sexta-feira, maio 28, 2021

Bolo de limão cravo para o final de semana

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Bolo de limão cravo


Depois de várias receitas salgadas e um apanhado de receitas já postadas, volto com uma receitinha nova de bolo.

Quem recebeu a minha cartinha dias atrás sabe que, semana passada, eu quis fazer um bolo de limão, mas quando abri a geladeira não havia mais nenhum – meu plano B foi um bolo de laranja (esta receita aqui, que já fiz diversas vezes, e que muitos de vocês também já fizeram!).

Quando o bolo de laranja acabou, fiz outro bolo e desta vez usei os limões cravo maravilhosos que comprei o Instituto Chão. Usei uma receita de bolo de amêndoa e semente de papoula da Claire Saffitz como base e o bolo ficou muito macio, úmido e super perfumado – realmente delicioso!

A receita é fácil e os ingredientes são bem básicos, e vocês podem usar limão taiti ou siciliano se não encontrarem limão cravo. Espero que provem e depois me contem o resultado.

 

Bolo de limão cravo

adaptado do bolo de amêndoae sementes de papoula da Claire Saffitz

 

Bolo:

1 xícara (200g) de açúcar cristal ou refinado

raspas da casca de 2 limões cravo (cada um tinha cerca de 60g)

1 ½ xícaras (210g) de farinha de trigo

¾ colher (chá) de fermento em pó

¼ colher (chá) de sal

¾ xícara (180ml) de leite integral, temperatura ambiente

2/3 xícara (160ml) de óleo vegetal de sabor neutro – usei canola

1 ovo grande, temperatura ambiente

1 gema, temperatura ambiente

½ colher (chá) de extrato de baunilha

1 ½ colheres (sopa) de suco de limão cravo

1 colher (sopa) de Cointreau (se preferir, pode omitir)

 

Glacê:

1/3 xícara (46g) de açúcar de confeiteiro

½ colher (sopa) – 7g – de manteiga sem sal, derretida e fria

3 colheres (chá) de suco de limão cravo

 

Preaqueça o forno a 180°C. Unte com óleo uma assadeira de bolo inglês de 22x11cm, com capacidade para 6 xícaras de massa. Forre com papel manteiga deixando sobras nos dois lados mais longos, formando “alças” que vão lhe ajudar a remover o bolo depois de assado. Pincele o papel com óleo também.

Na tigela da batedeira, junte o açúcar e as raspas de limão e esfregue com as pontas dos dedos até o açúcar ficar aromatizado. Acrescente a farinha, o fermento, o sal e misture com um batedor de arame. Reserve.

Em uma tigela média, misture bem com um batedor de arame o leite, o óleo, o ovo, a gema, o extrato de baunilha, o suco de limão e o Cointreau. Despeje sobre os ingredientes secos reservados e então bata em velocidade média-alta por 1 minuto ou até que a massa fique bem lisa.

Transfira para a forma preparada e leve ao forno por aproximadamente 80 minutos, ou até que cresça e doure bem (faça o teste do palito).

Deixe esfriar na forma sobre uma gradinha por 15 minutos, e então remova com cuidado da forma, usando o papel como guia – enquanto isso, prepare o glacê: peneire o açúcar de confeiteiro em uma tigela e junte os ingredientes restantes, misturando até obter um creme liso e espesso (junte mais suco de limão se necessário).

Depois que remover o bolo da forma e transferir para a gradinha, desgrude o papel das laterais do bolo. Usando um palito de dente, faça furinhos sobre toda a superfície e também nas laterais do bolo. Em seguida, pincele o glacê no topo e nas laterais do bolo, aos poucos, até que todo o glacê seja absorvido. Deixe esfriar antes de servir.

O bolo pode ser guardado em um recipiente hermético por até 3 dias em temperatura ambiente.

 

Rend.: 8-10 fatias

segunda-feira, maio 17, 2021

Um post desabafo e comidas que são um carinho

Arroz doce com morangos assados


Minhas queridas e meus queridos, como vocês estão?

Outro dia, conversando com uma amiga, falei para ela que algumas vezes por semana tenho tentado (ênfase em “tentar”) não ler/ver notícias sobre a atual situação do Brasil: ler jornal, ver TV, é tudo tão sufocante, tão desesperador, que não há endorfina conseguida nos exercícios físicos que dê jeito.

Há dias em que me fecho na bolha do amor: vejo vídeos do Pingo pequenino que tenho guardado no Google Fotos, assisto a vídeos de receita no YouTube (meus favoritos são Alison Roman, Donna Hay, Jamie Oliver), ouço música. São os dias em que durmo melhor, menos ansiosa, tenho menos pesadelos (outra constante durante a pandemia).

Não posso viver na bolha do amor sempre, pois não quero me tornar uma pessoa alienada que não sabe o que se passa no país, mas algumas horas de descanso sem ouvir falar no Saco de Bosta, seus filhos, mortes, falta de vacina, gado pastando pelas ruas pedindo fechamento de Congresso e STF tem me feito bem. No dia seguinte começa tudo de novo, festival de notícias horríveis, mas pelo menos acordo mais descansada e com mais ânimo para encarar a rotina.

Há dias em que, além da bolha do amor, busco refúgio na cozinha, fazendo receitas que me dão alegria, que me trazem paz e um quentinho no coração – é uma vontade de ser abraçada por dentro. Às vezes faço waffles para acompanhar um seriadinho no sofá. Bolinho de arroz também me conforta, é comida de mãe e avó (e ainda reaproveito as sobrinhas de arroz). Um bolo de limão com uma xícara de chá quentinho torna a tarde mais gostosa, e me sinto até mais produtiva depois de tomar um café da tarde assim.

Mas a minha comfort food favorita é arroz doce: para mim, é aconchego, é carinho de mãe, é afago. Faço esta receita aqui, mas trocando a água por leite (sem lactose, no meu caso).

Como agora comecei a ver morango nos supermercados, os faço assados e sirvo com o arroz doce – é uma combinação perfeita.

Se quiser deixar os morangos assados ainda mais gostosos, é só acrescentar raspas de limão (taiti, cravo, siciliano) e ½ colher (sopa) do suco dele aos morangos e açúcar antes de assar – a leve acidez adicionada aos morangos combina demais com o arroz doce.

Espero que vocês encontrem algo que os confortem em tempos tão sombrios: seja um vídeo, uma música, uma atividade física, uma comidinha. xx

quinta-feira, abril 29, 2021

Rolinhos de peixe com batatas e tomates assados


Rolinhos de peixe com batatas e tomates assados


Tenho um caderninho e uma caneta que estão sempre em minha cozinha, e com eles anoto as receitas que crio ou as alterações nas receitas de outras fontes que adapto – procuro ser bem detalhista na hora para não esquecer de anotar nenhum detalhe sequer, e também tento não fazer um garrancho, para depois entender o que escrevi, quando me sento ao computador para digitar a receita (atenção para a palavra “tento”). Se eu estiver com as mãos molhadas, por exemplo, dou um grito no João e ele vem anotar alguma coisa pra mim.

Há vezes em que escrevo muito rápido, daí a letra vira um emaranhado tão grande que eu lendo depois fico parecendo aquele meme da Nazaré fazendo contas.

E há também as vezes em que cozinho e não anoto nada, porque “ah, não vou postar essa receita mesmo”, mas a comida fica bonita e o faniquito de fotografar toma conta de mim.

A receita de hoje, por exemplo, foi assim: não ia postar, achei que os peixinhos ficaram lindos, a luz estava boa, tirei a foto como quem não quer nada, daí almoçamos e a comida estava uma delícia, apesar de super simples. Não anotei as quantidades dos ingredientes, mas como é uma receita que dá pra adaptar dependendo da quantas pessoas serão servidas, resolvi postar mesmo assim – aumente ou diminua as batatas, os tomates e os filés de peixe conforme a o número de bocas a serem alimentadas.

Agora é torcer para vocês continuarem voltando aqui depois de mais uma receita freestyle, depois da salada e dos ovos. :)


Rolinhos de peixe com batatas e tomates assados

receita minha, forma de enrolar o peixe inspirada nas rosetas da Rita Lobo

 

Tempere filés de pescada com sal, pimenta do reino moída na hora, suco de limão e alho amassado no pilão ou bem picadinho. Deixe curtir por 1 ou 2 horas na geladeira.

Preaqueça o forno a 200°C.

Transfira um punhado de batatas bolinha para uma panela com água e 1 pitada de sal. Acrescente um dente de alho e 1 folha de louro e leve ao fogo alto. Quando começar a ferver, conte 5 minutos. Em seguida, escorra bem. Descarte o louro e transfira as batatas e o alho para uma assadeira grande e rasa pincelada com azeite – eu preferi cortar as batatas ao meio para assar mais rápido, mas as pontas dos meus dedos não ficaram muito felizes com isso. :)

Junte um punhado de tomates cereja inteiros, alguns raminhos de tomilho, regue tudo com azeite e tempere com sal e pimenta do reino. Leve ao forno por 20 minutos.

Enquanto isso, enrole cada filé de peixe com 1 folha de sálvia no meio e prenda com palitos de dente – os peixes ficarão parecidos com uma flor.

Retire a assadeira do forno, arrume os peixes sobre os legumes e regue com 1 fio de azeite. Volte ao forno por 10-15 minutos (dependendo do tamanho dos seus files) ou até que o peixe esteja assado.

Sirva imediatamente.

Rend.: aqui serviram 2 pessoas, pois amamos peixe e meu marido é esganado :)

terça-feira, abril 20, 2021

Ovos ao forno para o ano 2 da pandemia

Ovos ao forno para o ano 2 da pandemia


Minhas queridas e meus queridos, como vocês estão neste ano 2 de pandemia?

Continuo trabalhando de casa, saindo apenas para fazer supermercado a cada 10 ou 15 dias, e confesso que o que mais me faz falta é ter o Pingo pertinho de mim.

Antes da situação deplorável atual, em que não há sequer medicamentos nos hospitais para as pessoas que precisam de cuidados intensivos, conseguíamos nos ver ao ar livre, em um parque, aos finais de semana, com distanciamento e máscaras, mas agora nem isso. Sinto uma tristeza profunda por perder esse tempo precioso da vidinha dele.

Falando ainda em pandemia, algo que percebi ultimamente foi que, para mim, dias úteis tem sido um pouco mais “fáceis” de encarar: fui uma criança metódica e continuo assim na vida adulta, portanto dias estruturados, com horários definidos, funcionam melhor para mim.

De segunda a sexta, tenho meu horário para levantar, tomar café, me arrumar, trabalhar, almoçar, me exercitar, jantar, ver seriadinhos e filmes, dormir – parece algo mecânico e, de fato, é mesmo, e por isso são os dias em que me sinto mais produtiva e menos letárgica. Aos finais de semana, em que não há nada para fazer além de limpar o apartamento e ver TV, me sinto meio perdida – às vezes não dá nem vontade de ver um filme ou seriado, algo que amo e vocês sabem.

Por outro lado, a falta de vontade de cozinhar parece ter dado uma trégua, e vez ou outra preparo uma receita nova para o final de semana, ou um bolo gostoso para o café da tarde.

Em épocas difíceis assim, comemoro as pequenas vitórias – se em um dia me falta energia para ver um dos filmes do Oscar (tô morrendo de preguiça de ver “Mank”, apesar do meu amor profundo por Gary Oldman e David Fincher), em outro tem uma receita com foto caprichada. Se em uma noite vejo, pela primeira vez na vida, “Cidadão Kane” (adorei o filme, aliás), no dia seguinte o almoço é patê de atum. E assim sigo, é o que tem pra hoje. Creio que o grande desafio durante a pandemia tem sido tentar encontrar o equilíbrio entre não me cobrar demais e não deixar a peteca cair completamente.

Em um dia corrido, mas em que eu estava com muita vontade de fotografar – há dias em que sinto uma vontade gigante de fotografar, mas zero vontade de cozinhar e/ou comer – fiz os ovos ao forno da foto para almoçar e ficaram bem gostosos. Usei o que havia na geladeira, sobrinhas disso ou daquilo, e é claro que você pode usar o que tiver em casa. É uma espécie de ovos em cocote, feitos no forno porque não tenho microondas.

Não tem receita exata: arrumei folhas de espinafre ainda cru e um pouco de salaminho apimentado em uma panelinha (eu sou a neta de alemã que não gosta de carne de porco, mas ama bacon e salaminho) - use o refratário que preferir, escolhi esse para deixar a foto bonita, confesso! :) Quebrei os ovos por cima dos ingredientes, temperei com sal e pimenta do reino moída na hora. Levei ao forno preaquecido a 180°C por alguns minutos, e antes de servir salpiquei com algumas lascas de parmesão. Servi com pão.

Que vocês estejam bem e com saúde. Mando um beijo grande e desejo força para atravessarmos os momentos tão difíceis. 

quinta-feira, abril 08, 2021

Abobrinha à parmegiana

Abobrinha à parmigiana


Já lhes contei diversas vezes que aqui em casa é muito raro fazer fritura: além de não ser saudável abusar de comidas fritas por imersão, o apartamento é pequeno, o cheiro fica por toda a parte, nas cortinas, nas roupas, nos estofados, no meu cabelo... Depois disso, ainda tem o óleo que precisa ser reciclado, e em épocas de compras feitas a cada quinze dias e da maneira mais rápida possível não quero perder tempo com isso. 

Entretanto, muito de vez em quando, abro exceções, geralmente para fazer o filé de peite frito que minha mãe preparava e que eu amava tanto. Uma das outras exceções é para a abobrinha à parmegiana que lhes trago hoje: geralmente faço a receita com berinjela (adoro), mas quis mudar um pouco e troquei o vegetal. Funcionou muito bem e a receita ficou deliciosa! Aqui nos rendeu dois almoços bem servidos e eu acho ótimo, porque ajudou demais com a preguiça de cozinhar que às vezes aparece.

A abobrinha apenas empanada e frita já é uma delícia, geralmente tenho que expulsar o João da cozinha, senão ele come tudo antes mesmo de eu montar o restante do prato e colocar no forno. :)

 

Abobrinha à parmegiana

receita minha

 

Molho de tomate:

1 ½ colheres (sopa) de azeite de oliva

1 cebola média bem picadinha

2 dentes de alho grandes, amassados e picadinhos

1 vidro de passata

½ xícara (120ml) de água (coloque dentro do vidro vazio de passata, tampe e agite, para usar todo o restinho que estiver no vidro)

sal e pimenta do reino moída na hora

2 colheres (chá) de açúcar

2 folhas de louro

1 punhado de folhas de manjericão fresco, rasgadas com as mãos

 

Restante da receita:

3 abobrinhas médias (aproximadamente 100g cada1 xícara de farinha de trigo

2 ovos, ligeiramente batidos com um garfo

1 ¼ xícaras de farinha de rosca ou farelo de pão

sal e pimenta do reino moída na hora

óleo vegetal para fritar

250g de mozarela de búfala em rodelas ou fatias

¼ xícara de pecorino ralado fininho – rale, depois meça; se preferir, use parmesão

Comece preparando o molho de tomate: em uma panela média, aqueça o azeite em fogo médio-alto. Junte a cebola e refogue até que esteja transparente. Junte o alho e refogue por mais 1-2 minutos – não deixe queimar, para não amargar. Acrescente a passata, a água, tempere com sal e pimenta e junte o açúcar, seguido do louro. Cozinhe, mexendo ocasionalmente, por cerca de 15 minutos ou até que o molho fique mais espesso. Desligue o fogo e misture o manjericão.

Enquanto o molho cozinha, prepare as abobrinhas: pré-aqueça o forno a 200°C.

Coloque a farinha de trigo em um prato, os ovos em outro, e a farinha de rosca em um terceiro. Tempere as farinhas e os ovos com uma pitada de sal e outra de pimenta do reino.

Corte as abobrinhas ao meio no sentido da largura, e então em fatias de aproximadamente 0,5cm no sentido do comprimento (fatias muito longas ficam difíceis de virar no óleo sem quebrar). Tempere as fatias com uma pitada de sal e outra de pimenta, e então passe cada uma delas pela farinha de trigo, envolvendo por todos os lados e retirando o excesso. Em seguida, passe-as pelos ovos, e depois pela farinha de rosca, envolvendo bem e novamente retirando o excesso.

Frite as fatias em óleo quente (180°C) até que dourem de ambos os lados. Retire do óleo e transfira para um prato forrado com papel toalha, para remover o excesso de gordura.

Ao terminar de fritar todas as abobrinhas, comece a montagem do prato: espalhe um pouco do molho em um refratário grande – o da foto tem 29x20cm. Faça uma camada com metade da abobrinha, cubra com metade do molho e em seguida, com metade da mozarela. Repita o processo com os ingredientes restantes. Polvilhe com o pecorino e leve ao forno por cerca de 30 minutos.

Rend.: 4-5 porções

 

quinta-feira, abril 01, 2021

Salada de vagem, tomate, feta e feijão branco - um colorido necessário nos dias atuais

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Salada de vagem, tomate, feta e feijão branco


Só porque resolvi postar salada o calorão deu uma trégua aqui em São Paulo – o outono parece ter decidido dar as caras... :)

Geralmente faço saladas assim para o jantar, me sinto mais leve comendo desta forma, especialmente nos últimos tempos, em que a fome nem sempre aparece, mesmo depois de fazer exercícios físicos : salada fresquinha desce mais fácil do que arroz e feijão. A de hoje levei muitas vezes de marmita para o trabalho, em dias agora distantes – levava uma fatia de pão sírio torrado às vezes para acompanhar, em outras colocava um ovo cozido na salada também.

Nem é bem uma receita: dei um sustinho na vagem usando frigideira antiaderente quente, um fio de azeite e um dente de alho cortado do meio – fica muito mais gostosa assim do que simplesmente cozida na água com sal. Juntei tomates cereja cortados ao meio, queijo feta em cubinhos e feijão branco (enlatado mesmo). O alho não coloco na salada, não, porque acho indigesto.

O molho veio depois da foto: azeite, suco de limão, mostarda de Dijon, sal e pimenta do reino moída na hora – bem simples, tudo misturado em um vidro de geleia vazio, como aprendi com o Jamie Oliver séculos atrás.

Comida rápida, bonita, colorida – tudo o que a gente mais precisa agora, já que além da maldita pandemia também sofremos o risco de um golpe. Ser brasileiro e tentar cuidar da saúde, tanto física quanto mental, é um exercício hercúleo todo santo dia.

Cuidem-se e cuidem dos seus. 

terça-feira, março 23, 2021

Macarrão com molho de tomate e bacon

Macarrão com molho de tomate e bacon

Aqui em casa sempre adoramos macarrão, e nas épocas em que o Pingo ficava aqui conosco aos sábados o bolonhesa era quase que obrigatório: em uma das vezes fiz arroz, almôndegas e batata “frita” de forno, ele reclamou que queria macarrão. :)

Nesta quarentena o macarrão se tornou um herói: nos dias quem estou com muita pressa é nele que me apoio para um almoço rápido. Os molhos não são muito elaborados quando estou na correria, mas de vez em quando dá pra caprichar um pouquinho mais. Sempre tenho bacon no freezer – nos meus seis anos como vegetariana em um passado longínquo, bacon foi realmente a única coisa de que senti falta – e botei pra jogo fazendo um molho inspirado no clássico macarrão alla matriciana. Já aviso que é a minha versão, para que nenhum descendente de italianos venha aqui com o dedo em riste. :D

Sobrou um pouquinho do molho e para o jantar espalhei em fatias de pão, cobri com queijo e levei ao forno até o pão tostar e o queijo derreter – incrivelmente simples e delicioso.

 

Macarrão com molho de tomate e bacon

receita minha

 

- xícara medidora de 240ml

 

200g de macarrão, massa longa da sua preferência – usei fettuccine

Molho:

4 fatias de bacon

½ cebola grande bem picadinha

2 dentes de alho bem picadinhos

1/3 xícara (80ml) de vinho tinto seco

1 lata de (400g) de tomates pelados picados

1 folha de louro

2 colheres (chá) de açúcar

sal e pimenta do reino moída na hora

2 colheres (sopa) de folhas de orégano fresco – aperte as folhas na colher na hora de medir; use manjericão se não encontrar orégano

parmesão ralado fininho para servir

Em uma panela grande, aqueça água até ferver. Acrescente sal. Quando ferver, adicione o macarrão e cozinhe pelo tempo indicado na embalagem – enquanto a água ferve e o macarrão cozinha, prepare o molho.

Aqueça uma panela média em fogo alto. Acrescente o bacon e frite até ficar crocante. Retire da panela com uma escumadeira e transfira para um prato. Reserve.

Na gordura do bacon, refogue a cebola, mexendo ocasionalmente até que fique macia e transparente. Junte o alho e refogue por 1 minuto – não deixe queimar para não amargar.

Acrescente o vinho e cozinhe por 1 minuto. Junte o tomate, o louro, o açúcar e misture, tempere com sal e pimenta do reino (cuidado com o sal, pois o bacon já é salgadinho). Acrescente ½ lata de água (use a lata do tomate para medir), misture e cozinhe por aproximadamente 15 minutos, mexendo algumas vezes para não grudar no fundo da panela – o molho vai ficar encorpado.

Retire do fogo, junte as folhas de orégano e misture bem. Incorpore o bacon reservado.

Escorra o macarrão, reservando ¼ xícara (60ml) da água do cozimento. Transfira o macarrão escorrido para a panela com o molho e cozinhe por 1 minuto, misturando bem – se o molho estiver seco demais, junte a água reservada, aos poucos. Sirva imediatamente polvilhado com queijo ralado.

Rend.: 2 porções, com uma sobrinha (daria para 3 porções de 80g de macarrão cada)

terça-feira, março 09, 2021

Bolo formigueiro de iogurte, amêndoa e limão e um dia atípico

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Bolo formigueiro de iogurte, amêndoa e limão


Depois de meses sem fazer um bolinho para o café, senti uma vontade enorme preparar uma receita nova, bem gostosa, para alegrar a tarde chuvosa de sexta-feira.

Em um dia atípico, acordei com uma disposição que havia muito tempo não sentia: levantei cedinho, liguei o forno, bati a massa do bolo e, enquanto ele assava e perfumava minha casa, escrevi uma newsletter nova com bastante carinho (se você quiser receber as minhas cartinhas, clique aqui e se inscreva). Eram pouco mais de seis da manhã e a luz entrando pela varanda me dava energia.

Enquanto escolhia as receitas a serem enviadas e preparava o texto, um bem-estar tomou conta de mim e foi como um bálsamo: não me lembrava mais de quando havia me sentido daquele jeito pela última vez, especialmente quando o assunto envolvia comida, receitas. A sensação era tão gostosa que, se eu pudesse, a teria guardado em um potinho.

Ao tirar o bolo do forno, tão lindo e dourado, torci para que ficasse gostoso, não somente para o nosso café da tarde, mas também para dividir com vocês a receita. Desenformei o bolo e deixei esfriando na bancada. Horas depois, cortei uma fatia e provei: estava realmente delicioso. Minha cabeça, que anda tão cansada, imediatamente já começou a pensar na foto, em qual tecidinho eu usaria, quais cores combinariam mais com o bolo. Abri meu armário de louças e fui bolando o que me agradaria mais. Preparei tudo, tirei as fotos, e novamente aquela sensação gostosa voltou. Se eu pudesse, transformaria aquela sensação em uma vela perfumada.

De coração quentinho, com bolo gostoso para o café e um dia bastante produtivo, por um momento me senti como a Patricia de outras épocas. Espero que ela apareça por aqui vez ou outra – eu estava com saudade.


Bolo formigueiro de iogurte, amêndoa e limão

um nadinha adaptado do Epicurious, de novo!


 - xícara medidora de 240ml

 

180g de farinha de trigo

45g de farinha de amêndoa – use a farinha de oleaginosa que preferir

2 colheres (chá) de fermento em pó

¼ colher (chá) de sal

1 xícara (200g) de açúcar, cristal ou refinado

raspas da casca de 2 limões taitis grandes

¾ xícara (180g) de iogurte natural integral

½ xícara (120ml) de óleo vegetal – usei de canola

2 ovos grandes, temperatura ambiente

1 colher (sopa) de Amaretto – opcional

1 colher (sopa) de suco de limão

½ colher (chá) extrato de baunilha

3 colheres (sopa) de chocolate granulado

Preaqueça o forno a 180°C. Pincele levemente com óleo uma forma de bolo inglês com capacidade para 6 xícaras de massa (1 litro e meio), forre com papel manteiga deixando sobras nos dois lados mais longos, formando “alças” que vão lhe ajudar a remover o bolo depois de assado. Pincele o papel com óleo também.

Em uma tigela média, misture com um batedor de arame a farinha de trigo, a farinha de amêndoa, o fermento e o sal. Reserve.

Em uma tigela grande, junte o açúcar e as raspas dos limões e esfregue com as pontas dos dedos até que o açúcar fique aromatizado. Junte o iogurte, o óleo, os ovos, o Amaretto (se usar), o suco de limão e a baunilha e misture usando um batedor de arame, até obter uma massa homogênea. Com uma espátula de silicone, incorpore os ingredientes secos, deixando 1 colher (sopa) deles reservada para envolver o granulado – se a massa ficar muito engrumada, misture levemente com o batedor de arame, mas não bata demais para não desenvolver o glúten da farinha. Acrescente o granulado aos ingredientes secos reservados, misture bem para envolvê-los, e então junte tudo à massa e misture.

Despeje a massa na forma preparada e alise a superfície. Asse por 50-55 minutos ou até que o bolo cresça e doure (faça o teste do palito). Deixe esfriar na forma sobre uma gradinha por 15 minutos, e então remova com cuidado da forma, usando o papel como guia. Transfira para a gradinha e deixe esfriar completamente.

O bolo pode ser guardado em um recipiente hermético por até 3 dias.

Rend.: 8 porções

quarta-feira, fevereiro 24, 2021

Mingau de aveia - comida que abraça a gente por dentro

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Mingau de aveia


Tenho um caderninho em que anoto ideias de pratos que quero testar e nele também anoto as receitas que preparo, para depois postar aqui. O coitado do caderno anda meio abandonado – há tempos não preparo nada de novo –, entretanto o mantenho na mesinha da sala, onde deixo também meu tablet e o carregador do celular, para quem sabe, qualquer hora, bater o olho nele e sentir vontade de escrever algo. 

Assim sigo, alguns dias parecendo ser mais lentos do que outros, uns dias com mais energia, outros com menos, mas todos eles meio iguais, aquela coisa bem “Feitiço do Tempo” mesmo. Pelo menos no trabalho vai tudo bem, desde setembro trabalhando com uma nova chefe que é uma pessoa bonita por dentro e por fora, e isso me dá fôlego para enfrentar esse eterno Dia da Marmota.

Quero vacina, mas não tem, quero um governo melhor para o nosso país, também não tem. Quero levantar da cama sem me sentir em um episódio de “O Conto da Aia” – opa, isso também não tem.

As comidas aqui em casa andam meio monótonas: tudo muito básico, de preferência rápido e que não suje muita louça. O macarrão com molho de tomate cereja e azeitona é um hit aqui e aparece toda semana: já fiz várias modificações na receita, como trocar manjericão por salsinha picada, usar tomate amarelo em vez do vermelho, completar com azeitona verde quando as pretas estavam no fim. Gosto muito de juntar cubinhos de feta à receita, e com gorgonzola também fica incrível – para quem gosta de “queijos fedidos”, como diz o João. :)

Muitas noites não sinto muita vontade de jantar, mesmo tendo feito atividade física, o que geralmente me dá mais apetite. Para não ir para a cama de estômago vazio, faço um mingau de aveia muito gostoso e facílimo – mingau é comida que abraça a gente por dentro, né? Eu amo. Polvilho com chia, chips de coco ou castanha de caju e sirvo com uma porção de fruta. Não é um jantar tradicional, mas me conforta e me deixa de buchinho cheio.

 

Mingau de aveia

receita minha

 

¼ xícara (25g) de aveia em flocos

½ xícara (120ml) de leite de vaca ou vegetal – gosto de usar o de castanha de caju

¼ xícara (60ml) de água fria

1 pitada de sal

açúcar a gosto – use mel ou agave se preferir

1 pitada de canela ou 1 colher (chá) de cacau em pó, sem adição de açúcar

Junte todos os ingredientes em uma panelinha e leve ao fogo médio, mexendo algumas vezes para dissolver o açúcar. Quando começar a ferver, baixe o fogo e vá mexendo até que a mistura comece a engrossar. Cozinhe por 2-3 minutos ou até que fique com a consistência desejada.

Transfira para uma tigelinha e sirva.

Rend.: 1 porção

quarta-feira, janeiro 27, 2021

Macarrão com molho cremoso de tomate e espinafre e sim, continuo exausta

Macarrão com molho cremoso de tomate e espinafre

Quem está cansado de cozinhar levanta a mão. 0/

Há dias em que eu tenho vontade de ficar à base de frutas, só pra não ter que fazer nada – não fosse o João fazer questão de comer arroz, feijão & cia., eu passaria dias a fio só na base de saladinha, vitamina de frutas, omelete.

O calor absurdo que está fazendo aqui em São Paulo também não ajuda. Tive que ligar o forno para fazer o pão integral para a semana e o apartamento virou uma sauna. Não dá coragem de fazer quase nada. Hoje, mais cedo, estava 32°C – eu não tenho ar condicionado em casa, fico derretendo o dia inteiro, aquela sensação de pescoço suado que a gente odeia.

A preguiça somada à falta de vontade ir ao mercado e ter que ficar descorongando tudo depois está me fazendo trazer poucas coisas a cada compra – isso sem contar a inflação e como andam os preços. A gente coloca meia dúzia de coisas no carrinho e já dá R$ 150,00. Quem aí como eu foi criança nos anos 80 está tendo sensação de déjà vu todo santo dia.

Para um almoço de domingo em que havia zero inspiração, geladeira meio caída e preguiça gigante, bolei esse macarrãozinho meio no susto – bati o olho no que tinha em casa e juntei o que achava que combinava e o que estava para estragar. Tenho feito isso durante a pandemia e às vezes saem comidinhas muito gostosas como a receita de hoje – por isso, divido com vocês.

 

Macarrão com molho cremoso de tomate e espinafre

receita minha

 

- xícara medidora de 240ml

 

200g de espaguete

1 ½ colheres (sopa) de azeite de oliva

1 alho-poró (120g já sem as folhas verdes-escuras), somente a parte verde mais clara, em meias-luas finas

1 dente de alho grande, bem picadinho

2 tomates italianos maduros (230g, aproximadamente), sem as sementes, picadinhos – eu morro de preguiça e dificilmente tiro a pele de tomates

sal e pimenta do reino moída na hora

2 colheres (sopa) de vinho branco seco

2 colheres (sopa) de água

2 bolinhas de espinafre congelado, já descongelado

¼ xícara (60ml) de creme de leite fresco

parmesão ou pecorino ralados, para servir

Em uma panela grande, aqueça água até ferver. Acrescente sal. Quando ferver, adicione o macarrão e cozinhe pelo tempo indicado na embalagem.

Enquanto a água ferve e o macarrão cozinha, prepare o molho: aqueça o azeite em uma frigideira antiaderente grande em fogo médio-alto. Junte o alho-poró e refogue, mexendo às vezes, até que fique macio. Acrescente o alho e refogue por 1 minutinho apenas – não deixe o alho queimar para não ficar com sabor amargo. Junte os tomates, tempere com sal e pimenta, e vá refogando, mexendo ocasionalmente, por cerca de 5 minutos ou até que os tomates soltem seus líquidos e um molhinho comece a se formar. Acrescente o vinho, misture bem, e cozinhe até o vinho evaporar. Junte a água e o espinafre, misture bem, e cozinhe por mais 3-4 minutos, ou até espinafre aquecer. Acrescente o creme de leite, misture bem, acerte o sal e a pimenta do reino.

Escorra o macarrão, reservando ¼ xícara (60ml) da água do cozimento. Transfira o macarrão escorrido para a panela com o molho e misture bem – se o molho estiver seco demais, junte a água reservada, aos poucos (eu não precisei usar). Sirva imediatamente polvilhado com parmesão ou pecorino.

Rend.: 2 porções