A Internet, essa maravilha: ao ler um texto ótimo da Clara Averbuck sobre feminismo (pena não ser em inglês, eu adoraria indicá-lo à Shailene Woodley), cheguei a um vídeo de George Carlin – não sei em que planeta eu vivia que ainda não conhecia esse gênio e estou feliz por ter corrigido esse erro.
Nas minhas visitas diárias ao IMDb fiquei sabendo que Raymond "Red" Reddington está voltando, em 22 de setembro, para ser mais exata. \0/
Vi o primeiro teaser da última temporada de “Sons of Anarchy”, e é incrível.
Vi que Jason Reitman pode me fazer gostar de um filme com o insuportável Adam Sandler – o que é essa lindeza de trailer, gente? <3
Também deparei com essas tortinhas de berinjela, uma receita do Dan Lepard (alguém que raramente decepciona quando o assunto é comida), e tenho de lhes dizer: eu e o marido não ficamos assim tão encantados com o recheio – é bom, mas meio sem graça – mas a massa é absolutamente fantástica: bem flocosa e saborosa. É feita de um jeito parecido ao da massa de centeio que tanto adoro, e todas aquelas dobras realmente transformam uma massa já boa em algo ainda melhor.
Posso até não ter ficado completamente satisfeita com esse recheio de berinjela (apesar do meu amor pelo legume), mas quero fazer essa massinha de novo com outros recheios: pode até mesmo se tornar a minha massa oficial de empanada, em vez da que publiquei um tempo atrás.
Tortinhas de berinjela
um tiquinho adaptadas do Dan Lepard
- xícara medidora de 240ml
Recheio:
2 berinjelas médias (700g no total)
sal e pimenta do reino moída na hora
300g de ricota – usei caseira
2 cebolinhas picadas
1 colher (sopa) de orégano fresco picado
Massa:
200g de farinha de trigo
100g de farinha de trigo integral
1 colher (chá) de sal
1/3 xícara de folhas de salsinha – aperte-as na xícara na hora de medir
1 ½ colheres (sopa) de azeite de oliva
100g de manteiga sem sal, gelada e em cubinhos de 1cm
½ xícara (120ml) de água gelada
1 ovo, levemente batido com um garfo, para pincelar
Pré-aqueça o forno a 180°C. Forre uma assadeira grande com papel alumínio.
Corte as berinjelas no sentido do comprimento e coloque-as no papel alumínio com o lado cortado virado para baixo. Fure as berinjelas com um garfo, perfurando a casca delas. Asse por 1 hora.
Retire a polpa com uma colher, transfira para uma peneira e salpique com ½ colher (chá) de sal. Deixe escorrer por 1 hora. Junte a ricota, a cebolinha e o orégano e mantenha a mistura na peneira.
Enquanto isso, faça a massa: coloque a farinha e o sal em uma tigela grande e misture a salsinha. Junte o azeite e a manteiga e misture com as pontas dos dedos até obter uma farofa grossa. Acrescente a água e misture até que uma massa comece a se formar (não vai estar homogênea nesse estágio, não tem problema). Cubra e leve à geladeira por 30 minutos.
Em uma superfície enfarinhada, abra a massa até obter um retângulo de 40x15cm. Dobre a massa como se fosse uma carta (leve o terço de baixo até o meio, depois dobre o terço de cima sobre o de baixo), abra novamente com o rolo até obter um retângulo de 40x15cm e dobre novamente como uma carta. Embrulhe e refrigere por 30 minutos. Repita o procedimento mais duas vezes, refrigerando a massa por 30 minutos entre uma vez e outra. Por fim, abra a massa em uma espessura aproximada de 3mm e corte em 12 quadrados.
Pré-aqueça o forno a 200°C. Forre uma assadeira grande, de beiradas baixas, com papel manteiga.
Tempere o recheio com sal e pimenta, descarte o líquido e divida o recheio entre os quadrados de massa. Feche as extremidades (como se fossem empanadas), coloque na assadeira e pincele com o ovo batido. Asse que dourem bem e estejam sequinhas, cerca de 30 minutos.
Rend.: 12 unidades
quarta-feira, agosto 20, 2014
Tortinhas de berinjela e a maravilhosa Internet
terça-feira, agosto 19, 2014
Cookies de quinoa e chocolate e coisas que não saem da minha cabeça
Alguns filmes tem trilhas sonoras tão ótimas que depois de vê-los me pego cantarolando as canções por dias a fio (às vezes ouço a trilha por meses, também).
Vi “A Cor do Dinheiro” domingo e agora não consigo tirar “It's In The Way That You Use It” da cabeça – pra ser honesta, a música é tão boa que nem estou tentando esquecê-la. :)
Uma vez li que quando Tom Cruise considerou se tornar ator ele fez uma lista com os nomes dos diretores com os quais gostaria de trabalhar, gente como Martin Scorsese, Ridley Scott e Oliver Stone – o tempo passou, ele se tornou um astro (vocês aí da minha idade provavelmente se lembram de seu status de sex symbol e de como as meninas enlouqueciam por ele) e foi riscando vários nomes – se não todos – da lista. Não o acho tudo isso como ator (tem alguns momentos bons, mas no todo é irregular), mas admiro um cara que nivela o jogo tão por cima assim logo no começo da carreira – como Leonardo DiCaprio e Matt Damon depois dele, Cruise poderia ter estacionado no papel de galã e lá ficado confortavelmente.
Acabei mudando de assunto – estava lhes dizendo sobre a canção do Eric Clapton que grudou na minha cabeça. Teve também uma receita-cola, na qual pensei por algumas semanas – estes biscoitos de quinoa e chocolate. Usara a quinoa em flocos em uma receita de granola um tempo atrás, porém não tinha ficado muito feliz com o resultado: achei que o sabor não estava tão bom. Mas depois de provar a granola novamente achei que o problema ali era a falta de algum tipo de gordura, não os flocos de quinoa, por isso decidi dar uma nova chance ao ingrediente, desta vez em forma de biscoito: foi um sucesso. Recomendo muito usar um chocolate amargo aqui, 70% de cacau se possível, já que o sabor complementa a doçura da massa lindamente.
Tirar música da cabeça pode ser meio difícil às vezes, mas para receitas a solução parece ser mais fácil: um pulo na cozinha e a gente descobre se é boa ou não (e dá fim à curiosidade). :)
Cookies de quinoa e chocolate
um nadinha adaptados do excelente Supergrains: Cook Your Way to Great Health
130g de manteiga sem sal
65g de açúcar mascavo claro
65g de açúcar cristal
1 ovo
1 colher (chá) de extrato de baunilha
110g de farinha de trigo
1 colher (chá) de fermento em pó
1 pitada de sal
110g de quinoa em flocos
200g de chocolate amargo picado - usei um com 70% de cacau
Pré-aqueça o forno a 180°C. Forre duas assadeiras grandes, de beiradas baixas, com papel manteiga.
Usando a batedeira, bata a manteiga e os açúcares até obter um creme claro. Junte o ovo e a baunilha e bata para incorporar. Junte a farinha, o fermento e o sal e misture em velocidade baixa até combinar os ingredientes. Com uma espátula de silicone, incorpore os flocos de quinoa e o chocolate.
Coloque porções de 2 colheres (sopa) niveladas de massa por biscoito nas assadeiras deixando 5cm de distância entre uma e outra. Leve à geladeira por 10 minutos. Asse por 12-15 minutos ou até que dourem bem nas extremidades. Deixe esfriar nas assadeiras por 2 minutos, e então deslize o papel com os biscoitos para uma gradinha e deixe esfriar completamente.
Rend.: cerca de 22 unidades
segunda-feira, agosto 18, 2014
Palitinhos de queijo para amigos famintos
Como alguém que ama comida, sempre me certifico de que meus amigos tenham algo para comer no minuto em que entram na minha casa – acredito que nada dá a sensação de “bem-vindo” como um drink e algo para beliscar. :)
Gosto de servir algo pequeno o bastante para ser degustado sem talheres e sem fazer muita bagunça, e porções pequenas para que as pessoas ainda estejam com fome quando o jantar for servido. Fiz esses palitinhos de queijo outro dia, quando recebi um casal de amigos para uma pizza, e ficaram deliciosos e com uma textura meio folhadinha.
Assei os palitos de queijo à tarde e os mantive em uma lata bem fechada. Quando os amigos chegaram, foi só arrumar os palitos em copos e servir com as bebidas – foi o fim das visitas famintas. :)
Palitinhos de queijo
um tiquinho adaptados do lindo e delicioso National Trust Simply Baking
155g de farinha de trigo
70g de farinha de trigo integral
¼ colher (chá) de sal
pimenta do reino moída na hora, a gosto
115g de manteiga sem sal, gelada e em cubinhos
85g de parmesão ralado fininho
1 ovo, batido com um garfo
Cobertura:
½ ovo, batido com um garfo, para pincelar
orégano seco, para salpicar
Coloque as farinhas, o queijo, o sal e a pimenta no processador de alimentos e pulse para combinar. Acrescente a manteiga e pulse até a mistura parecer farofa grossa. Em uma tigelinha, misture o ovo e 1 ½ colheres (sopa) de água gelada e despeje no processador com o motor ligado, processando apenas até que migalhas maiores comecem a se formar – junte mais água se necessário, mas faça isso aos poucos.
Transfira a mistura para uma superfície levemente enfarinhada e junte com as mãos, formando uma massa. Divida em duas partes, embrulhe em filme plástico e leve à geladeira por 20 minutos.
Pré-aqueça o forno a 180°C. Forre duas assadeiras grandes, de beiradas baixas, com papel manteiga.
Abra uma das massas com o rolo até obter a espessura de 5mm (mantenha a outra metade da massa na geladeira) – a massa não pode ficar muito fininha, senão quebrará na hora de torcer os palitinhos. Corte as beiradas para formar um retângulo e então corte fatias de 15cm de comprimento e 1cm de largura. Torça cada fatia com jeitinho e coloque nas assadeiras preparadas. Repita com a massa restante, e junte as rebarbas para formar mais palitos (a receita rende aproximadamente 40). Pincele os palitos com o ovo batido e salpique com o orégano. Leve à geladeira por 15 minutos e então asse por 15-20 minutos ou até que dourem bem. Deixe esfriar na assadeira, sobre uma gradinha.
Os palitinhos duram alguns dias guardados em um recipiente hermético.
Rend.: cerca de 40
quinta-feira, agosto 14, 2014
Financiers de chocolate e laranja e escolhendo algo um tiquinho diferente
Sempre achei que fosse imune a sangue - David Cronenberg é um dos meus diretores favoritos – mas acho que tenho me tornado menos resistente conforme o tempo passa: não consegui terminar de ver a segunda temporada de “Hannibal” (só vi dois episódios, meses atrás) e desisti de “The Knick” depois de apenas quinze minutos. :S
Pretendo voltar a ambas as séries (logo, espero), mas no momento não consigo me imaginar vendo nenhuma delas. Dias atrás procurava por algo diferente, mesmo que um pouquinho, e comecei a assistir a “Betrayal” por causa de “Night Stalker”, um seriado de anos atrás que eu adorava (até hoje não conheci ninguém que via também).
“Night Stalker” foi cancelado em pouquíssimo tempo e “Betrayal” não terá uma segunda temporada – pobre menino Stuart Townsend, não tem mesmo sorte com seriados. :(
Mesmo assim, continuarei vendo “Betrayal”: tem me mantido interessada e não envolve sangue ou pessoas em pedacinhos. É isso que quero no momento. :)
Provavelmente voltarei à sanguinolência, quem sabe? Do mesmo jeito que vira-e-mexe volto a financiers: não resisto a prepará-los, mesmo quando digo a mim mesma que vou esperar e juntar mais claras no freezer para fazer um bolo de claras. Há sempre uma receita de financier interessante para experimentar, com boas combinações de sabores como chocolate e laranja, que acho incríveis juntos.
Financiers de chocolate e laranja
adaptados de duas ótimas fontes: A Passion for Baking e Simply Bill
120g de açúcar de confeiteiro
65g de farinha de trigo
1 colher (sopa) de cacau em pó, sem adição de açúcar
½ colher (chá) de fermento em pó
1 pitada de sal
85g de farinha de amêndoa
5 claras
80g de manteiga sem sal, derretida e fria
35g de chocolate meio amargo, derretido e frio – usei um com 53% de cacau
½ colher (chá) de extrato de baunilha
raspas da casca de 1 laranja
açúcar de confeiteiro extra, para polvilhar
Em uma tigela grande, peneire juntos o açúcar de confeiteiro, a farinha, o cacau, o fermento e o sal. Junte a farinha de amêndoa e misture. Acrescente as claras, seguidas da manteiga, do chocolate, da baunilha e das raspas de laranja e misture para incorporar. Cubra com filme plástico e leve à geladeira por 1 hora.
Pré-aqueça o forno a 180°C. Unte com manteiga e enfarinhe dez forminhas de muffin ou minibolo com capacidade para 100ml cada.
Divida a massa entre as forminhas e asse por 15 minutos ou até que os financiers cresçam e dourem (faça o teste do palito). Transfira para uma gradinha, deixe esfriar por 2 minutos e então desenforme, transferindo para a gradinha. Deixe esfriar completamente. Polvilhe com açúcar de confeiteiro para servir.
Financiers são mais gostosos no dia em que são preparados, mas podem ser guardados em um recipiente hermético em temperatura ambiente por até dois dias.
Rend.: 10 unidades
quarta-feira, agosto 13, 2014
Berinjela apimentada - com berinjela na cabeça
Ando com a cabeça em berinjela ultimamente: tenho usado o legume em sopas, empanadas e meu marido e eu adoramos berinjela à parmigiana – sempre faço uma porção bem generosa pois as sobras são uma delícia.
Quando não estou cozinhando com berinjela, o Universo conspira para que eu o faça: meu "Save with Jamie" chegou e há nele uma receita de daal de berinjela (com chapatis caseiros, ainda por cima) – quase babei sobre o livro. :)
Enquanto procurava por algo bacana na TV outro dia, dei de cara com o Paul Hollywood fazendo maneesh com baba ganoush. :)
E finalmente, dias depois disso, enquanto folheava a edição de agosto da revista Delicious britânica vi uma receita de berinjela apimentada servida com arroz que estava com uma cara tão boa que tinha de experimentar. A receita é mesmo uma delícia e fácil de fazer: só é necessário ter um tempinho nas mãos para assar as berinjelas antes de cozinhá-las com os outros ingredientes – a polpa macia carrega todos os outros sabores lindamente.
As sobras desta receita são ótimas, também, e o prato pode ser servido com quinua em vez de arroz (eu o comeria até com pão, se vocês querem mesmo saber). :)
Berinjela apimentada
um tiquinho adaptada da maravilhosa Delicious UK
2 berinjelas médias
azeite de oliva
2 dentes de alho bem picadinhos
½ cebola bem picadinha
½ colher (sopa) de gengibre fresco ralado
½ pimenta vermelha, sem as sementes, picadinha
1 tomate grande bem maduro, sem as sementes, processado até virar um purezinho
1 colher (chá) de óleo de gergelim torrado
1 colher (sopa) de molho de soja
½ colher (sopa) de açúcar cristal
sal e pimenta do reino moída na hora
1 ½ colheres (sopa) de gergelim
coentro fresco, para servir
Pré-aqueça o forno a 200°C. Forre uma assadeira grande, de beiradas baixas, com papel alumínio.
Corte as berinjelas no sentido do comprimento e arrume-as sobre o papel alumínio com o lado cortado para cima. Faça alguns cortes na polpa, regue com azeite e salpique com sal e pimenta. Asse por 35 minutos, deixe esfriar completamente e então corte em fatias.
Em uma panela grande, aqueça 1 colher (sopa) de azeite e junte o alho, a cebola, o gengibre e a pimenta. Refogue até amaciar. Junte o tomate e cozinhe por 1 minuto. Acrescente a berinjela, o óleo de gergelim, o molho de soja e o açúcar, junte ½ xícara (120ml) de água e deixe chegar à fervura. Abaixe o fogo e cozinhe destampado por 10-15 minutos, mexendo de vez em quando, até que o molho engrosse e fique brilhante. Cheque o tempero, acrescente sal e pimenta se necessário, misture o gergelim e sirva salpicado com as folhas de coentro.
Rend.: 2 porções (com sobras)
terça-feira, agosto 12, 2014
Bolo de creme de leite, limão e gengibre - uma ótima receita depois de uma bem ruinzinha
Possets ou “potinhos”, como chamei as versões de limão siciliano e maracujá que publiquei por aqui tempos atrás, são sobremesas que adoro, não somente por serem deliciosas mas também por serem facílimas de preparar: quase não se cozinha nada e os sucos cítricos e a geladeira fazem todo o trabalho.
Fiquei de olho em um posset de toranja por séculos, uma receita que eu vira na "Delicious Australia", e depois de fazer barrinhas com a fruta achei que o posset fosse igualmente bom – eu estava errada. :(
O creme ficou amargo e gorduroso demais, e não firmou direito.
Foi provavelmente a primeira receita da revista com a qual fiquei desapontada – foi um mini-choque, digamos assim, pois uso as receitas o tempo todo, sempre com resultados excelentes. Fiquei feliz por ter feito apenas metade da receita do posset – menos comida no lixo é sempre bom – mas por isso mesmo acabou sobrando creme de leite fresco na geladeira, e eu teria de usá-lo logo antes que vencesse.
O bolo de creme de leite da Deborah Madison foi a minha salvação (eta Eat Your Books danado de útil!), mas em vez de açúcar mascavo e gengibre, optei por açúcar cristal, gengibre e adicionei limão taiti – o resultado foi um bolo delicioso, com um quê cítrico e outro de especiarias, ambos na medida, e tão fofinho que foi difícil cortar fatias certinhas dele (como o bolo de vinho do Porto que publiquei aqui semanas atrás).
O potinho de toranja pode ter sido um triste desperdício de bom creme de leite, mas este bolo foi a maneira perfeita de usar o que sobrou.
Bolo de creme de leite, limão e gengibre
um tiquinho adaptado do Seasonal Fruit Desserts: From Orchard, Farm, and Market
- xícara medidora de 240ml
105g de farinha de trigo
95g de farinha para bolos - caseira: 80g de farinha de trigo comum + 15g de amido de milho
1 ½ colheres (chá) de fermento em pó
1 ½ colheres (chá) de gengibre em pó
1/8 colher (chá) de sal
2 ovos, temperatura ambiente
1 xícara (240ml) de creme de leite fresco
175g de açúcar cristal
1 colher (chá) de extrato de baunilha
raspas da casca de 2 limões taiti
1 colher (sopa) de suco de limão taiti
açúcar de confeiteiro, para servir
Pré-aqueça o forno a 180°C. Unte com manteiga uma forma redonda de 20cm, de fundo removível, forre o fundo com um círculo de papel manteiga e unte o papel também.
Em uma tigela média, misture com um batedor de arame as farinhas, o fermento, o gengibre e o sal.
Na batedeira, usando o batedor de arame, bata os ovos até espumarem. Acrescente o creme de leite, o açúcar e a baunilha e bata em velocidade alta até que a mistura fique com a textura de creme de leite levemente batido. Raspe as laterais da tigela ocasionalmente.
Junte as raspas, o suco de limão e os ingredientes secos a bata em velocidade baixa somente até incorporar e desmanchar possíveis grumos. Despeje na forma preparada e asse por 50-60 minutos ou até que o bolo cresça e doure (faça o teste do palito).
Deixe esfriar na forma por 30 minutos e então remova o aro lateral, deixando o bolo esfriar completamente. Retire o fundo da forma e o papel, transfira o bolo para um prato e polvilhe com açúcar de confeiteiro.
Rend.: 8 porções
segunda-feira, agosto 11, 2014
Cantuccini com farinha de amaranto - sem manteiga e sem azeite
Até agora já fiz várias receitas gostosas substituindo manteiga por azeite de oliva, mas que tal fazer biscoitos sem nenhum dos dois? Foi isso que me deixou curiosa sobre esses cantuccini: a gordura neles vem das amêndoas e dos ovos – não levam manteiga, azeite nem óleo de canola – e os ovos, combinados aos sucos das frutas, também são responsáveis pela umidade da massa.
Só para que vocês saibam, não tenho contra gordura, pelo contrário: me sinto perdida sem pelo menos um tablete de manteiga na geladeira e uso azeite de oliva o tempo todo na cozinha, mas acho interessante aprender a fazer algo bom sem ela, também.
A receita é bastante simples – nem a batedeira é necessária aqui – e os cantuccini ficaram bem saborosos com os sucos e raspas de casca de fruta. Os biscoitos não são super duros e se beneficiam de uma noite na lata: o sabor cítrico fica mais evidente com o tempo, tornando os cantuccini ainda mais gostosos nos dias seguintes ao preparo (isso se durarem tanto assim). ;)
Cantuccini com farinha de amaranto
um nadinha adaptado do delicioso Do-Ahead Dinners: How to Feed Friends and Family Without the Frenzy
200g de farinha de trigo
50g de farinha de amaranto
150g de açúcar cristal
½ colher (chá) de fermento em pó
1/8 colher (chá) de sal
raspas da casca de 1 laranja + suco de metade dela
raspas da casca + o suco de ½ limão siciliano
2 ovos, levemente batidos com um garfo
½ colher (chá) de extrato de baunilha
150g de amêndoas (com a pele)
Pré-aqueça o forno a 200°C. Forre uma assadeira grande, de beiradas baixas, com papel alumínio.
Em uma tigela grande, misture as farinhas, o açúcar, o fermento e o sal e faça um buraco no centro. Nele despeje as raspas e os sucos de laranja e limão, os ovos e a baunilha, e misture até incorporar. Junte as amêndoas e misture – a massa é grudenta.
Com mãos levemente enfarinhadas, divida a massa em duas partes iguais e forme um cilindro de aproximadamente 30cm de comprimento, levemente achatado, com cada uma delas. Transfira para a forma preparada e asse por 20 minutos.
Deixe esfriar por 5 minutos e retire o papel alumínio com cuidado.
Com uma faca afiada e com um movimento único de guilhotina, corte os cilindros na diagonal em fatias de 1cm e arrume-os lado a lado de volta na assadeira. Asse por 10 minutos ou até que dourem, vire-os e asse-os até dourarem do outro lado também, mais uns 10 minutos. Deixe esfriar completamente na assadeira.
Guarde em um recipiente hermético.
Rend.: cerca de 35 unidades
sexta-feira, agosto 08, 2014
Frango assado com alho, castanha de caju e coentro, e curiosidade
Meu amor por frango assado é tão notório que quando digo ao meu marido que não tenho ideia do que preparar para o final de semana ele diz “que tal um franguinho assado?” :D
Se não estou muito inspirada, faço o frango com chorizo da Donna Hay, pois sei que é uma delícia e meu marido e eu adoramos, mas na maioria das vezes gosto de variar porque há tanta receita boa por aí só esperando para ser preparada (e devorada).
Quando vi que a receita de frango na churrasqueira da Amanda Hessler incluía castanha de caju na marinada fiquei curiosíssima, especialmente porque não conseguia imaginar qual seria o resultado – algumas receitas me parecem familiares, mesmo que novas, e com outras tento imaginar o sabor mesmo que nunca as tenha preparado, mas com essa não consegui: fiquei encafifada pra saber como as castanhas dariam sabor ao frango, e como elas se comportariam com o coentro e o molho de soja.
O único jeito de descobrir era fazendo a receita, e foi exatamente isso que fiz.
(se alguém lhes disser que escorpianos são curiosos, acreditem). :)
As castanhas de caju tornam a marinada bem cremosa e também deixam o franguinho úmido e dourado sem a adição de muito óleo. O coentro e o molho de soja dão um sabor ótimo (peguem leve no sal: o shoyu e as castanhas já são salgados). Se eu faria esse frango novamente? Sim, achei bem gostoso, mas usaria um pouco mais de alho numa próxima vez (o nome da receita original é “garlicky chicken”, mas não achei “garlicky” o suficiente).
Só para vocês saberem, meu marido continua preferindo o franguinho da Donna Hay. :)
Frango assado com alho, castanha de caju e coentro
um nadinha adaptado do maravilhoso The Essential New York Times Cookbook: Classic Recipes for a New Century
- xícara medidora de 240ml
1/3 xícara de castanha de caju torrada e salgada
1 punhado de folhas de coentro fresco +um pouquinho extra para servir
1 colher (sopa) de óleo de canola
2 dentes de alho grandes, picados
½ colher (sopa) de molho de soja
½ colher (chá) de açúcar mascavo – aperte-o na colher na hora de medir
suco de 1 limão taiti grande
sal e pimenta do reino moída na hora
4 pedaços de frango – use os seus preferidos
Em um processador ou liquidificador, junte a castanha de caju, o coentro, o óleo, o molho de soja, o açúcar e o suco de limão. Processe até obter uma pasta. Prove e tempere com sal e pimenta.
Espalhe generosamente a marinada nos pedaços de frango. Coloque em uma tigela, cubra com filme plástico e leve à geladeira por pelo menos 3 horas (melhor ainda de um dia para o outro).
Pré-aqueça o forno a 200°C. Forre uma assadeira com uma camada dupla de papel alumínio e pincele-o com um pouquinho de óleo.
Arrume os pedaços de frango sobre o papel e regue com o que sobrar da marinada. Asse por cerca de 1 hora ou até ficar a seu gosto.
Sirva salpicado com o coentro.
Rend.: 2 porções
quinta-feira, agosto 07, 2014
Bolo de banana e amêndoa - simples e delicioso
Depois de postar uma receita que pede caldo de legumes, molho de tomate e ricota caseiros eu tinha de lhes trazer algo menos complicado, mas igualmente bom: um bolo de banana simples, em que parte da farinha de trigo é substituída por farinha de amêndoa, o que dá um sabor gostoso e junto com o creme azedo e as bananas amassadas deixa o bolo bem macio e úmido.
(E em minha defesa, digo que poderia ter sido pior: eu poderia ter lhes sugerido confeitos caseiros). :D
Bolo de banana é um dos meus preferidos e sempre tenho algumas bananas bem maduras no freezer esperando para virar algo bem gostoso – está muito frio para sorvete (aquele facílimo em que é só bater bananas congeladas no liquidificador ou processador, sem precisar adicionar nada), então foi fácil optar por bolo.
O bolo afundou um pouco no centro e anos atrás isso teria me impedido de publicar a receita aqui, mas com o tempo tenho aprendido a reduzir o meu perfeccionismo, pelo menos um pouco, e tento fazer isso sempre que possível porque por mais que as pessoas o vendam como uma “qualidade” eu não acho que isso seja verdade – acho que é uma jaula que construímos à nossa volta e da qual fica cada vez mais difícil escapar.
O bolo afundou, sim, mas ficou uma delícia, por isso o fotografei e o divido com vocês aqui hoje – espero que gostem dele tanto quanto eu gostei.
Bolo de banana e amêndoa
um nadinha adaptado do delicioso World Class Cakes: 250 Classic Recipes from Boston Cream Pie to Madeleines and Muffins
- xícara medidora de 240ml
1 ¼ xícaras (175g) de farinha de trigo
1 pitada de sal
1 colher (chá) de bicarbonato de sódio
1 colher (chá) de fermento em pó
¼ colher (chá) de canela em pó
2/3 xícara (65g) de farinha de amêndoa
2/3 xícara (150g) de manteiga sem sal, amolecida
1 xícara (200g) de açúcar cristal
2 ovos
1 colher (chá) de extrato de baunilha
½ xícara de creme azedo (sour cream)*
2 bananas bem maduras, amassadas com um garfo
açúcar de confeiteiro, para polvilhar
Pré-aqueça o forno a 180°C. Unte levemente com manteiga uma forma de bolo inglês de 20x10cm, forre-a com papel e unte o papel também.
Em uma tigela média, misture com um batedor de arame a farinha, o sal, o bicarbonato, o fermento, a canela e a farinha de amêndoa.
Em uma tigela grande, usando a batedeira, bata a manteiga e o açúcar até obter um creme claro e fofo. Junte os ovos, um a um, batendo bem a cada adição. Raspe as laterais da tigela ocasionalmente. Junte a baunilha e bata.
Acrescente o creme azedo e a banana e misture em velocidade baixa somente até combinar. Junte os ingredientes secos e bata em velocidade baixa somente até incorporá-los.
Transfira a massa para a forma preparada e asse por cerca de 45 minutos ou até o bolo crescer e dourar (faça o teste do palito). Deixe esfriar na forma por 15 minutos e então desenforme com cuidado. Transfira para a gradinha e deixe esfriar completamente. Remova o papel, polvilhe com o açúcar de confeiteiro e sirva.
* creme azedo (sour cream) caseiro: para preparar 1 xícara de creme azedo, misture 1 xícara (240ml) de creme de leite fresco com 2-3 colheres (chá) de suco de limão ou limão siciliano em uma tigela. Vá mexendo até que comece a engrossar. Cubra com filme plástico e deixe em temperatura ambiente por 1 hora ou até que engrosse um pouco mais (geralmente faço o meu na noite anterior e deixo sobre a pia – com exceção de noites extremamente quentes – coberto com filme plástico; na manhã seguinte a mistura fica bem cremosa – leve à geladeira para ficar mais espessa ainda)
Rend.: 8 porções
quarta-feira, agosto 06, 2014
Palitos de polenta e ricota e cozinhando do zero
Como lhes disse ontem, adoro preparar coisas do zero quando e se tenho tempo, e a receita que lhes trago hoje é um bom exemplo disso: nestes palitinhos deliciosos de polenta e ricota usei caldo de legumes, ricota e molho de tomate caseiros.
O caldo de legumes é dica preciosa da Ana: é feito de cascas e aparas, cabinhos de ervas e outras coisinhas que acabariam indo parar na lata do lixo. Faço esse caldo há bastante tempo e sempre tenho um pouco no freezer – foi o que usei para cozinhar a polenta.
O molho de tomate é o mesmo que faço sempre, com tomates pelados e bastante manjericão, orégano e tomilho frescos, e é o molho que o meu marido come às colheradas: se tiver pão em casa, então, é um perigo, ele dá conta da panela inteira se eu não estiver por perto e não sobra quase nada para o que eu estivesse fazendo e para o que o molho seria, a princípio, usado. :D
E a ricota é uma receita da maravilhosa revista Donna Hay que peguei há anos, em 2009 para ser mais precisa, e desde então nunca mais comprei ricota – tenho usado esta ricotinha caseira em tudo, sempre com ótimos resultados. Tem textura e sabor excelentes e é rápida de fazer. Lá no começo eu forrava o escorredor com um pano bem fininho (tipo fraldinha de bebê), mas depois encontrei uma peneira metálica bem fininha na Liberdade e ela dispensa o uso do tecido.
Sei que este post é o pesadelo de quem não gosta de fazer coisas do zero, mas não estou aqui para pregar verdades - dá pra fazer os palitinhos usando coisas prontas. Só quero que saibam que, no caso específico dos itens usados na receita de hoje, fazê-los em casa não só traz resultados mais saborosos como também muito mais em conta, especialmente o caldo – e as receitas são fáceis.
Para finalizar, sei que vai parecer um tédio virar cada palitinho de polenta depois dos primeiros vinte minutos de forno, mas foi o jeito que encontrei de torná-los dourados e crocantes sem precisar fritar (como pede a receita original) – por favor, não me odeiem. :)
Palitos de polenta e ricota
um tiquinho adaptados da sempre maravilhosa revista Donna Hay
- xícara medidora de 240ml
2 xícaras (500ml) de caldo de legumes
1 xícara (170g) de polenta instantânea
1 xícara (80g) de parmesão ralado bem fininho
25g de manteiga
sal e pimenta do reino moída na hora
200g de ricota*
óleo de canola, para pincelar
molho de tomate, para servir
Coloque o caldo em uma panela grande e leve ao fogo médio até começar a ferver. Aos poucos, junte a polenta, mexendo sempre por 2-3 minutos. Retire do fogo e junte o parmesão, a manteiga, o sal e a pimenta e misture para incorporar. Deixe esfriar por 5 minutos e incorpore a ricota. Espalhe a mistura em uma forma quadrada de 20cm e aperte para moldar a polenta. Leve à geladeira até firmar, cerca de 1 hora.
Pré-aqueça o forno a 200°C. Forre uma assadeira grande, de beiradas baixas, com papel alumínio e pincele-o levemente com óleo.
Retire a polenta da forma e corte em palitos grossos. Arrume-os na forma preparada, deixando 1cm de distância entre eles. Asse por 20 minutos, vire-os com cuidado e asse por mais 20 minutos ou até que dourem e fiquem crocantes por fora.
Sirva imediatamente com o molho de tomate.
* usei ricota caseira nesta receita: 3 xícaras (720ml) de leite integral = 200g de ricota
Serves 4