terça-feira, novembro 24, 2020

Abobrinha marinada para quem está exausto

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Abobrinha marinada

Os dias andam tão corridos ultimamente, parece que sempre que o final de ano se aproxima tudo começa a se acumular – confesso que estou torcendo para que as férias cheguem logo, 2020 foi pura exaustão (emocional, especialmente) e sei que para vocês também. Não vejo a hora de desligar um pouco, ficar de preguiça, não me preocupar em fazer comida correndo, tirar cochilos depois do almoço.

Falando em preguiça, a receita que trago hoje é bem assim: não dá muito trabalho, dura alguns dias na geladeira (e fica mais gostosa depois de um tempo lá), deixa a tábua de queijos mais deliciosa ainda. Para beliscar com um pãozinho, acompanhado de uma taça de vinho ou uma cerveja bem gelada.

O pão da foto é a receita de pão sem sova do Jim Lahey, que é a mesma receita do pão italiano da Rita Lobo – fiz este pão uma vez por semana por uma boa parte da quarentena, e de uns tempos pra cá troquei pelo pão de azeitona do Amo Pão Caseiro, e asso na panela – fica maravilhoso.

 

Abobrinha marinada

um nadinha adaptada do livrão Claudia Cozinha

 

- xícara medidora de 240ml

 

4 abobrinhas médias

azeite para pincelar

½ xícara (120ml) de azeite extra virgem

4 dentes de alho descascados e cortados ao meio

1/3 xícara (80ml) de vinagre de vinho branco – usei de xerez que era o que tinha em casa

sal e pimenta do reino moída na hora


Corte a abobrinha em rodelinhas de aproximadamente 3mm de espessura.

Aqueça uma frigideira antiaderente grande em fogo médio. Pincele a abobrinha com o azeite e grelhe por aproximadamente 1 minuto de cada lado ou até ficarem ligeiramente macias. Reserve.

Em uma panela pequena, aqueça o azeite extra virgem em fogo médio. Acrescente o alho e frite por um minuto. Junte o vinagre e retire do fogo. Deixe esfriar. Tempere com sal e a pimenta e misture. Numa travessa, forme camadas de abobrinha e banhe com o tempero. Repita a operação até terminarem os ingredientes.

Cubra e leve para a geladeira por três dias – aqui em casa consumimos a abobrinha em 1 semana, depois dos três dias marinando.

Rend.: 8 porções

terça-feira, novembro 10, 2020

Panquecas de beterraba com recheio de ricota e espinafre, e um combustível chamado lembranças

Panquecas de beterraba com recheio de ricota e espinafre 


Dias desses, pensando na vida, me toquei do quanto sou movida a lembranças. 

Penso em quando o Pingo era bebê e eu dava banho nele em cima da minha cama, em uma banheira que o João comprou para quando ele viesse aqui – se fechar os olhos, parece que consigo sentir o cheiro do xampuzinho dele.

Ao ouvir determinadas canções, lembro dos meus anos na faculdade, pegando o ônibus antes das seis da manhã, ponto deserto, via Anchieta escura, walkman na bolsa para a longa viagem de ônibus, seguido de metrô.

Lembro de minha mãe todos os dias, nem que seja uma vezinha sequer: uma comida de que ela gostava, uma música, uma expressão que sai de minha boca e que ela dizia quando eu era pequena, e me dou conta do quanto trago dela comigo, mesmo tendo convivido por apenas sete anos.

Em um almoço, muito antes da pandemia, Pingo disse que o meu macarrão estava “da pontinha da orelha” - pegou na ponta da orelhinha e fez o João repetir o gesto. Sorri para ele, pegando também na ponta da minha orelha, mas minha voz embargou na hora, porque eu havia, sem querer, ensinado a ele algo que era muito característico de minha mãe.  Ele ali, na minha frente, sorrindo e falando algo que a avó que ele nem sabe que existiu falava todos os dias na hora do almoço e do jantar. Olhei pra ele com muita ternura, vendo em seu rostinho os traços de Dona Tereza, o nariz idêntico, a alegria à mesa, a carinha de felicidade, e meu coração parece ter parado de bater por um momento. Hoje, lembrando da cena, meus olhos ficam marejados e a saudade aperta demais, tanto de meu pequeno, quanto de minha mãe.

Sim, lembranças me servem de combustível, e acho que ainda mais neste momento que vivemos, de pandemia, de um país sendo desmontado, de discursos de ódio sendo naturalizados, de uma realidade que parece filme distópico: vou me agarrar a elas para não sufocar.

A receita de hoje é nova, mas eu imediatamente me lembro de minha mãe todas as vezes em que faço ou como beterraba – era um de seus legumes favoritos. A massa da panqueca é uma adaptação da que postei tempos atrás, de espinafre, e o recheio é muito gostoso – use-o em uma panqueca tradicional se preferir economizar tempo. Recheei as panquecas, arrumei em um refratário e cobri com colheradas de requeijão antes de levar ao forno, ideia de molho que peguei da Raquel do @borafazer.

O recheio da receita abaixo que trago hoje é suficiente para 10 crepes – congelei os outro 8 e servi em outro momento, com outro recheio. Se quiser aprender como eu faço as beterrabas assadas, clique aqui.

 

Panquecas de beterraba com recheio de ricota e espinafre

receita minha, adaptada desta aqui

 

Massa:

½ beterraba média, assada e fria (havia sobrado do almoço do dia anterior)

350ml de leite integral, temperatura ambiente – usei água + leite em pó

½ colher (chá) de sal

1 pitada de pimenta do reino moída na hora

1 ovo, temperatura ambiente

1 ¼ xícaras (175g) de farinha de trigo

1 colher (chá) de fermento em pó

 

Recheio:

1 dente de alho bem picadinho ou ralado

1 colher (sopa) de azeite

4 xícaras de espinafre (260g), somente as folhas (aperte na xícara na hora de medir)

sal e pimenta do reino moída na hora

1 pitada de noz-moscada ralada na hora

1 xícara (165g) de ricota – usei caseira, receita aqui (para esta quantidade de ricota, foram 600ml de leite)

½ xícara (35g) de mozarela amarela ralada grosseiramente

 

Molho:

¾ xícara de requeijão

3 colheres (sopa) de parmesão ralado fininho

 

Comece pela massa da panqueca: no liquidificador, junte a beterraba, o leite, a água, o sal, a pimenta, o ovo e o espinafre e bata até obter uma mistura homogênea. Junte a farinha e o fermento e bata novamente até misturar – talvez você precise ajudar o liquidificador com uma espátula, empurrando a farinha que ficar grudada nas laterais do copo. Faça isso sempre com o liquidificador desligado e com cuidado. Quando a massa estiver homogênea, deixe descansando em temperatura ambiente por 30 minutos – enquanto isso, faça o recheio.

Recheio: em uma frigideira antiaderente grande, aqueça o azeite em fogo médio e junte o alho. Refogue por 1 minuto apenas – não deixe o alho queimar, ou vai ficar amargo. Acrescente o espinafre e refogue, mexendo, até murchar. Tempere com sal, pimenta do reino e a noz-moscada. Desligue o fogo e deixe esfriar. Aperte o espinafre em uma peneira para remover o excesso de água. Incorpore a ricota e a mozarela.

Faça as panquecas: aqueça uma frigideira antiaderente em fogo médio. Derrame porções da massa no centro da frigideira e gire para que a massa cubra todo o fundo. Deixe cozinhar por alguns segundos, vire e cozinhe do outro lado por mais alguns segundos. Transfira para um prato e prossiga com o restante da massa – a minha frigideira tem 20cm de diâmetro e com ela a receita rende 18 panquecas. Se após o descanso a sua massa estiver espessa demais, junte um pouquinho de água e misture com a espátula.

Coloque porções do recheio - aproximadamente 2 colheres (sopa) – na ponta de cada panquequinha e enrole de maneira firme, formando um canudo. Transfira para um refratário. Cubra com o requeijão, salpique com o parmesão e leve ao forno por 20 minutos. Sirva imediatamente.

Rend.: 18 panquecas, usando uma frigideira de 20cm de diâmetro. O recheio desta receita é suficiente para as 10 panquecas; congelei as 8 restantes e servi outro dia, com outro recheio.

terça-feira, outubro 27, 2020

Pesto de espinafre e amêndoa e o meu sumiço

Pesto de espinafre e amêndoa

Queridas e queridos, como vocês estão?

Faz tempo que não dou as caras por aqui – ando bem ocupada com o trabalho (trabalhando muito, mas feliz!) e também tentando retomar os hábitos saudáveis de antes da pandemia. Voltei a me exercitar, em casa mesmo, e a frequência está tão boa que ando me sentindo a Madonna. :)

Não tem me sobrado muito tempo para fazer receitas novas ou para escrever aqui no blog.

Por outro lado, a newsletter continua firme e forte, e todas as sextas envio minha cartinha, escrita com amor e carinho – se você também quiser receber, clique aqui para se inscrever.

Tenho algumas poucas receitas antigas ainda guardadas, como o brownies que postei tempos atrás, e o molho de hoje: gosto demais de pesto, acho que combina bem com tanta coisa! Gosto de esparramar por aí, não só no macarrão: levanta o astral do frango e do peixe, vai bem na pizza, na bruschetta.

O pesto de hoje leva espinafre, que tem um sabor marcante, e um pouco de manjericão para equilibrar. Se não tiver amêndoa em casa, use nozes ou castanha de caju.

 

Pesto de espinafre e amêndoa

receita minha

 

- xícara medidora de 240ml

 

3 xícaras de espinafre – aperte as folhas na xícara na hora de medir

¼ xícara de folhas de manjericão – aperte as folhas na xícara na hora de medir

½ xícara de amêndoa, com ou sem pele

¾ xícara de parmesão ralado grosseiramente

1 dente de alho pequeno, picado

100ml de azeite de oliva extra virgem

sal e pimenta do reino moída na hora

Aqueça uma panela grande com água em fogo alto. Tenha pronta uma tigela com água fria e gelo. Quando a água da panela ferver, junte o espinafre e cozinhe apenas por alguns segundos, até que murche – com uma escumadeira, retire o espinafre da água fervente e transfira para a tigela com água gelada.

Escorra toda a água do espinafre e aperte-o em uma peneira, para extrair o excesso de água. Transfira para o liquidificador ou processador de alimentos. Junte os ingredientes restantes e pulse/processe até obter um molho homogêneo – se a mistura estiver espessa demais, junte um pouco de água fria, aos poucos, e vá batendo.

Despeje o pesto no macarrão e misture – ao preparar o macarrão, separe um pouco da água do cozimento e use-a para soltar o molho se ficar espesso demais depois de misturado ao macarrão.

Rend. 5 porções (500g de macarrão)

terça-feira, setembro 29, 2020

Brownies com farinha integral e macadâmia e saudades do pessoal do trabalho

Brownies com farinha integral e macadâmia

Não vou mentir para vocês: esta receita de hoje é antiga. Não fiz brownies nenhuma vez desde que a quarentena começou – o meu público alvo favorito para brownies são as pessoas do trabalho, que não vejo há mais de seis meses, a não ser por chamada de vídeo.

Era tão bom chegar com a vasilha ao escritório e ver a reação de todos: os olhinhos brilhando, “Pati, o que você trouxe de gostoso hoje?”, todo mundo correndo em direção ao tupperware e, em seguida, para a cafeteira, para acompanhar o brownie com um cafezinho.

Não sinto falta nenhuma do trânsito infernal de São Paulo, demorava séculos me deslocando de lá pra cá e daqui pra lá, mas tenho saudades de estar com todos no escritório, falar sobre trabalho e outros assuntos não-relacionados, rir, às vezes passar nervoso e segurar para não soltar um palavrão ao telefone. :)

Que venha logo a vacina para o Corona – quando estiver de volta no escritório vou mimar meus colegas com um montão de doces. :)

Estes brownies levam farinha integral e macadâmia e ficam altinhos, úmidos e saborosos. À época usei macadâmias porque havia um restinho no freezer que eu não queria perder, mas use a oleaginosa que preferir. Gosto muito de usar castanha de caju em brownies, acho que funcionam muito bem.

 

Brownies com farinha integral e macadâmia

receita minha

 

- xícara medidora de 240ml

 

230g de chocolate amargo, picadinho ou em gotas, uso dividido – usei um com 70% de cacau

200g de manteiga sem sal, temperatura ambiente e picada

1 ¼  xícaras (250g) de açúcar cristal ou refinado

3 ovos grandes, temperatura ambiente

1 colher (chá) de extrato de baunilha

60g de farinha de trigo

60g de farinha de trigo integral

¼ colher (chá) de sal

80g macadâmias, picadas grosseiramente – ou use a oleaginosa que preferir

 

Preaqueça o forno a 180°C. Unte levemente com manteiga uma forma de metal quadrada de 20cm*, forre-a com papel alumínio deixando sobras em dois lados opostos e unte o papel também.

Em uma tigela refratária grande, junte 150g do chocolate (reserve o restante) e a manteiga e leve ao banho-maria (em fogo baixo, sem deixar o fundo da tigela tocar a água) até que os ingredientes derretam. Retire do fogo e deixe esfriar. Acrescente o açúcar e misture com um batedor de arame. Junte os ovos, um a um, e misture bem com o batedor. Junte a baunilha.

Adicione a farinha de trigo, a farinha integral e o sal e incorpore-os usando uma espátula de silicone, misturando até obter uma massa homogênea. Incorpore as macadâmias e o restante do chocolate. Espalhe na forma preparada e alise a superfície. Asse por 20-22 minutos ou até que um palito inserido no centro do brownie saia com migalhas úmidas. Deixe esfriar completamente na forma sobre uma gradinha.

Corte em quadradinhos para servir.

*meus brownies ficaram bem altinhos; se preferir brownies mais fininhos, use uma forma quadrada de 23cm

Rend.: 16 unidades


quinta-feira, setembro 24, 2020

Bolo de iogurte, banana e avelã

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Bolo de iogurte, banana e avelã

Estou de volta com mais um bolinho delicioso e fácil de fazer, e novamente uma variação da receita do bolo de iogurte do Epicurious – realmente espero que vocês não estejam cansados desta receita, porque eu adoro e acho versátil demais!

Estava com vontade de fazer um bolo de banana, mas diferente das receitas que sempre faço e vejo por aí, em que as bananas vão para a massa do bolo amassadas. Lembrei do meu amado bolo de iogurte e maçã e decidi colocar as bananas em pedacinhos.

Para deixar o bolo mais úmido e interessante, substituí parte da farinha de trigo por farinha de avelã – comprei em uma promoção, pois a farinha estava para vencer, e guardei no freezer, como faço com todas as oleaginosas, para que não fiquem rançosas logo. A combinação de sabores ficou maravilhosa! Claro que você pode usar outras farinhas de oleaginosas, como castanha de caju, amêndoa ou amendoim – esta última deve ficar incrível com banana.

O bolo ficou muito saboroso, macio e úmido, os pedacinhos de banana assada no meio da massa do bolo ficaram deliciosos! O bolo entrou para a minha lista de favoritos: está agora empatado com o bolo de maçã. ;)

 

Bolo de iogurte, banana e avelã

um nadinha adaptado do Epicurious, de novo!

 

 - xícara medidora de 240ml

 

180g de farinha de trigo

45g de farinha de avelã – use a farinha de oleaginosa que preferir

2 colheres (chá) de fermento em pó

¼ colher (chá) de sal

½ colher (chá) de canela em pó

180g de açúcar, cristal ou refinado

¾ xícara (180g) de iogurte natural integral

½ xícara (120ml) de óleo vegetal – usei de canola

2 ovos grandes, temperatura ambiente

1 colher (sopa) de Frangelico – opcional

½ colher (chá) extrato de baunilha

2 bananas médias (120g cada pesadas ainda com a casca), descascadas e em cubinhos

 

Preaqueça o forno a 180°C. Pincele levemente com óleo uma forma de bolo inglês com capacidade para 6 xícaras de massa (1 litro e meio), forre com papel manteiga deixando sobras nos dois lados mais longos, formando “alças” que vão lhe ajudar a remover o bolo depois de assado. Pincele o papel com óleo também.

Em uma tigela média, misture com um batedor de arame a farinha de trigo, a farinha de avelã,  o fermento, o sal e a canela. Reserve.

Em uma tigela grande, junte o açúcar, o iogurte, o óleo, os ovos, o Frangelico e a baunilha misture usando um batedor de arame, até obter uma massa homogênea. Com uma espátula de silicone, incorpore os ingredientes secos – se a massa ficar muito engrumada, misture levemente com o batedor de arame, mas não bata demais para não desenvolver o glúten da farinha. Acrescente as bananas e misture.

Despeje a massa na forma preparada e alise a superfície. Asse por 50-55 minutos ou até que o bolo cresça e doure (faça o teste do palito). Deixe esfriar na forma sobre uma gradinha por 15 minutos, e então remova com cuidado da forma, usando o papel como guia. Transfira para a gradinha e deixe esfriar completamente.

O bolo pode ser guardado em um recipiente hermético por até 3 dias.

Rend.: 8 porções

sexta-feira, setembro 18, 2020

Cookies com gotas de chocolate e cranberries e sentimentos negativos

Cookies com gotas de chocolate e cranberries

Todo mundo diz que não devemos alimentar sentimentos ruins, mas eu não consigo evitar o  ódio diário que sinto por quem defecou 17 nas urnas: nosso país indo para o buraco, literalmente pegando fogo, me deixa ainda mais revoltada.

Além de estarem acabando com a nossa natureza, nossas plantas e animais, exterminando índios, temos também a crise econômica e os preços dos alimentos: a cada dia em que vamos ao mercado voltamos com menos produtos gastando mais dinheiro. A situação está crítica e piora constantemente. Muito se fala do preço do arroz, mas tudo está caríssimo: feijão, óleo, carne. Um tablete de manteiga, por exemplo, está custando 10 reais ou mais.

Mais do que nunca, tenho escolhido com cuidado o que preparar em casa, para não arriscar perder ingredientes. João queria cookies com chocolate e os biscoitos da Anna me pareceram maravilhosos no vídeo do Youtube – é gostoso vê-la cozinhar. A receita é, de fato, ótima, mas mudei um nadinha, já que não tinha nozes em casa. Congelei parte dos cookies já assados e garanti café da tarde gostoso por muitos dias.

 

Cookies com gotas de chocolate e cranberries

um nadinha adaptado dos lindos cookies da Anna Olson

 

- xícara medidora de 240ml

 

1 ¼ xícaras + 1 colher (sopa) - 185g – de farinha de trigo

1 colher (sopa) de amido de milho

½ colher (chá) de bicarbonato de sódio

1 pitada de noz-moscada ralada na hora

¼ colher (chá) de sal

½ cup (113g) de manteiga sem sal, temperatura ambiente

½ cup (88g) de açúcar mascavo claro – aperte na xícara na hora de medir

½ cup (100g) de açúcar cristal

1 colher (chá) de extrato de baunilha

1 ovo grande, temperatura ambiente

1 ½ xícaras (240g) de gotas de chocolate amargo ou meio-amargo

½ xícara (70g) de cranberries secas – se forem muito grandes, corte ao meio

 

Em uma tigela média, misture com um batedor de arame a farinha, o amido de milho, o bicarbonato, a noz-moscada e o sal. Reserve.

Na tigela da batedeira, bata a manteiga e os açúcares até obter um creme claro – raspe as laterais da tigela algumas vezes durante todo o preparo da receita. Junte a baunilha e o ovo e bata bem.

Com a batedeira desligada, acrescente os ingredientes secos reservados. Ligue a batedeira em velocidade baixa e misture apenas até obter uma massa. Acrescente as gotas de chocolate e asa cranberries e misture bem com uma espátula de silicone.

Faça bolinhas de massa usando 2 colheres (sopa) por biscoito e arrume em uma assadeira forrada com papel manteiga, colocando as bolinhas próximas umas das outras. Leve à geladeira por 2 horas – se não quiser assar todos os cookies, congele as bolinhas desta forma e quando estiverem bem durinhas transfira para um saco plástico.

Preaqueça o forno a 180°C. Forre duas assadeiras grandes e rasas com papel manteiga.

Arrume as bolinhas de massa nas assadeiras preparadas deixando 5cm de distância entre elas. Asse por aproximadamente 18 minutos ou até que os biscoitos dourem nas extremidades. Deixe esfriar nas assadeiras por 5 minutos e então deslize o papel com os biscoitos para uma gradinha e deixe esfriar completamente.

Rend.: cerca de 26 cookies

segunda-feira, setembro 14, 2020

Waffles integrais sabor pizza e férias bem diferentes

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Waffles integrais sabor pizza


Tirei alguns dias de férias em julho e foram férias muito diferentes de tantas outras que já tirei: de quarentena, fiquei em casa o tempo todo. Planejava voltar a Nova York esse ano, mas a pandemia não deixou. Não teve viagem, não teve passeio. Vi um filme por dia, alguns seriados, e cozinhei bastante. Fiz algumas arrumações nos meus livros, nos armários, tirei cochilos depois do almoço. Descansei.

Em uma das tardes vendo filmes me deu uma vontade doida de beliscar alguma coisinha, e eu tinha até feito bolo, mas queria mesmo algo salgado. Adaptei a minha receita de waffles de laranja e azeite e a transformei em waffles sabor pizza – adicionei um pouquinho de farinha integral para deixar a massa mais interessante e os waffles ficaram realmente muito gostosos. Divido com vocês hoje a receita.


Waffles integrais sabor pizza

receita minha, adaptada dos meus waffles de laranja e azeite de oliva

 

- xícara medidora de 240ml

 

100g farinha de trigo comum

75g de farinha de trigo integral

2 colheres (chá) de fermento em pó

1 pitada de sal

2 colheres (chá) de orégano seco

1 ovo grande

¼ xícara (60ml) de azeite de oliva extra virgem

¾ xícara (180ml) de leite integral, temperatura ambiente

1 xícara (70g) de mozarela ralada grosseiramente

2 colheres (sopa) de parmesão ralado fininho

 

Em uma tigela média, misture as farinhas, o fermento, o orégano e o sal com um batedor de arame. Reserve.

Em uma tigela pequena, misture com um batedor de arame o ovo, o azeite e o leite. Verta os líquidos sobre os ingredientes secos e misture somente até incorporar – não misture demais. Incorpore os queijos.

Preaqueça a máquina de waffle. Cozinhe porções de massa por vez, até que cada waffle doure - siga as instruções do fabricante. Sirva imediatamente.

 

Rend.: 5-6 waffles

sexta-feira, setembro 11, 2020

Bolo de iogurte e chocolate para o final de semana

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Bolo de iogurte e chocolate

A semana foi corrida (ainda está sendo) e o tempo bem escasso, mas queria dividir com vocês este bolo delicioso antes do final de semana: já deixo uma ideia para o sábado – quem me segue no Instagram sabe que sábado é dia de bolo! :)

Espero que vocês não se cansem de ver a receita do bolo de iogurte do Epicurious por aqui: já são diversas versões dele, todas deliciosas, e ainda quero inventar outras. O de chocolate não é exceção: fica muito gostoso, úmido e macio.

Confesso que o bolo de maçã continua sendo o meu favorito e acho que de muitos de vocês também – tem sido tão bom vê-lo reproduzido em tantos perfis das redes sociais! Entretanto, o bolo que lhes trago hoje também é ótimo e vai agradar os chocólatras que me leem. xx

Bolo de iogurte e chocolate

Bolo de iogurte e chocolate

um nadinha adaptado do Epicurious, de novo!

 

- xícara medidora de 240ml

 

1 ¼ xícaras (175g) de farinha de trigo

1/3 xícara (30g) de cacau em pó alcalino, sem adição de açúcar

2 colheres (chá) de fermento em pó

¼ colher (chá) de sal

½ colher (chá) de canela em pó

1 xícara (200g) de açúcar, cristal ou refinado

¾ xícara (180g) de iogurte natural integral - pode usar o potinho de 170g que dá certo!

½ xícara (120ml) de óleo vegetal – usei de canola

2 ovos grandes, temperatura ambiente

1 colher (chá) extrato de baunilha

 

Preaqueça o forno a 180°C. Pincele levemente com óleo uma forma de bolo inglês com capacidade para 6 xícaras de massa (1 litro e meio), forre com papel manteiga deixando sobras nos dois lados mais longos, formando “alças” que vão lhe ajudar a remover o bolo depois de assado. Pincele o papel com óleo também.

Em uma tigela média, peneire a farinha, o cacau, o fermento, o sal e a canela. Reserve.

Em uma tigela grande, junte o açúcar, o iogurte, o óleo, os ovos e a baunilha misture usando um batedor de arame, até obter uma massa homogênea. Com uma espátula de silicone, incorpore os ingredientes secos – se a massa ficar muito engrumada, misture levemente com o batedor de arame, mas não bata demais para não desenvolver o glúten da farinha. Despeje a massa na forma preparada e alise a superfície.

Asse por 50-55 minutos ou até que o bolo cresça e doure (faça o teste do palito). Deixe esfriar na forma sobre uma gradinha por 15 minutos, e então remova com cuidado da forma, usando o papel como guia. Transfira para a gradinha e deixe esfriar completamente.

O bolo pode ser guardado em um recipiente hermético por até 3 dias.

 

terça-feira, setembro 08, 2020

Barquinhas de abobrinha com bacon e alho-poró e um assunto nada a ver

Barquinhas de abobrinha com bacon e alho-poró

Estava pensando aqui em um assunto que nada tem a ver com comida: quanto tempo vocês demoram para desistir de um seriado?

Já faz algum tempo que não me encanto com nada novo, mas como meus preciosos “Ozark” e “Better Call Saul” vão demorar muito para voltar, andei tentando outros seriados. Vi a primeira temporada de “The Leftovers” e desisti – confesso que só terminei mesmo a temporada por causa do João, se fosse por mim já teria largado lá pelo terceiro, quarto episódio. Achei confusa, rocambolesca demais – doida. E olhem que adoro Terry Gilliam, Cronenberg, Michel Gondry, estou acostumada com loucura. :)

“I May Destroy You” foi a mesma coisa: vi três episódios e larguei. Achei chato de ver, me causou agonia em muitos momentos, fiquei incomodada com a romantização do uso de drogas. Vejo tanta gente enaltecendo a série nas redes sociais, me pergunto se estávamos vendo a mesma coisa.

Por outro lado, comecei a ver “The Boys” no final de semana prolongado e estou adorando! Logo no primeiro episódio eu já senti que iria gostar. Sempre penso no piloto de “Breaking Bad” e em como acho que as séries tem que nos ganhar logo de cara – se demora demais para gostar, eu já desconfio.

Algo de que não desisto jamais é dos legumes: a cada semana tento fazer algo novo com eles, experimentar novas receitas. Abobrinha aqui em casa nunca falta, faço assada em rodelas com bastante frequência (receita ótima da Rita Lobo), mas desta vez quis variar um pouco: acabei fazendo barquinhas, mas diferentes das que postei aqui tempos atrás, com carne moída – apenas um pouquinho de bacon para dar um toque salgadinho a mais.

 

Barquinhas de abobrinha com bacon e alho-poró

receita minha

 

- xícara medidora de 240ml

 

2 abobrinhas médias (280g cada), cortadas ao meio no sentido do comprimento

2 colheres (chá) de azeite de oliva, para pincelar as abobrinhas

sal e pimenta do reino moída na hora

2 fatias de bacon, picadas

1 alho-poró grande, somente a parte mais clara, em fatias finas

1 dente de alho grande, amassado e picadinho

1 colher (chá) de orégano seco

algumas folhinhas de manjericão fresco

1 xícara (70g) de mozarela passada no ralador grosso – rale, depois meça

2 colheres (sopa) de parmesão ralado fininho

 

Preaqueça o forno a 200°C. Forre uma assadeira média e rasa com papel alumínio e pincele o papel com azeite.

Com cuidado, usando uma colher, remova a polpa das abobrinhas, formando as barquinhas – não cave demais, para que não fiquem muito frágeis. Pique a polpa e reserve. Pincele a parte de dentro das barquinhas com o azeite, salpique com sal e pimenta do reino e arrume na forma preparada, com o lado cortado virado para baixo. Asse por 20 minutos.

Enquanto isso, faça o recheio: aqueça uma frigideira antiaderente grande em fogo alto. Junte o bacon e frite até dourar e começar a ficar crocante. Acrescente o alho-poró e refogue, mexendo algumas vezes, até que ele fique macio. Junte o alho e refogue por 1 minuto apenas – não deixe queimar, para não amargar. Acrescente a polpa de abobrinha, misture bem, tempere com sal e pimenta do reino (cuidado com o sal, porque o bacon e o queijo já são salgadinhos). Adicione o orégano e o manjericão, misture bem, cozinhe por 1 minuto e desligue. Deixe esfriar por alguns minutos, junte a mozarela e misture bem.

Retire as abobrinhas do forno e, com cuidado para não se queimar, acomode o recheio dentro das barquinhas (deixe o forno ligado). Salpique com o parmesão e volte ao forno por mais 20 minutos. Sirva em seguida.

Rend.: 2 porções (servi com arroz branco e salada de rúcula)

quinta-feira, setembro 03, 2020

Bolo de tangerina e creme azedo (sour cream)

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Bolo de tangerina e creme azedo / Tangerine sour cream cake

Depois que comecei a adaptar a receita de bolo de iogurte do Epicurious para fazer bolos de diferentes sabores demorei muito a fazer novamente uma receita com manteiga – sempre que pensava nisso tinha que abandonar a ideia, já que não teria tempo de esperar a manteiga amolecer (não tenho microondas).

Cozinhar é também planejamento, e nem sempre a gente tem tempo de fazer o que tem vontade. O desejo por um bolinho para o café da tarde e manteiga gelada me faziam recorrer à receita perfeita que eu já tinha feito de várias maneiras, sempre com resultados deliciosos. Há horas em que me cobro muito, querendo sempre fazer coisas novas, inclusive para dividir com vocês, mas em certos momentos nada como uma receita já batida, que a gente tem certeza de que funciona. Em hora de aperto, ou de pressa, receita já testada é a solução.

Só que chegou o dia em que precisei usar um restinho de creme de leite fresco antes que estragasse na geladeira, e acabei fazendo um bolo de creme azedo que também pedia manteiga. Ficou macio, perfumado de tangerina – tanto com as raspas da casca quanto com o suco – e saboroso. Meu marido adorou o glacê sobre o bolo.

O bolo é todo pincelado com suco de tangerina logo após ser desenformado, o que o torna deliciosamente úmido. Caso não tenha tangerinas em casa, faça o bolo com laranjas (a receita original é com limão siciliano).

Bolo de tangerina e creme azedo / Tangerine sour cream cake

Bolo de tangerina e creme azedo (sour cream)

adaptado desta receita

 

- xícara medidora de 240ml

 

Bolo:

2 xícaras (280g) de farinha de trigo

1 ½ colheres (chá) de fermento em pó

¼ colher (chá) de sal

1 ¼ xícaras (250g) de açúcar cristal ou refinado

raspas da casca de 2 tangerinas médias

180g de manteiga sem sal, amolecida

3 ovos grandes, temperatura ambiente

½ colher (chá) de extrato de baunilha

2 colheres (chá) de Cointreau - opcional

1 xícara de creme azedo (sour cream)*

 

Para pincelar o bolo:

3 colheres (sopa) de suco de tangerina

 

Glacê:

½ xícara (70g) de açúcar de confeiteiro

2 colheres (sopa) de suco de tangerina

 

Comece com o bolo: preaqueça o forno a 180°C. Unte com manteiga e enfarinhe uma forma de furo central com capacidade para 8 xícaras de massa.

Em uma tigela média, misture com um batedor de arame a farinha, o fermento e o sal. Reserve.

Na tigela da batedeira, junte o açúcar e as raspas de tangerina e esfregue com as pontas dos dedos até o açúcar ficar aromatizado. Junte a manteiga e bata até obter um creme claro e fofo – raspe as laterais da tigela com uma espátula de silicone algumas vezes durante todo o preparo da receita. Junte os ovos, um a um, batendo bem a cada adição. Junte a baunilha e o Cointreau (se for usar) e bata para misturar.

Em velocidade baixa, adicione os ingredientes secos em três adições, alternando com o creme azedo em duas adições. Bata somente até incorporar – não bata demais para não desenvolver o glúten da farinha e deixar o bolo duro.

Despeje a massa na forma preparada e alise a superfície. Asse por 45-55 minutos ou até que o bolo cresça e doure (faça o teste do palito). Deixe esfriar na forma, sobre uma gradinha, por 20 minutos, e então desenforme com cuidado sobre a gradinha. Pincele todo o bolo com o suco de tangerina, até que o bolo absorva todo o suco.

Glacê: acrescente o suco de tangerina aos poucos ao açúcar de confeiteiro, e vá misturando até obter a consistência desejada. Despeje sobre o bolo já frio.

* creme azedo (sour cream) caseiro: para preparar 1 xícara de creme azedo, misture 1 xícara (240ml) de creme de leite fresco com 2-3 colheres (chá) de suco de limão ou limão siciliano em uma tigela. Vá mexendo até que comece a engrossar. Cubra com filme plástico e deixe em temperatura ambiente por 1 hora ou até que engrosse um pouco mais (geralmente faço o meu na noite anterior e deixo sobre a pia – com exceção de noites extremamente quentes – coberto com filme plástico; na manhã seguinte o creme fica bem espesso – leve à geladeira para ficar mais espesso ainda)

Rend.: 10-12 fatias

segunda-feira, agosto 31, 2020

Macarrão com berinjela assada e bacon

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Macarrão com berinjela assada e bacon / Roasted eggplant bacon pasta

Apesar de eu e João não sermos veganos ou vegetarianos, a maioria das nossas refeições se baseiam em vegetais, e há várias ocasiões em que comemos almoços e jantares veganos ou vegetarianos – tem sido assim por muitos anos e aconteceu naturalmente. Nós amamos legumes e verduras e sempre procuro novas maneiras de prepará-los.

Gosto basicamente de todos os vegetais, com exceção de batata doce, e João não gosta de couve-flor, mas amou os bolinhos que fiz outro dia – acho que se trata mesmo da maneira de preparar os vegetais, tornando-os sempre interessantes, ao invés de simplesmente cozinhar na água. Assar é um dos métodos de cozimento que mais uso e acho que deixa todos os legumes muito gostosos – e até mesmo algumas folhas, como couve.

Ainda faço carne bovina e de frango às vezes – uma vez por semana, no máximo – e gosto de usar bacon aqui e ali, ocasionalmente, para dar mais sabor ou um toque diferente a um prato que seja baseado em vegetais. Este macarrão tem uma textura bem carnuda, por causa da berinjela, e o bacon deixa tudo mais interessante – o salgadinho dele combina bem demais com a berinjela assada, e o tomate deixa tudo mais molhadinho.

Fiz esta receita para um almoço de sábado e nós devoramos, acompanhada de pão cascudo – é uma receita simples e que não pede por muitos ingredientes, mas o resultado é bastante saboroso.

 

Macarrão com berinjela assada e bacon

receita minha

 

1 berinjela média (380g), em cubos de aproximadamente 2,5cm

2 colheres (sopa) de azeite de oliva extra virgem

sal e pimenta do reino moída na hora

180g de macarrão parafuso ou a massa curta da sua preferência

4 fatias de bacon

1 dente de alho grande, amassado e picadinho

1 tomate grande maduro, sem as sementes, em cubinhos

2 colheres (sopa) de vinho branco seco

 

Preaqueça o forno a 200°C. Forre uma assadeira grande e rasa com papel alumínio.

Coloque a berinjela sobre o papel e regue com o azeite. Tempere com sal e pimenta, espalhe na assadeira e leve ao forno por 15 minutos. Dê uma boa misturada novamente na berinjela, espalhe na assadeira e asse por mais 15 minutos.

Enquanto isso, cozinhe o macarrão em uma panela grande de água fervente com sal, até que o macarrão fique al dente.

Aqueça uma frigideira grande e antiaderente em fogo alto e junte o bacon – vá fritando até que fique crocante e solte sua gordura. Acrescente o alho e refogue por 1 minuto – não deixe queimar ou vai ficar amargo. Junte o tomate, tempere com sal e pimenta (cuidado com o sal, por causa do bacon) e refogue, mexendo algumas vezes, até que o tomate solte seus sucos, 2-3 minutos. Junte o vinho e cozinhe por 1 minuto. Acrescente a berinjela assada e misture bem.

Escorra o macarrão, reservando ½ xícara da água do cozimento. Acrescente o macarrão ao molho e misture bem, cozinhando por 1 minuto – se o molho estiver muito seco, junte um pouco da água reservada. Eu não tinha ervas frescas em casa, mas se tiver manjericão use, ficaria muito bom.

Sirva imediatamente.

Rend.: 2 porções

quarta-feira, agosto 26, 2020

Amanteigado formigueiro

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Amanteigado formigueiro / Anthill shortbread

Por causa do amor do Pingo pelo bolo formigueiro com farinha integral, acabei comprando um pacotão de chocolate granulado no final do ano passado, pois o meu pequeno vinha me visitar toda semana e fazíamos juntos o bolo.

Veio a pandemia, a necessidade do distanciamento social, e os bolos formigueiros foram deixados de lado. Vira e mexe dou de cara com o vidro de granulado no armário, me dá uma saudade danada dos sábados na cozinha com o Pingo. Queria arrumar um jeito de usar o ingrediente dias desses, e adicioná-los à massa de biscoito foi uma ideia.

Estes amanteigados são simples, mas deliciosos: ficam crocantes e desmancham na boca. Assei o primeiro cilindro de massa no dia em que a preparei, que foi também o dia em que fiz as fotos, e congelei a outra porção. Domingo passado meu marido estava querendo algo gostoso para acompanhar o seu cafezinho e não tinha mais bolo: liguei o forno a assei o outro cilindro de massa - biscoitos fresquinhos e gostosos para um domingo gelado em São Paulo. 

Amanteigado formigueiro / Anthill shortbread

Amanteigado formigueiro

um tiquinho adaptados dos amanteigados de açúcar mascavo da Annie Bell

 

200g de manteiga sem sal, gelada e cortada em cubos

50g de açúcar mascavo claro

50g de açúcar cristal

300g de farinha de trigo

1/8 colher (chá) de sal

6 colheres (sopa) de chocolate granulado

3 ½ colheres (sopa) de leite integral, gelado


Para polvilhar os cilindros de massa:

1 ½ colheres (sopa) de açúcar cristal ou demerara

 

Coloque a manteiga e os açúcares na tigela da batedeira e bata até que a mistura lembre uma farofa grossa – neste ponto, ainda haverá pedaços grandes de manteiga. Junte a farinha, o sal e o chocolate granulado e bata novamente, até que a mistura pareça areia molhada. Com a batedeira em velocidade baixa, vá juntando o leite, aos pouquinhos, até que uma massa comece a se formar – você pode nem precisar usar todo o leite.

Divida a massa em duas partes iguais e coloque cada metade em um pedaço grande de papel manteiga; forme um cilindro de aproximadamente 3,5cm de diâmetro com a massa, fechando-a dentro do papel manteiga usando uma régua – como a Martha faz aqui. Feche as pontas e leve à geladeira até firmar bem, cerca de 4 horas ou de um dia para o outro – os cilindros de massa podem ser congelados por até 2 meses: apenas embrulhe-os com papel alumínio por cima do papel manteiga para proteger a massa de umidade.

Pré-aqueça o forno a 180°C; forre duas assadeiras grandes com papel manteiga. Desembrulhe um dos cilindros de massa (mantenha o outro na geladeira), pincele-o levemente com água e salpique com metade do açúcar, espalhando de maneira uniforme. Em seguida, corte em fatias de 1cm e coloque-as nas assadeiras preparadas deixando um espaço de 2cm entre uma e outra.

Asse por 15-18 minutos ou até que os biscoitos dourem nas extremidades. Deixe esfriar nas assadeiras sobre gradinhas por 5 minutos e então deslize o papel com os biscoitos para a gradinha e deixe esfriar completamente. Repita o processo com o outro cilindro de massa e o açúcar restante.

Os biscoitos podem ser guardados em um recipiente hermético em temperatura ambiente por até 5 dias.

Rend.: 40 unidades

segunda-feira, agosto 24, 2020

Bolinhos de couve-flor e me sentindo nostálgica

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Bolinhos de couve-flor / Cauliflower balls

Ando nostálgica ultimamente – quem recebeu minha newsletter da última sexta-feira sabe – e pensando muito em minha mãe. Alguns ingredientes e comidinhas me lembram demais a dona Tereza, é impossível não pensar nela e em alguns momentos da minha infância. Couve-flor, por exemplo, é algo que me transporta imediatamente para o passado, é como se eu ouvisse minha mãe dizendo “coma as arvorezinhas, filha, que elas são boas para a saúde”. Couve-flor, para mim, sempre será arvorezinha. <3

Por mais que eu adore as arvorezinhas, admito que elas precisam de um empurrãozinho no quesito sabor: couve-flor, dependendo do jeito que é preparada, pode ficar sem graça. Não é mesmo o caso destes bolinhos: modéstia à parte, eles ficaram incríveis! Muito saborosos, crocantes por fora e úmidos por dentro.

Servi com arroz, feijão e couve refogada, mas podem muito bem funcionar como belisquetes acompanhando uma cervejinha gelada. Aliás, recomendo algumas gotinhas de Tabasco na hora de comer os bolinhos – ficam ainda mais gostosos.

 

Bolinhos de couve-flor

receita minha, inspirada nestes bolinhos de lentilha

 

- xícara medidora de 240ml

 

400g de couve-flor, sem as folhas e cortada em floretes – pouco mais da metade de uma couve-flor orgânica pequena

sal

½ cebola pequena, picadinha

1 ovo, temperatura ambiente

2 colheres (sopa) de salsinha picada – pique, depois meça

½ colher (sopa) de azeite de oliva

¼ xícara de parmesão ralado fininho – rale, depois meça

¾ xícara de farinha de rosca – usei caseira, pão torrado no forno e batido no liquidificador

pimenta do reino moída na hora


Coloque a couve-flor em uma panela grande e cubra com água fria. Leve ao fogo alto e, quando começar a ferver, junte 1 pitada de sal e cozinhe até os floretes ficarem macios, cerca de 10 minutos (comece a contar quando começar a ferver). Escorra e enxague com água corrente para esfriar a couve-flor. Escorra bem, transfira para uma tábua e pique bem com a faca. Transfira para uma tigela grande.

Preaqueça o forno a 200°C. Forre uma assadeira grande e rasa com papel alumínio e pincele o papel com azeite.

Acrescente o restante dos ingredientes e misture bem. Tempere com sal e pimenta. Com um mixer, processe metade da mistura, diretamente na tigela mesmo, até virar um purê rústico – se não tiver mixer, transfira metade da mistura para um processador de alimentos e pulse algumas vezes. Misture bem novamente. Com as mãos, modele bolinhas usando 1 ½ colheres (sopa) niveladas por porção. Arrume as bolinhas na assadeira preparada, deixando 3cm entre uma e outra. Leve ao forno por 15 minutos, e então, com cuidado, vire os bolinhos. Asse por mais 15 minutos e sirva.

Rend.: cerca de 22 unidades – eu assei metade no dia em que preparei e congelei metade para outro dia; congelei em aberto e quando as bolinhas estavam bem firmes transferi para um saquinho.

quinta-feira, agosto 20, 2020

Bolo de iogurte e maçã – o bolo que zerou o joguinho

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Bolo de iogurte e maçã

Como vocês já perceberam, eu ando apaixonada por esta receita de bolo de iogurte: versátil e deliciosa,  prática – não precisamos esperar a manteiga amolecer para fazer bolo! Já adaptei de tantas maneiras e todas ficaram incríveis: bolo mármore, de laranja com chocolate granulado, limão taiti com papoula, limão cravo com coco...

Quando dei de cara com as maçãzinhas franzidas indo para o espaço na minha geladeira soube exatamente que faria bolo com elas, e nem pensei duas vezes em qual receita usar. Um pouco de canela, parceira clássica da maçã, e o bolo perfumou a casa toda. Ficou úmido, muito macio, e saborosíssimo.

Eu sou do time dos cítricos, como vocês bem sabem, mas este bolo de maçã ganhou o meu coração – de todas as versões que fiz, foi a que ficou mais gostosa: tirou a medalha de ouro do bolo de laranja. João viu o bolo esfriando sobre a bancada e me pediu um pedaço, quente mesmo – segundo ele, o cheiro estava irresistível. Naquele momento eu soube que a receita era um sucesso e merecia ser guardada no caderninho. <3

 

Bolo de iogurte e maçã

um nadinha adaptado do Epicurious, de novo!

 

- xícara medidora de 240ml

 

1 ½ xícaras (210g) de farinha de trigo

2 colheres (chá) de fermento em pó

¼ colher (chá) de sal

¾ colher (chá) de canela em pó

1 xícara (200g) de açúcar, cristal ou refinado

¾ xícara (180g) de iogurte natural integral

½ xícara (120ml) de óleo vegetal – usei de canola

2 ovos grandes, temperatura ambiente

1 colher (chá) extrato de baunilha

2 maçãs pequenas (100g cada pesadas ainda com a casca), descascadas, miolos removidos, cortadas em cubinhos de 1cm – usei 2 maçãs Gala que estavam fazendo aniversário na geladeira 

Preaqueça o forno a 180°C. Pincele levemente com óleo uma forma de bolo inglês com capacidade para 6 xícaras de massa (1 litro e meio), forre com papel manteiga deixando sobras nos dois lados mais longos, formando “alças” que vão lhe ajudar a remover o bolo depois de assado. Pincele o papel com óleo também.

Em uma tigela média, peneire a farinha, o fermento, o sal e a canela. Reserve. 

Em uma tigela grande, junte o açúcar, o iogurte, o óleo, os ovos e a baunilha misture usando um batedor de arame, até obter uma massa homogênea. Com uma espátula de silicone, incorpore os ingredientes secos – se a massa ficar muito engrumada, misture levemente com o batedor de arame, mas não bata demais para não desenvolver o glúten da farinha. Acrescente as maçãs e misture.

Despeje a massa na forma preparada e alise a superfície.

Asse por 50-55 minutos ou até que o bolo cresça e doure (faça o teste do palito). Deixe esfriar na forma sobre uma gradinha por 15 minutos, e então remova com cuidado da forma, usando o papel como guia. Transfira para a gradinha e deixe esfriar completamente.

O bolo pode ser guardado em um recipiente hermético por até 3 dias. 

Rend.: 8 porções

segunda-feira, agosto 17, 2020

Risoto de espinafre e mozarela - almoço na mesa, mesmo com a geladeira pelada

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Risoto de espinafre e mozarela / Spinach and mozzarella risotto


Tempos atrás fiz um risoto com vários vegetais diferentes, usando quase que tudo o que havia no meu gavetão de legumes: ficou uma delícia e super nutritivo, cheio de coisas boas para a saúde. Desta vez, foi o completo oposto: a geladeira estava bem vazia, então fui ao freezer e fiz um risoto usando espinafre congelado, e joguei um pouco de queijo na equação para melhorar tudo. Nunca uso alho em risotos, mas no de hoje usei porque alho e espinafre ficam ótimos juntos.

Fiquei bem surpresa com o resultado do risoto, não imaginei que ficaria tão gostoso! João não é fã de risotos e repetiu – fiquei impressionada, porque isso nunca acontece. Sempre tenho espinafre congelado no freezer, uso muito em sopas, como esta, mas em risoto foi a primeira vez que usei. O resultado me deixou animada e mais ainda por colocar o almoço na mesa em menos de meia hora, o que é ótimo nos dias de faxina do apartamento. :D


Risoto de espinafre e mozarela

receita minha

- xícara medidora de 240ml

3 colheres (sopa) de manteiga sem sal

½ colher (sopa) de azeite de oliva

1/3 xícara de salsão picadinho – pique, depois meça; usei congelado, direto do freezer

½ cebola pequena, picadinha

1 dente alho pequeno, picadinhos

¾ xícara (165g) de arroz arbóreo ou Carnaroli

¼ xícara (60ml) de vinho branco seco

sal e pimenta do reino moída na hora

3 bolinhas (100g) de espinafre congelado, já descongelado

3 xícaras (720ml) de caldo de legumes fervente

1 xícara (70g) de mozarela ralada grosseiramente – rale, depois meça

2 colheres (sopa) de parmesão ralado grosseiramente – rale, depois meça

Em uma panela média, junte metade da manteiga e o azeite e quando aquecer adicione o salsão e a cebola, refogando até que fiquem macios, 3-4 minutos. Acrescente o alho e refogue por 1 minuto apenas – não deixe queimar para não amargar a receita.

Junte o arroz e refogue por 2 minutos, mexendo, até que todos os grãos fiquem cobertos de gordura. Junte o vinho e refogue até que evapore. Tempere com um pouco de sal e pimenta. Acrescente o espinafre e misture. Acrescente 1 concha do caldo quente por vez e vá mexendo até que o caldo quase seque. Acrescente outra concha de caldo mexa novamente até que ele quase seque – repita o processo até que o arroz fique al dente, o que vai levar cerca de 20 minutos. Adicione a manteiga restante e os queijos, misturando bem. Prove, acerte o sal e a pimenta se necessário, tampe a panela e aguarde 5 minutos. Sirva imediatamente.

Rend.: 2 porções 

quinta-feira, agosto 13, 2020

Bolo de buttermilk, ou bolo de nada

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Bolo de buttermilk, ou bolo de nada

Por causa dos cafés da tarde aqui em casa, ando buscando receitas de bolo gostosas em livros e pela Internet – nem me lembro mais quando tinha sido a última vez que havia ficado horas procurando e marcando receita de bolo para fazer: por bastante tempo, meu foco foi mesmo somente receitas salgadas, com alguns eventuais cookies ou brownies para adoçar o dia do pessoal do escritório.

Estava com vontade de comer um bolo simples, ou bolo de nada, mas que ficasse com uma textura bem macia. Quando vi as fotos do bolo da Sydney fiquei com água na boca: era exatamente o que eu queria! Já fui logo para a cozinha tirar o tablete de manteiga da geladeira.

A receita dela não especifica tamanho de forma, mas eu sabia que com 3 xícaras de farinha a massa não caberia mesmo na forma que uso geralmente. Adaptei a receita para um bolo menor e fiquei bem feliz com o resultado. João disse que a casquinha açucarada de cima é a melhor parte do bolo, já eu fiquei doida mesmo com o miolo branquinho e incrivelmente macio.

Usei Frangelico para perfumar – adoro uma desculpa para usar bebidinhas em receitas, sou dessas – mas use extrato de baunilha se preferir (a Sydney não usa nada no bolo dela). Já ando pensando em fazer esta receita novamente usando raspas de laranja e Cointreau no bolo – delícia!

Bolo de buttermilk, ou bolo de nada

Bolo de buttermilk, ou bolo de nada

um tiquinho adaptado deste blog lindo

 

- xícara medidora de 240ml

 

2/3 xícara (150g) de manteiga sem sal, temperatura ambiente

1 xícara (200g) de açúcar cristal ou refinado

2 ovos grandes, temperatura ambiente

2 xícaras (280g) de farinha de trigo

1 ½ colheres (chá) de fermento em pó

¼ colher (chá) de sal

½ xícara (120ml) de buttermilk*, temperatura ambiente

1 ½ colheres (sopa) de Frangelico – opcional; Amaretto também ficaria ótimo. Se não quiser usar bebida alcoólica, substitua por 1 ½ colheres (chá) de extrato de baunilha

 

Para polvilhar o bolo antes de assar:

1 colher (sopa) de açúcar cristal ou demerara – aqui, o refinado não funciona, pois é muito fininho. Se não tiver os outros açúcares em casa, pule esta etapa da receita

 

Preaqueça o forno a 180°C. Unte com manteiga uma forma de bolo inglês com capacidade para 6 xícaras de massa (1 litro e meio), forre com papel manteiga deixando sobrar nos dois lados mais longos, formando “alças” de papel, e unte o papel também. 

Em uma tigela média, misture com um batedor de arame a farinha, o fermento e o sal. Reserve.

Na batedeira, bata a manteiga e o açúcar até obter uma mistura bem clara e fofinha – bata por pelo menos 4-5 minutos; quanto mais você bater a mistura nesta etapa da receita, melhor vai ficar a textura do seu bolo.

Junte os ovos, um a um, batendo bem a cada adição – raspe as laterais da tigela algumas vezes durante todo o preparo. Junte o Frangelico (se for usar – ou a baunilha).

Em velocidade baixa, junte os ingredientes secos em três adições, alternando com o buttermilk em duas adições (comece e termine com os ingredientes secos). Misture até a massa ficar homogênea, mas não bata demais para não desenvolver o glúten da farinha (o bolo ficará duro e embatumado).

Transfira a massa para a forma preparada e alise a superfície. Salpique com o açúcar e asse por 50-60 minutos, ou até que o bolo cresça e doure (faça o teste do palito).

Deixe esfriar na forma, sobre uma gradinha, por 30 minutos, e então remova o bolo com cuidado da forma, usando as alças de papel, e transfira para a gradinha. Deixe esfriar completamente. 

O bolo pode ser guardado em um recipiente hermético por até 5 dias, entretanto achei que depois do terceiro dia ele começou a ficar mais sequinho (mas comemos mesmo assim). :D

* buttermilk caseiro: coloque ½ xícara de leite integral em um potinho e misture ½ colher (sopa) de suco de limão. Aguarde 10 minutos e use na receita 

Rend.: 8-10 fatias

segunda-feira, agosto 10, 2020

Macarrão com abobrinha, alho-poró e gorgonzola e a fadiga de cozinhar todos os dias

Macarrão com abobrinha, alho-poró e gorgonzola

Final de semana passado a minha querida amiga Raquel postou stories muito interessantes no Instagram dela, sobre o cansaço de termos que cozinhar todos os dias durante a quarentena. Aproveitei o assunto e também comentei com os meus seguidores sobreisso, pois concordo que a obrigação de fazer comida todo dia realmente cansa demais, e dá desânimo às vezes – se eu que gosto de cozinhar me sinto assim, imagina quem não gosta.

O que acho que pode ajudar neste caso são duas coisas completamente diferentes: uma delas é planejamento, sobre o qual a Raq falou. Ter feijão no freezer, arroz pronto e legumes já higienizados na geladeira, usar atalhos como grão-de-bico e tomate pelado em lata: tudo isso pode ser bastante útil e eu tenho usado muito tais recursos. P

Por outro lado, também uso uma estratégia completamente oposta: pelo menos uma vez na semana, tento fazer uma receita completamente nova, algo diferente do arroz e feijão diários, para quebrar a rotina. Eu sinto que dá uma iluminada na semana, alegra o dia e faz com que aquele marasmo vá embora, nem que seja por uma refeição.

Foi assim que fiz o macarrão que lhes trago hoje, com uma abobrinha que eu precisava usar logo: ficou um almoço delicioso, cheio de vegetais, e com um toque diferentão do gorgonzola. Uma receita simples na execução, mas com um resultado incrível no sabor. Deixou a sexta-feira mais saborosa e levantou os ânimos aqui em casa.

 

Macarrão com abobrinha, alho-poró e gorgonzola

receita minha


- xícara medidora de 240ml

 

180g de orecchiette, ou a massa curta da sua preferência

1 colher (sopa) de azeite de oliva

1 colher (sopa) de manteiga sem sal

1 alho-poró (100g já sem as folhas verdes-escuras), somente a parte verde mais clara, em meias-luas finas

1 abobrinha média (250g), em cubinhos de 1cm

sal e pimenta do reino moída na hora

1 colher (sopa) de vinho branco seco

raspas de 1 limão cravo grande – era o que eu tinha em casa; use taiti ou siciliano se preferir

100ml de água

75g de queijo gorgonzola, ralado ou esmigalhado

Em uma panela grande, aqueça água até ferver. Acrescente sal. Quando ferver, adicione o macarrão e cozinhe pelo tempo indicado na embalagem. 

Enquanto a água ferve e o macarrão cozinha, prepare o molho: aqueça o azeite e a manteiga em uma frigideira antiaderente grande em fogo médio-alto. Junte o alho-poró e refogue, mexendo às vezes, até que fique macio. Junte a abobrinha, tempere com sal e pimenta, e vá refogando, mexendo ocasionalmente, por cerca de 5 minutos ou até que a abobrinha comece a ficar macia. Acrescente o vinho, misture bem, e cozinhe até o vinho evaporar. Junte as raspas de limão, a água e o gorgonzola, misture bem, e cozinhe por mais 3-4 minutos, ou até o queijo derreter completamente e o molho ficar mais espesso.

Escorra o macarrão, reservando ¼ xícara (60ml) da água do cozimento. Transfira o macarrão escorrido para a panela com o molho e misture bem – se o molho estiver seco demais, junte a água reservada, aos poucos (eu não precisei usar). Sirva imediatamente.

Rend.: 2 porções

quinta-feira, agosto 06, 2020

Bolo de iogurte, limão cravo e coco - uma variação do Bolo da Pandemia

Bolo de iogurte, limão cravo e coco

Sem dúvida alguma posso batizar o bolo de iogurte do Epicurious como o Bolo da Pandemia: já fiz a receita diversas vezes (afinal de conta já são quase cinco meses em isolamento, trabalhando de casa) e variei os sabores de muitas maneiras: todas as vezes consegui um bolo macio e delicioso. 

Quando recebi limão cravo na cesta orgânica imediatamente pensei em usá-los no bolo, seu perfume tão maravilhoso que é. No mesmo dia havia preparado doce de abóbora com coco e quando bati o olho no saquinho de coco ralado imaginei logo a combinação com o limão cravo – fiquei aguada só de pensar! 

Substituí parte da farinha de trigo pelo coco, portanto o topo do bolo não ficou altinho como das outras vezes, por causa da diminuição do glúten da receita. A maciez do bolo foi algo que me surpreendeu demais, além do sabor: por isso, quis fazer as fotos com fatias já cortadas, para que vocês pudessem ver a textura da receita. 

 O cheiro do limão cravo me traz lembranças da infância: uma de minhas tias morava em um sítio e havia um pé deste limão em seu quintal. Na época, usávamos os limõezinhos para fazer guerrinhas uns contra os outros, e minha mãe ficava brava demais com o desperdício. Mal sabia a dona Tereza que limão se tornaria o meu sabor favorito de bolos e doces – vai ver, as guerrinhas de limão foram mesmo um sinal. :)

Bolo de iogurte, limão cravo e coco

Bolo de iogurte, limão cravo e coco

um nadinha adaptado do Epicurious, de novo!

 

- xícara medidora de 240ml

 

1 ¼ xícaras (175g) de farinha de trigo

2 colheres (chá) de fermento em pó

¼ colher (chá) de sal

½ xícara (50g) de coco ralado sem adição de açúcar – reserve 1 colher (sopa) para polvilhar sobre a massa antes de assar

1 xícara (200g) de açúcar, cristal ou refinado

raspas da casca de 3 limões cravos pequenos

¾ xícara (180g) de iogurte natural integral – usei de ovelha, por causa da lactose

½ xícara (120ml) de óleo vegetal – usei de canola

2 ovos grandes, temperatura ambiente

1 colher (chá) extrato de baunilha

Preaqueça o forno a 180°C. Pincele levemente com óleo uma forma de bolo inglês com capacidade para 6 xícaras de massa (1 litro e meio), forre com papel manteiga deixando sobras nos dois lados mais longos, formando “alças” que vão lhe ajudar a remover o bolo depois de assado. Pincele o papel com óleo também.

Em uma tigela média, peneire a farinha, o fermento e o sal. Junte o coco e misture – não se esqueça de reservar 1 colher (sopa) do coco para polvilhar a massa. Reserve.

Em uma tigela grande, junte o açúcar e as raspas de limão cravo e esfregue com as pontas dos dedos até o açúcar ficar aromatizado. Acrescente o iogurte, o óleo, os ovos e a baunilha misture usando um batedor de arame, até obter uma massa homogênea. Com uma espátula de silicone, incorpore os ingredientes secos – se a massa ficar muito engrumada, misture levemente com o batedor de arame, mas não bata demais para não desenvolver o glúten da farinha.

Despeje a massa na forma preparada e alise a superfície. Salpique o topo da massa com o coco ralado reservado.

Asse por 50-55 minutos ou até que o bolo cresça e doure (faça o teste do palito). Deixe esfriar na forma sobre uma gradinha por 15 minutos, e então remova com cuidado da forma, usando o papel como guia. Transfira para a gradinha e deixe esfriar completamente.

O bolo pode ser guardado em um recipiente hermético por até 3 dias.

Rend.: 8 porções

segunda-feira, agosto 03, 2020

Barquinhas de berinjela com tomate e queijo e as receitas do blog

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Barquinhas de berinjela com tomate e queijo


Dias atrás, perguntei para os meus seguidores no Instagram quais eram as receitas que eles mais curtiam ver no blog, aquelas receitas que logo de cara despertam a vontade de ir para a cozinhar e preparar. Os bolos e cookies ganharam disparados, seguidos por brownies e pães. Algumas seguidores me disseram que gostam das receitas salgadas, para variar o dia-a-dia, e sopas também foram mencionadas.

Eu confesso a vocês que adoro fazer e fotografar (e comer!) bolos e cookies, mas não dá pra viver só de doces, né, meus amores? :D Ainda mais em quarentena, sem fazer exercícios físicos com a regularidade que eu fazia antes... Por isso, vou continuar postando sim as receitas doces que vocês adoram – e que amo ver nas redes sociais, quando vocês me marcam nas suas publicações –, mas intercalando com receitas salgadas que preparo para as refeições diárias, como a berinjela recheada que lhes trago hoje: é deliciosa. Espero que gostem. xx

Barquinhas de berinjela com tomate e queijo

Barquinhas de berinjela com tomate e queijo
receita minha

- xícara medidora de 240ml

Barquinhas:
2 berinjelas grandes (cerca de 350g cada)
2 colheres (chá) de azeite

Recheio:
2 colheres (sopa) de azeite
1 cebola pequena, bem picadinha
2 dentes de alho, bem picadinhos
2 tomates maduros, sem as sementes, em cubinhos
sal e pimenta do reino moída na hora
2 colheres (chá) de orégano seco
algumas folhinhas de manjericão fresco
2 xícaras (140g) de mozarela passada no ralador grosso (rale, depois meça) – reserve 3 colheres (sopa) para polvilhar as barquinhas
8 azeitonas pretas grandes, sem os caroços, picadinhas

Preaqueça o forno a 200°C. Forre uma assadeira grande e rasa com papel alumínio.
Corte as berinjelas no sentido do comprimento, formando barquinhas, e então faça cortes quadriculados na polpa, sem cortar até o final (preserve a casca intacta para que as barquinhas não desmontem). Pincele o lado cortado com o azeite e arrume as berinjelas viradas para baixo no papel alumínio. Leve ao forno por 30 minutos.

Enquanto isso, comece a preparar o recheio: aqueça o azeite em uma frigideira grande, de preferência antiaderente, em fogo médio-alto. Junte a cebola e refogue, mexendo algumas vezes, até ficar transparente. Junte o alho e refogue por 1 minuto apenas – não deixe o alho queimar, para não amargar a receita. Acrescente o tomate, tempere com sal e pimenta e refogue, mexendo algumas vezes, até o tomate começar a desmanchar. Acrescente o orégano e cozinhe por mais 2 minutos. Acrescente o manjericão, misture e desligue.

Retire do forno (mantenha-o ligado) e, com cuidado para não se queimar, retire a polpa da berinjela usando uma colher, mas sem cavar demais para que as barquinhas não fiquem muito frágeis. Junte a polpa das berinjelas ao refogado, acrescente a mozarela – não se esqueça de reservar 3 colheres (sopa) para a cobertura – e a azeitona e misture bem. Recheie as barquinhas com a mistura e polvilhe com a mozarela reservada. Volte ao forno por mais 25 minutos.
Sirva imediatamente.

Rend.: 4 porções – aqui servi com arroz e salada de verdes, portanto 1 barquinha (1 metade de berinjela) por pessoa foi suficiente; caso queira servir como prato único, creio que 2 barquinhas (1 berinjela inteira) por pessoa sejam suficientes

segunda-feira, julho 27, 2020

Croquetes de batata, ervilha e queijo para desafogar um coração

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Croquetes de batata, ervilha e queijo

Comida é sinônimo de afeto, conforto em vários momentos das nossas vidas. Dias atrás eu estava pensando muito na minha avó, que agora está velhinha e doente e não se lembra mais das pessoas e das coisas. Guardei o pensamento pra mim e segui meu dia.

No dia seguinte recebi uma mensagem da minha prima dizendo que havia colocado os meus vídeos de stories do Instagram para a minha avó ver, e ela se lembrou de mim, comentando o quanto eu era parecida fisicamente com a minha mãe, mas que no fundo eu era mesmo parecida com ela (vó), e por sermos “pimentas ardidas” assim sofríamos muito na vida. Eu chorei muito neste dia, tanto por ela ter se lembrado de mim e de minha mãe, quanto por saber que sim, vó, nós somos parecidas nesse nosso jeitão, a gente se faz de durona, mas no fundo a gente sofre, sim, e se sente só, e chora.

Depois disso fui para a cozinha e fiz uma comidinha que era a cara da minha vó Iza: croquete – toda vez que tinha croquete no almoço era uma felicidade só. A vó fazia croquetes com restinhos de carne de panela ou moída, mas eu optei por uma versão vegetariana, e também decidi assar em vez de fritar. A massa é bem macia, portanto, seja cuidadoso na hora de virar os croquetinhos na assadeira – e fique à vontade para fritar se quiser uma versão mais raiz da receita.

Croquetes de batata, ervilha e queijo
receita minha

2 batatas médias (300g pesadas ainda com a casca), descascadas e cortadas em 4 partes cada
sal
1 colher (sopa) de manteiga sem sal
¼ xícara de ervilhas congeladas, já descongeladas
¾ xícara (50g) de mozarela ralada no ralador grosso – rale, depois meça
pimenta do reino moída na hora

Para empanar:
1 ovo batido com o garfo com 2 colheres (chá) de água fria – tempere com pitada de sal e de pimenta do reino
2/3 xícara de farinha de rosca ou farelo de pão – tempere com pitada de sal e de pimenta do reino

Coloque as batatas em uma panelinha, cubra com água fria e leve ao fogo alto. Quando a água começar a ferver, junte 1 pitada de sal e cozinhe até que as batatas estejam macias – é o mesmo processo para fazer purê. Quando estiverem macias, escorra bem e passe as batatas pelo espremedor. Junte a manteiga, as ervilhas e a mozarela, tempere com sal e pimenta do reino misture bem. Usando 2 colheres (sopa) niveladas de massa por vez, modele os croquetes e transfira para um prato. Leve à geladeira por 40 minutos para que firmem bem.

Enquanto isso, preaqueça o forno a 200°C e forre uma assadeira média com papel alumínio, pincelando bem com azeite – esta etapa é importante, pois quando o queijo derrete ele pode grudar um pouquinho no papel.
Passe os croquetes pelo ovo batido e em seguida pela farinha de rosca. Arrume-os na assadeira preparada deixando 3cm de distância entre um e outro. Leve ao forno por 20 minutos, e então vire os croquetes com bastante cuidado – a massa é macia e pode desmanchar. Asse por mais 20 minutos do outro lado e sirva imediatamente.

Rend. cerca de 1 dúzia de croquetes


quinta-feira, julho 23, 2020

Bolo formigueiro de banana e algo diferente aqui em casa

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Bolo formigueiro de banana

Vivemos tempos insanos – e, no Brasil, por mais motivos do que apenas a pandemia – e muita coisa está diferente. Entretanto, hoje falarei de algo pequeno, porém importante para mim: João descobriu a alegria que é comer uma fatia de bolo no meio da tarde, entre o almoço e o jantar. Meu marido, que nunca ligou para doces e nunca provava as minhas receitas, hoje em dia me pede para fazer um bolo ou assar biscoitos para que ele faça a sua pausa da tarde, acompanhada de uma xícara de café.

Pode parecer tolice, mas para mim foi uma surpresa muito agradável, e um afago nestes meses todos trancada em casa.

Portanto aqui em casa ando fazendo bolos uma vez por semana, ou às vezes faço biscoitos, e ele me pede, com aqueles olhos do Gato de Botas do Shrek, se pode comer uma fatia com o seu espresso. Não só pode, como enche o meu coração de alegria quando faz isso.

Um dos bolos que fiz dias desses foi o de banana que lhes trago hoje: precisei adaptar a receita, porque só tinha uma única banana madurinha em casa, e assei em uma forma de bolo inglês pequenina. Ficou úmido, macio e perfumou a casa toda quando estava no forno.

Bolo formigueiro de banana

Bolo formigueiro de banana
adaptado desta receita

- xícara medidora de 240ml

1 banana grande (150g – pesada ainda com a casca) bem madura
2 ovos, temperatura ambiente
65g de açúcar mascavo claro
100ml de óleo vegetal de sabor neutro – usei canola
1 colher (chá) de extrato de baunilha
185g de farinha de trigo
1 ¾ colheres (chá) de fermento em pó
½ colher (chá) de canela em pó
1 pitada de sal
3 colheres (sopa) de chocolate granulado

Preaqueça o forno a 180°C. Unte com óleo uma forma de bolo inglês de 22x10cm, com capacidade para 4 ½ xícaras de massa. Forre com papel manteiga, deixando sobras nos lados mais longos da forma, formando alças, e unte o papel também.

Em uma tigela média, amasse bem a banana com um garfo. Junte os ovos, o açúcar, o óleo e a baunilha e misture bem com um batedor de arame.
Acrescente a farinha, o fermento, a canela e o sal e misture com uma espátula para incorporar – não bata demais para não deixar o bolo duro. Incorpore o chocolate granulado. Despeje na forma preparada, alise a superfície e leve ao forno por aproximadamente 40 minutos, ou até que o bolo cresça e doure (faça o teste do palito).

Deixe esfriar na forma, sobre uma gradinha, por 20 minutos, e então desenforme, usando as alças de papel, e transfira para a gradinha. Deixe esfriar completamente.

Rend.: 6-7 fatias