terça-feira, abril 20, 2021

Ovos ao forno para o ano 2 da pandemia

Ovos ao forno para o ano 2 da pandemia


Minhas queridas e meus queridos, como vocês estão neste ano 2 de pandemia?

Continuo trabalhando de casa, saindo apenas para fazer supermercado a cada 10 ou 15 dias, e confesso que o que mais me faz falta é ter o Pingo pertinho de mim.

Antes da situação deplorável atual, em que não há sequer medicamentos nos hospitais para as pessoas que precisam de cuidados intensivos, conseguíamos nos ver ao ar livre, em um parque, aos finais de semana, com distanciamento e máscaras, mas agora nem isso. Sinto uma tristeza profunda por perder esse tempo precioso da vidinha dele.

Falando ainda em pandemia, algo que percebi ultimamente foi que, para mim, dias úteis tem sido um pouco mais “fáceis” de encarar: fui uma criança metódica e continuo assim na vida adulta, portanto dias estruturados, com horários definidos, funcionam melhor para mim.

De segunda a sexta, tenho meu horário para levantar, tomar café, me arrumar, trabalhar, almoçar, me exercitar, jantar, ver seriadinhos e filmes, dormir – parece algo mecânico e, de fato, é mesmo, e por isso são os dias em que me sinto mais produtiva e menos letárgica. Aos finais de semana, em que não há nada para fazer além de limpar o apartamento e ver TV, me sinto meio perdida – às vezes não dá nem vontade de ver um filme ou seriado, algo que amo e vocês sabem.

Por outro lado, a falta de vontade de cozinhar parece ter dado uma trégua, e vez ou outra preparo uma receita nova para o final de semana, ou um bolo gostoso para o café da tarde.

Em épocas difíceis assim, comemoro as pequenas vitórias – se em um dia me falta energia para ver um dos filmes do Oscar (tô morrendo de preguiça de ver “Mank”, apesar do meu amor profundo por Gary Oldman e David Fincher), em outro tem uma receita com foto caprichada. Se em uma noite vejo, pela primeira vez na vida, “Cidadão Kane” (adorei o filme, aliás), no dia seguinte o almoço é patê de atum. E assim sigo, é o que tem pra hoje. Creio que o grande desafio durante a pandemia tem sido tentar encontrar o equilíbrio entre não me cobrar demais e não deixar a peteca cair completamente.

Em um dia corrido, mas em que eu estava com muita vontade de fotografar – há dias em que sinto uma vontade gigante de fotografar, mas zero vontade de cozinhar e/ou comer – fiz os ovos ao forno da foto para almoçar e ficaram bem gostosos. Usei o que havia na geladeira, sobrinhas disso ou daquilo, e é claro que você pode usar o que tiver em casa. É uma espécie de ovos em cocote, feitos no forno porque não tenho microondas.

Não tem receita exata: arrumei folhas de espinafre ainda cru e um pouco de salaminho apimentado em uma panelinha (eu sou a neta de alemã que não gosta de carne de porco, mas ama bacon e salaminho) - use o refratário que preferir, escolhi esse para deixar a foto bonita, confesso! :) Quebrei os ovos por cima dos ingredientes, temperei com sal e pimenta do reino moída na hora. Levei ao forno preaquecido a 180°C por alguns minutos, e antes de servir salpiquei com algumas lascas de parmesão. Servi com pão.

Que vocês estejam bem e com saúde. Mando um beijo grande e desejo força para atravessarmos os momentos tão difíceis. 

quinta-feira, abril 08, 2021

Abobrinha à parmegiana

Abobrinha à parmigiana


Já lhes contei diversas vezes que aqui em casa é muito raro fazer fritura: além de não ser saudável abusar de comidas fritas por imersão, o apartamento é pequeno, o cheiro fica por toda a parte, nas cortinas, nas roupas, nos estofados, no meu cabelo... Depois disso, ainda tem o óleo que precisa ser reciclado, e em épocas de compras feitas a cada quinze dias e da maneira mais rápida possível não quero perder tempo com isso. 

Entretanto, muito de vez em quando, abro exceções, geralmente para fazer o filé de peite frito que minha mãe preparava e que eu amava tanto. Uma das outras exceções é para a abobrinha à parmegiana que lhes trago hoje: geralmente faço a receita com berinjela (adoro), mas quis mudar um pouco e troquei o vegetal. Funcionou muito bem e a receita ficou deliciosa! Aqui nos rendeu dois almoços bem servidos e eu acho ótimo, porque ajudou demais com a preguiça de cozinhar que às vezes aparece.

A abobrinha apenas empanada e frita já é uma delícia, geralmente tenho que expulsar o João da cozinha, senão ele come tudo antes mesmo de eu montar o restante do prato e colocar no forno. :)

 

Abobrinha à parmegiana

receita minha

 

Molho de tomate:

1 ½ colheres (sopa) de azeite de oliva

1 cebola média bem picadinha

2 dentes de alho grandes, amassados e picadinhos

1 vidro de passata

½ xícara (120ml) de água (coloque dentro do vidro vazio de passata, tampe e agite, para usar todo o restinho que estiver no vidro)

sal e pimenta do reino moída na hora

2 colheres (chá) de açúcar

2 folhas de louro

1 punhado de folhas de manjericão fresco, rasgadas com as mãos

 

Restante da receita:

3 abobrinhas médias (aproximadamente 100g cada1 xícara de farinha de trigo

2 ovos, ligeiramente batidos com um garfo

1 ¼ xícaras de farinha de rosca ou farelo de pão

sal e pimenta do reino moída na hora

óleo vegetal para fritar

250g de mozarela de búfala em rodelas ou fatias

¼ xícara de pecorino ralado fininho – rale, depois meça; se preferir, use parmesão

Comece preparando o molho de tomate: em uma panela média, aqueça o azeite em fogo médio-alto. Junte a cebola e refogue até que esteja transparente. Junte o alho e refogue por mais 1-2 minutos – não deixe queimar, para não amargar. Acrescente a passata, a água, tempere com sal e pimenta e junte o açúcar, seguido do louro. Cozinhe, mexendo ocasionalmente, por cerca de 15 minutos ou até que o molho fique mais espesso. Desligue o fogo e misture o manjericão.

Enquanto o molho cozinha, prepare as abobrinhas: pré-aqueça o forno a 200°C.

Coloque a farinha de trigo em um prato, os ovos em outro, e a farinha de rosca em um terceiro. Tempere as farinhas e os ovos com uma pitada de sal e outra de pimenta do reino.

Corte as abobrinhas ao meio no sentido da largura, e então em fatias de aproximadamente 0,5cm no sentido do comprimento (fatias muito longas ficam difíceis de virar no óleo sem quebrar). Tempere as fatias com uma pitada de sal e outra de pimenta, e então passe cada uma delas pela farinha de trigo, envolvendo por todos os lados e retirando o excesso. Em seguida, passe-as pelos ovos, e depois pela farinha de rosca, envolvendo bem e novamente retirando o excesso.

Frite as fatias em óleo quente (180°C) até que dourem de ambos os lados. Retire do óleo e transfira para um prato forrado com papel toalha, para remover o excesso de gordura.

Ao terminar de fritar todas as abobrinhas, comece a montagem do prato: espalhe um pouco do molho em um refratário grande – o da foto tem 29x20cm. Faça uma camada com metade da abobrinha, cubra com metade do molho e em seguida, com metade da mozarela. Repita o processo com os ingredientes restantes. Polvilhe com o pecorino e leve ao forno por cerca de 30 minutos.

Rend.: 4-5 porções

 

quinta-feira, abril 01, 2021

Salada de vagem, tomate, feta e feijão branco - um colorido necessário nos dias atuais

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Salada de vagem, tomate, feta e feijão branco


Só porque resolvi postar salada o calorão deu uma trégua aqui em São Paulo – o outono parece ter decidido dar as caras... :)

Geralmente faço saladas assim para o jantar, me sinto mais leve comendo desta forma, especialmente nos últimos tempos, em que a fome nem sempre aparece, mesmo depois de fazer exercícios físicos : salada fresquinha desce mais fácil do que arroz e feijão. A de hoje levei muitas vezes de marmita para o trabalho, em dias agora distantes – levava uma fatia de pão sírio torrado às vezes para acompanhar, em outras colocava um ovo cozido na salada também.

Nem é bem uma receita: dei um sustinho na vagem usando frigideira antiaderente quente, um fio de azeite e um dente de alho cortado do meio – fica muito mais gostosa assim do que simplesmente cozida na água com sal. Juntei tomates cereja cortados ao meio, queijo feta em cubinhos e feijão branco (enlatado mesmo). O alho não coloco na salada, não, porque acho indigesto.

O molho veio depois da foto: azeite, suco de limão, mostarda de Dijon, sal e pimenta do reino moída na hora – bem simples, tudo misturado em um vidro de geleia vazio, como aprendi com o Jamie Oliver séculos atrás.

Comida rápida, bonita, colorida – tudo o que a gente mais precisa agora, já que além da maldita pandemia também sofremos o risco de um golpe. Ser brasileiro e tentar cuidar da saúde, tanto física quanto mental, é um exercício hercúleo todo santo dia.

Cuidem-se e cuidem dos seus. 

terça-feira, março 23, 2021

Macarrão com molho de tomate e bacon

Macarrão com molho de tomate e bacon

Aqui em casa sempre adoramos macarrão, e nas épocas em que o Pingo ficava aqui conosco aos sábados o bolonhesa era quase que obrigatório: em uma das vezes fiz arroz, almôndegas e batata “frita” de forno, ele reclamou que queria macarrão. :)

Nesta quarentena o macarrão se tornou um herói: nos dias quem estou com muita pressa é nele que me apoio para um almoço rápido. Os molhos não são muito elaborados quando estou na correria, mas de vez em quando dá pra caprichar um pouquinho mais. Sempre tenho bacon no freezer – nos meus seis anos como vegetariana em um passado longínquo, bacon foi realmente a única coisa de que senti falta – e botei pra jogo fazendo um molho inspirado no clássico macarrão alla matriciana. Já aviso que é a minha versão, para que nenhum descendente de italianos venha aqui com o dedo em riste. :D

Sobrou um pouquinho do molho e para o jantar espalhei em fatias de pão, cobri com queijo e levei ao forno até o pão tostar e o queijo derreter – incrivelmente simples e delicioso.

 

Macarrão com molho de tomate e bacon

receita minha

 

- xícara medidora de 240ml

 

200g de macarrão, massa longa da sua preferência – usei fettuccine

Molho:

4 fatias de bacon

½ cebola grande bem picadinha

2 dentes de alho bem picadinhos

1/3 xícara (80ml) de vinho tinto seco

1 lata de (400g) de tomates pelados picados

1 folha de louro

2 colheres (chá) de açúcar

sal e pimenta do reino moída na hora

2 colheres (sopa) de folhas de orégano fresco – aperte as folhas na colher na hora de medir; use manjericão se não encontrar orégano

parmesão ralado fininho para servir

Em uma panela grande, aqueça água até ferver. Acrescente sal. Quando ferver, adicione o macarrão e cozinhe pelo tempo indicado na embalagem – enquanto a água ferve e o macarrão cozinha, prepare o molho.

Aqueça uma panela média em fogo alto. Acrescente o bacon e frite até ficar crocante. Retire da panela com uma escumadeira e transfira para um prato. Reserve.

Na gordura do bacon, refogue a cebola, mexendo ocasionalmente até que fique macia e transparente. Junte o alho e refogue por 1 minuto – não deixe queimar para não amargar.

Acrescente o vinho e cozinhe por 1 minuto. Junte o tomate, o louro, o açúcar e misture, tempere com sal e pimenta do reino (cuidado com o sal, pois o bacon já é salgadinho). Acrescente ½ lata de água (use a lata do tomate para medir), misture e cozinhe por aproximadamente 15 minutos, mexendo algumas vezes para não grudar no fundo da panela – o molho vai ficar encorpado.

Retire do fogo, junte as folhas de orégano e misture bem. Incorpore o bacon reservado.

Escorra o macarrão, reservando ¼ xícara (60ml) da água do cozimento. Transfira o macarrão escorrido para a panela com o molho e cozinhe por 1 minuto, misturando bem – se o molho estiver seco demais, junte a água reservada, aos poucos. Sirva imediatamente polvilhado com queijo ralado.

Rend.: 2 porções, com uma sobrinha (daria para 3 porções de 80g de macarrão cada)

terça-feira, março 09, 2021

Bolo formigueiro de iogurte, amêndoa e limão e um dia atípico

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Bolo formigueiro de iogurte, amêndoa e limão


Depois de meses sem fazer um bolinho para o café, senti uma vontade enorme preparar uma receita nova, bem gostosa, para alegrar a tarde chuvosa de sexta-feira.

Em um dia atípico, acordei com uma disposição que havia muito tempo não sentia: levantei cedinho, liguei o forno, bati a massa do bolo e, enquanto ele assava e perfumava minha casa, escrevi uma newsletter nova com bastante carinho (se você quiser receber as minhas cartinhas, clique aqui e se inscreva). Eram pouco mais de seis da manhã e a luz entrando pela varanda me dava energia.

Enquanto escolhia as receitas a serem enviadas e preparava o texto, um bem-estar tomou conta de mim e foi como um bálsamo: não me lembrava mais de quando havia me sentido daquele jeito pela última vez, especialmente quando o assunto envolvia comida, receitas. A sensação era tão gostosa que, se eu pudesse, a teria guardado em um potinho.

Ao tirar o bolo do forno, tão lindo e dourado, torci para que ficasse gostoso, não somente para o nosso café da tarde, mas também para dividir com vocês a receita. Desenformei o bolo e deixei esfriando na bancada. Horas depois, cortei uma fatia e provei: estava realmente delicioso. Minha cabeça, que anda tão cansada, imediatamente já começou a pensar na foto, em qual tecidinho eu usaria, quais cores combinariam mais com o bolo. Abri meu armário de louças e fui bolando o que me agradaria mais. Preparei tudo, tirei as fotos, e novamente aquela sensação gostosa voltou. Se eu pudesse, transformaria aquela sensação em uma vela perfumada.

De coração quentinho, com bolo gostoso para o café e um dia bastante produtivo, por um momento me senti como a Patricia de outras épocas. Espero que ela apareça por aqui vez ou outra – eu estava com saudade.


Bolo formigueiro de iogurte, amêndoa e limão

um nadinha adaptado do Epicurious, de novo!


 - xícara medidora de 240ml

 

180g de farinha de trigo

45g de farinha de amêndoa – use a farinha de oleaginosa que preferir

2 colheres (chá) de fermento em pó

¼ colher (chá) de sal

1 xícara (200g) de açúcar, cristal ou refinado

raspas da casca de 2 limões taitis grandes

¾ xícara (180g) de iogurte natural integral

½ xícara (120ml) de óleo vegetal – usei de canola

2 ovos grandes, temperatura ambiente

1 colher (sopa) de Amaretto – opcional

1 colher (sopa) de suco de limão

½ colher (chá) extrato de baunilha

3 colheres (sopa) de chocolate granulado

Preaqueça o forno a 180°C. Pincele levemente com óleo uma forma de bolo inglês com capacidade para 6 xícaras de massa (1 litro e meio), forre com papel manteiga deixando sobras nos dois lados mais longos, formando “alças” que vão lhe ajudar a remover o bolo depois de assado. Pincele o papel com óleo também.

Em uma tigela média, misture com um batedor de arame a farinha de trigo, a farinha de amêndoa, o fermento e o sal. Reserve.

Em uma tigela grande, junte o açúcar e as raspas dos limões e esfregue com as pontas dos dedos até que o açúcar fique aromatizado. Junte o iogurte, o óleo, os ovos, o Amaretto (se usar), o suco de limão e a baunilha e misture usando um batedor de arame, até obter uma massa homogênea. Com uma espátula de silicone, incorpore os ingredientes secos, deixando 1 colher (sopa) deles reservada para envolver o granulado – se a massa ficar muito engrumada, misture levemente com o batedor de arame, mas não bata demais para não desenvolver o glúten da farinha. Acrescente o granulado aos ingredientes secos reservados, misture bem para envolvê-los, e então junte tudo à massa e misture.

Despeje a massa na forma preparada e alise a superfície. Asse por 50-55 minutos ou até que o bolo cresça e doure (faça o teste do palito). Deixe esfriar na forma sobre uma gradinha por 15 minutos, e então remova com cuidado da forma, usando o papel como guia. Transfira para a gradinha e deixe esfriar completamente.

O bolo pode ser guardado em um recipiente hermético por até 3 dias.

Rend.: 8 porções

quarta-feira, fevereiro 24, 2021

Mingau de aveia - comida que abraça a gente por dentro

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Mingau de aveia


Tenho um caderninho em que anoto ideias de pratos que quero testar e nele também anoto as receitas que preparo, para depois postar aqui. O coitado do caderno anda meio abandonado – há tempos não preparo nada de novo –, entretanto o mantenho na mesinha da sala, onde deixo também meu tablet e o carregador do celular, para quem sabe, qualquer hora, bater o olho nele e sentir vontade de escrever algo. 

Assim sigo, alguns dias parecendo ser mais lentos do que outros, uns dias com mais energia, outros com menos, mas todos eles meio iguais, aquela coisa bem “Feitiço do Tempo” mesmo. Pelo menos no trabalho vai tudo bem, desde setembro trabalhando com uma nova chefe que é uma pessoa bonita por dentro e por fora, e isso me dá fôlego para enfrentar esse eterno Dia da Marmota.

Quero vacina, mas não tem, quero um governo melhor para o nosso país, também não tem. Quero levantar da cama sem me sentir em um episódio de “O Conto da Aia” – opa, isso também não tem.

As comidas aqui em casa andam meio monótonas: tudo muito básico, de preferência rápido e que não suje muita louça. O macarrão com molho de tomate cereja e azeitona é um hit aqui e aparece toda semana: já fiz várias modificações na receita, como trocar manjericão por salsinha picada, usar tomate amarelo em vez do vermelho, completar com azeitona verde quando as pretas estavam no fim. Gosto muito de juntar cubinhos de feta à receita, e com gorgonzola também fica incrível – para quem gosta de “queijos fedidos”, como diz o João. :)

Muitas noites não sinto muita vontade de jantar, mesmo tendo feito atividade física, o que geralmente me dá mais apetite. Para não ir para a cama de estômago vazio, faço um mingau de aveia muito gostoso e facílimo – mingau é comida que abraça a gente por dentro, né? Eu amo. Polvilho com chia, chips de coco ou castanha de caju e sirvo com uma porção de fruta. Não é um jantar tradicional, mas me conforta e me deixa de buchinho cheio.

 

Mingau de aveia

receita minha

 

¼ xícara (25g) de aveia em flocos

½ xícara (120ml) de leite de vaca ou vegetal – gosto de usar o de castanha de caju

¼ xícara (60ml) de água fria

1 pitada de sal

açúcar a gosto – use mel ou agave se preferir

1 pitada de canela ou 1 colher (chá) de cacau em pó, sem adição de açúcar

Junte todos os ingredientes em uma panelinha e leve ao fogo médio, mexendo algumas vezes para dissolver o açúcar. Quando começar a ferver, baixe o fogo e vá mexendo até que a mistura comece a engrossar. Cozinhe por 2-3 minutos ou até que fique com a consistência desejada.

Transfira para uma tigelinha e sirva.

Rend.: 1 porção

quarta-feira, janeiro 27, 2021

Macarrão com molho cremoso de tomate e espinafre e sim, continuo exausta

Macarrão com molho cremoso de tomate e espinafre

Quem está cansado de cozinhar levanta a mão. 0/

Há dias em que eu tenho vontade de ficar à base de frutas, só pra não ter que fazer nada – não fosse o João fazer questão de comer arroz, feijão & cia., eu passaria dias a fio só na base de saladinha, vitamina de frutas, omelete.

O calor absurdo que está fazendo aqui em São Paulo também não ajuda. Tive que ligar o forno para fazer o pão integral para a semana e o apartamento virou uma sauna. Não dá coragem de fazer quase nada. Hoje, mais cedo, estava 32°C – eu não tenho ar condicionado em casa, fico derretendo o dia inteiro, aquela sensação de pescoço suado que a gente odeia.

A preguiça somada à falta de vontade ir ao mercado e ter que ficar descorongando tudo depois está me fazendo trazer poucas coisas a cada compra – isso sem contar a inflação e como andam os preços. A gente coloca meia dúzia de coisas no carrinho e já dá R$ 150,00. Quem aí como eu foi criança nos anos 80 está tendo sensação de déjà vu todo santo dia.

Para um almoço de domingo em que havia zero inspiração, geladeira meio caída e preguiça gigante, bolei esse macarrãozinho meio no susto – bati o olho no que tinha em casa e juntei o que achava que combinava e o que estava para estragar. Tenho feito isso durante a pandemia e às vezes saem comidinhas muito gostosas como a receita de hoje – por isso, divido com vocês.

 

Macarrão com molho cremoso de tomate e espinafre

receita minha

 

- xícara medidora de 240ml

 

200g de espaguete

1 ½ colheres (sopa) de azeite de oliva

1 alho-poró (120g já sem as folhas verdes-escuras), somente a parte verde mais clara, em meias-luas finas

1 dente de alho grande, bem picadinho

2 tomates italianos maduros (230g, aproximadamente), sem as sementes, picadinhos – eu morro de preguiça e dificilmente tiro a pele de tomates

sal e pimenta do reino moída na hora

2 colheres (sopa) de vinho branco seco

2 colheres (sopa) de água

2 bolinhas de espinafre congelado, já descongelado

¼ xícara (60ml) de creme de leite fresco

parmesão ou pecorino ralados, para servir

Em uma panela grande, aqueça água até ferver. Acrescente sal. Quando ferver, adicione o macarrão e cozinhe pelo tempo indicado na embalagem.

Enquanto a água ferve e o macarrão cozinha, prepare o molho: aqueça o azeite em uma frigideira antiaderente grande em fogo médio-alto. Junte o alho-poró e refogue, mexendo às vezes, até que fique macio. Acrescente o alho e refogue por 1 minutinho apenas – não deixe o alho queimar para não ficar com sabor amargo. Junte os tomates, tempere com sal e pimenta, e vá refogando, mexendo ocasionalmente, por cerca de 5 minutos ou até que os tomates soltem seus líquidos e um molhinho comece a se formar. Acrescente o vinho, misture bem, e cozinhe até o vinho evaporar. Junte a água e o espinafre, misture bem, e cozinhe por mais 3-4 minutos, ou até espinafre aquecer. Acrescente o creme de leite, misture bem, acerte o sal e a pimenta do reino.

Escorra o macarrão, reservando ¼ xícara (60ml) da água do cozimento. Transfira o macarrão escorrido para a panela com o molho e misture bem – se o molho estiver seco demais, junte a água reservada, aos poucos (eu não precisei usar). Sirva imediatamente polvilhado com parmesão ou pecorino.

Rend.: 2 porções

quarta-feira, janeiro 06, 2021

Bolo cítrico com fubá e canela para começar o ano

Bolo cítrico com fubá e canela

Feliz Ano Novo, pessoal!

Torço para que 2021 seja mais generoso conosco do que 2020 foi. Nós, brasileiros, carregamos tantos outros fardos além da pandemia, não? A cada dia que passa é mais difícil viver neste país. Muitas vezes me sinto em uma realidade paralela, coisa de episódio de “Além da Imaginação”.

Começo o ano com post rápido e amargo – me desculpem, por favor. Trago um bolo docinho e gostoso para compensar.

Um beijo e obrigada pela companhia – espero continuar a vê-los por aqui durante o ano que se inicia. xx

Bolo cítrico com fubá e canela


Bolo cítrico com fubá e canela

adaptado deste sempre ótimo site

- xícara medidora de 240ml

 

Bolo:

1 1/3 xícara (185g) de farinha de trigo

½ xícara (70g) de fubá

1 ½ colheres (chá) de fermento em pó

¾ colher (chá) de sal

¼ colher (chá) de canela em pó

1 xícara (200g) de açúcar, cristal ou refinado

raspas da casca de 1 laranja grande

200g de manteiga sem sal, amolecida

1 colher (chá) de extrato de baunilha

1 colher (sopa) de Cointreau (opcional)

4 ovos grandes, temperatura ambiente

1/3 xícara (80ml) de suco de laranja, temperatura ambiente

2 colheres (sopa) de suco de limão taiti ou siciliano, temperatura ambiente

 

Para finalizar o bolo:

1 colher (sopa) de suco de laranja

1 colher (sopa) de açúcar cristal ou refinado

¼ colher (chá) de canela


Preaqueça o forno a 180°C. Pincele levemente com manteiga uma forma de bolo inglês com capacidade para 6 xícaras de massa (1 litro e meio), forre com papel manteiga deixando sobras nos dois lados mais longos, formando “alças” que vão lhe ajudar a remover o bolo depois de assado. Pincele o papel com manteiga também.Em uma tigela média, peneire juntos a farinha, o fubá, o fermento, o sal e a canela. Reserve.

Na tigela da batedeira, junte o açúcar e as raspas de laranja e esfregue com as pontas dos dedos até o açúcar ficar aromatizado. Junte a manteiga, a baunilha, o Cointreau (se usar) e bata até obter um creme claro e fofo – raspe as laterais da tigela algumas vezes durante todo o preparo da receita. Acrescente os ovos, um a um, batendo bem a cada adição.

Misture em um potinho os sucos de laranja e limão.

Acrescente os ingredientes secos em três adições, alternando com os sucos em duas adições – comece e termine com os ingredientes secos. Não bata demais, para não deixar o bolo duro.

Raspe bem o fundo e as laterais da tigela para que todos os ingredientes fiquem incorporados e a massa fique homogênea. Despeje na forma e alise a superfície.
Leve ao forno por cerca de 1 hora, ou até crescer e dourar (faça o teste do palito). Transfira a forma para uma gradinha e deixe esfriar na forma por 15 minutos, e então remova com cuidado da forma, usando o papel como guia. Transfira para a gradinha, pincele o topo do bolo com o suco de laranja. Junte o açúcar e a canela, misture bem, e polvilhe sobre o bolo. Deixe esfriar completamente.

O bolo pode ser guardado em um recipiente hermético em temperatura ambiente por até 3 dias.

Rend: 8-9 fatias

 

terça-feira, novembro 24, 2020

Abobrinha marinada para quem está exausto

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Abobrinha marinada

Os dias andam tão corridos ultimamente, parece que sempre que o final de ano se aproxima tudo começa a se acumular – confesso que estou torcendo para que as férias cheguem logo, 2020 foi pura exaustão (emocional, especialmente) e sei que para vocês também. Não vejo a hora de desligar um pouco, ficar de preguiça, não me preocupar em fazer comida correndo, tirar cochilos depois do almoço.

Falando em preguiça, a receita que trago hoje é bem assim: não dá muito trabalho, dura alguns dias na geladeira (e fica mais gostosa depois de um tempo lá), deixa a tábua de queijos mais deliciosa ainda. Para beliscar com um pãozinho, acompanhado de uma taça de vinho ou uma cerveja bem gelada.

O pão da foto é a receita de pão sem sova do Jim Lahey, que é a mesma receita do pão italiano da Rita Lobo – fiz este pão uma vez por semana por uma boa parte da quarentena, e de uns tempos pra cá troquei pelo pão de azeitona do Amo Pão Caseiro, e asso na panela – fica maravilhoso.

 

Abobrinha marinada

um nadinha adaptada do livrão Claudia Cozinha

 

- xícara medidora de 240ml

 

4 abobrinhas médias

azeite para pincelar

½ xícara (120ml) de azeite extra virgem

4 dentes de alho descascados e cortados ao meio

1/3 xícara (80ml) de vinagre de vinho branco – usei de xerez que era o que tinha em casa

sal e pimenta do reino moída na hora


Corte a abobrinha em rodelinhas de aproximadamente 3mm de espessura.

Aqueça uma frigideira antiaderente grande em fogo médio. Pincele a abobrinha com o azeite e grelhe por aproximadamente 1 minuto de cada lado ou até ficarem ligeiramente macias. Reserve.

Em uma panela pequena, aqueça o azeite extra virgem em fogo médio. Acrescente o alho e frite por um minuto. Junte o vinagre e retire do fogo. Deixe esfriar. Tempere com sal e a pimenta e misture. Numa travessa, forme camadas de abobrinha e banhe com o tempero. Repita a operação até terminarem os ingredientes.

Cubra e leve para a geladeira por três dias – aqui em casa consumimos a abobrinha em 1 semana, depois dos três dias marinando.

Rend.: 8 porções

terça-feira, novembro 10, 2020

Panquecas de beterraba com recheio de ricota e espinafre, e um combustível chamado lembranças

Panquecas de beterraba com recheio de ricota e espinafre 


Dias desses, pensando na vida, me toquei do quanto sou movida a lembranças. 

Penso em quando o Pingo era bebê e eu dava banho nele em cima da minha cama, em uma banheira que o João comprou para quando ele viesse aqui – se fechar os olhos, parece que consigo sentir o cheiro do xampuzinho dele.

Ao ouvir determinadas canções, lembro dos meus anos na faculdade, pegando o ônibus antes das seis da manhã, ponto deserto, via Anchieta escura, walkman na bolsa para a longa viagem de ônibus, seguido de metrô.

Lembro de minha mãe todos os dias, nem que seja uma vezinha sequer: uma comida de que ela gostava, uma música, uma expressão que sai de minha boca e que ela dizia quando eu era pequena, e me dou conta do quanto trago dela comigo, mesmo tendo convivido por apenas sete anos.

Em um almoço, muito antes da pandemia, Pingo disse que o meu macarrão estava “da pontinha da orelha” - pegou na ponta da orelhinha e fez o João repetir o gesto. Sorri para ele, pegando também na ponta da minha orelha, mas minha voz embargou na hora, porque eu havia, sem querer, ensinado a ele algo que era muito característico de minha mãe.  Ele ali, na minha frente, sorrindo e falando algo que a avó que ele nem sabe que existiu falava todos os dias na hora do almoço e do jantar. Olhei pra ele com muita ternura, vendo em seu rostinho os traços de Dona Tereza, o nariz idêntico, a alegria à mesa, a carinha de felicidade, e meu coração parece ter parado de bater por um momento. Hoje, lembrando da cena, meus olhos ficam marejados e a saudade aperta demais, tanto de meu pequeno, quanto de minha mãe.

Sim, lembranças me servem de combustível, e acho que ainda mais neste momento que vivemos, de pandemia, de um país sendo desmontado, de discursos de ódio sendo naturalizados, de uma realidade que parece filme distópico: vou me agarrar a elas para não sufocar.

A receita de hoje é nova, mas eu imediatamente me lembro de minha mãe todas as vezes em que faço ou como beterraba – era um de seus legumes favoritos. A massa da panqueca é uma adaptação da que postei tempos atrás, de espinafre, e o recheio é muito gostoso – use-o em uma panqueca tradicional se preferir economizar tempo. Recheei as panquecas, arrumei em um refratário e cobri com colheradas de requeijão antes de levar ao forno, ideia de molho que peguei da Raquel do @borafazer.

O recheio da receita abaixo que trago hoje é suficiente para 10 crepes – congelei os outro 8 e servi em outro momento, com outro recheio. Se quiser aprender como eu faço as beterrabas assadas, clique aqui.

 

Panquecas de beterraba com recheio de ricota e espinafre

receita minha, adaptada desta aqui

 

Massa:

½ beterraba média, assada e fria (havia sobrado do almoço do dia anterior)

350ml de leite integral, temperatura ambiente – usei água + leite em pó

½ colher (chá) de sal

1 pitada de pimenta do reino moída na hora

1 ovo, temperatura ambiente

1 ¼ xícaras (175g) de farinha de trigo

1 colher (chá) de fermento em pó

 

Recheio:

1 dente de alho bem picadinho ou ralado

1 colher (sopa) de azeite

4 xícaras de espinafre (260g), somente as folhas (aperte na xícara na hora de medir)

sal e pimenta do reino moída na hora

1 pitada de noz-moscada ralada na hora

1 xícara (165g) de ricota – usei caseira, receita aqui (para esta quantidade de ricota, foram 600ml de leite)

½ xícara (35g) de mozarela amarela ralada grosseiramente

 

Molho:

¾ xícara de requeijão

3 colheres (sopa) de parmesão ralado fininho

 

Comece pela massa da panqueca: no liquidificador, junte a beterraba, o leite, a água, o sal, a pimenta, o ovo e o espinafre e bata até obter uma mistura homogênea. Junte a farinha e o fermento e bata novamente até misturar – talvez você precise ajudar o liquidificador com uma espátula, empurrando a farinha que ficar grudada nas laterais do copo. Faça isso sempre com o liquidificador desligado e com cuidado. Quando a massa estiver homogênea, deixe descansando em temperatura ambiente por 30 minutos – enquanto isso, faça o recheio.

Recheio: em uma frigideira antiaderente grande, aqueça o azeite em fogo médio e junte o alho. Refogue por 1 minuto apenas – não deixe o alho queimar, ou vai ficar amargo. Acrescente o espinafre e refogue, mexendo, até murchar. Tempere com sal, pimenta do reino e a noz-moscada. Desligue o fogo e deixe esfriar. Aperte o espinafre em uma peneira para remover o excesso de água. Incorpore a ricota e a mozarela.

Faça as panquecas: aqueça uma frigideira antiaderente em fogo médio. Derrame porções da massa no centro da frigideira e gire para que a massa cubra todo o fundo. Deixe cozinhar por alguns segundos, vire e cozinhe do outro lado por mais alguns segundos. Transfira para um prato e prossiga com o restante da massa – a minha frigideira tem 20cm de diâmetro e com ela a receita rende 18 panquecas. Se após o descanso a sua massa estiver espessa demais, junte um pouquinho de água e misture com a espátula.

Coloque porções do recheio - aproximadamente 2 colheres (sopa) – na ponta de cada panquequinha e enrole de maneira firme, formando um canudo. Transfira para um refratário. Cubra com o requeijão, salpique com o parmesão e leve ao forno por 20 minutos. Sirva imediatamente.

Rend.: 18 panquecas, usando uma frigideira de 20cm de diâmetro. O recheio desta receita é suficiente para as 10 panquecas; congelei as 8 restantes e servi outro dia, com outro recheio.