Às vezes tenho a impressão de que coco desperta opiniões fortes da mesma forma que coentro: as pessoas amam ou odeiam.
Parece que o mesmo está acontecendo com “Birdman” e eu faço parte do grupo que amou o filme: achei sensacional, intrigante, interessante, criativo, com atuações fantásticas – nunca imaginei que Michael Keaton fosse tão bom! Saí do cinema cheia de admiração pelo filme do Sr. Iñarritu – o jeito como ele move a câmera é de uma beleza ímpar (lembrei do quão lindamente Spielberg move a câmera em “Munique”). E como fiz ano passado com as mulheres, estou virando a casaca: sinto muito, Steve querido, mas quero que o Oscar vá para as mãos de Michael. :)
Quanto ao coco, também faço parte do grupo que ama, por isso, quando vi esta receita no Food52 fiquei doida para experimentar: coco de duas maneiras – farinha e óleo – em amanteigados. Os biscoitinhos ficaram deliciosos e tem uma textura incrível, bem amanteigada mesmo, por isso cuidado na hora de armazená-los (isso se sobrar alguma coisa – eu não parei de comer os meus desde que os tirei do forno). :D
Amanteigados de coco
do ótimo Food52
- xícara medidora de 240ml
2 xícaras (280g) de farinha de trigo
¼ xícara (25g) de farinha de coco - comprei no Mundo Verde
¼ xícara (35g) de açúcar de confeiteiro
1/8 colher (chá) de sal
½ xícara (113g) de manteiga sem sal, temperatura ambiente
½ xícara (120ml) de óleo de coco, temperatura ambiente
½ xícara (100g) de açúcar cristal
2 gemas
½ colher (chá) de extrato de baunilha
Em uma tigela pequena, misture com um batedor de arame a farinha de trigo, a farinha de coco, o açúcar de confeiteiro e o sal. Reserve.
Na tigela da batedeira, junte a manteiga e o óleo de coco. Bata em velocidade média por 2-3 minutos ou até que os ingredientes estejam combinados. Raspe as laterais da tigela. Ainda em velocidade média, acrescente o açúcar em fio e bata por 2 minutos. Raspe novamente a tigela. Acrescente as gemas, uma a uma, batendo bem e raspando as laterais da tigela depois de cada adição. Junte a baunilha e então bata a mistura por mais dois minutos ou até que ela fique um creme esbranquiçado e de aparência sedosa. Desligue a batedeira, junte os ingredientes secos e então bata na velocidade mais baixa possível, somente até que uma massa comece a se formar.
Divida a massa em duas partes iguais e coloque cada metade em um pedaço grande de papel manteiga; forme um cilindro de aproximadamente 3,5cm de diâmetro com a massa, fechando-a dentro do papel manteiga usando uma régua – como a Martha faz aqui. Feche as pontas e leve ao freezer até firmar bem.
Pré-aqueça o forno a 180°C; forre duas assadeiras grandes com papel manteiga. Desembrulhe um dos cilindros de massa (mantenha o outro no freezer). Corte em fatias de 6mm e coloque-as nas assadeiras preparadas deixando um espaço de 2,5cm entre uma e outra. Asse por 15-20 minutos ou até que os biscoitos estejam firmes e uniformemente dourados na parte inferior. Deixe esfriar nas assadeiras sobre gradinhas por 5 minutos e então deslize o papel com os biscoitos para a gradinha e deixe esfriar completamente. Repita o processo com o outro cilindro de massa.
Rend.: cerca de 50 unidades
sexta-feira, janeiro 30, 2015
Amanteigados de coco e o fantástico "Birdman"
terça-feira, janeiro 27, 2015
Mini bolinhos de chocolate e avelã e "Foxcatcher"
Semana passada pude finalmente ver o filme sobre o qual falei por quase um ano e cheguei à conclusão de que ele foi dirigido pela pessoa errada: Bennett Miller não sai de dentro do quadrado, dirigindo o filme de um jeito bem burocrático, quase no piloto automático, quando uma história tão surpreendente com atuações tão bacanas merecia alguém mais dedicado ao projeto.
Conforme ia vendo o filme, pensava em como ele teria sido maravilhoso nas mãos de Scorsese ou Fincher, ou até mesmo Cuarón.
Steve Carell, Mark Ruffalo e Channing Tatum estão bárbaros no filme e eu fiquei especialmente impressionada com o último: ele dá vida ao personagem com tamanha vontade, com tanta paixão e dedicação que ficou diferente de tudo que ele fizera antes, e apesar de eu achar Mark Ruffalo um baita ator acho que todas as indicações a prêmio de ator coadjuvante deveriam ter ido para Tatum.
Steve Carell está igualmente incrível, é como se fosse outra pessoa, graças não somente ao trabalho minucioso de maquiagem, mas também por ele fazer com que o espectador esqueça completamente de quem ele é – eu o adoro em qualquer coisa e acho que ele brilha muito em dramas (impossível não lembrar dele absolutamente sublime em “Pequena Miss Sunshine”). No dia 22 de fevereiro torcerei por ele, mesmo sabendo que Eddie Redmayne já conquistou todo mundo.
“Foxcatcher – Uma História que Chocou o Mundo” é um filme bom, não ótimo, e considero um desperdício de uma história excelente e de atuações brilhantes. Não gosto de desperdício, nem no cinema e muito menos na minha cozinha, por isso fiz este mini bolinhos fofos para usar o restinho de farinha de avelã que estava para vencer – eles ficaram bem bonitinhos e também deliciosos.
Mini bolinhos de chocolate e avelã
um tiquinho adaptados daqui
Bolinhos:
120g de chocolate meio-amargo picadinho – usei um com 53% de cacau
100g de açúcar cristal
95g de manteiga sem sal, amolecida
3 ovos, claras e gemas separadas
100g de farinha de avelã
1 colher (chá) de café forte
1 colher (chá) de rum
½ colher (chá) de extrato de baunilha
Ganache:
100g de chocolate amargo picadinho
50g de manteiga sem sal
24 avelãs inteiras, tostadas e sem a pele, para decorar
Preaqueça o forno a 180°C. Unte com manteiga uma forma de mini muffins com 24 cavidades.
Bolinhos: derreta o chocolate em banho-maria (fogo baixo). Retire do fogo e deixe esfriar. Na batedeira, bata a manteiga e o açúcar até obter um creme claro e fofo. Junte as gemas, batendo bem a cada adição. Acrescente o chocolate já frio e misture com uma espátula. Incorpore a farinha de avelã, o café, o rum e a baunilha.
Bata as claras até obter pontos suaves. Incorpore 1/3 delas à massa de chocolate, misturando bem. Incorpore o restante gentilmente, misturando com a espátula de baixo para cima. Divida a massa entre as cavidades da forma preparada e asse por 10-15 minutos ou até que os bolinhos cresçam (faça o teste do palito – este deve sair um pouquinho úmido). Deixe esfriar na forma por alguns minutos e então desenforme com bastante cuidado. Transfira para a gradinha e deixe esfriar completamente.
Ganache: derreta o chocolate e a manteiga juntos em banho-maria (fogo baixo). Deixe esfriar por alguns minutos para encorpar levemente. Espalhe um pouquinho de ganache sobre cada bolinho e decore com uma avelã.
Os bolinhos podem ser guardados em um recipiente hermético em temperatura ambiente por até 2 dias.
Rend.: 24 unidades
sexta-feira, janeiro 23, 2015
Bolinhos de lentilha
Quem leu o meu último post já sabe que quando eu gosto muito de alguma coisa a faço com bastante frequência, e isso não acontece só com doces, não: tenho meus favoritos salgados também, certos pratos aos quais recorro sempre.
Salada de lentilha é um destes pratos, especialmente em dias quentes, pois a salada fica ótima direto da geladeira e o sabor fica mais apurado ainda depois de uma noite dentro dela. Depois de alguns dias, entretanto, não queria fazer outra salada com as lentilhas cozidas que haviam sobrado – queria fazer algo completamente diferente com elas. Tia Martha veio me salvar e as lentilhas foram transformadas nestes bolinhos deliciosos.
Eu adorei os bolinhos, pois sou fã declarada de lentilhas e gosto delas em tudo, mas a surpresa do dia veio no comentário do meu marido: ele, que nunca gostou de lentilha na vida, me disse que estes bolinhos poderiam perfeitamente substituir a carne em um hambúrguer. Fiquei chocada – e bem feliz. :D
Bolinhos de lentilha
um tiquinho adaptadas da Martha Stewart
280g de lentilhas cozidas, escorridas e frias
½ colher (chá) de cominho em pó
½ colher (sopa) de azeite extra-virgem
1 colher (chá) de vinagre de vinho tinto
½ cebola, bem picadinha
2 ovos grandes, ligeiramente batidos com um garfo
1 xícara de farelo de pão – usei Panko
1 punhado de folhas de salsinha frescas, picadinhas
sal e pimento do reino moída na hora
azeite, para fritar
Misture as lentilhas, o cominho, o azeite e o vinagre em uma tigela grande. Junte a cebola, os ovos, o farelo de pão e a salsinha e tempere com sal e pimenta do reino. Transfira metade da mistura para o processador de alimentos e pulse até obter uma pasta. Misture a pasta aos ingredientes restantes na tigela até incorporar tudo. Molde bolinhos com a mistura, como se fossem hamburguinhos, usando 3 colheres (sopa) da mistura por bolinho.
Aqueça uma frigideira antiaderente em fogo médio-alto. Regue com 1 colher (chá) de azeite e gire a panela para que o azeite cubra todo o fundo. Frite os bolinhos (trabalhe em etapas, se for preciso) por cerca de 4 minutos de cada lado ou até dourarem bem.
Sirva com salada.
Rend.: cerca de 10 bolinhos
quarta-feira, janeiro 21, 2015
Bolo de amêndoa (com marzipã caseiro)
Enquanto folheava alguns livros e revistas de receitas à procura de inspiração, pensei no quão atraída sou por receitas similares: não resisto a um brownie, faço biscoitos de aveia com bastante frequência e toda vez que vejo uma receita de bolo cítrico já marco na hora.
Talvez seja questão de gosto, ou de ter em casa sempre os mesmos ingredientes, e às vezes até digo a mim mesma que vou fazer algo diferente, mas acabo preparando um dos favoritos aí de cima.
Outra receita à qual não resisto? Bolo de amêndoa – eu provavelmente seria capaz de fazer um bolo de amêndoa toda semana se pudesse. A receita de hoje, além de saborosa, me foi bastante útil: no final do ano preparei marzipã para fazer uns cookies para a série de Natal (deste livro), mas os danados falharam miseravelmente e eu agora tinha de usar o marzipã logo.
Este bolo é fácil de fazer, úmido e absolutamente delicioso: quem é fã de bolo de amêndoa como eu tem de experimentar.
Bolo de amêndoa (com marzipã caseiro)
um nadinha adaptado do lindo e delicioso A La Grecque: Our Greek table
- xícara medidora de 240ml
½ xícara (100g) de açúcar cristal
raspas da casca de 1 laranja
raspas da casca de 1 limão Taiti
250g de manteiga sem sal, temperatura ambiente
200g de marzipã picadinho – usei caseiro
4 ovos
½ colher (chá) de extrato de baunilha
1/3 xícara (45g) de farinha de trigo
¼ colher (chá) de fermento em pó
1 pitada de sal
½ xícara (60g) de amêndoas em lâminas
Preaqueça o forno a 180°C. Unte com manteiga uma forma redonda de 20x7cm com fundo removível, forre o fundo com um círculo de papel manteiga e unte-o também.
Coloque o açúcar e as raspas de casca de laranja e limão na tigela da batedeira e esfregue-os com as pontas dos dedos até aromatizar o açúcar. Junte a manteiga e, usando a batedeira, bata até obter um creme claro e fofo. Junte o marzipã e bata bem para incorporá-lo.
Junte os ovos, um a um, batendo bem a cada adição. Junte a baunilha. Peneire a farinha, o fermento e o sal sobre a massa e incorpore gentilmente com uma espátula de silicone, mexendo de baixo para cima. Espalhe a massa na forma e alise a superfície. Salpique com as amêndoas em lâminas e leve ao forno por cerca de 45 minutos ou até o bolo dourar (faça o teste do palito).
Deixe esfriar completamente na forma, sobre uma gradinha. Desenforme com cuidado e sirva.
Rend.: 8-10 porções
segunda-feira, janeiro 19, 2015
Almôndegas alla Norma
Como alguém que adora qualquer coisa relacionada a comida, adoro ler sobre o assunto, fazer e comer (claro!), mas também acho fascinante conversar sobre comida com diferentes pessoas e aprender do que gostam, do que não gostam e como seus gostos e paladares mudam com o tempo.
Tenho estas conversas com meu marido sempre, e ele me conta sobre a comida de sua infância, as coisas de que gostava e as coisas que não suportava, sobre como ele demorou tanto para aprender a apreciar todos os legumes e de como sua mãe ficaria feliz vendo que ele finalmente come como um adulto (ela faleceu em 2011).
Toda vez que eu e o João falamos sobre essas coisas me sinto mais inspirada a cozinhar, e outro dia, quando ele me pediu para fazer almôndegas – um de seus pratos favoritos – eu me lembrei das almôndegas alla Norma do Jamie Oliver e achei que um pouquinho de berinjela não faria mal algum às bolinhas de carne.
Eu amo berinjela, gente. ;)
O molho com a berinjela ficou divino com as almôndegas – o Jamie serve as dele com polenta, mas com esse calor dos infernos eu fui de espaguete e um pouco de pão para limpar aquele molhinho que sobra no prato: uma refeição simples, porém deliciosa e que posso repetir a qualquer momento com as almôndegas que tenho no freezer.
Almôndegas alla Norma
um tiquinho adaptadas do sempre delicioso Save with Jamie: Shop Smart, Cook Clever, Waste Less (para quem preferir, o livro já foi traduzido para o português!)
Almôndegas – receita aqui
Molho:
1 berinjela grande
azeite de oliva
2 dentes de alho picadinhos
2 colheres (sopa) de molho de pimenta doce (sweet chili sauce, vocês encontram em alguns supermercados e na Liberdade)
2 colheres (sopa) de vinagre balsâmico
1 lata de 400g de tomates pelados picados
sal e pimenta do reino moída na hora
1 punhado de manjericão fresco
Corte a berinjela em cubinhos de 1,5cm, tempere com sal e coloque em um escorredor. Reserve por 15 minutos.
Preaqueça o forno a 200°C. Forre uma assadeira rasa com uma camada dupla de papel alumínio e pincele-o com azeite ou óleo. Arrume as almôndegas sobre o papel e asse por cerca de 30 minutos ou até que estejam cozidas por dentro – asse quantas quiser, a receita rende aproximadamente 25 almôndegas. Você pode congelar o restante por até 2 meses e assá-las direto do freezer quando quiser.
Enquanto as almôndegas assam, continue com o molho: aperte porções da berinjela com as mãos para retirar o excesso de líquido. Aqueça um pouquinho de azeite em uma panela média em fogo médio e junte a berinjela, mexendo ocasionalmente e refogando até dourar, cerca de 10 minutos. Junte o alho e refogue até perfumar. Acrescente o molho de pimenta doce e o balsâmico, junte o tomate pelado e 3 colheres (sopa) de água. Tempere com sal e pimenta do reino, abaixe o fogo e cozinhe por 10-15 minutos, mexendo ocasionalmente, ou até o molho engrossar. Junte o manjericão e retire do fogo.
Junte as almôndegas e sirva imediatamente.
Rend.: 4 porções
sexta-feira, janeiro 16, 2015
Potinhos de São Clemente
Tento comer direitinho, de maneira saudável, na maioria dos meus dias, com um brownie ou cookie aqui e ali, e apesar de não parecer não como sobremesa todo dia, e quando o faço tento não chutar demais o balde. :)
Adoro possets, ou potinhos, como os chamo aqui no blog, pois amo sabores cítricos, mas não os faço sempre, pois eles não são exatamente leves: a sobremesa é simplesmente creme de leite aromatizado com alguma coisa (tô sabendo, gente). ;) Há, entretanto, ocasiões que pedem por algo especial e fácil de preparar, e estes são os dias em que um posset, ou potinho, é muito bem-vindo.
Vi a receita de hoje na revista do Jamie Oliver e foi a sobremesa da minha ceia de Ano Novo – fiz os potinhos em questão de minutos, eles são realmente bem práticos. Os copos e taças ficaram lá na geladeira, bem lindões, enquanto eu me atentava à parte salgada da ceia.
Adoro limões e laranjas, são deliciosos também juntos – inclusive em forma de bolo – e o potinho foi um final refrescante para um jantar comemorativo e delicioso em uma noite extremamente quente.
Potinhos de São Clemente
um nadinha adaptados da sempre excelente revista Jamie Oliver
- xícara medidora de 240ml
400ml de creme de leite fresco
1/3 xícara + 1 colher (sopa) - 80g – de açúcar cristal
raspas da casca de 1 limão siciliano
raspas da casca de 1 laranja
¼ xícara (60ml) de suco de limão siciliano
3 colheres (sopa) de suco de laranja
Coloque o creme
de leite, o açúcar e as raspas de cascas de frutas em uma panela e leve ao fogo médio-alto, mexendo para dissolver o açúcar. Quando começar a ferver, conte 3 minutos. Junte os sucos, deixe ferver novamente e cozinhe por mais 3 minutos.
Passe o creme por uma peneira e deixe esfriar levemente (para não rachar as tacinhas ou copos em que a sobremesa será servida). Divida o creme entre quatro taças ou copos e deixe chegar à temperatura ambiente. Leve à geladeira até firmar bem, 3 horas, ou de preferência, de um dia para o outro.
Rend.: 4 porções
segunda-feira, janeiro 12, 2015
Bolo de coco, limão e gengibre + o Globo de Ouro
Fiquei acordada até às duas da manhã assistindo ao Globo de Ouro, mas valeu a pena: alguns dos meus favoritos venceram (“The Affair”, Ruth Wilson, Kevin Spacey), alguns dos meus favoritos não venceram (Steve Carell, Rosamund Pike), mas no geral achei que os vencedores mereceram os prêmios (ao contrário de anos anteriores).
Só não entendi, entretanto, “Fargo” e Billy Bob levando os Globos para casa, pois eu tinha certeza de que seria impossível alguém ganhar de “True Detective” e de Matthew (não me interessei por “Fargo” ainda, por não gostar do filme).
Gosto de ver surpresas em premiações, mas na cozinha prefiro contar com o certo em vez do duvidoso – neste caso, o certo é a revista Good Food. Tudo que já fiz dela ficou ótimo, e este bolo não é exceção: o limão taiti e o gengibre dão um toque refrescante e o bolo é tão macio que ficou difícil de fatiar.
Ah, e para tornar tudo ainda melhor, a massa leva coco também – hum!
Bolo de coco, limão e gengibre
um tiquinho adaptado da sempre ótima revista Good Food
Bolo:
175g de açúcar cristal
raspas da casca de 3 limões Taiti
200g de manteiga sem sal, amolecida
3 ovos grandes
200g de farinha de trigo
1 colher (chá) de fermento em pó
1 colher (chá) cheia de gengibre em pó
1 pitada de sal
50g de coco ralado sem adição de açúcar
2 colheres (sopa) de gengibre cristalizado picadinho – pique, depois meça
2 colheres (sopa) de leite
suco de 1 ½ limões taiti
Calda:
suco de 1 ½ limões taiti
1 ½ colher (sopa)s de açúcar cristal
Preaqueça o forno a 180°C. Unte com manteiga uma forma de bolo inglês de 20x10cm, forre com papel manteiga e unte-o também.
Coloque o açúcar e as raspas de casca de limão na tigela da batedeira e esfregue com as pontas dos dedos até o açúcar ficar aromatizado. Junte a manteiga e bata até obter uma mistura clara e fofa. Junte os ovos, um a um, e bata bem a cada adição. Raspe as laterais da tigela ocasionalmente.
Peneire a farinha, o fermento, o gengibre em pó e o sal em uma tigela. Com uma espátula de silicone, incorpore-os à massa na tigela, junto com o coco e o gengibre picadinho. Junte o leite e o suco de limão e misture gentilmente. Despeje a massa na forma preparada e alise a superfície. Asse por 60-70 minutos ou ate que cresça e doure (faça o teste do palito). Deixe esfriando sobre uma gradinha por 10 minutos.
Com um palito de dentes, faça furinhos sobre todo o bolo. Em uma tigelinha, misture os ingredientes da calda e espalhe sobre o bolo quente, aos poucos, para que toda a calda seja absorvida. Deixe esfriar completamente na forma.
Rend.: 8 porções
sexta-feira, janeiro 09, 2015
Torta de ratatouille e centeio
Minha vontade de comer legumes e verduras continua a mil e fico procurando jeitos bacanas e interessantes de prepará-los, especialmente porque meu marido se bandeou para o lado verde da Força – adoro o fato de ele ter percebido que não precisa de tanta carne quanto achava que precisava e que comer mais verdinhos é bom pra ele (esqueçamos por um momento que ele demorou quarenta e seis anos para chegar a esta conclusão – antes tarde do que nunca, certo?) ;)
Adoro tortas, tanto doces quanto salgadas, por isso fiquei apaixonada por esta torta preparada pela Rita Lobo: tão colorida, tão linda! Decidi prepará-la, mas usando a massa de centeio que tanto adoro e deu muito certo – o sabor da massa combinou perfeitamente com os legumes assados.
A torta ficou uma delícia e super bonita – dizem que a gente come primeiro com olhos, não dizem? ;)
Torta de ratatouille e centeio
adaptada de dois livros lindos: Love, Bake, Nourish e Pitadas da Rita
Massa:
½ receita da massa de centeio
Recheio:
1 berinjela pequena
1 abobrinha pequena
¾ xícara de tomates cereja
1 alho-poró, somente a parte branca
1 pimentão amarelo pequeno
1 cebola
4 dentes de alho
sal e pimenta do reino moída na hora
3 colheres (sopa) de azeite extra-virgem
2 raminhos de alecrim
4 raminhos de tomilho
Corte a berinjela em fatias de 1cm (se ficarem muito largas, corte-as ao meio). Transfira para uma tigela com água e uma pitada de sal e reserve por 30 minutos.
Preaqueça o forno a 200°C.
Corte a abobrinha em fatias de 1cm (se ficarem muito largas, corte-as ao meio), corte os tomates cereja ao meio no sentido do comprimento, corte o alho-poró em fatias de 1cm também e o pimentão em quadrados. Descasque a cebola, corte ao meio e cada metade em quatro. Corte os dentes de alho ao meio no sentido do comprimento.
Escorra a berinjela, seque os pedacinhos levemente com papel toalha e distribua em uma assadeira grande. Regue com 2 colheres (sopa) de azeite e asse por 15 minutos. Junte os outros legumes à berinjela, regue com mais 1 colher (sopa) de azeite e tempere com sal e pimenta. Misture e volte ao forno por mais 30 minutos. Retire do forno e baixe a temperatura para 180°C.
Coloque a massa sobre um pedaço de papel manteiga e abra com o rolo até obter um círculo de aproximadamente 25cm. Transfira o papel com a massa para uma assadeira rasa.
Arrume os legumes no centro da massa, cubra com as ervas e, com cuidado, vá dobrando a massa sobre parte do recheio.
Pincele a massa da torta com o ovo batido. Asse por cerca de 30 minutos ou até que a torta doure bem. A torta é deliciosa tanto morna quanto em temperatura ambiente.
Rend.: 4 porções
quarta-feira, janeiro 07, 2015
Biscoitos de passas claras e uma pergunta
Final de ano, pelo menos aqui em SP, é época do famoso – ou infame – arroz com passas: conheço algumas pessoas que gostam, mas a maioria esmagadora detesta, incluindo meu marido e minha irmã – eles tem 46 e 21 anos, respectivamente, então dá pra dizer que o ódio pelo arroz com passas faz parte de diferentes gerações. :D
Quando era criança não era fã, não, confesso, pois não entendia o porquê de as pessoas colocarem algo doce em um prato salgado (os cravos e o abacaxi no tender também me intrigavam um bocado) e no fim eu achava que era um tremendo desperdício de algo tão gostoso como arroz. :)
Cresci e aprendi que doce e salgado juntos na comida são na verdade algo bacana, mas para ser honesta não me converti ao arroz com passas: há milhões de outras coisinhas maravilhosas para se colocar no arroz e prefiro as minhas passas em outro lugar, como em biscoitos – usei passas claras como a receita pedia, porém tenho certeza de que ficariam gostosos também com passas escuras.
Achei que deixar a massa no freezer em vez de na geladeira foi indispensável – ficou mais fácil fatiar a massa com as passas bem durinhas, congeladas.
Agora me contem: o que vocês acham de arroz com passas? ;)
Biscoitos de passas claras
de um dos meus livros mais queridos
- xícara medidora de 240ml
1 xícara (150g) de passas claras
¼ xícara (60ml) de rum escuro
½ xícara (113g) de manteiga sem sal, amolecida
½ xícara (70g) de açúcar de confeiteiro
1 ovo grande
1 pitada de sal
1 colher (chá) de extrato de baunilha
1 2/3 xícaras (235g) de farinha de trigo
açúcar cristal, para polvilhar os cilindros de massa
Em uma tigelinha, misture as passas e o rum. Reserve por pelo menos 1 hora.
Na tigela da batedeira, bata a manteiga e o açúcar de confeiteiro em velocidade médio-alta até obter um creme claro, cerca de 1 minuto. Junte o ovo, o sal e a baunilha e bata até incorporar (a massa vai parecer talhada, mas não tem problema). Raspe as laterais da tigela. Em velocidade baixa, junte a farinha e misture apenas até incorporar. Escorra as passas (descarte o rum) e incorpore-as à massa com uma espátula.
Divida a massa em duas partes iguais e coloque cada metade em um pedaço grande de papel manteiga; forme um cilindro de aproximadamente 3,5cm de diâmetro com a massa, fechando-a dentro do papel manteiga usando uma régua – como a Martha faz aqui. Feche as pontas e leve ao freezer até firmar bem.
Pré-aqueça o forno a 180°C; forre duas assadeiras grandes com papel manteiga. Desembrulhe um dos cilindros de massa (mantenha o outro no freezer). Role o cilindro de massa sobre o açúcar extra, até cobrir bem. Corte em fatias de 6mm e coloque-as nas assadeiras preparadas deixando um espaço de 2,5cm entre uma e outra. Asse por 15-20 minutos ou até que os biscoitos estejam firmes e uniformemente dourados na parte inferior. Deixe esfriar nas assadeiras sobre gradinhas por 5 minutos e então deslize o papel com os biscoitos para a gradinha e deixe esfriar completamente. Repita o processo com o outro cilindro de massa.
Rend.: cerca de 45 biscoitos
domingo, janeiro 04, 2015
Caponata - fácil e saborosa
Demorei séculos para fazer caponata em casa, talvez porque seja algo extremamente ligado à comida de minha avó, mas o marido pediu e decidi experimentar, especialmente depois de uma pesquisa em alguns dos meus livros e encontrar esta receita do Andrew Carmellini em um dos meus livros favoritos – é dele o melhor nhoque que já fiz e além disso comi no Lafayette e no Locanda Verde quando estive em NYC, por isso confio no cara. ;)
A caponata do Andrew é bem fácil de fazer e ficou bem saborosa, sem contar que fica ainda melhor depois de um ou dois dias na geladeira – adoro receitas preparadas com antecedência, por isso esta se tornou parte do meu repertório e espero que se torne parte do seu, também.
um tiquinho adaptada do delicioso Urban Italian: Simple Recipes and True Stories from a Life in Food
- xícara medidora de 240ml
1/3 xícara (80ml) de azeite de oliva extra-virgem
1 cebola roxa, picada grosseiramente
1 pimentão amarelo, picado grosseiramente
1 berinjela, picada grosseiramente
3 talos de salsão, picados grosseiramente
1 abobrinha, picada grosseiramente
½ colher (chá) de sal
¼ colher (chá) de pimenta do reino moída na hora
½ colher (chá) de pimenta calabresa
2 dentes de alho, em fatias bem fininhas
1 lata de 400g de tomates pelados picados
1 colher (sopa) de vinagre balsâmico
2 colheres (sopa) de folhas de tomilho fresco
3 colheres (sopa) de vinagre de vinho tinto – usei vinagre de xerez
Aqueça o azeite em uma panela grande em fogo alto. Junte a cebola, o pimentão e a berinjela. Quando os legumes estiverem levemente macios (cerca de 5 minutos), junte o salsão e a abobrinha. Tempere com metade do sal e da pimenta do reino. Misture e continue cozinhando.
Depois de dez minutos, junte a pimenta calabresa e o alho. Tampe, reduza o fogo para médio e cozinhe por 5 minutos. Junte os tomates, reduza para fogo baixo e cozinhe assim por 10 minutos, até os legumes amaciarem, mas sem desmanchar e os tomates incorporarem bem. Acrescente o vinagre balsâmico e cozinhe por 2 minutos.
Retire a panela do fogo, junte o tomilho e tempere com o restante do sal e da pimenta do reino (adicione mais sal de julgar necessário). Misture o vinagre.
A caponata pode ser guardada em um recipiente hermético na geladeira por 4-5 dias (eu achei mais saborosa no dia seguinte ao preparo).
Rend.: 8-10 porções
sexta-feira, janeiro 02, 2015
Bolo de creme batido, limão siciliano e papoula, ou como dar fim em creme de leite fresco de um jeito ótimo
Não sei como é em outros lugares, mas aqui onde moro um fenômeno acontece todo fim de ano, na época do Natal e do Ano Novo: creme de leite fresco entra em extinção e some das prateleiras dos supermercados. Como já fiquei sem o ingrediente em anos anteriores, hoje em dia faço um mini estoque antes da loucura toda e assim consigo fazer as sobremesas das ceias, além de sorvete.
Da última vez, entretanto, a ganância falou alto demais e acabei com um monte de creme de leite para usar – muito mesmo. Que vergonha. Fiz picolés, uma torta, e também uma sobremesa inglesa chamada posset, mas nada de o creme acabar – a cada vez que eu abria a geladeira parecia que havia mais creme de leite.
Correndo contra o relógio – infelizmente creme de leite fresco dura pouco – arrumei uma solução maravilhosa: o bolo de creme batido da Rose Levy, que eu já fizera uma vez e que ficara uma delícia, mas desta vez adicionei raspas de limão siciliano, limoncello e sementes de papoula para deixá-lo ainda mais interessante.
Antes que me perguntem, as sementes foram trazidas da viagem de férias – não sei onde encontrá-las aqui no Brasil.
Bolo de creme batido, limão siciliano e papoula
um tiquinho adaptado do ótimo Rose's Heavenly Cakes
- xícara medidora de 240ml
225g de farinha para bolos (caseira: 200g de farinha de trigo comum + 25g de amido de milho)
2 colheres (chá) de fermento em pó
¼ colher (chá) de sal
3 colheres (sopa) de sementes de papoula
1 xícara + 2 colheres (sopa) – 225g – de açúcar cristal
raspas da casca de 2 limões sicilianos
1 ½ xícaras de creme de leite fresco gelado
3 ovos grandes, temperatura ambiente
½ colher (chá) de extrato de baunilha
2 colheres (chá) de limoncello (opcional) – usei caseiro
açúcar de confeiteiro, para polvilhar
Preaqueça o forno a 190°C (180°C se usar uma forma com antiaderente escuro). Unte com manteiga e enfarinhe uma forma de furo central com capacidade para 10 xícaras de massa.
Em uma tigela média, misture com um batedor de arame a farinha, o fermento, o sal e as sementes de papoula. Em outra tigela, misture o açúcar e as raspas de limão com as pontas do dedo até o açúcar ficar aromatizado.
Na tigela da batedeira, bata o creme de leite em velocidade baixa, aumentando a velocidade aos poucos até que fiquei médio-alta e o creme comece a engrossar – bata até obter picos firmes. Em uma tigela média, misture com um batedor de arame os ovos, a baunilha e o limoncello. Com a batedeira em velocidade médio-alta, vá acrescentando a mistura de ovos e bata até engrossar (textura de maionese caseira) e incorporar bem. Junte o açúcar aos poucos, cerca de 30 segundos.
Em velocidade baixa, junte a mistura de ingredientes secos e bata até dissolver e combinar. Transfira a massa para a forma e alise a superfície. Asse até que cresça e doure, 25-35 minutos (faça o teste do palito). Deixe esfriar na forma sobre uma gradinha por 20 minutos. Desenforme com cuidado sobre a gradinha e deixe esfriar completamente. Polvilhe com açúcar de confeiteiro antes de servir.
Rend.: 8-10 porções