Quase todos os dias recebo emails de leitoras perguntando quais são os meus livros de receita preferidos – para cada um destes emails que respondo chega outro, o que acaba não sendo nada prático para mim. Por isso abaixo está a lista dos meus livros preferidos, os que mais adoro (em nenhuma ordem específica):
Este sorvete delicioso – quem acha que ando viciada em praliné está certo, como poderia não estar? – vem do livro de receitas que mais usei até agora: o livro que me vem à mente toda vez que penso em fazer alguma coisa doce – e isso, vamos ser honestos, acontece com certa freqüência. :D
Sorvete de praliné de macadâmia
do sempre lindo e delicioso Bon Appetit Desserts: The Cookbook for All Things Sweet and Wonderful
- xícara medidora de 240ml
Praliné:
2/3 xícara (94g) de macadâmias salgadas e tostadas, picadas grosseiramente
¼ colher (chá) de bicarbonato de sódio
1/3 xícara (67g) de açúcar granulado, de preferência orgânico
2 colheres (sopa) de água
2 colheres (sopa) - 28g - de manteiga sem sal
Sorvete:
1 ½ xícaras (360ml) de creme de leite fresco
1 ½ xícaras (360ml) de leite integral
1 pitada de sal
½ xícara (100g) de açúcar granulado, de preferência orgânico
6 gemas grandes, de preferência orgânicas
2 colheres (chá) de extrato de baunilha
Praliné: unte levemente com manteiga uma assadeira pequena. Em uma tigela pequena, misture a macadâmias e o bicarbonato de sódio. Reserve.
Em uma panela pequena, de fundo grosso, misture o açúcar, a água e a manteiga e leve ao fogo médio, mexendo até dissolver o açúcar e a manteiga derreter, cerca de 2 minutos. Aumente o fogo para médio-alto e deixe ferver, mexendo constantemente, até que a misture fique com cor de caramelo, cerca de 3 minutos. Junte as macadâmias, misture, e imediatamente despeje sobre a assadeira preparada, espalhando o máximo que conseguir. Deixe esfriar completamente e com o auxílio de uma faca afiada pique em pedacinhos pequenos.
Sorvete: coloque o creme de leite, o leite e o sal em uma panela grande, de fundo grosso. Leve ao fogo médio até começar a ferver. Em uma tigela média, bata as gemas e o açúcar com um batedor de arame até incorporar bem. Acrescente aos poucos o leite quente, mexendo constantemente. Retorne a mistura para a panela e leve ao fogo médio-baixo, mexendo sempre, até que o creme engrosse e cubra as costas de uma colher – não deixe ferver. Passe por uma peneira e junte a baunilha. Leve à geladeira até gelar bem, 3-4 horas.
Processe a mistura na sorveteira seguindo as instruções do fabricante. Adicione o praliné nos 5 minutos finais. Transfira para um recipiente hermético e leve ao freezer por pelo menos 4 horas antes de servir.
Rend.: 8-10 porções
sexta-feira, março 30, 2012
Sorvete de praliné de macadâmia + os meus livros de receita preferidos
quarta-feira, março 28, 2012
Sopa de tomates assados com pesto
Não fui ao cinema desde “A Invenção de Hugo Cabret” mas assisti a um filme fantástico em casa, “Onde os Fracos não Têm Vez”: para mim os irmãos Coen são um gosto adquirido – são como anchovas, de que em algum momento aprenderemos a amar; não gosto de “Fargo” mas adoro “O Homem que Não Estava Lá”, “E Aí, Meu Irmão, Cadê Você?” e “Bravura Indômita”, por isso resolvi que já passara da hora de assistir a “Onde os Fracos não Têm Vez” – o filme prova que uma ótima trama prende o espectador na cadeira (eu não sairia da sala por nada nesse mundo!) e que a boa e velha fórmula bom roteiro, diretor e elenco ainda é imbatível. É o segundo filme maravilhoso que vejo baseado nos livros de Cormac McCarthy’s books – o outro foi “A Estrada”; talvez seja hora de ler um pouco de seu trabalho, também.
***
A maioria das pessoas que conheço adora dias de verão mas para mim dias de 30°C (ou mais) são terríveis – é difícil dormir, fazer ginástica é ainda pior, me sinto molenga e cansada. Por isso espero que as temperaturas de outono cheguem logo por aqui e até fiz uma sopinha para comemorar a chegada da nova estação, ao mesmo tempo em que aproveitei os últimos tomates (ainda quero fazer uma tarte tatin com eles). Apesar de não aparecer na foto, servi a sopa com o irresistível queijo quente da Barbara Lynch – quem já experimentou sabe do que estou falando. :)
Sopa de tomates assados com pesto
adaptada de dois livros deliciosos: Fresh from the Market e From Season to Season (o meu foi comprado aqui)
700g de tomates italianos maduros (cerca de 6 tomates grandes)
2-3 colheres (chá) de azeite de oliva extra-virgem
sal e pimenta do reino moída na hora
5-6 galhinhos de tomilho fresco
1 colher (sopa) de azeite de oliva
½ cebola grande, bem picadinha
1 dente de alho graúdo, bem picadinho
1-2 colheres (sopa) de pesto
Pré-aqueça o forno a 200°C. Forre uma assadeira com papel alumínio (uma assadeira em que caibam todos os tomates).
Corte os tomates ao meio no sentido do comprimento e coloque-os na assadeira com o lado cortado para cima. Regue com o azeite extra-virgem e salpique com o sal, a pimenta e o tomilho. Asse por 45-50 minutos ou até que os tomates estejam macios. Deixe esfriar até que consiga manipulá-los.
Em uma panela média, aqueça o azeite em fogo médio-alto. Junte a cebola e refogue até que fique transparente. Acrescente o alho e refogue até perfumar. Enquanto isso, usando uma colher, remova as sementes dos tomates. Pique-os grosseiramente e acrescente-os à panela, junto com o açúcar. Cozinhe, misturando ocasionalmente, até que os tomates aqueçam e fiquem ainda mais macios. Tempere com sal e pimenta. Transfira a mistura para um liquidificador e bata até obter um creme homogêneo (sem tampar totalmente ou o copo pode estourar), acrescentando um pouquinho de água se necessário. Divida a sopa em tigelas e cubra com um pouquinho de pesto. Sirva.
Rend.: 2 porções
segunda-feira, março 26, 2012
Bolo chiffon de tangerina e sementes de papoula
Há até alguns finais de semana os únicos bolos chiffon que eu havia preparado eram bolos de camada: deliciosos, foram perfeitos para a comemoração de aniversários; entretanto, eu queria fazer um daqueles bolos chiffon altíssimos e elegantes (assados em formas de furo central) que vira em alguns livros de receita e blogs. Escolhi esta receita porque adoro tangerina e a idéia de um bolo perfumado por elas me pareceu bem refrescante, algo de que aquele sábado quente precisava. O bolo deu certo – um palavrãozinho aqui e outro acolá na hora de desenformá-lo, mas nada grave – e prová-lo me fez pensar que estava mordendo uma nuvem (não que eu tenha mordido nuvens alguma vez na vida, vocês entenderam) mas infelizmente o sabor de tangerina ficou bem suave, beirando o imperceptível - talvez porque não usei o óleo de tangerina, não sei. Por isso, tenho uma sugestão para vocês: façam o bolo usando limões tahiti ou sicilianos no lugar das tangerinas e exagerem nas raspinhas da casca – juro que não estou sendo parcial (desta vez, pelo menos). :D
Bolo chiffon de tangerina e sementes de papoula
do ótimo The Art and Soul of Baking
- xícara medidora de 240ml
Bolo:
1¾ xícaras (210g) de farinha para bolo*
1 xícara menos 2 colheres (sopa) - 176g - de açúcar granulado
¼ xícara (50g) de açúcar granulado, extra
1½ colheres (chá) de fermento em pó
¼ colher (chá) de sal
½ xícara de sementes de papoula (opcional)
¼ xícara + 2 colheres (sopa) de óleo vegetal de sabor neutro – usei de canola
6 ovos grandes, claras e gemas separadas
raspas da casca de 2 tangerinas grandes
½ xícara (120ml) de suco de tangerina peneirado
1½ colheres (chá) de extrato de baunilha
¼ colher (chá) de óleo de tangerina**
¾ colher (chá) de cremor tártaro
Cobertura:
1 ½ xícaras (210g) de açúcar de confeiteiro
1½ -2 colheres (sopa) de suco de tangerina peneirado
1/8 colher (chá) de óleo de tangerina
Pré-aqueça o forno a 165°C. Você vai usar uma forma de furo central de 25cm de diâmetro, de preferência com fundo removível, sem untar (uma vez fiz um bolo de claras usando uma forma de furo central comum – fundo fixo – e funcionou, eu apenas forrei o fundo da forma com um círculo de papel manteiga).
Bolo: em uma tigela grande, peneire a farinha para bolo, os 176g de açúcar granulado, o fermento e o sal. Junte as sementes de papoula (se for usar) e misture. Faça um buraco no centro dos ingredientes e despeje aí o óleo vegetal, as gemas, as raspas, o suco e o óleo de tangerina. Misture vigorosamente com um batedor de arame até conseguir uma massa homogênea. Reserve.
Na tigela grande da batedeira, usando o batedor de arame – tanto a tigela quando o(s) batedor(es) têm de estar bem limpos e secos – bata as claras até que comecem a espumar. Junte o cremor tártaro e bata em velocidade médio-alta até que picos suaves se formem. Com a batedeira na velocidade média, gradualmente adicione o ¼ xícara (50g) restante de açúcar granulado, e bata até que as claras formem picos firmes – para checar se a consistência das claras está correta, retire uma colherada da mistura e verifique se a porção restante na tigela manteve o formato.
Coloque um pouco das claras na tigela com a massa e misture levemente com uma espátula – isso vai tornar a massa mais leve. Junte o restante das claras e misture gentilmente até que não haja mais traço visível das claras. Transfira a massa para a forma e alise a superfície. Asse por 50-60 minutos ou até que o bolo cresça, doure e a superfície esteja firme ao toque (faça o teste do palito). Imediatamente inverta a forma usando os pés dela (caso seja uma forma para angel food cake) ou encaixe-a em uma garrafa***. Deixe esfriar completamente, por pelo menos 2 horas.
Inverta a forma novamente e, com uma faca ou espátula flexível e fina solte as laterais do bolo da forma, pressionando bem a espátula contra as paredes da forma para evitar danificar o bolo. Solte o bolo também das laterais do tubo central e do fundo da forma. Coloque um prato sobre a forma e inverta o bolo, removendo-o da forma, e em seguida inverta-o novamente em outro prato.
Cobertura: peneire o açúcar de confeiteiro em uma tigela média. Acrescente o suco e o óleo de tangerina misturando até obter a consistência desejada. Despeje sobre o bolo já frio.
O bolo pode ser mantido em temperatura ambiente, coberto com filme plástico ou sob uma tampa de vidro por vários dias. Depois de fatiar o bolo, pressione um pedaço de filme plástico no pedaço cortado para evitar que resseque.
* farinha para bolo caseira: para preparar 1 xícara de farinha para bolo retire 2 colheres (sopa) de 1 xícara (140g) de farinha de trigo comum e adicione 2 colheres (sopa) de amido de milho
** não usei óleo de tangerina (nunca vi para comprar aqui no Brasil) e talvez por isso o sabor de tangerina no bolo e na cobertura tenha ficado suave demais
** como não encontrei nenhuma garrafa que encaixasse direitinho no tubo da minha forma inverti o bolo sobre uma gradinha e deixei esfriar assim
Rend.: 10-12 porções
sexta-feira, março 23, 2012
Barrinhas de coco + o inesquecível "Hugo"
Não tenho filhos, mas imagino que se tivesse adoraria cozinhar e preparar coisinhas gostosas para eles; já faço isso agora para as pessoas de quem gosto – acho que é um jeito de expressar meus sentimentos. Talvez as pessoas gostem de fazer coisas que amam para as pessoas que amam. E por que estou lhes dizendo tudo isso? Bem, porque foi nisso que pensei há algumas noites, ao sair do cinema depois de assistir ao fantástico “A Invenção de Hugo Cabret” – sinto que o filme foi uma maneira de Scorsese expressar seu amor por sua filha: fazer o que faz de melhor, o que ama fazer para quem ama. Algumas pessoas dizem “eu te amo/gosto de você”, algumas assam bolos e outras fazem filmes. :)
Ao me sentar e começar a comer minha pipoca notei que várias crianças entravam no cinema e se acomodavam, esperando pelo início do filme, assim como eu – isso não é algo que vejo com freqüência (por causa das minhas escolhas cinematográficas). Quinze minutos de filme e pensei com meus botões: “que crianças de sorte”, porque quando criança não tive a oportunidade de ver algo tão lindo, tão perfeitamente feito – na verdade, para ser honesta, mesmo depois de adulta vi pouquíssimos filmes com a beleza de “Hugo”. Fiquei fascinada com as imagens, as cores, os sons – eu estava em Paris. Asa Butterfly e seus olhos azulíssimos (que me lembram os de Elijah Wood) conquistaram o meu coração completamente – o menino me fez chorar como um bebê e no final do filme eu queria levá-lo para casa comigo. Sei que Scorsese é um gênio e tem a habilidade de melhorar qualquer performance, mas nunca imaginei que ele dirigisse crianças tão bem. Por outro lado, para cada lágrima derramada houve dezenas de risadas com Sacha Baron Cohen – engraçado e adorável, ele estava delicioso de assistir (em alguns momentos me lembrou “Os Trapalhões” em sua época de ouro) e isso, para mim, é o toque de Scorsese novamente (quem assistiu às performances anteriores de Cohen talvez concorde comigo).
Eu queria poder lhes falar mais sobre “Hugo” mas amei tanto o filme e ele me emocionou de um jeito que fiquei meio sem palavras – esta moça de 33 anos não vai esquecer o “filme de criança” de Martin Scorsese. Nunca.
Barrinhas de coco
um tiquinho adaptadas do fantástico The Good Cookie
- xícara medidora de 240ml
Base:
1 1/3 xícaras (186g) de farinha de trigo
1/3 xícara (67g) de açúcar cristal, de preferência orgânico
¼ colher (chá) de sal
½ xícara (113g) de manteiga sem sal, gelada e em cubinhos de aproximadamente 1cm
1 gema grande
2 colheres (chá) de água gelada
¾ colher (chá) de extrato de baunilha
Recheio:
2 ovos grandes
1 gema grande
¾ xícara (150g) de açúcar cristal
1 xícara (240ml) de leite de coco
1 colher (chá) de extrato de baunilha
2 colheres (sopa) de rum escuro
1 colher (sopa) de farinha de trigo
1 pitada de sal
1 xícara (100g) de coco em flocos adoçados
Prepare a base: pré-aqueça o forno a 180°C. Unte com manteiga uma forma quadrada de 22-23cm*.
Coloque a farinha, o açúcar e o sal no processador de alimentos e pulse até misturar. Espalhe os cuinhos de manteiga sobre a farinha e processe novamente até que a mistura pareça uma farofa grossa. Em uma tigelinha, misture bem com um garfo a gema, a água e a baunilha. Com o processador ligado, despeje esta mistura e processe apenas até que uma massa comece a se formar, com grumos grandes. Transfira a massa para a forma preparada e pressione com os dedos, cobrindo todo o fundo da forma. Asse até dourar, 20-25 minutos. Deixe esfriar completamente sobre uma gradinha. Mantenha o forno ligado.
Em uma tigela média, misture os ovos, a gema, e o açúcar com um batedor de arma até incorporar bem. Aos poucos, junte o leite de coco, misturando. Junte a baunilha, o rum, a farinha e o sal e incorpore-os.
Salpique o coco em flocos em toda a superfície da base. Despeje o recheio, passando-o por uma peneira, sobre o coco em flocos, cobrindo toda a base. Asse por 25-30 minutos ou até que o recheio firme e as beiradas dourem. Deixe esfriar completamente na forma sobre uma gradinha. Com o auxílio de uma faca afiada, corte em barrinhas.
* fiz exatamente a receita acima usando uma forma quadrada de 20cm; como a forma tem fundo removível, ficou fácil remover e cortar as barrinhas
Rend.: 12 unidades
quarta-feira, março 21, 2012
Pãezinhos de canela e cardamomo
Geralmente sinto vontade de fazer pão quando não há tempo suficiente para isso – vai entender. E desta vez, para complicar ainda mais as coisas eu queria fazer um tipo bem específico de pão: tinha de ser bonito (sou um ser complicado, admito). Vi uma receita fantástica com banana em um dos meus atuais favoritos, porém não daria tempo de descongelar as bananas que estavam no freezer. Foi quando me lembrei dos pãezinhos lindos da Tessa Kiros, e para melhorar tudo eles ainda eram recheados com uma combinação de manteiga, canela e açúcar, também conhecido como “combo irresistível”. :)
Os pãezinhos não ficaram bonitos? E posso lhes garantir que não são difíceis de moldar.
Pãezinhos de canela e cardamomo
um nadinha adaptado do lindíssimo Falling Cloudberries: A World of Family Recipes
- xícara medidora de 240ml
Massa:
1 xícara (240ml) de leite integral morno
½ xícara (100g) de açúcar cristal, de preferência orgânico
10g de fermento biológico seco
1 ovo, de preferência orgânico, ligeiramente batido com um garfo
½ xícara + 1 colher (sopa) - 127g - de manteiga sem sal, amolecida
1 ½ colheres (chá) de cardamomo em pó
½ colher (chá) de sal
5 xícaras (700g) de farinha de trigo comum, mais se necessário
Manteiga de canela:
2 colheres (chá) de canela em pó
¼ xícara (50g) de açúcar cristal, de preferência orgânico + 1 colher (sopa) para polvilhar
5 ½ colheres (sopa) - 77g - de manteiga sem sal, bem molinha
1 ovo, ligeiramente batido com um garfo, para pincelar
Coloque o leite, o açúcar e o fermento na tigela grande da batedeira planetária e misture com um garfo. Reserve por 5-7 minutos até que o fermento borbulhe. Junte o ovo, a manteiga, o cardamomo e o sal e misture em velocidade baixa, usando o batedor em formato de gancho. Aos poucos, adicione a farinha, misturando. Continue misturando por mais 5-7 minutos ou até que a massa fique homogênea e elástica – você pode sovar manualmente se preferir. Transfira a massa para uma tigela grande, levemente pincelada com óleo ou manteiga, e cubra com filme plástico e com um pano de prato limpo e seco. Deixe crescer em um lugar livre de correntes de ar por cerca de 2 horas ou até a massa dobrar de volume.
Prepare a manteiga de canela: em uma tigelinha, misture a canela e o açúcar. Divida a manteiga em quatro partes iguais e reserve.
Coloque a massa em uma superfície levemente enfarinhada e divida em quatro porções iguais. Comece com uma porção (deixando as porções restantes cobertas com o pano de prato para que não ressequem): abra a porção de massa em um retângulo de aproximadamente 30x25cm e 3mm de espessura. Espalhe de maneira uniforme a manteiga por toda a superfície da massa e então polvilhe com o açúcar e canela. Enrole a massa pelo lado mais largo como se fosse um rocambole. Repita o procedimento com as partes de massa restantes.
Forre duas assadeiras grandes com papel manteiga.
Coloque os rolos de massa de frente para você. Corte-os na diagonal, intercalando o sentido dos cortes, fazendo com que cada porção de massa pareça um “V” em que a base tenha cerca de 5cm e a ponta tenha 2cm. Vire todas as porções de massa de modo que a base do “V” esteja virada para você. Com os dedos, pressione o centro de cada pãozinho até quase furar a massa – você vai perceber que as laterais vão sobressair um pouco. Coloque os pãezinhos nas assadeiras preparadas deixando 5cm entre um e outro. Pincele com o ovo batido e salpique com o açúcar extra. Deixe crescer novamente por 30 minutos – enquanto isso, pré-aqueça o forno a 180°C.
Asse os pãezinhos por 20-25 minutos ou até que eles dourem – verifique se estão dourados também na parte inferior. Sirva quentes, mornos ou em temperatura ambiente. Depois de frios, guarde em um recipiente hermético para evitar que ressequem.
Rend.: cerca de 35 unidades – fiz metade da receita acima e consegui 15
segunda-feira, março 19, 2012
Biscotti de aveia
E a saga do biscotti continua: estes, cheios de aveia, pecãs e damascos secos têm um jeitão saudável e são muito gostosos. Outros bons detalhes: eles duram um mês (não que eu ache que durarão tudo isso, mas...), são firmes o suficiente para serem levados de lá pra cá e podem se tornar uma opção saborosa de lanchinho entre as refeições, mas... Por mais que eu odeie admitir, acho que será difícil encontrar biscotti que superem os de pecã caramelada e laranja. De qualquer forma, não me importo em continuar testando novas receitas para descobrir isso. :D
Biscotti de aveia
do fantástico The Craft of Baking: Cakes, Cookies, and Other Sweets with Ideas for Inventing Your Own
- xícara medidora de 240ml
¾ xícara (82g) de pecãs, levemente tostadas, frias e picadas grosseiramente
1 xícara (115g) de aveia em flocos
1 ¾ xícaras (245g) de farinha de trigo
¾ xícara (131g) de açúcar mascavo claro - aperte-o na xícara na hora de medir
1 colher (chá) de fermento em pó
½ colher (chá) de bicarbonato de sódio
½ colher (chá) de canela em pó
¼ colher (chá) de sal
2 ovos grandes, de preferência orgânicos
¼ xícara (60ml) de melado de cana
2 colheres (sopa) de óleo de canola
¾ colher (chá) de extrato de baunilha
¾ xícara de damascos secos, picados (meça-os inteiros, depois pique)
Pré-aqueça o forno a 180°C. Forre uma assadeira grande, de beiradas baias, com papel manteiga.
Coloque ½ xícara da aveia no processador de alimentos e processe até obter uma farinha. Transfira para a tigela grande da batedeira e junte o restante da aveia, a farinha de trigo, o açúcar mascavo, o fermento em pó, o bicarbonato de sódio, a canela e o sal.
Em uma tigelinha à parte misture bem os ovos, o melado, o óleo e a baunilha. Com o batedor em formato de pá e a batedeira em velocidade baixa junte os ingredientes líquidos aos secos, raspando as laterais da tigela conforme necessário. Junte as pecãs e o damasco – a massa é bem firme.
Transfira a massa para uma superfície levemente enfarinhada e divida em duas partes iguais. Molde cada metade em um cilindro de 40x5cm e transfira-os para a assadeira preparada, deixando 7cm de distância entre um e outro. Asse até que os cilindros dourem e firmem, cerca de 30 minutos. Transfira os cilindros, ainda no papel manteiga, para uma gradinha e deixe esfriar por 10 minutos. Reduza a temperatura do forno para 150°C. Forre duas assadeiras grandes com papel manteiga.
Com o auxílio de uma faca serrilhada, corte os cilindros na diagonal em fatias de 8mm de espessura. Coloque-as nas assadeiras preparadas deixando 2,5cm de distância entre uma e outra e asse por cerca de 40 minutos ou até que os biscotti estejam secos e firmes ao toque. Deixe esfriar completamente nas assadeiras obre uma gradinha.
Os biscotti podem ser guardados em um recipiente hermético em temperatura ambiente por até 1 mês.
Rend.: cerca de 3 dúzias
sábado, março 17, 2012
Granola de manteiga de amendoim + Woody Allen e Larry David
Há algumas noites eu estava no meu sofá assistindo a “House” e ficando horrorizada com uma criança quase do meu tamanho usando fralda naquele episódio quando o lembrete para "Tudo Pode Dar Certo" piscou na tela da TV; depois de ver o filme agradeci ao Universo por juntar Woody Allen e Larry David – o texto espirituoso, perfeitamente posto em prática pelo fantástico David e por uma talentosa e afiada Evan Rachel Woods, com a adição da divina, engraçada e lindíssima Patricia Clarkson me fez rir tanto que fiquei com medo de os meus vizinhos acharem que sou louca. :)
Há centenas de falas ótimas no filme todo – algumas estão aqui – e uma delas é absolutamente real: “A raça humana. Privadas automáticas tiveram de ser instaladas em banheiros públicos porque não dá pra confiar nas pessoas nem pra dar a descarga.” – sempre me espanto (de uma maneira bem ruim) com o fato de que o homem já pisou até na lua mas as pessoas parecem incapazes de dar uma simples descarga. Vai entender. :D
Esta fã ardorosa de “Poderosa Afrodite” amou o filme e tenho certeza de que aqueles que gostam do senso de humor de Allen irão amar também – vejam e depois me contem o que acharam. Posso pedir mais uma coisinha? Façam esta granola – é a granola mais gostosa que comi na vida e o desafio foi não comê-la toda assim que saiu do forno. :D
A receita vem de um site que adoro e cujo livro estou doida pra comprar.
Granola de manteiga de amendoim
um tiquinho de nada adaptada do sempre maravilhoso Food52
- xícara medidora de 240ml
250g de aveia em flocos
1 colher (chá) de canela em pó
¼ colher (chá) de sal
½ xícara de manteiga de amendoim do tipo “crunchy”
¼ xícara de óleo de canola
¼ xícara (44g) de açúcar mascavo claro – aperte-o na xícara na hora de medir
¼ xícara de mel
2 colheres (chá) de extrato de baunilha
1 xícara (110g) de cranberries secas ou outra fruta seca da sua preferência (opcional)
Pré-aqueça o forno a 165°C.
Em uma tigela grande, misture a aveia, a canela e o sal.
Em uma tigelinha, misture a manteiga de amendoim, o óleo, o açúcar mascavo, o mel e a baunilha até homogeneizar. Despeje sobre a aveia e misture bem até cobrir todos os flocos com a mistura.
Espalhe a mistura em uma assadeira grande (22x32cm, usei uma ligeiramente maior). Asse por 30-45 minutos, misturando levemente a cada 15, até que a granola esteja tostada. Retire do forno e deixe esfriar completamente na assadeira sobra uma gradinha.
Junte as cranberries e guarde em um pote hermético em um lugar fresco por até 1 mês.
Rend.: 8-10 porções
quinta-feira, março 15, 2012
Salmão com molho asiático + um novo favorito na TV
João estava vendo TV outro dia e descobriu, totalmente sem querer, “One Man and His Campervan”: ele me apressou até a sala e eu me apaixonei pelo programa na mesma hora – além de visitar lugares lindíssimos, Martin Dorey também prepara receitas deliciosas em um espaço minúsculo, com pouquíssimos utensílios (eu gostaria que as pessoas que me dizem que não cozinham porque têm uma cozinha muito pequena assistissem ao programa, também). :)
Depois de ver alguns episódios coloquei o livro dele na minha lista de desejos – vamos ver quanto tempo será até eu comprá-lo (todos sabem que tenho zero auto-controle quando o assunto é livros de receita). :)
De um recente favorito da TV para a eterna #1: Nigella. Este salmão é tão rápido e fica tão gostoso que tenho certeza de que vocês ficarão viciados na receita como eu fiquei. Prepare o arroz bem antes de começar com o peixe porque serão menos de 10 minutos para levá-lo da geladeira à mesa.
Salmão com molho asiático
um nadinha adaptado do fantástico Nigella Kitchen: Recipes from the Heart of the Home
- xícara medidora de 240ml
2 dentes de alho, descascados e amassados
2 pimentas, vermelhas ou verdes, sementes removidas, picadinhas
2 colheres (sopa) de gengibre fresco ralado
2 cebolinhas, somente a parte branca, em fatias bem finas
¼ xícara (60ml) de molho de peixe
2 colheres (sopa) de saquê
2 colheres (sopa) de mirin
2 colheres (sopa) de suco de limão
2 colheres (sopa) de água
1 filé de salmão, sem pele, de aproximadamente 600g
Prepare o molho: em uma tigela, misture bem o alho, a pimenta, o gengibre, a cebolinha, o molho de peixe, o mirin, o suco de limão e a água.
Aqueça uma frigideira ou chapa em fogo médio e sele o salmão nela por 4-5 minutos de um lado e 1-2 minutos do outro – o peixe deve ficar opaco e cozido no centro. Retire do fogo e transfira para um prato. Desfaça o peixe em lascas e regue com um pouco do molho.
Sirva imediatamente, com o molho restante à parte.
Rend.: 4 porções
segunda-feira, março 12, 2012
Bolo de canela com mesclado de macadâmia e especiarias + "Direito de Amar"
Continuando com a minha meta “filmística” para 2012 assisti a “Direito de Amar” ontem à noite (que título horroroso, hein, minha gente?) e foi uma surpresa: eu já esperava algo bom - Colin Firth e Julianne Moore dificilmente erram – mas o filme é tão espetacular visualmente que me deu vontade de mandar um email pro Tom Ford pedindo-lhe para fazer outro filme logo.
*spoilers*
Adorei a forma como Tom Ford trabalha com as cores: uma amiga minha disse ter achado “óbvio” mas eu discordo – acho que marca os moods do filme de uma maneira bem interessante. A trilha sonora é igualmente ótima – especialmente no comecinho, com takes tão bonitos embaixo d’água – e apesar de não ter me impressionado como as trilhas de “Tron: O Legado” e “Drive” achei que serviu perfeitamente ao filme. Que alegria ver um ator jovem como Nicholas Hoult encarando mais um papel ousado – dezenas de outros de sua idade teriam medo de percorrer esse caminho, e ele o faz brilhantemente. Julianne Moore tem pouco tempo na tela, o que é uma pena, já que é uma atriz fantástica e ficou lindíssima com o visual dos anos 60 (sendo branquela e sardenta como ela cobicei muito sua cor de cabelo). :) E Firth... Perfeita seria o único adjetivo capaz de descrever sua performance. Toda a dor mostrada em cada músculo de seu rosto (o que me lembrou Natalie Portman em “Cisne Negro” e o quanto ela consegue mostrar apenas com seu rosto, com o movimento de suas sobrancelhas). Acho que o assombro é maior quando pensamos em Firth em filmes como “Bridget Jones” e “Simplesmente Amor” – como ele vai de cômico/tolo para um personagem tão profundo. Fiquei espantada, num ótimo sentido, ao final do filme e acredito que os Oscars foram entregues na ordem reversa: Firth deveria ter levado o prêmio em 2010 por “Direito de Amar” e Jeff Bridges deveria ter ficado com a estatueta em 2011 por “Bravura Indômita”.
***
Quando o assunto é pound cakes ninguém ganha de Flo Braker e Lisa Yockelson – a maravilhosa receita abaixo vem do sempre delicioso "Baking by Flavor" de Yockelson e se vocês não tiverem macadâmias em casa não deixem que isso os impeça de preparar o bolo: acho que nozes, pecãs e até mesmo amendoins seriam ótimos substitutos neste caso.
Bolo de canela com mesclado de macadâmia e especiarias
do sempre delicioso e fantástico Baking by Flavor
- xícara medidora de 240ml
Mesclado de macadâmia:
¾ xícara (105g) de macadâmias, picadinhas
2 colheres (sopa) de açúcar cristal, de preferência orgânico
1 colher (chá) de canela em pó
½ colher (chá) de noz-moscada ralada na hora
¼ colher (chá) de pimenta-da-jamaica
Bolo:
3 xícaras (420g) de farinha de trigo
1 ½ colheres (chá) de fermento em pó
1 colher (chá) de bicarbonato de sódio
¾ colher (chá) de sal
1 colher (chá) de canela em pó
1 colher (chá) de noz-moscada ralada na hora
1 colher (chá) de pimenta-da-jamaica
1/8 colher (chá) de cravo em pó
1 xícara (226g) de manteiga sem sal, amolecida
1 ½ xícaras (300g) de açúcar cristal, de preferência orgânico
½ xícara (88g) de açúcar mascavo claro – aperte-o na xícara na hora de medir
4 ovos grandes, de preferência orgânicos
2 colheres (chá) de extrato de baunilha
1 ½ xícaras de creme azedo (sour cream)*
açúcar de confeiteiro, para polvilhar
Pré-aqueça o forno a 180°C. Unte com manteiga uma forma de furo central de 25cm de diâmetro e forre o fundo com um círculo de papel manteiga. Unte o papel com manteiga e polvilhe tudo com farinha de trigo.
Em uma tigelinha, misture as macadâmias, o açúcar granulado, a canela, a noz-moscada e a pimenta-da-jamaica. Reserve.
Prepare a massa do bolo: em uma tigela média peneire a farinha, o fermento, o bicarbonato, o sal, a canela, a noz-moscada, a pimenta-da-jamaica e o cravo. Reserve.
Na tigela grande da batedeira, usando o batedor em formato de pá, bata a manteiga em velocidade média por 2-3 minutos. Junte o açúcar em duas adições, batendo bem a cada uma delas, e depois continue batendo até obter uma mistura clara e fofa. Junte os ovos, um a um, batendo por 1 minuto a cada adição. Acrescente a baunilha.
Em velocidade baixa, acrescente os ingredientes secos em três adições alternando com o creme azedo em duas adições (comece e termine com os ingredientes secos). Raspe as laterais da tigela com uma espátula ocasionalmente.
Espalhe cerca de 1/3 da massa na forma preparada. Salpique metade da mistura de macadâmia sobre a massa. Cubra com metade da massa de bolo restante, seguida do restante da mistura de macadâmia. Cubra com a massa de bolo restante. Com uma faquinha sem ponta ou espátula fina, misture as camadas levemente, criando um efeito marmorizado (não raspe o fundo e as laterais da forma nem do tubo). Alise a superfície e asse por 1 hora/1 hora e 10 minutos ou até que o bolo cresça e doure (faça o teste do palito). Deixe esfriar na forma sobre uma gradinha por 15 minutos e então, com cuidado, desenforme, invertendo o bolo. Retire o disco de papel e reinverta o bolo em outra gradinha. Deixe esfriar completamente e polvilhe com açúcar de confeiteiro antes de servir.
* creme azedo (sour cream) caseiro: para preparar 1 xícara de creme azedo, misture 1 xícara (240ml) de creme de leite fresco com 2-3 colheres (chá) de suco de limão ou limão siciliano em uma tigela. Vá mexendo até que comece a engrossar. Cubra com filme plástico e deixe em temperatura ambiente por 1 hora ou até que engrosse um pouco mais (geralmente faço o meu na noite anterior e deixo sobre a pia – com exceção de noites extremamente quentes – coberto com filme plástico; na manhã seguinte o creme fica bem cremoso – leve à geladeira para ficar mais espesso ainda)
Rend.: 20 porções
sexta-feira, março 09, 2012
Brownies com praliné de pecã + "Drive", um dos melhores filmes que vi em toda a minha vida
Assisti ao trailer de “Drive” muitos e muitos meses atrás e depois disso não consegui esquecer o filme: havia nele uma aura parecida com alguns dos clássicos dos anos 1970 que amo profundamente – “Operação França”, “Taxi Driver” e “O Poderoso Chefão” me vieram à mente na mesma hora – enquanto que as letras cor-de-rosa neon e a música me passavam uma coisa meio anos 1980. Tinha um bom pressentimento sobre o filme e o prêmio recebido em Cannes me deixou ainda mais curiosa. Por meses esperei, pacientemente, até a noite retrasada, quando fui premiada com 100 minutos de pura obra-prima.
*spoilers*
Segundos após o filme começar meu queixo já estava caído com o quão perfeitamente os primeiros acordes da música se encaixavam à cena e poucos minutos depois eu já estava prendendo a respiração sem sequer ter notado – quantos filmes fazem com que nos sintamos assim logo nos momentos iniciais? Quando Ryan Gosling apareceu em seu carro pela primeira vez, com a canção poderosa ao fundo e a cidade à noite sendo vista de cima eu soube, tive certeza de que o que me aguardava era algo extremamente especial (a trilha sonora é tão fantástica que não consegui parar de ouvi-la até agora). Quando o filme acabou eu estava com os olhos marejados, estupefata e encantada com algo tão lindo e tão perfeito e desejei, do fundo do coração, que mais filmes como “Drive” aparecessem no meu caminho no futuro, pois me fez sentir exatamente como Friedkin, Coppola e Scorsese fizeram na minha adolescência. Havia esperado por tanto tempo ser surpreendida de um jeito bom assim que saí do cinema em estado de graça.
Como uma história tão violenta pode ser contada de um jeito tão poético? Para mim é impossível não reverenciar esse tipo de cinema hoje em dia porque é muito raro. A cena em que o personagem de Gosling carrega Benicio no colo e é visto pelas costas pela mãe do menino é de uma beleza ímpar e fez o meu coração parar. Refn realmente sabe como mover a câmera e nos brinda com centenas de enquadramentos interessantes durante todo o filme (como o carro capotando ao fundo e Christina Hendricks à frente).
O elenco é incrível e Albert Brooks deveria ter sido incluído nas indicações ao Oscar deste ano – acho que ele está fabuloso como Bernie e seu personagem e o motorista têm o melhor diálogo do filme (“minhas mãos estão meio sujas / as minhas também”). Ron Pearlman e Bryan Cranston – como não amar? E, para finalizar, Gosling: quem assistiu a “Tudo pelo Poder” sabe a profundidade que seu olhar possui – ele derrama toneladas de emoção sem sequer abrir a boca. “Drive” está aqui para provar que este jovem ator é realmente talentoso – quantos atores bonitos com todos os meios para se tornarem galãs e ganharem rios de dinheiro com comédias românticas encarariam um papel como este? Ou este? Poucos. Um ator ousado como Gosling era exatamente do que “Drive” precisava. Ele é o filme e me parece ter se colocado inteiramente nas mãos do diretor, com um sentimento de completa confiança – o que me lembra Viggo e a cena da sauna em “Senhores do Crime”: apenas um ator que confia plenamente em seu diretor pode ter uma performance como aquela em uma cena difícil como aquela; creio que este é o tipo de relacionamento que “Drive” iniciou entre Gosling e Refn e depois de ler que os dois estão fazendo outro filme juntos tudo o que posso dizer é “amém”.
***
Antes que eu me esqueça: façam esses brownies – eles são absurdamente deliciosos.
Brownies com praliné de pecã
de um livro ótimo que eu deveria e pretendo usar mais vezes
- xícara medidora de 240ml
Praliné:
1 xícara (110g) de pecãs, levemente tostadas e frias
2/3 xícara (133g) de açúcar granulado ou refinado, de preferência orgânico
½ colher (chá) de suco de limão tahiti ou siciliano
Brownie:
6 colheres (sopa) - 84g - de manteiga sem sal
140g de chocolate meio-amargo, picado
56g de chocolate 99% de cacau*, picado – comprado aqui
3 ovos grandes, de preferência orgânicos
1 ½ colheres (chá) de extrato de baunilha
1 xícara (200g) de açúcar granulado, de preferência orgânico
¾ xícara (105g) de farinha de trigo
¼ colher (chá) de sal
Comece preparando o praliné: unte levemente com óleo uma assadeira e reserve.
Coloque o açúcar e o suco de limão em uma panela de fundo grosso e misture para combinar os ingredientes – a mistura parecerá areia úmida. Leve ao fogo médio-alto, girando a panela algumas vezes – não mexa com colher ou espátula. Pincele as laterais da panela com um pincel úmido para remover quaisquer cristais de açúcar. Quando o açúcar derreter e caramelizar retire a panela do fogo e imediatamente junte as pecãs – com cuidado pois o caramelo pode espirrar. Volte a panela ao fogo baixo e misture apenas até a mistura começar a borbulhar – imediatamente derrame o praliné sobre a assadeira untada, espalhando-o o máximo possível. Deixe esfriar completamente.
Agora, o brownie: pré-aqueça o forno a 180°C. Unte uma assadeira de 22x32cm e forre-a com papel alumínio, deixando sobras em dois lados opostos, formando “alças”. Unte o papel também.
Pique o praliné em pedacinhos de pouco mais de 1cm. Reserve.
Coloque a manteiga em uma tigela refratária e leve ao banho-maria (fogo baixo) até derreter. Retire a tigela do fogo e junte o chocolate. Deixe por 5 minutos e então misture gentilmente até o chocolate derreter. Em uma tigela grande, misture os ovos e a baunilha até misturá-los. Junte o açúcar e misture somente até combinar. Acrescente a mistura de chocolate, misturando somente até incorporar. Peneire e farinha e o sal sobre a mistura em duas adições e misture somente até incorporar. Despeje a massa na assadeira preparada e asse por 10-12 minutos ou somente até o topo firmar – os brownies começarão a se desprender das laterais da forma. Retire do forno e salpique todo o praliné sobre o brownie, sem pressionar. Volte ao forno por mais 8-9 minutos ou somente até que o praliné comece a derreter. Retire do forno a deixe esfriar completamente na forma, sobre uma gradinha. Corte em quadradinhos ou barrinhas e sirva.
* acho que fazer a receita somente com chocolate meio-amargo daria certo, não é estritamente necessária a utilização do chocolate 99% (minha opinião)
Rend.: 24 barrinhas – fiz exatamente a receita acima usando uma forma de 20x30cm