Final de semana passado assisti ao documentário “Jane Fonda em Cinco Atos” e fiquei um bom tempo pensando no que Jane disse sobre sua relação com a mãe, com o pai, com os filhos, sobre amor. Ela conta que nunca se sentiu amada pela mãe e como isso influenciou seu relacionamento com a primeira filha. É um documentário interessante e recomendo muito para quem gosta não só de cinema, mas de relacionamentos e História também.
Mas vocês vão me perguntar “Patricia, o que é que Jane Fonda tem a ver com picolés de brigadeiro?” A princípio, nada, se bem que acho que Jane iria gostar de prová-los. :)
O que me fez ligar a receita ao documentário foi ver o meu pequeno em casa, no mesmo final de semana, tomando picolé, receita que ele me ajudara a fazer, segurando o palito com as mãos fofinhas, tentando em vão não se sujar todo de chocolate enquanto o picolé derretia e pingava sobre sua barriga. Corri para pegar um pratinho, para proteger o picolé caso despencasse do palito, e ao final Pingo me disse, com chocolate desde a testa até o umbigo: “Dedé, me dá aqui o prato, eu adoro esse caldinho de sorvete”. :)
O post de hoje é sobre sorvete, mas também é sobre amor. Espero que vocês provem a receita (é muito boa e dá pra fazer em saquinho de gelinho, também, como o outro picolé que postei tempos atrás) e também que a vida lhes traga muito amor. Eu fiquei anos sedenta por este sentimento e hoje me sinto inundada por ele.
Picolés de brigadeiro
receita minha
1 receita de brigadeiro - faça do jeito que mais gostar; como eu queria um brigadeiro menos doce, usei 50g de chocolate 70% cacau picado no lugar do cacau/chocolate em pó
600ml de leite semidesnatado gelado (usei leite sem lactose e deu muito certo)
Deixe o brigadeiro esfriar completamente e então bata no liquidificador com o leite até obter uma mistura homogênea. Transfira para a forma de picolé. Leve ao freezer por 30 minutos (ou um pouco mais, dependendo do seu freezer – você quer os picolés ligeiramente firmes, para que os palitos não fiquem dançando), insira os palitos e então gele por mais 6 horas ou de um dia para o outro. Eu polvilhei os picóles com chocolate granulado para fazer graça na foto, mas eles ficam bem mais gostosos sem isso.
Rend.: 10 picolés de 80ml cada
quarta-feira, março 20, 2019
Picolés de brigadeiro e um post sobre amor
quarta-feira, junho 07, 2017
Panna cotta de iogurte com gelatina de morango e destruindo clássicos (ou não)
Toda vez que ouço algo sobre remakes de filmes sinto um aperto no coração – pra que mexer com os clássicos e arruinar o que já é ótimo?
A primeira vez que li que Hollywood pretendia fazer um remake de “Blade Runner” logo pensei: “vão destruir um filme incrível”. Semanas atrás vi o primeiro trailer e achei maravilhoso – não se trata de um remake, e sim de uma continuação (e sabemos que prequels e sequels nem sempre funcionam, né, Sr. Scott?), mas como Denis Villeneuve está dirigindo eu ainda tenho esperanças – “A Chegada” deveria ter levado o Oscar de Melhor Filme em fevereiro, apesar de eu ter amado “Moonlight”. Por enquanto, parece que não estão destruindo um clássico – vamos esperar até outubro para ter certeza.
E falando em clássicos, sei que muita gente torce o nariz para panna cotta feita com iogurte, dizendo que não é panna cotta “de verdade”, mas eu adoro: há, sim, a presença do creme de leite para encorpar, porém em menor quantidade, e o iogurte dá leveza à textura e um azedinho interessante ao sabor – para mim, a combinação é perfeita. Para deixar a panna cotta ainda mais interessante acrescentei uma camada de gelatina de morango – caseira, é claro – e a danada é tão gostosa que pode ser servida sozinha, sem a panna cotta mesmo. Gelatina feita com fruta é simplesmente imbatível.
Panna cotta de iogurte com gelatina de morango
receita minha
- xícara medidora de 240ml
Panna cotta:
2 colheres (sopa) de água fria
1 ½ colheres (chá) de gelatina incolor em pó
1 xícara (240ml) de creme de leite fresco
¼ xícara (50g) de açúcar cristal
¾ xícara (195g) de iogurte natural integral, temperatura ambiente
¼ xícara (60ml) de leite integral, temperatura ambiente
2 colheres (chá) de extrato de baunilha
1 pitada de sal
Gelatina de morango:
600g de morangos, sem os cabinhos e cortados ao meio
¼ xícara + 2 colheres (sopa) - 75g - de açúcar cristal
2/3 xícara (160ml) de água fria, uso dividido
2 colheres (chá) de suco de limão
2 colheres (chá) de gelatina incolor em pó
Comece pela panna cotta: separe 6 copos ou potinhos com capacidade para 200ml cada – use copos ou potinhos transparentes para que as duas camadas da sobremesa apareçam.
Coloque a água em um potinho pequeno e salpique com a gelatina. Reserve por 5 minutos para que a gelatina absorva a água. Enquanto isso, em uma panelinha, aqueça o creme de leite e o açúcar em fogo médio, mexendo com um batedor de arame para dissolver o açúcar, até a mistura começar a ferver. Retire do fogo e incorpore o iogurte, o leite, a baunilha e o sal. Junte a gelatina e mexa bem com o batedor para dissolvê-la. Passe a mistura por uma peneira fina e divida-a entre os potinhos. Leve à geladeira por 4 horas ou até firmar.
Agora, a gelatina: em uma panela média, junte os morangos, o açúcar cristal e 1 colher (sopa) da água. Leve ao fogo médio, mexendo algumas vezes, até os morangos ficarem macios e soltarem seus sucos, aproximadamente 10 minutos. Retire do fogo e leve ao liquidificador com ½ xícara (120ml) da água fria e o suco de limão. Bata bem até obter uma mistura homogênea. Passe por uma peneira fina, voltando o líquido para a panela.
Coloque as 2 colheres (sopa) de água fria restantes em um potinho pequeno e salpique com a gelatina. Reserve por 5 minutos para que a gelatina absorva a água.
Volte o suco de morango ao fogo até começar a ferver, desligue e incorpore a gelatina, misturando bem com um batedor de arame para dissolvê-la no suco. Passe novamente pela peneira, deixe esfriar e então despeje com cuidado sobre a panna cotta. Leve à geladeira por mais 4 horas para a gelatina firmar.
A sobremesa dura até dois dias na geladeira, coberta com plástico filme.
Rend.: 6 porções
quarta-feira, junho 03, 2015
Pãezinhos de leite
É tão gostoso quando chegam os exemplares das revistas de comida que assino: geralmente saio marcando um monte de receitas, mas levo certo tempo para colocá-las em prática, especialmente se as revistas chegam naqueles dias em que um pulo no supermercado é mais do que necessário.
Quando a revista Donna Hay chegou, há algumas semanas, tanto minha geladeira quanto meu armário estavam meio pelados, mas quando vi a receita destes pãezinhos soube que os faria na manhã seguinte: a lista de ingredientes enxuta consistia de básicos que eu ainda tinha (um pouquinho deles, pelo menos), por isso não seria um problema. Preparei os pãezinhos e ficaram lindos, o perfume pela casa era uma delícia.
Postei uma foto no Instagram e algumas pessoas adoraram, por isso eu queria muito postar a receita aqui no blog, o problema é que juntei minha família ao redor da mesa para um café e os pãezinhos desapareceram naquele mesmo dia. :)
Todo mundo adorou os pãezinhos, por isso os fiz mais uma vez e achei que ficaram ainda melhores, bem mais dourados – agora que consegui fazer uma foto decente deles lhes trago a receita e acho que vocês vão gostar: é fácil de fazer e os pãezinhos ficam divinos.
Pãezinhos de leite
um nadinha adaptados da sempre incrível revista Donna Hay
330ml de leite integral
65g de manteiga sem sal, temperatura ambiente e picada
3 colheres (sopa) de açúcar cristal
2 colheres (chá) de fermento biológico seco
2 ovos
650g de farinha de trigo
1 colher (chá) de sal
Para pincelar os pãezinhos:
1 gema
1 colher (chá) de leite integral
Coloque metade do leite em uma panelinha e leve ao fogo alto até que comece a ferver. Retire do fogo, junte a manteiga e o açúcar e misture até a manteiga derreter. Acrescente o leite restante e aguarde a mistura ficar morna para despejá-la na tigela de uma batedeira planetária (ou numa tigela grande caso você vá sovar a massa na mão). Junte o fermento biológico, misture bem com um garfo para dissolvê-lo e aguarde uns 5 minutos ou até que a mistura espume.
Junte o ovo, a farinha e o sal e misture com o batedor em formato de gancho (batedor para massas pesadas) por cerca de 8 minutos ou até obter uma massa lisa e macia – ou sove na mão por uns 10-12 minutos. Transfira a massa para uma tigela grande levemente pincelada com manteiga, cubra com filme plástico e deixe crescer em um lugar morninho até dobrar de volume, uns 40 minutos. Unte uma forma de metal de 20x30cm com manteiga e reserve.
Dê um soquinho na massa para retirar o ar, divida-a em 15 porções iguais (as minhas tinham 75g cada) e forme uma bolinha com cada porção, rodando a massa sobre uma superfície lisa dentro da sua mão em formato de garra. Arrume as bolinhas de massa na assadeira untada, umas ao lado das outras, deixando 1cm de distância entre elas. Cubra com um pano de prato limpo e seco e deixe crescer novamente, cerca de 40 minutos – enquanto isso, preaqueça o forno a 200°C.
Em uma tigelinha, bata a gema e o leite juntos. Pincele os pãezinhos com a mistura e leve ao forno por 20-25 minutos ou até que dourem bem e ao dar batidinhas nos pães com os nós dos dedos o som seja de algo oco. Deixe esfriar na forma, sobre uma gradinha, por 5 minutos. Desenforme com cuidado sobre a gradinha e deixe esfriar. Sirva mornos ou em temperatura ambiente – os pãezinhos podem ser congelados por até 1 mês: deixe que esfriem completamente e guarde-os em saquinhos Ziploc.
Rend.: 15 unidades
segunda-feira, outubro 27, 2014
Bolo de leite e baunilha e adeus, Linden e Holder
Dias atrás terminei de assistir à última temporada de “The Killing” e fiquei feliz e triste ao mesmo tempo: feliz porque a qualidade que vi em todo o seriado desde o começo estava presente naqueles últimos seis episódios, e o final foi de uma lindeza tão ímpar que me fez chorar feito um bebê, e triste porque agora dois dos meus personagens favoritos se foram para sempre – não tem mais o cabelo vermelho lindo de Sarah, acabaram-se as pérolas de sabedoria de Stephen Holder.
Sei que seriados não duram para sempre e é melhor acabar com qualidade, por cima, do que caindo pelas tabelas com episódios ruins, mas “The Killing” nunca teve mesmo uma boa chance: se não fosse pelo Netflix nem teríamos a quarta temporada e tudo teria ficado jogado, sem final. Uma série tão bem escrita, com atuações e direção tão incríveis deveria ter ficado no ar por mais tempo, mas já reclamei disso antes.
Enquanto me preparava para me despedir de Linder e Holder, decidi que uma fatia de bolo cairia bem: eu precisava de um docinho para acalmar os nervos (e depois de ver os episódios soube que tomara a decisão certa, que temporada maravilhosa e angustiante, gente). Este bolo simples, delicioso servido sozinho com uma xícara de café ou chá, também foi transformado em uma sobremesa saborosa servido com chantilly e morangos – recomendo muito tanto de um jeito quanto do outro.
Bolo de leite e baunilha
um nadinha adaptado do lindo e delicioso Baking Style: Art Craft Recipes
- xícara medidora de 240ml
Bolo:
1 ½ xícaras (210g) de farinha de trigo
3 colheres (sopa) - 30g - de amido de milho
¼ colher (chá) de sal
3 colheres (sopa) de sementes de papoula - foram trazidas de viagens, não comprei aqui
½ xícara (113g) de manteiga sem sal, picada
1 xícara (240ml) de leite integral
4 ovos grandes
1 ¾ xícaras (350g) de açúcar cristal
1 colher (sopa) de extrato de baunilha
1 colher (chá) de fermento em pó
Glacê:
1 xícara (140g) de açúcar de confeiteiro (usei impalpável)
1-2 colheres (sopa) de leite integral
Pré-aqueça o forno a 180°C. Unte generosamente com manteiga e enfarinhe uma forma de furo central com capacidade para 10 xícaras de massa.
Em uma tigela média, peneire a farinha, o amido de milho e o sal. Junte as sementes de papoula.
Coloque a manteiga e o leite em uma panelinha e leve ao fogo médio até que a manteiga derreta e a mistura comece a ferver – enquanto isso, bata os ovos na batedeira por 2 minutos. Junte o açúcar aos poucos, batendo, até obter uma mistura clara. Junte a baunilha.
Em velocidade baixa, acrescente os ingredientes secos em duas adições, batendo somente até incorporar. Ainda em velocidade baixa, vá acrescentando a mistura de leite quente aos poucos, batendo, até incorporar completamente (raspe as laterais da tigela). Imediatamente junte o fermento, misture e despeje a massa na forma. Asse por cerca de 1 hora ou até que o bolo cresça e doure (faça o teste do palito). Deixe esfriar na forma sobre uma gradinha por 20 minutos e então desenforme com cuidado sobre a gradinha. Deixe esfriar completamente.
Glacê: peneire o açúcar em uma tigela pequena. Junte o leite aos poucos, misturando até obter a consistência desejada (junte mais leite se necessário). Espalhe sobre o bolo já frio e deixe secar por 15 minutos.
Rend.: 10-12 minutos.