terça-feira, agosto 08, 2006

Pão de mandioquinha

Tenho uma prima de segundo grau (prima do meu pai) que adoro. O nome dela é Soraia.
Passei vários finais de semana na casa dela na infância e adolescência, era sempre muito gostoso.
A mãe dela, minha tia Angélica, cozinha maravilhosamente bem. Foi com ela que aprendi a fazer meu primeiro bolo, pão-de-ló de fubá.

Minha prima tem três filhos (na época, ela só tinha dois) e costumava tratá-los com homeopatia. E uma vez fui com ela a uma farmácia de manipulação enorme - se não me falha a memória, era em Moema.
A farmácia era bem diferenciada: além dos remedinhos e cremes manipulados, havia também alimentos naturais e brinquedos educativos feitos em madeira (entre eles, uma casa de bonecas gigante pela qual eu tinha um enorme fascínio). Lá, minha prima comprou, algumas vezes, um pão de mandioquinha divino. Tinha o formato de pão de forma, aliás, vinha fatiado e embalado como tal, mas era incrivelmente macio e fofinho, amarelinho, delicioso. Impossível resistir. Se estivesse quentinho e com um pouquinho de manteiga espalhada por cima, então, era se segurar para não devorar tudo em questão de segundos.

Hoje é aniversário da Talita, uma das filhas da Sô, e ontem me lembrei destes momentos. Procurei na Internet uma receita, queria muito tentar reproduzir o saboroso pãozinho. Encontrei aqui.

Voltei no tempo saboreando este pão... :D
Fiz meia receita e gostei do rendimento. Obtive um filão de 560g e mais 4 pãezinhos redondos de 120g cada um.
A massa é boa para trabalhar, não fica grudenta. E também não me preocupei com o "ponto" do pão: a quantidade dada de farinha foi perfeita.
Depois do tempo de crescimento, achei que a massa não tinha crescido tanto quanto eu desejava. Mas quando coloquei os pãezinhos pra assar, eles aumentaram bastante de tamanho.
Não pincelei a massa com gema (esqueci, mesmo), mas achei que o pão ficou com uma cor dourada bonita, você decide se pincela ou não.

Tali, princesinha, se você estiver lendo, feliz aniversário e um beijo enorme, te adoro!

Pão de mandioquinha

90g de açúcar
200ml de óleo
50g de fermento biológico
4 ovos
500g de mandioquinha
1kg de farinha de trigo
sal - acho que 1/2 colher (chá) é suficiente
gema para pincelar

Cozinhe a mandioquinha, escoe, amasse e deixe esfriar. As minhas ficaram bastante tempo na pressão, quando as escorri já viraram um purê. Bem prático.
Bata no liqüidificador o açúcar, o óleo, o fermento e o ovos. Peneire a farinha numa tigela, faça uma cova no centro e despeje a mistura do liqüidificador e o purê de mandioquinha. Acrescente o sal e misture até a massa se desprender das mãos. Modele os pães da forma como desejar, coloque-os em uma forma untada e enfarinhada e deixe-os crescer por 45 minutos.
Leve ao forno pré-aquecido e asse a 180ºC até que dourem. Os meus demoraram uns 30 minutos para assar.

Rend.: um filão de 560g + 4 pãezinhos redondos de 120g cada um.

segunda-feira, agosto 07, 2006

Scones com gotas de chocolate

Não sei se é porque me formei tradutora, mas adoro procurar palavras no dicionário.
O problema é que sempre demoro muito porque, enquanto procuro determinada palavra, vou encontrando outras interessantes pelo caminho e não me contenho: leio todas.
Sabia que scones eram um tipo de pãozinho originário da Escócia. Mas achei melhor dar uma olhadinha no Oxford antes de postar. Lá dizia que eram pãezinhos achatados e macios, feitos de farinha de trigo e cevada, assados rapidamente. Até aí, nada muito extravagante.
O que me chamou a atenção foi o verbete anterior, "Scone" - assim mesmo, com letra maiúscula.
Scone era uma aldeia de Tayside, antiga capital da Escócia. E nesta vila havia uma pedra sobre a qual os reis escoceses eram coroados.
A pedra hoje está sob o trono da Abadia de Westminster, onde são coroados os monarcas ingleses.Achei muito interessante a história.
Imagine, uma pedra ser um símbolo tão especial, local de algo tão importante. Excalibur me veio à mente.

Acabei me lembrando de umas aulas deliciosas que tive na faculdade, com o Leandro Karnal.
Ele foi nosso professor de Cultura e Civilização Inglesas (no terceiro ano) e Cult. e Civ. Norte-Americanas (no quarto). Ele era hilário. O modo de falar de história nos fazia rir muito e memorizar um mundo de informação. Seus comentários nas provas e trabalhos eram, por vezes, um tanto ácidos.
Uma vez, uma colega respondeu uma questão em poucas linhas. Ele escreveu: "hum... que pobrinho..."

Ainda me recordo de muita coisa que aprendi nas aulas - que eram muito bacanas, apesar de ele arrancar nossas peles nas provas.
Infelizmente, esqueci bastante coisa também. Sabia de cor todas as dinastias, quem matou quem para subir ao trono, etc.
Para quem quiser conhecer o método único do Leandro, ele dá aulas na Casa do Saber, em São Paulo. Os cursos são meio caros, mas para quem gosta de História são um prato cheio (desculpem, mas não resisti ao trocadilho). :)

Os meus scones têm gotinhas de chocolate e a receita foi tirada daqui. Gostei da textura, bem macia.
Usei metade das gotas que a receita pede e achei mais do que suficiente. Vai depender do quão chocólatra você é.
Mesmo no dia seguinte ainda estavam gostosos (aquecidos no microondas).
Não coloquei a cobertura de açúcar e canela, para não ficar muito doce. Mas posto aqui para quem quiser provar.

Scones com gotas de chocolate

280g de farinha de trigo
50g de açúcar
1 1/4 colher (chá) de fermento em pó
1/4 colher (chá) de bicarbonato
1/4 colher (chá) de sal
115g de manteiga gelada e em cubinhos
90g de gotas de chocolate
1 colher (chá) de essência de baunilha
160ml de coalhada

Para pincelar os scones:
1 ovo (meio seria suficiente, mas...)
1 colher (sopa) de leite

Cobertura de canela:
50g de açúcar
1 colher (chá) de canela em pó

Pré-aqueça o forno a 200ºC. Forre uma assadeira com papel manteiga.
Numa tigela, misture a farinha, o açúcar, o fermento, o bicarbonato e o sal. Junte a manteiga e vá misturando com as pontas dos dedos, até tudo ficar com uma consistência de farelo grosso. Adicione as gotas de chocolate.
Misture bem a coalhada com a baunilha e despeje nos ingredientes secos. Misture até obter uma massa (não mexa demais).
Transfira-a para uma superfície enfarinhada e amasse 3 ou 4 vezes com as mãos. Todos os farelinhos que estavam na tigela vão grudar na massa e você vai ter uma bola.Modele-a em formato de disco, como uma pizza. O meu disco de massa tinha aprox. 20cm de diâmetro de uns 3,5cm de espessura.
Corte triângulos (como a foto abaixo), coloque-os na forma preparada e pincele com o ovo misturado ao leite.


Se você optar por usar a cobertura de canela, este é o momento. Misture a canela e o açúcar e salpique sobre os scones logo depois de pincelá-los com o ovo.
Leve ao forno por 20 minutos, aproximadamente, ou até que estejam dourados.

Rend.: 8 scones

sexta-feira, agosto 04, 2006

Almôndegas à minha moda

Evito ao máximo fazer frituras em casa. Porque o cheiro e a fumaça tomam conta do apartamento inteiro, é um horror. Não há Liza que resolva.
Como agora também estou evitando comer coisas muito calóricas (não é sempre que consigo, a carne é fraca...), o forno se torna um ótimo aliado.
Em vez de fritar, opto por assar. Sempre que possível, faço a troca.

A receita que usei como base dizia para cozinhar as almôndegas no vapor. Por mais que eu esteja interessada em comidinhas light, carne moída no vapor é um pouco demais. :P
Vamos ser honestos: esse negócio de contar calorias é uma chatice. Não é à toa que as pessoas começam as dietas na segunda e na quarta já desistiram.
E, para piorar, entro aqui e aqui e fico babando nos doces das meninas... hum...
Cuidado ao entrar, porque elas são sádicas mesmo - a cada dia postam uma receita mais deliciosa do que a outra. Aviso que são altamente viciadoras ("viciantes" o Houaiss não permite).

Enfim... Vamos às almôndegas.
Formei bolinhas grandes com a massa, coloquei um pedacinho de bacon no meio, como recheio (a pedido do marido) e levei ao forno alto.
Depois de assadas, arrumei as almôndegas num refratário, cobri com molho de tomate e deixei no forno, desligado mesmo, só para manter o prato aquecido.
Está muito frio aqui por estes dias e os alimentos esfriam rápido demais.
Outra alteração que fiz foi passar as bolinhas na farinha de rosca antes de assar, pra tentar formar uma casquinha. Funcionou bem.
Se quiser, varie o recheio das almôndegas. Da próxima vez quero colocar um pedacinho de queijo e um de azeitona.

Almôndegas à minha moda

500g de carne moída (use a de sua preferência)
2 colheres (sopa) cheias de cebolinha picada
1 cebola média picada
2 dentes de alho amassados
1 ovo
2 colheres (sopa) de farinha de trigo
2 colheres (sopa) de azeite de oliva
sal a gosto
molho de tomate

Coloque todos os ingrendientes no processador e bata por 2 minutos, ou até obter uma pasta homogênea - o meu processador é pequenininho, então fiz uma pasta com a cebola, o azeite, o alho e o sal e misturei à carne numa tigela, juntando a farinha e o ovo. Misturei bem com as mãos (usei luvas plásticas, mania minha).
Não se assuste com a consistência da massa. A cebola que usei tinha bastante suco, então achei que a massa estava mole demais e que nunca ficaria no formato que eu queria. Ficou, sim.
Molde as bolinhas do tamanho que preferir. Se quiser, recheie as almôndegas.
Tentei fazer um tamanho médio, porque achei que muito pequenas iam ressecar no forno e muito grandes demorariam muito para assar, correndo o risco de não ficarem bem cozidinhas por dentro.
Coloque as almôndegas numa assadeira levemente untada (eu uso anti-aderente) e leve ao forno por cerca de 30 minutos.
Retire do forno, arrume-as numa travessa bonita e cubra com o molho de tomate. Se quiser, polvilhe queijo ralado. Mantenha-as aquecidas até a hora de servir.

Rend.: 10 almôndegas (as minhas tinham cerca de 5cm de diâmetro de 4cm de altura).

terça-feira, agosto 01, 2006

Muffins-doughnuts de geléia (ou Nigella strikes again)



Vocês vão achar que tenho mania de geléia de goiaba. Na verdade, tenho mania de geléias em geral.
Adoro. Acho que é a "coisa" mais gostosa para se passar no pão, na torrada. E, para ser sincera, a de goiaba é uma das minhas preferidas.

A idéia de um muffin que ao mesmo tempo era um doughnut me pareceu muito interessante.
Fiz metade da receita com geléia de goiaba e a outra metade com Nutella. Para meu espanto, os de geléia ficaram bem mais saborosos. E olha que amo Nutella (who doesn't???)

Não sei que tamanho de forminhas a Nigella usa, mas os meus muffins renderam metade do que está no livro.
Confesso que tenho uma parcela de culpa - acabei exagerando na hora de colocar massa nas forminhas, queria que os muffins ficassem com um topo bem pomposo. Não funcionou. :( Mas ficaram gostosos.

A massa lembra um doughnut mesmo, é mais porosa do que massa de muffin.
Da próxima vez, entretanto, não vou colocar a cobertura de açúcar, porque fica doce demais pro café da manhã - e também preciso economizar um pouco nas calorias.
Bem feito, né? Quem mandou ir procurar receita no capítulo "children" do livro...

Muffins-doughnuts de geléia

1/2 xícara de leite
7 colheres (sopa) de óleo de milho ou outro vegetal (usei soja, mesmo)
1 ovo grande
1/2 colher (chá) de extrato de baunilha
1 1/3 xícaras de farinha de trigo com fermento
1/3 xícara de açúcar
12 colheres (chá) de geléia

Cobertura:
1/2 xícara de manteiga sem sal derretida
1/2 xícara de açúcar

Pré-aqueça o forno a 190ºC.
Peneire a farinha numa tigela e misture o açúcar. Com um garfo, bata juntos o leite, óleo, ovo e baunilha. Faça uma "cova" nos ingredientes secos e despeje os líquidos nela, mexendo tudo rapidamente (sem misturar demais). Coloque um pouquinho de massa no fundo de cada forminha, adicione 1 colher (chá) de geléia (ou outro recheio que vc preferir) e cubra com mais massa.
Asse por cerca de 20 minutos ou até que estejam completamente assados.
Retire-os do forno e proceda da seguinte forma para a cobertura: passe os muffins na manteiga e, em seguida, no açúcar.
Como eu usei forminhas de papel, só fiz isso no topo deles.
Se você usar forminhas de metal, pode passar o muffin todo na cobertura.

Rend.: 12 muffins (a minha receita rendeu 6) :(

quarta-feira, julho 26, 2006

Carne grelhada com molho chimichurri (adaptada)

Não sou nada fã de carne vermelha. Nunca gostei.
Na infância, era o bife no meu prato, eu olhando para ele (com cara de nojo) e a minha mãe com o chinelo na mão. Comia obrigada, mesmo, só sob ameaça.
Mas meu marido é carnívoro e dizem que por amor fazemos sacrifícios... :D

Esta receita peguei no Trem Bom. Parecia gostosa, suculenta, e o molho verdinho me chamou a atenção (adoro salsinha). Decidi testar.

Dei uma adaptadinha de leve, para que ficasse mais ao nosso gosto. Sou exagerada por natureza e comprei um pedaço de carne muito grande/grosso. Então ela nunca ficaria boa "por dentro" apenas grelhando (ou demoraria séculos, quem sabe?). Depois de grelhar o pedaço inteiro, fatiei e voltei a grelhar os steaks.
A carinha do prato estava ótima (olhem a foto e concordem comigo, por favor). :D

Resolvi experimentar. Surpresa: a carne estava super macia, suculenta, como eu imaginei que ficaria. Parece que o processo de cozimento manteve todos os sucos dentro da carne e, conforme cortávamos os pedacinhos, aquilo ia se transformando num molho de cor bonita, apetitosa.

No dia seguinte, fatiei o restante da carne e fiz na wok, com manteiga e um montão de cebola em rodelas. É uma outra opção, fica bem gostoso.

É uma receita que farei novamente, mas da próxima vou tirar o coentro do molho, pois não gostamos muito do sabor...

Carne grelhada com molho chimichurri (adaptada)

1 kg de miolo de alcatra (confesso que não sei se outro corte ficaria bom)
2 colheres (sopa) de azeite de oliva
1/2 colher (chá) de cominho em pó
1/2 colher (chá) de coentro em pó
pitadinha de pimenta de cayenne ou outra pimenta em pó - eu não tinha em casa e usei duas pimentinhas dedo de moça, minúsculas, da hortinha que fiz na minha varanda
sal a gosto

Molho chimichurri

2 dentes de alho grandes, amassados
1 maço de coentro picadinho
1 maço de salsinha picadinho
3 colheres (sopa) de vinagre de vinho branco
75ml de azeite de oliva

Molho: ponha todos os ingredientes numa tigela e misture bem. Reserve.

Misture bem o azeite de oliva, cominho, coentro, a pimenta e sal numa vasilha. Coloque a carne neste tempero, virando dos dois lados para que ela fique toda recoberta.
Esquente bem a grelha e ponha a carne. Se gostar de mal passada é só deixar por 3 min de cada lado; no ponto só precisa de 4 min de cada lado; e a bem passada por 5 minutos. Retire e coloque numa tábua. Fatie a carne e sirva imediatamente.
O molho pode ser regado sobre a carne ou você pode mergulhar as fatias no molho à medida que for comendo.

segunda-feira, julho 24, 2006

Brioches de laranja

Não sei se é uma característica dos escorpianos, mas sou extremamente curiosa. No sentido de pesquisar, querer descobrir razões e porquês, como se faz alguma coisa. E enquanto não souber, não sossego.
Confesso que desde que descobri o maravilhoso mundo dos food blogs, não parei mais de clicar, ler, clicar, ler...
Alguns estão aí na coluna ao lado. Eu os visito regularmente. Adoro ver as novidades, ler as histórias, admirar as fotos. Já testei algumas receitas e outras estão aguardando um tempinho livre para sair do papel.
A receita de hoje é do Delicious Days.
Fui conquistada na primeira "clicada". Logo de cara, uma foto de maravilhosos pãezinhos se abriu. Pareciam ótimos!!
Imprimi a receita, pensando: "Vou guardá-la para experimentar no final de semana". Mas não precisei esperar tanto. O passo-a-passo me pareceu simples e eu tinha todos os ingredientes à mão.
Fiz a massa e, enquanto crescia, fui preparando o jantar. Depois de comer, enrolei as bolinhas de pão e levei ao forno. Em pouco tempo os brioches estavam prontos!
Não usei as raspinhas de laranja porque queria um pãozinho mais neutro.
No final de semana seguinte, fiz novamente a receita, desta vez recheando os brioches com presunto e queijo, para o aniversário do meu pai (aumentei um pouquinho a quantidade de sal). Ficaram gostosos, mas acho que por causa do queijo no recheio estavam muito melhores quentinhos.
Acho que é uma receita bárbara para quem tem criança em casa. Rende bem e os brioches ficam gostosos mesmo no dia seguinte. Podem virar um ótimo lanche para a escola.
Uau, me ocorreu algo agora: lancheiras ainda existem?? Lembro da que eu tinha quando estava na pré-escola... Era tão linda!
A tampa da garrafinha térmica ficava aparecendo, fora da lancheira. E era cor-de-rosa - como TUDO o que me pertencia quando criança...

Brioches de laranja

250ml de leite morno
20g de fermento biológico (fresco)
500g de farinha de trigo
75g de açúcar
1 pitada de sal
1 ovo
75g de manteiga, derretida e fria
raspas da casca de meia laranja
manteiga derretida para pincelar os brioches - cerca de 1 colher (sopa)

Peneire a farinha em uma tigela grande e faça uma cova no meio. Despeje o leite, adicione o fermento (esfareladinho) e uma colher (chá) de açúcar. Misture duas ou três vezes - você vai incorporar só um pouco da farinha nesta misturinha, deixando a maior parte nas beiradas da tigela.
Cubra com um pano de prato e deixe crescer por aprox. 15 minutos (eu coloco a tigela coberta dentro de uma sacolinha plástica de supermercado e fecho bem para servir como uma espécie de estufa).
A superfície deve ficar cheia de bolhas.
Junte os ingredientes restantes (a farinha da tigela, o açúcar, as raspas de laranja, o sal, o ovo e a manteiga) e misture bem, até a bola de massa se desgrudar da tigela. Se necessário, adicione um pouquinho de farinha - eu precisei de 1 colher (sopa) cheia. Cuidado com o excesso de farinha, pois isso pode deixar o pãozinho duro.
Cubra e deixe crescer novamente, desta vez por 45 minutos. A massa quase dobra de volume.
Misture novamente e coloque a massa numa superfície enfarinhada. Corte pedaços iguais e faça bolinhas. Coloque-as em forminhas para muffins e leve para assar até dourarem (o forno deve estar a 200ºC). Retire do forno e pincele com a manteiga derretida.

Rend.: 14 unidades.

Obs.: da primeira vez, fiz meia receita e minhas bolinhas tinham 65g cada (ainda cruas). Enchi 8 forminhas e uma última com uma bolinha um pouco menor (50g).

quarta-feira, julho 19, 2006

Cookies com gotas de chocolate

Adoro biscoitos.
Quando eu era criança, minha avó materna (que era alemã) fazia umas bolachinhas de nata deliciosas. Eu me lembro de ficar enchendo a paciência dela pra cortar a massa em forma de bichinhos... O problema é que não tínhamos cortadores de biscoito e tudo tinha que ser "desenhado" à mão livre - que netinha mais adorável, não? Vai ver que era por isso que ela me obrigava a tomar ovo de pata batido no liquidificador com Biotônico e leite condensado... :P
O dilema com biscoitos é que não dá pra comer um só (com licença, Elma Chips).
Até evito comprar. Porque se pego um pacote de Oreos é covardia.
Fiz os cookies da foto usando uma receita do livro Sweet Food.
É um livrinho que comprei sem muita expectativa e que acabou me surpreendendo. Todas as receitas têm foto - característica extremamente importante para mim.
E é bem grossinho - 400 páginas.

Talvez, da próxima vez, eu os faça mais fininhos, ainda não sei. Ou mais soft no centro e mais crocantes apenas nas beiradas. Para saber de que jeito ficam mais gostosos, vou ter que repetir a receita. Que sacrifício... :D

Cookies com gotas de chocolate

90g de manteiga
100g de açúcar mascavo
1 colher (chá) de essência de baunilha
1 ovo, levemente batido
1 colher (sopa) de leite
200g de farinha de trigo
1 colher (chá) de fermento em pó
170g de gotas de chocolate

Pré-aqueça o forno a 175ºC. Forre duas assadeiras grandes com papel manteiga.
Bata a manteiga com o açúcar numa tigela até obter um creme. Junte a baunilha e o ovo, aos poucos, batendo bem. Misture o leite. Peneire a farinha e o fermento e junte ao creme com uma colher. Adicione as gotas de chocolate.
Molde os biscoitos às colheradas e deixe uma distância de 3,5cm entre eles. Aperte as bolinhas levemente com um garfo enfarinhado.
Asse por 20 minutos ou até que estejam dourados.

Rend.: 23 unidades de 25g cada

quarta-feira, julho 12, 2006

Panquecas Americanas

As comidinhas americanas. Parte II - a missão.

Quando criança, adorava desenhos animados e gibis. Na época, a Turma da Mônica começava a se tornar popular - por isso, eu vivia cercada de Disney por todos os lados.
Além dos personagens, achava um barato as pilhas de panquecas que apareciam e as tortas doces, colocadas para esfriar na janela das casas (esta, assunto de um futuro post).
As panquecas gordinhas, com pedacinhos de manteiga e uma caldinha diferente - que nos meus anos de CCAA descobri ser maple syrup - não lembravam em nada as panquecas que comíamos em casa: fininhas e enroladinhas com carne moída. E ainda por cima eram comidas no café da manhã, imaginem isso!!! :D
Já tinha feito panquecas americanas outras (poucas) vezes. Mas nenhuma receita ficou gostosa como essa.
Provei com mel e com geléia de goiaba. Delícia.
Fiz num sábado em que precisava de um "café da tarde" mais reforçado. Funcionou super bem. :D

Receita do blog Baking Sheet.

Panquecas Americanas

1 1/3 xícaras (chá) de farinha de trigo
1 colher (chá) de fermento em pó
1/2 colher (chá) de bicarbonato
1/4 colher (chá) de sal
2 colheres (sopa) de açúcar
2 gemas
2 claras em neve
1 xícara (chá) de leite
1 colher (sopa) de manteiga, derretida
1 colher (chá) de essência de baunilha

Peneire a farinha, o fermento, o bicarbonato, o sal e o açúcar em uma tigela grande. Junte as gemas, o leite, a manteiga e a baunilha em uma tigela pequena e despeje sobre os ingredientes secos.
Adicione as claras em neve delicadamente, mas certifique-se de que fiquem bem misturadas. Coloque colheradas da massa numa frigideira anti-aderente (em fogo baixo). A panqueca não deve ser muito fina, e sim "gordinha". Vire quando estiver dourada de um lado. Doure o outro lado também.
Sirva com manteiga, geléia, mel, etc.

Rend.: aprox. 8 panquecas médias

terça-feira, julho 11, 2006

Frango com tomates e azeitonas

Domingo foi a final da Copa e, como gosto muito de futebol, queria assistir ao jogo sossegada.
Busquei nos meus livrinhos uma receita nova, porém prática.
E foi no "Off the Shelf", da Donna Hay, que a encontrei.

Comprei este livro (e outros dois) por indicação da Valentina, do Trem Bom - é um food blog lindo e foi uma das inspirações para o Technicolor Kitchen. Merece várias visitas. Aliás, usando uma expressão da própria Valentina, "recomendo mil vezes". :)

Os livros da Donna Hay são deliciosos. Todas as receitas têm foto - o que acho essencial. Além de facilitar na hora de escolher a receita para provar, você não precisa ficar adivinhando com que cara o seu prato vai ficar depois de pronto.

Não como carne vermelha, por isso adoro receitas com frango ou peixe. Fiquei super satisfeita com o resultado - além de saboroso, o frango não fica cheio de gordura.

Os tomatinhos e as azeitonas ficaram "queimadinhos" porque eu quis deixar o frango dourar bem e usei o grill do forno. Mesmo assim, ficaram bem saborosos. Você pode tirar do forno antes, se quiser.

Tinha certeza de que havia salsinha na minha geladeira - grande engano. Fiz sem, mesmo. Mas da próxima vez certamente usarei.
Outra modificação: a receita pede um frango em pedaços. Optei por usar somente coxas.

Enquanto o franguinho assava, fiquei descansando no sofá. Quando estava quase pronto, fiz um arrozinho básico e uma salada de rúcula. Depois foi só curtir o jogo.

Comentário nada culinário: o que era a Shakira na festa de encerramento da Copa? :P

Frango com tomates e azeitonas

3/4 xícara de azeitonas sem caroço, cortadas ao meio
1,6 kg de frango, dividido em 8 pedaços
4 dentes de alho, cortados ao meio
1/2 xícara de salsinha picada
250g de tomates cereja
pimenta do reino
sal - usei aprox. 1 colher (chá) rasa
2 colheres (sopa) de azeite de oliva - eu usei 1 colher (sopa) a mais
2 colheres (sopa) de raspas de casca de limão

Pré-aqueça o forno (200ºC). Coloque as azeitonas de molho em água por 5 minutos, para tirar o excesso de sal. Escorra.
Arrume os pedaços de frango numa assadeira ou travessa e coloque meio dente de alho sob cada um deles.
Numa tigelinha, misture as azeitonas, a salsinha, os tomates, a pimenta, o sal, o azeite e as raspas de limão. Despeje sobre os pedaços de frango.
Asse por 45-55 minutos, ou até que os pedaços de frango estejam bem cozidinhos por dentro.

Rend.: 4 porções.

quinta-feira, julho 06, 2006

Beringelas à parmigiana


Quis postar esta receita, mesmo achando que todo mundo a conhece e já sabe prepará-la.
Algumas comidinhas são tão "básicas" que acabamos não dando a importância que merecem. Acho que isso depende da "fase de chef" em que estamos.
Porque quando comecei a cozinhar achava bife à milanesa a coisa mais tricky do universo. E hoje dá pra fazer de olhos fechados. :D

Fazia tempo que meu marido me pedia para fazer beringela à parmigiana. Mas por diferentes razões a idéia era sempre postergada.
Foi a primeira vez que preparei e deveria ter feito antes. É um prato delicioso. Achei rapidíssimo de fazer, mesmo com as etapas a serem cumpridas: empanar, fritar, fazer o molho, montar, assar.
Se quiser usar presunto, para que fique parecendo uma lasanha, mesmo, fique à vontade. Não como presunto nem sob tortura, por isso só usei mussarela.
E se você estiver sem tempo, troque o molho caseiro por algum de caixinha de que goste. Só não aconselho molho peneirado, acho tão sem graça...

Depois de assar, deixei a travessa no forno e liguei o grill - por isso o queijo ficou meio esturricadinho assim. Estava ótimo. Cuidado para não exagerar no tempo, senão pode ficar "ressecado".

Fiz a receita de cabeça, mesmo. Não tirei de nenhum livro ou site. Nesse caso, la garantia soy yo. :D

O melhor de tudo?? Sobrou metade da travessa, que virou o jantar da nossa segunda-feira. Foi só preparar um arroz fresquinho e a refeição estava pronta - estávamos comendo em menos de 30 minutos.
Nada melhor do que isso numa segunda-feira...

Beringelas à parmigiana

2 beringelas grandes
150g de mussarela fatiada
sal
óleo para fritar

Para empanar:
farinha de trigo
farinha de rosca
1 ovo
um pouquinho de leite

Para o molho:
azeite
1 cebola pequena
2 dentes de alho
1 envelopinho de Sazón (não é jabá, gente, gosto mesmo de temperar com ele)
1 lata de tomates pelados
sal

Lave as beringelas, tire os cabinhos e corte em fatias não muito finas (1 ou 1,5 centímetros estariam OK). Não descasque.
Tempere com um pouquinho de sal.
Misture o ovo com o leite, coloque uma pitadinha de sal e use para empanar - faço isso porque o ovo sozinho faz com que a fritura "espume" muito no óleo.
Passe cada rodelinha na farinha de trigo, depois na mistura de ovo e depois na farinha de rosca. Frite em óleo quente até dourar. Deixe escorrer sobre papel toalha.
O molho: refoque a cebola no azeite, junte o alho e doure. Pique os tomates da lata e junte ao refogado (junte também o suco em que eles vêm conservados).
Tempere e deixe apurar.
Numa travessa, faça camadas de molho, beringelas, queijo. Comece com o molho e finalize com a mussarela.
Leve ao forno para derreter o queijo.
Sirva quente.

A travessa que usei tem aproximadamente 30x15cm.