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terça-feira, junho 23, 2020

Macarrão com molho de tomate cereja e azeitona para dias de pressa

Macarrão com molho de tomate cereja e azeitona

Levanta a mão quem recorre ao bom e velho macarrãozinho em momentos de pressa/aperto! 0/

Aqui em casa macarrão já nos salvou várias vezes. Eu me lembro de quando era mais jovem e tinha dois empregos (trabalhava em escritório no horário comercial e dava aula à noite e aos sábados) e ao chegar em casa, depois das 10 da noite, cozinhava macarrão cabelo de anjo (3 minutos) e passava na manteiga com salsinha picada (direto do congelador) – impossível contar quantas vezes esse foi o meu jantar!

O macarrão que lhes trago hoje é inspirado no macarrão com molho de tomate rústico da Rita Lobo: adaptei a receita usando tomate cereja em vez de italiano, acrescentando vinho e azeitona preta, inspiração do também delicioso macarrão à putanesca – gosto da receita da Nigella.

Em tempos pré-pandemia já adicionei cubos de feta a esta receita e fica incrível – só que colocava separado no meu prato, porque o floquinho de neve do meu marido não gosta de queijo fedido. :D

Macarrão com molho de tomate cereja e azeitona
receita minha, inspirada neste macarrão da Rita Lobo

- xícara medidora de 240ml

200g de macarrão curto da sua preferência – eu gosto de usar orecchiette, porque são como piscininhas de molho, mas com parafuso e penne fica ótimo também
1 colher (sopa) de azeite de oliva
1 ¼ xícaras (200g) de tomates cereja cortados ao meio – quanto mais maduros, melhor
sal e pimenta do reino moída na hora
1 dente de alho, amassado/socado no pilão até virar purê*
10 azeitonas pretas grandes, sem os caroços, rasgadas em pedaços – se as suas forem pequeninas, use um pouco mais
¼ xícara (60ml) de vinho branco seco
1 punhado de folhas de manjericão fresco – na quarentena tenho feito sem mesmo, como na foto

Em uma panela grande, aqueça água até ferver. Acrescente sal. Quando ferver, adicione o macarrão e cozinhe pelo tempo indicado na embalagem.

Enquanto o macarrão cozinha, prepare o molho: em uma frigideira antiaderente grande, ou panela rasa, junte o azeite e os tomates e leve ao fogo médio-alto, mexendo algumas vezes, até que os tomates comecem a soltar seu suco e amolecer. Tempere com sal e pimenta e vá refogando, apertando os tomatinhos com as costas de uma colher de pau, para que eles desmanchem e formem o molho. Quando os tomates estiverem já desmanchando, junte o alho e refogue por 1 minutos apenas – não deixe o alho queimar ou vai amargar a receita.
Acrescente as azeitonas, seguidas do vinho, abaixo fogo para médio e cozinhe, mexendo algumas vezes, até o vinho começar a reduzir – neste momento o molho vai encorpar. Junte o manjericão – neste momento, caso ainda falte muito para o macarrão terminar de cozinhar, desligue o fogo para não ressecar o molho.

Escorra o macarrão, reservando ¼ xícara (60ml) da água do cozimento. Transfira o macarrão escorrido para a panela com o molho e cozinhe por 1 minuto, misturando bem – se o molho estiver seco demais, junte a água reservada, aos poucos. Sirva imediatamente.

Rend.: 2 porções

quarta-feira, junho 27, 2018

Waffles de cacau com bananas caramelizadas e pensamentos sobre café da manhã

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Waffles de cacau com banana caramelizada

Às vezes fico pensando em como a gente muda de ideia na vida, nas diferentes fases e idades . Eu digo que não faço tatuagem porque não sou capaz de gostar de nada para sempre e provavelmente mudaria de ideia algumas vezes depois de marcar a pele.

Quando era mais xóvem achava o máximo café da manhã na cama: aqueles filmes água com açúcar na adolescência imprimem na cabeça da gente que não há nada mais romântico. Hoje, do alto dos meus 39, não quero saber de comer nada na cama, não: faz sujeira, cai farelo de pão no lençol que depois vai te pinicar à noite. :D

Ainda assim, café da manhã caprichado, na mesa mesmo, é coisa de filme para mim: nos dias úteis eu tomo café no trabalho, pois entro cedo no escritório (trabalhar em empresa europeia é isso: quando a gente começa o dia mil coisas já rolaram na matriz), e aos finais de semana não enrolo no café, não, porque quero sair logo de casa para me exercitar. Entretanto, nada me impede de fazer receitas de café da manhã para o café da tarde, e estes waffles de cacau são deliciosos – quem não quiser fazer waffle pode preparar as bananas carameladas para servir com sorvete. :)

Waffles de cacau com bananas caramelizadas
receita minha

- xícara medidora de 240ml

Waffles:
1 xícara (140g) de farinha de trigo
3 colheres (sopa) de cacau em pó, sem adição de açúcar
½ colher (chá) de fermento em pó
¼ colher (chá) de bicarbonato de sódio
1 pitada de sal
3 colheres (sopa) de açúcar cristal
¼ xícara (56g) de manteiga sem sal, derretida e fria
1 xícara (240ml) de buttermilk*
1 colher (chá) de extrato de baunilha

Bananas caramelizadas:
2 ½ colheres (sopa) - 35g - de manteiga sem sal
1 ½ colheres (sopa) de açúcar cristal
¼ colher (chá) de canela em pó
4 bananas nanicas em rodelas
1 ½ colheres (sopa) de uísque, Marsala, rum ou água

Em uma tigela grande, peneire a farinha, o cacau, o fermento, o bicarbonato de sódio e o sal. Reserve.
Em uma tigela média, misture bem com um batedor de arame o açúcar, a manteiga, o buttermilk e a baunilha. Despeje sobre os ingredientes secos e misture gentilmente, de baixo para cima, com uma espátula de silicone – a massa não ficará lisa, é assim mesmo.

Preaqueça a máquina de waffle. Cozinhe porções de massa por vez, até que cada waffle doure – siga as instruções do fabricante. Enquanto isso, vá preparando as bananas: aqueça a manteiga em uma frigideira antiaderente grande em fogo alto. Acrescente o açúcar e a canela e misture para que o açúcar comece a derreter. Junte as bananas e frite-as levemente dos dois lados até dourar. Acrescente a bebida da sua escolha, misture para dissolver o caramelo do fundo da panela e cozinhe por 1 minuto. Desligue o fogo e sirva com os waffles.

*para fazer 1 xícara de buttermilk em casa: coloque 1 colher (sopa) de suco de limão em uma xícara medidora de 240ml, complete com leite integral em temperatura ambiente e aguarde 10 minutos para sorar; use todo o conteúdo da xícara na usa receita

Rend.: 4 porções

quarta-feira, janeiro 03, 2018

Bolo-pudim Floresta Negra para começar 2018

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Black Forest self-saucing pudding / Bolo-pudim Floresta Negra

Feliz Ano Novo, pessoal! :)

Há séculos que não posto nada novo aqui no blog, apesar de ter uma lista quilométrica de receitas gostosas para dividir com vocês: o trabalho em dezembro aumentou consideravelmente e trabalhei muito para deixar tudo direitinho e poder tirar alguns dias de férias. Havia prometido a mim mesma que durante os tais dias de férias não me sentaria na frente do computador e estou orgulhosa por ter cumprido a promessa – eu precisava mesmo descansar. Claro que sou humana e cheia de falhas, acabei usando meu celular para postar no Instagram e no Twitter, mas mesmo isso pouco, bem menos do que eu esperava.

Voltei ao trabalho e já que ainda temos cerejas nos mercados achei que era hora de postar esta sobremesa: é deliciosa e fácil de fazer. Quando testei esta receita no passado usei framboesas congeladas em uma das vezes: o bolo-pudim deixa de ser Floresta Negra, mas continua saboroso, e assim dá para prepará-lo em outras épocas do ano.

Bolo-pudim Floresta Negra
receita minha

- xícara medidora de 240ml

Massa:
¾ xícara + 2 colheres (sopa) - 125g - de farinha de trigo
3 colheres (sopa) de cacau em pó, sem adição de açúcar
1/3 xícara (67g) de açúcar cristal
1 ¼ colheres (chá) de fermento em pó
1 pitada de sal
¼ xícara (56g) de manteiga sem sal, derretida e fria
1/3 xícara (80ml) de leite integral, temperatura ambiente
1 ovo grande
1 colher (chá) de baunilha
2 colheres (chá) de conhaque – se tiver kirsch em casa, use-o no lugar do conhaque; se preferir, omita o álcool
1 xícara (150g) de cerejas frescas, sem os caroços e cortadas ao meio – meça, depois remova os caroços
¼ xícara (42g) de chocolate meio amargo em gotas – usei um com 53% de cacau

Cobertura:
½ xícara (88g) de açúcar mascavo claro – aperte-o na xícara na hora de medir
1 ½ colheres (sopa) de cacau em pó, sem adição de açúcar
½ xícara (120ml) de água fervente

Para servir:
chantilly ou sorvete de baunilha

Preaqueça o forno a 180°C. Unte levemente com manteiga 4 refratários com capacidade para 1 xícara (240ml) cada.

Comece preparando a massa: em uma tigela média, misture com um batedor de arame a farinha, o cacau, o açúcar cristal, o fermento em pó e o sal. Reserve.
Em outra tigela média, misture com um batedor de arame a manteiga, o leite, o ovo, a baunilha e o kirsch. Despeje sobre os ingredientes secos e misture até obter uma massa espessa. Incorpore as cerejas e o chocolate. Divida a massa entre os potinhos.

Cobertura: em uma tigela pequena, misture o açúcar mascavo e o cacau. Polvilhe sobre a massa. Arrume os potinhos em uma assadeira rasa e então despeje 2 colheres (sopa) da água fervente sobre cada potinho, delicadamente. Leve ao forno por 20-25 minutos ou até que a mistura cresça e forme uma crosta. Sirva imediatamente com chantilly ou sorvete de baunilha.

Rend.: 4 porções

quinta-feira, outubro 12, 2017

Picadinho - versão rapidinha e ainda assim muito gostosa

Picadinho

Um dos almoços de domingo mais populares aqui em casa é o picadinho: João adora, pede sempre, come e repete. Por bastante tempo fiz esta receita e de vez em quando ainda faço, mas ultimamente não tenho me programado com tanta antecedência assim e acabei adaptando a receita para um picadinho mais rapidinho. Hoje divido a nova versão com vocês.

Picadinho
receita adaptada desta aqui

- xícara medidora de 240ml

500g de baby beef (miolo de alcatra em alguns lugares) em cubinhos ou tirinhas, temperatura ambiente
sal e pimenta do reino moída na hora
4 colheres (sopa) de azeite de oliva
1 ½ colheres (sopa) de farinha de trigo
1 cebola pequena bem picadinha
1 cenoura média descascada e ralada grosseiramente
¾ xícara de salsão picadinho – pique, depois meça
2 folhas de louro
3 dentes de alho bem picadinhos
2 tomates italianos bem maduros, sem as sementes e picadinhos
1 colher (sopa) de extrato de tomate
2 colheres (sopa) de conhaque
½ xícara (120ml) de água quente

Coloque a carne em uma tigela grande e tempere com sal e pimenta do reino. Junte a farinha e misture bem para que todos os pedacinhos de carne fiquem levemente cobertos de farinha. Reserve.
Em uma frigideira grande ou panela grande de fundo bem amplo, aqueça 1 colher (sopa) do azeite em fogo alto. Junte 1/3 da carne, espalhando bem os pedacinhos por todo o fundo da panela, sem sobrepor – o segredo para a carne selar bem é deixar espaço entre os pedacinhos. Doure de todos os lados, sem deixar cozinhar demais. Com uma escumadeira, retire a carne da panela e transfira para um prato. Regue a panela com mais 1 colher (sopa) de azeite e quando aquecer sele mais 1/3 da carne – repita o processo até selar toda a carne.
Aqueça a colher (sopa) restante de azeite e junte a cebola, a cenoura, o salsão e o louro. Salpique com sal e pimenta e refogue mexendo algumas vezes. Junte o alho e refogue por 1 minuto ou até perfumar – não deixe queimar para não amargar. Acrescente o tomate e refogue por 3-4 minutos ou até que comecem a amolecer. Volte a carne à panela, junte o extrato de tomate e o conhaque, cozinhe por 1 minuto e junte a água. Vá misturando, raspando bem o fundo da panela para remover todos os queimadinhos: eles vão dar sabor ao molho e deixa-lo mais espesso. Cozinhe, mexendo algumas vezes, por 10-15 minutos ou até o molho engrossar. Cheque o tempero e sirva.

Rend.: 3-4 porções (dependendo se os comensais são ogros como o meu marido). :D

quinta-feira, setembro 28, 2017

Barquinhas de abobrinha, mas não como as da minha avó

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Stuffed zucchini / Barquinhas de abobrinha

Um dos pratos que mais me lembram minha avó paterna é abobrinha recheada: ela fazia a receita com frequência nos anos em que morou conosco, pois meu pai gostava bastante.

Eu não era fã de carne quando pequena e não entendia o porquê de minha avó repetir tanto a mesma receita, mas agora que sou adulta faz todo o sentido do mundo: é uma delícia (quando preparado direitinho) e facilita muito a vida do cozinheiro, pois basta uma saladinha verde e a refeição está completa.

Esta é a minha versão de abobrinha recheada: sem arroz amassado no meio de carne branquela, melhorada com vinho, tomates, manjerona fresca e gorgonzola (desculpaê, vó). :)

Stuffed zucchini / Barquinhas de abobrinha

Barquinhas de abobrinha
receita minha

- xícara medidora de 240ml

4 abobrinhas italianas de aproximadamente 250g cada
3 colheres (sopa) de azeite de oliva
1 cebola picadinha
3 dentes de alho grandes picadinhos
400g de carne bovina moída – eu gosto de patinho
¼ xícara (60ml) de vinho branco seco
2 colheres (sopa) de extrato de tomate
2 tomates maduros, sem as sementes e em cubinhos
1 punhado de folhas de manjerona fresca
sal e pimenta do reino moída na hora
150g de gorgonzola ralado grosseiramente ou esmigalhado se for molinho
parmesão ralado bem fininho, para servir

Preaqueça o forno a 200°C. Forre uma assadeira grande e rasa com papel alumínio e pincele-o com azeite.

Corte as abobrinhas no sentido do comprimento, obtendo assim 8 barquinhas. Com uma colher de sobremesa, remova parte da polpa, sem cavar fundo demais para que as paredes das barquinhas não fiquem tão finas. Pique a polpa em pedacinhos e reserve para o recheio.

Arrume as abobrinhas com o lado cortado para cima, pincele a parte de dentro de cada barquinha com um pouquinho do azeite e leve ao forno por 20 minutos – enquanto isso, faça o recheio: aqueça uma frigideira grande em fogo alto. Junte o azeite, aqueça, e então acrescente a cebola e refogue até ficar transparente. Junte o alho e refogue por 1 minuto, só até perfumar. Acrescente a carne e refogue, mexendo algumas vezes, até a carne dourar. Tempere com sal e pimenta. Junte o vinho e então cozinhe por 2-3 minutos ou até que evapore – ao adicioná-lo, raspe bem os queimadinhos do fundo da panela, pois eles dão mais sabor à carne.

Junte o extrato de tomate, o tomate picado, ¾ de xícara da abobrinha reservada (congele o restante para fazer caldo de legumes) e a manjerona. Cozinhe por cerca de 5 minutos ou até o vinho secar e o tomate e a abobrinha começarem a amaciar. Remova do fogo, acrescente o gorgonzola e misture. Cheque o tempero. Recheie as barquinhas com a mistura de carne e volte ao forno por 15 minutos. Salpique com o parmesão e sirva.

Rend.: 4 porções



terça-feira, setembro 12, 2017

Gelatina de tangerina e prosecco e um filme assustador

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Tangerine prosecco gelatin / Gelatina de tangerina e prosecco

Não sou muito corajosa quando o assunto é filme de terror, mas fiquei doida pra ver “It: A Coisa” desde que vi o teaser tempos atrás. Meu marido me perguntou se era mesmo uma boa ideia, e eu lhe disse que não haveria problema algum, já que não tenho medo de palhaços.
Alguns minutos depois de o filme começar eu já estava apavorada e com os olhos fechados. :D Para ser sincera, não me lembrava de o original de 1990 ser tão assustador assim. :S

Como prometi, hoje lhes trago uma receita com o suco de tangerina restante do preparo dos financiers de ontem, e a cor da gelatina me lembra os lindos cabelos de fogo da Beverly (fiquei impressionada com o quanto a atriz Sophia Lillis se parece com a Amy Adams). Adicionei prosecco à gelatina para torná-la uma sobremesa mais adulta, mas quem não consome álcool ou quer preparar a sobremesa para crianças é só substituir o prosecco por mais suco de tangerina.

Gelatina de tangerina e prosecco
receita minha

1 ¼ colheres (chá) de gelatina em pó incolor e sem sabor
1 ½ colheres (sopa) de água
200ml de suco de tangerina fresco, peneirado
1 colher (sopa) de açúcar cristal
100ml de prosecco
creme de leite fresco batido, para servir (opcional)

Em uma tigelinha, misture bem a gelatina e a água. Reserve.
Em uma panela pequena misture o suco de tangerina e o açúcar e leve ao fogo baixo, mexendo até dissolver o açúcar e a mistura ficar morna. Retire do fogo e usando um batedor de arame incorpore o prosecco seguido da gelatina. Deixe esfriar por 10 minutos e então passe a mistura por uma peneira fina. Divida entre 4 copos ou potinhos com capacidade para ½ xícara (120ml) cada e leve à geladeira por 3-4 horas ou até firmar. Sirva com uma colherada de creme de leite batido.

Rend.: 4 porções

sexta-feira, junho 23, 2017

Figos assados com cobertura de farofinha e chantilly de Marsala e a razão de gostarmos de certas coisas

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Baked figs with streusel topping and Marsala whipped cream / Figos assados com cobertura de farofinha e chantilly de Marsala

Vocês já pararam para pensar na razão pela qual gostam de determinadas coisas?

Outro dia eu estava fazendo o almoço e ouvindo música quando “Rosanna”, do Toto, começou a tocar. Meu marido comentou: “não sabia que você gostava de Toto”, e eu respondi: “gosto desta música, porque tive uma professora de inglês chamada Rosana que a adorava justamente por causa do nome”. Foi uma das melhores professoras que tive e além disso eu a achava lindíssima: ruiva, ela tinha o rosto e os braços cobertos de sardas – foi ali, aos 15 anos, que eu finalmente comecei a gostar das minhas próprias sardas, já que até aquele momento eu me sentia esquisita e deslocada com elas: ninguém mais na família, na escola ou na minha rua as tinha, somente eu.

Hoje se fala tanto sobre representatividade, né? Vinte e três anos atrás, sem nem perceber, minha professora Rosana, a professora ruiva do CCAA da Av. Dr. Gentil de Moura, no Ipiranga, foi quem me fez parar de cobrir os braços com mangas longas mesmo em dias de extremo calor; foi ela quem me fez parar com a bobagem de esfregar o rosto com a água da lavagem do arroz para apagar as sardas. Eu ouço “Rosanna” por causa dela e sinto uma alegria imensa.

Já os figos... Gosto deles por tê-los provado pela primeira vez na casa da minha madrinha, lá pelos 7-8 anos de idade. O cheiro da fruta me leva imediatamente de volta aos dias que passei em sua casa – figos e chá de hortelã: impossível não pensar na minha madrinha com tais cheiros e sabores. Ela morreu há bastante tempo, porém tenho muitos momentos gostosos para revisitar.

Minha madrinha Yolanda era uma mulher sofisticada e viajara o mundo, então tenho certeza de que ela adoraria esta sobremesa: os figos se transformam em uma espécie de geleia cremosa dentro do forno e o chantilly de Marsala complementa o sabor da fruta lindamente. Apenas acho que a casca dos figos não se beneficia do calor, por isso sugiro comer a polpa com a cobertura de farofinha usando uma colher e considerar a casca apenas uma “tigelinha” para toda a deliciosidade da sobremesa. :)

Figos assados com cobertura de farofinha e chantilly de Marsala
receita minha

- xícara medidora de 240ml

Para os figos:
6 figos pequenos
½ xícara (70g) de farinha de trigo
3 colheres (sopa) de açúcar demerara
3 colheres (sopa) - 42g - de manteiga sem sal, gelada e picada
¼ colher (chá) de canela em pó
1 pitada de sal

Chantilly de Marsala:
½ xícara (120ml) de creme de leite fresco, gelado
1 colher (sopa) de açúcar cristal
1 colher (chá) de vinho Marsala

Preaqueça o forno a 200°C. Forre uma assadeira pequena e rasa com papel alumínio.

Em uma tigelinha junte a farinha, o açúcar, o sal e a canela. Junte a manteiga e esfregue com as pontas dos dedos até obter uma farofinha grossa.
Corte os figos ao meio no sentido do comprimento e arrume-os na assadeira preparada, com o lado cortado virado para cima. Distribua a farofinha entre os figos, apertando levemente com os dedos para que ela grude nas frutas e não caia na assadeira durante o tempo de forno. Asse por 20-25 minutos ou até a farofinha dourar.

Enquanto isso, junte o creme de leite, o açúcar e o Marsala em uma tigela pequena e bata com um batedor de arame até obter picos suaves. Sirva os figos ainda quentes com o creme batido.

Rend.: 4 porções

terça-feira, fevereiro 14, 2017

Salada morna de grão-de-bico e chorizo e um cérebro cheio de fotos de comida

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Sherry-glazed chorizo and chickpeas / Grão de bico com chorizo e xerez

Geralmente, quando estou muito cansada – o que tem acontecido com certa frequência, pois as últimas semanas no trabalho foram bem intensas – fico folheando livros e revistas de receita e dando uma espiada no Instagram, talvez tentando dar um tranco no cérebro com fotos bonitas de comida (é isso ou rever alguns episódios de “Sex and the City” pela enésima vez – também ajuda bastante). :)

Esta quantidade enorme de fotos de comida no cérebro de alguém pode ser útil: estava dando uma olhada na geladeira para fazer a lista de compras da semana e vi meia lata de grão-de-bico que sobrara de uma salada do final de semana. Minutos antes disso eu vira um chorizo no armário e a conexão se formou na minha cabeça: grão-de-bico com chorizo e xerez. Eu só não lembrava exatamente onde tinha visto este prato espanhol – em um livro? Revista? Instagram? Blog? Todas as anteriores? :) –, então decidi improvisar mesmo e ficou uma delícia. Comi como uma salada morna, mas tenho certeza de que funciona bem como acompanhamento, também.

Salada morna de grão-de-bico e chorizo
criação minha, inspirada por diversas receitas

1 colher (chá) de azeite de oliva
70g de chorizo
½ cebola grande, em meias-luas finas
2 dentes de alho bem picadinhos
200g de grão-de-bico cozido – se usar o enlatado, enxague e escorra bem
sal e pimenta do reino moído na hora
2 colheres (sopa) de xerez
1 punhado de salsinha fresca picada

Aqueça o azeite em uma frigideira antiaderente em fogo alto. Junte o chorizo e frite, mexendo de vez em quando, até que fique sequinho e crocante por fora. Junte a cebola e refogue até que a cebola fique macia – vá mexendo ocasionalmente para que a cebola não grude no fundo da panela. Acrescente o alho e refogue por 1 minuto ou até perfumar – não deixe o alho queimar ou ficará amargo. Junte o grão-de-bico e cozinhe por 3 minutos, misturando algumas vezes. Junte o xerez, cozinhe por 2 minutos ou até que o xerez reduza. Desligue o fogo e misture a salsinha. Sirva morno.

Rend.: 2 porções

quinta-feira, dezembro 22, 2016

Arroz doce de eggnog com cerejas assadas e a razão pela qual eu amo tanto o Natal

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Eggnog rice pudding with roasted cherries / Arroz doce de eggnog com cerejas assadas

Acho que posso dizer que a principal razão pela qual eu adoro tanto o Natal é porque me lembra demais minha mãe: ela adorava esta época do ano e para mim é impossível esquecer toda a arrumação pela casa ao som do disquinho de músicas natalinas tocando na vitrola. Por isso, decidi encerrar a série de Natal deste ano com uma receita que faço toda vez em que a saudade bate mais forte do que o coração consegue suportar: arroz doce.

Infelizmente a receita não é exatamente a da minha infância – quando meu pai se casou de novo a mulher dele fez questão de destruir e jogar fora tudo o que fora de minha mãe, e os cadernos de receita dela se perderam para sempre –, mas não tem problema: de qualquer forma, esta receita me lembra as tardes de chuva com arroz doce pelando e desenhos animados na TV.

Desta vez servi o arroz doce frio por causa das cerejas assadas que o acompanharam e também adicionei um tiquinho de noz-moscada e conhaque ao arroz, para evocar o sabor de eggnog – ficou bem gostoso e encheu meu coração de alegria.

Desejo a todos vocês um Natal maravilhoso, cheio de amor e felicidade, e um Ano Novo incrível – obrigada por me fazerem companhia todo esse tempo! xx

Arroz doce de eggnog com cerejas assadas
criação minha

- xícara medidora de 240ml

Cerejas assadas:
150g de cerejas frescas
1 ½ colheres (sopa) de açúcar cristal
o suco de ½ laranja grande, espremido na hora
1 pau de canela pequeno

Arroz doce:
½ xícara (110g) de arroz agulhinha
3 xícaras (720ml) de leite integral
½ xícara de leite condensado
1 pitada de sal
½ colher (chá) de noz-moscada ralada na hora - deixe-a soltinha na colher na hora de medir, sem apertar
1 colher (sopa) de conhaque
1 colher (chá) de extrato de baunilha

Comece pelas cerejas: preaqueça o forno a 200°C. Corte as cerejas ao meio e retire os caroços. Transfira as cerejas para um refratário raso com capacidade para 4 xícaras. Junte o açúcar, o suco de laranja e o pau de canela, misture e leve ao forno por cerca de 20 minutos ou até que a mistura esteja borbulhando e o suco reduza bastante. Deixe esfriar completamente e então leve à geladeira.

Enquanto as cerejas estão no forno, prepare o arroz: lave bem o arroz até que a água saia clara. Deixe escorrer até que seque levemente. Transfira para uma panela média, junte o leite, o leite condensado e o sal e leve ao fogo alto, mexendo, até que a mistura comece a ferver. Abaixe o fogo, junte a noz-moscada e o conhaque, e então cozinhe, mexendo para não grudar no fundo, por 20 minutos ou até que o arroz fique macio. Deixe esfriar, cubra e leve à geladeira.
Sirva o arroz doce com as cerejas.

Rend.: 4 porções

segunda-feira, dezembro 19, 2016

Bolinhas de rum e noz moscada e lidando com massa de biscoito num dia quente

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Rum nutmeg snowballs / Bolinhas de noz-moscada e rum

Semanas atrás, enquanto fazia a lista de receitas que eu queria fazer para presentear alguns amigos, vi estes biscoitinhos em uma das edições digitais da revista da Martha Stewart (a assinatura que saiu por quase nada). Decidi fazer bom uso do dinheiro gasto e usar a receita – os biscoitos eram bonitinhos e a combinação de sabores me parecia bem gostosa.

Entretanto, estava fazendo biscoitos em um dia bem quente e foi um pesadelo tentar formatar a massa em meias-luas – na hora em que consegui moldar dois a massa já estava ficando mole demais. Coloquei-a de volta na geladeira e resolvi transformar as meias-luas em bolinhas – bolinhas de neve, vejam só. :) No final foi uma boa ideia: os biscoitos ainda assim ficaram lindinhos e deliciosos.

Bolinhas de rum e noz moscada
um nadinha adaptadas da Rainha Martha

- xícara medidora de 240ml

2 xícaras (280g) de farinha de trigo
1 ½ colheres (chá) de noz moscada ralada na hora – deixe-a soltinha na colher na hora de medir, sem apertar
¼ colher (chá) de sal
¾ xícara (170g) de manteiga sem sal, temperatura ambiente
½ xícara (70g) de açúcar de confeiteiro, peneirado – meça, depois peneire
2 colheres (sopa) de rum (Martha usa conhaque)
1 colher (chá) de extrato de baunilha

Para envolver os biscoitos já assados:
½ xícara (70g) de açúcar de confeiteiro, peneirado – meça, depois peneire

Em uma tigela media, misture com um batedor de arame a farinha, a noz-moscada e o sal. Reserve.
Na tigela da batedeira, bata a manteiga e o açúcar de confeiteiro até obter uma mistura cremosa e clara, cerca de 2 minutos. Junte a baunilha e o rum e bata para incorporar – raspe as laterais da tigela ocasionalmente durante todo o preparo da massa. Em velocidade baixa, junte os ingredientes secos e bata somente até incorporar. Divida em duas partes iguais, formate um disco com cada uma delas e embrulhe em filme plástico. Leve à geladeira até firmar, cerca de 1 hora (ou faça de um dia para o outro).

Preaqueça o forno a 180°C. Forre duas assadeiras grandes e rasas com papel manteiga.
Trabalhando com um disco de massa por vez (mantenha o outro na geladeira), faça bolinhas usando 1 colher (sopa) nivelada de massa por biscoito. Arrume-as nas assadeiras preparando deixando 2,5cm entre uma e outra. Leve ao forno até que dourem na base, 16-18 minutos – os biscoitos ficam branquinhos, mesmo, não ganham muita cor no forno. Transfira a assadeira para uma gradinha e deixe esfriar por 5 minutos. Com cuidado, retire os biscoitos do papel e passe-os ainda quente pelo açúcar de confeiteiro, transferindo-os então para a gradinha para que esfriem completamente.

Os biscoitinhos podem ser guardados por até 3 dias em um pote hermético em temperatura ambiente. Passe-os novamente pelo açúcar de confeiteiro antes de servir.

Rend.: cerca de 42 unidades


terça-feira, junho 21, 2016

Linguine com molho de tomate e chorizo

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Linguine with chorizo tomato sauce / Linguine com molho de tomate e chorizo

Apesar de não ter tido tempo de postar regularmente como eu gostaria, as receitas em casa andam a todo vapor – família e amigos agradecem. ;)

As comidas vão bem, mas o ritmo no trabalho está intenso e por isso ando exausta – dias atrás tive uma prova disso: estava vendo uma reprise de “Law & Order: Criminal Intent” (vocês sabem o quanto adoro esse seriado!) e levei um bom tempo (um bom tempo mesmo) para reconhecer Carrie Preston no episódio; eu tinha certeza de que a conhecia de algum lugar, mas sem o cabelo vermelhão da Arlene meu cérebro demorou bastante para processar a informação. :D

E falando sobre intensos tons de vermelho, posso lhes apresentar ao prato que fiz no final de semana passado e que fez o maior sucesso com o João? A ideia inicial era fazer o bom e velho bolonhesa, mas quando chegamos ao mercado o moedor de carne havia quebrado. Decidi, então, fazer um molho ao sugo mesmo, mas quando abri a geladeira para pegar a cebola e o alho dei de cara com um pedaço de chorizo: piquei em cubinhos e os usei para substituir a carne moída. Um tantinho de xerez para deixar as coisas mais espanholas, um punhado de manjerona – erva que adoro combinar com carne de porco, acho que vão super bem juntas – e o almoço estava servido.

Linguine com molho de tomate e chorizo
criação minha

- xícara medidora de 240ml

1 ¼ xícaras (175g) de chorizo macio do tipo espanhol*, em cubinhos pequenos – corte, depois meça
½ cebola grande, picadinha
2 dentes de alho grandes, amassados e picadinhos
2 colheres (sopa) de xerez – opcional, pode ser substituído por vinho tinto
1 ½ colheres (sopa) de extrato de tomate
1 lata de 400g de tomates pelados picados
1 colher (sopa) de açúcar
sal e pimento do reino moída na hora
2 folhas de louro
1 punhado de folhas de manjerona fresca
300g de linguine ou outra massa longa da sua preferência
parmesão ou pecorino, para servir

Aqueça uma panela media em fogo médio-alto. Junte o chorizo e vá fritando até que ele solte óleo e comece a ficar crocante. Junte a cebola e refogue até amaciar, 4-5 minutos, mexendo algumas vezes para que não grude no fundo da panela. Junte o alho e refogue até perfumar, cerca de 1 minuto.
Acrescente o xerez e cozinhe até que reduza, uns 2 minutos. Acrescente o extrato de tomate, cozinhe por 1 minuto, e então junte os tomates pelados e amasse-os com um amassador de batatas ou com as costas da colher de pau. Encha a lata pela metade com água e junte ao molho. Acrescente o açúcar, tempere com sal e pimenta – cuidado, pois o chorizo já é salgado e apimentado – e misture. Junte as folhas de louro e a manjerona e cozinhe em fogo baixo, semi-tampado, mexendo algumas vezes para que não grude no fundo da panela, por cerca de 20 minutos ou até que o molho engrosse.

Enquanto isso, cozinhe o linguine em uma panela grande de água fervente e salgada até que fique al dente, cerca de 10 minutos (confira as instruções na embalagem). Escorra o macarrão e envolva-o no molho. Sirva imediatamente polvilhado com parmesão, pecorino, ou para um toque ainda mais espanhol: manchego.

* uma ideia para quem não encontra chorizo: creio que a receita ficaria muito saborosa com linguiça defumada acrescida de páprica picante e/ou defumada

Rend. 3 porções

sexta-feira, abril 29, 2016

Bolo de chocolate e vinho tinto e Vincent, de novo

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Red wine chocolate cake / Bolo de chocolate e vinho tinto

Dias atrás terminei de ver a segunda temporada de “Demolidor” e apesar de toda a ação trazida à série pelo Justiceiro não gostei tanto quanto gostei da primeira temporada – aquela história toda da Elektra? Tão chata...

Estava quase desistindo do seriado quando Vincent D’Onofrio apareceu: não é segredo o quanto ao adoro esse danado e provavelmente estou sendo parcial aqui, mas os dois episódios em que Wilson Fisk estava foram os melhores da temporada toda – é isso que um ator talentoso faz com um filme ou série. Ele adicionou ainda mais profundidade a um personagem feito à perfeição uma temporada antes, além de criar uma dinâmica incrível com o Frank Castle de Jon Bernthal – os dois juntos estavam ótimos.

O eterno Bob Goren adicionou uma camada maravilhosa a um seriado pelo qual eu já não estava mais tão empolgada assim, mesmo que por dois episódios apenas – depois que ele apareceu, tudo ficou bem mais interessante. É isso que o vinho tinto faz ao bolo que eu lhes trago hoje: não é possível sentir exatamente o sabor da bebida, mas ela adiciona profundidade ao sabor do chocolate, deixando-o mais intenso, e ainda por cima torna a textura do bolo absurdamente macia. Tim tim!

Bolo de chocolate e vinho tinto
um nadinha adaptado do lindo e delicioso Delicious. Love to Cook

- xícara medidora de 240ml

Bolo:
200g de farinha de trigo
2 colheres (sopa) de cacau em pó, sem adição de açúcar + um pouquinho a mais para polvilhar a forma
1 colher (chá) de fermento em pó
½ colher (chá) de bicarbonato de sódio
1/8 colher (chá) de sal
200g de manteiga sem sal, amolecida
1 xícara (200g) de açúcar cristal
4 ovos
1 colher (chá) de extrato de baunilha
200g de chocolate meio-amargo, derretido e frio – usei um com 53% de cacau
½ xícara (120ml) de leite integral, temperatura ambiente
½ xícara (120ml) de vinho tinto, temperatura ambiente

Calda:
2 ½ colheres (sopa) de manteiga sem sal, temperatura ambiente
2 colheres (sopa) de leite integral, temperatura ambiente
2 colheres (sopa) de cacau em pó, sem adição de açúcar, peneirado – meça, depois peneire
2 colheres (sopa) de açúcar cristal

Preaqueça o forno a 180°C. Unte generosamente com manteiga uma forma de furo central do tipo Bundt com capacidade para 10 xícaras de massa, polvilhe-a com cacau e retire o excesso. Em uma tigela média, peneire juntos a farinha, o cacau, o fermento, o bicarbonato e o sal. Reserve.

Usando a batedeira, bata a manteiga e o açúcar até obter um creme claro e fofo. Junte os ovos, um a um, batendo bem a cada adição (raspe as laterais da tigela depois de cada adição). Junte a baunilha. Em velocidade baixa, adicione o chocolate derretido e incorpore. Ainda em velocidade baixa, adicione metade dos ingredientes peneirados, seguidos pelo leite e pelo vinho, e finalize com o restante dos ingredientes peneirados – vá raspando as laterais da tigela entre cada adição. Bata somente até incorporar os ingredientes.

Transfira a massa para a forma e alise a superfície. Asse por 45-50 minutos ou até que o bolo cresça (faça o teste do palito). Deixe esfriar na forma sobre uma gradinha por 15 minutos e então desenforme com cuidado na gradinha. Deixe esfriar completamente.

Calda: coloque todos os ingredientes em uma panelinha e leve ao fogo médio-alto, mexendo, até que a manteiga derreta e o açúcar dissolva. Ferva por 2-3 minutos ou até que fique brilhante e engrosse levemente. Retire do fogo, deixe esfriar por 2-3 minutos e espalhe sobre o bolo.

Rend.: 8-10 porções

terça-feira, março 01, 2016

Biscoitos de vinho do Porto para comemorar a vitória de Leozinho

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Port cookies / Biscoitinhos de vinho do Porto

Meus dias ainda andam ocupados demais e espero que o ritmo diminua nas próximas semanas, mas por enquanto continuo fazendo receitas rapidíssimas em casa (e há muitos dias em que não faço absolutamente nada). Também continuo escrevendo posts curtinhos, como vocês podem ver. :)

Há algo, entretanto, que não posso deixar de mencionar, que é o fato de Leonardo Di Caprio, meu amado Leozinho, ter finalmente ganhado um Oscar, depois de tantos anos vendo atores inferiores a ele levar o prêmio para casa (sem contar as performances incríveis dele que nem indicadas foram). A Internet quase entrou em colapso e eu dei um pulo na minha cama (e houve gente bem menos sutil do que eu). :)

Parabéns ao Leozinho! E por causa disso hoje lhes trago biscoitos – não qualquer tipo de biscoitos, e sim uma receita com vinho, porque é hora de comemorar. \0/

Biscoitos de vinho do Porto
um nadinha adaptados da linda Rita Lobo

- xícara medidora de 240ml

2 xícaras (280g) de farinha de trigo
¼ xícara (25g) de farinha de amêndoa
½ xícara (100g) de açúcar cristal
1 pitada de sal
200g de manteiga sem sal, temperatura ambiente e picada
¼ xícara (60ml) de vinho do Porto
½ colher (chá) de extrato de baunilha
açúcar de confeiteiro para polvilhar

Preaqueça o forno a 180°C. Forre duas assadeiras rasas e grandes com papel manteiga.

Na tigela da batedeira, coloque a farinha de trigo, a farinha de amêndoa, o açúcar e o sal e bata em velocidade baixa para misturar os ingredientes. Junte a manteiga e misture em velocidade baixa até que uma massa comece a se formar. Junte o vinho e a baunilha e misture novamente até obter uma massa lisa, porém não misture em excesso.

Faça bolinhas com 1 colher (sopa) nivelada por biscoito e coloque nas assadeiras preparadas, deixando 2,5cm de distância entre elas. Achate cada bolinha levemente e asse por cerca de 30 minutos, até ficarem levemente dourados nas extremidades. Transfira as assadeiras para uma gradinha e polvilhe os biscoitos ainda quentes com o açúcar de confeiteiro. Após 5 minutos, deslize o papel com os biscoitos grudados nele para a gradinha e deixe esfriar completamente.

Os biscoitos podem ser guardados em um pote hermético em temperatura ambiente por até 1 semana.

Rend.: cerca de 42 unidades

segunda-feira, outubro 19, 2015

Estrogonofe da Rita para celebrar coisas boas

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Estrogonofe da Rita / Rita's stroganoff

Estava outro dia pensando em 2015 e em tudo que aconteceu até agora, em como meus sentimentos e emoções flutuaram de um lado para outro o tempo todo. No começo do ano eu estava triste, pois perdera um emprego do qual gostava e não conseguia encontrar outro – vieram as eleições, depois o Natal, depois a crise... E se passaram 10 meses em que eu fazia entrevistas e os resultados se dividiam entre vagas para as quais eu deveria dormir com o celular ao lado, para que os meus supostos chefes pudessem me ligar a qualquer hora da madrugada (!!) – vagas das quais eu fugi – e vagas para as quais eu era considerada sênior demais/velha demais (aos 36 anos de idade, pasmem). E assim as coisas iam.

Daí meu sobrinho nasceu e trouxe tanto amor e tanta alegria para a minha vida, e exatamente por estar desempregada pude estar com ele desde seus primeiros dias de vida, ajudando minha cunhada – cuja família não mora aqui – a cuidar do Pinguinho, dando banho, trocando, tomando conta dele para que ela pudesse fazer outras coisas. O primeiro banho que dei nele foi em seu sexto dia de vida e me deixou tão nervosa que eu suava em bicas – depois disso, se tornou algo super natural, que eu fazia quase que por instinto. Por causa disso tudo, criamos um vínculo tão especial que ele sorri quando me vê e se joga no meu colo.

Fiquei pensando nisso, em coisas que num primeiro momento parecem ruins, mas que podem se tornar algo positivo. E pensei em minha família, em como é incrível ter meu irmão, minha cunhada e meu sobrinho por perto – me enche de alegria olhar para a mesa e ver todo mundo junto, compartilhando uma refeição, rindo, sendo uma família. Fiz o estrogonofe da Rita semanas atrás para um almoço de domingo e foi um sucesso – quando estava preparando a receita e olhei para aquela panelada de comida, achei que seria muito para 4 pessoas e que sobraria um pouquinho para a minha marmita da segunda-feira, porém todo mundo adorou e não sobrou nada – comemos tudo conversando, rindo, sendo uma família. <3

A receita está aqui, fiz metade dela e a única alteração foi usar xerez em vez de conhaque.

segunda-feira, setembro 07, 2015

Brownies de chocolate, canela e Cointreau

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Cinnamon Cointreau brownies / Brownies com canela e Cointreau

Meus dias continuam extremamente cheios – muito mais do que eu gostaria que eles estivessem, na verdade – e eu não faço um docinho há semanas (nem lembro mais quando foi a última vez que liguei o forno para isso). Vários finais de semana se passaram sem um bolinho esfriando sobre a bancada por aqui. :(

Pelo menos eu fiz algumas coisinhas gostosas antes de começar a trabalhar e posso dividi-las com vocês, como estes brownies fantásticos: a receita original pedia por pimenta ancho em pó, mas acho que sou um pouco conservadora quando o assunto é chocolate e não gosto da ideia de juntar pimenta aos meus brownies, por mais modinha que isso tenha se tornado (desculpem, Matt e Renato).

Omiti a pimenta, aumentei a canela e troquei o gengibre fresco por uma dose saudável de Cointreau e os brownies ficaram uma delícia – não somente no sabor, eles ficaram com uma textura ótima, úmidos e quase cremosos (que é como gosto dos meus brownies). Vocês podem usar a imaginação e trocar a canela por outras especiarias, ou usar Marsala ou uísque no lugar do Cointreau, por exemplo, ou se tiverem crianças a quem servir os brownies usem só baunilha – lhes garanto que os brownies ficarão igualmente gostosos.

Brownies de chocolate, canela e Cointreau
um nadinha adaptados dos deliciosos Baked: New Frontiers in Baking e Baked Elements: The Importance of Being Baked in 10 Favorite Ingredients

- xícara medidora de 240ml

¾ xícara (105g) de farinha de trigo
¼ colher (chá) de sal
1 colher (sopa) + 1 colher (chá) de cacau em pó, sem adição de açúcar (de preferência alcalinizado)
1 colher (chá) de canela em pó
140g de chocolate meio-amargo, picado – usei um com 53% de cacau
½ xícara (113g) de manteiga sem sal
¾ xícara (150g) de açúcar cristal
¼ xícara (44g) de açúcar mascavo claro – aperte-o na xícara na hora de medir
3 ovos grandes
½ colher (chá) de extrato de baunilha
3 colheres (chá) de Cointreau

Preaqueça o forno a 180°C. Unte levemente com manteiga uma forma quadrada de 20cm, forre-a com papel alumínio deixando sobras em dois lados opostos, formando “alças”, e unte o papel também.

Em uma tigela média, misture com um batedor de arame a farinha, o sal, o cacau e a canela. Reserve.
Junte o chocolate e a manteiga em uma tigela grande e leve ao banho-maria (fogo baixo, sem deixar o fundo da tigela tocar a água), mexendo até que derretam. Desligue o fogo, porém mantenha a tigela sobre a panela. Junte os açúcares e misture bem com um batedor de arame. Retire a tigela do banho-maria e deixe esfriar por 20 minutos.

Acrescente os ovos à mistura de chocolate, um a um, e misture bem com o batedor de arame até incorporar. Acrescente a baunilha e o Cointreau – não bata demais, ou os brownies terão textura de bolo. Salpique os ingredientes secos sobre a massa e misture com uma espátula de silicone, misturando delicadamente de baixo para cima até que somente alguns traços dos ingredientes secos sejam visíveis. Despeje a massa na forma preparada e alise a superfície. Asse por 20-25 minutos ou até que um palito inserido no centro do brownie saia com migalhas úmidas. Deixe esfriar completamente na forma sobre uma gradinha antes de cortar e servir.

Rend.: 16 unidades

domingo, agosto 16, 2015

Bolo de laranja e Marsala

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Orange Marsala pound cake / Bolo de laranja e Marsala

Muitos e muitos anos atrás, sem pensar muito ou fazer planos, comecei a assar um bolo todos os finais de semana, e isso então se tornou uma tradição aqui em casa: se eu não vejo um bolo esfriando sobre a gradinha no sábado parece que não é final de semana.

Às vezes demoro para escolher qual bolo preparar, ou porque tenho ideias demais, ou porque não tenho nenhuma. :) Semanas atrás, enquanto fazia o almoço, derramei um pouco de Marsala sobre o brócolis que eu estava refogando e imediatamente pensei em usar o vinho em um bolo. Depois que terminamos de comer encontrei uma laranja dando sopa na geladeira e aí o sabor do bolo foi decidido – inspiração que vem de todos os lugares, adoro isso.

Este bolo é úmido, gostoso e perfumado, um bolo que fiz uma vez com uísque e noz-moscada e que ficou ainda mais incrível com um toque cítrico e de Marsala.

E vocês, gostam de fazer bolo aos finais de semana? Qual é o sabor favorito?

Bolo de laranja e Marsala
um nadinha adaptado do delicioso Pure Dessert: True Flavors, Inspiring Ingredients, and Simple Recipes

2 colheres (sopa) de leite integral, temperatura ambiente
2 colheres (sopa) de Marsala
3 ovos grandes, temperatura ambiente
1 colher (chá) de extrato de baunilha
raspas da casca de 1 laranja grande
150g de açúcar cristal
105g de farinha para bolos (caseira: 15g de amido de milho + 90g de farinha de trigo comum)
55g de farinha de trigo integral
¾ colher (chá) de fermento em pó
1/8 colher (chá) de sal
180g de manteiga sem sal, amolecida e em pedacinhos

Pré-aqueça o forno a 180°C. Unte levemente com manteiga uma forma de bolo inglês com capacidade para 4 ou 5 xícaras de massa, forre-a com papel e unte o papel também.

Em uma tigela média, misture com um batedor de arame o leite, o Marsala, os ovos e a baunilha.
Na tigela da batedeira, misture o açúcar e as raspas de laranja com as pontas dos dedos até o açúcar ficar aromatizado. Acrescente as farinhas, o fermento e o sal e misture com um batedor de arame. Junte a manteiga e metade da mistura de ovos e bata em velocidade baixa apenas até os ingredientes secos umedecerem. Aumente para a velocidade média e bata por 1 minuto. Raspe as laterais e o fundo da tigela. Adicione metade da mistura de ovos restante e bata por 20 segundos. Junte o restante da mistura e bata por mais 20 segundos. Raspe as laterais e o fundo da tigela.
Transfira a massa para a forma preparada e alise a superfície. Asse até que o bolo cresça e doure, 55-60 minutos (faça o teste do palito). Deixe esfriar na forma por 20 minutos, desenforme com cuidado segurando pelo papel e transfira para uma gradinha. Deixe esfriar completamente e remova o papel.

Rend.: 8-10 porções

sábado, agosto 08, 2015

Barrinhas Garibaldi

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Garibaldi slice / Barrinhas Garibaldi

A primeira vez que ouvi falar de biscoitos Garibaldi foi há muitos anos, no blog da minha querida amiga Valentina – eu não era muito fã de passas na época, até achei os biscoitos interessantes, mas não considerei a ideia de prepará-los.

Durante os anos fui aprendendo a gostar de passas (me toquei de que nem todas eram as pedrinhas secas e esturricadas que eu conhecera na infância), provei passas de corinto pela primeira vez comendo scones em Londres (com montanhas de clotted cream – só de pensar fico com a boca cheia d’água) e agora adoro usar passas em cookies (estes são os meus favoritos com elas) e até em pães.

Quando vi estas barrinhas Garibaldi em um dos livros de receita mais lindos que tenho não pude resistir: a receita pedia passas claras, escuras e de corinto e elas eram cozidas em xerez para o recheio das barrinhas – eu tinha de fazê-las! As barrinhas ficaram uma delícia e são uma tentação para quem gosta destas frutas secas.

Off topic: enquanto procurava o link do livro na Amazon vi que eles escalaram Diego Luna para ser Casanova – nunca vi uma seleção de elenco tão errada na vida.

Barrinhas Garibaldi
do lindíssimo The Baking Collection (The Australian Women's Weekly)

Massa:
300g de farinha de trigo
75g de açúcar cristal
180g de manteiga sem sal, gelada e em cubinhos
2 gemas
1 colher (sopa) de água gelada

Recheio:
240g de passas de corinto
80g de passas claras
75g de passas escuras
½ xícara (120ml) de água
2 colheres (sopa)s de xerez seco (ou conhaque)
1 ovo, levemente batido com um garfo, para pincelar a massa
2 colheres (sopa) de açúcar cristal, para polvilhar sobre a massa

Massa: coloque a farinha, o açúcar e o sal no processador de alimentos e pulse para misturar. Junte a manteiga e pulse até que a mistura pareça uma farofa grossa. Junte as gemas, a baunilha e a água e pulse até que uma massa comece a se formar. Forme uma bola com a massa, divida ao meio e embrulhe cada parte em filme plástico. Leve à geladeira por 1 hora.

Recheio: em uma panela média, misture as frutas secas, a água e o xerez. Leve ao fogo baixo por 8-10 minutos, mexendo, até que o líquido seja absorvido e as frutas estejam macias. Transfira para o processador de alimentos e processe até obter uma mistura cremosa. Deixe esfriar completamente.

Preaqueça o forno a 180°C. Unte levemente com manteiga uma forma retangular de 20x30cm, forre com papel alumínio deixando sobras em dois lados opostos e unte o papel também.

Com um rolo, abra uma das metades de massa entre duas folhas de papel manteiga até que ela fique grande o suficiente para forrar o fundo da forma (se precisar, salpique com um pouquinho de farinha, mas não exagere para que a massa não fique ressecada). Transfira para a forma e ajeite para forrar o fundo, retirando o excesso de massa. Faça furinhos em toda a massa com um garfo e então espalhe o recheio já frio sobre ela. Abra a outra metade de massa com o rolo até que fique do tamanho da forma. Coloque sobre o recheio e pressione com as mãos para a massa aderir ao recheio e corte qualquer sobra de massa. Com uma faca afiada, corte a camada de cima de massa em 24 retângulos. Faça furinhos com um garfo em toda a massa de cima, pincele com o ovo batido e salpique com o açúcar cristal. Asse por 30 minutos ou até que fique dourado. Deixe esfriar completamente na forma sobre uma gradinha. Usando como guia os cortes já feitos, corte em barrinhas e sirva.

Rend.: 24 unidades

sexta-feira, junho 26, 2015

Bolo de amêndoa com calda e mais notícia ruim da TV

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Almond syrup cake / Bolo de amêndoa com calda

Acho que falei cedo demais, gente – dias atrás soube que outro seriado favorito foi cancelado. :(

Pelo menos eu não sou a única a ficar triste com a notícia e assim como eu muitos outros esperam que “Hannibal” seja salvo pelo Netflix ou outro canal – esperamos que dê certo, não, meninos? ;)

Adoro “Hannibal” desde o começoe tem como não amar? – e posso até estar um pouco atrasada nos episódios por causa de outros bons seriados que me pegaram de jeito nos últimos tempos, mas a série ainda é uma das minhas grandes favoritas, uma das melhores que já vi, apesar de eu entender que ela é explícita demais para muita gente - eu não ligo pro tanto de sangue y otras cositas más exibidos nos episódios, pois creio que neste caso eles são absolutamente necessários para a história sendo contada e não estão lá somente para chocar.

Há tempos não faço nada de gostoso por aqui (o que é uma pena), mas fiz este bolo semanas atrás e aqui ele está: sei que posso ser um pouco repetitiva demais quando o assunto é bolo de amêndoa – ou seriados! ;) – mas este aqui é mesmo especial: é delicioso e se sobrar caldinha depois de o bolo acabar ela fica ótima sobre panquequinhas americanas ou waffles.

Almond syrup cake / Bolo de amêndoa com calda

Bolo de amêndoa com calda
um nadinha adaptado da sempre incrível revista Donna Hay

- xícara medidora de 240ml

Bolo:
3 ovos
¾ xícara (150g) de açúcar cristal
1 colher (chá) de extrato de baunilha
1 xícara + 1 colher (sopa) - 150g - de farinha de trigo
1 colher (chá) de fermento em pó
1 pitada de sal
1 ¼ xícaras (125g) de farinha de amêndoa
1/3 xícara (75g) de manteiga sem sal, derretida e fria – meça, depois derreta
raspas da casca de 1 limão taiti
2 colheres (sopa) de Amaretto
½ xícara (60g) de amêndoas em lâminas

Calda:
1 xícara (240ml) de água
¾ xícara (150g) de açúcar cristal
1 colher (chá) de extrato de baunilha
¼ xícara (60ml) de Amaretto

Preaqueça o forno a 180°C. Unte com manteiga uma forma redonda de 20cm, forre o fundo com um círculo de papel manteiga e unte-o também.

Bolo: coloque os ovos, o açúcar e a baunilha na batedeira e bata por uns 8 minutos ou até que a mistura triplique de volume, ficando uma espuma clarinha e espessa. Com uma espátula de silicone, incorpore gentilmente a farinha de trigo, o fermento o sal, a farinha de amêndoa, a manteiga, as raspas de limão e o Amaretto, misturando de baixo para cima (com jeitinho para não perder o ar incorporado aos ovos). Despeje a massa na forma preparada e alise a superfície. Espalhe as amêndoas em lâminas sobre a massa. Asse o bolo por 35-40 minutos ou até que ele cresça e doure (faça o teste do palito).

Deixe esfriar na forma sobre uma gradinha e prepare a calda: em uma panelinha, misture a água, o açúcar, a baunilha e o Amaretto e leve ao fogo médio, mexendo até dissolver o açúcar. Ferva por 10 minutos em fogo médio ou até que a calda reduza e engrosse. Despeje ¾ da calda sobre o bolo, aos poucos, esperando que cada porção seja absorvida pelo bolo antes de despejar mais. Deixe esfriar completamente antes de desenformar.

Sirva o bolo com a calda restante à parte.

Rend.: 8-10 porções

quarta-feira, março 04, 2015

Bolo rápido de maçã

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Quick apple cake / Bolo rápido de maçã

Não é segredo nenhum que eu gosto de ficar na cozinha, mas há dias em que estou correndo e a palavra “rápido(a)” no título de uma receita atrai a minha atenção imediatamente – e se a receita vier de uma fonte confiável como Stephanie Alexander, melhor ainda.

Precisava de um bolo gostoso que não demorasse muito tempo entre o preparo e o forno, mas minha manteiga estava dura como pedra e o meu óleo de canola estava no fim – difícil. O Eat Your Books veio ao meu socorro e pouco tempo eu estava com o bolo no forno, perfumando o apartamento inteiro. O bolo ficou super macio e saboroso, e na falta de maçãs tenho certeza de que peras ou frutas vermelhas ficariam ótimas também.

O bolo ficou gostoso tanto morninho quanto em temperatura ambiente, por isso dá para servi-lo como sobremesa com uma colherada de chantilly ou sozinho no chá da tarde ou no café da manhã – escolha o que preferir.

Bolo rápido de maçã
um nadinha adaptado do maravilhoso The Cook's Companion, um dos meus livros favoritos

Bolo:
2 maçãs Granny Smith médias, descascadas, sem o miolo e sementes e cortadas em cubos pequeninos
3 colheres (sopa) de xerez (substitua por Calvados, conhaque ou rum)
160g de farinha de trigo
1 colher (chá) de fermento em pó
1 pitada de sal
3 ovos
120g de açúcar cristal
½ colher (chá) de extrato de baunilha
140g de manteiga sem sal, derretida e fria

Para polvilhar a massa do bolo:
2 colheres (sopa) de açúcar cristal
½ colher (chá) de canela em pó

Preaqueça o forno a 190°C – enquanto isso acontece, deixe as maçãs de molho no xerez em uma tigela pequena.
Unte com manteiga uma forma redonda de 20x6cm, forre o fundo com um círculo de papel manteiga e unte-o também.

Peneire a farinha, o fermento e o sal em uma tigelinha e reserve. Na batedeira, usando o batedor que lembra um fouet, bata os ovos e o açúcar até obter um creme espesso e claro. Junte a baunilha. Com uma espátula de silicone, incorpore gentilmente os ingredientes secos peneirados, misturando delicadamente de baixo para cima para não perder o ar incorporado aos ovos. Incorpore a manteiga da mesma forma. Incorpore as maçãs e qualquer resquício de xerez da mesma forma. Espalhe a massa na forma e alise a superfície. Em uma tigelinha, misture o açúcar e a canela e salpique sobre a massa. Asse por cerca de 40 minutos ou até que o bolo cresça e doure (faça o teste do palito). Deixe esfriar na forma sobre uma gradinha por 25 minutos, e então desenforme com cuidado.

Sirva morno ou em temperatura ambiente (com creme de leite batido vira sobremesa).

Rend.: 8-10 porções

quarta-feira, janeiro 07, 2015

Biscoitos de passas claras e uma pergunta

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Golden raisin cookies / Biscoitos de passas claras

Final de ano, pelo menos aqui em SP, é época do famoso – ou infame – arroz com passas: conheço algumas pessoas que gostam, mas a maioria esmagadora detesta, incluindo meu marido e minha irmã – eles tem 46 e 21 anos, respectivamente, então dá pra dizer que o ódio pelo arroz com passas faz parte de diferentes gerações. :D

Quando era criança não era fã, não, confesso, pois não entendia o porquê de as pessoas colocarem algo doce em um prato salgado (os cravos e o abacaxi no tender também me intrigavam um bocado) e no fim eu achava que era um tremendo desperdício de algo tão gostoso como arroz. :)

Cresci e aprendi que doce e salgado juntos na comida são na verdade algo bacana, mas para ser honesta não me converti ao arroz com passas: há milhões de outras coisinhas maravilhosas para se colocar no arroz e prefiro as minhas passas em outro lugar, como em biscoitos – usei passas claras como a receita pedia, porém tenho certeza de que ficariam gostosos também com passas escuras.

Achei que deixar a massa no freezer em vez de na geladeira foi indispensável – ficou mais fácil fatiar a massa com as passas bem durinhas, congeladas.

Agora me contem: o que vocês acham de arroz com passas? ;)

Biscoitos de passas claras
de um dos meus livros mais queridos

- xícara medidora de 240ml

1 xícara (150g) de passas claras
¼ xícara (60ml) de rum escuro
½ xícara (113g) de manteiga sem sal, amolecida
½ xícara (70g) de açúcar de confeiteiro
1 ovo grande
1 pitada de sal
1 colher (chá) de extrato de baunilha
1 2/3 xícaras (235g) de farinha de trigo
açúcar cristal, para polvilhar os cilindros de massa

Em uma tigelinha, misture as passas e o rum. Reserve por pelo menos 1 hora.
Na tigela da batedeira, bata a manteiga e o açúcar de confeiteiro em velocidade médio-alta até obter um creme claro, cerca de 1 minuto. Junte o ovo, o sal e a baunilha e bata até incorporar (a massa vai parecer talhada, mas não tem problema). Raspe as laterais da tigela. Em velocidade baixa, junte a farinha e misture apenas até incorporar. Escorra as passas (descarte o rum) e incorpore-as à massa com uma espátula.

Divida a massa em duas partes iguais e coloque cada metade em um pedaço grande de papel manteiga; forme um cilindro de aproximadamente 3,5cm de diâmetro com a massa, fechando-a dentro do papel manteiga usando uma régua – como a Martha faz aqui. Feche as pontas e leve ao freezer até firmar bem.

Pré-aqueça o forno a 180°C; forre duas assadeiras grandes com papel manteiga. Desembrulhe um dos cilindros de massa (mantenha o outro no freezer). Role o cilindro de massa sobre o açúcar extra, até cobrir bem. Corte em fatias de 6mm e coloque-as nas assadeiras preparadas deixando um espaço de 2,5cm entre uma e outra. Asse por 15-20 minutos ou até que os biscoitos estejam firmes e uniformemente dourados na parte inferior. Deixe esfriar nas assadeiras sobre gradinhas por 5 minutos e então deslize o papel com os biscoitos para a gradinha e deixe esfriar completamente. Repita o processo com o outro cilindro de massa.
Rend.: cerca de 45 biscoitos