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quinta-feira, novembro 11, 2021

Barquinhas de abobrinha e 3 queijos para um meio-termo


Barquinhas de abobrinha e 3 queijos


“Você adora fazer barquinhas, não?” – João comentou quando me viu fazendo a foto da receita de hoje, pouco antes de a devorarmos no almoço. Eu adoro fazer barquinhas, sim, legumes recheados são deliciosos – mesmo quando o formato é outro! – e posso usar diferentes ingredientes nos recheios, criando sabores diferentes, e também usando aquelas sobrinhas rolando na geladeira. Aquele restinho de refogado do dia anterior, o cotoco de queijo no fundo da geladeira, os tomates que já estão passando do ponto: tudo pode virar um almoço bem gostoso, dentro de uma barquinha de abobrinha ou berinjela, por exemplo.

Para facilitar ainda mais a minha vida, quando faço barquinhas eu as sirvo com arroz e pronto – no máximo um salada de folhas verdes, mas só se tiver mesmo. Sem muita firula, apenas a vontade de comer algo gostoso que fique pronto rapidamente e não suje muita louça – e além de tudo eu posso fazer outras coisas enquanto as barquinhas estão no forno.

Tem dia que dá vontade de fazer torta, sopa, bolo e cookie, e tem dia que eu só quero mesmo é comer um pão com queijo – na metade desse caminho de altos e baixos, estão as barquinhas: quando as preparo, sei que ainda não desisti :)

 

Barquinhas de abobrinha e 3 queijos

receita minha

 

- xícara medidora de 240ml

 

2 abobrinhas pequenas (cerca de 250g cada)

1 colher (sopa) de azeite de oliva

2 dentes de alho grande, bem picadinhos

1 tomate grande bem maduro, sem as sementes e em cubinhos

sal e pimenta do reino moída na hora

6 ramos de tomilho fresco, só as folhinhas

raspas da casca de 1 limão taiti

2/3 xícara de ricota, esmigalhada com o garfo se estiver muito firme

3 colheres (sopa) de gorgonzola, esmigalhado ou ralado grosseiramente

1 colher (sopa) de folhas de salsinha picadinhas – pique, depois meça

4 colheres (sopa) de parmesão ralado fininho

 

Preaqueça o forno a 200°C. Forre uma assadeira grande e rasa com papel alumínio.

Com cuidado, usando uma colher, remova a polpa das abobrinhas, formando as barquinhas – não cave demais, para que não fiquem muito frágeis. Pique bem a polpa e reserve. Pincele a parte de dentro das barquinhas com o azeite, salpique com sal e pimenta do reino e arrume na forma preparada, com o lado cortado virado para cima. Asse por 20 minutos.

Enquanto isso, faça o recheio: aqueça o azeite em uma frigideira antiaderente grande em fogo médio-alto. Junte o alho e refogue por 1 minuto apenas – não deixe queimar, para não amargar. Junte o tomate, tempere com um pouquinho de sal e pimenta, e refogue, apertando com as costas da colher de pau para que o tomate comece desmanchar.

Acrescente a polpa de abobrinha e o tomilho e misture bem. Tempere com sal e pimenta do reino, junte as raspas de limão (cuidado com o sal, porque o gorgonzola já é salgadinho) e refogue, mexendo algumas vezes, por 3-4 minutos. Desligue o fogo e deixe esfriar por alguns minutos. Junte a ricota, gorgonzola e a salsinha e misture bem.

Retire as abobrinhas do forno e, com cuidado para não se queimar, acomode o recheio dentro das barquinhas (deixe o forno ligado). Salpique com o parmesão e volte ao forno por mais 20 minutos. Sirva em seguida.

Rend.: 2 porções como prato único, ou 4 servidas com acompanhamentos

terça-feira, julho 13, 2021

Espaguete com molho de limão siciliano - comida na mesa em pouquíssimo tempo

Macarrão com molho de limão siciliano


Dias atrás eu perguntei para vocês no Instagram a sua receita favorita com limão – coloquei uma foto de limões sicilianos, mas na verdade penso que pode ser qualquer limão. Antes de comprar o pacotão de limão siciliano em promoção, eu andava usando limão cravo com bastante frequência e com resultados deliciosos. 

Muitos de vocês são como eu, apaixonados e apaixonadas por esta fruta azedinha maravilhosa, e amamos bolos, tortas, barrinhas – só de pensar nestas barrinhas, por exemplo, eu fico com água na boca! Teve bastante gente também que falou macarrão com limão e sim, como é gostoso! Além de facílimo e rápido de fazer.

Já publiquei uma receita de macarrão com molho de limão siciliano há séculos no blog, mas resolvi dividir com vocês a forma como tenho feito de uns tempos pra cá: alterei um pouco a receita, pois acho que fica mais saboroso juntar o macarrão ao molho na frigideira e deixar que se misturem um pouquinho ainda no fogo.

Prático demais, suja pouca louça e o que mais demora na receita é esperar a água ferver – depois do bolo de aniversário do blog, foi a receita em que mais usei os meus limões da promoção. :)

 

Espaguete com molho de limão siciliano

receita minha, adaptada de várias versões que existem por aí

 

200g de espaguete, ou a massa da sua preferência

1 colher (sopa) de azeite de oliva extra virgem

1 colher (sopa) – 14g – de manteiga sem sal

raspas da casca de 1 limão siciliano grande

1 colher (sopa) de suco de limão siciliano

2 colheres (sopa) de folhas de salsinha, bem picadinhas – pique, depois meça

sal e pimenta do reino moída na hora

¼ xícara de parmesão ralado bem fininho – com pecorino também fica uma delícia

 

Para servir:

parmesão ralado


Em uma panela grande, aqueça água até ferver. Acrescente sal. Quando ferver, adicione o macarrão e cozinhe pelo tempo indicado na embalagem – enquanto a água ferve e o macarrão cozinha, prepare o molho.

Em uma frigideira antiaderente grande, junte o azeite, a manteiga, as raspas e o suco de limão e a salsinha. Tempere com sal e pimenta do reino e então leve ao fogo médio-alto, mexendo até que a manteiga derreta e os ingredientes estejam bem misturados.

Escorra o macarrão, reservando ¼ xícara (60ml) da água do cozimento. Transfira o macarrão escorrido para a panela com o molho, polvilhe com o parmesão e misture bem, cozinhando por 1 minuto – se o molho estiver seco demais, junte a água reservada, aos poucos. Sirva imediatamente polvilhado com queijo ralado.

Rend.: 2 porções

segunda-feira, junho 14, 2021

Lasanha de berinjela com farofinha crocante e louças lindas

Lasanha de berinjela com farofinha crocante


Minha queridas e meus queridos, voltei com um post que é uma receita meio que não-receita. :)

Além dos limões cravos perfumadíssimos, eu também trouxe umas berinjelas pequeninas tão bonitinhas do Instituto Chão! Eu sou aquela pessoa que pira em feiras e supermercados, vocês sabem.

Duas das berinjelas viraram barquinhas que servi com arroz e salada verde – saibam que eu fico feliz demais sabendo que muitos de vocês também adoram aquela receita! Já as outras duas, fiquei na dúvida sobre o que fazer com elas... Criatividade zero, vamos logo de lasanha de berinjela e pronto. :)

Grelhei as fatias de berinjela na frigideira, sem azeite, sem nada, até que elas ficassem macias e bem douradas. Ao tirar da frigideira, salpiquei com sal e pimenta do reino moída na hora. Fiz o meu molho de tomate de sempre (receita aqui) e então montei camadas de molho, berinjela e mozarela ralada.

Peguei emprestada da linda Alison Roman a ideia de cobrir a lasanha de berinjela com uma farofinha crocante e ficou tão deliciosa! Minha farofinha é um pouco mais “enfeitada” do que a da Alison (a dela é feita só com azeite e panko): juntei em uma frigideira antiaderente média 1 ½ colheres (sopa) de azeite e 1 dente de alho amassado, mas ainda inteiro. Quando o alho perfumou, adicionei 3 colheres (sopa) de farinha de rosca caseira e dourei bem no azeite. Desliguei o fogo, retirei o alho, temperei com sal e pimenta do reino e adicionei folhinhas de tomilho. Espalhei sobre a lasanha, cobri com uma camadinha de parmesão ralado fininho e levei ao forno por uns 25 minutos – almoço pronto.

Apesar de o almoço ter sido simples, preparei a berinjela neste prato maravilhoso da minha amiga Cris, da Pina Cerâmicas. A Cris está com um ateliê novo lindíssimo, além de ter também a loja virtual. Comprei umas peças incríveis dias atrás e não vejo a hora de recebê-las em casa!

Espero que gostem da minha receita-não-receita. E que a vacina venha logo para todos nós! #vivaosus

terça-feira, abril 20, 2021

Ovos ao forno para o ano 2 da pandemia

Ovos ao forno para o ano 2 da pandemia


Minhas queridas e meus queridos, como vocês estão neste ano 2 de pandemia?

Continuo trabalhando de casa, saindo apenas para fazer supermercado a cada 10 ou 15 dias, e confesso que o que mais me faz falta é ter o Pingo pertinho de mim.

Antes da situação deplorável atual, em que não há sequer medicamentos nos hospitais para as pessoas que precisam de cuidados intensivos, conseguíamos nos ver ao ar livre, em um parque, aos finais de semana, com distanciamento e máscaras, mas agora nem isso. Sinto uma tristeza profunda por perder esse tempo precioso da vidinha dele.

Falando ainda em pandemia, algo que percebi ultimamente foi que, para mim, dias úteis tem sido um pouco mais “fáceis” de encarar: fui uma criança metódica e continuo assim na vida adulta, portanto dias estruturados, com horários definidos, funcionam melhor para mim.

De segunda a sexta, tenho meu horário para levantar, tomar café, me arrumar, trabalhar, almoçar, me exercitar, jantar, ver seriadinhos e filmes, dormir – parece algo mecânico e, de fato, é mesmo, e por isso são os dias em que me sinto mais produtiva e menos letárgica. Aos finais de semana, em que não há nada para fazer além de limpar o apartamento e ver TV, me sinto meio perdida – às vezes não dá nem vontade de ver um filme ou seriado, algo que amo e vocês sabem.

Por outro lado, a falta de vontade de cozinhar parece ter dado uma trégua, e vez ou outra preparo uma receita nova para o final de semana, ou um bolo gostoso para o café da tarde.

Em épocas difíceis assim, comemoro as pequenas vitórias – se em um dia me falta energia para ver um dos filmes do Oscar (tô morrendo de preguiça de ver “Mank”, apesar do meu amor profundo por Gary Oldman e David Fincher), em outro tem uma receita com foto caprichada. Se em uma noite vejo, pela primeira vez na vida, “Cidadão Kane” (adorei o filme, aliás), no dia seguinte o almoço é patê de atum. E assim sigo, é o que tem pra hoje. Creio que o grande desafio durante a pandemia tem sido tentar encontrar o equilíbrio entre não me cobrar demais e não deixar a peteca cair completamente.

Em um dia corrido, mas em que eu estava com muita vontade de fotografar – há dias em que sinto uma vontade gigante de fotografar, mas zero vontade de cozinhar e/ou comer – fiz os ovos ao forno da foto para almoçar e ficaram bem gostosos. Usei o que havia na geladeira, sobrinhas disso ou daquilo, e é claro que você pode usar o que tiver em casa. É uma espécie de ovos em cocote, feitos no forno porque não tenho microondas.

Não tem receita exata: arrumei folhas de espinafre ainda cru e um pouco de salaminho apimentado em uma panelinha (eu sou a neta de alemã que não gosta de carne de porco, mas ama bacon e salaminho) - use o refratário que preferir, escolhi esse para deixar a foto bonita, confesso! :) Quebrei os ovos por cima dos ingredientes, temperei com sal e pimenta do reino moída na hora. Levei ao forno preaquecido a 180°C por alguns minutos, e antes de servir salpiquei com algumas lascas de parmesão. Servi com pão.

Que vocês estejam bem e com saúde. Mando um beijo grande e desejo força para atravessarmos os momentos tão difíceis. 

terça-feira, novembro 10, 2020

Panquecas de beterraba com recheio de ricota e espinafre, e um combustível chamado lembranças

Panquecas de beterraba com recheio de ricota e espinafre 


Dias desses, pensando na vida, me toquei do quanto sou movida a lembranças. 

Penso em quando o Pingo era bebê e eu dava banho nele em cima da minha cama, em uma banheira que o João comprou para quando ele viesse aqui – se fechar os olhos, parece que consigo sentir o cheiro do xampuzinho dele.

Ao ouvir determinadas canções, lembro dos meus anos na faculdade, pegando o ônibus antes das seis da manhã, ponto deserto, via Anchieta escura, walkman na bolsa para a longa viagem de ônibus, seguido de metrô.

Lembro de minha mãe todos os dias, nem que seja uma vezinha sequer: uma comida de que ela gostava, uma música, uma expressão que sai de minha boca e que ela dizia quando eu era pequena, e me dou conta do quanto trago dela comigo, mesmo tendo convivido por apenas sete anos.

Em um almoço, muito antes da pandemia, Pingo disse que o meu macarrão estava “da pontinha da orelha” - pegou na ponta da orelhinha e fez o João repetir o gesto. Sorri para ele, pegando também na ponta da minha orelha, mas minha voz embargou na hora, porque eu havia, sem querer, ensinado a ele algo que era muito característico de minha mãe.  Ele ali, na minha frente, sorrindo e falando algo que a avó que ele nem sabe que existiu falava todos os dias na hora do almoço e do jantar. Olhei pra ele com muita ternura, vendo em seu rostinho os traços de Dona Tereza, o nariz idêntico, a alegria à mesa, a carinha de felicidade, e meu coração parece ter parado de bater por um momento. Hoje, lembrando da cena, meus olhos ficam marejados e a saudade aperta demais, tanto de meu pequeno, quanto de minha mãe.

Sim, lembranças me servem de combustível, e acho que ainda mais neste momento que vivemos, de pandemia, de um país sendo desmontado, de discursos de ódio sendo naturalizados, de uma realidade que parece filme distópico: vou me agarrar a elas para não sufocar.

A receita de hoje é nova, mas eu imediatamente me lembro de minha mãe todas as vezes em que faço ou como beterraba – era um de seus legumes favoritos. A massa da panqueca é uma adaptação da que postei tempos atrás, de espinafre, e o recheio é muito gostoso – use-o em uma panqueca tradicional se preferir economizar tempo. Recheei as panquecas, arrumei em um refratário e cobri com colheradas de requeijão antes de levar ao forno, ideia de molho que peguei da Raquel do @borafazer.

O recheio da receita abaixo que trago hoje é suficiente para 10 crepes – congelei os outro 8 e servi em outro momento, com outro recheio. Se quiser aprender como eu faço as beterrabas assadas, clique aqui.

 

Panquecas de beterraba com recheio de ricota e espinafre

receita minha, adaptada desta aqui

 

Massa:

½ beterraba média, assada e fria (havia sobrado do almoço do dia anterior)

350ml de leite integral, temperatura ambiente – usei água + leite em pó

½ colher (chá) de sal

1 pitada de pimenta do reino moída na hora

1 ovo, temperatura ambiente

1 ¼ xícaras (175g) de farinha de trigo

1 colher (chá) de fermento em pó

 

Recheio:

1 dente de alho bem picadinho ou ralado

1 colher (sopa) de azeite

4 xícaras de espinafre (260g), somente as folhas (aperte na xícara na hora de medir)

sal e pimenta do reino moída na hora

1 pitada de noz-moscada ralada na hora

1 xícara (165g) de ricota – usei caseira, receita aqui (para esta quantidade de ricota, foram 600ml de leite)

½ xícara (35g) de mozarela amarela ralada grosseiramente

 

Molho:

¾ xícara de requeijão

3 colheres (sopa) de parmesão ralado fininho

 

Comece pela massa da panqueca: no liquidificador, junte a beterraba, o leite, a água, o sal, a pimenta, o ovo e o espinafre e bata até obter uma mistura homogênea. Junte a farinha e o fermento e bata novamente até misturar – talvez você precise ajudar o liquidificador com uma espátula, empurrando a farinha que ficar grudada nas laterais do copo. Faça isso sempre com o liquidificador desligado e com cuidado. Quando a massa estiver homogênea, deixe descansando em temperatura ambiente por 30 minutos – enquanto isso, faça o recheio.

Recheio: em uma frigideira antiaderente grande, aqueça o azeite em fogo médio e junte o alho. Refogue por 1 minuto apenas – não deixe o alho queimar, ou vai ficar amargo. Acrescente o espinafre e refogue, mexendo, até murchar. Tempere com sal, pimenta do reino e a noz-moscada. Desligue o fogo e deixe esfriar. Aperte o espinafre em uma peneira para remover o excesso de água. Incorpore a ricota e a mozarela.

Faça as panquecas: aqueça uma frigideira antiaderente em fogo médio. Derrame porções da massa no centro da frigideira e gire para que a massa cubra todo o fundo. Deixe cozinhar por alguns segundos, vire e cozinhe do outro lado por mais alguns segundos. Transfira para um prato e prossiga com o restante da massa – a minha frigideira tem 20cm de diâmetro e com ela a receita rende 18 panquecas. Se após o descanso a sua massa estiver espessa demais, junte um pouquinho de água e misture com a espátula.

Coloque porções do recheio - aproximadamente 2 colheres (sopa) – na ponta de cada panquequinha e enrole de maneira firme, formando um canudo. Transfira para um refratário. Cubra com o requeijão, salpique com o parmesão e leve ao forno por 20 minutos. Sirva imediatamente.

Rend.: 18 panquecas, usando uma frigideira de 20cm de diâmetro. O recheio desta receita é suficiente para as 10 panquecas; congelei as 8 restantes e servi outro dia, com outro recheio.

terça-feira, outubro 27, 2020

Pesto de espinafre e amêndoa e o meu sumiço

Pesto de espinafre e amêndoa

Queridas e queridos, como vocês estão?

Faz tempo que não dou as caras por aqui – ando bem ocupada com o trabalho (trabalhando muito, mas feliz!) e também tentando retomar os hábitos saudáveis de antes da pandemia. Voltei a me exercitar, em casa mesmo, e a frequência está tão boa que ando me sentindo a Madonna. :)

Não tem me sobrado muito tempo para fazer receitas novas ou para escrever aqui no blog.

Por outro lado, a newsletter continua firme e forte, e todas as sextas envio minha cartinha, escrita com amor e carinho – se você também quiser receber, clique aqui para se inscrever.

Tenho algumas poucas receitas antigas ainda guardadas, como o brownies que postei tempos atrás, e o molho de hoje: gosto demais de pesto, acho que combina bem com tanta coisa! Gosto de esparramar por aí, não só no macarrão: levanta o astral do frango e do peixe, vai bem na pizza, na bruschetta.

O pesto de hoje leva espinafre, que tem um sabor marcante, e um pouco de manjericão para equilibrar. Se não tiver amêndoa em casa, use nozes ou castanha de caju.

 

Pesto de espinafre e amêndoa

receita minha

 

- xícara medidora de 240ml

 

3 xícaras de espinafre – aperte as folhas na xícara na hora de medir

¼ xícara de folhas de manjericão – aperte as folhas na xícara na hora de medir

½ xícara de amêndoa, com ou sem pele

¾ xícara de parmesão ralado grosseiramente

1 dente de alho pequeno, picado

100ml de azeite de oliva extra virgem

sal e pimenta do reino moída na hora

Aqueça uma panela grande com água em fogo alto. Tenha pronta uma tigela com água fria e gelo. Quando a água da panela ferver, junte o espinafre e cozinhe apenas por alguns segundos, até que murche – com uma escumadeira, retire o espinafre da água fervente e transfira para a tigela com água gelada.

Escorra toda a água do espinafre e aperte-o em uma peneira, para extrair o excesso de água. Transfira para o liquidificador ou processador de alimentos. Junte os ingredientes restantes e pulse/processe até obter um molho homogêneo – se a mistura estiver espessa demais, junte um pouco de água fria, aos poucos, e vá batendo.

Despeje o pesto no macarrão e misture – ao preparar o macarrão, separe um pouco da água do cozimento e use-a para soltar o molho se ficar espesso demais depois de misturado ao macarrão.

Rend. 5 porções (500g de macarrão)

segunda-feira, setembro 14, 2020

Waffles integrais sabor pizza e férias bem diferentes

English version

Waffles integrais sabor pizza


Tirei alguns dias de férias em julho e foram férias muito diferentes de tantas outras que já tirei: de quarentena, fiquei em casa o tempo todo. Planejava voltar a Nova York esse ano, mas a pandemia não deixou. Não teve viagem, não teve passeio. Vi um filme por dia, alguns seriados, e cozinhei bastante. Fiz algumas arrumações nos meus livros, nos armários, tirei cochilos depois do almoço. Descansei.

Em uma das tardes vendo filmes me deu uma vontade doida de beliscar alguma coisinha, e eu tinha até feito bolo, mas queria mesmo algo salgado. Adaptei a minha receita de waffles de laranja e azeite e a transformei em waffles sabor pizza – adicionei um pouquinho de farinha integral para deixar a massa mais interessante e os waffles ficaram realmente muito gostosos. Divido com vocês hoje a receita.


Waffles integrais sabor pizza

receita minha, adaptada dos meus waffles de laranja e azeite de oliva

 

- xícara medidora de 240ml

 

100g farinha de trigo comum

75g de farinha de trigo integral

2 colheres (chá) de fermento em pó

1 pitada de sal

2 colheres (chá) de orégano seco

1 ovo grande

¼ xícara (60ml) de azeite de oliva extra virgem

¾ xícara (180ml) de leite integral, temperatura ambiente

1 xícara (70g) de mozarela ralada grosseiramente

2 colheres (sopa) de parmesão ralado fininho

 

Em uma tigela média, misture as farinhas, o fermento, o orégano e o sal com um batedor de arame. Reserve.

Em uma tigela pequena, misture com um batedor de arame o ovo, o azeite e o leite. Verta os líquidos sobre os ingredientes secos e misture somente até incorporar – não misture demais. Incorpore os queijos.

Preaqueça a máquina de waffle. Cozinhe porções de massa por vez, até que cada waffle doure - siga as instruções do fabricante. Sirva imediatamente.

 

Rend.: 5-6 waffles

terça-feira, setembro 08, 2020

Barquinhas de abobrinha com bacon e alho-poró e um assunto nada a ver

Barquinhas de abobrinha com bacon e alho-poró

Estava pensando aqui em um assunto que nada tem a ver com comida: quanto tempo vocês demoram para desistir de um seriado?

Já faz algum tempo que não me encanto com nada novo, mas como meus preciosos “Ozark” e “Better Call Saul” vão demorar muito para voltar, andei tentando outros seriados. Vi a primeira temporada de “The Leftovers” e desisti – confesso que só terminei mesmo a temporada por causa do João, se fosse por mim já teria largado lá pelo terceiro, quarto episódio. Achei confusa, rocambolesca demais – doida. E olhem que adoro Terry Gilliam, Cronenberg, Michel Gondry, estou acostumada com loucura. :)

“I May Destroy You” foi a mesma coisa: vi três episódios e larguei. Achei chato de ver, me causou agonia em muitos momentos, fiquei incomodada com a romantização do uso de drogas. Vejo tanta gente enaltecendo a série nas redes sociais, me pergunto se estávamos vendo a mesma coisa.

Por outro lado, comecei a ver “The Boys” no final de semana prolongado e estou adorando! Logo no primeiro episódio eu já senti que iria gostar. Sempre penso no piloto de “Breaking Bad” e em como acho que as séries tem que nos ganhar logo de cara – se demora demais para gostar, eu já desconfio.

Algo de que não desisto jamais é dos legumes: a cada semana tento fazer algo novo com eles, experimentar novas receitas. Abobrinha aqui em casa nunca falta, faço assada em rodelas com bastante frequência (receita ótima da Rita Lobo), mas desta vez quis variar um pouco: acabei fazendo barquinhas, mas diferentes das que postei aqui tempos atrás, com carne moída – apenas um pouquinho de bacon para dar um toque salgadinho a mais.

 

Barquinhas de abobrinha com bacon e alho-poró

receita minha

 

- xícara medidora de 240ml

 

2 abobrinhas médias (280g cada), cortadas ao meio no sentido do comprimento

2 colheres (chá) de azeite de oliva, para pincelar as abobrinhas

sal e pimenta do reino moída na hora

2 fatias de bacon, picadas

1 alho-poró grande, somente a parte mais clara, em fatias finas

1 dente de alho grande, amassado e picadinho

1 colher (chá) de orégano seco

algumas folhinhas de manjericão fresco

1 xícara (70g) de mozarela passada no ralador grosso – rale, depois meça

2 colheres (sopa) de parmesão ralado fininho

 

Preaqueça o forno a 200°C. Forre uma assadeira média e rasa com papel alumínio e pincele o papel com azeite.

Com cuidado, usando uma colher, remova a polpa das abobrinhas, formando as barquinhas – não cave demais, para que não fiquem muito frágeis. Pique a polpa e reserve. Pincele a parte de dentro das barquinhas com o azeite, salpique com sal e pimenta do reino e arrume na forma preparada, com o lado cortado virado para baixo. Asse por 20 minutos.

Enquanto isso, faça o recheio: aqueça uma frigideira antiaderente grande em fogo alto. Junte o bacon e frite até dourar e começar a ficar crocante. Acrescente o alho-poró e refogue, mexendo algumas vezes, até que ele fique macio. Junte o alho e refogue por 1 minuto apenas – não deixe queimar, para não amargar. Acrescente a polpa de abobrinha, misture bem, tempere com sal e pimenta do reino (cuidado com o sal, porque o bacon e o queijo já são salgadinhos). Adicione o orégano e o manjericão, misture bem, cozinhe por 1 minuto e desligue. Deixe esfriar por alguns minutos, junte a mozarela e misture bem.

Retire as abobrinhas do forno e, com cuidado para não se queimar, acomode o recheio dentro das barquinhas (deixe o forno ligado). Salpique com o parmesão e volte ao forno por mais 20 minutos. Sirva em seguida.

Rend.: 2 porções (servi com arroz branco e salada de rúcula)

segunda-feira, agosto 24, 2020

Bolinhos de couve-flor e me sentindo nostálgica

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Bolinhos de couve-flor / Cauliflower balls

Ando nostálgica ultimamente – quem recebeu minha newsletter da última sexta-feira sabe – e pensando muito em minha mãe. Alguns ingredientes e comidinhas me lembram demais a dona Tereza, é impossível não pensar nela e em alguns momentos da minha infância. Couve-flor, por exemplo, é algo que me transporta imediatamente para o passado, é como se eu ouvisse minha mãe dizendo “coma as arvorezinhas, filha, que elas são boas para a saúde”. Couve-flor, para mim, sempre será arvorezinha. <3

Por mais que eu adore as arvorezinhas, admito que elas precisam de um empurrãozinho no quesito sabor: couve-flor, dependendo do jeito que é preparada, pode ficar sem graça. Não é mesmo o caso destes bolinhos: modéstia à parte, eles ficaram incríveis! Muito saborosos, crocantes por fora e úmidos por dentro.

Servi com arroz, feijão e couve refogada, mas podem muito bem funcionar como belisquetes acompanhando uma cervejinha gelada. Aliás, recomendo algumas gotinhas de Tabasco na hora de comer os bolinhos – ficam ainda mais gostosos.

 

Bolinhos de couve-flor

receita minha, inspirada nestes bolinhos de lentilha

 

- xícara medidora de 240ml

 

400g de couve-flor, sem as folhas e cortada em floretes – pouco mais da metade de uma couve-flor orgânica pequena

sal

½ cebola pequena, picadinha

1 ovo, temperatura ambiente

2 colheres (sopa) de salsinha picada – pique, depois meça

½ colher (sopa) de azeite de oliva

¼ xícara de parmesão ralado fininho – rale, depois meça

¾ xícara de farinha de rosca – usei caseira, pão torrado no forno e batido no liquidificador

pimenta do reino moída na hora


Coloque a couve-flor em uma panela grande e cubra com água fria. Leve ao fogo alto e, quando começar a ferver, junte 1 pitada de sal e cozinhe até os floretes ficarem macios, cerca de 10 minutos (comece a contar quando começar a ferver). Escorra e enxague com água corrente para esfriar a couve-flor. Escorra bem, transfira para uma tábua e pique bem com a faca. Transfira para uma tigela grande.

Preaqueça o forno a 200°C. Forre uma assadeira grande e rasa com papel alumínio e pincele o papel com azeite.

Acrescente o restante dos ingredientes e misture bem. Tempere com sal e pimenta. Com um mixer, processe metade da mistura, diretamente na tigela mesmo, até virar um purê rústico – se não tiver mixer, transfira metade da mistura para um processador de alimentos e pulse algumas vezes. Misture bem novamente. Com as mãos, modele bolinhas usando 1 ½ colheres (sopa) niveladas por porção. Arrume as bolinhas na assadeira preparada, deixando 3cm entre uma e outra. Leve ao forno por 15 minutos, e então, com cuidado, vire os bolinhos. Asse por mais 15 minutos e sirva.

Rend.: cerca de 22 unidades – eu assei metade no dia em que preparei e congelei metade para outro dia; congelei em aberto e quando as bolinhas estavam bem firmes transferi para um saquinho.

segunda-feira, agosto 17, 2020

Risoto de espinafre e mozarela - almoço na mesa, mesmo com a geladeira pelada

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Risoto de espinafre e mozarela / Spinach and mozzarella risotto


Tempos atrás fiz um risoto com vários vegetais diferentes, usando quase que tudo o que havia no meu gavetão de legumes: ficou uma delícia e super nutritivo, cheio de coisas boas para a saúde. Desta vez, foi o completo oposto: a geladeira estava bem vazia, então fui ao freezer e fiz um risoto usando espinafre congelado, e joguei um pouco de queijo na equação para melhorar tudo. Nunca uso alho em risotos, mas no de hoje usei porque alho e espinafre ficam ótimos juntos.

Fiquei bem surpresa com o resultado do risoto, não imaginei que ficaria tão gostoso! João não é fã de risotos e repetiu – fiquei impressionada, porque isso nunca acontece. Sempre tenho espinafre congelado no freezer, uso muito em sopas, como esta, mas em risoto foi a primeira vez que usei. O resultado me deixou animada e mais ainda por colocar o almoço na mesa em menos de meia hora, o que é ótimo nos dias de faxina do apartamento. :D


Risoto de espinafre e mozarela

receita minha

- xícara medidora de 240ml

3 colheres (sopa) de manteiga sem sal

½ colher (sopa) de azeite de oliva

1/3 xícara de salsão picadinho – pique, depois meça; usei congelado, direto do freezer

½ cebola pequena, picadinha

1 dente alho pequeno, picadinhos

¾ xícara (165g) de arroz arbóreo ou Carnaroli

¼ xícara (60ml) de vinho branco seco

sal e pimenta do reino moída na hora

3 bolinhas (100g) de espinafre congelado, já descongelado

3 xícaras (720ml) de caldo de legumes fervente

1 xícara (70g) de mozarela ralada grosseiramente – rale, depois meça

2 colheres (sopa) de parmesão ralado grosseiramente – rale, depois meça

Em uma panela média, junte metade da manteiga e o azeite e quando aquecer adicione o salsão e a cebola, refogando até que fiquem macios, 3-4 minutos. Acrescente o alho e refogue por 1 minuto apenas – não deixe queimar para não amargar a receita.

Junte o arroz e refogue por 2 minutos, mexendo, até que todos os grãos fiquem cobertos de gordura. Junte o vinho e refogue até que evapore. Tempere com um pouco de sal e pimenta. Acrescente o espinafre e misture. Acrescente 1 concha do caldo quente por vez e vá mexendo até que o caldo quase seque. Acrescente outra concha de caldo mexa novamente até que ele quase seque – repita o processo até que o arroz fique al dente, o que vai levar cerca de 20 minutos. Adicione a manteiga restante e os queijos, misturando bem. Prove, acerte o sal e a pimenta se necessário, tampe a panela e aguarde 5 minutos. Sirva imediatamente.

Rend.: 2 porções 

terça-feira, julho 07, 2020

Torta de liquidificador com sardinha e legumes para uma viagem no tempo

Torta de liquidificador com sardinha e legumes

Dias atrás andávamos meio nostálgicos aqui em casa, e João lembrou da torta de sardinha que sua mãe preparava quando ele era pequeno. Minha mãe também fazia muito aquelas tortas de liquidificador em que quase qualquer coisa pode ser usada como recheio: eu levava os quadradinhos na lancheira para a escola, meu pai os levava na marmita para o trabalho.

Quando o João me mediu para fazer a tal torta, pensando em sua mãe (ela faleceu em 2011), corri para a cozinha para ter certeza de que havia uma lata de sardinha na despensa: quando a encontrei no fundo do armário o almoço do sábado estava decidido. Uma saladinha de verdes para acompanhar e a comida alimentou o corpo e a alma.

Esta receita é super versátil e você pode usar atum, frango desfiado... Ou só vegetais cozidos para uma versão vegetariana. Colocar palmito fica uma delícia também. Na receita de hoje, achei que os tomates deixaram a torta um pouco úmida demais para o meu gosto, portanto, da próxima vez, trocarei por outro vegetal.

Uma dica: não façam como eu e esperem a torta esfriar alguns minutos antes de cortar, para que ela fique mais firme. Aqui a fome estava gigante e a pressa maior ainda. :D

Torta de liquidificador com sardinha e legumes
adaptada de uma torta de palmito da Claudia Cozinha

- xícara medidora de 240ml

Recheio:
1 cenoura média (140g), descascada e em cubinhos de pouco mais de 0,5cm
1 ½ colheres (sopa) de azeite
½ cebola média picadinha
2 tomates maduros, sem as sementes, em cubinhos
sal e pimenta do reino moída na hora
3 colheres (sopa) de azeitona verde picada – pique, depois meça
2 colheres (sopa) de folhas de salsinha picada – pique, depois meça
1/3 xícara de ervilhas congeladas, descongeladas – para fazer isso rapidamente, passe por água quente e escorra bem
1 lata de sardinha (125g) – escorra, retire a espinha central dos peixinhos e desmanche-os em lascas pequenas

Massa:
2 ovos, temperatura ambiente
3 colheres (sopa) de azeite
1 xícara (240ml) de leite
2/3 xícara (93g) de farinha de trigo
3 colheres (sopa) de amido de milho
2 ½ colheres (chá) de fermento em pó
¼ colher (chá) de sal
1 pitada de pimenta do reino moída na hora
1 xícara (75g) de parmesão passado no ralador grosso – rale, depois meça

Para polvilhar:
1 ½ colheres (sopa) de parmesão ralado

Comece pelo recheio: coloque a cenoura em uma panelinha, cubra com água fria, tempere com 1 pitada de sal e leve ao fogo alto. Quando começar a ferver, cozinhe por 12 minutos. Escorra bem e reserve.
Enquanto isso, em uma frigideira média, aqueça o azeite e refogue a cebola, mexendo algumas vezes, até murchar. Junte o tomate, tempere com sal e pimenta e refogue por 5 minutos, mexendo algumas vezes, até o tomate começar a desmanchar. Desligue o fogo e deixe esfriar.

Massa: preaqueça o forno a 180°C. Unte com óleo uma forma quadrada de 20cm – não use forma com fundo removível, pois a massa é bem líquida e pode vazar.
Junte os ovos, o azeite e o leite no liquidificador e bata bem. Acrescente a farinha, o amido de milho, o fermento, o sal e a pimenta e bata novamente. Junte o parmesão e bata uma última vez – a massa é bem líquida mesmo.

Espalhe metade da massa na forma preparada. Vá distribuindo os recheios sobre a massa, um a um, espalhando de maneira uniforme. Cubra com a massa restante. Polvilhe com o parmesão e asse por 35-40 minutos ou até dourar. Deixe esfriar por cinco minutos e corte em quadrados.

Rend.: 16 quadradinhos

segunda-feira, junho 29, 2020

Panquecas de espinafre com recheio de abobrinha e queijo e dica para congelar crepes

Panquecas de espinafre com recheio de abobrinha e queijo

Quem me segue no Instagram tem notado que ando muito exibida: depois de anos usando a plataforma, comecei a postar stories conversando com os seguidores. Eu sempre morri de vergonha de fazer isso, mas depois das duas lives incríveis que fiz com a Raquel me soltei mais e estou gostando bastante de comentar sobre comidas e filmes com vocês. As respostas são ótimas! :D

Semana passada pedi aos seguidores sugestões do que preparar com o maço de espinafre que viera na cesta orgânica. Recebi muitas ideias bacanas e acabei fazendo panquecas de espinafre com ricota, mas não as que lhes trago hoje: estas fiz tempos atrás, com um outro maço de espinafre recebido há algumas semanas. A massa leva espinafre e fica com uma cor linda – adaptei uma receita do Jamie Oliver – e o recheio é invenção minha. Antes da pandemia eu fazia muito a receita de crepes de centeio da Heidi Swanson e recheava com este refogado de abobrinha + cubos de feta para levar de marmita. O recheio de hoje é mais acessível, leva mozarela e parmesão e fica igualmente gostoso.

Eu fiz metade para um almoço e congelei a outra metade. Sempre congelo panquecas da seguinte forma: faço rolinhos (mesmo que não estejam recheadas), arrumo em uma assadeira forrada com papel alumínio e levo ao freezer. Quando estão durinhas, transfiro para um saquinho. Panquecas congeladas assim já salvaram a minha marmita várias vezes... :)

Panquecas de espinafre com recheio de abobrinha e queijo

Para o meu gosto, estas panquecas nem precisavam de molho, mas como o João adora panqueca com molho de tomate foi assim que servi. Para quem quiser fazer o molho, a receita está aqui.

Panquecas de espinafre com recheio de abobrinha e queijo
receita adaptada do Jamie Oliver (panqueca) e minha (recheio)

- xícara medidora de 240ml

Massa:
1 xícara (65g) de folhas de espinafre fresco – aperte na xícara na hora de medir
300ml de leite integral, temperatura ambiente – usei água + leite em pó
½ colher (chá) de sal
1 pitada de pimenta do reino moída na hora
1 ovo, temperatura ambiente
1 ¼ xícaras (175g) de farinha de trigo
1 colher (chá) de fermento em pó

Recheio:
1 colher (sopa) de azeite de oliva
1 dente de alho grande, bem picadinho – usei 1 imenso
1 abobrinha grande (350g), sem as pontas e em cubinhos de 1cm
sal e pimenta do reino moída na hora
½ colher (chá) de molho inglês
1 colher (chá) de orégano seco
3 colheres (sopa) de azeitona verde picadinha – pique, depois meça
1 xícara (70g) de mozarela passada no ralador grosso – rale, depois meça
3 colheres (sopa) de parmesão ralado fininho
Comece pela massa da panqueca: no liquidificador, junte o leite, o sal, a pimenta, o ovo e o espinafre e bata até obter uma mistura homogênea. Junte a farinha e o fermento e bata novamente até misturar – talvez você precise ajudar o liquidificador com uma espátula, empurrando a farinha que ficar grudada nas laterais do copo. Faça isso sempre com o liquidificador desligado e com cuidado. Quando a massa estiver homogênea, deixe descansando em temperatura ambiente por 30 minutos – enquanto isso, faça o recheio.

Recheio: em uma frigideira antiaderente grande, aqueça o azeite em fogo médio e junte o alho. Refogue por 1 minuto apenas – não deixe o alho queimar, ou vai ficar amargo. Acrescente a abobrinha, aumente para o fogo alto, e tempere com sal, pimenta do reino e o molho inglês. Refogue, mexendo às vezes, até que comece a dourar. Junte o orégano e a azeitona e misture bem. Refogue até dourar, aproximadamente 5 minutos no total, desligue o fogo e deixe esfriar completamente. Quando esfriar, junte a mozarela e o parmesão e misture bem.

Faça as panquecas: aqueça uma frigideira antiaderente em fogo médio. Derrame porções da massa no centro da frigideira e gire para que a massa cubra todo o fundo. Deixe cozinhar por alguns segundos, vire e cozinhe do outro lado por mais alguns segundos. Transfira para um prato e prossiga com o restante da massa – a minha frigideira tem 20cm de diâmetro e com ela a receita rende 16 panquecas.

Coloque porções do recheio - aproximadamente 2 colheres (sopa) – na ponta de cada panquequinha e enrole de maneira firme, formando um canudo. Transfira para um refratário. Cubra com o molho e leve ao forno por 20 minutos. Sirva imediatamente.

Rend.: 16 panquecas, usando uma frigideira de 20cm de diâmetro. O recheio desta receita é suficiente para as 16 panquecas.



quinta-feira, junho 11, 2020

Calzones de ratatouille - receita com jeitão de final de semana

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Calzones de ratatouille / Ratatouille calzones

Semana passada falei para o João que queria preparar algo diferente para o almoço no final de semana: não queria macarrão nem arroz com feijão, e estava com vontade de testar uma receita nova.

Dando uma olhada no gavetão de legumes encontrei uma berinjela, uma abobrinha e algumas cenouras – era só isso mesmo, não havia muito para escolher. Guardei as cenouras para outro uso e juntei a berinjela e a abobrinha em uma espécie de ratatouille, acrescentando extrato de tomate e azeitonas pretas para tornar a mistura mais interessante. Adicionei queijo e assim obtive o recheio para estes calzones e lhes trago a receita hoje com um sorriso orgulhoso: eles ficaram tão bons!

Parece que vasculhar o gavetão de legumes é um ótimo exercício para a criatividade, não? :D

A receita rende 8 calzones grandes, o que é muito para só nós dois em uma refeição apenas, portanto congelei os calzones que restaram e os comemos no jantar ontem.
Se você quiser fazer o mesmo, deixe os calzones esfriarem completamente, embrulhe em papel alumínio e transfira para um saco plástico, vedando bem. Depois de descongelados, os calzones só precisam de 10 minutos no forno quente para ficarem deliciosos novamente.

Calzones de ratatouille / Ratatouille calzones

Calzones de ratatouille
receita minha

- xícara medidora de 240ml

Massa:
2 colheres (chá) de fermento biológico seco
½ colher (chá) de açúcar cristal ou refinado
1 ¼ xícaras (300ml) de água morna
2 colheres (sopa) de azeite de oliva extra virgem
3 xícaras (420g) de farinha de trigo comum
1 ¼ colheres (chá) de sal

Recheio:
1 ½ colheres (sopa) de azeite
½ cebola pequena picadinha
1 dente de alho grande picadinho
1 abobrinha média (240g), em cubos de 1cm
1 berinjela média (300g), em cubos de 1 cm
1 folha de louro
sal e pimenta do reino moída na hora
½ colher (sopa) de extrato de tomate
1 colher (sopa) de vinho branco seco
10 azeitonas pretas grandes, sem os caroços e bem picadinhas
1 ½ xícaras (150g) de mozarela ralada grosseiramente – rale, depois meça
3 colheres (sopa) de parmesão ralado grosseiramente
2 colheres (chá) de orégano seco

Para finalizar os calzones:
azeite de oliva extra virgem, para pincelar os calzones
parmesão ralado a gosto, para polvilhar sobre os calzones

Prepare a massa: na tigela da batedeira planetária, junte o fermento biológico, o açúcar e a água. Misture bem com um garfo e reserve por cerca de 5 minutos ou até a espumar. Acrescente o azeite, a farinha e o sal, misture, e então sove na batedeira por 6-8 minutos ou até obter uma massa lisa e elástica – se for sovar na mão, serão 10-12 minutos, aproximadamente. Forme uma bola com a massa e transfira para uma tigela grande pincelada com azeite – vire a massa uma vez para que todos os lados fiquem untados com o azeite. Cubra com filme plástico e deixe crescer em um lugar morninho, longe de correntes de ar, por 1 hora ou até dobrar de volume – deixei a minha massa fermentar por 1 hora e meia.

Enquanto isso, faça o recheio: aqueça uma frigideira antiaderente grande em fogo médio. Junte o azeite, seguido da cebola e refogue, mexendo algumas vezes, até que a cebola murche. Acrescente o alho e refogue por 1 minuto – não deixe queimar, para não ficar amargo. Acrescente a abobrinha, a berinjela e o louro, tempere com sal e pimenta e refogue, mexendo de vez em quando, até os legumes ficarem macios, 5-7 minutos dependendo do tamanho dos cubinhos. Acrescente o extrato de tomate e refogue por mais 2 minutos – é importante cozinhar bem o extrato para que não fique com sabor de tomate cru. Junte o vinho, cozinhe por 1 minuto e desligue o fogo. Descarte o louro, acrescente a azeitona, misture e deixe esfriar completamente. Quando esfriar, misture a mozarela, o parmesão e o orégano.

Preaqueça o forno a 220°C. Separe duas assadeiras grandes e rasas.
Divida a massa em 8 partes iguais – cada uma delas terá entre 90 e 100g. Usando um rolo, abra cada porção de massa em um círculo de cerca de 25cm. Coloque o recheio em metade da massa, feche formando uma espécie de pastel e enrole bem as extremidades para que o recheio não vaze – eu usei cerca de ½ xícara de recheio por calzone, mas como os tamanhos dos vegetais podem variar, se você tiver balança, pese o total do recheio e divida por 8 para saber quanto colocar em cada calzone. Se não tiver balança, acho que fica mais fácil espalhar o recheio em uma assadeira, fazendo uma camada rasa, e então dividir em 8 partes iguais.

Repita o processo com a massa e recheio restantes. Transfira os calzones para as assadeiras preparadas, deixando 2cm de distância entre eles. Pincele-os com azeite e polvilhe com o parmesão. Leve ao forno por 20-25 minutos ou até que dourem bem. Sirva imediatamente.

Rend.: 8 unidades

terça-feira, maio 26, 2020

Bolinhos de espinafre e queijo

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Bolinhos de espinafre e queijo

Quem me acompanha lá no Instagram já viu alguns dos meus pratos de almoço: geralmente é comida simples de preparar, para poder encaixar na hora do almoço do trabalho. O feijão eu já deixo no jeito, cozinho bastante e congelo. O arroz faço duas vezes por semana, geralmente, então na hora de comer é só assar legumes, temperar ou refogar algumas folhas (já deixo tudo lavado e descorongado na geladeira), colocar almôndegas no forno ou fazer uma omelete. Jogo rápido.

Mas nos dias em que tenho um pouco mais de tempo, ou quando me organizo para preparar algo na noite anterior, gosto de fazer receitas mais demoradas ou coisas novas para provar. Foi o caso deste bolinhos deliciosos: eu tinha um tanto de espinafre na geladeira e queria algo diferente para usá-lo: se fosse um dia mais corrido, eu simplesmente teria refogado as folhas com alho e uma pitada de noz-moscada e teria ficado muito gostoso; mas em um dia de mais tempo, recorri às minhas fontes de sempre na Internet (Donna Hay, Jamie Oliver, Gourmet Traveller, revistas Delicious inglesa e australiana, Panelinha) e foi no Guardian que encontrei uma receita interessante. Adaptei ligeiramente e os bolinhos foram sucesso até com o João, que honestamente não é fã de bolinhos.

Tenho certeza de que os bolinhos ficariam ótimos assados, mas como eu já estava com o forno ocupado passei-os rapidamente pela frigideira antiaderente com um pouquinho de azeite. Faça como preferir, mas se resolver assar, forre a assadeira com papel alumínio e pincele com azeite, pois a quantidade de queijo nos bolinhos pode fazer com que grudem na assadeira.

Pena que a receita rendeu tão pouquinho – devoramos tudo no almoço e não sobrou nada para contar história. :D

Aproveito para lembrar que na próxima sexta enviarei a newsletter do TK e quem quiser receber a minha cartinha é só clicar neste link para assinar. x

Bolinhos de espinafre e queijo
adaptados da receita do Hugh Fearnley-Whittingstal que encontrei no Guardian

- xícara medidora de 240ml

Bolinhos:
4 xícaras (260g) de espinafre fresco, sem os talos, folhas lavadas – meça depois de retirar os talos e aperte as folhas na xícara na hora de medir
1 ½ colheres (sopa) de azeite de oliva
½ cebola média, bem picadinha
1 dente de alho grande, bem picadinho
½ xícara de mozarela ralada grosseiramente – rale, depois meça
2 colheres (sopa) de parmesão ralado fininho
1 colher (sopa) de requeijão ou cream cheese
2 colheres (sopa) de farinha de rosca
¼ colher (chá) noz-moscada ralada na hora
1 ovo, levemente batido com um garfo – o ovo que usei era pequeno, tinha 50g; compro orgânicos e o tamanho varia bastante
sal e pimenta do reino moída na hora

Para fritar os bolinhos:
2 colheres (sopa) de farinha de rosca
1 colher (sopa) de azeite de oliva

Em uma frigideira antiaderente grande, cozinhe o espinafre – sem acrescentar nada mesmo à panela – em duas etapas, mexendo até que as folhas murchem. Transfira para uma peneira. Quando estiver morno o suficiente para ser manuseado, aperte bem as folhas com as mãos, o máximo que conseguir, para retirar todo o excesso de água. Pique bem e deixe esfriar completamente.

Usando a mesma frigideira, aqueça o azeite em fogo médio-alto. Junte a cebola e refogue, mexendo algumas vezes, por 3-4 minutos ou até que fique macia e transparente. Junte o alho e refogue por mais 1 minuto – não deixe o alho queimar para não amargar a receita. Retire do fogo e deixe esfriar completamente.

Transfira o espinafre, a mistura de cebola e alho, os queijos, o requeijão ou cream cheese, a farinha de rosca e a noz-moscada para uma tigela média. Junte o ovo, tempere com sal e pimenta e misture até obter uma massinha. Com as palmas das mãos úmidas, modele bolinhas com a massa, usando 1 ½ colheres (sopa) por bolinha. Transfira para um prato e leve à geladeira por 30 minutos.

Antes de fritar o bolinhos, passe-os pela farinha de rosca, delicadamente. Aqueça o azeite na mesma frigideira usada antes em fogo médio-alto e frite os bolinhos, virando algumas vezes para que dourem por igual – faça isso com cuidado, pois são bem macios. Sirva imediatamente.

Rend.: 10-11 bolinhos

terça-feira, maio 19, 2020

Risoto de cenoura e couve com rabanetes assados, ou "risoto do que havia no gavetão de legumes"

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Risoto de cenoura e couve com rabanetes assados

Sábado de manhã, aquela preguiça uber-blaster pós-faxina, eu só queria mesmo saber de tomar um banho, abrir um vinho e ficar no sofá. Mas a gente precisa comer, né? E depois da faxina geralmente ficamos bem famintos. Só que a minha criatividade culinarística tinha ido dar um rolê por aí e nem sinal de querer voltar: inspiração zero. Poderia ter feito hambúrguer, mas não tinha descongelado a carne moída. Não queria comer macarrão. Abri a geladeira e saí catando o que havia na minha frente: cenoura, alho-poró, rabanete. Ah, tem umas folhas de couve aqui também, já lavadas e descorongadas. Então vou jogar tudo em um risoto e pronto.

É risoto de cenoura e couve com rabanetes assados, mas poderia muito bem se chamar “risoto do que havia no gavetão de legumes”. :)

Como não havia caldo de legumes pronto, usei alho-poró e cebola no refogado para dar mais sabor ao risoto e fervi uma folha de louro na água que usei como caldo. Deu muito certo! O risoto ficou delicioso, gente, modéstia à parte. No final das contas, o rabanete destoou um pouco: eu queria dar uma textura a mais para o prato, mas funcionou muito bem sem ele. De qualquer forma, deixo aqui a receita, caso vocês queiram servir o rabanete assado em outra refeição.

Risoto de cenoura e couve com rabanetes assados
receita minha

- xícara medidora de 240ml

Rabanetes assados:
5 rabanetes pequenos (100g no total), cortados ao meio no sentido do comprimento; se forem maiorzinhos, corte em 3 ou 4 partes
2 colheres (chá) de azeite de oliva
sal e pimenta do reino moída na hora

Risoto:
3 xícaras (720ml) de água fervente
1 folha de louro
3 colheres (sopa) de manteiga sem sal
½ colher (sopa) de azeite
1 alho-poró pequeno e fininho, só a parte mais clara, em rodelas fininhas
½ cebola pequenina, picadinha
¾ xícara (165g) de arroz arbóreo ou carnaroli
¼ xícara (60ml) de vinho branco seco
sal e pimenta do reino moída na hora
2 cenouras pequeninhas (160g no total – pesadas ainda com a casca e os topos), raladas grosseiramente
2 folhas de couve sem o talo central, rasgadas em pedaços pequenos
¼ xícara (35g) de parmesão ralado grosseiramente

Preaqueça o forno a 200°C. Forre uma assadeira pequena e grande e rasa com papel alumínio. Transfira os rabanetes para o papel, regue com o azeite e tempere com o sal e a pimenta. Misture com as mãos, espalhe na assadeira deixando alguns centímetros entre os pedaços de rabanete e leve ao forno for meia hora, virando os rabanetes do meio do tempo de cozimento. Retire do forno e reserve.

Enquanto isso, faça o risoto: junte a água e a folha de louro em uma panelinha e coloque para ferver. Aqueça uma panela média em fogo médio-alto. Junte metade da manteiga e o azeite e quando aquecer adicione o alho-poró e a cebola, refogando até que fiquem macios, 3-4 minutos. Junte o arroz e refogue por 2-3 minutos, mexendo, até que todos os grãos fiquem cobertos de gordura. Junte o vinho e refogue até que evapore. Tempere com um pouco de sal e pimenta. Acrescente a cenoura e misture bem. Acrescente 1 concha da água com louro quente por vez e vá mexendo até que o caldo quase seque. Acrescente outra concha da água com louro e mexa novamente até que ele quase seque – repita o processo até que o arroz fique al dente, o que vai levar cerca de 20 minutos. Incorpore a couve, e então adicione a manteiga restante e o parmesão, misturando bem. Prove, acerte o sal e a pimenta se necessário, tampe a panela e aguarde 5 minutos. Transfira o risoto para os pratos de servir e arrume o rabanete sobre o arroz, no centro do prato. Sirva imediatamente.

Rend.: 2 porções generosas, ou 3 mais levinhas

terça-feira, abril 28, 2020

Macarrão com brócolis e meu momento #classemédiasofre

Macarrão com brócolis

Como vocês estão, queridos?

Aqui continuamos em casa, isolamento quase que total, só saindo mesmo para o supermercado, pouquíssimas vezes (a cada dez dias, se minha memória não me prega peças) - tenho trabalhado de casa, mas mesmo tendo uma rotina até que normal de segunda à sexta às vezes me perco nos dias. Semana passada, com o feriado na terça, meu cérebro fez um bololô e na quinta eu já nem lembrava que dia era.

O fato de não poder ir ao supermercado tanto quanto gostaria e também a falta de produtos tem ditado o ritmo das comidas aqui em casa: havia anos só usava farinha de trigo orgânica em minhas receitas, tive que ceder e comprar farinha comum, de marcas de que não gosto, porque eram as únicas que pude encontrar – se João e eu ficarmos sem pizza o mau humor vai reinar aqui em casa, sem contar que ele viciou no pão sem sova do Jim Lahey e tenho feito toda semana (alô, Marcinha, minha querida!). :) Houve um dia em que precisei do delivery de um supermercado e percebi o quanto sou chata, pois os legumes e frutas que vieram eu jamais teria escolhido para comprar. Encontrei uma cesta orgânica que entrega aqui em São Caetano, está ajudando bastante e assim precisamos sair ainda menos.

Desculpem as frivolidades, mas é tanta notícia ruim, tanta merda acontecendo neste país que eu precisava desopilar um pouco e compartilhar com vocês o meu momento #classemédiasofre, dar uma reclamadinha básica – quando eu falo essas coisas para o João ele só ri. :D

Em uma das duas compras do delivery pedi brócolis, estava aguada para comer e não encontrava nem congelado, nem na cesta orgânica. Os brócolis vieram já indo pro amarelo (subi no elevador xingando muito, haha), então tive que consumir logo. Fiz um leva assada, que postei no Instagram e ficou deliciosa – recomendo muito! – e o resto virou macarrão. Eu vejo tanta gente, incluindo a Rica Wolf, comentando que o cheiro do brócolis cozinhando é ruim e tal, mas confesso que não ligo – para mim, não é um problema, pois eu simplesmente amo brócolis de tudo quanto é jeito. Só não deixei um restinho dos floretes para colocar na pizza porque ia amarelar totalmente antes disso.

Macarrão com brócolis
receita minha

- xícara medidora de 240ml

3 colheres (sopa) de azeite de oliva
½ cebola grande, picadinha
2 dentes de alho grandes, bem picadinhos
4 tomates maduros, sem pele e sem as sementes, em cubos
sal e pimenta do reino moída na hora
3 raminhos de tomilho fresco, só as folhas, ou a erva que você quiser/tiver em casa
1 maço de brócolis, só os floretes – eu gosto do ramoso, mas quem preferir o ninja pode substituir
400g de macarrão – use a massa curta da sua preferência; com orecchiette fica muito gostoso também
2 colheres (chá) de vinagre balsâmico – também fica gostoso com molho inglês
¼ xícara de parmesão ou pecorino, passados pelo ralador fininho ou triturados no processador (rale, depois meça)

Em uma panela grande, aqueça água até ferver. Acrescente sal.

Enquanto a água ferve, aqueça o azeite em uma frigideira ou panela grande em fogo médio-alto. Junte a cebola e refogue, mexendo às vezes, até murchar. Junte o alho a refogue por 1 minuto – não deixe o alho queimar para não amargar a receita.
Acrescente os tomates, tempere com sal e pimenta, e junte as folhinhas do tomilho (ou da erva que quiser). Refogue, mexendo algumas vezes, até que os tomates comecem a desmanchar e formar um molho, cerca de 5 minutos – se a mistura de tomates estiver sequinha demais, junte 1 ou 2 colheres (sopa) da água do cozimento do macarrão.

Enquanto isso, cozinhe os brócolis na água por 2 minutos – escorra os floretes, transfira para a tábua e corte grosseiramente com a faca. Ao retirar os brócolis da água, coloque o macarrão para cozinhar pelo tempo indicado na embalagem.

Transfira os brócolis picados para o molho (depois dos 5 minutos necessários para ele encorpar). Acrescente o vinagre balsâmico e cheque o tempero. Reserve ½ xícara da água do cozimento e então escorra o macarrão. Incorpore ao molho. Acrescente o queijo ralado, misturando bem – ele deve deixar o molho mais cremoso. Se estiver muito sequinho, junte um pouco da água do cozimento reservada, misturando sempre. Sirva imediatamente polvilhado com mais parmesão ou pecorino.

Rend.: 4 porções

sábado, maio 04, 2019

Risoto de abóbora assada, espinafre e manjerona para uma amiga


Risoto de abóbora assada, espinafre e manjerona

Quem acompanha o blog percebe que há uma grande quantidade de louças, talheres e paninhos nesta casa: eu realmente não sei mais onde vou enfiar tanta coisa. :D Quem me lê também sabe que fiquei muito tempo de teto baixo, quando nada referente à cozinha me interessava. E neste período não comprei nada novo. O

Outro dia, ao sair para almoçar com uma amiga, demos uma voltinha pela Tok&Stok, pois ela precisava de capas de almofada. Fui xeretar as louças e vi estas tigelinhas, tão lindas, e logo já fui imaginando o que serviria nelas – só como um exercício, não pensava em comprá-las. Comentei com a Vi: “nossa, um prato de arroz, como risoto ou arroz doce, ficaria incrível nesta louça”. Ela responde: “compra logo, estão em promoção. Quero ver uma foto bem bonita depois”.

Minha amiga tem segurado a minha mão nos últimos meses, que tem sido barra, e é tão incrível comigo que resolvi seguir o seu conselho: trouxe as tigelinhas para casa e fiz um risoto bem delicioso.

Espero que minha amiga goste da receita e da foto, pois fiz pensando nela. <3


Risoto de abóbora assada, espinafre e manjerona

receita minha

Abóbora assada:

300g de abóbora japonesa (cabotiá)
1 colher (sopa) de azeite
sal e pimenta do reino moída na hora

Risoto:

2 colheres (sopa) de azeite
½ cebola, picadinha
¾ xícara (165g) de arroz arbóreo ou carnaroli
¼ xícara (60ml) de vinho branco seco
3 xícaras (720ml) de caldo de legumes caseiro
70g de espinafre congelado, já descongelado
sal e pimenta do reino moída na hora
2 colheres (sopa) de manteiga
3 colheres (sopa) de parmesão ralado bem fininho
1 colher (sopa) de folhas de manjerona fresca

Preaqueça o forno a 200°C. Forre uma assadeira grande e rasa com papel alumínio e pincele-o levemente com azeite – se usar assadeira antiaderente não precisa forrar com papel.
Coloque os pedaços de abóbora em uma tigela, regue com o azeite, tempere com sal e pimenta e misture bem para envolver todos os pedacinhos. Espalhe os cubos de abóbora sobre o papel e leve ao forno por 25-30 minutos, virando os cubinhos na metade do tempo – asse até que estejam dourados. Reserve.

Comece o risoto: aqueça uma panela média em fogo médio-alto. Junte o azeite e quando aquecer adicione a cebola, refogando até que fique transparente. Junte o arroz e refogue por 2-3 minutos, mexendo, até que todos os grãos fiquem cobertos de azeite. Junte o vinho e refogue até que evapore. Acrescente 1 concha de caldo quente e vá mexendo até que o caldo quase seque. Acrescente outra concha de caldo e vá mexendo novamente até que ele quase seque – vá repetindo o processo até que o arroz fique al dente, o que vai levar cerca de 20 minutos (talvez você não use todo o caldo). Na metade do processo acima, junte o espinafre e ¾ dos cubos de abóbora. Tempere com sal e pimenta, mas cuidado com o sal, pois a abóbora já está temperada.

Acrescente o parmesão, a manteiga e a manjerona e misture. Prove e acerte o sal se necessário, tampe a panela e aguarde 2 minutos. Transfira o risoto para os pratos de servir e salpique com a abóbora restante. Sirva imediatamente.

Rend.: 2 porções

segunda-feira, novembro 12, 2018

Conchinhas recheadas com berinjela e ricota, dormindo sentada e descobertas da madrugada


Conchinhas recheadas com berinjela e ricota

De uns anos para cá eu geralmente durmo sentada no sofá se insisto em assistir a algum programa depois das dez da noite – simplesmente não tenho mais energia para ficar vendo TV até tarde. Lembro dos meus anos de adolescente em que ficava assistindo a clipes na MTV ou filmes até a madrugada, e foi assim que descobri “More than Words” antes de virar hit chiclete nas rádios do Brasil (babava litros no cabelão do Nuno Bettencourt). Foi em uma noite insone que vi pela primeira vez o clipe do Kansas, “Dust in the Wind”, com o tiozão esquisito tocando violino, e em outra noite em claro que conheci a mistura de Drácula, Fantasma da Ópera e Fera do Meat Loaf (aliás, adoro o clipe até hoje e a música está em uma das playlists do meu Spotify). :)

As minhas descobertas videoclípticas nada tem a ver com a receita de hoje, mas como eu lembrei tanto disso estes dias resolvi escrever sobre isso. Uma das coisas mais legais do blog é “conversar” com vocês. Quem aí dorme sentada no sofá toca aqui – e quem gosta de berinjela também: high five. :)

Lembrando que ainda tenho livros ótimos à venda, lista aqui.

Conchinhas recheadas com berinjela e ricota
receita minha, uma variação desta receita aqui

- xícara medidora de 240ml

Molho de tomate:
1 colher (sopa) de azeite de oliva
½ cebola grande bem picadinha
2 dentes de alho grandes, amassados e picadinhos
1 vidro de passata (680g)
½ colher (sopa) de açúcar
sal e pimenta do reino moída na hora
1 punhado de manjericão fresco

Macarrão e recheio:
36 unidades de macarrão concha (6cm)*
1 ½ colheres (sopa) de azeite de oliva
½ cebola grande bem picadinha
2 dentes de alho grandes, amassados e picadinhos
1 berinjela grande (300g), em cubos pequenos
2 tomates bem maduros, sem as sementes, passados pelo processador até virarem um purê espesso
sal e pimenta do reino moída na hora
1 pitada de noz-moscada ralada na hora
2 colheres (sopa) de manjericão fresco picado - pique, depois meça
1 xícara de ricota – usei caseira
¼ xícara de queijo parmesão ralado bem fininho – rale, depois meça

Prepare o molho: em uma panela média, aqueça o azeite em fogo médio-alto. Junte as cebolas e refogue até que estejam transparentes. Junte o alho e refogue por mais 1-2 minutos – não deixe queimar para não amargar o molho. Acrescente os tomates e o açúcar. Encha ¼ do vidro com água, tampe a garrafa e agite para remover todos os restinhos de tomate e junte à panela. Tempere com sal e pimenta e cozinhe, mexendo ocasionalmente, por cerca de 15 minutos ou até que o molho fique mais espesso. Junte o manjericão, misture, tampe e retire do fogo.

Cozinhe o macarrão em água fervente com sal até que fique al dente. Escorra e deixe esfriar. Pré-aqueça o forno a 200°C.

Recheio: em uma panela grande, aqueça o azeite em fogo médio-alto. Junte a cebola e refogue, mexendo algumas vezes, até ficar transparente. Junte o alho e refogue por cerca de 1 minuto ou até perfumar – novamente, não deixe queimar para não amargar o recheio. Junte a berinjela e refogue, mexendo algumas vezes, até dourar e ficar macia. Acrescente os tomates, tempere com sal, pimenta e noz-moscada e cozinhe, mexendo de vez em quando, até que quase todo o líquido da panela evapore. Junte o manjericão e retire do fogo. Deixe esfriar por 5 minutos e então incorpore a ricota e o parmesão.

Espalhe o molho em uma tigela refratária grande. Com o auxílio de uma colher, recheie generosamente as conchinhas de macarrão com o recheio de berinjela. Arrume as conchinhas sobre o molho, pressionando-as levemente para que fiquem mergulhadas nele. Leve ao forno até que borbulhe, cerca de 30 minutos. Sirva em seguida.

* algumas conchinhas podem quebrar ao serem cozidas na água, por isso é uma boa ideia cozinhar algumas a mais

Rend.: 4-5 porções

terça-feira, julho 24, 2018

Crumble de tomate cereja e alho poró, um trailer e coisas estranhas


Crumble de tomate cereja e alho poró

Muito tempo atrás começaram as notícias sobre o filme contando a história do Queen e fiquei imediatamente interessada. Quando li que Rami Malek seria Freddie achei a escolha meio duvidosa: aqueles olhos enormes não combinariam com o papel.

Meses depois foi divulgada uma foto dos bastidores do filme e nela Rami estava usando uma dentadura horrenda – parecia uma imagem tirada de um episódio de “Os Trapalhões”: odiei, peguei bode do filme ali mesmo.

Pois agora que dois trailers foram divulgados farei aqui um mea culpa: estou louca pra ver o filme! Ah, os poderes de um trailer bem montado... :) Rami me parece à vontade como Freddie e fiquei até com remorso de ter esculachado sua escolha para o papel.

Lição aprendida: nem sempre o que parece estranho em um primeiro momento é ruim. :)

Pensando na lição acima, trago-lhes hoje um crumble salgado: dos crumbles doces vocês já sabem que eu sou fã, mas o salgado, apesar de estranho, também é delicioso e pode ser um ótimo acompanhamento para carnes, frango ou peixe (eu particularmente acho o crumble levinho demais para ser servido como prato principal).

Crumble de tomate cereja e alho poró
receita minha

Cobertura crumble:
½ xícara (45g) de aveia em flocos
2 colheres (sopa) – 20g – de farinha de trigo
3 colheres (sopa) de parmesão ralado fininho – rale, depois meça
2/3 xícara (100g) de quinoa já cozida e fria – cozinhe, escorra bem, e então meça
2 ½ colheres (sopa) de azeite de oliva extra virgem
sal e pimenta do reino moída na hora

Recheio:
100g de tomates cereja cortados ao meio no sentido do comprimento
1 alho poró grande, somente a parte clara, em rodelas finas
3 galhinhos de tomilho fresco, somente as folhas
sal e pimenta do reino moída na hora

Preaqueça o forno a 180°C. Separe 4 potinhos refratários rasos com capacidade para 1 xícara (240ml) cada, ou um refratário grande e raso com capacidade para 1 litro.

Em uma tigela média junte todos os ingredientes da cobertura, misturando com um garfo até obter uma farofa grossa – se a mistura estiver sequinha, junte um pouquinho mais de azeite. Reserve enquanto você prepara os legumes.

Em uma tigela média misture os tomates, o alho poró e o tomilho. Tempere com sal e pimenta do reino. Divida a mistura entre os potinhos refratários e cubra-os com a farofinha. Leve ao forno por 25-30 minutos ou até que a cobertura fique bem dourada. Sirva em seguida.

Rend.: 4 porções

quarta-feira, julho 11, 2018

Pão de azeitona e queijo


Pão de azeitona e queijo

Há muitos anos rolam nos blogs de comida versões do pão sem sova do Jim Lahey, e eu fui mais lerda do rolê e demorei séculos para fazer a receita, depois de a Marcinha me convencer a prová-la (obrigada, querida!). A receita é maravilhosa, mesmo, e acabou popularizada aqui no Brasil pela Rita Lobo (apesar de ela ter dado crédito ao Luiz Américo Camargo a receita usada por ela no Cozinha Prática é idêntica à do Jim Lahey).

O que eu fiz, há muito tempo, quando ainda testava receitas para o livro, foi usar a técnica do Jim de assar o pão dentro da panela, mas usando uma massa minha, de fermentação mais rápida. Como aqui em casa somos vorazes consumidores de azeitonas, coloquei um bom punhado de azeitonas verdes e pretas na massa e completei com outra porção generosa de parmesão (para vocês terem ideia de como a receita é antiga, eu ainda não tinha intolerância à lactose). O pão é delicioso e úmido, vai lindamente bem com sopas ou em uma tábua de queijos e frios.

Hoje em dia faço a mesma receita, mas omito o queijo e aumento a quantidade total de farinha de trigo para 2 ½ xícaras (350g) e aumento o sal para 1 colher (chá) – o pão fica gostoso, também, mas confesso que o parmesão dá um toque bem especial ao pão.

Ah, lembrando a quem quiser comprar os meus livros: a lista está aqui.

Pão de azeitona e queijo
receita minha

- xícara medidora de 240ml

1 xícara (240ml) de água morna
1 ½ colheres (chá) de fermento biológico seco
½ colher (chá) de açúcar
2 colheres (sopa) de azeite de oliva extra virgem
2 ¼ xícaras (315g) de farinha de trigo comum, uso dividido
1 xícara (140g) de farinha de trigo integral
½ colher (chá) de sal
1 xícara (150g) de azeitonas verdes, sem os caroços e grosseiramente picadas
1 xícara (150g) de azeitonas pretas, sem os caroços e grosseiramente picadas
1 ¼ xícaras (125g) de parmesão, grosseiramente ralado – rale, depois meça

Na tigela da batedeira planetária, misture com um garfo a água, o fermento e o açúcar. Reserve por 5 minutos ou até espumar. Junte o azeite, 2 xícaras (280g) da farinha branca, a farinha integral e o sal e bata com o batedor para massas pesadas em velocidade média até obter uma massa lisa e elástica, cerca de 8 minutos – se sovar na mão, 12-15 minutos. Acrescente o queijo e as azeitonas e misture bem para distribuir os ingredientes por toda a massa – as azeitonas dão umidade à massa e, por isso, caso a massa fique líquida demais, acrescente o ¼ xícara de farinha restante. Se não precisar, não acrescente. Forme uma bola com a massa, transfira para uma tigela grande pincelada com azeite e cubra com plástico filme. Deixe crescer em um lugar morninho da cozinha, longe de correntes de ar, até dobrar de volume, 1 ½ horas.

Quando a massa crescer, divida-a em duas partes iguais e formate cada uma como uma bola (ou se preferir faça um pão só, maior e mais alto) - aqui tenho feito a dica da Rita ligeiramente adaptada: formo as bolas em cima de um pedaço de papel alumínio polvilhado com um pouco de farinha integral: na hora de colocar na panela, só viro a bola de cabeça para baixo, segurando pelo papel.
Deixe crescer novamente, cobertas com um pano de prato limpo e seco, por mais 40 minutos – enquanto isso, preaqueça o forno a 220°C. 25 minutos antes de assar os pães coloque no forno duas panelas de ferro, esmalte ou cerâmica de 20cm de diâmetro (que possam ir ao forno, tenham tampa, e sem nenhum material que possa derreter) e deixe preaquecer – eu testei a receita com uma tigela de cerâmica sem tampa e usei com ela uma tampa de panela de inox, mas que não encaixava perfeitamente. O pão deu certo, mas não ficou tão bonito quanto o outro assado em uma panela bem fechada.
Retire as panelas do forno com cuidado, transfira as bolas de massa para cada uma delas, tampe e volte ao forno. Asse por 30 minutos. Retire a tampa e deixe os pães mais 20 minutos no forno, para que dourem. Retire as panelas do forno com cuidado, vire os pães sobre uma gradinha e deixe esfriar. Sirva mornos ou em temperatura ambiente – os pães ficam ótimos até 3 dias depois se reaquecidos rapidamente no forno.

Rend. 2 pães mais baixinhos, ou 1 pão grande e alto