quarta-feira, agosto 15, 2007

Torta de banana caramelada (e uma viagem ao passado)

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Caramel banana pie

Almoço de dia dos pais tem sido na minha casa desde que me casei, em 2005. Adoro - além do pai, que é o astro do dia, meus irmãos também aparecem por lá e eles são pessoas ótimas de se ter por perto (sou suspeita mesmo pra falar. E não ligo).

O problema são as sobremesas repetidas... Sorvete, pudim, pudim, sorvete. Queria fazer algo diferente, mas tinha que ser algo que meu pai gostasse muito, e ele não é chegado a doce.

Liguei pro pai e perguntei o que ele gostaria de comer de sobremesa - a resposta dele foi uma surpresa... "Quero comer uma torta de banana igualzinha àquela que a sua mãe fazia. Aquela com as ‘cobrinhas’ de massa por cima.”
"Ok, claro, eu faço" - respondi.

Houve um momento de tensão...

...


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... eu não tenho a receita original da minha mãe - me lembrava da torta até que com riqueza de detalhes, mas era só isso. Nada de receita! Pânico!

Minha salvação: uma receita de massa de torta que encontrei na revista Bon Appetit de julho + minhas lembranças de um creme para tortas que fazia quando era adolescente + recordações da cobertura de banana caramelada.
E tinha que ter cobrinhas de massa por cima torta - meu pai fazia absoluta questão.

Meu pai adorou e disse que estava igualzinha à torta da minha mãe - mesmo sabendo que ele disse isso para me agradar, sorrio toda vez que penso nisso. :D

Torta de banana caramelada

- xícara medidora de 240ml

Massa:
2 ½ xícaras de farinha de trigo
1 ½ colheres (chá) de açúcar
1 colher (chá) de sal
½ xícara (113g) de manteiga sem sal gelada, em cubinhos de 1.25cm
½ xícara de banha ou gordura vegetal hidrogenada, em cubinhos de 1.25cm – usei a última
5 colheres (sopa) ou mais de água gelada – precisei de 6

Recheio:
2 xícaras (480ml) + 3 colheres (sopa) de leite
5 colheres (sopa) de açúcar
4 colheres (sopa) de amigo de milho
1 gema, passada pela peneira – esqueci de adicionar mas acho que ficou bom mesmo assim
1 colher (chá) de baunilha

Cobertura:
6 bananas pequenas, em rodelas – aprox. 2 ½ xícaras
1 ½ xícaras de açúcar

Comece preparando a base da torta: misture a farinha, o açúcar e o sal em um processador de alimentos. Adicione a manteiga e a banha/gordura vegetal e, com a tecla pulsar, processe até obter uma textura de areia molhada, mais grossa.
Se fizer a massa sem o processador (meu caso), esfregue a farinha e a manteiga/gordura com as pontas dos dedos (essa técnica funciona bem com quem tem mãos frias).
Transfira a mistura para uma tigela média. Adicione a água e misture com um garfo até que a massa se junte, e só adicione mais água se a massa estiver seca - faça isso aos poucos, usando uma colher (chá).
Forme uma bola com a massa e divida-a em duas partes – usei ¾ da massa para a base da torta e ¼ para as “cobrinhas”. Achate ambas as partes para formar discos e embrulhe em plástico. Leve à geladeira por no mínimo 1 hora.
A massa pode ser feita até 3 dias antes; mantenha-a na geladeira. Se necessário, deixe-a em temperatura ambiente por alguns minutinhos antes de abrir com o rolo.

Pré-aqueça o forno a 180ºC.
Abra a massa com um rolo, do centro para as extremidades, girando-a freqüentemente, em sentido horário e anti-horário – preferi fazer isso ainda com a massa envolta em plástico.
Transfira a massa para a forma (22cm) e pressione gentilmente até que ela cubra toda a assadeira. Corte os excessos.
Forre o fundo da massa com um círculo de papel alumínio e coloque feijões por cima do papel. Asse até que a massa comece a dourar; retire do forno e remova os feijões e o papel alumínio (a massa ainda não estará totalmente assada).

Para o recheio: coloque as 2 xícaras de leite em uma panela média. Adicione o açúcar e misture bem. Em uma xícara ou tigelinha, dissolva o amido de milho nas 3 colheres (sopa) de leite. Junte ao leite da panela e leve ao fogo baixo, mexendo sempre até engrossar.
Retire do fogo e misture a baunilha. Deixe esfriar, mexendo de vez em quando para que não empelote.

Faça a cobertura: Coloque o açúcar numa panela grande e leve ao fogo baixo. Deixe caramelizar e acrescente as bananas – cuidado para não se queimar. Cozinhe, mexendo de vez em quando, até que as bananas se desmanchem quase que completamente.
Retire do fogo e reserve por 10 minutos.

Monte a torta: despeje o recheio sobre a massa da torta e cubra com a mistura de banana. Faça “cobrinhas” com a massa restante (que estava na geladeira) e coloque por cima da torta, formando uma espécie de treliça.
Leve ao forno novamente, desta vez a 200ºC, e asse por 25-30 minutos, até que as “cobrinhas” estejam assadas. Deixe esfriar e leve à geladeira antes de servir.
Rend.: 8 porções

Caramel banana pie

24 comentários:

Silvia Arruda disse...

Pat, a torta ficou linda e com toda certeza, sua mãe ficou bem feliz e toda orgulhosa de vc, esteja onde ela estiver! :)

Marizé disse...

Que linda que ficou. E que aspecto delicioso. Comecei a pouco e pouco a descobrir o potencial da banana nos doces, e estou a gostar muito.

Renata disse...

uau pra essa torta, uau.

Marcia da Paz disse...

Que lindo !!!!! e q saudades e satisfação vc teve ter em agradar a todos com essa viagem ao tempo né.... e que delicia, nossa as estão lindassssss bjks

Laurinha disse...

O amor e o carinho foram os ingredientes mais importantes, com certeza!
Adoro bananas, esta torta deve ter ficado divina!!!
Beijinhos,

Agdah disse...

Patrícia, que linda. Ando atrasada nas visitas... você fez ou vai fazer o tal "mirror cake"?

Sheila disse...

Torta linda!
Acho um charme quando tem essas tirinhas por cima =)
E seu pai hein? Que doce... é tão bacana momentos em família, principalmente quando relembramos coisas juntos.

Patricia Scarpin disse...

Si, fiquei emocionada com o seu comentário, amiga, obrigada!!

Marizé, adoro fazer sobremesas com banana, especialmente assadas.

Renata, obrigada, querida.

Marcinha, você sabe como a minha mãe era danada na cozinha, né, amiga?
Beijos!

Laurinha, obrigada, amiga!
Beijocas!

Agdá, eu não fiz aquele bolo, não consegui tempo pra participar do desafio.

Sheila, obrigada!
Eu fiquei feliz em fazer algo que a minha mãe fazia pra nós.

Cris disse...

Os melhores sabores têm mesmo gosto de lembrança... Parabéns Patricia, por ter trazido ao seu pai momentos felizes de volta, tenho certeza de que deve ter vindo do fundo do coração dele o elogio à sua torta! E não é para menos, olha esta última foto... de babar! Bjs!

Heidi disse...

Patrícia, esta torta parece muito, muito deliciosa, e o aroma então... Nossa, viajei no seu post Patrícia, hoje já não tenho a minha querida mãezinha comigo, me fez lembrar das minhas primeiras experiência na cozinha ao seu lado...
Abraços.

laila radice disse...

ai que amor...imagino a tensão que foi...é sempre um imenso desfio fazer um prato cl´ssico de familia que é não de sua autoria...o medo de não ficar tão bom qto é algo assustador! mas tenho creteza que seu pai amou e que todos ficaram felizes com a lembrança, a mãe tbm deve ter ficado super orgulhosa da filha prendada! bjos Pat

Helen disse...

Patrícia, parece que a receita fica ainda mais gostosa com as histórias de acompanhamento...

Elá vamos nós fazer cobrinhas de massa rs

beijo!

Anônimo disse...

As cobrinhas deixaram a torta igual à que a Branca de Neve faz pros sete anões. É verdade! Tenho visto o vídeo umas dez vezes por semana. E eu só como banana assim, como doce assado. Aliás, comprei adoçante em pó pra levar bananas ao forno com canela. Deu vontade de ver a torta aqui. Uma tentação como sempre. Bjbj

Akemi disse...

Amiga, que torta mais apetitosa! Tenho certeza de que esta sobremesa foi a sensação do dia dos pais! E os cookies???? Deu vontade de pegar um e comer com um copo de leite gelado! Hummmm! As fotos estão lindas, amiga! Bjs

Valentina disse...

Pat, linda esta torta. E que lindo o teu pai, com o carinho do agradecimento! Tenho certeza que esta torta ficou deliciosa.Gostaria de ter provado pois amo bananas.

Sylvia disse...

Patricia, a torta ficou maravilhosa ,me esposo adora banana e acho que ele ia adorar essa receita.A estorinha também é muito doce e cheia de suspense adorei !!!

Patricia Scarpin disse...

Cris, obrigada, querida! Ele adorou e eu fiquei feliz por relembrar uma receitinha da minha mãe.
Beijos!

Dinha, também sinto falta da minha mãezinha e fico feliz por ter herdado o gosto pela cozinha.
Um beijo!

Laila, você tem razão, eu fiquei bem apreensiva! Obrigada pelo carinho, amiga, beijos!

Helen, fazer as cobrinhas foram a parte mais gostosa da receita. :)
Beijos!

Tina, é mesmo? Eu acredito - você é PhD em contos de fada, né, amiga? :)
Eu adoro banana assada com canela, adoro!!
Beijos!

Akemi, querida, que bom que gostou! Minha irmãzinha fez os cookies também e adorou.
Beijos!

Tina, obrigada, amiga. Bananas em baking são mesmo imbatíveis. :)

Beatriz Belliard disse...

maravilhosa esta torta, quem me dera poder fazer sempre tortas para o meu pai, que mora tao longe e vejo tao pouco ! Todo Natal faço uma especial para ele quando estou no Brasil ! bjs

Joaninha disse...

Patrícia, pode até nem ter ficado igualzinha à da sua mãe, mas que ficou liiiinda, e aposto que deliciosa, ai isso ficou! E no final, quem saiu a ganhar foi o seu paizão. :)
Beijinhos!

COZINHA MARISUL disse...

genteeeeeeee mas q torta divina deve ser essa dá vontade de se comer a foto, em breve estarei fazendo essa receita parabénsssssssss e olhe q ainda nem provei. bjsssss

Simone disse...

essa torta ontem já virou minha favorita! obrigada pela receita. Ah, só que eu fiz o recheio enquanto a massa estava na geladeira e ele enfriou e endureceu um pouco, então ficu meio difícil na hora de espalhar. Na próxim vez vou tentar colocá-lo ainda quente na massa, enquanto estiver mais molinho. Apesar disso, não inteferiu no resultado. beijos

Patricia Scarpin disse...

Simone, que bom saber que vc gostou da receita! O creme endurece por causa da maisena.
Obrigada por me contar o resultado da receita, beijo!

Elisabeth disse...

Sua receita além de maravilhosa, me fez chorar lembrando das minhas tias e a vó, que eram cozinheiras lindas! Sempre fazendo alguma coisa nova para família. Como disse sua amiga...Os melhores sabores têm mesmo gosto de lembrança... Beijinhos!

Patricia Scarpin disse...

Elisabeth, obrigada pelo comentário tão querido! Um beijo!