Quando vejo esta receita penso naquele ditado “se a vida te der limões, faça uma limonada”, só que um pouquinho diferente: se o seu marido prova cogumelos pela primeira vez e gosta, adicione-os às refeições sempre que puder. :D
Depois do sucesso que tive com o bolonhesa vegetariano, mal podia esperar para cozinhar com cogumelos novamente, e a inspiração veio logo das primeiras páginas deste ótimo livro – sim, eu sou aquela pessoa doida por carne moída que compra um livro inteiro sobre o assunto. :)
Quando terminei de preparar o recheio, o cheiro e o sabor eram tão bons que me deu vontade de mergulhar um pão nele e comê-lo feito buraco-quente, e também daria para misturar um espaguete ali para uma refeição rápida (algumas ideias para quem não estiver a fim de enrolar canelones).
Por anos meu marido não entendeu o meu amor por seriados de TV e é claro que ele não conseguiria entender já que nunca dera uma chance às séries. Isso mudou quando ele começou a ver “The Blacklist” comigo: ele viciou nas aventuras de Raymond Reddington tanto quanto eu, e gostou tanto que agora nós também assistimos a “Resurrection” juntos.
Acho que na vida é melhor experimentar antes de descartar, seja comida ou seriado de TV – e a receita que lhes trago hoje vale a pena mesmo provar.
Canelone de carne e cogumelo
um tiquinho adaptado do ótimo Mincespiration!
molho de tomate feito com 1 ½ latas de tomate pelado picado (400g cada lata) – guarde a ½ lata restante para usar no recheio
azeite de oliva
200g de cogumelos de Paris, limpos e picados
sal e pimenta do reino moída na hora
300g de carne moída
1 cebola bem picadinha
3 dentes de alho, amassados e bem picadinhos
1/3 xícara (80ml) de vinho branco
½ lata de tomates pelados picados
1 punhado de orégano fresco
500g de massa fresca para lasanha
cerca de 50g de parmesão ralado fininho
Pré-aqueça o forno a 200°C.
Aqueça 1 colher (chá) de azeite em uma frigideira antiaderente grande e refogue os cogumelos até dourarem. Tempere com sal e pimenta, retire do fogo e reserve. Usando a mesma panela, junte um pouquinho de azeite e refogue a carne por 4-5 minutos ou até que doure. Junte a cebola e o alho e continue refogando por mais 2-3 minutos. Tempere com sal e pimenta. Regue com o vinho e cozinhe até o líquido reduzir pela metade. Adicione os tomates pelados picados e o orégano e cozinhe por 5 minutos, mexendo ocasionalmente. Retorne os cogumelos à panela, misture, prove e corrija o tempero se necessário, e então cozinhe por 1 minuto ou até que quase todo o líquido seja absorvido. Retire do fogo e deixe esfriar um pouquinho.
Espalhe metade do molho de tomate em uma forma ou pirex de 20x30cm.
Coloque uma folha de lasanha sobre a tábua, coloque uma colherada de recheio, cubra com um pouquinho de parmesão e então enrole, formando um canelone. Repita com o restante de massa e recheio. Arrume os canelones sobre o molho de tomate, cubra com o molho restante e salpique com o que sobrou de parmesão. Leve ao forno por cerca de 30 minutos ou até que o molho borbulhe e a massa esteja macia.
Rend.: 5-6 porções
quarta-feira, junho 04, 2014
Canelone de carne e cogumelo e coisas que vale a pena experimentar
segunda-feira, junho 02, 2014
Financiers de laranja e sementes de papoula e uma queda por projetos estranhos
Eu lhes disse, meses atrás, que não estava com vontade de ver “Ninfomaníaca”, mas dias atrás fiquei tão entediada com a programação da TV que dei uma chance ao filme, apenas para ter certeza, no final, de que Lars Von Trier não é mesmo a minha praia. Há algumas imagens belíssimas no filme, mas não gostei dele como um todo. É pornô – e não há nada errado com isso –, mas as pessoas deveriam parar de vender como arte.
A novata Stacy Martin ficou com toda a ação no primeiro filme, mas pelo que li a pobre Charlotte Gainsbourg está em uma enrascada no volume II – devo dizer que acho Charlotte uma atriz muito corajosa, pois depois do que ela passou em “Anticristo” poderia ter jurado que ela jamais trabalharia com Lars Von Trier novamente (eu certamente não trabalharia). Ela o fez, e mais de uma vez.
Enquanto Charlotte parece ter uma queda por projetos estranhos, a minha “queda” é muito mais simples e deliciosa: financiers. São docinhos que adoro, favoritos mesmo, e sempre os faço quando tenho claras no freezer – tem horas que digo que vou juntá-las para fazer um bolo, mas os financiers acabam vencendo a disputa. As raspas de casca de laranja deram a estes financiers um perfume e sabor maravilhosos, enquanto as sementes de papoula deram um toque crocante bem leve à textura macia dos bolinhos.
Financiers de laranja e sementes de papoula
adaptados do sempre delicioso Simply Bill
85g de farinha de amêndoa
135g de açúcar de confeiteiro peneirado
55g de farinha de trigo peneirada
1 pitada de sal
1 ½ colheres (sopa) de sementes de papoula*
raspas da casca de 1 laranja bem grande ou 2 pequenas
5 claras grandes
95g de manteiga sem sal, derretida e fria
1 colher (chá) de extrato de baunilha
açúcar de confeiteiro, para polvilhar
Em uma tigela grande, misture a farinha de amêndoas, o açúcar de confeiteiro, a farinha de trigo, o sal, as sementes de papoula e as raspas de laranja. Acrescente as claras e misture somente até incorporar. Acrescente a manteiga e a baunilha e misture. Cubra com filme plástico e leve à geladeira por 1 hora.
Pré-aqueça o forno a 180°C. Unte com manteiga e enfarinhe dez forminhas de muffin ou minibolo com capacidade para 100ml cada.
Divida a massa entre as forminhas. Asse por 15-20 minutos ou até que os financiers cresçam e dourem (faça o teste do palito). Transfira para uma gradinha, deixe esfriar por 2 minutos e então desenforme, transferindo para a gradinha. Deixe esfriar completamente. Polvilhe com açúcar de confeiteiro para servir.
Financiers são mais gostosos no dia em que são preparados, entretanto podem ser guardados em um recipiente hermético por até 2 dias.
* as minhas foram trazidas de viagens
Rend.: 10 unidades
sexta-feira, maio 30, 2014
Cookies de gengibre e chocolate ao leite e escolhendo receitas
Para mim, escolher uma receita é difícil às vezes, mas basicamente gira em torno de: a) se eu quero algo doce ou salgado, b) os ingredientes que tenho em casa, c) o tempo disponível naquele momento, d) se tenho alguém específico em mente e/ou e) se há algo novo/incomum na receita que quero muito experimentar.
Os cookies de gengibre da Libbie Summers me chamaram a atenção por que amei a ideia dela de rolar os biscoitos em gengibre cristalizado bem picadinho antes de assá-los – genial! Eu tinha de provar. Daí lembrei de que tinha o ingrediente no armário, junto com um pouco de melado que teria de ser usado em um mês, e a escolha foi feita – desta vez não tinha ninguém em mente além de mim, já que a única pessoa que ama gengibre cristalizado tanto quanto eu mora do outro lado do Atlântico. :)
Estes biscoitos tem aquele calorzinho picante do gengibre, que é suavizado bem de leve pelo chocolate ao leite (minha adição), e passá-los pelo gengibre cristalizado é mesmo uma ótima ideia. Eles seriam uma adição maravilhosa à minha série de Natal, mas se eu não consegui esperar os biscoitos esfriarem para comer alguns como seria capaz de esperar até dezembro para dividir a receita com vocês? :D
Cookies de gengibre e chocolate ao leite
um nadinha adaptados do lindão Sweet and Vicious: Baking with Attitude
- xícara medidora de 240ml
2 ¼ xícaras (315g) de farinha de trigo
3 colheres (chá) de gengibre em pó
1 colher (chá) de bicarbonato de sódio
¼ colher (chá) de sal
¾ xícara (170g) de manteiga sem sal, temperatura ambiente
1 xícara (175g) de açúcar mascavo claro – aperte-o na xícara na hora de medir
1 ovo grande
¼ xícara de melado de cana
1 colher (chá) de extrato de baunilha
½ xícara de gengibre cristalizado bem picadinho, uso dividido – pique, depois meça
200g de chocolate ao leite, em gotas ou pedacinhos
½ xícara (100g) de açúcar demerara
Em uma tigela média, misture com um batedor de arame a farinha, o gengibre em pó, o bicarbonato e o sal. Reserve.
Usando a batedeira, bata a manteiga e o açúcar mascavo até obter um creme. Junte o ovo, o melado e a baunilha e bata. Aos poucos e em velocidade baixa, junte os ingredientes secos seguidos de metade do gengibre cristalizado. Com uma espátula, incorpore as gotas de chocolate. Cubra com filme plástico e leve à geladeira por pelo menos 2 horas (ou de um dia para o outro).
Pré-aqueça o forno a 180°C. Forre duas assadeiras grandes, de beiradas baixas, com papel manteiga.
Em uma tigelinha, misture o açúcar demerara e o gengibre cristalizado restante.
Usando 2 colheres (sopa) de massa niveladas por cookie, faça bolinhas e role-as pela mistura de açúcar e gengibre. Coloque-as nas assadeiras preparadas deixando 5cm de distância entre uma e outra. Asse por 10-12 minutos ou até que os biscoitos dourem nas extremidades. Deslize o papel para uma gradinha e deixe esfriar completamente.
Rend.: cerca de 35 unidades
quarta-feira, maio 28, 2014
Bolo de lavanda e limão siciliano
Os dias tem estado friozinhos por aqui ultimamente – algo que amo demais – mas isso faz com que a manteiga demore séculos para amolecer na minha cozinha gelada, tornando as minhas sessões de baking matinais um tantinho mais complicadas. Somem a isso o fato de eu ter apenas algumas colheradas de farinha de amêndoa na geladeira e a ideia de fazer o bolo de limão divino do Nigel Slater teve de ser adiada.
O bolo do Nigel é atualmente o meu bolo de limão favorito – seguido de perto pelo simples porém delicioso bolo da Alisa Huntsman – e o meu planos era fazê-lo novamente, troando o tomilho por alguma outra coisa, como lavanda ou sementes de alcarávia. Foi quando lembrei de que vira um bolo de limão siciliano e lavanda no livro lindo do Paul Hollywood, e como no método dele a manteiga entrava derretida a receita foi ideal para aquela manhã gelada. A adição de iogurte e a calda espalhada sobre o bolo ainda quente o tornaram muito úmido e saboroso.
Se vocês tiverem tempo de esperar a manteiga ficar molinha e também tiverem 100g de farinha de amêndoa por perto, façam o bolo do Nigel; caso contrário, a receita do Paul é exatamente do que vocês precisam – além disso, podem usar a criatividade e trocar a lavanda por qualquer outra coisa que preferirem.
Bolo de lavanda e limão siciliano
um nadinha adaptado do delicioso Paul Hollywood's Pies and Puds
- xícara medidora de 240ml
Bolo:
250g de farinha de trigo
½ colher (chá) de fermento em pó
½ colher (chá) de bicarbonato de sódio
1 pitada de sal
125g de açúcar cristal
1 ½ colheres (sopa) de lavanda seca comestível
2 ovos grandes
200g de iogurte natural integral*
raspas da casca de 2 limões sicilianos
100g de manteiga sem sal, derretida e fria
1 colher (chá) de extrato de baunilha
Calda:
suco dos 2 limões sicilianos usados no bolo
¼ xícara (50g) de açúcar cristal
Pré-aqueça o seu forno a 180°C. Unte com manteiga uma forma de bolo inglês com capacidade para 1kg (aproximadamente 10x20cm medindo pela base), forre-a com papel manteiga e unte o papel também.
Em uma tigela grande, misture com um batedor de arame a farinha, o fermento, o bicarbonato, o sal, o açúcar e a lavanda.
Em uma tigelinha, misture com o batedor os ovos, o iogurte, as raspas de limão, a manteiga e a baunilha. Despeje sobre os ingredientes secos e misture apenas até incorporar e obter uma massa – não mexa demais.
Despeje na forma preparada e asse por 40 minutos ou até que cresça e doure (faça o teste do palito).
Retire do forno e fure o bolo várias vezes com um palito de dente. Em uma tigelinha, misture os ingredientes da calda e derrame aos poucos sobre o bolo quente, esperando até que cada porção seja absorvida antes de derramar mais. Deixe esfriar completamente na forma.
* usei 1 potinho de iogurte de 170g e completei com 30g de leite integral em temperatura ambiente
Rend.: 8 porções
sexta-feira, maio 23, 2014
Cookies de amendoim, chocolate e canela e risada de monte
Sou uma boba, bobona mesmo, e rir não é problema – às vezes rio tanto que meus olhos se enchem de lágrimas e eu mal consigo terminar de ler/ver a causa de todas as risadas. :D
Semana passada este link me fez chorar de tanto gargalhar por mais de 10 minutos sem parar – meu marido achou que eu já estava rindo de outra coisa, mas não, ainda eram as crianças (e agora que fui atrás do link para publicar aqui estou rindo feito uma idiota novamente).
Ontem foi o quadro hilário do programa do Jimmy Kimmel em que celebridades leem tweets ruins sobre eles, com Sofia Vergara e o meu amado Gary Oldman dando as melhores respostas, e a razão pela qual fui parar nesse link foi por que duas colegas se lembraram de mim quando viram Gary no vídeo. <3
Adoro quando lembram de mim ao verem coisas legais assim, e outra coisa que adoro é ganhar comida de presente: uma amiga me deu um pote de manteiga de amendoim há algumas semanas e eu o transformei nestes biscoitos deliciosos – é uma receita da Martha Stewart, e a gente sabe que no quesito comida D. Martha sempre acerta.
Cookies de amendoim, chocolate e canela
um nadinha adaptado do maravilhoso Martha Stewart's Cookies: The Very Best Treats to Bake and to Share
- xícara medidora de 240ml
2 xícaras (280g) de farinha de trigo
1 colher (chá) de bicarbonato de sódio
½ colher (chá) de sal
½ colher (chá) de canela em pó
¾ xícara (170g) de manteiga sem sal, temperatura ambiente
½ xícara de manteiga de amendoim do tipo smooth
1 xícara (175g) de açúcar mascavo claro – aperte-o na xícara na hora de medir
½ xícara (100g) de açúcar cristal
2 ovos grandes
2 colheres (chá) de extrato de baunilha
1 ½ xícaras (250g) de chocolate meio amargo em gotas
1 xícara de amendoim torrado e salgado, picado grosseiramente
Em uma tigela média, misture com um batedor de arame a farinha, o bicarbonato, o sal e a canela.
Na batedeira, bata a manteiga e a manteiga de amendoim até incorporar bem, cerca de 2 minutos. Junte os açúcares, bata por 2 minutos. Junte os ovos, batendo a cada adição, e a baunilha (raspe as laterais da tigela ocasionalmente). Aos poucos, em velocidade baixa, junte os ingredientes secos, misturando apenas até incorporá-los. Com uma espátula, misture o chocolate e o amendoim. Leve a massa à geladeira por 20 minutos – enquanto isso, pré-aqueça o forno a 180°C e forre duas assadeiras grandes, de beiradas baixas, com papel manteiga.
Coloque porções de 2 colheres (sopa) niveladas de massa por biscoito nas assadeiras deixando 5cm de distância entre uma e outra. Asse por cerca de 13 minutos ou até que dourem (enquanto assa os cookies, mantenha o restante da massa na geladeira).
Deslize o papel com os biscoitos para uma gradinha e deixe esfriar.
Rend.: cerca de 40 unidades
quarta-feira, maio 21, 2014
Almôndegas de carne e alho-poró e o que "Breaking Bad" e "Sons of Anarchy" tem em comum
Uma das várias razões pelas quais amo “Breaking Bad” é que a série nunca fez concessões – nunca senti que algo estava sendo feito para agradar a audiência, ou que algo fora repentinamente alterado para nos dar um final feliz. Adoro quando os seriados de TV não tomam o caminho da covardia só para que os espectadores se sintam menos chocados – por exemplo, posso não gostar de “Game of Thrones”, mas admiro muito a coragem das pessoas por trás da série.
Agora que terminei a primeira temporada do excelente “Sons of Anarchy” sinto que não se trata de um seriado do tipo covarde, o que me faz adorá-lo mais ainda – aparentemente as pessoas responsáveis por ele também não são de fazer concessões, por isso temporada 2, aí vou eu, e o mais rapidamente possível.
Estas almôndegas, com uma quantidade enorme de alho-poró combinada com carne bovina, foram uma ótima surpresa: absurdamente leves na textura, fáceis de fazer, deliciosas e ótimas para ter no freezer (elas podem ir ao forno ainda congeladas, apenas asse-as por um pouco mais de tempo), elas não são as típicas almôndegas, mas são uma receita que vale a pena provar.
Posso não gostar de seriados que fazem concessões, mas estou disposta a fazer uma e aceitar almôndegas que tem mais alho-poró do que carne, especialmente quando elas são gostosas assim. :)
Almôndegas de carne e alho-poró
um tiquinho adaptadas do mais do que lindo Jerusalem: A Cookbook
450g de alho-poró, sem a parte verde
300g de carne moída (usei patinho)
1 dente de alho grande, amassado e picadinho
1 ovo
90g de farelo de pão - não use farinha de rosca; torre pão amanhecido e passe pelo processador ou liquidificador
sal e pimenta do reino moída na hora
1 punhado de folhas de salsinha picadas
Corte os alhos-porós em rodelas, lave bem, e cozinhe no vapor por 20 minutos ou até que estejam bem macios (se não tiver a panela própria para isso, coloque o alho-poró em um escorredor de macarrão e este dentro de uma panela com água fervendo. Tampe o escorredor). Escorra e deixe esfriar. Depois de frios, aperte os pedacinhos de alho-poró em uma peneira para eliminar qualquer excesso de água. Pulse-os em um processador até picar bem, mas não deixe virar uma papa. Transfira para uma tigela grande, junte a carne, o alho, o ovo, o farelo de pão, o sal, a pimenta e a salsinha. Misture para incorporar os ingredientes. Faça bolinhas compactas com porções de massa – mãos úmidas tornam o trabalho mais fácil. Se a mistura estiver úmida demais, junte 1 colher (sopa) de farelo de pão e misture novamente. Leve as almôndegas à geladeira por 30 minutos.
Pré-aqueça o forno a 200°C. Forre uma assadeira grande, de beiradas baixas, com papel alumínio e pincele-o levemente com óleo ou azeite. Arrume as almôndegas sobre o papel alumínio e asse até que dourem e estejam cozidas por dentro (cerca de 30 minutos). Sirva imediatamente.
As almôndegas cruas podem ser congeladas por até 1 mês.
Rend.: cerca de 25 unidades
segunda-feira, maio 19, 2014
Bolo de chocolate e cerveja stout e um trailer decepcionante
“Interstellar” foi anunciado em novembro do ano passado, exatamente um ano antes de seu lançamento, e por ser um filme do Christopher Nolan eu fiquei imediatamente interessada – não havia muito sobre o filme para ler e mesmo o teaser não revelava tanto assim, por isso minha curiosidade foi ao céu.
Cortem para meses depois – seis, para ser mais exata – quando o trailer oficial foi finalmente lançado e, pela primeira vez desde que assisti ao maravilhoso “Amnésia” não senti vontade de correr para o cinema para ver um filme de Christopher Nolan – o trailer simplesmente não me agradou. Não sei se foi Matthew McConaughey, as cenas familiares piegas ou o fato de que depois do que Alfonso Cuarón fez com “Gravidade” acho que será difícil alguém chegar naquele nível quando o assunto é filmes no/sobre o espaço – eu não consegui gostar do trailer, mesmo com Michael Caine nele.
“Foxcatcher” e “Garota Exemplar” tem me mantido bastante curiosa neste ano de 2014 e antes de ver o trailer de “Interstellar” eu achava que Nolan estaria facilmente na lista, mas não, não desta vez.
Favoritos podem nos desapontar, mesmo que uma vez em mil, exceto por Nigella: este bolo incrivelmente úmido, denso e delicioso – um dos melhores bolos de chocolate que já fiz ou provei – vai direto para a lista de ótimas receitas que Ms. Lawson tem nos trazido ao longo dos anos. E se isso não fosse suficiente, a cobertura com um leve azedinho é irresistível, também, e complementa o sabor do bolo de maneira perfeita.
Bolo de chocolate e cerveja stout
um nadinha adaptado do delicioso Feast: Food to Celebrate Life
Bolo:
1 xícara (240ml) de cerveja tipo stout
250g de manteiga sem sal, temperatura ambiente, picada
75g de cacau em pó
2 xícaras (400g) de açúcar cristal
150ml de creme azedo (sour cream)*
2 ovos grandes
1 colher (sopa) de extrato de baunilha
275g de farinha de trigo
2 ½ colheres (chá) de bicarbonato de sódio
1 pitada de sal
Cobertura:
220g de cream cheese, temperatura ambiente
100g de açúcar de confeiteiro
1 colher (chá) de extrato de baunilha
1/3 xícara (80ml) de creme de leite fresco
Pré-aqueça o forno a 180°C. Unte com manteiga uma forma de aro desmontável de 23cm de diâmetro, forre o fundo com um círculo de papel manteiga e unte o papel também (eu usei uma forma de fundo removível).
Junte a cerveja e a manteiga em uma panela grande e leve ao fogo até que a manteiga derreta. Deixe esfriar por alguns minutos. Acrescente o cacau e o açúcar e misture com um batedor de arame. Em uma tigelinha, misture o creme azedo, os ovos e a baunilha e incorpore à mistura da panela. Por fim, junte a farinha, o bicarbonato e o sal e misture. Despeje na forma preparada e asse por 45-60 minutos (faça o teste do palito). Deixe esfriar completamente na forma sobre uma gradinha.
Desenforme com cuidado, remova o papel e transfira o bolo para um prato de servir.
Cobertura: na batedeira, bata o cream cheese até que fique homogêneo. Peneire o açúcar sobre o cream cheese, junte a baunilha e bata até obter uma mistura cremosa. Junte o creme de leite e bata novamente até que a mistura fique com uma consistência boa para espalhar. Espalhe sobre o topo do bolo.
* creme azedo (sour cream) caseiro: para preparar 1 xícara de creme azedo, misture 1 xícara (240ml) de creme de leite fresco com 2-3 colheres (chá) de suco de limão ou limão siciliano em uma tigela. Vá mexendo até que comece a engrossar. Cubra com filme plástico e deixe em temperatura ambiente por 1 hora ou até que engrosse um pouco mais (geralmente faço o meu na noite anterior e deixo sobre a pia – com exceção de noites extremamente quentes – coberto com filme plástico; na manhã seguinte o creme fica bem cremoso – leve à geladeira para ficar mais espesso ainda)
Rend.: 10-12 porções
sexta-feira, maio 16, 2014
Biscotti de pinoli e Marsala e tornando um conto de fadas bem interessante
Sob o risco de vocês me chamarem de coração peludo (depois de eu lhes contar que não gosto de filmes de animação) vou confessar que também não sou muito fã de contos de fada – eu adorava “Alice no País das Maravilhas” quando era pequena, mas depois fui pra faculdade e aprendi coisas nada legais sobre Lewis Carroll, por isso nunca mais senti o mesmo pela história.
Porém, assim como com histórias bíblicas, adicione gente boa ao projeto e eu me interesso na mesma hora: hoje de manhã li que “Cinderella” é dirigido por Kenneth Branagh – quem eu adoro tanto como ator quanto como diretor – e Cate Blanchett será a Madrasta Má – se Charlize Theron quebrou tudo (maravilhosa!) como vilã naquele filme bestinha da Branca de Neve, já pensaram o que Cate Musa fará? E dirigida pelo Sr. Branagh? E tem mais: Helena Bonham Carter será a Fada Madrinha e eu aposto que ou eles a tirarão completamente de sua zona de conforto ou será a Fada Madrinha mais louca de todos os tempos. :D
Adoro biscotti, como vocês sabem, e os de amêndoa são uma paixão minha – entretanto, quando abri o freezer para pegá-las não havia nenhuma. Ô tristeza. Dei de cara com os pacotinhos de pinoli que trouxera de viagem (já que aqui eles custam uma fortuna) e resolvi usá-los no lugar das amêndoas – fiquei pensando que ou seria uma grande ideia ou um desperdício dos preciosos ingredientes – por sorte, os biscotti ficaram uma delícia.
Já no caso de Heleninha, o que vocês acham que acontecerá? :D
Biscotti de pinoli e Marsala
adaptados do Dolci: Italy's Sweets
385g de farinha de trigo
150g de açúcar cristal
½ colher (chá) de fermento em pó
1/8 colher (chá) de sal
3 colheres (sopa) cheias de mel
2 ovos grandes
2 gemas grandes
2 colheres (sopa) de manteiga sem sal, temperatura ambiente
raspas da casca de 1 laranja grande
1 colher (chá) de extrato de baunilha
100ml de vinho Marsala
120g de pinoli, levemente tostados e frios – a receita original levava amêndoas, substitua se preferir
Pré-aqueça o forno a 180°C. Forre uma assadeira grande, de beiradas baixas, com papel alumínio.
Em uma tigela grande, misture a farinha, o açúcar, o fermento, o sal, o mel, os ovos, as gemas, a manteiga, as raspas de casca de laranja, a baunilha e o Marsala. Usando a batedeira, misture apenas até obter uma massa, e então misture os pinoli – a massa é grudenta, mas se estiver grudenta demais acrescente um pouquinho de farinha.
Divida a massa em três porções iguais e, usando as mãos úmidas, formate cada porção em um cilindro de 25x5cm. Coloque-os na assadeira preparada deixando 5cm de distância entre um e outro e asse por 25 minutos ou até que dourem e firmem ligeiramente.
Com cuidado, deslize o papel alumínio com os cilindros de biscotti para uma gradinha e deixe esfriar por 8 minutos. Forre a assadeira com papel manteiga. Com uma faca afiada e com um movimento único de guilhotina, corte os cilindros na diagonal em fatias de 1,5cm e arrume-os na assadeira forrada. Asse por 8 minutos ou até que dourem, vire-os e asse-os até dourarem do outro lado também. Deixe esfriar completamente na assadeira.
Os biscotti podem ser guardados em um recipiente hermético por até 2 semanas.
Rend.: cerca de 35 unidades
quarta-feira, maio 14, 2014
Previsões e picadinho de carne - ou de acordo com o meu marido, O picadinho de carne
Anos atrás li um artigo sobre como o Oscar de 2012 seria palco da batalha entre Glenn Close e Meryl Streep, por “Albert Nobbs” e “A Dama de Ferro”, respectivamente. Meses se passaram, nem todo mundo se animou com a interpretação de Glenn (eu a adoro, acho que ela já deveria ter dois Oscars, mas não vi o filme ainda), Viola Davis apareceu na competição, tornando-se a principal oponente de Meryl, e a última levou a estatueta para casa, quando na verdade deveria ter ido parar nas mãos de Rooney Mara.
Há meses li outro artigo sobre previsões de Oscar e como em 2014 o duelo seria entre Naomi Watts e Nicole Kidman. Bem, isso nunca chegou a acontecer: “Diana” foi um fracasso retumbante e aparentemente “Grace of Monaco” está indo pelo mesmo caminho.
No momento em que vi pela primeira vez a foto de Daniel Day Lewis caracterizado como Lincoln eu soube com toda a certeza de que ele faria a rapa em todas as premiações, e agora tenho a sensação de que Steve Carell fará o mesmo com “Foxcatcher” – vocês podem voltar aqui em alguns meses e me dar os parabéns ou me trollar. :D
Prever os vencedores do Oscar é algo muitas vezes complicado, mas prever se um prato ficará bom ou não é bem mais fácil: conforme fui preparando este picadinho, tostando primeiro o bacon, depois dourando a carne e na sequência refogando os legumes – construindo camadas de sabor, como diria Jamie Oliver – eu soube que ficaria maravilhoso, e ficou mesmo. O que eu não imaginei, porém, foi que meu marido o consideraria o melhor picadinho que ele já comera – foi uma surpresa, e muito boa, por sinal. <3
Picadinho de carne, ou de acordo com o meu marido, O picadinho de carne
um tiquinho adaptado do Do-Ahead Dinners: How to Feed Friends and Family Without the Frenzy
- xícara medidora de 240ml
½ cebola grande
1 cenoura média descascada
1 talo pequeno de salsão
2 dentes de alho descascados
azeite de oliva
70g de bacon em cubinhos ou picadinho
500g de coxão mole em pedaços pequenos (mas não minúsculos)
1 colher (sopa) de farinha de trigo
sal e pimenta do reino moída na hora
1 colher (sopa) de manteiga sem sal
2 colheres (sopa) de tomates pelados batidos no liquidificador ou bem amassados com um garfo
2/3 xícara (160ml) de vinho tinto – nem o melhor, nem o mais porcaria
2 colheres (sopa) de água
1 folha de louro
3 galhinhos de tomilho fresco
1 galhinho de orégano fresco + algumas folhas para servir
Pré-aqueça o forno a 150°C. Coloque a cebola, a cenoura, o salsão e o alho em um processador de alimentos e processe até que os legumes fiquem bem picadinhos. Reserve.
Aqueça um fio de azeite em uma panela que possa ir ao forno (e que tenha tampa) e frite o bacon até ficar crocante. Retire com uma escumadeira e reserve. Coloque a carne e a farinha em um saco plástico, junte uma pitada de sal e pimenta do reino e misture bem para cobrir todos os pedacinhos de carne com a farinha. Doure a carne na panela (em etapas, se for preciso) até que os pedaços fiquem corados de todos os lados (se necessário, coloque um fio de azeite na panela para dourar a segunda leva). Retire a carne da panela e transfira para uma tigela (a mesma do bacon, para economizar na hora de lavar a louça). :)
Reduza o fogo e junte a manteiga, seguida dos legumes e mais uma pitada de sal e pimenta. Refogue, mexendo ocasionalmente, até amaciar – cerca de 10 minutos. Volte a carne e o bacon à panela, junte o tomate, o vinho, a água e as ervas. Deixe ferver, cubra e coloque no forno por 2 horas (dê uma olhadinha depois de 1 hora e adicione água se necessário). Prove, acerte o tempero e sirva salpicado com algumas folhas de orégano fresco – se não for servir imediatamente, não adicione o orégano, deixe esfriar completamente e leve à geladeira.
Fiz o picadinho de véspera, deixei na geladeira de um dia para o outro e ficou ainda mais gostoso; apenas deixe a panela chegar à temperatura ambiente, adicione um pouquinho de água e aqueça em fogo baixo para servir
Rend.: 2 porções (com sobras)
segunda-feira, maio 12, 2014
Bolo de vinho do Porto e canções visuais
Algumas das minhas canções favoritas, além de serem ótimas no quesito musical, também me são bastante visuais – consigo imaginar as cenas conforme se passa a letra muito mais facilmente do que em outras canções, e é como fazer um videoclipe particular dentro da minha cabeça. :)
Por causa da riqueza dos detalhes, posso facilmente imaginar as ações retratadas nas letras de “Am I Right?”, “Say Hello, Wave Goodbye” ou “The Golden Path”, assim como é impossível não pensar em dois homens conversando quando Morten Harket canta o primeiro verso de “Manhattan Skyline”.
Entretanto, não me foi possível imaginar como seria um bolo com meia xícara de vinho fortificado na massa (neste as passas se encarregaram de “beber” praticamente todo o Marsala), por isso fiquei bem curiosa com a receita de bolo de xerez que vira na revista Delicious. Acabei fazendo a receita usando vinho do Porto e o resultado foi um bolo de sabor inusitado – mas não de um jeito frescurento – e tão macio que foi difícil cortá-lo.
Talvez não seja a praia de todo mundo, mas acho que é algo que vale a pena provar pelo menos uma vez, especialmente quando, ao se pensar em bolos, somente os sabores de sempre (limão, laranja, maçã) lhe veem à mente. ;)
Bolo de vinho do Porto
um nadinha adaptado da sempre fantástica revista Delicious UK
225g de farinha de trigo
1 ½ colheres (chá) de fermento em pó
1 colher (chá) de bicarbonato de sódio
1 pitada de sal
125g de manteiga sem sal, amolecida
125g de açúcar cristal
2 ovos
1 colher (chá) de extrato de baunilha
200ml de vinho do Porto Ruby
açúcar de confeiteiro, para polvilhar
Pré-aqueça o forno a 180°C. Unte com manteiga uma forma quadrada de 20cm, forre o fundo com papel manteiga, unte-o e depois enfarinhe tudo, removendo o excesso.
Em uma tigela média, misture com um batedor de arame a farinha, o fermento, o bicarbonato e o sal.
Na batedeira, bata a manteiga e o açúcar até obter um creme claro e fofo. Junte os ovos, um a um, batendo a cada adição (raspe as laterais da tigela ocasionalmente). Junte a baunilha.
Com uma espátula de silicone, gentilmente incorpore metade dos ingredientes secos, misturando de baixo para cima. Junte o vinho e o restante dos ingredientes secos e incorpore da mesma maneira (neste ponto eu não estava satisfeita com a consistência da massa e adicionei 20g de farinha de trigo).
Despeje a massa na forma preparada e asse por 35-40 minutos ou até que o bolo cresça e doure (faça o teste do palito).
Deixe esfriar na forma sobre uma gradinha. Desenforme com cuidado, remova o papel manteiga, transfira para um prato de servir e polvilhe com o açúcar de confeiteiro.
Rend.: 16 quadradinhos