podem imaginar que isso não ajudou em nada a minha “reputação” de ser “legal”. :)
Até alguns meses atrás eu dizia que macarrão integral era um troço horroroso, e fazia caretas à simples menção do ingrediente. Um dia, lendo uma receita que pedia por esse tipo de massa, me dei conta de que eu estava apenas repetindo opiniões de outras pessoas. Eu tinha, sim, provado uns pratos bem desastrosos com macarrão integral, mas como alguém que cozinha há tanto tempo eu deveria saber que talvez, e apenas talvez, o que eu provara não valia pelo todo. Poderiam ter sido casos de receita ruim ou macarrão ruim (ou ambos).
Continuo evitando Elvis a todo custo até hoje, mas fiz amizade com macarrão integral. :)
Coisas que dizemos e fazemos de vez em quando, muitas vezes sem pensar muito. Já fiz isso, vocês provavelmente também já fizeram. Somos humanos, dizemos coisas estúpidas vez ou outra, seguimos as pessoas erradas. Erramos.
Ninguém é perfeito.
Mas esse macarrãozinho com avocado é (e eu nunca teria pensado em juntar macarrão com avocado). :)
Linguine com limão siciliano e avocado
um nadinha adaptado do maravilhoso A Modern Way to Eat: Over 200 Satisfying, Everyday Vegetarian Recipes (That Will Make You Feel Amazing)
400g de linguine integral
2 colheres (sopa) de azeite de oliva
4 colheres (sopa) de alcaparras em conserva, drenadas e picadas grosseiramente
2 dentes de alho, amassados e bem picadinhos
raspas da casca de 2 limões sicilianos + suco de ½ deles
1 punhado de folhas de manjericão – meça, depois pique grosseiramente
1 punhado de folhas de salsinha - – meça, depois pique grosseiramente
2 avocados maduros
1-2 colheres (sopa) de azeite de oliva extra-virgem
pecorino ralado na hora, para servir
Cozinhe o linguine em uma panela grande de água fervente salgada até ficar al dente (siga as instruções da embalagem).
Enquanto isso, faça o molho: em uma frigideira grande antiaderente, aqueça o azeite de oliva em fogo médio. Junte as alcaparras e o alho e refogue até perfumar. Acrescente as raspas de limão e as ervas, misture e retire do fogo.
Abra os avocados ao meio e retire os caroços. Faça cortes na polpa formando um quadriculado e então retire com uma colher. Transfira para a frigideira e misture.
Antes de escorrer o macarrão, reserve 1 xícara da água do cozimento.
Escorra o macarrão e transfira-o para a frigideira. Volte ao fogo médio e misture para combinar os ingredientes. Regue com o suco de limão e o azeite extra-virgem, tempere com sal e pimenta e adicione um pouco da água do cozimento se for necessário.
Sirva imediatamente polvilhado com o queijo.
Rend.: 4 porções