Hoje não tem foto, nem receita.
Quem lê o blog deve ter percebido que ultimamente eu não ando muito animada no geral, e menos ainda com a cozinha – na verdade, falta de ânimo, cansaço e tristeza são coisas que muita gente com quem converso tem sentido, especialmente se a pessoa mora no Brasil. Lidar com uma pandemia, ver gente imbecil dizendo que não vai tomar vacina porque “causa autismo” ou porque “tem GPS na vacina” (entre outros absurdos), testemunhar o desmonte quase que completo do nosso país em tão pouco tempo é revoltante, trágico, me causa raiva, um ódio tão profundo que eu nem sabia que poderia sentir.
A gente vai levando, tocando pra frente, às vezes sem saber direito pra onde, tudo fica meio mecânico, levanta da cama, trabalha, come, toma banho, vê TV. E todo dia é assim, e foram vários meses desta forma. E eu sempre pensava que, quando estivesse vacinada, voltaria a sair, pelo menos para algumas coisas, pelo menos para comer aos finais de semana. E de fato atualmente é isso, almoço fora de vez em quando, pizza à noite em uma sexta ou sábado. E, na minha cabeça, isso resolveria a minha falta de vontade de cozinhar, pois o ranço era culpa da pandemia e de cozinhar todo santo dia por mais de um ano.
Só que algo se quebrou pelo caminho e o meu plano não funcionou.
Curiosamente, durante os últimos 14 meses, fui trabalhando em um projeto de um livro, bem aos pouquinhos, quando dava, e o danado está praticamente pronto – ainda tenho que testar novamente algumas receitas para fotografar e reescrever alguns trechos, mas o grosso, como dizem, eu já fiz. E quando eu testava essas receitas, as fotografava e as escrevia, me sentia bem, uma sensação de dever cumprido, de prazer de fazer algo com tanto carinho. E esse “combustível” foi me alimentando por meses, mais de um ano, só que acabou.
Eu achava que era preguiça e/ou cansaço de cozinhar, e continuei fazendo almoço, pão, pizza. Mesmo sem vontade, afinal de contas temos que comer.
Até o dia em que eu fui para a cozinha para preparar o almoço e, ao começar a aquecer o azeite na panela para refogar a cebola, eu quis sumir dali. Durante todo o processo de fazer o arroz, refogar a abobrinha, preparar e temperar a salada, eu queria sair correndo. Os cheiros me enjoavam, meu apetite desapareceu: comi uma colherada de arroz e uma de salada, e me obrigando a comer, só pra não ficar com dor de cabeça de fome depois.
Não era cansaço, não era preguiça, não era falta de vontade: era repulsa.
Cozinhar por obrigação já foi parte da minha vida em vários outros momentos, na adolescência, antes de casar também, e eu fazia a comida mesmo sem querer fazer, mas sentir repulsa foi a primeira vez desde os meus 11 anos (tenho 43).
O processo todo me fez entrar em uma espécie de crise: como assim eu não quero mais cozinhar? Eu cozinho há mais de trinta anos! Eu não POSSO não gostar mais de cozinhar. Quem sou eu sem a cozinha? O que eu faço agora?
Não sei o que vai ser das refeições aqui em casa, não sei o que vai ser do blog - eu não sei. Não sei de nada. De absolutamente NADA.
Tô me sentindo perdida, triste, angustiada. A única coisa que se fato sei é que precisava tirar isso do meu coração – tá sendo difícil lidar.
O blog continuará aqui, eu jamais deletaria nada. Só não sei quando vem o próximo post, SE vem. Mas as receitas já publicadas permanecem aqui, para que vocês possam reproduzi-las em casa se tiverem vontade.
Obrigada pela companhia, por tanto tempo. xx
70 comentários:
Obrigada mesmo.
Sinto muito pelo que você está passando. Tá realmente muito difícil achar prazer com tanto desmoronando. Você não está sozinha, esses dois últimos anos foram os mais difíceis para mim também e pela primeira vez tive sintomas depressivos. Estou fazendo tratamento e as coisas melhoraram um pouco, voltei a sentir um pouco de prazer em coisas que antes amava. Tire mesmo seu tempo e não se cobre tanto, e, se as coisas estiverem muito difíceis, procure ajuda. É fato que eles passarão e nós passarinho, e enquanto isso seguimos num dia de cada vez. Muito amor pra você! <3 E estarei aqui vendo receitas antigas e, quem sabe, novas também. Beijos!
Poxa Patricia, gostaria de ter palavras bonitas para te dizer, ou poder te dar uma abraço, apesar de não te conhecer. Você faz parte da minha vida a muito tempo. Espero de verdade que você encontre a felicidade, seja ela onde for, mesmo que seja longe do fogão e das panelas.
nao desanime amiga , todos passamos por fases dificeis , mas geralmente elas passam , com tudo que tem acontecido ate parece dificil continuar acreditando na humanidade, mas nao podemos desistir pois sempre ha alguem que precisa de nós
Fique bem, o fato é que estamos no limite, os últimos anos somado à pandemia tirou nossa alegria resiliência força e crença em dias melhores.
Sabemos que tudo isso vai passar mas até lá vamos sofrer um bocadinho até encontrar a forma de passar por tudo isso sem dor tanto.
🤗
Pat, eu nem sei o que dizer, além de compartiçhar da tua exaustão. Exaustão de Brasil.
Tuas receitas me acompanham, fazem parte da minha mesa, da minha família. TEus bolos nos adoçam, tão delicados e gostosos.
Tire seu tempo, todo o tempo que precisar, mesmo que nesse espaço não volte mais. Quem sabe, né?
Estarei visitando aqui, de quando em quando, como sempre faço, com ou sem receita nova. Sempre procurando as dicas, as sacadas de sabor, as delicadezas de cada receita.
Há muita potência afetiva nesse espaço.
Muitos beijos, com afeto, Roberta
Patrícia, te acompanho por aqui faz tempo... e foi também um post difícil de ler pois sinto como te conhecesse e me coloquei em seu lugar durante sua narrativa...amiga, respeite seu sentimento, de um tempo, abra o leque de possibilidades... estarei , assim como outros leitores, vibrando por você e desejando que volte um dia e que lance seu livro. Já sabemos que será um sucesso. Gratidão por cancelar o blog e nos permitir recriar suas receitas incríveis postadas até aqui! Felicidades pra você!
Oi Patrícia!
Difícil pra gente ler esse post, mas importante demais que você possa dizer como está se sentindo. São tempos MUITO difíceis e a gente precisa se preservar. Esse blog faz parte da minha história e estarei sempre por aqui, relendo e refazendo receitas.
Te desejo o melhor.
Com carinho,
Carol
Querida, apenas descanse. O corpo e a alma. Temos que aceitar que esses últimos anos (sim, porque não foi só a pandemia) nos transformaram profundamente. O que (você) tiver que ser, será. Continuo te acompanhando, fazendo suas maravilhosas receitas e torcendo por você e por todos nós. Até breve!
Patrícia querida, vc não me conhece, sou a Neblina Orrico e frequento seu blog há muito tempo. Blog maravilhoso, cheio de receitas deliciosas, carinho e afeto. Lendo esse seu post, me deu uma vontade de te abraçar. Quero dizer que vai ficar tudo bem, sendo a sua escolha continuar ou não a cozinhar, escrever no blog ou o que decidir. Receba meu abraço virtual e desejo para você e para os seus um Feliz Natal e ótimo Ano Novo! :)
Tem tantos, tantos, tantos anos que acompanho seu trabalho. Tenho tanto carinho por você continuar aqui, mantendo um blog old school para gente ler ao invés de postar três vídeos por semana! Quando tem novidade do technicolor kitchen no meu feed (sim, eu ainda tenho um leitor de dessa) uma alegria nostálgica toma conta de mim!
Suas receitas são referências pra mim e sempre serão. Você ajudou a moldar o paladar do meu lar e eu sou eternamente grata por isso.
Desculpa se eu nunca comentei antes. Deveria.
Dito isso tudo, eu entendo tudo que você escreveu e me identifiquei mais do que gostaria.
Vou ficar na torcida para que sua vontade de cozinhar volte, mas, até lá, desejo que suas refeições sejam (quase) tão gostosas quanto as que você cozinharia!
Daqui envio muito amor pra você ❤️
Entendo seu sentimento, Patrícia! Vamos continuar nos inspira do nas suas delícias!!! Até a volta! ❤️
Nossa, Patrícia, pena saber que você está triste e angustiada. Eu entendo esses sentimentos porque é realmente uma virada na sua vida (e também na de nós, seus leitores). Mas vai lidando com isso aos poucos. Pode ser temporário, pode ser definitivo... Mas tenta aceitar o que vc está sentindo e não se condenar. A vida é feita de mudanças mesmo. Que essa seja pra melhor! Você é muito inteligente e vai encontrar novos projetos bacanas!
Vai dar tudo certo. Tudo no seu tempo. Continuarei tietando o blog com as receitas q já faço e continuarei tietando vc. Se esse projeto do livro rolar, comprarei um pra mim. Força.
Se permita sentir tudo isso, cada um desses sentimentos.
Um abraço muito forte em ti.
Fiquei com vontade de te dar um abraço apertado. Entendo a repulsa, entendo essa "fase" e entendo ainda mais o tanto de questionamento que esse momento devem estar causando.
Espero que encontre amor e conforto na cozinha de novo no futuro, mas que agora encontre essas sensações em outras coisas e que a vida volte a ter um pouco mais de brilho.
Obrigada pelas receitas, pela partilha, por se posicionar. Obrigada!
Cuide-se!
Boa noite.
Meu nome é Nádia e acabei de ler o post que recebi por e-mail.
Lamento que você esteja se sentindo assim, também tenho me sentido muito pessimista com a situação. Não pretendo escrever nenhuma palavra de consolo, pois também não me sinto otimista. Mas, espero que você encontre consolo com as pessoas do seu convívio cotidiano, amigos e familiares.
Confesso que estava esperando com ansiedade a publicação do seu livro, mas consigo compreender como você está se sentindo.
E esse "mal de fim de ano", em que ficamos cansados e desanimados também não ajuda em nada...
De qualquer maneira, estarei esperando por novos posts se e quando você se sentir disposta novamente. Acompanho seu blog há muitos anos.
Obrigada por tudo, Nádia.
P.S.: não se sinta na obrigação de postar meu comentário. Eu apenas senti necessidade de me comunicar com você.
Escreveu Carlos Heitor Cony - para mim o maior e melhor representante do existencialismo, discípulo de Sartre - em um dos seus romances que “agora, depois de tudo, o mais difícil seria enfrentar o nada…” Engrosse o caldo dessa repulsa, minha querida, junte raspas de limão siciliano nela, acrescente ovos, mel, farinha de amêndoas nela… asse a repulsa em forno médio. Asse e fatie. Fatie e partilhe. Partilhe conosco essa repulsa, pois, creia-me, comeremos dela junto com você. O tempo é seu, consuma-o como quiser e nós estaremos aqui admirando você sempre.
Amiga... doeu de ler! Mas de tanta coisas que já somos obrigados a fazer, não se cobre mais uma. Uma hora seu caminho volta e se não for esse, outro se abrirá! Tô mandando todo meu amor daqui! Te amo!
Querida Pat, te acompanho há tanto tempo que perdi a conta. Você se fez presente em minha vida de um jeito muito especial, fiz tantas receitas daqui pra minha mãe... tenho muitas memórias dela quando vejo seus textos. Naquele tempo, tinha no TK um alento, um jeito de agradar minha família, tudo sempre bem escrito, com referências de cinema (que amo!), lindas fotos, transbordando carinho.
Saiba que esse momento de angústia não é só seu, eu estou num processo parecido há algumas semanas, e é mesmo muito difícil lidar com isso, especialmente se vc tem a cozinha como o coração da casa.
Torço para que se reencontre e sigo espetando aquele nosso café. Se o livro tiver que sair, ele virá! Às vezes precisamos recuar para então seguir. Um abraço apertado com muito amor.
Pati querida, sinta-se abraçada. Infelizmente estamos no mesmo barco, e eu nem sei se isso bom ou ruim. Estamos todas cansadas, saturaras dessa rotina, e o mundo e o país principalmente não ajudam. Se tá difícil pra mim pra mim que não moro no Brasil, eu imagino pra quem mora nele. Saiba que ninguém vai te abandonar (eu não vou). Descansa e faz o que você precisar fazer pra se sentir bem. Estamos de mãos dadas. Até breve!
Pam (Receitas da Pam)
Oi, Patrícia,
Acompanho o blog há muitos anos. Minha fonte número 1 de receitas confiáveis de bolos e outros doces. Passei por um período, há alguns meses, de não querer cozinhar um ovo. Aí chegaram minhas férias, depois de 1 ano e 7 meses de trabalho, sendo 7 meses de home office. Foi um divisor de águas. Voltei renovada no ânimo. Talvez você precise disso. Até meu filho de 4 anos voltou outro. Fique em paz. Obrigada pelo melhor blog do mundo!
Patrícia, minha amiga - já chamo assim pelo tanto que aprendi contigo - eu entendo perfeitamente! Depois do tanto que cozinhei nesses quase dois anos, perdi completamente a vontade.
Estou ali na cozinha, obrigada, cumprindo o acordo que eu tenho com o marido de “eu cozinho e tu limpa” e quando a coisa chega na repulsa, peço entrega de almoço ou vou comer fora - luxo de vacinada.
Sempre gostei muito, era hobby e prazer procurar receitas, estudá-las e prepará-las nos fins de semana, mas agora só tenho cansaço .
Eu não tenho blog e nem um livro quase pronto ( que eu sempre quis comprar desde que a ideia surgiu no blog), mas fica meu desejo de que não te culpes bem te sinta mal por isso, tira o tempo que precisares e estaremos aqui para ler os novos posts quando - e se - sentires vontade de novo. E no mais, agradeço não deletar nada pois eu seria uma cozinheira perdida sem o TK. Um abraço apertado pra ti.
Tudo humano e compreensível. Que a esperança em dias melhores esteja semrpe presente. Um abraço amigo. Havemos de sair dessa treva!
Querida Paty, obrigada por compartilhar isso com a gente! Te admiro e espero que passe esse sentimento que está tirando sua paz. ❤️❤️❤️
Querida Paty, obrigada por compartilhar isso com a gente! Te admiro e espero que passe esse sentimento que está tirando sua paz. ❤️❤️❤️
Patrícia, acompanho seu blog há séculos, sempre que preciso de 7ma receita diferente corro pra cá, porque sei que não tem erro! O isolamento imposto pela pandemia fez muitas, mas muitas pessoas terem depressão, acho que está na hora de você buscar ajuda, pra redescobrir o prazer de viver!! E se não for mais a cozinha me sentirei órfã, mas feliz por você (re)encontrar seu caminho! Fique com Deus!
Pat, esse momento trevas no nosso país (e no mundo) vai passar, acredito muito nisso. Tenho fé, mesmo não sendo uma pessoa de fé.
Somos livres! A cozinha não te define, nada te define. Somos muito mais do que nossas aptidões e desejos. Você é linda, infinita e amada. Estarei sempre aqui.
Cuide-se, acarinhe-se e seja feliz 💜
Isso vai passar! Não sei se vai mesmo! Mas senti vontade de dizer isso, assim como falo pro meu filho quando algo o angustia. Adoro suas receitas. E sempre faço quando tenho vontade ou tempo. Obrigada por elas! Estamos aqui lendo/ouvindo e respeitando seu momento.
Nossa Patrícia, que depoimento triste.
Também fico muito triste e irritada com o que está acontecendo em nosso país.
Entendo você.
Quero que saiba que a acompanho faz tempo e gosto muito de suas receitas e do seu texto, leve, gostoso de ler.
Desejo que você retome o prazer de cozinhar. Esse prazer me alimenta faz muito tempo. Amo cozinhar, descobrir sabores novos, receitas novas e fazer clássicos gostosos para quem amo e sei que você também é assim.
Tire um tempo para você. Compre comida. Ensine outro a cozinhar para você. Isso fará bem.
Nossos desejos de que o livro fique pronto e que você volte com todo o gás.
Suas fãs.
Conte conosco.
Beijos carinhosos Cláudia e Cíntia. Porto Alegre/RS.
Fica bem, Pat. Meus pensamentos de força, carinho, respeito.. estão indo sempre na sua direção. Quando se sentir bem, estarei por perto, mesmo longe.
💋 LuLu
Obrigada a você, Patrícia! Nunca comentei por aqui, mas já te sigo há alguns bons anos e suas receitas muitas vezes já fizeram parte da mesa da minha casa...
Acredito realmente que isso é uma fase, que o tempo cura praticamente tudo, que o mundo dá voltas e que você vai voltar a se sentir bem novamente. Cozinhando ou não. Acredite!
Compartilho de suas opiniões, me identifico com você, e mesmo não te conhecendo pessoalmente desejo muito a sua felicidade!
Com carinho,
Renata
Querida Patricia, fiquei devastada com o seu escrito.
Não que não compreendo o que vc está passando mas exatamente porquê vc está passando tudo isso.
Minha vontade é sair correndo de onde estou pra ir até sua casa, pegar a sua mão e falar, querida entendo vc e gostaria de ficar ao seu lado just in case vc precise/queira desabafar. Dizer aqui tem colo, ouvidos e ombro pra vc falar, reclamar, chorar ou apenas ficar em silêncio.
Estamos vivendo um período enlouquecedor e as pessoas mais honestas e diretas são as mais atingidas.
Através das suas receitas, e-mail, post,etc, aprendi muito sobre o amor pela comida e respeito pelas ideias e crenças.
Serei sempre grata por toda a sua enorme generosidade em compartilhar tanto conhecimento e receitas maravilhosas. Te acompanho ha muito tempo e na minha cabeça somos amigas de longa data e exatamente por isso gostaria de mostrar um pouco de solidariedade.
Take your time e estarei aqui esperando por notícias suas.
Take care.
Bjs
Menina querida,acho que estamos todes um tantinho ou um tantão assim. Quem não estiver vivendo isso não está no nosso planeta! Se abrace,se cure,e divida, não resolve mas,alivia!🍒
Acompanho o seu blog, que eu amo. E te acompanho no insta tb.
Desejo mto q essa sensação seja breve. Te entendo em cada parágrafo: gosto mto de cozinhar, mas perdi a vontade e ânimo. Tenho a sensação de esgotamento mental mto grande. A questão da nossa política é o grande motivo (isso tem minado a minha energia).
Espero dias melhores, mesmo que estes ainda estejam mto incertos.
Grande abraço.
Queria te dar um abraço agora. Te entendo perfeitamente. Não ta fácil sentir vontade de ir pra cozinha quando tem gente catando comida no lixo. E ainda sentimos culpa por TER o que cozinhar e não sentir vontade. Super abraço apertado 😙
Queria te dar um abraço agora. Te entendo perfeitamente. Não ta fácil sentir vontade de ir pra cozinha quando tem gente catando comida no lixo. E ainda sentimos culpa por TER o que cozinhar e não sentir vontade. Super abraço apertado 😙
Olá, Patrícia. Quem força incrível assumir tudo isso. Requer uma coragem e noção de limites que poucos têm.
Fique bem, fazendo o que pode, na medida da tua humanidade.
Sempre gostei muito dos teus textos, das tuas fotos e das tuas receitas. Vou gostar se um dia eles voltarem, mas gostarem ainda mais se souber que teus processos estão te trazendo satisfação.
Boa sorte, fique tranquila que semeaste um bom canteiro, tua colheita é certa.
Beijo,
Odete
Ô Patrícia, sinto muito pelo que vc está passando. Realmente é difícil achar ânimo alguns dias nesse inferno chamado Brasil. Leve o tempo que vc precisar pra se recuperar, se reinventar, se acolher. Você já fez tanto pela gente! Não conseguiria nem contar quantas receitas eu fiz desse blog, e quanto o seu conteúdo me trouxe alegrias na cozinha. Saiba que o sentimento que vc sente hoje não minimiza tudo o que vc fez. Sou muito grata pelo seu trabalho. Um grande beijo, se cuida!
Patricia, minha mãe costuma dizer que “a noite é má conselheira”. Eu adaptei e digo que a pandemia no Brasil é má conselheira. Que você tenha serenidade e lucidez para atravessar estas trevas! Torço pela volta do seu prazer em cozinhar, do seu apetite e, claro, de suas receitas. Mas o importante é que você fique bem. Um abraço carinhoso!
ah, querida... lamento muito por isso. fui lendo e sentindo como se fosse comigo. como não se identificar? deixo meu abraço solidário, bem apertado. <3
Meu deus eu tô me sentindo assim mesmo! Eu acompanho teu blog há anos, e tb cozinho a vida toda, todos os dias. Mas não tô conseguindo mais. Eu me empolgava tanto com receitas antes. Agora não dá vontade de cozinhar nada mas faço pq temos q comer e nada é saboroso mais. Pensando tanto nisso. Estou em luto, como tantos brasileiros, mas essa inapetência por tudo, pela vida em geral não sei se é luto pelas pessoas que morreram ou pelo país, pelo futuro dos nossos filhos. Como tratar sintomas de fascismo? Qual chá podemos tomar?
Um abraço pra você.
Patrícia, vai passar, como tudo de ruim que nos acontece, vai passar... é só um momento difícil... diria que uma depressão...esses anos estão sendo muito doídos, principalmente esse final de 2021, mas, se puder te dizer algo é isso, você não está sozinha...vai passar e seu blog é muito inspirador...fique em paz
Patrícia, compreendo perfeitamente o seu sentimento. Não sou muito assídua nos comentários. Mas você me faz companhia há vários anos.
Quando vivi o câncer, houve muitos momentos em que eu não queria comer nada. Nada mesmo.
Mas acessar teu blog, ler os textos, ver aquelas fotos lindas, me inspirava a cozinhar algo e voltar a comer.
Você já fez muito por mim, e há no blog receitas incríveis que eu cozinho com frequência.
Obrigada por tudo.
Assim como você, eu fui obrigada a ser adulta e responsável quando ainda era uma criança. Isso nos condiciona mentalmente de que precisamos aguentar, precisamos superar, precisamos cuidar.
Eu aprendi a duras penas, com a doença, que há momentos na vida em que precisamos nos cuidar, e ser cuidados.
Se cuide por um tempo, e permita que os teus Amados cuidem de ti.
A gente aprendeu muito contigo. Vamos nos virar. ❤️
Patrícia (desculpe se me permito essa intimidade), sinto muito que você se sinta assim, mas essa crise existencial - nome bonito pra uma coisa muito pesada - pode ser o início de uma início de um novo percurso se você puder (e quiser) entrar em contato com si mesma e analisar junto com um psicólogo os motivos reais que originaram esse sentimento e achar o seu caminho. Não se deixe apenas levar pela sensação de desânimo, isso pode te levar à depressão. Você é uma pessoa muito rica interiormente e ainda muito jovem. Merece ser feliz. Como dizemos aqui na Italia: stammi bene. Abraços muito apertados.
Espero que você fique bem e só pra constar, também tenho vivido esse caos pessoal igualzinho. Que os Deuses beijem seu coração e te dêem alento e acalmem tua alma! Abraço fraterno e não perca a fé em si mesma, isso seria a Vitória desse povo mau que aí está!
Patrícia,
Independente de vc manter ou não este canal de comunicação entre vc e suas leitoras, como eu, que gosta das suas idéias, não posso deixar de dizer que você precisa buscar ajuda profissional. Ao ler o seu post, tantas questões me ocorreram, de ordem, fisica, psicológica, hormonal e vc precisa de alguém que possa olhar vc com todo o carinho e respeito que merece. Procure um profissional da sua confiança, faça todos os exames inclusive hormonais e serotonina. E se não chegar a uma resposta satisfatória, procure outro e outro e outro, até chegar em um lugar que te traga para o eixo fisico, psiquíco e emocional. O que vc está sentindo tem causa, nome e provavelmente tratamento e você não deve esmorecer e permanecer neste estado. Por acaso, sou psicologa (e não estou oferecendo meus serviços) mas já conheci diversas pessoas que estavam neste mesmo lugar que vc se encontra e posso te dizer com muita segurança, é preciso buscar o que está acontecendo com o seu organismo e ir em direção à luz. Espero que este comentário te ajude a dar o primeiro passo. grande abraço e saúde.
Querida Patrícia, eu sinto muito que você esteja se sentindo assim. Você é muito especial e esse blog já me salvou tantas vezes! Até dinheiro vendendo biscoitos que aprendi aqui eu já ganhei. Acho que até comentei com você.
Às vezes um afastamento dá uma ajuda, renova as vontades, ajuda a gente a descobrir outros talentos e possibilidades. Só aqui no blog a gente vê vários dos seus: cozinhar, escrever, fotografar... além disso, seu jeito de pensar o mundo é inspirador. Também curto seu senso de humor.
Permita-se dar esse tempo e se cuidar de outras formas. Eu senti várias dessas coisas ue você descreveu no post. E honestamente, essa caoacidade de sentir ódio foi a que me mais me surpreendeu em mim... foi tema de varias sessões de terapia, porque eu achei que eu estava quebrada... Acho que por um tempo estive.
Você ficou com ranço da cozinha... eu também... e eu não tenho mais vontade de cantar... e eu sou cantora... é duro... é como se tivessem tirado jm pedaços da mimha identidade. Você sente isso? É louco, é estranho...
Eu nem te conheço de fato, mas te acompanho por aqui há anos. Eu me sinto sua amiga. Essa coisa do virtual traz essas estranhezas.
Bom... quis vir te dar um abraço virtual, apertado, por que não? E dizer que você não está só.
Estou disponível pra conversar se voce quiser. Ou só pra ouvir, se assim for melhor.
Continua se cuidando, tá?
Beijo enorme.
Sarah
Patricia, eu acompanho seu blog há anos! Quase nunca comento, mas sei que somos contemporâneas (eu tenho 42 anos) e valores parecidos (eu também odeio esse demônio que elegeram para nos governar). Também passei por altos e baixos na pandemia, e isso envolveu até briga séria com pai bolsonarista e tia negacionista. São mesmo tempos muito difíceis, e a jornada tem sido longa demais para qualquer pessoa se manter com um mínimo de sanidade (3 anos de desgoverno, 2 anos de pandemia, é pauleira!).
Talvez essa repulsa à cozinha seja a maneira torta e sofrida que seu psicológico encontrou de se manifestar a tudo isso. Cada um de nós tem seu ponto frágil, né? Aquele lugar delicado que trinca em momentos de pressão. Talvez esse seja o seu - o cozinhar. Talvez também fosse a hora de buscar ajuda profissional. Estamos todos exaustos, deprimidos, ansiosos, e nem sempre conseguimos lidar com isso sozinhos. Espero que você encontre a ajuda e o suporte que precise e volte a ter prazer naquilo que sempre te (e nos) alegrou. Desejo melhoras e envio um abraço afetuoso de MG para você. Fica bem.
Olá Patrícia!
Chamo-me Elisa, sou portuguesa e tenho idade para ser sua mãe. Há muito tempo que consulto o seu blogue, adoro as suas bolachinhas. Gosto muito da maneira como escreve. Acabei de ler o seu texto e fiquei com uma vontade louca de a abraçar. Estou sem palavras, mas estou consigo de todo o meu coração.
Um beijinho grande.
Patrícia, querida
Sinta-se abraçada… Eu sei que tem sido muito difícil, pra mim tbm, confesso… No começo do ano senti um cansaço, um sentimento bem chatinho, que eu não sabia definir, não quis cozinhar tbm… Aí minha mãe me pediu pra fazer um bolo, fui pra cozinha bem puta, mas achei aqui no seu blog um bolo de maçã que deu um conforto e fez um carinho q eu nem sabia que precisava qdo levei a primeira garfada à boca…
Se dê este tempo… Obrigada por tanto! 🤎
Acredito que seja uma fase ruim...que passará logo( e eu espero que passe)...NÃO se cobre muito, se dê um tempo...te queremos de volta
Força vc vai superar este momento , muita fé , feliz natal e um bom ano com muita luz .
Patricia! Leio seu blog faz tanto tempo que nem lembro, sempre acompanhando seus textos, suas lindas fotos, as receitas que sempre dão certo :) Você falando das lembranças da sua mãe, como faz lembrar da minha. Sempre tive um carinho muito grande, mesmo acompanhando de longe. Torço aqui para que você fique bem, como a canção do george harrison, all things must pass. Espero poder continuar acompanhando sua trajetória aqui no blog, seja cozinhando ou não.
💕 muita luz no seu caminho.
Sinto muito que vc esteja passando por isso. Eu também sinto esse ódio imenso pelo que esse desgoverno tem feito com o país. E no fim isso me faz mal. Se eu puder dar um conselho: não se cobre, não se critique, não se culpe. Dê tempo ao tempo, a você. Espero que vc fique bem.
Querida Patricia,
Apesar de ser portuguesa e viver em Portugal, assisto sempre com muita tristeza às noticias que nos chegam do Brasil, no que se refere á vacinação e à politica de saúde adotada no vosso País. Importa cada um fazer a sua parte. Sei que deve ser difícil, "rumar sozinha contra a maré". Aqui também temos esse tipo de pessoas negacionistas, se bem que em número bem minoritario.
Posto isto importa dizer que sempre segui o seu blog e mesmo aqui do outro lado do oceano, é sempre uma inspiração e um gosto lê-la e fazer as suas receitas. Pense nisso, em como oseu trabalho poderá inspirar pessoas em todo o mundo.
Um abraço e um beijo de Portugal, de alguém que a admira.
Vanessa.
Meninas, muito, muito obrigada pelas mensagens cheias de afeto. Agradeço de coração.
Para quem sugeriu que eu busque ajuda, eu já fiz isso, estou em tratamento para depressão.
Um beijo.
Tome seu tempo. Principalmente, não se cobre. A prioridade é você estar bem. ❤️❤️❤️❤️❤️😘
Cheguei aqui pela newsletter da cereja. Que difícil ler este post. Mas ao mesmo que bonito e gostoso ver essa enxurrada de amor, compreensão e desejos de esperança em tantos comentários. Você merece o melhor, esperamos te ver bem!
Tá tudo bem vc sentir isso! Pense que vc já teve momentos ruins outras vezes e eles passaram. Cedo ou tarde, mais facilmente ou mais dificilmente, essa “coisa” vai passar. Quem tem um pouco, só um pouquinho que seja de amor no coração está assim também! Força!
Poxa, que peninha!!! Acompanho vc desde o início, dede vc escolhendo o nome p/ o blog, lembra??? Láááá no orkut...rsrs
Claro que, como fã, fico triste mas entendo perfeitamente o que está sentindo. Eu, particularmente, nunca gostei de cozinhar no dia a dia; se eu estiver sozinha, com fome e precisar fazer a comida, abro um pacote de biscoito, de pão, procuro um bolo mesmo que velho e tá tudo bem desde que eu não precise fazer nada. Me realizei na cozinha fazendo doces mas ultimamente nem isso me dá mais prazer pq com a pandemia nem tenho a quem oferecer o que eu faço a menos que seja encomenda.
enfim, espero de coração que vc se revitalize e volte com suas receitas imperdíveis. Nem tanto pelas receitas mas pela sua volta mesmo. Fique bem, faça o que te der prazer e a gente espera o tempo que for necessário. Bjs,
Patrícia, vim aqui buscar a deliciosa receita do Cinnamon roll que meu marido está pedindo e me deparo com este post... Não crie tantas couraças... Só fazem mal. A gente não controla nada, então para quê se autoflagelar? Bem, eu gosto de me conectar à realidade. Ela é exuberante como a beleza de uma flor, um rio, um pássaro, uma criança...um cheiro de bolo assando. Criaram uma fumaça espessa e feia que está deixando as pessoas cegas de raiva, ódio e divididas: famílias divididas, amigos divididos... Eu me nego a participar deste circo de horrores. Somos nós os responsáveis por desfazer essa fumaça, não há salvadores da pátria ou heróis. Ao que tudo indica 2022 continuará sendo difícil neste planeta Terra, vibrar positivamente ajuda individual e coletivamente. Muita luz e paz!
Patricia, I tried to read this with my minimal knowledge of Spanish. All I know is that you are sad and hurting. I have been enjoying your blog for many years and I have thought about you nearly every day during the pandemic. Things are not much better in the United States and I am very tired. Best wishes, Lynn D.
Querida Patrícia,
Desculpe-me um cumprimento tão íntimo de uma desconhecida, mas eu posso compreender tão profundamente o seu estado de espírito que é para mim como se nos conhecêssemos há anos. Cheguei aqui atrás de uma receita de brioche e lhe encontrei. Fiquei muito tocada com seu depoimento, a ponto de escrever. Eu que sou muito tímida e discreta.
Compartilho de muitos de seus desânimos e dores. Ë duro constatar que a lama que invadiu o país arraste consigo, as pessoas criativas e apaixonadas como você, e por isso sensíveis. A sua sensibilidade vale ouro, ainda que nesse momento esteja causando tanta dor. Breve recuperação de seu estado depressivo. Desejo do fundo do meu coração tudo de melhor, o mais breve possível. Força, força, força ....
Vívian
oiii, muito estranho ler seu comentário! te sigo há muito tempo e uns dois anos atrás passei pela mesma repulsa da comida. Deve ser stress e ansiedade, eu passei por uma situação bem desconfortável antes da pandemia e fiquei assim. Não me recuperei ainda, por issso - não posso te da conselhos. Só dizer q estamos juntas! e que ótimo olhar as tuas receitas e relembrar a época em q eu a seguia reproduzindo por aqui! Fique bem _/\_
Também tive algo parecido faz um tempo...me peguei chorando do início ao final do preparo do jantar de casa.
Descobri que no meu caso era cobrança interna e exaustão, porque às vezes eu só ia para a cozinha fazer a comida porque era parte da rotina, quando eu simplesmente não queria estar ali. Esqueci como era cozinhar "sem o roteiro" do dia-a-dia.
Ainda não me recuperei 100%, mas estou me obrigando menos quando não tenho vontade de cozinhar, mesmo porque amo cozinhar e não quero que a pressão da rotina tire isso de mim.
Saudações Patrícia, a coisa mais importante que tenho a lhe dizer é que estou, eu e muuuuuuuitos outros com muitas saudades, o seu trabalho sempre me despertou e me iluminou em noites escuras, eu aqui sigo esperando e torcendo por sua pronta recuperação: olhe para o Alto, o socorro vem de lá, as pessoas, nós somos muito falhos, mas há uma esperança, dê-se um tempo e OUÇA a voz que não te maltrata, que te faz bem, a voz de um Pai que te dá a mão e que te faz forte mesmo estando fraca, lembre-se vai passar e você sairá mais forte desses dias difíceis.
Com carinho,@drezzamonteiro
Patricia querida: sou fã de suas receitas há anos, assim como vários aqui se declararam. Tudo bem não estar bem. Acho que estamos todos assim, alguns um pouco mais, outros menos. Há dias mais difíceis, mas vão passar. Você é muito talentosa. Dê tempo ao tempo. A inspiração voltará quando você menos esperar. Forte abraço!
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