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sexta-feira, maio 05, 2017

O meu bolonhesa, a pedido do marido

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My Bolognese sauce / O meu bolonhesa

Este blog nasceu em 2006 (às vezes nem acredito que ainda estou por aqui, para ser sincera) e há anos pessoas me escrevem para me contar que aprenderam a cozinhar comigo – toda vez que leio os e-mails sinto uma alegria imensa, pois sei o quão libertador aprender a cozinhar pode ser: foi para mim.

Então aqui estamos, quase onze anos depois, e desta vez a “revolução” está acontecendo na minha casa: meu marido tem se aventurado na cozinha. :) Tudo começou com sanduíches, depois vieram as sopas e as saladas (muito gostosas, por sinal), e semana passada ele tentou fazer um dos nossos pratos favoritos: macarrão à bolonhesa. Cheguei em casa exausta depois de um dia de trabalho puxado e senti um cheirinho maravilhoso quando a porta do elevador se abriu – por um momento pensei que o cheiro pudesse estar saindo do apartamento ao lado, mas os meus vizinhos, além de serem pessoas barulhentas e grosseiras, não fazem comida cheirosa assim. :)

Para minha surpresa, o perfume vinha do meu apartamento e quando entrei dei de cara com meu marido sorrindo para mim: “surpresa! Fiz o teu molho bolonhesa!” – eu o ajudei a cozinhar o linguine e tivemos um jantar delicioso.

Ele então me contou que ficou meio confuso durante o preparo do jantar e que havia procurado a receita no blog para se certificar de que não estava esquecendo nenhum passo – “não encontrei a receita no TK”, disse ele, e eu respondi que não tinha mesmo publicado. “Já passou da hora, hein?”, retrucou o marido, pois então hoje eu lhes trago o meu molho bolonhesa – e nós o chamamos assim, pois sei que não é a receita mais autêntica que há, mas é a que faço há anos e a que meu marido tanto ama. Nem sempre tenho cenouras e/ou salsão na geladeira para o sofrito, então cebola e alho são os aromáticos que uso; além disso, dificilmente tenho 3 horas sobrando para esperar o molho apurar, por isso o meu molhinho fica pronto em meia hora, mais ou menos. Espero que vocês experimentem e depois me contem o que acharam.

O meu molho bolonhesa
receita minha

- xícara medidora de 240ml

1 ½ colheres (sopa) de azeite de oliva
1 cebola grande, picadinha
3 dentes de alho grandes, amassados e bem picadinhos
250g de carne moída
sal e pimenta do reino moída na hora
¼ xícara (60ml) de vinho tinto seco
1 colher (sopa) de extrato de tomate
1 lata de 400g de tomates pelados
1 colher (sopa) de açúcar cristal
2 folhas de louro
5 raminhos de tomilho fresco
1 punhado de folhas de manjericão fresco ou orégano fresco
300g de linguine

Em uma panela média, aqueça o azeite em fogo médio-alto. Junte a cebola e refogue até ficar transparente, 4-5 minutos, mexendo algumas vezes para não queimar. Junte o alho e refogue somente até perfume, 1-2 minutos – não deixe o alho queimar ou ficará amargo. Junte a carne moída e quebre-a com a colher de pau, para soltar bem os pedacinhos uns dos outros. Vá dourando a carne, mexendo algumas vezes. Tempere com sal e pimenta do reino. Acrescente o vinho e então cozinhe por 2-3 minutos ou até que evapore – ao adicioná-lo, raspe bem os queimadinhos do fundo da panela, pois eles dão mais sabor ao molho.

Junte o extrato de tomate e cozinhe por 1 minuto. Acrescente os tomates pelados e amasse-os com um amassador de batata. Encha a lata dos tomates com água até ¾ da capacidade, dê uma mexidinha para raspar todos os restinhos de tomate e acrescente a água ao molho. Tempere novamente com sal e pimenta, junte o açúcar, as folhas de louro e os raminhos de tomilho e cozinhe em fogo baixo, mexendo algumas vezes para que não grude no fundo da panela, por cerca de 30 minutos ou até que o molho encorpe. Junte o manjericão/orégano, misture, desligue o fogo e tampe.

Cozinhe o linguine em uma panela grande com água salgada até ficar al dente. Escorra, junte ao molho e sirva imediatamente.

Rend.: 3 porções


quarta-feira, agosto 07, 2013

Manicotti de ricota e espinafre e cozinhar = poder

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Ricota and spinach manicotti / Manicotti de ricota e espinafre

Foi há relativamente pouco tempo que comecei a pensar no ato de cozinhar como algo empoderador e libertador, e isso me vem à mente quando penso em algumas passagens de minha infância.

No período entre a morte de minha mãe e meu pai casar novamente minha avó paterna morou conosco e fazia toda a comida em casa. Ela era uma cozinheira fantástica – ainda é aos 88 anos de idade – mas raramente fazia os pratos dos quais eu gostava – sei que isso vai soar amargo e “oh, minha avó gostava mais do meu irmão do que de mim” mas é verdade: ela preparava qualquer coisa que meu irmão pedisse sem hesitar, entretanto nunca prestou muita atenção ao que eu gostava de comer – as “vantagens” de ser a irmã mais velha, creio eu.

Um dos pratos que ela fazia com frequência eram panquecas de carne com molho de tomate. Sabem, eu não gostava de carne bovina quando era pequena e ainda assim tinha que comer as benditas panquecas. Meu irmão, porém, não gostava de molho de tomate, mas ele não precisava comer as tais panquecas – em vez disso, ele pedia que as suas panquecas fossem recheadas com batata frita (!) e minha avó não dizia uma palavra. E isso é apenas uma das situações daquela época.

Agora, adulta, cozinho o que quero, quando quero. Minhas panquecas são recheadas de ricota e espinafre e não preciso implorar a ninguém por isso.

Ricotta and spinach manicotti / Manicotti de ricota e espinafre

Manicotti de ricota e espinafre
um tiquinho adaptados do lindo e delicioso Homemade with Love: Simple Scratch Cooking from In Jennie's Kitchen

- xícara medidora de 240ml

Crepes:
1 ½ xícaras (360ml) de leite integral
1 ovo grande
½ colher (chá) de sal
1 xícara (140g) de farinha de trigo
óleo de canola, o necessário para pincelar a frigideira na hora de preparar os crepes

Recheio:
2 colheres (chá) de azeite extra virgem
1 dente de alho gorducho, picadinho
200g de espinafre, talinhos removidos
sal e pimenta do reino moída na hora
1 pitada de noz-moscada moída na hora
450g de ricota – usei caseira (receita aqui), usando 5 xícaras de leite
1 punhado de salsinha picada
¼ xícara de parmesão ralado fininho

Montagem:
1 ½ xícaras de molho de tomate, receita aqui
¼ xícara de parmesão ralado fininho

Prepare os crepes: coloque o leite, o ovo, o sal e a farinha no liquidificador e bata até homogeneizar. Deixe em temperatura ambiente por 1 hora (ou por pelo menos 30 minutos).
Aqueça uma frigideira antiaderente de 20cm de diâmetro em fogo médio-baixo. Pincele-a com o óleo de canola (se necessário). Despeje uma porção de massa no centro da frigideira (o bastante para cobrir todo o fundo dela) e vá girando até cobrir todo o fundo. Cozinhe por 30-45 segundos, vire e cozinhe por mais 15 segundos, ou até dourar. Transfira para um prato raso e repita o procedimento com a massa restante.

Recheio: em uma frigideira grande, aqueça o azeite em fogo médio-alto. Junte o alho, seguido do espinafre e refogue até murchar. Tempere com sal, pimenta e noz-moscada. Deixe esfriar um pouquinho, pique, e então transfira para uma peneira e aperte para retirar o excesso de líquido. Transfira para uma tigela média, junte os outros ingredientes do recheio e misture para incorporar. Cheque os temperos e ajuste se necessário.

Pré-aqueça o forno a 200°C. Espalhe cerca de ½ xícara do molho de tomate em um refratário de 22x32cm.
Coloque cada crepe sobre uma superfície lisa e espalhe parte do recheio na extremidade inferior do crepe, formando um cilindro. Enrole o crepe e coloque-o no refratário com a emenda virada para baixo. Repira o procedimento com os crepes restantes. Cubra com o molho de tomate restante, salpique com o queijo e asse por 20 minutos ou até que doure e o molho esteja borbulhando. Sirva imediatamente.

Rend.: cerca de 10 crepes – consegui 9; os dois primeiros rasgaram no centro, então servi 7 no total

sexta-feira, junho 07, 2013

O melhor nhoque que já fiz + livros de receita que vão além da comida

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The best gnocchi I have ever made / O melhor nhoque que já fiz

Não é segredo nenhum o meu vício em livros de receita, entretanto, depois de descobrir o ótimo “Eat Your Books” não me sinto mais culpada por comprar tantos livros – eu realmente os uso regularmente. Alguns livros são queridos por causa de suas receitas enquanto outros ganharam o meu coração por outras razões além da comida. Alguns livros me emocionam, enquanto outros são divertidíssimos de ler, como o “Urban Italian” de Andrew Carmellini: não somente a comida é ótima mas os textos são igualmente maravilhosos. Como não amar um livro de receita que menciona “Law & Order” e que pede alho fatiado à moda de “Os Bons Companheiros”? :) Para completar, é de Carmellini a receita do melhor nhoque que já fiz.

Tomato sauce / Molho de tomate

O melhor nhoque que já fiz
do delicioso e ótimo Urban Italian: Simple Recipes and True Stories from a Life in Food

- xícara medidora de 240ml

900g de batatas Asterix (aquela da casca cor-de-rosa), bem lavadas, ainda com as cascas
1 ovo, ligeiramente batido com um garfo
1 xícara (140g) de farinha de trigo + farinha extra para enrolar o nhoque
2 colheres (sopa) de parmesão ralado bem fininho
1 colher (sopa) de azeite de oliva extra-virgem
1 colher (sopa) de manteiga sem sal, derretida
1 colher (chá) de sal
¼ colher (chá) de pimenta do reino moída na hora

Pré-aqueça o forno a 200°C – você vai assar as batatas no centro dele. Faça vários furos nas batatas usando um garfo e arrume-as em uma assadeira formando uma camada única. Asse até que as batatas estejam bem macias, cerca de 1 hora – teste furando-as com uma faquinha.

Retire as batatas do forno e deixe esfriar por alguns minutos, somente o necessário para que você consiga manuseá-las – não deixe as batatas esfriarem demais ou as proteínas do ovo não se unirão às batatas, fazendo com que o nhoque esfarele e não dê o ponto). Corte cada batata ao meio e remova toda a polpa com uma colher. Passe a polpa por um espremedor de batatas diretamente para uma tigela grande. Com uma colher de pau, gentilmente incorpore o ovo, o parmesão, o azeite, a manteiga, o sal, a pimenta e 1 xícara de farinha. Mexa somente até combinar os ingredientes – não mexa demais ou o nhoque ficará duro. Sobre uma superfície levemente enfarinhada, forme uma bola com a massa – caso a massa esteja ainda úmida demais, incorpore um pouquinho de farinha (a quantidade de água difere de batata para batata, daí a necessidade de acrescentar farinha – eu já fiz essa receita várias vezes usando batatas Asterix e nunca precisei usar mais farinha do que a 1 xícara inicial).
Trabalhando rapidamente, divida a massa em 6 partes iguais. Com as palmas das mãos, role cada porção de massa formando um cilindro de aproximadamente 30cm de comprimento. Corte cada cilindro em porções formando os nhoques e transfira-os para uma assadeira grande levemente polvilhada com farinha – arrume-os lado a lado em uma única camada. Cubra com filme plástico ou um pano de prato limpo e seco para que os nhoques não ressequem.

Para cozinhar o nhoque: encha uma panela grande com água e deixe ferver. Salgue a água. Coloque os nhoques na água em levas e cozinhe até que eles boiem (1-2 minutos). Aguarde 1 minuto e retire-os da água com uma escumadeira – eu os coloco diretamente no molho bem quente, assim não grudam e absorvem o sabor do molho.

Rend.: 4 porções – na minha casa rendeu apenas 3