Enquanto há filmes que vejo repetidas vezes, existem outros que não consigo dar um jeito de ver, não importa o quanto eu queira: se está passando na TV, é bem na hora em que tenho que ir a algum outro lugar (ou irá ao ar às três da manhã), ou no final de semana em que eu trago o DVD para casa simplesmente não encontro tempo para sentar e assistir – e assim por diante. Um destes filmes era “Filhos da Esperança”: alguns dias atrás consegui finalmente ver, e nossa, que filmaço. Alfonso Cuarón já tinha me ganhado com o excelente “Gravidade”, e em “Filhos da Esperança” seu trabalho é pura perfeição – não há palavras para descrever seu trabalho na direção e é simplesmente ridículo que ele não tenha sido indicado a Melhor Diretor; na verdade, o filme teve apenas três indicações ao Oscar (“Histórias Cruzadas”, por exemplo, teve quatro, pelamordedadá), e Clive Owen foi ignorado enquanto que Forest Whitaker levou pra casa o prêmio. Tenho nem o que dizer.
Então aqui estou, com sete anos de atraso, me odiando por ter demorado tanto para ver uma obra-prima como “Filhos da Esperança”. Como não quero que esse tipo de coisa aconteça quando o assunto é comida, lhes trago estes brownies de gingerbread, deliciosos e facílimos de fazer: não tinha certeza de os prepararia, afinal de contas a série de Natal deste ano está bem chocolatuda, mas pra que esperar? Nem sete anos, nem mesmo sete dias. :D
Brownies de gingerbread
um tiquinho adaptados sempre deliciosa Delicious Australia
185g de manteiga sem sal, picada
150g de chocolate meio-amargo picado – usei um com 53% de cacau
200g de açúcar mascavo
3 ovos
1 colher (chá) de extrato de baunilha
150g de farinha de trigo
¼ colher (chá) de fermento em pó
1 pitada de sal
½ colher (chá) de canela em pó
½ colher (chá) de gengibre em pó
½ colher (chá) de noz-moscada ralada na hora
3 colheres (sopa) de cacau em pó, sem adição de açúcar, peneirado – meça, depois peneire
100g de chocolate meio-amargo, extra, em gotas ou picado
Pré-aqueça o forno a 180°C. Unte levemente com manteiga uma forma quadrada de 20cm, forre-a com papel alumínio deixando sobrar em dois lados opostos, formando “alças”, e unte o papel também.
Em uma tigela grande refratária, derreta a manteiga e os 150g de chocolate em banho-maria (fogo baixo, sem deixar o fundo da tigela tocar a água). Retire do fogo e deixe esfriar um pouquinho.
Adicione o açúcar e misture. Adicione os ovos, um a um, batendo bem a cada adição. Junte a baunilha, a farinha, o fermento, o sal, as especiarias e o cacau e misture para incorporar. Acrescente os 100g de chocolate restantes e incorpore gentilmente. Transfira a massa para a forma preparada e alise a superfície.
Asse até que os brownies firmem levemente nas laterais da forma e um palito inserido no centro saia com migalhas úmidas, cerca de 20 minutos. Retire do forno e deixe esfriar completamente na forma, sobre uma gradinha.
Corte em quadradinhos para servir.
Rend.: 16 brownies
quarta-feira, dezembro 18, 2013
Brownies de gingerbread e um filme que eu deveria ter visto em 2006
segunda-feira, dezembro 16, 2013
Biscoitinhos de gengibre com chocolate branco e o melhor filme de terror de todos os tempos
Bem como a minha lista de receitas “a fazer”, a lista de filmes que quero ver cresce a cada dia – há sempre alguma coisa interessante que ainda não vi, novos lançamentos toda semana... Acho que jamais darei conta de nenhuma das listas. :D
Para tornar tudo mais difícil, de vez em quando me dá vontade de rever os meus filmes preferidos, especialmente aqueles que vi na adolescência – parece que agora que sou mais velha consigo saboreá-los mais. Semana passada assisti a “Coração Satânico” novamente (pela terceira vez, para ser mais exata) e achei ainda mais fantástico do que da última vez, anos atrás. Achei as atuações ainda melhores – o quão excelente está Mickey Rourke neste filme? – o roteiro ainda mais genial e a maneira como Alan Parker desenvolve tudo isso, sublime. Considero “O Exorcista” o filme de terror mais assustador já feito, mas para mim o melhor é, sem dúvida, “Coração Satânico”.
Achei que já tivesse bastado de biscoitos de gengibre neste Natal, mas quando vi estes botõezinhos tão bonitinhos tive de fazê-los: se não consigo evitar assistir a certos filmes várias e várias vezes, como conseguiria resistir a biscoitos de especiarias recheados de chocolate branco (duas coisas que adoro)? ;)
Biscoitinhos de gengibre com chocolate branco
um nadinha adaptados daqui
- xícara medidora de 240ml
Biscoitos:
1/3 xícara (75g) de manteiga sem sal, amolecida
¾ xícara (150g) de açúcar cristal
1 ovo
1/3 xícara (80ml) de melado de cana
2 xícaras (280g) de farinha de trigo
1 ½ colheres (chá) de gengibre em pó
1 colher (chá) de bicarbonato de sódio
1 colher (chá) de canela em pó
¼ colher (chá) de cravo em pó
1 pitada de sal
Recheio:
140g de chocolate branco, picadinho
1 pitada de canela
Biscoitos: pré-aqueça o forno a 180°C. Forre duas assadeiras grandes, de beiradas baixas, com papel manteiga.
Em uma tigela média, misture com um batedor de arame a farinha, o gengibre, o bicarbonato, a canela, o cravo e o sal. Reserve.
Com a batedeira, bata a manteiga e o açúcar até obter um creme claro. Batendo, junte o ovo, o melado e a baunilha. Em velocidade baixa, acrescente os ingredientes reservados e bata somente até incorporar. Faça bolinhas com 1 colher (sopa) nivelada de massa e coloque-as nas assadeiras preparadas, deixando 5cm de distância entre elas. Usando uma colher medidora redondinha ou o cabo de uma colher de pau faça um buraquinho no centro de cada bolinha. Asse até que as extremidades dourem levemente, 10-12 minutos. Deixe esfriar nas assadeiras sobre uma gradinha por 5 minutos; retire com cuidado, transfira para a gradinha e deixe esfriar completamente.
Recheio: coloque o chocolate em uma tigelinha refratária e leve ao banho-maria (fogo baixo, sem deixar que o fundo da tigela toque a água), mexendo até derreter. Retire do fogo e coloque cerca de ½ colher (chá) dentro de cada buraquinho dos biscoitos. Polvilhe com a pitadinha de canela e deixe o chocolate firmar (cerca de 1 hora).
Os biscoitos podem ser guardados em um recipiente hermético, entre camadas de papel manteiga, por até 5 dias ou congelados por até 2 meses.
Rend.: cerca de 45 biscoitos
sexta-feira, dezembro 13, 2013
Rocky road de Natal + duas interpretações fenomenais
Dias atrás, graças às maravilhosas pessoas que postam filmes na Internet (um obrigada gigante a vocês), consegui finalmente assistir a “Behind the Candelabra” e que filme excelente, gente: eu esperava algo bom, afinal de contas o diretor é Steven Soderbergh, mas foi muito mais do que eu esperava por causa de Michael Douglas e Matt Damon. Jamais pensei que Douglas pudesse ser capaz de uma interpretação tão fantástica – acho que dependendo da nossa idade a tendência é associá-lo ao tipo herói de ação ou aos personagens sexuais do passado (eu gosto muito dele em “Traffic”, também, e não é sua culpa se Oliver Stone arruinou “Wall Street: O Dinheiro Nunca Dorme”).
Por algumas horas Michael Douglas foi Liberace, indo além de simplesmente usar roupas extravagantes: a voz, o cabelo, os gestos, estava tudo ali, perfeitamente executado.
Adoro atores versáteis e por isso Matt Damon é um dos meus favoritos: sendo um rostinho bonito ele poderia facilmente ter se contentado com o posto de galã e ter tomado o caminho das comédias românticas, mas em vez disso ele escolheu a diversidade e tem mostrado o quão bom ator é. Ele está brilhante como Scott Thorson e é uma pena que ele e Michael Douglas estejam competindo um contra o outro na temporada de premiações, pois ambos merecem uma enxurrada delas.
Minha série de Natal continua, desta vez com uma receita fácil e que não vai ao forno: assim como as roupas de Liberace eram cravejadas de cristais e strass, estas barrinhas rocky road são cravejadas de delícias como frutas secas e marshmallow. :)
Dei sorte e encontrei manjar turco à venda na Casa Santa Luzia (com o nome de “rahat”); entretanto, já tinha decidido fazer as barrinhas mesmo que tivesse de usar outro ingrediente e cogitei trocar o manjar turco por amaretti; usem a imaginação caso não encontrem os ingredientes listados abaixo – tenho certeza de que outras frutas secas e castanhas ficariam deliciosas, também.
Rocky road de Natal
um tiquinho adaptado da sempre lindíssima revista Donna Hay
800g de chocolate meio amargo – usei um com 53% de cacau
1 ½ colheres (sopa) de óleo de canola
120g de cranberries secas
180g de mini marshmallows
200g de manjar turco em cubinhos (também conhecido como lokum ou rahat – foi assim que encontrei à venda na Casa Santa Luzia)
120g de pistaches picados grosseiramente
Unte bem levemente com manteiga uma forma de 20x30cm e forre-a com papel alumínio (a manteiga vai servir simplesmente para manter o papel alumínio no lugar, para que ele não fique “dançando” na forma).
Coloque o chocolate e o óleo em uma tigela refratária e leve ao banho-maria – em fogo baixo e sem deixar que a base da tigela toque a água – mexendo ocasionalmente até o chocolate derreter completamente.
Em uma tigela grande, misture as cranberries, os marshmallows, o manjar turco e os pistaches.
Retire a tigela de chocolate do fogo e reserve cerca de 1 xícara da mistura. Despeje o restante sobre os ingredientes na tigela grande e misture até cobri-los bem. Transfira para a forma preparada e aperte bem na forma. Regue com o chocolate reservado e alise a superfície. Leve à geladeira por 1 hora ou até firmar. Vire o bloco de chocolate sobre uma superfície bem seca e remova o papel alumínio. Corte o bloco em barrinhas ou quadradinhos.
Rend.: 74 pedacinhos pequeninos (ou corte-os do tamanho que preferir)
quarta-feira, dezembro 11, 2013
Vanillekipferl (biscoitinhos de baunilha vienenses) e uma competição nada justa
O pessoal por trás do Oscar parece ter desenvolvido uma estratégia para deixar as performances mais poderosas de fora da competição (talvez para assegurar que aquelas mais ou menos levem os prêmios? Quem sabe). Ano passado tanto Tilda quanto Michael Shannon não foram incluídos no joguinho (e eles estavam absolutamente magníficos em “Precisamos Falar Sobre o Kevin” e “O Abrigo”, respectivamente), e 2013 será lembrado por mim como o ano em que Marion Cotillard foi ignorada apesar de ter sambado na cara de todos com “Ferrugem e Osso”. O filme é tão maravilhoso que ainda não consegui escrever uma linha sequer sobre ele (costumo chamar de “efeito ‘Árvore da Vida´”), e a interpretação de Marion é algo sublime. Harvey Weinstein deve ter sentido profundo alívio quando Marion não foi indicada, pois ela definitivamente tornaria as coisas bem mais difíceis para Jennifer Lawrence – eu a adoro, mas aquele Oscar foi uma piada (e uma demonstração do poder do lobby).
Estes biscoitos, com seu nome germânico e seu incrível sabor de baunilha, são um dos melhores que já fiz (e olhem que já fiz biscoito nessa vida); são deliciosos, derretem na boca, e como são bonitinhos podem ser uma boa opção de presente ou uma adição à mesa do Natal – só tenho pena de qualquer outro biscoito perto deles, pois a competição não seria nada justa... ;)
Favas de baunilha são um ingrediente caro e não as uso com frequência, mas como é Natal acho que um pouquinho de luxo não faz mal; caso queiram preparar os biscoitos, não se esqueçam de planejar com antecedência: o açúcar de confeiteiro da cobertura e a baunilha precisam de um tempo para se conhecer melhor. ;)
Vanillekipferl (biscoitinhos de baunilha vienenses)
um tiquinho adaptados do The Gourmet Cookbook: More than 1000 recipes
- xícara medidora de 240ml
Açúcar baunilhado (para envolver os biscoitos):
170g de açúcar de confeiteiro (usei impalpável)
1 fava de baunilha, aberta no sentido do comprimento, sementes removidas com as costas de uma faca
Biscoitos:
245g de farinha de trigo
25g de açúcar de confeiteiro
1 pitada de sal
70g de farinha de amêndoa
1 fava de baunilha, aberta no sentido do comprimento, sementes removidas com as costas de uma faca
170g de manteiga sem sal, gelada e em cubinhos
2 colheres (chá) de extrato de baunilha
Comece preparando o açúcar baunilhado: coloque o açúcar, as sementes de baunilha e a fava em uma tigela pequena e misture com as pontas dos dedos para aromatizar o açúcar. Cubra com filme plástico e deixe em temperatura ambiente de um dia para o outro.
Biscoitos: no processador de alimentos, misture a farinha de trigo, o açúcar de confeiteiro, o sal, a farinha de amêndoa e as sementes de baunilha. Junte a manteiga e pulse para incorporar (a mistura vai parecer uma farofa grossa). Com o processador ligado, acrescente o extrato de baunilha e processe apenas até que uma massa comece a se formar. Forme um disco com a massa, embrulhe em filme plástico e leve à geladeira por pelo menos duas horas (ou de um dia para o outro).
Pré-aqueça o forno a 180°C. Forre duas assadeiras grandes, de beiradas baixas, com papel manteiga.
Separe porções de ½ colher (sopa) nivelada de massa e formate um cilindro com elas; entorte levemente as pontas de cada cilindro para formar uma meia-lua e coloque-as nas assadeiras deixando 2,5cm de distância entre uma e outra. Asse por 10-15 minutos ou até que dourem bem levemente.
Com cuidado, passe os biscoitinhos ainda mornos no açúcar baunilhado e então transfira para uma gradinha. Deixe esfriar antes de guardar em recipiente hermético e polvilhe com mais açúcar baunilhado antes de servir.
Rend.: cerca de 50 biscoitos
segunda-feira, dezembro 09, 2013
Barrinhas de eggnog e mexendo com ícones
Muita gente que conheço é contra remakes – eu não; acho que há ótimos remakes – alguns são superiores aos originais – e há os ruins, também. É a vida, né?
Acho que é difícil lidar com personagens tradicionais e icônicos (a menos que você seja David Fincher) e talvez alguns deles deveriam ser deixados em paz, mesmo, em toda a sua glória. Chloë Grace Moretz prestou um desserviço à sua carreira ao interpretar pobremente uma personagem elevada à perfeição por Sissy Spacek, e “Carrie” é um filme tão ruim no geral que nem a deusa Julianne Moore salva (o que, para mim, impressiona).
Vamos mexer com coisas tradicionais e icônicas de um jeito melhor? Peguemos uma bebida de Natal (típica dos EUA) e a transformemos em bolos, biscoitinhos e barrinhas de cheesecake – eu não acho que alguém vá ficar desapontado. ;)
Barrinhas de eggnog
um nadinha adaptadas do excelente The Good Cookie: Over 250 delicious recipes, from simple to sublime
- xícara medidora de 240ml
Base:
150g de bolacha Maria/maisena
¾ colher (chá) de canela em pó
9 colheres (sopa) - 125g - de manteiga sem sal, derretida
Recheio:
335g de cream cheese, amolecido
2/3 xícara (133g) de açúcar cristal
2 colheres (chá) de amido de milho
1 ovo grande
2 gemas grandes
1/3 xícara (80ml) de creme de leite fresco
3 colheres (sopa) de conhaque
1 ½ colheres (chá) de extrato de baunilha
¼ colher (chá) de noz-moscada ralada na hora + um pouquinho extra para polvilhar sobre as barrinhas antes de servir
Base: pré-aqueça o forno a 180°C – você vai assar as barrinhas no centro do forno. Unte levemente com manteiga uma assadeira de 20x30cm, forre-a com papel alumínio deixando sobrar 5cm de dois lados opostos, formando “alças” e unte o papel também.
No processador de alimentos, triture as bolachas. Junte a canela e pulse para incorporar. Com o processador ligado, adicione a manteiga e processe até incorporá-la. Transfira a mistura para a forma preparada e pressione no fundo da forma. Asse por 8-10 minutos ou até que a base estufe levemente e firme.
Deixe esfriar sobre uma gradinha enquanto prepara o recheio. Diminua a temperatura do forno para 160°C.
Recheio: na tigela da batedeira, bata o cream cheese e o açúcar em velocidade média até obter uma mistura cremosa e clara, cerca de 1 minuto. Batendo, junte o amigo de milho, seguido do ovo e das gemas, um a um, batendo até incorporar. Raspe as laterais da tigela conforme necessário. Adicione o creme de leite, o conhaque, a baunilha e a noz-moscada. Espalhe o recheio sobre a base. Asse por 15-20 minutos ou até que o recheio firme. Deixe esfriar completamente sobre uma gradinha e então leve à geladeira.
Antes de servir, polvilhe com um pouquinho de noz-moscada ralada na hora e corte em barrinhas ou quadradinhos.
Rend.: 24 unidades
sexta-feira, dezembro 06, 2013
Blondies de speculaas e um dos trailers mais lindos que já vi
Minha irmã e eu adoramos ver os trailers quando vamos ao cinema, e depois de cada um deles nos entreolhamos e dizemos “sim” ou “não” (se vamos ou não assistir àquele filme quando entrar em cartaz). Semanas atrás, na sessão de “Em Chamas”, vimos o trailer de “A Vida Secreta de Walter Mitty” e confesso que quando a cara de Ben Stiller apareceu na tela eu já estava pronta para dizer “não” – realmente não suporto os filmes dele – mas no final do trailer nós duas dissemos um “sim” bem empolgado. :)
Um dos trailers mais lindos que já vi e a trilha magnífica (a canção não saiu da minha cabeça desde então) me fizeram querer ver um filme estrelado por Ben Stiller – eu mal podia acreditar. :D
Também foi difícil crer que eu poderia ter speculaas sem a novela de abrir massa, gelar massa, cortar massa (e gelar mais uma vez) – um biscoito do tipo roll out neste calor já é mais do que suficiente. :) As blondies do Edd Kimber trazem todos os sabores deliciosos dos speculaas e ainda tem chocolate – como não amar? :D
As blondies ficaram bem saborosas e fininhas, mas para mim isso não é um problema: aprendi a gostar de barrinhas assim depois de ser apresentada aos brownies de Alice Medrich.
Blondies de speculaas
um tiquinho adaptadas do delicioso The Boy Who Bakes
- xícara medidora de 240ml
½ xícara (113g) de manteiga sem sal
½ colher (chá) de gengibre em pó
1/8 colher (chá) de noz moscada ralada na hora
1/8 colher (chá) de cravo em pó
1/8 colher (chá) de cardamomo moído
200g de açúcar mascavo claro
1 ovo
1 colher (chá) de extrato de baunilha
125g de farinha de trigo
1 pitada de sal
½ colher (chá) de fermento em pó
30g de chocolate branco, picado ou em gotinhas
30g de chocolate meio amargo, picado ou em gotinhas
60g de amêndoas, levemente tostadas e frias, picadas
Pré-aqueça o forno a 180°C. Unte levemente com manteiga uma forma quadrada de 20cm, forre-a com papel alumínio deixando sobrar em dois lados opostos, formando “alças”, e unte o papel também.
Derreta a manteiga em uma panela média em fogo médio-alto, junte as especiarias e cozinhe por 2 minutos, mexendo. Acrescente o açúcar e cozinhe por mais 2 minutos, mexendo sempre. Retire do fogo e deixe esfriar. Com um batedor de arame, misture o ovo e a baunilha. Com uma espátula de silicone, incorpore gentilmente a farinha, o fermento e o sal. Adicione os chocolates e a amêndoa. Espalhe a massa na forma preparada e alise a superfície. Asse por 15-20 minutos ou até que um palito inserido no centro saia com migalhas úmidas (como um brownie). Deixe esfriar completamente na forma, sobre uma gradinha. Corte em quadradinhos para servir.
Rend.: 16 unidades
quarta-feira, dezembro 04, 2013
Pain d’épice de chocolate, duas versões da mesma canção e do mesmo doce
Um dia, na época em que dava aula, falei para os meus alunos que gostava de Soft Cell e, dois dias depois um deles apareceu com o “Memorabilia” na sala e disse: “teacher, você tem que ouvir este CD” – ele tinha certeza de que eu amaria e, de fato, amei. Naquele CD havia uma versão um pouquinho diferente de “Loving You, Hating Me” da que eu conhecia (e adorava) – o arranjo era um pouco menos metálico, digamos assim – e acabei me apaixonando pela nova versão (se tornou uma das minhas favoritas de todos os tempos).
Ano passado postei uma receita de pain d’épice e agora lhes trago outra, com farinha integral e chocolate – gosto de ambas, mas a versão de chocolate ganhou o meu coração (obrigada, Eric Lanlard). :)
Pain d’épice de chocolate
um nadinha adaptado do lindíssimo e delicioso Chocolat (comprei o meu aqui)
200ml de leite integral
8 colheres (sopa) de mel clarinho*
125g de chocolate meio amargo – usei um com 53% de cacau
300g de farinha de trigo integral
65g de açúcar mascavo claro
1 colher (chá) de bicarbonato de sódio
½ colher (chá) de canela em pó
½ colher (chá) de noz-moscada ralada na hora
½ colher (chá) de gengibre em pó
¼ colher (chá) de cravo em pó
1 pitada de sal
3 ovos, levemente batidos com um garfo
1 colher (sopa) de extrato de baunilha
1 colher (sopa) de água de flor de laranjeira
Pré-aqueça o forno a 180°C. Unte com manteiga uma forma de bolo inglês com capacidade para 900g, forre-a com papel manteiga e unte o papel também.
Em uma panelinha, aqueça o leite e o mel sem deixar ferver. Retire do fogo, acrescente o chocolate e misture até derreter. Deixe esfriar por 5 minutos.
Em uma tigela grande, misture com um batedor de arame a farinha, o açúcar, o bicarbonato, as especiarias e o sal. Faça um buraco no centro, junte os ovos, a baunilha e a água de flor de laranjeira e misture. Acrescente a misture de chocolate e misture com o batedor até obter uma massa homogênea.
Despeje a massa na forma preparada e asse por 45-50 minutos ou até que o bolo cresça (faça o teste do palito). Deixe esfriar na forma, sobre uma gradinha, por 10 minutos e então desenforme com cuidado, transferindo para a gradinha. Deixe esfriar completamente e então remova o papel.
O pain d’épice pode ser guardado por até duas semanas bem embalado em filme plástico. Você pode servir fatias dele tostadas com manteiga ou geleia.
* medir mel às colheradas é uma chatice – se você não estiver a fim, considere que eu usei metade de um vidro de 350g
Rend.: 8-10 porções
segunda-feira, dezembro 02, 2013
Estrelinhas de gingerbread porque o Natal está chegando
Uma das coisas que mais ouço hoje em dia é que o tempo voa e concordo plenamente – dezembro já chegou, por incrível que pareça; é hora de montar a árvore de Natal, comprar presentes para as pessoas queridas e começar a pensar na comida – como ainda é muito cedo para o peru comecei por estas estrelinhas fofas e deliciosas. :)
Geralmente fujo de biscoitos do tipo cut out nesta época do ano por causa do calor infernal, mas dias atrás o sol deu uma trégua e consegui preparar as estrelinhas sem muito problema, apenas levando-as à geladeira antes de assar. Uma polvilhada de açúcar para imitar a neve e minha série de Natal começa agora (e quem busca inspiração e não quer esperar há vários posts de anos anteriores aqui). :)
Estrelinhas de gingerbread
um nadinha adaptadas do blog lindo do Mowie
130g de manteiga sem sal
4 colheres (sopa) de glucose de milho
110g de açúcar mascavo claro
1 colher (chá) de extrato de baunilha
330g de farinha de trigo
2 colheres (chá) de gengibre em pó
½ colher (chá) de canela em pó
1 colher (chá) de bicarbonato de sódio
1 pitada de sal
açúcar de confeiteiro, para polvilhar (usei impalpável)
Coloque a manteiga, o açúcar mascavo e a glucose de milho em uma panelinha e leve ao fogo médio até derreter. Deixe esfriar e junte a baunilha.
Em uma tigela grande, misture a farinha, o gengibre, a canela, o bicarbonato e o sal. Junte a mistura derretida e misture até que uma massa se forme – eu fiz isso usando a batedeira e a massa continuava esfarelando. Daí quebrei um ovo em um potinho, bati levemente com um garfo e, com a batedeira ligada em velocidade baixa, fui acrescentando o ovo aos poucos até que uma bola de massa se formou (devo ter usado metade do ovo, aproximadamente).
Divida a massa em duas partes iguais, achate-as formando discos com elas e embrulhe em filme plástico. Leve à geladeira por 2 horas.
Pré-aqueça o forno a 180°C e forre duas assadeiras grandes, de beiradas baixas, com papel manteiga.
Abra a massa com um rolo sobre uma superfície levemente enfarinhada até conseguir a espessura de 5mm. Use um cortador de biscoitos para cortar a massa e coloque os biscoitos nas formas preparadas deixando 2,5cm entre um e outro. Leve à geladeira por 10 minutos, e então asse por 10 ou até que doure ligeiramente. Deixe esfriar completamente na assadeira sobre uma gradinha, e então polvilhe generosamente com o açúcar. Junte os restinhos de massa e abra-os mais uma vez para obter mais biscoitos (reaproveite os restinhos de massa apenas uma vez já que a cada vez que abrimos a massa com o rolo mais farinha é incorporada, o que pode deixar os biscoitos duros).
Rend.: cerca de 4 dúzias usando um cortador de estrela de 5cm
sexta-feira, novembro 29, 2013
Babka de chocolate e amêndoa e mais uma emergência pós-filme
Depois de ver quatro filmes de diretores dinamarqueses em sequência (aliás, filmes fantásticos) achei que era hora de algo mais leve, com um toque de romance: por isso, optei por “Entre o Amor e a Paixão”, da Sarah Polley, e a razão foi eu nunca ter gostado de Michelle Williams antes e isso ter mudado após “Sete Dias com Marilyn” e porque Seth Rogen me lembra muito meu sobrinho de dezoito anos, o menino adolescente mais doce que já conheci (e que dá os melhores abraços do mundo). :D
“Entre o Amor e a Paixão” é um filme lindo, sim, e tanto Williams quanto Rogen estão ótimos, mas os meus planos de algumas horinhas de diversão e romance foram pro beleléu já que no final do filme eu tinha chorado um bocado e estava me sentindo um caco. :( E, como sempre, não tinha nenhum docinho por perto para que eu me sentisse momentaneamente melhor, nem um quadradinho de chocolate – tenho uma babka como a da foto no freezer (a receita rende dois pães, o que é ótimo, pois são deliciosos), entretanto morder algo duro como uma pedra não resolveria o meu problema (eu provavelmente arrumaria outro envolvendo uma visita ao dentista). Acho que eu deveria descongelar os meus baked goods antes de ver filmes – ou escolher algo realmente mais leve. :D
Babka de chocolate e amêndoa
um nadinha adaptada da fantástica Gourmet Traveller
- xícara medidora de 240ml
180ml de leite integral morno
14g de fermento biológico seco
1 xícara (100g) de açúcar cristal
485g de farinha de trigo comum
2 ovos
1 gema
1 pitada de sal
210g de manteiga sem sal, amolecida
100g de amêndoas
100g de chocolate meio amargo, picado – usei um com 53% de cacau
1 ovo levemente batido com um garfo para pincelar
açúcar demerara, para polvilhar sobre os pães
Na tigela da batedeira, misture o leite, o fermento e 1 colher (sopa) do açúcar cristal e misture com um garfo. Reserve por cerca de 5 minutos ou até espumar. Acople o batedor em formato de gancho (ou batedores para massas pesadas). Acrescente 75g da farinha à tigela e misture para incorporar. Acrescente os ovos, a gema, o açúcar cristal restante e o sal e misture em velocidade médio-baixa para incorporar os ingredientes. Em velocidade baixa, vá adicionando a farinha restante aos poucos, batendo para incorporá-la à massa, e então junte 150g da manteiga também aos poucos, e depois bata em velocidade médio-baixa até a massa ficar elástica e macia (3-5 minutos – a massa é bem molinha). Transfira para uma tigela grande levemente pincelada com manteiga, cubra com filme plástico e deixe crescer em um lugar morninho até dobrar de volume (1-1½ horas).
Coloque as amêndoas em um processador de alimentos e pulse até que elas pareçam farelo de pão. Em uma tigelinha, misture as amêndoas e a manteiga restante até formar uma pasta e deixe em temperatura ambiente até o momento de usar.
Dê um soquinho na massa para extrair o excesso de ar e divida em duas partes iguais. Trabalhando com metade da massa por vez, abra com um rolo sobre uma superfície levemente enfarinhada e forme com a massa um retângulo de 20x30cm. Espalhe metade do recheio de amêndoas sobre a massa, deixando uma borda de 4cm sem recheio, e salpique com metade do chocolate. Começando pelo lado mais longo, enrole a massa como se fosse um rocambole, formando um cilindro, e pincele as beiradas levemente com o ovo batido para ajudar a selar. Aperte bem para selar e então junte as duas pontas formando um círculo. Em seguida, torça o círculo formando um 8 e coloque-o dentro de uma forma de bolo inglês de 12,5x22,5cm untada com manteiga e enfarinhada. Repita o procedimento com a outra metade de massa e então deixe ambas crescerem até chegarem à beirada das formas (cerca de 1 hora).
Pré-aqueça o forno a 180°C. Pincele as babkas com o ovo batido e salpique com o açúcar demerara. Asse por 35-40 minutos ou até que dourem bem e estejam assadas por dentro. Deixe esfriar nas formas por 10 minutos e então desenforme com cuidado sobre uma gradinha.
Sirva as babkas mornas ou em temperatura ambiente – os pães podem ser guardados em um recipiente hermético por até 3 dias, mas são mais gostosos no dia em que são preparados ou servidos em fatias tostadas.
Rend.: 6-8 porções cada babka
quarta-feira, novembro 27, 2013
Bolo de chocolate e avelã (sem farinha de trigo) + "Bronson"
Além de adorar assistir a filmes gosto de ler tudo sobre eles (sou uma pessoa bastante curiosa, admito) e quando um cara do qual eu jamais ouvira falar ganhou o prêmio de melhor diretor em Cannes em 2011 eu sabia que veria o filme assim que possível (e é claro que ter Ryan Gosling como protagonista não atrapalha). ;) Vi o filme, que se tornou um dos meus favoritos de todos os tempos e até hoje ouço a trilha sonora quase que diariamente.
Dias atrás vi outro filme dirigido por Nicolas Winding Refn e fiquei pensando que todos nós estávamos prestando atenção em Sean Penn interpretando Harvey Milk enquanto que deveríamos ter prestado atenção mesmo – e dados todos os prêmios – a Tom Hardy por “Bronson”: de cara fiquei chocada com a transformação física (e com o quanto ele ficou parecido com o Charlie Bronson real), mas sua interpretação é muito mais do que isso – é um exercício cansativo, intenso e perfeito de atuação que vai além das flexões que ele precisou fazer para conseguir aqueles músculos. Não é um filme fácil de assistir – a violência é perturbadora – mas achei que valeu cada segundo (e quem aprecia atuação em sua essência vai gostar, também). É uma pena que uma performance como essa não teve a atenção merecida e raramente seja mencionada em listas de melhores atuações de todos os tempos – o que Hardy fez não deveria ser esquecido.
E já que coisas boas não deveriam ser esquecidas tenho me divertido redescobrindo o livro Holiday, do Bill Granger – não o usava havia séculos (sem nenhuma razão, mesmo) e depois de fazer aquelas barrinhas deliciosas de chocolate e caramelo tenho tirado o livro da estante toda hora. Este bolo de chocolate é uma ideia gostosa e fácil para a sobremesa – dá para fazê-lo com antecedência e no final da refeição tudo o que vocês precisarão fazer será bater o creme de canela (eu deixei a batedeira de lado e fiz isso com um fouet para já ir queimando as calorias que estava prestes a ingerir). ;)
Bolo de chocolate e avelã (sem farinha de trigo)
um nadinha adaptado do sempre delicioso Holiday
- xícara medidora de 240ml
Bolo:
200g de chocolate meio amargo, picado – usei um com 53% de cacau
125g de manteiga sem sal, temperatura ambiente
225g de açúcar mascavo claro
100g de farinha de avelã
5 ovos, claras e gemas separadas
1 ½ colheres (chá) de extrato de baunilha
1 pitada de sal
1 colher (sopa) de cacau em pó
Creme de canela:
1 xícara (240ml) de creme de leite fresco
½ colher (chá) de canela em pó
1 colher (chá) de extrato de baunilha
1 colher (sopa) de açúcar de confeiteiro, peneirado (meça, depois peneire)
Bolo: pré-aqueça o forno a 180°C. Unte com manteiga uma forma redonda de aro removível de 20cm (eu usei uma com fundo removível), forre o fundo com um círculo de papel manteiga e unte o papel também.
Coloque o chocolate e a manteiga em uma tigela grande refratária e leve ao banho-maria (fogo baixo, sem deixar o fundo da tigela tocar a água), mexendo ocasionalmente até que derretam. Retire do fogo e deixe esfriar um pouquinho.
Acrescente o açúcar e a farinha de avelã e misture até obter uma massa lisa. Junte as gemas, uma a uma, mexendo bem a cada adição. Junte a baunilha. Em uma tigela limpa e bem seca, bata as claras e o sal até obter pontos firmes. Incorpore gentilmente as claras batidas à massa de chocolate.
Transfira a massa para a forma e asse por 40-45 minutos ou até que o bolo esteja firme na superfície, mas ainda úmido por dentro. Deixe esfriar completamente na forma. Com uma peneira, salpique o cacau sobre o bolo.
Creme de canela: coloque o creme de leite, a canela, a baunilha e o açúcar em uma tigela e bata até obter picos suaves. Sirva com o bolo
Rend.: 8 porções