Que o freezer tem sido um aliado importante nestes tempos nem preciso dizer: ele permite que as idas ao supermercado sejam bem espaçadas. Em uma das vezes em que fui ao mercado, trouxe carne em tirinhas para congelar e fazer um picadinho qualquer hora dessas – esta é a receita que uso e fica realmente deliciosa, recomendo muito a quem ainda não provou.
Mas o tempo foi passando, eu fui preparando outras refeições mais centradas em vegetais e meio que esqueci da carninha no freezer. Ao procurar o salsão congelado para fazer sopa, vi a carne no fundo do freezer e na hora já transferi para a geladeira para descongelar. Estava firme no propósito de fazer o picadinho, mas de repente senti vontade de fazer algo mais para o lado oriental, para comer com arroz – tão bom!
Uma passada de olhos por algumas receitas na internet e o almoço estava decidido: stir-fry com a carne, cenoura e alho-poró. Uma comida tão simples, que preparei em um piscar de olhos, e que ficou uma delícia.
Baby beef já é uma carne macia, mas a marinada a deixa melhor ainda, portanto não pule esta etapa.
Stir-fry de carne com cenoura e alho-poró
receita minha, marinada desta receita da Gourmet Traveller
- xícara medidora de 240ml
Carne e marinada:
400g de baby beef em tiras finas
2 ½ colheres (sopa) de shoyu
2 colheres (chá) de óleo de gergelim torrado
1 ¼ colheres (chá) de açúcar cristal ou refinado
1 ¼ colheres (chá) de amido de milho
Restante da receita:
3 cenouras pequenas ou 2 médias (total de 250g)
1 alho-poró grande ou 2 pequenos, somente a parte clara
2 ½ colheres (sopa) de óleo de canola
2 dentes de alho, bem picadinhos
1 ½ colheres (sopa) de shoyu
1 ½ colheres (chá) de óleo de gergelim torrado
1/3 xícara de castanhas de caju torradas – usei inteiras para deixar a foto mais bonita; se desejar, pique grosseiramente antes de usar
Em uma tigela média, misture o shoyu, o óleo de gergelim, o açúcar e o amido. Junte a carne e misture bem para cobrir todos os pedacinhos com a marinada. Reserve em temperatura ambiente por 15 minutos. Enquanto isso, descasque as cenouras e passe pela mandolina ou corte com a faca em fatias bem fininhas. Corte o alho-poró em fatias finas.
Aqueça uma wok ou uma frigideira antiaderente grande em fogo alto. Junte metade do óleo de canola. Quando estiver bem quente, acrescente a carne sem a marinada (reserve para depois) e deixe selar, mexendo uma vez para virar os pedacinhos – para esta quantidade de carne tive que fazer a selagem em duas etapas, portanto dividi o uso do óleo entre elas. Transfira a carne e qualquer suco que tenha se formado na wok para um prato.
Volte a panela ao fogo alto e junte o restante do óleo de canola. Quando estiver bem quente, acrescente a cenoura e refogue, mexendo algumas vezes, por 2 minutos. Junte o alho-poró e refogue por mais 2 minutos. Abra um espaço no centro da panela e junte o alho. Refogue por 1 minuto – não deixe queimar para não amargar a receita – e então misture-os aos outros vegetais. Volte a carne para a panela, acrescente a marinada reservada e misture tudo muito bem. Regue com o shoyu e o óleo de gergelim, misture bem e cozinhe por 1 minuto. Desligue o fogo, misture as castanhas e sirva imediatamente.
Rend.: 4 porções
sexta-feira, julho 17, 2020
Stir-fry de carne com cenoura e alho-poró e o freezer como aliado
sexta-feira, maio 08, 2020
Almôndegas com quinoa e alho-poró
Sei que ao pensar em almôndegas muita gente já logo associa a molho de tomate, espaguete... Eu adoro almôndegas no molho, com macarrão, é uma refeição deliciosa! Mas aqui em casa a gente quase sempre come almôndega com arroz e feijão + vegetais: acho uma combinação gostosa e prática, já que as almôndegas podem ir do freezer direto ao forno.
Naqueles dias em que a criatividade é zero – e isso tem acontecido com frequência comigo nesta quarentena, não sei com vocês – separo algum legume ou verdura e já tenho o almoço no jeito, porque arroz e feijão sempre há na geladeira ou no freezer. Aliás, ter me libertado da necessidade (auto-imposta) de comer arroz feito na hora foi das melhores coisas que fiz! Tinha essa bobagem de “ai, imagina comer arroz de ontem!” – isso veio de criação e acabei trazendo comigo na vida adulta. Hoje eu como arroz de ontem, de antes de ontem, arroz que estava congelado, sem o menor problema. Quanto tempo perdido nessa vida! :D
As minhas almôndegas preferidas, as de guerra que faço sempre, estão neste link: são deliciosas e uma receita para guardar no caderninho. Mas para variar um pouco as coisas e quando não estou morta de preguiça (sou sincera com vocês!), de vez em quando faço as almôndegas que lhes trago hoje – são igualmente gostosas e ainda ganham estrelinha dourada por causa da adição de quinoa.
Almôndegas com quinoa e alho-poró
receita minha
- xícara medidora de 240ml
Para a quinoa:
1 xícara (240ml) de água fria
¼ xícara (45g) de quinoa em grãos
1 folha de louro
sal
Para o restante da receita:
1 ½ colheres (sopa) de manteiga
1 alho-poró, somente a parte mais clara, em meias-luas finas
1 dente de alho grande, picadinho
450g de carne bovina moída – gosto de patinho
1 ovo
1 punhado de salsinha picada
raspas da casca de 1 limão taiti
½ colher (chá) de sal
pimenta do reino moída na hora
Comece cozinhando a quinoa: aqueça a água em uma panela pequena. Quando começar a ferver, junte a quinoa e o louro, 1 pitada de sal e cozinhe, mexendo algumas vezes, até que a quinoa esteja macia, cerca de 15 minutos. Enquanto isso, aqueça a manteiga em uma frigideira pequena em fogo médio até que derreta e comece a espumar. Acrescente o alho-poró e refogue, mexendo às vezes, por 3-4 minutos, até amaciar. Junte o alho e refogue por 1 minuto – não deixe queimar para não amargar a receita. Retire do fogo e deixe esfriar completamente.
Retire a quinoa do fogo, escorra e passe por água fria, escorrendo bem. Descarte o louro. Deixe a quinoa esfriar completamente.
Preaqueça o forno a 200°C. Forre uma assadeira grande e rasa com papel alumínio e pincele levemente com azeite.
Quando a quinoa e a mistura de alho-poró e alho estiverem frios, transfira-os para uma tigela grande e acrescente todos os outros ingredientes, incluindo a manteiga que sobrou do refogado. Misture bem com as mãos até incorporar bem os ingredientes. Separe porções de 1 ½ colheres (sopa) da mistura e enrole, formando bolinhas (palmas das mãos úmidas facilitam o trabalho). Transfira para a assadeira preparada deixando um espaço entre as almôndegas. Asse por 15 minutos, vire-as, e então asse por mais 10-15 minutos, dependendo de como você gosta. Sirva imediatamente.
Se não for consumir na hora, arrume as bolinhas na assadeira forrada com papel alumínio, mas não precisa pincelar com azeite. Leve ao freezer até que fiquem bem durinhas, cerca de 3 horas, e depois transfira para saquinhos plásticos. Podem ser congeladas por até 2 meses – quando for consumir, pode levar as almôndegas diretamente ao forno, ainda congeladas, em uma assadeira forrada com papel alumínio e pincelada com azeite, aumentando em alguns minutos o tempo de forno.
Rend: cerca de 22 unidades
segunda-feira, junho 11, 2018
Empanadas de carne e queijo e nostalgia
De uns tempos para cá não tenho cozinhado nada muito diferente e doces mesmo nunca mais fiz. Domingo meu irmão veio me visitar e como ele é louco pelo bolo toalha felpuda prometi a ele que faria: havia séculos que não preparava um bolo. Escrevi isso no Instagram: simplesmente não sinto mais vontade, o que é louco, já que em um passado não muito distante eu fazia pelo menos um bolo por semana. A alegria que senti enquanto preparava o bolo para meu irmão foi enorme, aquele calor no coração que aquece a alma e coloca um sorrido no rosto da gente. Eu havia me esquecido de como era sentir isso.
Quando seleciono as receitas para postar aqui sinto um misto de alegria e tristeza: alegria por ver tantas receitas deliciosas que criei com amor, fotos lindas que fiz com o maior capricho que podia, e tristeza por não ter mais dentro de mim este sentimento. Sinto saudade dos momentos em que fiz determinadas receitas. Sinto nostalgia pelo dia em que testei algo pela segunda, terceira vez, o teste seguido pela foto, a comida virando almoço, jantar, café da tarde. Eu sinto saudade da Patricia que eu era lá e que parece não existir mais.
As voltas que o mundo dá. Às vezes a gente cai sentado, de bunda no chão, e não tem forças para levantar.
Estas empanadas são inspiradas pelas de palmito que fiz séculos atrás, para a outra Copa do Mundo. As de hoje são de carne e queijo e igualmente deliciosas. Quem estiver com preguiça pode usar o recheio para pastel e para buraco quente – faço isso direto. :)
Empanadas de carne e queijo
receita minha, inspirada nas empanadas de palmito que postei séculos atrás
- xícara medidora de 240ml
Massa:
215g de farinha de trigo
100g de farinha de trigo integral
1 ½ colheres (chá) de sal
½ xícara (113g) de manteiga sem sal, gelada e em cubinhos de pouco mais de 1cm
1 ovo grande
1/3 (80ml) de água gelada
1 colher (sopa) de vinagre de vinho branco
Recheio:
1 colher (sopa) de azeite de oliva
250g de carne moída – eu gosto de patinho
1 cebola pequena, picadinha
2 dentes de alho, picadinhos
1 ½ colheres (sopa) de vinho tinto seco
2 tomates italianos maduros e sem as sementes, passados no processador
¼ xícara de azeitonas verdes em rodelas
1 punhado de salsinha fresca picada
100g de mozarela ralada
Para pincelar:
1 ovo + ½ colher (chá) de água, levemente batidos com um garfo
Comece pela massa: peneire as farinhas e o sal em uma tigela grande e junte a manteiga, misturando com as pontas dos dedos até obter uma farofa grossa. Em um potinho, bata juntos com um garfo o ovo, a água e o vinagre. Adicione aos ingredientes secos, mexendo com um garfo, até que uma massa comece a se formar – a massa vai parecer despedaçada, mas ao sovar ela se forma. Eu fiz a massa no processador de alimentos e foi fácil e rápido.
Transfira a mistura para uma superfície levemente enfarinhada e junte a massa com as mãos, sovando levemente, apenas o suficiente para que a massa se forme. Molde-a em um retângulo, embrulhe em filme plástico e leve à geladeira por pelo menos 1 hora.
Recheio: aqueça o azeite em uma panela média em fogo algo. Junte a carne e refogue até dourar bem. Junte cebola e refogue até ficar transparente, 3-4 minutos. Junte o alho e refogue até perfumar. Tempere com sal e pimenta, adicione o vinho e raspe os queimadinhos no fundo da panela. Quando o vinho secar, acrescente o tomate e cozinhe por 4-5 minutos ou até a carne secar quase que completamente. Junte as azeitonas e a salsinha. Desligue o fogo, junte o queijo e misture até derreter. Cheque o tempero. Deixe esfriar completamente.
Pré-aqueça o forno a 200°C. Forre duas assadeiras grandes, de beiradas baixas, com papel alumínio.
Retire a massa da geladeira e abra com um rolo até que fique com aproximadamente 6mm de espessura. Corte círculos de 10cm de diâmetro com a massa e coloque cerca de 1 colher (sopa) rasa de recheio em cada um. Dobre a massa, formando uma meia-lua, e aperte bem as pontas para selar o recheio. Transfira para a assadeira preparada.
Quando terminar de formatar todas as empanadas, pincele-as com o ovo batido e leve ao forno por 25-30 minutos ou até dourarem.
Rend.: cerca de 20 unidades
quarta-feira, maio 16, 2018
Ragu de ossobuco
Uma das coisas de que gosto na Nigella e na Rita Lobo é o fato de elas geralmente dizerem que uma receita demorada não é a mesma coisa que uma receita trabalhosa. Há mesmo pratos que demoram para ficar prontos, mas muitas vezes o forno faz praticamente todo o trabalho.
Eu também tenho dias em que não quero nem passar perto da cozinha, gente. Aqueles dias em que o jantar é guacamole. :)
Este ragu de ossobuco fica quase três horas no forno, mas o preparo não é difícil nem leva muito tempo, e há um bônus: ele fica ainda mais saboroso quando feito de véspera.
Ragu de ossobuco
receita minha
- xícara medidora de 240ml
800g de ossobuco (3-4 fatias)
sal e pimenta do reino moída na hora
1 ½ colheres (sopa) de farinha de trigo
3 colheres (sopa) de azeite de oliva
1 cebola pequena, picadinha
1 cenoura pequena (aprox. 100g) descascada e em cubinhos
1 talo de salsão (aprox. 70g) em cubinhos
2 dentes de alho grandes, bem picadinhos
1 colher (sopa) de extrato de tomate
½ xícara (120ml) de vinho tinto seco
1 vidro de passata (680g)
1 colher (sopa) de açúcar
2 folhas de louro
3 raminhos de tomilho fresco
1 punhado de folhas de manjericão fresco
Preaqueça o forno a 150°C. Tempere a carne com sal e pimenta do reino. Polvilhe as fatias de carne em ambos os lados com a farinha de trigo. Em uma panela com tampa e que possa ir ao forno, aqueça 1 colher (sopa) do azeite em fogo alto e sele metade da carne dos dois lados – trabalhe em etapas para que o excesso de carne não resfrie o fundo da panela. Transfira a carne para um prato e reserve. Adicione outra colher de azeite à panela e sele a carne restante. Transfira para o prato. Abaixe o fogo para médio, aqueça o azeite restante e refogue a cebola, a cenoura e o salsão até que murchem, cerca de 5 minutos. Junte o alho e refogue por 1 minuto, somente até perfumar – não deixe o alho queimar para não amargar a receita. Tempere com sal e pimenta. Junte o extrato de tomate e misture bem, cozinhando por 1 minuto. Junte o vinho e com a colher de pau raspe bem os queimadinhos do fundo da panela – eles vão dar mais sabor ao molho.
Acrescente a passata, encha a garrafa vazia com água até a metade de junte à panela. Tempere novamente com sal e pimenta do reino, acrescente o açúcar, o louro e o tomilho, volte a carne à panela e mantenha-a submersa no molho. Tampe a panela, transfira para o forno e cozinhe por 2 ½ horas, checando de vez em quando – se o líquido começar a secar, junte mais água quente. Ao final do cozimento, retire os ramos de tomilho e o louro e desfie a carne. Junte o manjericão. Sirva com macarrão ou polenta.
Rend.: 3-4 porções, dependendo de como é servido
quinta-feira, abril 05, 2018
Almôndegas de carne e ricota
Almôndegas são sucesso absoluto aqui em casa e sempre tenho algumas no freezer – é com frequência que elas se transformam em jantares rapidinhos em dias úteis, acompanhas de salada.
A minha receita de almôndega favorita é esta, mas depois de ver o maravilhoso Nigel Slater colocar ricota no hambúrguer eu quis tentar a mesma ideia com almôndegas: ficaram deliciosas e com uma textura incrivelmente leve.
Infelizmente não posso mais comer ricota, mas esta receita é tão boa que eu tinha que compartilhá-las com vocês.
Almôndegas de carne e ricota
adaptadas daqui, com a ideia do Nigel
- xícara medidora de 240ml
½ cebola grande
2 dentes de alho grandes
300g de carne moída, temperatura ambiente – gosto de patinho
175g de ricota – usei caseira
1 ovo grande
3 colheres (sopa) de pecorino ralado fininho – pode ser parmesão, também
1 colher (chá) de sal
pimenta do reino moída na hora a gosto
2 colheres (chá) de orégano seco
1 punhado de salsinha picada
1/3 xícara de farelo de pão – não use farinha de rosca: ela resseca a almôndega; toste o pão e quando esfriar passe pelo processador rapidamente
azeite, para dourar as almôndegas
Passe a cebola e o alho pelo processador de alimentos até que fiquem bem picadinhos*. Transfira para uma tigela grande e junte todos os ingredientes restantes. Misture até obter uma massa homogênea – comece misturando com uma colher de pau e finalize com as mãos. Utilizando 1 ½ colheres (sopa) de massa por porção, molde bolinhas – umedeça levemente as mãos para facilitar o trabalho.
Aqueça um fio de azeite em uma frigideira antiaderente grande em fogo médio-alto. Junte as almôndegas e doure-as por alguns minutos, virando para que todos os lados fiquem dourados e cozinhem por dentro – com jeitinho, pois estas almôndegas são mais delicadas por causa da adição da ricota.
Se preferir, prepare-as no forno: pré-aqueça o forno a 200°C. Forre uma assadeira grande e rasa com papel alumínio e pincele-o com azeite. Arrume as almôndegas lado a lado, deixando alguns centímetros de distância entre elas. Leve ao forno por 20-25 minutos ou até que estejam douradas por fora e cozidas por dentro.
* já preparei esta receita com cebola picada, processada e ralada em um ralador grosso e obtive o melhor resultado com a cebola processada – picada os pedaços ficam grandes demais e é difícil incorporá-los à carne e ralada a cebola fica úmida demais
Rend.: cerca de 22 unidades
quinta-feira, outubro 12, 2017
Picadinho - versão rapidinha e ainda assim muito gostosa
Um dos almoços de domingo mais populares aqui em casa é o picadinho: João adora, pede sempre, come e repete. Por bastante tempo fiz esta receita e de vez em quando ainda faço, mas ultimamente não tenho me programado com tanta antecedência assim e acabei adaptando a receita para um picadinho mais rapidinho. Hoje divido a nova versão com vocês.
Picadinho
receita adaptada desta aqui
- xícara medidora de 240ml
500g de baby beef (miolo de alcatra em alguns lugares) em cubinhos ou tirinhas, temperatura ambiente
sal e pimenta do reino moída na hora
4 colheres (sopa) de azeite de oliva
1 ½ colheres (sopa) de farinha de trigo
1 cebola pequena bem picadinha
1 cenoura média descascada e ralada grosseiramente
¾ xícara de salsão picadinho – pique, depois meça
2 folhas de louro
3 dentes de alho bem picadinhos
2 tomates italianos bem maduros, sem as sementes e picadinhos
1 colher (sopa) de extrato de tomate
2 colheres (sopa) de conhaque
½ xícara (120ml) de água quente
Coloque a carne em uma tigela grande e tempere com sal e pimenta do reino. Junte a farinha e misture bem para que todos os pedacinhos de carne fiquem levemente cobertos de farinha. Reserve.
Em uma frigideira grande ou panela grande de fundo bem amplo, aqueça 1 colher (sopa) do azeite em fogo alto. Junte 1/3 da carne, espalhando bem os pedacinhos por todo o fundo da panela, sem sobrepor – o segredo para a carne selar bem é deixar espaço entre os pedacinhos. Doure de todos os lados, sem deixar cozinhar demais. Com uma escumadeira, retire a carne da panela e transfira para um prato. Regue a panela com mais 1 colher (sopa) de azeite e quando aquecer sele mais 1/3 da carne – repita o processo até selar toda a carne.
Aqueça a colher (sopa) restante de azeite e junte a cebola, a cenoura, o salsão e o louro. Salpique com sal e pimenta e refogue mexendo algumas vezes. Junte o alho e refogue por 1 minuto ou até perfumar – não deixe queimar para não amargar. Acrescente o tomate e refogue por 3-4 minutos ou até que comecem a amolecer. Volte a carne à panela, junte o extrato de tomate e o conhaque, cozinhe por 1 minuto e junte a água. Vá misturando, raspando bem o fundo da panela para remover todos os queimadinhos: eles vão dar sabor ao molho e deixa-lo mais espesso. Cozinhe, mexendo algumas vezes, por 10-15 minutos ou até o molho engrossar. Cheque o tempero e sirva.
Rend.: 3-4 porções (dependendo se os comensais são ogros como o meu marido). :D
quinta-feira, setembro 28, 2017
Barquinhas de abobrinha, mas não como as da minha avó
Um dos pratos que mais me lembram minha avó paterna é abobrinha recheada: ela fazia a receita com frequência nos anos em que morou conosco, pois meu pai gostava bastante.
Eu não era fã de carne quando pequena e não entendia o porquê de minha avó repetir tanto a mesma receita, mas agora que sou adulta faz todo o sentido do mundo: é uma delícia (quando preparado direitinho) e facilita muito a vida do cozinheiro, pois basta uma saladinha verde e a refeição está completa.
Esta é a minha versão de abobrinha recheada: sem arroz amassado no meio de carne branquela, melhorada com vinho, tomates, manjerona fresca e gorgonzola (desculpaê, vó). :)
Barquinhas de abobrinha
receita minha
- xícara medidora de 240ml
4 abobrinhas italianas de aproximadamente 250g cada
3 colheres (sopa) de azeite de oliva
1 cebola picadinha
3 dentes de alho grandes picadinhos
400g de carne bovina moída – eu gosto de patinho
¼ xícara (60ml) de vinho branco seco
2 colheres (sopa) de extrato de tomate
2 tomates maduros, sem as sementes e em cubinhos
1 punhado de folhas de manjerona fresca
sal e pimenta do reino moída na hora
150g de gorgonzola ralado grosseiramente ou esmigalhado se for molinho
parmesão ralado bem fininho, para servir
Preaqueça o forno a 200°C. Forre uma assadeira grande e rasa com papel alumínio e pincele-o com azeite.
Corte as abobrinhas no sentido do comprimento, obtendo assim 8 barquinhas. Com uma colher de sobremesa, remova parte da polpa, sem cavar fundo demais para que as paredes das barquinhas não fiquem tão finas. Pique a polpa em pedacinhos e reserve para o recheio.
Arrume as abobrinhas com o lado cortado para cima, pincele a parte de dentro de cada barquinha com um pouquinho do azeite e leve ao forno por 20 minutos – enquanto isso, faça o recheio: aqueça uma frigideira grande em fogo alto. Junte o azeite, aqueça, e então acrescente a cebola e refogue até ficar transparente. Junte o alho e refogue por 1 minuto, só até perfumar. Acrescente a carne e refogue, mexendo algumas vezes, até a carne dourar. Tempere com sal e pimenta. Junte o vinho e então cozinhe por 2-3 minutos ou até que evapore – ao adicioná-lo, raspe bem os queimadinhos do fundo da panela, pois eles dão mais sabor à carne.
Junte o extrato de tomate, o tomate picado, ¾ de xícara da abobrinha reservada (congele o restante para fazer caldo de legumes) e a manjerona. Cozinhe por cerca de 5 minutos ou até o vinho secar e o tomate e a abobrinha começarem a amaciar. Remova do fogo, acrescente o gorgonzola e misture. Cheque o tempero. Recheie as barquinhas com a mistura de carne e volte ao forno por 15 minutos. Salpique com o parmesão e sirva.
Rend.: 4 porções
quarta-feira, junho 28, 2017
Pide de carne e alho-poró
Tenho quase certeza de que a primeira vez que vi/ouvi falar de pizza turca foi assistindo a um dos episódios da fantástica série “A Culinária Mediterrânea de Yotam Ottolenghi”, exibida pelo GNT há bastante tempo – o que ele fez de fato era chamado de lahmacun e parecia delicioso servido com uma saladinha fresca.
Passam-se vários meses e dei de cara com uma receita de pide em uma das revistas que assino (acho que na Delicious australiana – não estou bem certa, a cabeça anda pregando peças). A receita parecia similar ao lahmacun do Ottolenghi, porém o formato é de uma barquinha. Decidi pesquisar um pouco mais e acabei fazendo a minha versão da receita.
A primeira vez que fiz a pide foi para um almoço em um sábado preguiçoso e já esperava os elogios do João, pois ele adora esfiha. Entretanto, ele gostou tanto, mas tanto que da segunda vez em diante eu passei a fazer 1 receita e meia – 4 pides não são suficientes para nós dois. :D
Pide de carne e alho-poró
receita minha, inspirada em diversas outras
- xícara medidora de 240ml
Massa:
1 colher (chá) de fermento biológico seco
½ colher (chá) de açúcar cristal
1/3 xícara (80ml) de água morna
¼ xícara (60ml) de leite integral morno
1 ¼ xícaras (175g) de farinha de trigo comum
¼ xícara (35g) de farinha de trigo integral
½ colher (chá) de sal
2 colheres (sopa) de azeite de oliva extra virgem
Recheio:
2 colheres (sopa) de manteiga sem sal
1 alho-poró grande, somente a parte clara (cerca de 120g), em rodelas
2 dentes de alho grandes, amassados e picadinhos
250g de carne bovina moída – gosto de patinho
1 colher (chá) de páprica defumada
2 tomates maduros, sem as sementes, em cubinhos
sal e pimenta do reino moída na hora
1 punhado de folhas de salsinha fresca, picadas
Para pincelar a massa:
1 colher (sopa) de azeite de oliva extra virgem
Comece pela massa: na tigela da batedeira planetária, junte o fermento biológico, o açúcar, a água e o leite, misturando bem com um garfo. Reserve por 5 minutos ou até espumar. Junte as farinhas, o sal e o azeite e misture usando o batedor para massas pesadas (em formato de gancho no caso da Kitchen Aid) por cerca de 8 minutos ou até obter uma massa lisa e elástica – a massa pode ser sovada com as mãos: neste caso, 12-14 minutos são suficientes. Forme uma bola com a massa, transfira para uma tigela grande levemente untada com azeite. Cubra com filme plástico e deixe crescer em um lugar morninho, livre de correntes de ar, por cerca de 1 hora ou até dobrar de volume.
Enquanto a massa cresce, faça o recheio: aqueça a manteiga em uma panela grande em fogo médio até derreter. Junte o alho-poró e refogue, mexendo algumas vezes, até amaciar, uns 5 minutos. Junte o alho e refogue por 1 minuto ou até perfumar – não deixe queimar o alho para que a receita não fique amarga. Acrescente a carne e refogue, mexendo algumas vezes, até dourar, 5-7 minutos. Junte a páprica, os tomates, tempere com sal e pimenta e cozinhe por mais 3-5 minutos ou até que os tomates desmanchem levemente. Junte salsinha e retire do fogo. Deixe esfriar completamente antes de montar as pides.
Preaqueça o forno a 200°C. Forre uma assadeira grande com papel alumínio.
Divida a massa em 4 porções iguais. Abra cada uma delas com um rolo, formando uma espécie de barquinha ovalada de aproximadamente 25cm de comprimento. Espalhe o recheio pelo meio da massa e então aperte as pontas da massa, finalizando o formato de barquinha – o recheio fica exposto mesmo. Transfira para a assadeira preparada, pincele a massa com o azeite de oliva restante e asse por 25-30 minutos ou até dourar. Sirva imediatamente.
Rend.: 4 unidades
segunda-feira, março 28, 2016
Espaguete com almôndegas de carne e berinjela
Eu já lhes disse o tamanho do sucesso que almôndegas fazem aqui em casa: eu as preparo com bastante frequência e sempre congelo algumas ainda cruas – elas podem ir direto para o forno deste jeito mesmo, fazendo a minha vida mais fácil nos dias úteis (+ meu marido pode fazer isso sozinho, o que é sempre um “plus”). :)
Já postei aqui receita de almôndegas de carne bovina e também de almôndegas feitas de berinjela, e hoje trago uma junção dos dois tipos: as berinjelas são assadas, e a polpa delas é misturada à carne, criando almôndegas incrivelmente úmidas e deliciosas – elas tornaram o espaguete algo ainda mais especial.
Receita do Antonio Carluccio, e o danado nunca erra.
Espaguete com almôndegas de carne e berinjela
um nadinha adaptado do sempre lindo e delicioso Pasta
400g de espaguete
parmesão ou pecorino ralado fininho, para servir
Molho:
2 colheres (sopa) de azeite de oliva
1 cebola grande, bem picadinha
2 dentes de alho grandes, bem picadinhos
100ml de vinho tinto seco
2 colheres (sopa) de extrato de tomate
1 vidro de passata (680g)
sal e pimenta do reino moída na hora
2 colheres (chá) de açúcar cristal ou refinado
1 punhado de folhas de manjericão fresco
Almôndegas:
2 berinjelas
azeite de oliva, para regar as berinjelas e para dourar as almôndegas
300g de carne bovina moída crua
1 dente alho amassado até virar um purê
¼ colher (chá) de noz-moscada ralada na hora
50g de parmesão ralado fininho
1 ovo, ligeiramente batido com um garfo
100g de farelo de pão – não use farinha de rosca, ela resseca as almôndegas e não dá um sabor gostoso; use pão amanhecido passado pelo processador ou liquidificador
1 colher (chá) de sal
pimenta do reino moída na hora
Preaqueça o forno a 180°C. Forre uma assadeira rasa com papel alumínio e pincele-o com azeite. Corte as berinjelas ao meio no sentido do comprimento e coloque-as sobre o papel alumínio com o lado cortado virado para cima. Regue com 2 colheres (sopa) de azeite e leve ao forno por 30-40 minutos ou até que fiquem bem macias. Retire a polpa com a ajuda de uma colher, transfira para uma tigela grande e amasse bem. Deixe esfriar. Descarte as cascas.
Enquanto as berinjelas estão assando, prepare o molho: aqueça o azeite em uma panela grande e refogue a cebola até que ela fique transparente, cerca de 5 minutos. Junte o alho e refogue somente até perfumar. Acrescente o vinho e cozinhe por 1 minuto. Junte o extrato de tomate e a passata, tempere com sal e pimenta, junte o açúcar e misture bem. Deixe cozinhar em fogo brando por 30-40 minutos, mexendo de vez em quando para não grudar no fundo da panela. Junte o manjericão e retire do fogo.
Enquanto o molho cozinha, prepare as almôndegas: junte à polpa de berinjela a carne, o alho, a noz-moscada, o parmesão e o farelo de pão. Tempere com o sal e a pimenta, misture bem e faça bolinhas. Frite-as em um fiozinho de azeite até que dourem de todos os lados. Acrescente-as ao molho e mantenha quente.
Cozinhe o macarrão em bastante água salgada até que fique al dente. Escorra. Incorpore ao molho gentilmente para não despedaçar as almôndegas. Sirva imediatamente polvilhado com parmesão ou pecorino.
Rend.: 4 porções
quarta-feira, janeiro 06, 2016
Kofta de carne bovina com molho de tomate agridoce
Sou viciada em revistas de comida e por isso mesmo acabo com milhares de receitas para escolher. Nesta época do ano as minhas favoritas – Donna Hay e Gourmet Traveller – vem abarrotadas de receitas para churrasqueiras: são revistas australianas celebrando a mesma estação na qual estamos aqui. As comidas grelhadas são lindas e dão água na boca, porém eu moro em um apartamento pequeno e não tenho acesso a churrasqueiras – por isso, a minha inspiração acaba vindo mesmo das revistas europeias e ou de edições antigas das favoritas.
Estas koftas – ou almôndegas perfumadas de especiarias – ficaram uma delícia e eu as preparei bem rapidinho: com arroz e salada formaram uma refeição simples, porém muito saborosa. Encontrei a receita na revista Olive – sempre uma fonte ótima de receitas rápidas – e troquei a carne de cordeiro pela carninha moída nossa de todo dia e também substituí a canela por pimenta síria, que vai tão bem no recheio de esfiha (e que quando eu faço meu marido come como se não houvesse amanhã).
Kofta de carne bovina com molho de tomate agridoce
um nadinha adaptada da sempre excelente revista Olive
1 colher (sopa) de azeite de oliva, uso dividido
1 cebola bem picadinha
2 colheres (chá) de pimenta síria
1 colher (chá) de cominho em pó
500g de carne moída
sal e pimenta do reino moída na hora
3 colheres (sopa) de pinoli
1 lata de 400g de tomate pelado picado
2 colheres (chá) de açúcar cristal
2 colheres (chá) de vinagre de vinho tinto – usei vinagre de xerez
2 colheres (sopa) de salsinha picada – pique, depois meça
Em uma frigideira grande antiaderente, aqueça metade do azeite e refogue a cebola até que ela fique macia e transparente. Junte a pimenta síria e o cominho e misture, cozinhando por 1 minuto. Retire do fogo, deixe esfriar e misture metade da cebola à carne moída. Tempere com sal e pimenta do reino e misture. Divida em 24 porções e faça bolinhas com elas, formando almôndegas. Doure as bolinhas de carne no azeite restante, virando para que fiquem coradas de todos os lados (faça isso em etapas, pois se colocar muitas bolinhas de uma vez só na panela a temperatura dela vai cair e a carne não vai dourar). Retire as bolinhas de carne da panela, transfira para uma peneira ou escorredor e faça o molho usando a mesma frigideira.
Retire o excesso de azeite da frigideira (se houver), leve ao fogo médio-alto, volte a cebola restante à panela e misture até aquecer. Junte os tomates, o açúcar e o vinagre. Tempere com sal e pimenta. Cozinhe o molho por 5 minutos. Adicione as bolinhas de carne ao molho e cozinhe por 15 minutos em fogo médio, virando as bolinhas na metade do tempo de cozimento. Polvilhe com o pinoli restante e a salsinha e sirva.
Rend.: 4 porções
segunda-feira, outubro 19, 2015
Estrogonofe da Rita para celebrar coisas boas
Estava outro dia pensando em 2015 e em tudo que aconteceu até agora, em como meus sentimentos e emoções flutuaram de um lado para outro o tempo todo. No começo do ano eu estava triste, pois perdera um emprego do qual gostava e não conseguia encontrar outro – vieram as eleições, depois o Natal, depois a crise... E se passaram 10 meses em que eu fazia entrevistas e os resultados se dividiam entre vagas para as quais eu deveria dormir com o celular ao lado, para que os meus supostos chefes pudessem me ligar a qualquer hora da madrugada (!!) – vagas das quais eu fugi – e vagas para as quais eu era considerada sênior demais/velha demais (aos 36 anos de idade, pasmem). E assim as coisas iam.
Daí meu sobrinho nasceu e trouxe tanto amor e tanta alegria para a minha vida, e exatamente por estar desempregada pude estar com ele desde seus primeiros dias de vida, ajudando minha cunhada – cuja família não mora aqui – a cuidar do Pinguinho, dando banho, trocando, tomando conta dele para que ela pudesse fazer outras coisas. O primeiro banho que dei nele foi em seu sexto dia de vida e me deixou tão nervosa que eu suava em bicas – depois disso, se tornou algo super natural, que eu fazia quase que por instinto. Por causa disso tudo, criamos um vínculo tão especial que ele sorri quando me vê e se joga no meu colo.
Fiquei pensando nisso, em coisas que num primeiro momento parecem ruins, mas que podem se tornar algo positivo. E pensei em minha família, em como é incrível ter meu irmão, minha cunhada e meu sobrinho por perto – me enche de alegria olhar para a mesa e ver todo mundo junto, compartilhando uma refeição, rindo, sendo uma família. Fiz o estrogonofe da Rita semanas atrás para um almoço de domingo e foi um sucesso – quando estava preparando a receita e olhei para aquela panelada de comida, achei que seria muito para 4 pessoas e que sobraria um pouquinho para a minha marmita da segunda-feira, porém todo mundo adorou e não sobrou nada – comemos tudo conversando, rindo, sendo uma família. <3
A receita está aqui, fiz metade dela e a única alteração foi usar xerez em vez de conhaque.
segunda-feira, janeiro 19, 2015
Almôndegas alla Norma
Como alguém que adora qualquer coisa relacionada a comida, adoro ler sobre o assunto, fazer e comer (claro!), mas também acho fascinante conversar sobre comida com diferentes pessoas e aprender do que gostam, do que não gostam e como seus gostos e paladares mudam com o tempo.
Tenho estas conversas com meu marido sempre, e ele me conta sobre a comida de sua infância, as coisas de que gostava e as coisas que não suportava, sobre como ele demorou tanto para aprender a apreciar todos os legumes e de como sua mãe ficaria feliz vendo que ele finalmente come como um adulto (ela faleceu em 2011).
Toda vez que eu e o João falamos sobre essas coisas me sinto mais inspirada a cozinhar, e outro dia, quando ele me pediu para fazer almôndegas – um de seus pratos favoritos – eu me lembrei das almôndegas alla Norma do Jamie Oliver e achei que um pouquinho de berinjela não faria mal algum às bolinhas de carne.
Eu amo berinjela, gente. ;)
O molho com a berinjela ficou divino com as almôndegas – o Jamie serve as dele com polenta, mas com esse calor dos infernos eu fui de espaguete e um pouco de pão para limpar aquele molhinho que sobra no prato: uma refeição simples, porém deliciosa e que posso repetir a qualquer momento com as almôndegas que tenho no freezer.
Almôndegas alla Norma
um tiquinho adaptadas do sempre delicioso Save with Jamie: Shop Smart, Cook Clever, Waste Less (para quem preferir, o livro já foi traduzido para o português!)
Almôndegas – receita aqui
Molho:
1 berinjela grande
azeite de oliva
2 dentes de alho picadinhos
2 colheres (sopa) de molho de pimenta doce (sweet chili sauce, vocês encontram em alguns supermercados e na Liberdade)
2 colheres (sopa) de vinagre balsâmico
1 lata de 400g de tomates pelados picados
sal e pimenta do reino moída na hora
1 punhado de manjericão fresco
Corte a berinjela em cubinhos de 1,5cm, tempere com sal e coloque em um escorredor. Reserve por 15 minutos.
Preaqueça o forno a 200°C. Forre uma assadeira rasa com uma camada dupla de papel alumínio e pincele-o com azeite ou óleo. Arrume as almôndegas sobre o papel e asse por cerca de 30 minutos ou até que estejam cozidas por dentro – asse quantas quiser, a receita rende aproximadamente 25 almôndegas. Você pode congelar o restante por até 2 meses e assá-las direto do freezer quando quiser.
Enquanto as almôndegas assam, continue com o molho: aperte porções da berinjela com as mãos para retirar o excesso de líquido. Aqueça um pouquinho de azeite em uma panela média em fogo médio e junte a berinjela, mexendo ocasionalmente e refogando até dourar, cerca de 10 minutos. Junte o alho e refogue até perfumar. Acrescente o molho de pimenta doce e o balsâmico, junte o tomate pelado e 3 colheres (sopa) de água. Tempere com sal e pimenta do reino, abaixe o fogo e cozinhe por 10-15 minutos, mexendo ocasionalmente, ou até o molho engrossar. Junte o manjericão e retire do fogo.
Junte as almôndegas e sirva imediatamente.
Rend.: 4 porções
quarta-feira, setembro 24, 2014
Curry de kofta bovino com arroz e ervilhas e enlouquecendo com livros de receita
Setembro é um mês ótimo: a primavera chega por aqui trazendo flores e deixando a cidade mais bonita e, no caso de São Paulo, também traz a tão esperada chuva (seja boazinha conosco, Mãe Natureza, por favor, já que infelizmente esse governador cretino será reeleito e eu não gostaria de ficar dias sem tomar banho). Também é época do lançamento de um montão de livros de receita nos EUA, a Amazon fica recheada de novidades e isso me deixa tensa, pois por mais que eu fique dizendo a mim mesma que já tenho livros demais e que não preciso de mais eu sei que não soo muito convincente. :)
Fiquei de olho em vários lançamentos por um bom tempo e já estava em uma situação complicada por não saber quais escolheria para comprar, e para piorar as coisas Jamie Oliver tem um livro novo, também. Ô céus. :S
Minha avó, que é uma versão em carne e osso da Palmirevil, me diria para parar com esse “fogo no rabo” de comprar tanto livro porque logo, logo não vou ter mais onde guardá-los. :D
Enquanto decido se compro ou não "Comfort Food", vou usando os livros do Jamie que já tenho, pois os danados são bem bons. Estas koftas saíram do delicioso "Jamie's 15-Minute Meals", um livro que eu deveria mesmo usar mais vezes, pois é cheinho de coisas gostosas.
Adaptei um pouquinho a receita para usar curry em pó no lugar da pasta de curry (que eu não tinha) e também para usar lentilhas comuns em vez das super caras (pelo menos aqui) lentilhas puy que a receita original pedia. Com tais “adaptações” economizei um dinheirinho, usei os ingredientes que já tinha em casa e no final a comida ficou uma delícia – e o marido ainda comeu lentilha, o que foi a verdadeira vitória aqui. :D
Curry de kofta bovino com arroz e ervilhas
um pouco adaptados do fantástico Jamie's 15-Minute Meals
100g de lentilhas cozidas e drenadas
300g de carne bovina moída magra
1 dente de alho grande, amassado e picadinho
1 colher (chá) cheia de garam masala
½ colher (chá) generosa de sal
pimenta do reino moída na hora
azeite de oliva
2 tomates maduros
2 colheres (chá) de gengibre fresco ralado
2 cebolinhas, parte branca apenas
½ pimenta vermelha – se não quiser o prato muito ardido, retire as sementes
1 colher (chá) de cúrcuma em pó
1 colher (chá) de mel
2 colheres (chá) de curry em pó
100ml de leite de coco
1 punhado de folhas de salsinha
Para o arroz:
1 colher (chá) de azeite de oliva
½ cebola, bem picadinha
1 caneca (chá) de arroz basmati
2 bagas de cardamomo
sal
150g de ervilhas congeladas
Em uma tigela, junte as lentilhas, a carne, o alho, o garam masala, o sal e a pimenta e misture com as mãos limpas e secas, esmagando levemente para que as lentilhas adiram à carne. Divida a mistura ao meio, e ao meio mais duas vezes, para obter 8 porções, e molde cada uma delas como uma croquete gorducho. Coloque-os em uma frigideira antiaderente em fogo médio-alto, regue com ½ colher (sopa) de azeite e frite, virando, até que dourem de todos os lados.
No liquidificador ou processador, junte os tomates, o gengibre, as cebolinhas, a pimenta, a cúrcuma, o mel, o curry e o leite de coco e bata até combinar. Despeje sobre as koftas, deixe levantar fervura, abaixe o fogo e cozinhe por alguns minutos. Tempere a gosto.
Arroz: em uma panela média, em fogo alto, aqueça o azeite. Junte a cebola e refogue até ficar transparente. Junte o arroz e misture. Adicione o sal e o cardamomo, seguidos de 2 canecas de água fervente, tampe e abaixe o fogo. Cozinhe até o arroz ficar soltinho. Adicione as ervilhas, misture com um garfo, tampe novamente e cozinhe por mais 2-3 minutos, para cozinhar as ervilhas. Retire do fogo.
Polvilhe as koftas com a salsinha e sirva com o arroz.
Rend.: 4 porções
sexta-feira, julho 18, 2014
Chilli con carne, guacamole e sendo metida
Creio que quando começamos a cozinhar e os anos vão passando é meio que inevitável nos tornarmos meio convencidos: eu tento exercitar a modéstia todos os dias, mas há vezes em que estou comendo algo – doce ou salgado – e penso: “eu conseguiria fazer isso aqui e bem mais gostoso” (e aposto que alguns de vocês me lendo agora balançaram a cabeça em acordo, pensando em si mesmos). :D
Sem contar que podemos fazer a comida melhor e com muito menos dinheiro.
Já consegui diminuir bastante a quantidade de carne que consumimos em casa (o que é ótimo), mas temos as nossas recaídas e elas incluem chilli con carne no restaurante tex-mex – meu marido adora o prato, enquanto eu vou mais para o lado do guacamole. Falei para ele que tentaria fazer o chilli con carne em casa e ele gostou bastante da ideia.
Fui direto ao ótimo livro de Dean Edwards e o resultado foi um chilli con carne fantástico: muito saboroso, apimentado na medida e facílimo de fazer. Preparei a receita de véspera e peço que façam o mesmo se tiverem tempo, pois no dia em que o fiz já estava gostoso, mas no dia seguinte estava ainda mais divino. A receita abaixo rende bem e o que sobrar fica bom com arroz ou como molho de macarrão.
Para o guacamole, usei uma das receitas da Martha e depois de misturar os ingredientes reguei tudo com bastante suco de limão taiti, o que não só dá uma incrementada no sabor como também evita que o abacate escureça. Ficou delicioso e combinou perfeitamente com a parte carnívora da refeição.
Chilli con carne
um nadinha adaptado do delicioso Mincespiration!
1 ½ colheres (sopa) de azeite de oliva
500g de carne bovina moída
1 cebola grande, bem picadinha
4 dentes de alho, bem picadinhos
1 pimentão vermelho pequeno, bem picadinho
3 fatias de bacon, picadinhas
1 colher (chá) de cominho em pó
1 colher (chá) de canela em pó
1 colher (chá) de pimenta caiena, ou a gosto
1 colher (chá) de orégano seco
2 latas (400g cada) de tomates pelados picados
1 lata (400g) de feijão vermelho, escorrida – usei 150g de feijão carioca cozido em casa
200ml de caldo de carne
sal e pimenta do reino moída na hora
1 colher (chá) de açúcar
20g de chocolate amargo (70% de cacau), ralado
2 colheres (sopa) de coentro fresco, picado, para servir
Aqueça metade do azeite em uma panela grande em fogo alto. Junte a carne e vá fritando até dourar – faça isso em etapas se for necessário. Retire a carne da panela e reserve. Coloque o azeite restante na panela, junte a cebola, o alho, o pimentão e o bacon e refogue por cerca de 5 minutos ou até dourar e perfumar. Junte o cominho, a canela, a pimenta caiena e o orégano e cozinhe por mais 1-2 minutos. Volte a carne à panela, adicione os tomates e o caldo e misture. Tampe a panela e cozinhe em fogo baixo por uma hora, mexendo de vez em quando para que a mistura não grude no fundo. Junte o feijão (e mais água se a mistura estiver muito seca) e cozinhe por mais 30 minutos. Tempere com sal e pimenta, junte o açúcar e o chocolate e misture. Salpique com o coentro e sirva. Se fizer de véspera, deixe esfriar completamente antes de levar à geladeira, tampado.
Rend.: 5-6 porções
Guacamole
um nadinha adaptado da Martha Stewart
1/3 xícara de cebola roxa, bem picadinha (pique, depois meça)
1 pimenta vermelha grande, bem picadinha (retire as sementes se não quiser que o guacamole fique ardido)
3 colheres (sopa) de coentro picado
½ colher (chá) sal, ou a gosto
pimenta do reino moída na hora
2 avocados (aqueles abacatinhos pequenos, quando maduros a casca fica preta)
1 tomate pequeno picado
suco de 1 limão taiti grande
Em uma tigela grande, misture a cebola, a pimenta, 2 colheres (sopa) do coentro, sal e pimenta. Acrescente os abacates e misture com um garfo, amassando-os levemente, mas ainda deixando a mistura pedaçuda. Adicione os tomates, regue com o suco de limão e misture gentilmente.
Salpique com o coentro restante e sirva.
Rend.: 2-3 porções
quarta-feira, junho 25, 2014
Almôndegas com limão siciliano e pecorino e personagens de TV favoritos
Ao terminar de assistir à quinta temporada de “Sons of Anarchy” fiquei pensando em personagens preferidos de seriados de TV – tenho alguns, personagens por quem torci (ou ainda torço) mesmo que não fossem as melhores pessoas da vizinhança (olá, Walter White). :)
No caso de SoA, por exemplo, é uma agonia ter um personagem favorito – digamos que Kurt Sutter e George R. R. Martin poderiam ser melhores amigos – mas ainda assim Chibs é de quem eu mais gosto, simplesmente o adoro e o seu sotaque também. <3 Samantha Jones e Peggy Olson são as minhas favoritas em “Sex and the City” e “Mad Men”, respectivamente, e apesar de todo mundo em “Seinfeld” ser engraçadíssimo George Costanza foi e sempre será o meu #1. :)
Vocês tem personagens de TV preferidos? Que tal me contar? :)
Tenho favoritos também quando o assunto é comida: almôndegas tem um lugar muito especial no meu coração, e o marido também as adora. Sempre fico interessada em novas receitas de almôndegas, especialmente quando há alguma coisa diferente, como as com alho-poró do Ottolenghi que postei outro dia. As de hoje são deliciosas, bem fáceis de fazer e nelas o queijo tem dupla função: temperar e dar liga, por isso não é necessária a adição de ovos ou farelo de pão. Servi as almôndegas com molho de tomate e a polenta do Andrew Carmellini porque o dia estava bem frio, mas tenho certeza de que elas ficariam igualmente ótimas como petisco em um dia quente, com um pouquinho de Tabasco e uma cerveja gelada para acompanhar.
Um aviso: todo esse queijo derretendo no forno vai perfumar a cozinha de tal maneira que vocês vão querer devorar as almôndegas no segundo em que ficarem prontas – podem acreditar. :)
Almôndegas com limão siciliano e pecorino
um tiquinho adaptadas da sempre deliciosa revista Olive
400g de carne bovina moída
½ cebola roxa ralada
1 dente de alho grande, amassado e bem picadinho
raspas da casca de ½ limão siciliano
1 punhado de folhas de orégano fresco picadas
30g de queijo pecorino ralado bem fininho
sal e pimenta do reino moída na hora – usei ½ colher (chá) de sal, tome cuidado pois o pecorino já é salgadinho
Pré-aqueça o forno a 200°C. Forre uma assadeira grande com uma camada dupla de papel alumínio. Unte o papel com óleo.
Coloque a carne moída, a cebola, o alho, as raspas de casca de limão, o orégano, o pecorino, o sal e a pimenta do reino em uma tigela grande e misture (eu uso uma das mãos para isso). Faça bolinhas com a mistura (palmas das mãos úmidas facilitam o trabalho) e coloque-as na assadeira preparada. Asse até que dourem e estejam assadas por dentro (cerca de 20 minutos).
Sirva com molho de tomate ou o que você preferir. :)
Rend.: cerca de 18 almôndegas
quarta-feira, junho 04, 2014
Canelone de carne e cogumelo e coisas que vale a pena experimentar
Quando vejo esta receita penso naquele ditado “se a vida te der limões, faça uma limonada”, só que um pouquinho diferente: se o seu marido prova cogumelos pela primeira vez e gosta, adicione-os às refeições sempre que puder. :D
Depois do sucesso que tive com o bolonhesa vegetariano, mal podia esperar para cozinhar com cogumelos novamente, e a inspiração veio logo das primeiras páginas deste ótimo livro – sim, eu sou aquela pessoa doida por carne moída que compra um livro inteiro sobre o assunto. :)
Quando terminei de preparar o recheio, o cheiro e o sabor eram tão bons que me deu vontade de mergulhar um pão nele e comê-lo feito buraco-quente, e também daria para misturar um espaguete ali para uma refeição rápida (algumas ideias para quem não estiver a fim de enrolar canelones).
Por anos meu marido não entendeu o meu amor por seriados de TV e é claro que ele não conseguiria entender já que nunca dera uma chance às séries. Isso mudou quando ele começou a ver “The Blacklist” comigo: ele viciou nas aventuras de Raymond Reddington tanto quanto eu, e gostou tanto que agora nós também assistimos a “Resurrection” juntos.
Acho que na vida é melhor experimentar antes de descartar, seja comida ou seriado de TV – e a receita que lhes trago hoje vale a pena mesmo provar.
Canelone de carne e cogumelo
um tiquinho adaptado do ótimo Mincespiration!
molho de tomate feito com 1 ½ latas de tomate pelado picado (400g cada lata) – guarde a ½ lata restante para usar no recheio
azeite de oliva
200g de cogumelos de Paris, limpos e picados
sal e pimenta do reino moída na hora
300g de carne moída
1 cebola bem picadinha
3 dentes de alho, amassados e bem picadinhos
1/3 xícara (80ml) de vinho branco
½ lata de tomates pelados picados
1 punhado de orégano fresco
500g de massa fresca para lasanha
cerca de 50g de parmesão ralado fininho
Pré-aqueça o forno a 200°C.
Aqueça 1 colher (chá) de azeite em uma frigideira antiaderente grande e refogue os cogumelos até dourarem. Tempere com sal e pimenta, retire do fogo e reserve. Usando a mesma panela, junte um pouquinho de azeite e refogue a carne por 4-5 minutos ou até que doure. Junte a cebola e o alho e continue refogando por mais 2-3 minutos. Tempere com sal e pimenta. Regue com o vinho e cozinhe até o líquido reduzir pela metade. Adicione os tomates pelados picados e o orégano e cozinhe por 5 minutos, mexendo ocasionalmente. Retorne os cogumelos à panela, misture, prove e corrija o tempero se necessário, e então cozinhe por 1 minuto ou até que quase todo o líquido seja absorvido. Retire do fogo e deixe esfriar um pouquinho.
Espalhe metade do molho de tomate em uma forma ou pirex de 20x30cm.
Coloque uma folha de lasanha sobre a tábua, coloque uma colherada de recheio, cubra com um pouquinho de parmesão e então enrole, formando um canelone. Repita com o restante de massa e recheio. Arrume os canelones sobre o molho de tomate, cubra com o molho restante e salpique com o que sobrou de parmesão. Leve ao forno por cerca de 30 minutos ou até que o molho borbulhe e a massa esteja macia.
Rend.: 5-6 porções
quarta-feira, maio 21, 2014
Almôndegas de carne e alho-poró e o que "Breaking Bad" e "Sons of Anarchy" tem em comum
Uma das várias razões pelas quais amo “Breaking Bad” é que a série nunca fez concessões – nunca senti que algo estava sendo feito para agradar a audiência, ou que algo fora repentinamente alterado para nos dar um final feliz. Adoro quando os seriados de TV não tomam o caminho da covardia só para que os espectadores se sintam menos chocados – por exemplo, posso não gostar de “Game of Thrones”, mas admiro muito a coragem das pessoas por trás da série.
Agora que terminei a primeira temporada do excelente “Sons of Anarchy” sinto que não se trata de um seriado do tipo covarde, o que me faz adorá-lo mais ainda – aparentemente as pessoas responsáveis por ele também não são de fazer concessões, por isso temporada 2, aí vou eu, e o mais rapidamente possível.
Estas almôndegas, com uma quantidade enorme de alho-poró combinada com carne bovina, foram uma ótima surpresa: absurdamente leves na textura, fáceis de fazer, deliciosas e ótimas para ter no freezer (elas podem ir ao forno ainda congeladas, apenas asse-as por um pouco mais de tempo), elas não são as típicas almôndegas, mas são uma receita que vale a pena provar.
Posso não gostar de seriados que fazem concessões, mas estou disposta a fazer uma e aceitar almôndegas que tem mais alho-poró do que carne, especialmente quando elas são gostosas assim. :)
Almôndegas de carne e alho-poró
um tiquinho adaptadas do mais do que lindo Jerusalem: A Cookbook
450g de alho-poró, sem a parte verde
300g de carne moída (usei patinho)
1 dente de alho grande, amassado e picadinho
1 ovo
90g de farelo de pão - não use farinha de rosca; torre pão amanhecido e passe pelo processador ou liquidificador
sal e pimenta do reino moída na hora
1 punhado de folhas de salsinha picadas
Corte os alhos-porós em rodelas, lave bem, e cozinhe no vapor por 20 minutos ou até que estejam bem macios (se não tiver a panela própria para isso, coloque o alho-poró em um escorredor de macarrão e este dentro de uma panela com água fervendo. Tampe o escorredor). Escorra e deixe esfriar. Depois de frios, aperte os pedacinhos de alho-poró em uma peneira para eliminar qualquer excesso de água. Pulse-os em um processador até picar bem, mas não deixe virar uma papa. Transfira para uma tigela grande, junte a carne, o alho, o ovo, o farelo de pão, o sal, a pimenta e a salsinha. Misture para incorporar os ingredientes. Faça bolinhas compactas com porções de massa – mãos úmidas tornam o trabalho mais fácil. Se a mistura estiver úmida demais, junte 1 colher (sopa) de farelo de pão e misture novamente. Leve as almôndegas à geladeira por 30 minutos.
Pré-aqueça o forno a 200°C. Forre uma assadeira grande, de beiradas baixas, com papel alumínio e pincele-o levemente com óleo ou azeite. Arrume as almôndegas sobre o papel alumínio e asse até que dourem e estejam cozidas por dentro (cerca de 30 minutos). Sirva imediatamente.
As almôndegas cruas podem ser congeladas por até 1 mês.
Rend.: cerca de 25 unidades
quarta-feira, maio 14, 2014
Previsões e picadinho de carne - ou de acordo com o meu marido, O picadinho de carne
Anos atrás li um artigo sobre como o Oscar de 2012 seria palco da batalha entre Glenn Close e Meryl Streep, por “Albert Nobbs” e “A Dama de Ferro”, respectivamente. Meses se passaram, nem todo mundo se animou com a interpretação de Glenn (eu a adoro, acho que ela já deveria ter dois Oscars, mas não vi o filme ainda), Viola Davis apareceu na competição, tornando-se a principal oponente de Meryl, e a última levou a estatueta para casa, quando na verdade deveria ter ido parar nas mãos de Rooney Mara.
Há meses li outro artigo sobre previsões de Oscar e como em 2014 o duelo seria entre Naomi Watts e Nicole Kidman. Bem, isso nunca chegou a acontecer: “Diana” foi um fracasso retumbante e aparentemente “Grace of Monaco” está indo pelo mesmo caminho.
No momento em que vi pela primeira vez a foto de Daniel Day Lewis caracterizado como Lincoln eu soube com toda a certeza de que ele faria a rapa em todas as premiações, e agora tenho a sensação de que Steve Carell fará o mesmo com “Foxcatcher” – vocês podem voltar aqui em alguns meses e me dar os parabéns ou me trollar. :D
Prever os vencedores do Oscar é algo muitas vezes complicado, mas prever se um prato ficará bom ou não é bem mais fácil: conforme fui preparando este picadinho, tostando primeiro o bacon, depois dourando a carne e na sequência refogando os legumes – construindo camadas de sabor, como diria Jamie Oliver – eu soube que ficaria maravilhoso, e ficou mesmo. O que eu não imaginei, porém, foi que meu marido o consideraria o melhor picadinho que ele já comera – foi uma surpresa, e muito boa, por sinal. <3
Picadinho de carne, ou de acordo com o meu marido, O picadinho de carne
um tiquinho adaptado do Do-Ahead Dinners: How to Feed Friends and Family Without the Frenzy
- xícara medidora de 240ml
½ cebola grande
1 cenoura média descascada
1 talo pequeno de salsão
2 dentes de alho descascados
azeite de oliva
70g de bacon em cubinhos ou picadinho
500g de coxão mole em pedaços pequenos (mas não minúsculos)
1 colher (sopa) de farinha de trigo
sal e pimenta do reino moída na hora
1 colher (sopa) de manteiga sem sal
2 colheres (sopa) de tomates pelados batidos no liquidificador ou bem amassados com um garfo
2/3 xícara (160ml) de vinho tinto – nem o melhor, nem o mais porcaria
2 colheres (sopa) de água
1 folha de louro
3 galhinhos de tomilho fresco
1 galhinho de orégano fresco + algumas folhas para servir
Pré-aqueça o forno a 150°C. Coloque a cebola, a cenoura, o salsão e o alho em um processador de alimentos e processe até que os legumes fiquem bem picadinhos. Reserve.
Aqueça um fio de azeite em uma panela que possa ir ao forno (e que tenha tampa) e frite o bacon até ficar crocante. Retire com uma escumadeira e reserve. Coloque a carne e a farinha em um saco plástico, junte uma pitada de sal e pimenta do reino e misture bem para cobrir todos os pedacinhos de carne com a farinha. Doure a carne na panela (em etapas, se for preciso) até que os pedaços fiquem corados de todos os lados (se necessário, coloque um fio de azeite na panela para dourar a segunda leva). Retire a carne da panela e transfira para uma tigela (a mesma do bacon, para economizar na hora de lavar a louça). :)
Reduza o fogo e junte a manteiga, seguida dos legumes e mais uma pitada de sal e pimenta. Refogue, mexendo ocasionalmente, até amaciar – cerca de 10 minutos. Volte a carne e o bacon à panela, junte o tomate, o vinho, a água e as ervas. Deixe ferver, cubra e coloque no forno por 2 horas (dê uma olhadinha depois de 1 hora e adicione água se necessário). Prove, acerte o tempero e sirva salpicado com algumas folhas de orégano fresco – se não for servir imediatamente, não adicione o orégano, deixe esfriar completamente e leve à geladeira.
Fiz o picadinho de véspera, deixei na geladeira de um dia para o outro e ficou ainda mais gostoso; apenas deixe a panela chegar à temperatura ambiente, adicione um pouquinho de água e aqueça em fogo baixo para servir
Rend.: 2 porções (com sobras)
sexta-feira, março 28, 2014
Pimentões recheados com carne, cuscuz marroquino e chorizo - dedicados a duas certas crianças
Lendo as "notícias" dias atrás na People Online descobri que Gwyneth Paltrow e Chris Martin haviam se separado. Ok, tudo bem, divórcios acontecem, são parte da vida. Já estão tirando sarro do texto publicado pela Gwyneth em seu site (“conscious uncoupling” - haha) e como não presto mesmo confesso que gargalhei com este link - acho que é questão de tempo até as crianças pedirem para morar com o pai, certo? :D
Quando Apple e Moses se mudarem para a casa do Chris Martin ele pode preparar esta receita para eles: os pimentões recheados são uma delícia e enquanto assam o papai pode brincar com os filhos e até mesmo compor uma canção especial para eles - a mamãe não estará por perto para proibi-los de comer pimentão... :D
Pimentões recheados com carne, cuscuz marroquino e chorizo
da revista Dish
- xícara medidora de 240ml
6 pimentões vermelhos
¼ xícara de cuscuz marroquino
¼ xícara de água fervente
2 colheres (sopa) de azeite de oliva
1 cebola bem picadinha
1 cenoura ralada
2 dentes de alho amassados e picadinhos
1 colher (chá) de páprica defumada
1 chorizo bem picadinho – já tinha em casa, caso contrário teria usado qualquer linguiça defumada
¼ xícara de salsinha picada – pique, depois meça
400g de carne bovina moída
sal and pimenta do reino moída na hora
Molho:
1 colher (sopa) de azeite de oliva
1 cebola bem picadinha
2 dentes de alho, amassados e picadinhos
½ colher (chá) de páprica defumada
1 lata de 400g de tomates pelados picados
1 punhado de manjericão fresco
Pré-aqueça o forno a 180°C.
Molho: em uma panela pequena, aqueça o azeite e refogue a cebola, o alho e a páprica até a cebola amaciar. Junte os tomates, tempere com sal e pimenta e cozinhe em fogo médio, mexendo às vezes, por cerca de 10 minutos. Junte o manjericão, misture, cubra e retire do fogo. Reserve.
Pimentões: coloque o cuscuz e a água em uma tigelinha, cubra e aguarde 10 minutos. Corte os topos dos pimentões e remova as sementes e as membranas, mantendo os pimentões inteiros. Coloque-os em uma tigela grande e cubra com água fervente. Reserve por 5 minutos e então escorra-os bem.
Enquanto isso, aqueça o azeite em uma panela ou frigideira e refogue a cebola, a cenoura, o alho e a páprica até a cebola amaciar. Junte o chorizo e a salsinha e cozinhe por 1 minuto. Transfira para uma tigela grande e deixe esfriar. Junte o cuscuz e a carne moída, tempere bem com sal e pimenta e misture.
Montagem: segure cada pimentão na posição vertical e coloque porções de recheio dentro deles, empurrando-as para baixo (use o cabo de uma colher de pau se necessário). Repita com os outros pimentões (pode sobrar recheio). Espalhe o molho de tomate em uma assadeira em que caibam os pimentões um ao lado do outro e arrume-os sobre o molho, colocando a “tampinha” de volta em cada um (eu as prendi com palitos de dente). Faça bolinhas (como almôndegas) com o recheio restante e espalhe-as as lado dos pimentões. Regue tudo com um fio de azeite, cubra bem com papel alumínio e leve ao forno por 40 minutos. Retire o papel alumínio e asse por mais 10 minutos ou até que os pimentões estejam macios (espete-os com um garfo para verificar).
Rend.: 4-6 porções – fiz uma receita inteira de molho, metade da de recheio, recheei dois pimentões bem grandes e sobraram seis “almondeguinhas”
sexta-feira, fevereiro 07, 2014
Charutinhos de repolho - diferentes dos que minha mãe costumava fazer
Ainda no assunto gostos que mudam, há alimentos que eu hoje adoro e que não suportava quando criança (ou até mesmo no começo da vida adulta). Já escrevi sobre isso, mas estes charutinhos de repolho me fizeram pensar nisso novamente, pois minha mãe costumava fazer uma versão deles que eu, quando pequena, odiava. Vocês podem achar que eu não gostava do prato por ser criança e crianças odeiam verduras e legumes, mas não era isso, não: eu comia baciadas de repolho cru só com limão e sal. O problema, para mim, era que os charutinhos eram molengas e aguados, e o recheio (feito com uma mistura de carne moída e arroz) virava uma coisa compacta dentro das folhas de repolho – e a minha mãe era uma cozinheira de mão cheia, o que me deixa com pena de todo mundo que comia charutinhos preparados daquele jeito. :S
Estes charutinhos, entretanto, uma receita que adaptei ligeiramente de Anna Del Conte (de quem a Nigella tanto fala), são outra história, e foi por isso que quis fazê-los assim que li a receita: em vez do arroz, a carne moída é combinada com linguiça e parmesão – um ótimo começo, não? E eu adicionei um punhado generoso de salsinha, pois tudo fica mais gostoso com ervas frescas. Os rolinhos são assados em vez de cozidos em água na panela de pressão – outro ótimo passo para evitar que o prato fique aguado. E, para tornar tudo ainda mais saboroso, há molho de tomate, e eu sou louca por molho de tomate.
Os charutinhos ficaram uma delícia e para mim esta se tornou A forma de prepará-los – meu marido, que também cresceu comendo charutinhos feitos do outro jeito, adorou, também. :)
Charutinhos de repolho
da sempre apetitosa revista Delicious UK
400g de repolho verde, as folhas externas removidas (podem ser usadas em outra receita)
350g de carne bovina moída magra
2 linguiças, sem as pele, esmigalhadas
3 colheres (sopa) de parmesão ralado
1 ovo grande
sal e pimenta do reino moída na hora
1 pitada de noz-moscada ralada na hora
30g de pão de forma branco, sem as cascas
5 colheres (sopa) de leite integral
1 cravo-da-índia
1 punhado generoso de salsinha picada
2 dentes de alho cortados ao meio
azeite de oliva para untar
4 tomates bem maduros
25g de manteiga sem sal
Corte o talo inferior do repolho e, com cuidado, remova e separe as folhas. Lave-as.
Leve uma panela grande de água salgada ao fogo até ferver, e então adicione as folhas de repolho, cozinhando-as por 3 minutos. Retire-as com jeitinho da panela usando uma escumadeira e arrume-as sobre uma camada dupla de papel toalha.
Recheio: em uma tigela grande, misture a carne moída, a carne das linguiças, o parmesão e ovo. Tempere com sal, pimenta do reino, a noz-moscada e misture. Em uma panelinha, junte o pão, o leite e o cravo e leve ao fogo baixo, mexendo, até o pão absorver o leite. Descarte o cravo e incorpore o pão à mistura de carne. Tempere novamente se necessário e junte a salsinha.
Pré-aqueça o forno a 190°C. Separe um refratário raso grande (um em que caibam os rolinhos um ao lado do outro) e esfregue-o com um dos dentes de alho e um pouco de azeite. Enxugue as folhas de repolho com papel toalha e remova a parte mais dura do talo. Coloque 1 colher (sopa) cheia de recheio em cada folha e enrole, formando um pacotinho, e deixe a emenda virada para baixo. Assume os charutinhos lado a lado no refratário. Corte os tomates ao meio, retire as sementes e coloque no processador com sal, pimenta e os dentes de alho (incluindo o que você passou no refratário). Processe até obter um purê e então derrame sobre o repolho. Coloque um pedacinho de manteiga sobre cada charutinho, cubra o refratário com papel alumínio e leve ao forno por 25 minutos. Sirva imediatamente.
Rend.: 4 porções – com esta quantidade de recheio consegui 16 charutinhos