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terça-feira, março 29, 2022

Molho de tomate da Marcella Hazan, o Oscar, e os clássicos


Molho de tomate da Marcella Hazan


Domingo passado eu tinha dito para o João que não assistiria ao Oscar, porque termina tarde demais e os resultados dos últimos anos não compensavam o meu sono perdido. Só que no começo da noite eu caí em tentação e acabei vendo. Foi tudo bem sem graça, como em anos anteriores, o meu favorito do coração só levou 1 estatueta apesar das 12 indicações, mas pelo menos vi a maravilhosa Jane Campion com o troféu nas mãos.

 

Will Smith ter levado o prêmio foi, para mim, uma das grandes injustiças da história do Oscar, tendo os impecáveis Benedict Cumberbatch e Andrew Garfield concorrendo com ele – nível Gwyneth Paltrow de injustiça. Ele como ator não merecia, ele é caricato, o filme é ruim... Sinto sono só de escrever sobre isso. E nada contra Will: se ele tivesse ganhado quando foi indicado com “Ali”, eu teria aplaudido.

 

E falando nele, a cerimônia virou uma confusão danada por causa do tapa bem dado na cara do Chris Rock e o barraco acabou ofuscando um pouco os prêmios, mas sinceramente, pensando nos ganhadores, nem precisava ter tido porrada para que isso acontecesse: alguém vai mesmo se lembrar de “No Ritmo do Coração” daqui a dez anos? Ou cinco?

 

No futuro, falaremos de “Ataque dos Cães”, da beleza do filme, do roteiro, das interpretações, da fotografia, em como foi inovador e provocador, tendo feito até o Sam Elliott ter um ataque de Maria Pelanca. Falaremos do quanto Jane Campion é incrível e de como ela inovou não só o cinema, mas também a TV, sendo aplaudida de pé por minutos a fio em Cannes com um seriado – quem viu “Top of the Lake” sabe. Falaremos, no futuro, em como o filme foi preterido por algo mais palatável, uma Sessão da Tarde fofinha.

 

Alguém ainda se lembra de “Crash – No Limite”, a não ser que seja para comentar a injustiça que houve com “Brokeback Mountain”? Aliás, o único “Crash” do qual eu sempre lembro é o do Cronenberg.

 

“Ataque dos Cães” se tornará um clássico, não há dúvida. E os clássicos são eternos.

Falando neles, depois de quinze anos de blog, finalmente preparei o molho de tomate da Marcella Hazan, a versão com tomate pelado – difícil de acreditar que eu nunca tinha feito esta receita antes, mas sempre que eu lembrava de prepará-la já tinha colocado azeite na panela e picado a cebola, daí deixava para uma próxima.

 

O molho é incrivelmente fácil de fazer, prático e o melhor de tudo: delicioso. A manteiga dá textura ao molho, além de sabor, deixando-o aveludado. Fiquei apaixonada pela receita e já a repeti mais algumas vezes depois do dia da foto. Tenho certeza de que quem ainda não provou, vai amar.

 

Aproveito para lhes contar que o manjericão que usei no molho estava congelado: manjericão estraga super fácil, então congelo para usar em molhos e pizzas (antes de assar). Não serve para fazer salada, mas para receitas em que haja algum tipo de cozimento é uma mão na roda e evita desperdício.

 

Molho de tomate da Marcella Hazan

um nadinha adaptado daqui

 

2 latas de tomates pelados, passados pelo liquidificador ou mixer

1 lata de água fria (meça nas latas para "enxaguar" o restinho de tomate nelas)

5 colheres (sopa) – 70g – de manteiga sem sal

1 cebola média, descascada e cortada ao meio, sem separar as pétalas

1 folha de louro

sal e pimenta do reino moída na hora

folhas de manjericão fresco

 

Coloque os tomates batidos, a água, a cebola com a parte cortada virada para baixo, a manteiga, o louro, o sal e a pimenta em uma panela grande (precisa ser alta, porque o molho espirra um pouco durante o cozimento). Misture levemente para incorporar os temperos e leve ao fogo baixo, com a panela destampada, por cerca de 40 minutos, mexendo de vez em quando para não grudar no fundo.

 

Desligue o fogo, remova a cebola e o louro e junte o manjericão. Sirva com o macarrão da sua preferência.

 

Rend.: o suficiente para 500g de macarrão