Durante todo esse tempo em isolamento não tenho feito muitos doces – vocês devem ter percebido, pelos meus posts, que as receitas que andam pipocando por aqui são salgadas em sua maioria. O João não é de comer doces e não quero ter que dar conta deles sozinha. Há horas em que a ansiedade bate forte e corro pegar um chocolatinho, mas ter que lidar com um bolo inteiro antes de ficar seco é mais difícil.
Portanto, em quase 3 meses em casa eu fiz 3 bolos até agora, um deles sendo o mármore de iogurte que dividi com vocês semanas atrás. Semana passada bateu uma vontade de bater um bolinho, mas não daria tempo de esperar a manteiga amolecer (não tenho microondas em casa para acelerar o processo). Por isso, acabei fazendo o bolo de azeite da Alice Medrich: fácil de preparar, ficou macio e gostoso. Eu poderia ser usado xerez, como a receita original pedia, mas queria uma receita que mais gente conseguisse fazer nestes tempos, por isso adaptei ligeiramente a receita e usei leite no lugar da bebida. Raspas de limão e uma pitada de noz-moscada tornaram tudo ainda melhor.
Bolo de azeite e limão
adaptado do bolo de azeite e xerez deste livro
- xícara medidora de 240ml
2 xícaras (280g) de farinha de trigo
1 ¼ colheres (chá) de fermento em pó
1/8 colher (chá) de noz-moscada ralada na hora
1/8 colher (chá) de sal
½ xícara + 2 colheres (sopa) - 125g - de açúcar cristal ou refinado
raspas da casca de 2 limões taiti
150ml de azeite de oliva extra virgem
3 ovos gelados
½ colher (chá) de extrato de baunilha
150ml de leite integral, temperatura ambiente
Preaqueça o forno a 180°C. Unte uma forma de furo central com capacidade para 2 litros (8 xícaras).
Em uma tigela média, misture com um batedor de arame a farinha, o fermento, a noz-moscada e o sal. Reserve.
Na tigela da batedeira, junte o açúcar e as raspas de limão e esfregue com as pontas dos dedos até aromatizar o açúcar. Acrescente o azeite e bata com a batedeira até combinar. Junte os ovos, um a um, batendo bem a cada adição. Depois de adicionar o último ovo, bata por mais 3-5 minutos, até obter um creme claro. Junte a baunilha. Com a batedeira desligada, junte 1/3 dos ingredientes secos reservados, e em seguida bata em velocidade baixa somente até incorporar. Desligue novamente a batedeira e acrescente metade do leite. Bata somente até incorporar. Repita o processo até terminar todos os ingredientes, alternando os secos com o leite e terminando com os secos.
Despeje a massa na forma preparada e alise a superfície. Asse por cerca de 50 minutos ou até que o bolo cresça e doure – faça o teste do palito. Deixe esfriar na forma sobre uma gradinha por 20 minutos e então desenforme com cuidado sobre a gradinha. Deixe esfriar completamente.
Rend.: 8-10 porções
segunda-feira, junho 08, 2020
Bolo de azeite e limão
terça-feira, junho 02, 2020
Frango com tomate cereja e o programa da Ofélia
Na live que fiz com a Raq há algumas semanas falamos sobre o programa da Ofélia na TV: eu via todos os dias, adorava! Muitas vezes fazia a receita logo no mesmo dia, para o jantar, e recebia vários elogios, pois as receitas eram muito boas, sempre davam certo.
Quanto passei a estudar de manhã, meu irmão gravava o programa para mim, e como reaproveitávamos sempre a mesma fita VHS depois de um tempo a imagem já ficava meio torta, mas não tinha problema: o importante era pegar a receita e anotar todos os detalhes.
A receita de hoje é uma metamorfose de uma receita da Ofélia que aprendi quando tinha uns 12 anos de idade, mais ou menos: era um frango ensopado com tomate em que ela usava um frango inteiro, tomates bem maduros e cozinhava tudo na panela de pressão (quem aí se lembra do jabá da panela Clock?) :D
Com o passar dos anos, fui mudando a receita e acabei usando peito de frango em tiras, para diminuir o tempo de preparo, acrescentei vinho, azeitonas... A versão final, que faço há uns bons anos, é a que lhes trago hoje, e passei a usar tomate cereja porque o molho fica menos ácido assim. Vai muito bem com arroz e era um dos pratos preferidos da minha irmã quando ela era pequena.
Frango com tomate cereja
receita minha
200g de filé de peito de frango, em tirinhas
sal e pimenta do reino moída na hora
2 colheres (sopa) de azeite
½ cebola grande em meias-luas finas
1/3 xícara de salsão picadinho – usei congelado, direto do freezer
1 dente de alho grande, bem picadinho
1 folha de louro
1 1/3 xícara (200g) de tomates cereja, cortados ao meio
2 colheres (sopa) de vinho branco seco
3 colheres (sopa) de azeitonas verdes em rodelas – meça depois de cortadas
2 colheres (sopa) de salsinha picadinha
Tempere o frango com sal e pimenta do reino.
Aqueça metade do azeite em uma frigideira antiaderente grande em fogo alto. Acrescente o frango e sele de todos os lados. Transfira o frango para uma travessa e coloque o azeite restante na panela, abaixando o fogo para médio-alto. Junte a cebola e refogue, mexendo algumas vezes, até que murche. Acrescente o salsão e refogue por mais 1 minuto. Junte o alho e refogue por 1 minuto – não deixe queimar ou vai amargar.
Acrescente e louro e os tomates e refogue, mexendo algumas vezes, até que eles comecem a amolecer e a soltar seu suco, 5-6 minutos – aperte os tomates com uma colher de pau para acelerar o processo. Tempere com sal e pimenta.
Acrescente o vinho e cozinhe por 1-2 minutos ou até o vinho evaporar. Junte as azeitonas e o frango e misture bem. Cozinhe por 5 minutos até que o frango fique bem molhadinho. Acrescente a salsinha e sirva imediatamente.
Rend.: 2 porções
quinta-feira, maio 28, 2020
Sopa de ervilha com abóbora, erros e acertos
Vocês enjoam da própria comida?
Ainda não enjoei da minha – e não é só por causa da quarentena, eu já levava o meu almoço para o trabalho antes da pandemia –, mas confesso que há dias em que eu como e penso: “poderia estar melhor”, ou “isso não combinou com aquilo”.
Quem se identificou levanta a mão.
Cozinhar se virando com o que temos à mão pode render boas surpresas, como o risoto de cenoura e couve que postei outro dia, mas também pode “dar ruim”, como diz o Pingo, como no dia em que fiz arroz, feijão, cenoura e abóbora refogadas juntas (para render, porque eu só tinha um nadinha de cada) e salada de rabanete: achei que a salada destoou do resto, talvez por estar muito frio, ou porque estava muito ardido... Abóbora fica muito mais gostosa assada do que cozida, mas o forno estava ocupado com pão, então ela foi para a panela com a cenoura. Não ficou ruim, mas faltou um brilho, sei lá. Arquivei aquele almoço na pastinha “tentei, mas não consegui”. :D
Mas vamos falar de coisa boa? Teve também a sopa que fiz com um resto da abóbora, 1 batata que já estava mais pra lá do que pra cá, e ervilha congelada. Ficou deliciosa e com uma cor vibrante – quase um creme de abacate fluorescente. :D
Como tanto a abóbora quanto a ervilha são adocicados, a acidez do limão e o salgadinho do bacon são um contraponto perfeito.
Sopa de ervilha com abóbora
receita minha
- xícara medidora de 240ml
2 fatias de bacon picadas
½ colher (sopa) de azeite de oliva
½ cebola grande, bem picadinha
2 dentes de alho grandes, bem picadinhos
2 colheres (sopa) de vinho branco seco
1 batata media (150g), descascada e em cubos
200g de abóbora japonesa em cubos de 2cm – cerca de 1 2/3 xícaras depois de já descascada e picada
sal e pimenta do reino moída na hora
3 ½ xícaras (840ml) de água fervente
1 folha de louro
2 ½ xícaras (325g) de ervilhas congeladas, direto do freezer
suco de ½ limão taiti, para servir
Aqueça uma panela grande em fogo médio-alto. Junte o bacon e frite-o em sua própria gordura, mexendo algumas vezes, até ficar crocante. Usando uma escumadeira, retire do bacon da panela e reserve. Junte o azeite à gordura na panela e então acrescente a cebola, mexendo algumas vezes até que comece a dourar. Junte o alho e refogue por 1 minuto apenas – não deixe queimar para não amargar.
Acrescente o vinho e raspe os queimadinhos do fundo panela com uma colher de pau ou espátula de silicone, até o vinho evaporar. Acrescente a batata e a abóbora, tempere com sal e pimenta e misture. Junte a água e a folha de louro e assim que começar a ferver, baixe o fogo e cozinhe em fogo baixo por 15-17 minutos ou até que os legumes estejam bem macios. Junte as ervilhas e cozinhe por 5 minutos. Retire do fogo, descarte a folha de louro e bata a sopa com um mixer ou no liquidificador, se usar o liquidificador, tome muito cuidado para não se queimar: remova a tampinha menor e então cubra a tampa maior com um pano de prato seco dobrado – desta forma o vapor tem por onde sair e a mistura não espirrará em você.
Junte o suco de limão e sirva a sopa com o bacon reservado por cima.
Rend.: 4 porções como entrada ou 2 como prato principal
terça-feira, maio 26, 2020
Bolinhos de espinafre e queijo
Quem me acompanha lá no Instagram já viu alguns dos meus pratos de almoço: geralmente é comida simples de preparar, para poder encaixar na hora do almoço do trabalho. O feijão eu já deixo no jeito, cozinho bastante e congelo. O arroz faço duas vezes por semana, geralmente, então na hora de comer é só assar legumes, temperar ou refogar algumas folhas (já deixo tudo lavado e descorongado na geladeira), colocar almôndegas no forno ou fazer uma omelete. Jogo rápido.
Mas nos dias em que tenho um pouco mais de tempo, ou quando me organizo para preparar algo na noite anterior, gosto de fazer receitas mais demoradas ou coisas novas para provar. Foi o caso deste bolinhos deliciosos: eu tinha um tanto de espinafre na geladeira e queria algo diferente para usá-lo: se fosse um dia mais corrido, eu simplesmente teria refogado as folhas com alho e uma pitada de noz-moscada e teria ficado muito gostoso; mas em um dia de mais tempo, recorri às minhas fontes de sempre na Internet (Donna Hay, Jamie Oliver, Gourmet Traveller, revistas Delicious inglesa e australiana, Panelinha) e foi no Guardian que encontrei uma receita interessante. Adaptei ligeiramente e os bolinhos foram sucesso até com o João, que honestamente não é fã de bolinhos.
Tenho certeza de que os bolinhos ficariam ótimos assados, mas como eu já estava com o forno ocupado passei-os rapidamente pela frigideira antiaderente com um pouquinho de azeite. Faça como preferir, mas se resolver assar, forre a assadeira com papel alumínio e pincele com azeite, pois a quantidade de queijo nos bolinhos pode fazer com que grudem na assadeira.
Pena que a receita rendeu tão pouquinho – devoramos tudo no almoço e não sobrou nada para contar história. :D
Aproveito para lembrar que na próxima sexta enviarei a newsletter do TK e quem quiser receber a minha cartinha é só clicar aqui para se inscrever. x
Bolinhos de espinafre e queijo
adaptados da receita do Hugh Fearnley-Whittingstal que encontrei no Guardian
- xícara medidora de 240ml
Bolinhos:
4 xícaras (260g) de espinafre fresco, sem os talos, folhas lavadas – meça depois de retirar os talos e aperte as folhas na xícara na hora de medir
1 ½ colheres (sopa) de azeite de oliva
½ cebola média, bem picadinha
1 dente de alho grande, bem picadinho
½ xícara de mozarela ralada grosseiramente – rale, depois meça
2 colheres (sopa) de parmesão ralado fininho
1 colher (sopa) de requeijão ou cream cheese
2 colheres (sopa) de farinha de rosca
¼ colher (chá) noz-moscada ralada na hora
1 ovo, levemente batido com um garfo – o ovo que usei era pequeno, tinha 50g; compro orgânicos e o tamanho varia bastante
sal e pimenta do reino moída na hora
Para fritar os bolinhos:
2 colheres (sopa) de farinha de rosca
1 colher (sopa) de azeite de oliva
Em uma frigideira antiaderente grande, cozinhe o espinafre – sem acrescentar nada mesmo à panela – em duas etapas, mexendo até que as folhas murchem. Transfira para uma peneira. Quando estiver morno o suficiente para ser manuseado, aperte bem as folhas com as mãos, o máximo que conseguir, para retirar todo o excesso de água. Pique bem e deixe esfriar completamente.
Usando a mesma frigideira, aqueça o azeite em fogo médio-alto. Junte a cebola e refogue, mexendo algumas vezes, por 3-4 minutos ou até que fique macia e transparente. Junte o alho e refogue por mais 1 minuto – não deixe o alho queimar para não amargar a receita. Retire do fogo e deixe esfriar completamente.
Transfira o espinafre, a mistura de cebola e alho, os queijos, o requeijão ou cream cheese, a farinha de rosca e a noz-moscada para uma tigela média. Junte o ovo, tempere com sal e pimenta e misture até obter uma massinha. Com as palmas das mãos úmidas, modele bolinhas com a massa, usando 1 ½ colheres (sopa) por bolinha. Transfira para um prato e leve à geladeira por 30 minutos.
Antes de fritar o bolinhos, passe-os pela farinha de rosca, delicadamente. Aqueça o azeite na mesma frigideira usada antes em fogo médio-alto e frite os bolinhos, virando algumas vezes para que dourem por igual – faça isso com cuidado, pois são bem macios. Sirva imediatamente.
Rend.: 10-11 bolinhos
sexta-feira, maio 22, 2020
Frango oriental com cenoura e escarola e saudades de ir ao cinema
Quem acompanha as minhas receitas, seja aqui no blog ou pelo Instagram, já percebeu que não faço muitas receitas orientais: não é por não gostar, é apenas por falta de hábito, mesmo.
Para tentar remediar isso, dei um pulo na Liberdade antes da pandemia e comprei molho de soja da marca Daimaru (não contém glutamato monossódico, dica da minha nutricionista), mirin e óleo de gergelim torrado. Também comprei aqueles arrozinhos caramelados viciantes e acabei com todos eles em uma sessão de cinema: saindo da Liberdade, peguei o metrô e fui direto para o Reserva Cultural – que saudade de ir ao cinema, gente, ainda mais ao Reserva, que não tem gente babaca falando nem adolescente cretino dando risada durante o filme todo. Amo aquele cinema. <3
O meu freezer tem sido um bom aliado durante a pandemia, e ao descongelar os filés de frango planejando o almoço pensei em fazer o meu milanesa de forno, que fica tão gostoso. Só que mudei a rota no meio do caminho e resolvi colocar minhas compras na Liberdade para jogo: usei duas receitas da Rita Lobo como base, uma de carne e outra de frango, e o almoço ficou simplesmente delicioso – como eu já tinha arroz pronto do dia anterior, a refeição ficou pronta em um piscar de olhos.
Frango oriental com cenoura e escarola
receita minha, usando duas receitas da Rita Lobo como base
Marinada:
½ colher (sopa) de amido de milho
1 colher (sopa) de molho de soja (shoyu)
200g de filé de peito de frango, em cubos de aproximadamente 2cm
Restante da receita:
1 ½ colheres (sopa) de óleo, uso dividido
½ cebola grande, em meias-luas não muito finas
1 cenoura pequena (100g), descascada e passada no mandolim
1 dente de alho grande, bem picadinho
5 folhas de escarola (70g no total), em fatias médias
2 colheres (sopa) de shoyu
1 colher (sopa) de mirin
½ colher (chá) de óleo de gergelim torrado
3 colheres (sopa) de castanhas de caju torradas, picadas – meça, depois pique
Marinada: em uma tigela média, junte o amido de milho e o shoyu e misture bem. Junte o frango e envolva bem os pedaços na marinada. Deixe em temperatura ambiente por 15 minutos.
Aqueça uma wok ou uma frigideira antiaderente grande em fogo alto. Junte o óleo. Quando estiver bem quente, acrescente o frango e deixe selar, mexendo uma vez apenas para virar os pedacinhos. Com uma espátula de silicone ou colher de pau, empurre os pedacinhos de frango para as extremidades da panela e, no centro, refogue a cebola por 1 minuto, mexendo algumas vezes. Junte a cenoura e refogue por mais 2 minutos, mexendo algumas vezes.
Abra novamente um espaço no centro da panela e nele despeje o óleo restante. Coloque o alho neste óleo e refogue por 1 minuto – não deixe o alho queimar para não amargar a receita. Misture bem todos os ingredientes na panela e acrescente a escarola. Regue tudo com o shoyu e o mirin e misture bem. Refogue por mais 1 minuto e certifique-se de que o frango esteja cozido por dentro. Desligue o fogo, incorpore o óleo de gergelim e a castanha de caju e sirva imediatamente.
Rend.: 2 porções
terça-feira, maio 19, 2020
Risoto de cenoura e couve com rabanetes assados, ou "risoto do que havia no gavetão de legumes"
Sábado de manhã, aquela preguiça uber-blaster pós-faxina, eu só queria mesmo saber de tomar um banho, abrir um vinho e ficar no sofá. Mas a gente precisa comer, né? E depois da faxina geralmente ficamos bem famintos. Só que a minha criatividade culinarística tinha ido dar um rolê por aí e nem sinal de querer voltar: inspiração zero. Poderia ter feito hambúrguer, mas não tinha descongelado a carne moída. Não queria comer macarrão. Abri a geladeira e saí catando o que havia na minha frente: cenoura, alho-poró, rabanete. Ah, tem umas folhas de couve aqui também, já lavadas e descorongadas. Então vou jogar tudo em um risoto e pronto.
É risoto de cenoura e couve com rabanetes assados, mas poderia muito bem se chamar “risoto do que havia no gavetão de legumes”. :)
Como não havia caldo de legumes pronto, usei alho-poró e cebola no refogado para dar mais sabor ao risoto e fervi uma folha de louro na água que usei como caldo. Deu muito certo! O risoto ficou delicioso, gente, modéstia à parte. No final das contas, o rabanete destoou um pouco: eu queria dar uma textura a mais para o prato, mas funcionou muito bem sem ele. De qualquer forma, deixo aqui a receita, caso vocês queiram servir o rabanete assado em outra refeição.
Risoto de cenoura e couve com rabanetes assados
receita minha
- xícara medidora de 240ml
Rabanetes assados:
5 rabanetes pequenos (100g no total), cortados ao meio no sentido do comprimento; se forem maiorzinhos, corte em 3 ou 4 partes
2 colheres (chá) de azeite de oliva
sal e pimenta do reino moída na hora
Risoto:
3 xícaras (720ml) de água fervente
1 folha de louro
3 colheres (sopa) de manteiga sem sal
½ colher (sopa) de azeite
1 alho-poró pequeno e fininho, só a parte mais clara, em rodelas fininhas
½ cebola pequenina, picadinha
¾ xícara (165g) de arroz arbóreo ou carnaroli
¼ xícara (60ml) de vinho branco seco
sal e pimenta do reino moída na hora
2 cenouras pequeninhas (160g no total – pesadas ainda com a casca e os topos), raladas grosseiramente
2 folhas de couve sem o talo central, rasgadas em pedaços pequenos
¼ xícara (35g) de parmesão ralado grosseiramente
Preaqueça o forno a 200°C. Forre uma assadeira pequena e grande e rasa com papel alumínio. Transfira os rabanetes para o papel, regue com o azeite e tempere com o sal e a pimenta. Misture com as mãos, espalhe na assadeira deixando alguns centímetros entre os pedaços de rabanete e leve ao forno for meia hora, virando os rabanetes do meio do tempo de cozimento. Retire do forno e reserve.
Enquanto isso, faça o risoto: junte a água e a folha de louro em uma panelinha e coloque para ferver. Aqueça uma panela média em fogo médio-alto. Junte metade da manteiga e o azeite e quando aquecer adicione o alho-poró e a cebola, refogando até que fiquem macios, 3-4 minutos. Junte o arroz e refogue por 2-3 minutos, mexendo, até que todos os grãos fiquem cobertos de gordura. Junte o vinho e refogue até que evapore. Tempere com um pouco de sal e pimenta. Acrescente a cenoura e misture bem. Acrescente 1 concha da água com louro quente por vez e vá mexendo até que o caldo quase seque. Acrescente outra concha da água com louro e mexa novamente até que ele quase seque – repita o processo até que o arroz fique al dente, o que vai levar cerca de 20 minutos. Incorpore a couve, e então adicione a manteiga restante e o parmesão, misturando bem. Prove, acerte o sal e a pimenta se necessário, tampe a panela e aguarde 5 minutos. Transfira o risoto para os pratos de servir e arrume o rabanete sobre o arroz, no centro do prato. Sirva imediatamente.
Rend.: 2 porções generosas, ou 3 mais levinhas
quinta-feira, maio 14, 2020
Crumble de maçã com fubá e laranja e meus hábitos alimentares durante a quarentena
Não sei vocês, mas nesta quarentena meus hábitos alimentares tem variado bastante: café da manhã com pão integral caseiro integral e fruta, seguido de almoço também caseiro, o combo do sucesso arroz + feijão acompanhado de vegetais, às vezes carne ou frango (geralmente uma vez por semana, duas no máximo). Chega no jantar... minha força de vontade geralmente se esvai.
Há dias em que faço sopa, há dias em que faço salada caprichada com leguminosas e ovo cozido, mas também há dias em que só quero saber de comer comida que me abraça por dentro: é quando caio na pizza (caseira, porque o medo de ir buscar a pizza na portaria do prédio é maior do que a vontade de comê-la), no pão com tábua de frios e vinho. Se vem avocado na cesta orgânica o jantar é guacamole. E sem contar tudo isso, a vontade de comer doce anda ENORME: algo que acontecia antes somente na TPM se tornou quase que diário.
Nas poucas vezes em que fui ao mercado sempre trouxe chocolate, mas o estoque às vezes acaba em um piscar de olhos. E em um desses momentos de desespero por um docinho eu usei uma maçã que estava rolando na geladeira havia semanas para fazer um crumble, minha sobremesa favorita. Para deixar a receita mais interessante troquei a farinha de trigo da cobertura por fubá e perfumei tudo com raspas de laranja: ficou muito gostoso!
Divido a receita com vocês e espero que gostem tanto quanto eu – tenho certeza de que esta cobertura ficaria deliciosa também com outras frutas, como banana ou pera: use o que tiver em casa.
Crumble de maçã com fubá e laranja
receita minha
- xícara medidora de 240ml
Cobertura:
2 colheres (sopa) de açúcar demerara – este dá mais crocância, mas pode ser substituído por cristal ou refinado
raspas da casca de 1 laranja pequena
½ xícara (70g) de fubá
1/8 colher (chá) de fermento em pó
1 pitada de sal
2 ½ colheres (sopa) – 35g – de manteiga sem sal, gelada e em cubinhos
¼ xícara (22g) de aveia em flocos ou flocos grossos – usei a última
Recheio:
2 maçãs verdes (tipo Granny Smith) médias
2 colheres (sopa) de açúcar
¼ colher (chá) de canela em pó
Preaqueça o forno a 180°C. Separe 2 potinhos refratários com capacidade para 1 xícara (240ml) cada.
Cobertura: em uma tigela média, junte o açúcar e as raspas de laranja e esfregue com as pontas dos dedos até o açúcar ficar aromatizado. Junte o fubá, o fermento em pó e o sal e misture. Acrescente a manteiga e misture com as pontas dos dedos até obter uma farofa grossa. Com um garfo, incorpore a aveia. Leve ao freezer enquanto prepara as maçãs: descasque as maçãs e remova os miolos e as sementes. Corte em cubos pequenos e coloque em uma tigela média, junte o açúcar e a canela e misture bem. Divida entre os refratários, cubra com a farofinha e leve ao forno por cerca de 30 minutos ou até que a farofinha doure bem. Sirva quentinho.
A cobertura pode ser congelada por até 1 mês em um saquinho bem fechado – quando tiver vontade de comer crumble, é só preparar as frutas (quaisquer que você queira) e jogar a cobertura por cima. O tempo de forno aumenta em alguns minutos.
Rend.: 2 porções
terça-feira, maio 12, 2020
Sopa de lentilha vermelha com chips de couve
Como muitos de vocês, tenho cozinhado bem mais desde que a quarentena começou, e não é fácil preparar almoço e jantar todos os dias tentando variar o cardápio e, ao mesmo tempo, usando o que se tem à mão – eu já me sinto como o Bill Murray em “Feitiço do Tempo”, se a comida também for sempre a mesma... Não quero nem pensar nisso. :D
Estava dando uma olhada em receitas que marquei séculos atrás e encontrei esta sopa na Gourmet Traveller, uma das minhas fontes favoritas. Decidi adaptar a receita e também torná-la uma refeição vegana. Não tinha caldo de legumes no freezer e nem uma mísera cenourinha na geladeira para fazer caldo, então além das especiarias também adicionei uma folha de louro e extrato de tomate para reforçar o sabor da sopa. E falando em especiarias, é cozinha de quarentena: use as que vocês tiverem em casa, foi o que fiz.
Para deixar a refeição vegana servi a sopa com chips de couve, o que funcionou lindamente – fiquem à vontade para fazer como a GT sugere e servir a sopa com iogurte. Da próxima vez em que eu for jantar a sopinha (congelei metade para outro dia), vou servir com um ovo pochê – já estou com água na boca. :D
Sopa de lentilha vermelha com chips de couve
sopa adaptada daqui, chips adaptados de várias receitas que vi pela Internet
- xícara medidora de 240ml
Sopa:
1 colher (sopa) de azeite de oliva
1 cebola pequena, bem picadinha
1/3 xícara de talos de salsão, bem picadinhos – pique, depois meça; eu usei congelado, direto na panela
2 dentes de alho grandes, bem picadinhos
1 colher (chá) de sementes de mostarda amarela
½ colher (chá) de cominho em pó
¼ colher (chá) de páprica defumada
1 pitada de pimenta calabresa
1 colher (chá) de extrato de tomate
5 ½ xícaras (1.320ml) de água fervente
1 1/3 xícaras (285g) de lentilhas vermelhas secas
1 folha de louro
sal e pimenta do reino moída na hora
1 limão grande, raspas da casca raladas bem fininhas e o suco
Chips de couve:
5 folhas grandes de couve, sem os talos
1 ½ colheres (chá) azeite de oliva
sal e pimenta do reino moída na hora
Preaqueça o forno a 180°C.
Enquanto o forno aquece, faça a sopa: em uma panela grande, aqueça o azeite em fogo médio-alto. Junte a cebola e refogue, mexendo algumas vezes, até ficar transparente. Acrescente o salsão e refogue por mais 2 minutos. Junte o alho e refogue por 1 minuto apenas – não deixe o alho queimar para não amargar a receita. Acrescente as especiarias, a pimenta calabresa e o extrato de tomate e refogue por 1-2 minutos – é importante cozinhar bem o extrato de tomate para não deixar um sabor de tomate cru na receita. Acrescente a água e quando começar a ferver, junte as lentilhas e a folha de louro. Tempere com sal e pimenta. Abaixe o fogo e deixe cozinhar, mexendo algumas vezes, por 14-16 minutos ou até que as lentilhas estejam maias e comecem a desmanchar.
Enquanto a sopa cozinha, prepare os chips: rasgue as folhas de couve em pedaços menores e transfira para uma assadeira antiaderente. Regue com o azeite, tempere com sal e pimenta e misture com as mãos para besuntar bem a couve. Espalhe a couve pela assadeira e leve ao forno por cerca de 15 minutos. Deixe esfriar completamente antes de servir para que os chips fiquem bem crocantes.
Se você for consumir a sopa na mesma hora, retire a folha de louro, acrescente as raspas e o suco de limão e então processe a sopa com um mixer ou bata no liquidificador – se usar o liquidificador, tome muito cuidado para não se queimar: remova a tampinha menor e então cubra a tampa maior com um pano de prato seco dobrado – desta forma o vapor tem por onde sair e a mistura não espirrará em você.
Caso deseje congelar a sopa, não acrescente o limão – deixe para fazer isso na hora de servir.
Rend.: 4-5 porções
sexta-feira, maio 08, 2020
Almôndegas com quinoa e alho-poró
Sei que ao pensar em almôndegas muita gente já logo associa a molho de tomate, espaguete... Eu adoro almôndegas no molho, com macarrão, é uma refeição deliciosa! Mas aqui em casa a gente quase sempre come almôndega com arroz e feijão + vegetais: acho uma combinação gostosa e prática, já que as almôndegas podem ir do freezer direto ao forno.
Naqueles dias em que a criatividade é zero – e isso tem acontecido com frequência comigo nesta quarentena, não sei com vocês – separo algum legume ou verdura e já tenho o almoço no jeito, porque arroz e feijão sempre há na geladeira ou no freezer. Aliás, ter me libertado da necessidade (auto-imposta) de comer arroz feito na hora foi das melhores coisas que fiz! Tinha essa bobagem de “ai, imagina comer arroz de ontem!” – isso veio de criação e acabei trazendo comigo na vida adulta. Hoje eu como arroz de ontem, de antes de ontem, arroz que estava congelado, sem o menor problema. Quanto tempo perdido nessa vida! :D
As minhas almôndegas preferidas, as de guerra que faço sempre, estão neste link: são deliciosas e uma receita para guardar no caderninho. Mas para variar um pouco as coisas e quando não estou morta de preguiça (sou sincera com vocês!), de vez em quando faço as almôndegas que lhes trago hoje – são igualmente gostosas e ainda ganham estrelinha dourada por causa da adição de quinoa.
Almôndegas com quinoa e alho-poró
receita minha
- xícara medidora de 240ml
Para a quinoa:
1 xícara (240ml) de água fria
¼ xícara (45g) de quinoa em grãos
1 folha de louro
sal
Para o restante da receita:
1 ½ colheres (sopa) de manteiga
1 alho-poró, somente a parte mais clara, em meias-luas finas
1 dente de alho grande, picadinho
450g de carne bovina moída – gosto de patinho
1 ovo
1 punhado de salsinha picada
raspas da casca de 1 limão taiti
½ colher (chá) de sal
pimenta do reino moída na hora
Comece cozinhando a quinoa: aqueça a água em uma panela pequena. Quando começar a ferver, junte a quinoa e o louro, 1 pitada de sal e cozinhe, mexendo algumas vezes, até que a quinoa esteja macia, cerca de 15 minutos. Enquanto isso, aqueça a manteiga em uma frigideira pequena em fogo médio até que derreta e comece a espumar. Acrescente o alho-poró e refogue, mexendo às vezes, por 3-4 minutos, até amaciar. Junte o alho e refogue por 1 minuto – não deixe queimar para não amargar a receita. Retire do fogo e deixe esfriar completamente.
Retire a quinoa do fogo, escorra e passe por água fria, escorrendo bem. Descarte o louro. Deixe a quinoa esfriar completamente.
Preaqueça o forno a 200°C. Forre uma assadeira grande e rasa com papel alumínio e pincele levemente com azeite.
Quando a quinoa e a mistura de alho-poró e alho estiverem frios, transfira-os para uma tigela grande e acrescente todos os outros ingredientes, incluindo a manteiga que sobrou do refogado. Misture bem com as mãos até incorporar bem os ingredientes. Separe porções de 1 ½ colheres (sopa) da mistura e enrole, formando bolinhas (palmas das mãos úmidas facilitam o trabalho). Transfira para a assadeira preparada deixando um espaço entre as almôndegas. Asse por 15 minutos, vire-as, e então asse por mais 10-15 minutos, dependendo de como você gosta. Sirva imediatamente.
Se não for consumir na hora, arrume as bolinhas na assadeira forrada com papel alumínio, mas não precisa pincelar com azeite. Leve ao freezer até que fiquem bem durinhas, cerca de 3 horas, e depois transfira para saquinhos plásticos. Podem ser congeladas por até 2 meses – quando for consumir, pode levar as almôndegas diretamente ao forno, ainda congeladas, em uma assadeira forrada com papel alumínio e pincelada com azeite, aumentando em alguns minutos o tempo de forno.
Rend: cerca de 22 unidades
terça-feira, maio 05, 2020
Bolo mármore de iogurte para trazer uma novidade
Quem me segue nas redes sociais talvez já esteja sabendo que novidade é essa (e para estas pessoas nem é tão novidade assim): criei uma newsletter para o blog e ficaria muito feliz de enviá-la a vocês!
Serão sugestões de receitas e dicas para tentar deixar os seus dias mais saborosos, práticos e saudáveis. Pode parecer algo simples e talvez até mesmo tolo no momento em que vivemos, mas para quem até pouco tempo atrás não sentia mais alegria alguma ligada à cozinha e chorava só de pensar em comida é um grande passo.
Fiz um bolo simples e gostoso para comemorar a notícia que lhes trago – quem quiser assinar a newsletter, é só se inscrever clicando neste link . E quem quiser deixar o café da tarde mais gostoso, deixo aqui a receita do bolo – ele fica úmido, macio e super saboroso.
Bolo mármore de iogurte
um nadinha adaptado do Epicurious
- xícara medidora de 240ml
1 ½ xícaras (210g) de farinha de trigo
2 colheres (chá) de fermento em pó
¼ colher (chá) de sal
1 xícara (200g) de açúcar, cristal ou refinado
¾ xícara (180g) de iogurte natural integral – usei de ovelha, por causa da lactose
½ xícara (120ml) de óleo vegetal – usei de canola
2 ovos grandes, temperatura ambiente
1 colher (chá) extrato de baunilha
2 colheres (sopa) de cacau em pó, sem adição de açúcar
Preaqueça o forno a 180°C. Pincele levemente com óleo uma forma de bolo inglês com capacidade para 6 xícaras de massa (1 litro e meio), forre com papel manteiga deixando sobras nos dois lados mais longos, formando “alças” que vão lhe ajudar a remover o bolo depois de assado. Pincele o papel com óleo também.
Em uma tigela média, peneire a farinha, o fermento e o sal. Reserve.
Em uma tigela grande, misture com um batedor de arame o açúcar, o iogurte, o óleo, os ovos e a baunilha até obter uma massa homogênea. Com uma espátula de silicone, incorpore os ingredientes secos reservados – se a massa ficar muito engrumada, misture levemente com o batedor de arame, mas não bata demais para não desenvolver o glúten da farinha.
Despeje metade da massa em outra tigela e a esta metade junte o cacau, misturando bem. Despeje colheradas de massa na forma preparada, intercalando as cores. Com uma espátula ou faca sem ponta, misture levemente as massas para obter um efeito mármore bem bonito.
Asse por 50-55 minutos ou até que o bolo cresça e doure (faça o teste do palito). Deixe esfriar na forma sobre uma gradinha por 15 minutos, e então remova com cuidado da forma, usando o papel como guia. Transfira para a gradinha e deixe esfriar completamente.
O bolo pode ser guardado em um recipiente hermético por até 3 dias.
Rend.: 8 porções