João estava vendo TV outro dia e descobriu, totalmente sem querer, “One Man and His Campervan”: ele me apressou até a sala e eu me apaixonei pelo programa na mesma hora – além de visitar lugares lindíssimos, Martin Dorey também prepara receitas deliciosas em um espaço minúsculo, com pouquíssimos utensílios (eu gostaria que as pessoas que me dizem que não cozinham porque têm uma cozinha muito pequena assistissem ao programa, também). :)
Depois de ver alguns episódios coloquei o livro dele na minha lista de desejos – vamos ver quanto tempo será até eu comprá-lo (todos sabem que tenho zero auto-controle quando o assunto é livros de receita). :)
De um recente favorito da TV para a eterna #1: Nigella. Este salmão é tão rápido e fica tão gostoso que tenho certeza de que vocês ficarão viciados na receita como eu fiquei. Prepare o arroz bem antes de começar com o peixe porque serão menos de 10 minutos para levá-lo da geladeira à mesa.
Salmão com molho asiático
um nadinha adaptado do fantástico Nigella Kitchen: Recipes from the Heart of the Home
- xícara medidora de 240ml
2 dentes de alho, descascados e amassados
2 pimentas, vermelhas ou verdes, sementes removidas, picadinhas
2 colheres (sopa) de gengibre fresco ralado
2 cebolinhas, somente a parte branca, em fatias bem finas
¼ xícara (60ml) de molho de peixe
2 colheres (sopa) de saquê
2 colheres (sopa) de mirin
2 colheres (sopa) de suco de limão
2 colheres (sopa) de água
1 filé de salmão, sem pele, de aproximadamente 600g
Prepare o molho: em uma tigela, misture bem o alho, a pimenta, o gengibre, a cebolinha, o molho de peixe, o mirin, o suco de limão e a água.
Aqueça uma frigideira ou chapa em fogo médio e sele o salmão nela por 4-5 minutos de um lado e 1-2 minutos do outro – o peixe deve ficar opaco e cozido no centro. Retire do fogo e transfira para um prato. Desfaça o peixe em lascas e regue com um pouco do molho.
Sirva imediatamente, com o molho restante à parte.
Rend.: 4 porções
quinta-feira, março 15, 2012
Salmão com molho asiático + um novo favorito na TV
segunda-feira, março 12, 2012
Bolo de canela com mesclado de macadâmia e especiarias + "Direito de Amar"
Continuando com a minha meta “filmística” para 2012 assisti a “Direito de Amar” ontem à noite (que título horroroso, hein, minha gente?) e foi uma surpresa: eu já esperava algo bom - Colin Firth e Julianne Moore dificilmente erram – mas o filme é tão espetacular visualmente que me deu vontade de mandar um email pro Tom Ford pedindo-lhe para fazer outro filme logo.
*spoilers*
Adorei a forma como Tom Ford trabalha com as cores: uma amiga minha disse ter achado “óbvio” mas eu discordo – acho que marca os moods do filme de uma maneira bem interessante. A trilha sonora é igualmente ótima – especialmente no comecinho, com takes tão bonitos embaixo d’água – e apesar de não ter me impressionado como as trilhas de “Tron: O Legado” e “Drive” achei que serviu perfeitamente ao filme. Que alegria ver um ator jovem como Nicholas Hoult encarando mais um papel ousado – dezenas de outros de sua idade teriam medo de percorrer esse caminho, e ele o faz brilhantemente. Julianne Moore tem pouco tempo na tela, o que é uma pena, já que é uma atriz fantástica e ficou lindíssima com o visual dos anos 60 (sendo branquela e sardenta como ela cobicei muito sua cor de cabelo). :) E Firth... Perfeita seria o único adjetivo capaz de descrever sua performance. Toda a dor mostrada em cada músculo de seu rosto (o que me lembrou Natalie Portman em “Cisne Negro” e o quanto ela consegue mostrar apenas com seu rosto, com o movimento de suas sobrancelhas). Acho que o assombro é maior quando pensamos em Firth em filmes como “Bridget Jones” e “Simplesmente Amor” – como ele vai de cômico/tolo para um personagem tão profundo. Fiquei espantada, num ótimo sentido, ao final do filme e acredito que os Oscars foram entregues na ordem reversa: Firth deveria ter levado o prêmio em 2010 por “Direito de Amar” e Jeff Bridges deveria ter ficado com a estatueta em 2011 por “Bravura Indômita”.
***
Quando o assunto é pound cakes ninguém ganha de Flo Braker e Lisa Yockelson – a maravilhosa receita abaixo vem do sempre delicioso "Baking by Flavor" de Yockelson e se vocês não tiverem macadâmias em casa não deixem que isso os impeça de preparar o bolo: acho que nozes, pecãs e até mesmo amendoins seriam ótimos substitutos neste caso.
Bolo de canela com mesclado de macadâmia e especiarias
do sempre delicioso e fantástico Baking by Flavor
- xícara medidora de 240ml
Mesclado de macadâmia:
¾ xícara (105g) de macadâmias, picadinhas
2 colheres (sopa) de açúcar cristal, de preferência orgânico
1 colher (chá) de canela em pó
½ colher (chá) de noz-moscada ralada na hora
¼ colher (chá) de pimenta-da-jamaica
Bolo:
3 xícaras (420g) de farinha de trigo
1 ½ colheres (chá) de fermento em pó
1 colher (chá) de bicarbonato de sódio
¾ colher (chá) de sal
1 colher (chá) de canela em pó
1 colher (chá) de noz-moscada ralada na hora
1 colher (chá) de pimenta-da-jamaica
1/8 colher (chá) de cravo em pó
1 xícara (226g) de manteiga sem sal, amolecida
1 ½ xícaras (300g) de açúcar cristal, de preferência orgânico
½ xícara (88g) de açúcar mascavo claro – aperte-o na xícara na hora de medir
4 ovos grandes, de preferência orgânicos
2 colheres (chá) de extrato de baunilha
1 ½ xícaras de creme azedo (sour cream)*
açúcar de confeiteiro, para polvilhar
Pré-aqueça o forno a 180°C. Unte com manteiga uma forma de furo central de 25cm de diâmetro e forre o fundo com um círculo de papel manteiga. Unte o papel com manteiga e polvilhe tudo com farinha de trigo.
Em uma tigelinha, misture as macadâmias, o açúcar granulado, a canela, a noz-moscada e a pimenta-da-jamaica. Reserve.
Prepare a massa do bolo: em uma tigela média peneire a farinha, o fermento, o bicarbonato, o sal, a canela, a noz-moscada, a pimenta-da-jamaica e o cravo. Reserve.
Na tigela grande da batedeira, usando o batedor em formato de pá, bata a manteiga em velocidade média por 2-3 minutos. Junte o açúcar em duas adições, batendo bem a cada uma delas, e depois continue batendo até obter uma mistura clara e fofa. Junte os ovos, um a um, batendo por 1 minuto a cada adição. Acrescente a baunilha.
Em velocidade baixa, acrescente os ingredientes secos em três adições alternando com o creme azedo em duas adições (comece e termine com os ingredientes secos). Raspe as laterais da tigela com uma espátula ocasionalmente.
Espalhe cerca de 1/3 da massa na forma preparada. Salpique metade da mistura de macadâmia sobre a massa. Cubra com metade da massa de bolo restante, seguida do restante da mistura de macadâmia. Cubra com a massa de bolo restante. Com uma faquinha sem ponta ou espátula fina, misture as camadas levemente, criando um efeito marmorizado (não raspe o fundo e as laterais da forma nem do tubo). Alise a superfície e asse por 1 hora/1 hora e 10 minutos ou até que o bolo cresça e doure (faça o teste do palito). Deixe esfriar na forma sobre uma gradinha por 15 minutos e então, com cuidado, desenforme, invertendo o bolo. Retire o disco de papel e reinverta o bolo em outra gradinha. Deixe esfriar completamente e polvilhe com açúcar de confeiteiro antes de servir.
* creme azedo (sour cream) caseiro: para preparar 1 xícara de creme azedo, misture 1 xícara (240ml) de creme de leite fresco com 2-3 colheres (chá) de suco de limão ou limão siciliano em uma tigela. Vá mexendo até que comece a engrossar. Cubra com filme plástico e deixe em temperatura ambiente por 1 hora ou até que engrosse um pouco mais (geralmente faço o meu na noite anterior e deixo sobre a pia – com exceção de noites extremamente quentes – coberto com filme plástico; na manhã seguinte o creme fica bem cremoso – leve à geladeira para ficar mais espesso ainda)
Rend.: 20 porções
sexta-feira, março 09, 2012
Brownies com praliné de pecã + "Drive", um dos melhores filmes que vi em toda a minha vida
Assisti ao trailer de “Drive” muitos e muitos meses atrás e depois disso não consegui esquecer o filme: havia nele uma aura parecida com alguns dos clássicos dos anos 1970 que amo profundamente – “Operação França”, “Taxi Driver” e “O Poderoso Chefão” me vieram à mente na mesma hora – enquanto que as letras cor-de-rosa neon e a música me passavam uma coisa meio anos 1980. Tinha um bom pressentimento sobre o filme e o prêmio recebido em Cannes me deixou ainda mais curiosa. Por meses esperei, pacientemente, até a noite retrasada, quando fui premiada com 100 minutos de pura obra-prima.
*spoilers*
Segundos após o filme começar meu queixo já estava caído com o quão perfeitamente os primeiros acordes da música se encaixavam à cena e poucos minutos depois eu já estava prendendo a respiração sem sequer ter notado – quantos filmes fazem com que nos sintamos assim logo nos momentos iniciais? Quando Ryan Gosling apareceu em seu carro pela primeira vez, com a canção poderosa ao fundo e a cidade à noite sendo vista de cima eu soube, tive certeza de que o que me aguardava era algo extremamente especial (a trilha sonora é tão fantástica que não consegui parar de ouvi-la até agora). Quando o filme acabou eu estava com os olhos marejados, estupefata e encantada com algo tão lindo e tão perfeito e desejei, do fundo do coração, que mais filmes como “Drive” aparecessem no meu caminho no futuro, pois me fez sentir exatamente como Friedkin, Coppola e Scorsese fizeram na minha adolescência. Havia esperado por tanto tempo ser surpreendida de um jeito bom assim que saí do cinema em estado de graça.
Como uma história tão violenta pode ser contada de um jeito tão poético? Para mim é impossível não reverenciar esse tipo de cinema hoje em dia porque é muito raro. A cena em que o personagem de Gosling carrega Benicio no colo e é visto pelas costas pela mãe do menino é de uma beleza ímpar e fez o meu coração parar. Refn realmente sabe como mover a câmera e nos brinda com centenas de enquadramentos interessantes durante todo o filme (como o carro capotando ao fundo e Christina Hendricks à frente).
O elenco é incrível e Albert Brooks deveria ter sido incluído nas indicações ao Oscar deste ano – acho que ele está fabuloso como Bernie e seu personagem e o motorista têm o melhor diálogo do filme (“minhas mãos estão meio sujas / as minhas também”). Ron Pearlman e Bryan Cranston – como não amar? E, para finalizar, Gosling: quem assistiu a “Tudo pelo Poder” sabe a profundidade que seu olhar possui – ele derrama toneladas de emoção sem sequer abrir a boca. “Drive” está aqui para provar que este jovem ator é realmente talentoso – quantos atores bonitos com todos os meios para se tornarem galãs e ganharem rios de dinheiro com comédias românticas encarariam um papel como este? Ou este? Poucos. Um ator ousado como Gosling era exatamente do que “Drive” precisava. Ele é o filme e me parece ter se colocado inteiramente nas mãos do diretor, com um sentimento de completa confiança – o que me lembra Viggo e a cena da sauna em “Senhores do Crime”: apenas um ator que confia plenamente em seu diretor pode ter uma performance como aquela em uma cena difícil como aquela; creio que este é o tipo de relacionamento que “Drive” iniciou entre Gosling e Refn e depois de ler que os dois estão fazendo outro filme juntos tudo o que posso dizer é “amém”.
***
Antes que eu me esqueça: façam esses brownies – eles são absurdamente deliciosos.
Brownies com praliné de pecã
de um livro ótimo que eu deveria e pretendo usar mais vezes
- xícara medidora de 240ml
Praliné:
1 xícara (110g) de pecãs, levemente tostadas e frias
2/3 xícara (133g) de açúcar granulado ou refinado, de preferência orgânico
½ colher (chá) de suco de limão tahiti ou siciliano
Brownie:
6 colheres (sopa) - 84g - de manteiga sem sal
140g de chocolate meio-amargo, picado
56g de chocolate 99% de cacau*, picado – comprado aqui
3 ovos grandes, de preferência orgânicos
1 ½ colheres (chá) de extrato de baunilha
1 xícara (200g) de açúcar granulado, de preferência orgânico
¾ xícara (105g) de farinha de trigo
¼ colher (chá) de sal
Comece preparando o praliné: unte levemente com óleo uma assadeira e reserve.
Coloque o açúcar e o suco de limão em uma panela de fundo grosso e misture para combinar os ingredientes – a mistura parecerá areia úmida. Leve ao fogo médio-alto, girando a panela algumas vezes – não mexa com colher ou espátula. Pincele as laterais da panela com um pincel úmido para remover quaisquer cristais de açúcar. Quando o açúcar derreter e caramelizar retire a panela do fogo e imediatamente junte as pecãs – com cuidado pois o caramelo pode espirrar. Volte a panela ao fogo baixo e misture apenas até a mistura começar a borbulhar – imediatamente derrame o praliné sobre a assadeira untada, espalhando-o o máximo possível. Deixe esfriar completamente.
Agora, o brownie: pré-aqueça o forno a 180°C. Unte uma assadeira de 22x32cm e forre-a com papel alumínio, deixando sobras em dois lados opostos, formando “alças”. Unte o papel também.
Pique o praliné em pedacinhos de pouco mais de 1cm. Reserve.
Coloque a manteiga em uma tigela refratária e leve ao banho-maria (fogo baixo) até derreter. Retire a tigela do fogo e junte o chocolate. Deixe por 5 minutos e então misture gentilmente até o chocolate derreter. Em uma tigela grande, misture os ovos e a baunilha até misturá-los. Junte o açúcar e misture somente até combinar. Acrescente a mistura de chocolate, misturando somente até incorporar. Peneire e farinha e o sal sobre a mistura em duas adições e misture somente até incorporar. Despeje a massa na assadeira preparada e asse por 10-12 minutos ou somente até o topo firmar – os brownies começarão a se desprender das laterais da forma. Retire do forno e salpique todo o praliné sobre o brownie, sem pressionar. Volte ao forno por mais 8-9 minutos ou somente até que o praliné comece a derreter. Retire do forno a deixe esfriar completamente na forma, sobre uma gradinha. Corte em quadradinhos ou barrinhas e sirva.
* acho que fazer a receita somente com chocolate meio-amargo daria certo, não é estritamente necessária a utilização do chocolate 99% (minha opinião)
Rend.: 24 barrinhas – fiz exatamente a receita acima usando uma forma de 20x30cm
quarta-feira, março 07, 2012
Tortinhas de figo e amora + "Sid & Nancy"
Um dos meus objetivos para o ano passado era usar mais meus livros de receita e fiquei bem contente com o resultado: realmente os usei bem mais do que costumava fazer e pretendo continuar. Para 2012 tenho um novo objetivo: assistir a mais filmes, especialmente aqueles que, por alguma razão, não vi no cinema.
Comecei com “Sid & Nancy” – por causa do meu frenesi com a indicação de Oldman ao Oscar – e posso dizer que comecei com o pé direito: não só o filme é muito bom – lida de maneira crua com um assunto idem – como também mostra que este homem nasceu para ser ator. Oldman desenvolve o personagem de um jeito que me fez ter sentimentos mistos por ele durante todo o filme e também acrescenta a Sid Vicious, muito sutilmente, uma camada de fragilidade que as pessoas provavelmente não esperam encontrar em um punk. Nem preciso lhes contar sobre a perfeição de sua transformação visual porque isso é algo que ele fez em todos os filmes de que participou até hoje. Gostei demais de “Sid & Nancy”, porém drama é sempre a minha primeira opção de filme – quem prefere comédia talvez deva pensar duas vezes antes de assistir.
***
Moro em apartamento e (infelizmente) não tenho um pomar como o Nigel Slater, mas isso não quer dizer que eu não possa aproveitar suas receitas deliciosas: estas tortinhas maravilhosas são de seu livro "Tender II" e a massa é tão boa e fácil de manusear que figos e amoras não precisam, necessariamente, ser a sua opção de recheio – maçãs com uma pitada de canela é o que tenho em mente para o outono. :)
Tortinhas de figo e amora
um tiquinho adaptadas do absolutamente lindo Tender, Volume 2 (o meu comprei aqui)
- xícara medidora de 240ml
Massa:
1 2/3 xícaras (233g) de farinha de trigo
1/3 xícara (46g) de açúcar de confeiteiro + um pouquinho extra, para polvilhar
1 pitada de sal
½ xícara + 2 colheres (sopa) - 140g - de manteiga sem sal, gelada e em cubinhos
1 gema grande
½ colher (chá) de extrato de baunilha
Recheio:
200g de amoras – usei congeladas, parcialmente descongeladas
4 figos grandes
2 colheres (sopa) de mel
suco de 1 limão
2/3 xícara (66g) de farinha de amêndoa
Unte levemente com manteiga quatro forminhas fundas de torta ou formas de mini bolo de 10x5cm cada. Reserve.
Coloque a farinha, o açúcar de confeiteiro e o sal no processador de alimentos e pulse para combinar e remover quaisquer grumos. Junte a manteiga e pulse até obter uma farofa grossa. Junte a gema e a baunilha e pulse até que a massa comece a se formar. Transfira a mistura para um pedaço grande de filme plástico e junte-a, formando um disco e, em seguida, forme um cilindro com a massa. Embrulhe e leve à geladeira por pelo menos 1 hora.
Pré-aqueça o forno a 200°C. Lave as frutas, corte os figos em pedaços graúdos e transfira para uma tigela. Junte as amoras, o mel, o suco de limão e a farinha de amêndoas e misture bem.
Divida a massa em quatro partes iguais. Trabalhando em uma superfície levemente enfarinhada, achate cada parte de massa e forre com ela uma das forminhas preparadas, deixando sobrar massa além da beirada da forma. Repita com a massa restante. Divida o recheio entre as forminhas forradas com massa e então deite as sobras de massa sobre o recheio, sem cobri-lo completamente – o centro da torta não deve ser coberto com a massa, deixando uma lacuna por onde o recheio fique visível.
Coloque as forminhas em uma assadeira de beiradas baixas e asse por 30-35 minutos ou até que a massa doure bem e o recheio esteja borbulhando. Polvilhe com açúcar de confeiteiro e sirva mornas ou em temperatura ambiente.
Rend.: 4 – fiz as tortinhas usando estas mini formas de bolo (com fundo removível)
segunda-feira, março 05, 2012
Le gibassier
Estava apenas procurando uma receita para usar um pouco da casca de laranja em calda que sobrara na geladeira depois do bolo de quase-sogra, mas o que encontrei foi o pão mais bonito que vi na vida, do qual nunca ouvira falar antes. Gosto demais quando certas coisas me levam a grandes descobertas, e voltei a sentir isso há cerca de uma semana, quando depois de assistir ao fantástico “Dublê de Anjo” fiz minha visita de costume ao IMDb: xeretando o perfil de Lee Pace encontrei este filme, do qual nunca ouvira falar e que parece ser exatamente o tipo de drama que adoro.
Le gibassier
da gloriosa e deliciosa Australian Gourmet Traveller
- xícara medidora de 240ml
1/3 xícara (80ml) de leite integral morno
4 ½ colheres (chá) - 14g - de fermento biológico seco
6 colheres (sopa) - 72g - de açúcar granulado, de preferência orgânico – uso dividido
2 ½ xícaras (350g) de farinha de trigo
2 ovos grandes, de preferência orgânicos
2 colheres (sopa) de azeite de oliva
1 ½ colheres (chá) de água de flor de laranjeira
½ colher (chá) de extrato de baunilha
¼ xícara + 1 colher (sopa) - 70g - de manteiga sem sal, amolecida
100g de casca de laranja em calda/cristalizada (se for em calda, drenada), picadinha – usei caseira, receita aqui
açúcar de confeiteiro, para polvilhar
Coloque o leite, o fermento e 3 ½ colheres (sopa) do açúcar em uma tigelinha. Misture bem e deixe em temperatura ambiente por 10 minutos ou até que espume.
Na tigela grande da batedeira, usando o batedor em formato de gancho, misture a farinha e o açúcar restante. Junte os ovos, o azeite, a água de flor de laranjeira, a baunilha e a mistura de fermento e sove/bata até obter uma massa lisa e elástica (50-10 minutos). Vá acrescentando a manteiga, aos poucos, misturando até incorporá-la. Junte a casca de laranja cristalizada, sove para incorporar, e então transfira a massa para uma tigela grande levemente untada com óleo. Cubra e deixe crescer em um lugar livre de correntes de ar até dobrar de volume (1½-2 horas).
Forre uma assadeira grande com papel alumínio. Dê um soquinho na massa para retirar o excesso de ar e divida em duas partes iguais. Dê a cada metade de massa um formato rústico de folha, faça cortes na massa imitando os veios de uma folha e abra-os levemente com os dedos. Coloque os pães na forma preparada, cubra levemente com um pano de prato limpo e seco e deixe crescer novamente por mais 1 hora – depois desse período os cortes que eu fizera nos pães tinham praticamente desaparecido; por isso, refiz os cortes antes de assar os pães.
Pré-aqueça o forno a 200°C. Asse os pães até que dourem bem e estejam assados por dentro (10-12 minutos). Polvilhe com açúcar de confeiteiro e sirva morno (também gostei dos pães em temperatura ambiente).
Rend.: 8 porções
sexta-feira, março 02, 2012
In the kitchen with: Design*Sponge
Um ótimo final de semana a todos!
quinta-feira, março 01, 2012
Bolo de banana caramelada
E quando eu achava que o bolo de banana da Flo Braker ficaria eternamente como título de “melhor bolo de banana jamais feito em minha cozinha” aparece o Sr. Dan Lepard com a idéia de caramelizar as bananas antes de adicioná-las à massa do bolo – genial, não? O bolo ficou incrivelmente macio, com uma cor dourada linda e profunda e um sabor delicioso e bem marcante de banana.
Inspirada por uma das minhas performances favoritas de Robert DeNiro tenho pensado em preparar o bolo do Dan Lepard coberto com a farofinha da Flo Braker – e se houver alguém aí me lendo disposto a provar tal combinação eu adoraria saber como ficou. :D
Bolo de banana caramelada
um nadinha adaptado do delicioso Short and Sweet (comprei o meu aqui)
- xícara medidora de 240ml
Bananas carameladas:
¾ xícara (150g) de açúcar cristal, de preferência orgânico
¼ xícara (60ml) de água
250g de bananas, em pedacinhos de 2cm
1 colher (sopa) de manteiga sem sal
1 colher (chá) de extrato de baunilha
Bolo:
½ xícara (100g) de açúcar granulado, de preferência orgânico
¾ xícara (180ml) de óleo de canola (ou outro óleo vegetal de sabor neutro)
2 ovos grandes, de preferência orgânicos
¼ xícara (65g) de iogurte natural integral
1 colher (chá) de extrato de baunilha
1 xícara + 1 colher (sopa) - 150g - de farinha de trigo
½ xícara + ½ colher (sopa) - 75g - de farinha integral
1 colher (chá) de canela em pó
2 colheres (chá) de fermento em pó
½ colher (chá) de bicarbonato de sódio
1 pitada de sal
Prepare as bananas carameladas: coloque o açúcar e a água em uma frigideira grande (não use antiaderente, porque o fundo preto não vai lhe permitir controlar a cor do caramelo) e leve ao fogo médio, mexendo somente até dissolver o açúcar – depois disso, não mexa mais, apenas gire a panela levemente algumas vezes. Deixe ferver, aumente o fogo e cozinhe até obter um caramelo. Junte as bananas, a manteiga e a baunilha – cuidado pois o caramelo pode espirrar – e cozinhe em fogo médio, mexendo ocasionalmente, até a banana desmanchar levemente no caramelo e a mistura engrossar. Despeje em um prato e deixe esfriar completamente.
Pré-aqueça o forno a 180°C. Unte com manteiga uma forma quadrada de 20cm e forre o fundo da forma com papel manteiga. Unte o papel também*.
Bata o açúcar com o óleo e o os ovos até que a mistura engrosse e fique levemente aerada. Junte as bananas, o iogurte e a baunilha. Desligue a batedeira e peneire as farinhas, a canela, o fermento, o bicarbonato e o sal sobre a mistura, incorporando delicadamente com uma espátula.
Transfira a massa para a forma preparada e asse por cerca de 50 minutos ou até que o bolo cresça e doure (faça o teste do palito).
* usei uma forma com fundo removível e não forrei o fundo com papel manteiga – apenas untei bem a forma, especialmente nos cantinhos
Rend.: 16 porções
terça-feira, fevereiro 28, 2012
Barrinhas de aveia, coco e amora
Domingo passado, pela primeira vez desde 1997, assisti a toda a cerimônia do Oscar, desde o primeiro minuto até o momento em que “O Artista” foi anunciado como o melhor filme. O que me fez ficar acordada até às 2 da manhã em 1997 foi o meu amor por “O Paciente Inglês” – ficara obcecada pelo filme depois de ler o livro e, para mim, Anthony Minghella fizera algo tão sublime e brilhante que torci muito para que o file levasse o máximo de prêmios possível. Ralph Fiennes não levou o Oscar mas não fiquei tão desapontada porque ele perdeu para o fantástico Geoffrey Rush – não era algo injusto como perder Tommy Lee Jones. :)
Este ano vi a cerimônia desejando com todo o meu coração que Gary Oldman, Rooney Mara (já que Tilda não levou a tão merecida indicação) e Scorsese ou Malick levassem os prêmios, mas não fiquei tão desapontada assim, já que amei “O Artista” e perder para Meryl Streep é uma honra – não é algo injusto como perder para Paltrow, Roberts, Witherspoon ou Zellweger. :)
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Continuo interessada em receitas preparadas em formas de 20x30cm ou 13x9 polegadas, por isso estas barrinhas foram a primeira receita que testei deste livrinho lindo – elas são tão deliciosas quanto fáceis de fazer e a quantidade enorme de aveia pode lhes permitir dizer aos comensais que se tratam de barrinhas “saudáveis”.:)
Barrinhas de aveia, coco e amora
um tiquinho adaptadas do adorável e delicioso One Girl Cookies: Recipes for Cakes, Cupcakes, Whoopie Pies, and Cookies from Brooklyn's Beloved Bakery
- xícara medidora de 240ml
¾ xícara (75g) de coco em flocos adoçados
1 ¼ xícaras (175g) de farinha de trigo
¾ xícara (131g) de açúcar mascavo claro – aperte-o na xícara na hora de medir
¼ xícara (50g) de açúcar cristal, de preferência orgânico
½ colher (chá) de sal
¾ xícara (170)g de manteiga sem sal, gelada e em pedacinhos pequenos
1 ½ xícaras (172g) de aveia em flocos
½ xícara de geléia de amora
Pré-aqueça o forno a 180°C. Unte com manteiga uma forma retangular de 32x22cm* e forre-a com papel alumínio. Unte o papel também.
Espalhe o coco em uma assadeira e toste-o levemente no forno por 2-3 minutos. Deixe esfriar completamente (mantenha o forno ligado).
Na tigela grande da batedeira, usando o batedor em formato de pá, misture a farinha, o açúcar mascavo, o açúcar cristal e o sal. Bata em velocidade baixa para combiná-los. Acrescente a manteiga e bata em velocidade baixa até que uma massa comece a se formar. Junte o coco e a aveia. Misture em velocidade baixa por mais 1 minuto até obter uma massa farelenta.
Reserve ¾ xícara da massa. Transfira o restante para a forma preparada e, usando as pontas dos dedos, aperte-a no fundo da assadeira, formando a base das barrinhas. Asse por 14 minutos, girando a forma na metade do tempo de forno, ou até que a base doure levemente nas extremidades. Retire do forno (mantenha-o ligado) e deixe esfriar 10 minutos. Espalhe a geléia sobre a base, espalhando uniformemente, deixando uma borda de 1cm sem geléia. Salpique a massa reservada sobre a camada de geléia e asse por mais 8-10 minutos ou até que a geléia borbulhe e a cobertura firme. Deixe esfriar completamente antes de cortar em barrinhas.
* fiz exatamente a receita acima usando uma forma de 20x30cm; reservei 1 xícara de massa para a cobertura e usei o restante na base. Como a minha forma tem fundo removível não forrei com papel alumínio
Rend.: 24 barrinhas
sábado, fevereiro 25, 2012
Salada de tomate, cebola roxa e gorgonzola - simples e deliciosa
Ok, admito: esta não é uma salada muito romântica – todo esse alho e cebola crus (sem falar no gorgonzola!) não farão nenhum bem ao seu hálito. Mas a salada é tão simples – a preparei em questão de minutos – fresca e deliciosa, e a receita vem de um livro tão fantástico, que tinha de compartilhá-la com vocês – nem que, no fim, vocês acabem preparando-a para um almoço ou jantar solitário (ou “me time”, como gosto de chamar). Para encerrar tudo lindamente, uma tigela de sorvete, o sofá e um daqueles filmes que já vimos um milhão de vezes mas que nos fazem chorar baldes toda vez. :)
Meu marido gostou tanto deste molho que espalhou um pouco sobre seu bife e também o usou para mergulhar as batatas-fritas. :)
Salada de tomate, cebola roxa e gorgonzola
um tiquinho adaptada do ótimo Sunday Suppers at Lucques
Molho:
1 ½ colheres (sopa) de folhas de manjerona + algumas folhinhas para decorar – aperte-as na colher na hora de medir
1 dente de alho
¼ colher (chá) de sal Maldon ou flor-de-sal, ou 1/8 colher (chá) de sal comum
pimenta do reino moída na hora, a gosto
1 colher (sopa) de azeite de oliva extra-virgem
½ colher (sopa) de suco de limão siciliano ou tahiti
Salada:
1 cebola roxa grande
4-5 tomates maduros
200g de tomates cereja
80g de gorgonzola, despedaçado grosseiramente
Em um pilãozinho, macere a manjerona, o alho e o sal até obter uma pasta. Junte a pimenta, o azeite e o suco de limão e misture. Reserve.
Coloque a cebola de molho em água gelada por 5 minutos (para suavizar um pouco o sabor). Enquanto isso, corte os tomates maiores em quatro partes e arrume-os em um prato de servir. Corte alguns dos tomates cereja ao meio e arranje todos no prato também. Escorra a cebola e seque bem com papel toalha. Junte aos ingredientes no prato. Regue a salada com o molho, espalhe as folhinhas de manjerona por cima e sirva.
Rend.: 2 porções
quinta-feira, fevereiro 23, 2012
Bolo de chocolate com recheio de frangipane
Adoro amêndoas – são as minhas nuts favoritas. Mas por muito tempo evitei receitas que pedem por pasta de amêndoa (almond paste) porque nunca vira esse ingrediente por aqui. Foi quando de repente me dei conta: se preparei eggnog caseira para um bolo porque não fazer o mesmo com a pasta de amêndoa? Não sei por que meu cérebro demorou tanto para chegar a esta conclusão. :)
A pasta de amêndoa caseira – receita deste livro lindíssimo – é macia, deliciosa e pode ser mantida no freezer por um tempão. E se vocês ainda não se convenceram a preparar a pasta em casa, dêem uma olhadinha neste bolo de chocolate. ;)
E falando em evitar coisas, ouvi algumas pessoas dizer que estão evitando “O Artista” porque o filme é: a) mudo, b) p&b, c) mudo e p&b. Sinto muito por estas pessoas, de verdade. Porque elas estão perdendo um filme espetacular, lindamente feito, com performances fantásticas – saí do cinema apaixonada por Berenice Bejo e Jean Dujardin – e uma história ótima. Algo que eu nunca vira antes, tão tocante e divertido ao mesmo tempo. Mas o que é que eu sei? Sou apenas uma moça que adora fazer bolos (recheados de frangipane). :)
Bolo de chocolate com recheio de frangipane
do delicioso e sempre infalível Baking for All Occasions
- xícara medidora de 240ml
Recheio de frangipane:
1/3 xícara (33g) de farinha de amêndoas
½ xícara de pasta de amêndoa – usei caseira, receita abaixo
¼ xícara (50g) de açúcar cristal, de preferência orgânico
1 ovo grande, de preferência orgânico
¼ xícara (56g) de manteiga sem sal, amolecida
Bolo:
260g de farinha para bolo*
¾ xícara (68g) de cacau em pó, sem adição de açúcar (usei cacau do tipo alcalinizado)
2 colheres (chá)s de fermento em pó
¼ colher (chá) de sal
280g (10oz) de manteiga sem sal, temperatura ambiente
2 xícaras (400g) de açúcar cristal, de preferência orgânico
3 ovos grandes, de preferência orgânicos
1 colher (chá) de extrato de baunilha
1 xícara (240ml) de leite integral, temperatura ambiente
Prepare o frangipane: no processador de alimentos, misture a farinha de amêndoas, a pasta de amêndoas e o açúcar e processe até incorporá-los bem. Junte o ovo e a manteiga e processe até obter um creme bem homogêneo. Cubra e leve à geladeira enquanto preparar a massa do bolo.
Bolo: pré-aqueça o forno a 180°C (160°C se a sua forma tiver cobertura antiaderente escura). Unte com manteiga e enfarinhe uma forma canelada (tipo Bundt) com capacidade para 10 xícaras de massa.
Em uma tigela média peneire juntos a farinha, o cacau, o fermento e o sal.
Na tigela grande da batedeira, usando o batedor em formato de pá, bata a manteiga em velocidade média até ficar cremosa e lisa. Junte o açúcar, aos poucos, e bata até obter um creme claro e fofo. Raspe as laterais da tigela ocasionalmente.
Em velocidade média, junte os ovos, um a um, batendo bem a cada adição. Junte a baunilha. Na velocidade mais baixa possível acrescente a mistura de farinha em três adições alternando com o leite em duas adições. Raspe as laterais da tigela novamente.
Retire a frangipane da geladeira. Espalhe cerca de 2 xícaras de massa na forma preparada e espalhe de maneira uniforme. Espalhe metade da frangipane sobre a massa de bolo, às colheradas, evitando deixar que fique em contato com as laterais e o tubo central da forma. Cubra com cerca de 1 ½ xícaras de massa de bolo. Espalhe a frangipane restante sobre a massa, espalhando de maneira uniforme. Cubra com o restante da massa de bolo.
Asse o bolo por cerca de 60 minutos ou até que cresça e o topo do bolo volte ao lugar quando levemente pressionado com a ponta do dedo (faça o teste do palito). Deixe esfriar na forma, sobre uma gradinha, por 15-20 minutos, e então desenforme com cuidado sobre a grade. Deixe esfriar completamente.
Polvilhe com açúcar de confeiteiro antes de servir, se desejar.
* farinha para bolo caseira: para preparar 1 xícara de farinha para bolo retire 2 colheres (sopa) de 1 xícara (140g) de farinha de trigo comum e adicione 2 colheres (sopa) de amido de milho
Rend.: 12-15 porções
Pasta de amêndoa caseira
do lindíssimo Home Baking: The Artful Mix of Flour and Traditions from Around the World
1 xícara (100g) de farinha de amêndoa
1/3 xícara (46g) de açúcar de confeiteiro
2 colheres (sopa) de manteiga sem sal, amolecida
1 clara de ovo grande, de preferência orgânica, ligeiramente batida com um garfo
½ colher (chá) de extrato de amêndoa ou baunilha (opcional)
Coloque todos os ingredientes no processador de alimentos e processe até obter um creme homogêneo. Guarde em um pote hermético na geladeira por até dois dias ou congele por até 2 meses. Deixe a pasta chegar à temperatura ambiente antes de usar.
Rend.: ¾ xícara de pasta de amêndoa espessa