Às vezes tento não ser uma criatura de hábitos, mas pelo jeito falho miseravelmente nisso. Depois de ver um drama sombrio atrás de outro, achei que precisava respirar – era hora de uma comédia. Para evitar repetir o erro de meses atrás, pedi à querida Amanda umas dicas e ela, apesar de curtir dramas tanto quanto eu comentou comigo algo sobre “Community”, “Parks and Recreation” (que eu já adoro) e “30 Rock” – já li tanto sobre a última e como nunca vira nenhum episódio inteiro resolvi começar por ela.
Assisti ao piloto e achei engraçado e inteligente; entretanto, no final senti que faltava algo – talvez os músculos tensos ou os dentes rangendo, não sei. Um dia depois eu estava de volta ao drama, desta vez acompanhada de ninguém menos do que Hellboy e Peggy Bundy – se isso não for perfeição pura eu não sei o que é. :D
Toda vez que me dá vontade de assar biscoitos tenho que lutar contra o impulso de preparar biscotti – eles são fáceis de fazer, deliciosos e duram bastante em uma lata bem fechada, ou seja, tem como não amar? :) Às vezes consigo variar um pouco, mas acabo voltando para o meu vício – desta vez fui atraída pela adição de cornmeal (usei fubá) à massa, o que achei uma ideia deliciosa.
Biscotti de fubá e pistache
um nadinha adaptados do The Zuni Cafe Cookbook
- xícara medidora de 240ml
125g de pistaches sem sal
¼ xícara (56g) de manteiga sem sal gelada
½ xícara + 2 colheres (sopa) - 125g - de açúcar cristal
1 ovo grande gelado
1 colher (chá) de extrato de baunilha
2 colheres (chá) de Amaretto
1 ¼ xícaras (155g) de farinha de trigo
2 colheres (sopa) de fubá
1 colher (chá) de fermento em pó
¼ colher (chá) de sal
Pré-aqueça o forno a 165°C. Forre uma assadeira grande, de beiradas baixas, com papel manteiga.
Em outra assadeira pequena, toste os pistaches no forno até que perfumem. Deixe esfriar e então pique ¼ deles finamente, e pique grosseiramente o restante.
Na batedeira, bata a manteiga e o açúcar rapidamente, só até a manteiga começar a ficar cremosa. Junte o ovo, a baunilha e o Amaretto. Em outra tigela, misture os pistaches, a farinha, o fubá, o fermento e o sal. Acrescente à mistura de manteiga e misture até homogeneizar.
Divida a mistura em duas partes iguais e forme um cilindro de aproximadamente 2,5cm de espessura com cada metade (se necessário, polvilhe a bancada com um pouquinho de farinha). Transfira os cilindros para a assadeira forrada deixando um bom espaço entre eles, pois vão inchar no forno. Asse até que dourem e firmem levemente na superfície, mas ainda aceitando uma leve pressão se tocados, 15-20 minutos (gire a assadeira durante o cozimento caso um lado esteja dourando mais do que o outro). Não asse por menos tempo do que o recomendado ou o fermento em pó não cumprirá sua função e os biscotti ficarão duros e densos em vez de crocantes e com uma boa textura.
Transfira o papel com os cilindros de biscoito para uma gradinha e deixe esfriar por 5-8 minutos – enquanto isso, aumente a temperatura do forno para 180°C.
Corte os cilindros na diagonal em fatias de aproximadamente 1,25cm. Forre a assadeira ainda morna com papel manteiga e coloque sobre ele as fatias de biscoito com o lado cortado virado para cima. Asse por mais 5 minutos ou até que dourem levemente. Deixe esfriar completamente.
Guarde em recipiente hermético.
Rend.: cerca de 30 unidades
sexta-feira, fevereiro 28, 2014
Biscotti de fubá e pistache e de volta ao drama
quarta-feira, fevereiro 26, 2014
Bolo de mel, identificação com personagens e "Philomena"
Acho que é parte de assistir a filmes/seriados de TV identificar-se ou não com personagens, analisar se agiríamos como eles em certas situações – por exemplo, eu jamais ficaria em uma cabana no meio da floresta e certamente nunca entraria em um sótão (ou porão) escuro sozinha com nada além de uma vela acesa. :D
Falando de um assunto mais sério, assisti a “Philomena” ontem e no final do filme achei que pudesse ter sido chamado de “Pollyanna”.
Judi Dench está espetacular – como sempre – e há vários momentos engraçados desenvolvidos pela personagem (que me lembrou a minha avó paterna – ela fala o que lhe vêm à cabeça, sem filtro nenhum). Entretanto, me incomodou demais a maneira como Philomena lida com as situações que enfrenta, não consegui entender e por isso não consegui me identificar – na verdade, eu me vi no jornalista, eu teria me comportado bem ao jeito de Martin Sixsmith, ou até pior, creio. SPOILERS Eu teria quebrado aquele convento inteirinho e teria socado aquela freira como se não houvesse amanhã – não haveria perdão para algo tão cruel e monstruoso. FIM DOS SPOILERS
Há uma cena no filme em que o personagem de Steve Coogan está tomando chá e fica doidinho com o bolo servido – eu me senti assim com este bolo de mel: é extremamente simples – sem cobertura, recheio, nada – e ainda assim seu sabor e sua textura são absolutamente divinos. Um par perfeito para uma xícara de chá ou café.
Bolo de mel
um tiquinho adaptado do lindo e delicioso National Trust Simply Baking
115g de mel de sabor suave
115g de manteiga sem sal, amolecida
115g de açúcar cristal
2 ovos médios*
1 colher (chá) de extrato de baunilha
225g de farinha de trigo
1 ½ colheres (chá) de fermento em pó
1 pitada de sal
½ colher (chá) de canela em pó
¼ colher (chá) de noz-moscada ralada na hora
cerca de 100ml de leite integral, temperatura ambiente, se necessário
açúcar de confeiteiro, para polvilhar
Pré-aqueça o forno a 180°C. Unte com manteiga uma forma quadrada de 20cm, forre o fundo com papel manteiga e unte o papel também.
Se o seu mel estiver muito espesso ou cristalizado, aqueça-o em banho-maria até dissolver e espere amornar.
Na tigela da batedeira, bata a manteiga e o açúcar até obter um creme claro e fofo. Junte o mel aos poucos, batendo, seguido dos ovos, um a um. Junte a baunilha. Peneire a farinha, o fermento, o sal, a canela e a noz-moscada sobre a massa e incorpore gentilmente com uma espátula de silicone, misturando de baixo para cima. Se necessário, acrescente o leite aos poucos e misture até obter uma massa que caia da colher em grandes pingos (eu usei somente 60ml dos 100ml pedidos na receita). Transfira a massa para a forma e alise a superfície.
Asse por cerca de 30 minutos ou até que o bolo cresça e doure (faça o teste do palito). Deixe esfriar na forma sobre uma gradinha por 30 minutos, e então desenforme com cuidado. Remova o papel e vire o bolo de volta na gradinha. Deixe esfriar completamente e polvilhe com açúcar de confeiteiro antes de servir.
* sempre compro ovos do tipo grande, então escolhi os 2 menores da embalagem para usar na receita
Rend.: 16 porções
segunda-feira, fevereiro 24, 2014
Barrinhas de damasco e coco para espantar a tristeza
Eu e minha irmã nos revezamos ao escolher os filmes que vemos juntas no cinema, e sábado foi a vez dela: eu queria “Robocop”, mas ela optou por “A Menina Que Roubava Livros”.
Não li o livro, por isso não posso dizer se o filme é fiel a ele, mas no geral gostei da história e, na verdade, assisto a qualquer coisa com Emily Watson e Geoffrey Rush. Entretanto, senti uma tristeza enorme no final – filmes sobre o nazismo nunca são fáceis de ver, mas já assisti a outros mais explícitos sobre o assunto e não consegui descobrir ainda o porquê de a história de Liesel ter ficado na minha cabeça desse jeito.
Fui para casa pensando no filme e tentei me distrair com um tempo de esteira, mas não funcionou. Daí decidi preparar alguma coisa gostosa (tinha de ser doce) e todo aquele açúcar e coco e damasco fizeram com que a tristeza saísse da minha mente por um momento – quando tirei a assadeira do forno já me sentia um pouco mais leve e ainda tive um docinho para beliscar enquanto via outro episódio de “House of Cards” – os Underwoods me deixam tão nervosa que eu teria roído todas as minhas unhas.
Barrinhas de damasco e coco
um tiquinho adaptadas de uma receita do Bill Granger publicada no site do jornal The Independent
Base:
120g de manteiga sem sal, derretida
120g de açúcar cristal
50g de coco em flocos adoçados
150g de farinha de trigo
1 colher (chá) de fermento em pó
1 pitada de sal
1 ovo, ligeiramente batido com um garfo
180g de damascos secos picados
Cobertura:
150g de coco em flocos adoçados
50g de açúcar cristal
1 ovo, ligeiramente batido com um garfo
1 pitada de sal
1 colher (chá) de extrato de baunilha
3 colheres (sopa) de geleia de damasco
Pré-aqueça o forno a 180°C. Unte levemente com manteiga uma forma quadrada de 20cm, forre-a com papel alumínio deixando sobras em dois lados opostos, formando “alças”, e unte o papel também.
Base: em uma tigela grande, misture a manteiga derretida, o açúcar, o coco, a farinha, o fermento, o sal e o ovo até obter uma massinha. Transfira para a forma e espalhe formando uma camada homogênea. Espalhe os damascos sobre a base e leve ao forno por 15-20 minutos ou até que base comece a dourar nas extremidades.
Cobertura: em uma tigela média, misture o coco, o açúcar, o ovo, o sal e a baunilha até obter uma espécie de cocadinha úmida. Retire a forma do forno e espalhe a geleia sobre a base. Com duas colheres, espalhe a cobertura sobre a geleia, formando montinhos. Volte ao forno por mais 20-30 minutos ou até que a cobertura doure. Deixe esfriar completamente na forma. Corte em quadradinhos para servir.
Rend.: 16 porções
sexta-feira, fevereiro 21, 2014
Bolo de avelã, coco e canela, uma minissérie ótima e um Globo de Ouro bastante merecido
Gosto de assistir a premiações de cinema e TV por basicamente duas razões: é bacana ver os meus atores e diretores favoritos serem reconhecidos – o que, infelizmente, não acontece com a frequência que eu gostaria – e também adoro ver as roupas e os penteados usados pelas estrelas (para depois comentar os erros e os acertos). :D
Há, entretanto, outra razão bem boa: seriados e filmes dos quais ainda não ouvi falar, coisas interessantes para procurar e talvez adicionar à minha já longa lista.
Foi por causa da vitória de Elisabeth Moss no Globo de Ouro este ano que fiquei sabendo sobre “Top of the Lake”, e que minissérie excelente: uma história sombria criada e dirigida por Jane Campion – uma diretora danada cujo trabalho admiro – que se passa em locações lindíssimas na Nova Zelândia, com roteiro e atuações ótimos. Eu já gostava de Elisabeth Moss como Peggy Olson – provavelmente a melhor coisa de “Mad Men” – e aqui ela está ainda mais fantástica; Moss realmente mereceu o GG que levou para casa, e eu não sei como eles puderam ignoram Peter Mullan, absolutamente incrível como o assustador Matt.
Assim como “The Fall”, “Top of the Lake” discute a violência contra mulheres e suas consequências – um assunto nada fácil de assistir, mas que precisa ser mostrado (e aqui isso é feito de uma maneira bastante realista).
Viciei em “Top of the Lake” depois de apenas alguns minutos e vi todos os sete episódios em alguns dias (é uma pena que não haverá outras temporadas); toda vez que eu via os personagens andando perto daquela água gelada me dava vontade de tomar uma xícara de chá – e um pedaço de bolo não seria nada mal, também. :D
Esta é uma receita que preparei por ter achado a combinação de avelãs, canela e coco bem incomum, e no final ficou bem gostosa – sem contar que o iogurte ainda deixa o bolo úmido e macio.
Bolo de avelã, coco e canela
um tiquinho adaptado da sempre fantástica revista Delicious UK
- xícara medidora de 240ml
Bolo:
4 ovos médios*
2 xícaras (400g) de açúcar cristal
230g de farinha de trigo
50g de amido de milho
1 colher (chá) de fermento em pó
1/8 colher (chá) de sal
1 colher (chá) de canela em pó
185ml de óleo de canola
420g de iogurte natural integral
1 xícara (100g) de coco em flocos adoçados
100g de avelãs, levemente tostadas, frias e picadinhas
Para polvilhar o bolo:
50g de açúcar de confeiteiro
¼ colher (chá) de canela em pó
Pré-aqueça o forno a 180°C. Unte generosamente com manteiga uma forma de furo central (tipo Bundt) com capacidade para 12 xícaras de massa – se a forma não for antiaderente, enfarinhe também (eu fui teimosa, usei uma de 10 xícaras e tive de assar a massa que sobrou em uma forminha pequena de 240ml).
Na batedeira, usando o batedor de arame, bata os ovos e o açúcar até obter um creme claro e fofo. Em uma tigela grande, peneire juntos a farinha, o amido, o fermento, o sal e a canela. Junte o óleo, o iogurte, o coco e as avelãs e misture para incorporar. Junte a mistura de ovos e misture.
Despeje a massa na forma preparada e asse por 1 hora/1 hora e 20 minutos ou até que o bolo cresça e doure (faça o teste do palito). Deixe o bolo esfriar na forma sobre uma gradinha por 15 minutos e então desenforme com cuidado sobre a gradinha. Deixe esfriar completamente.
Em uma tigelinha, misture o açúcar de confeiteiro e a canela. Polvilhe a mistura sobre o bolo.
* sempre compro ovos do tipo grande, então escolhi os 4 menores que havia na embalagem para usar na receita
Rend.: 10-12 porções
quarta-feira, fevereiro 19, 2014
Madeleines de baunilha, limão e sementes de papoula e uma personagem muito interessante
Os mais jovens me lendo agora provavelmente não se lembrarão disso, mas lá nos idos dos anos 90 um grupo pop chamado Spice Girls se tornou um sucesso estrondoso e seu principal motto era “girl power” – eu tinha uns dezoito anos quando “Wannabe” foi lançada e, na época, eu não achava que houvesse algo de empoderador às mulheres no que o grupo cantava ou dizia (e, pra ser sincera, agora aos 35 continuo não entendendo).
De volta para o presente: por causa do que eu andei assistindo, o Netflix me sugeriu “The Fall”, e eu fiquei imediatamente interessada no seriado tanto por causa de sua natureza sombria quando por Gillian Anderson – e assim fui apresentada a Stella Gibson, a personagem mais feminista que vi em séries de TV e definitivamente uma das mais interessantes. Conforme fui assistindo aos cinco episódios de “The Fall” (e desejando que estes cinco fossem quinze, vinte), mais fui gostando do personagem de Gillian e mais a achei a personificação do tal “girl power”, muito mais do que um slogan vazio gritado do topo de um hotel em Cannes.
O jeito como Stella se comporta e as coisas que diz no seriado são realmente fantásticos – acredito que ela esteja mandando uma mensagem a todos que assistem, e é uma mensagem bastante positiva. Esse tipo de personagem feminina forte é uma delícia de ver e Gillian Anderson a interpreta com perfeição – a boa notícia é que uma segunda temporada será filmada, e mais “girl power” de verdade vem por aí. \0/
E já que este é um post feminista sobre uma personagem feminista, nada melhor do que um docinho com nome de mulher para acompanhá-lo.
Madeleines de baunilha, limão e sementes de papoula
ligeiramente adaptadas da sempre lindíssima Gourmet Traveller
80g de manteiga sem sal
raspas da casca de 1 limão taiti grande
65g de açúcar cristal
1 fava de baunilha, cortada ao meio no sentido do comprimento, sementinhas removidas com as costas da faca
½ colher (sopa) de açúcar mascavo claro
2 ovos, temperatura ambiente
½ colher (sopa) de mel de sabor suave
1 colher (chá) de extrato de baunilha
115g de farinha de trigo
1 pitada de sal
½ colher (sopa) de sementes de papoula - comprei as minhas fora do Brasil
½ colher (chá) de fermento em pó
manteiga derretida, para untar as forminhas
açúcar de confeiteiro, para polvilhar
Derreta a manteiga em uma panelinha em fogo baixo, retire do fogo, junte as raspas de casca de limão e reserve até chegar à temperatura ambiente (2-3 minutos).
Coloque o açúcar cristal e as sementinhas de baunilha na tigela da batedeira e esfregue os ingredientes com as pontas dos dedos até o açúcar ficar aromatizado. Junte o açúcar mascavo, os ovos, o mel e o extrato de baunilha e bata até obter um creme claro e fofo (4-5 minutos). Peneire a farinha, o fermento e o sal sobre a massa, junte as sementes de papoula e incorpore gentilmente com uma espátula de silicone, mexendo de baixo para cima. Adicione a manteiga aos poucos e misture gentilmente, de baixo para cima. Cubra com filme plástico e leve à geladeira por 4 horas ou até de um dia para o outro.
Pré-aqueça o forno a 200°C. Unte com manteiga derretida 22 forminhas de madeleine com capacidade para 2 colheres (sopa) cada. Leve à geladeira por 10 minutos. Unte-as novamente com manteiga e refrigere por mais 10 minutos. Divida a massa entre as forminhas (sem espalhar) e asse até que as madeleines cresçam e dourem (8-10 minutos). Desenforme imediatamente sobre uma gradinha.
Polvilhe com açúcar de confeiteiro. Sirva morninhas ou em temperatura ambiente.
Rend.: 22 unidades
segunda-feira, fevereiro 17, 2014
Blondies de manteiga de amendoim e geleia com um toque de sal, dois ótimos caras deixados de fora do Oscar e um filme medíocre
Quando o assunto é Oscar aparentemente todo ano tem sempre alguém talentoso (ou mais de um) deixado de fora da competição, e até já escrevi sobre isso. Este ano tanto Tom Hanks quanto Paul Greengrass foram “esquecidos” por seu trabalho incrível em “Capitão Phillips”, o que eu acho realmente injusto. Eu não diria que a performance de Hanks é a melhor dentre os indicados – esse título ainda pertence a Leo – mas é certamente superior à de Christian Bale no medíocre “Trapaça” e à de Matthew McConaughey em “Clube de Compras Dallas”.
No quesito diretores, a indicação de David O. Russel é uma piada de mau gosto e pensar que ele foi incluído no jogo às custas de Greengrass faz a competição deste ano ainda mais ridícula (acho que deu para perceber o quanto detestei “Trapaça”). :D
Depois de desperdiçar 138 minutos da minha vida em um filme tão ruim eu precisava de algo saboroso e rapidinho de fazer – o vidro de geleia de framboesa pela metade na geladeira (sobra dos biscoitos que preparei um tempo atrás) e o pote de manteiga de amendoim recém-comprado foram combinados para criar estas blondies. Enquanto as cortava em quadradinhos e pensava no filme, me toquei de que Bradley Cooper – o ator pobrinho que estrela coisas como “Se Beber, Não Case!” – já tem duas indicações ao Oscar em um período de dois anos (e por dois filmes abaixo da média) enquanto que a Academia levou mais de vinte anos para indicar o melhor ator do mundo pela primeira vez – fiquei tão passada que tive que comer uma barrinha na hora. :D
Blondies de manteiga de amendoim e geleia com um toque de sal
um nadinha adaptadas da revista Bon Appétit
- xícara medidora de 240ml
½ xícara (113g) de manteiga sem sal, derretida
1¼ xícaras (175g) de farinha de trigo
1 colher (chá) de fermento em pó
¼ colher (chá) de sal comum
2 ovos grandes
200g de açúcar mascavo claro
¾ xícara de manteiga de amendoim do tipo crunchy
1 colher (chá) de extrato de baunilha
2 ½ colheres (sopa) de geleia de framboesa
sal marinho em flocos, como o Maldon
Pré-aqueça o forno a 180°C. Unte levemente com manteiga uma forma quadrada de 20cm, forre-a com papel alumínio deixando sobras em dois lados opostos, formando “alças”, e unte o papel também.
Em uma tigela média, misture com um batedor de arame a farinha, o fermento e o sal comum. Em uma tigela grande, com o batedor de arame, misture os ovos, o açúcar mascavo, a manteiga de amendoim, a manteiga e a baunilha. Acrescente os ingredientes secos e misture de baixo para cima. Transfira a massa para a forma e alise a superfície. Espalhe colheradinhas de geleia sobre a massa e asse por 30 minutos (faça o teste do palito). Salpique com um pouquinho de sal marinho e deixe esfriar completamente a forma, sobre uma gradinha. Corte em quadradinhos para servir.
Rend.: 16 unidades
sexta-feira, fevereiro 14, 2014
Bolo de laranja e sour cream, a Internet e calças de cintura alta
Dias atrás uma amiga fez a seguinte pergunta no Facebook: “como era a sua vida antes da Internet?” – não respondi, entretanto tenho pensado nisso desde então. Adoro a Internet e não há um dia em que eu não use a rede, mesmo que seja por cinco minutos: é ótimo não precisar ir ao banco pagar contas, poder comprar ingresso para o cinema com antecedência (e sem filas!), ver filmes e seriados que demoram séculos para chegar ao Brasil (quando chegam) e, bem, eu adoro escrever um blog, também. :D
Claro que há coisas horríveis online, mas é a vida, não? Há coisas boas e coisas ruins – acho que é a natureza humana (infelizmente).
Sou desavergonhadamente curiosa, por isso a Internet é uma ferramenta bastante útil; por exemplo, enquanto assisti a “Ela” outro dia fiquei pensando sobre as calças de cintura alta usadas pelos personagens masculinos do filme: eu tinha certeza de que significavam algo, e alguns cliques me ajudaram a descobrir tudo sobre isso (Spike Jonze disse que as calças “te fazem se sentir abraçado”, o que tem tudo a ver com o tema do filme, e me fez amá-lo ainda mais). <3
A Internet também é bem útil quando preciso substituir ingredientes: há muito tempo li em algum lugar como fazer creme azedo (sour cream) em casa (o produto só começou a ser comercializado recentemente por aqui). Tenho usado esta dica preciosa há anos em diversas receitas, tais como a do bolo de laranja delicioso, úmido e irresistível da foto: se vocês gostam de bolos bem molhadinhos com calda e que ficam ainda mais gostosos no dia seguinte esta receita é para vocês – e quem for doido por cítricos como eu também vai amar. :D
Bolo de laranja e sour cream
um nadinha adaptado daqui
- xícara medidora de 240ml
Bolo:
1 xícara (226g) de manteiga sem sal, amolecida
1 ¼ xícaras (250g) de açúcar cristal, uso dividido
4 ovos, claras e gemas separadas
raspas da casca de 2 laranjas grandes
1 colher (chá) de extrato de baunilha
2 xícaras (280g) de farinha de trigo
1 ½ colheres (chá) de fermento em pó
1 ½ colheres (chá) de bicarbonato de sódio
¼ colher (chá) de sal
1 ½ xícaras de creme azedo (sour cream)*
Calda:
¼ xícara (50g) de açúcar cristal
¼ xícara (60ml) de suco de laranja
2 colheres (sopa) de Cointreau ou outro licor de laranja
Glacê:
¾ xícara (105g) de açúcar de confeiteiro
3-4 colheres (chá) de suco de laranja
Pré-aqueça o forno a 180°C. Unte com manteiga e enfarinhe uma forma de furo central canelada (tipo Bundt) com capacidade para 10 xícaras de massa.
Na batedeira, bata a manteiga com 1 xícara (200g) do açúcar até obter um creme claro e fofo. Junte os ovos, um a um, batendo bem a cada adição. Raspe as laterais da tigela ocasionalmente. Junte as raspas de casca de laranja e a baunilha.
Em uma tigela média, misture com um batedor de arame a farinha, o fermento, o bicarbonato e o sal. Em velocidade baixa, adicione estes ingredientes em três adições, alternando com o sour cream em duas adições. Em outra tigela, com batedores limpos e bem secos, bata as claras até que comecem a espumar. Acrescente o ¼ xícara (50g) de açúcar restante, sendo 1 colher (sopa) por vez, e continue batendo até que picos firmes se formem. Com uma espátula, gentilmente incorpore 1/3 das claras à massa, e em seguida incorpore o restante, mexendo de baixo para cima. Transfira a massa para a forma preparada e alise a superfície.
Asse no centro do forno por cerca de 1 hora ou até que o bolo cresça e doure (faça o teste do palito). Deixe esfriar na forma por 20 minutos e então desenforme com cuidado sobre uma gradinha.
Enquanto o bolo esfria na forma prepare a calda: em uma panelinha, misture o açúcar, o suco de laranja e o Cointreau e leve ao fogo médio até começar a ferver. Abaixe o fogo e ferva em fogo baixo até a mistura reduzir para 1/3 xícara (80ml). Deixe esfriar por 5 minutos e então pincele o bolo quente com a calda. Deixe esfriar completamente.
Glacê: peneire o açúcar em uma tigelinha e adicione o suco aos poucos, misturando, até obter uma consistência boa para espalhar sobre o bolo – se necessário, junte mais suco. Espalhe o glacê sobre o bolo. Deixe o glacê secar, cerca de 30 minutos.
* creme azedo (sour cream) caseiro: para preparar 1 xícara de creme azedo, misture 1 xícara (240ml) de creme de leite fresco com 2-3 colheres (chá) de suco de limão ou limão siciliano em uma tigela. Vá mexendo até que comece a engrossar. Cubra com filme plástico e deixe em temperatura ambiente por 1 hora ou até que engrosse um pouco mais (geralmente faço o meu na noite anterior e deixo sobre a pia – com exceção de noites extremamente quentes – coberto com filme plástico; na manhã seguinte o creme fica bem cremoso – leve à geladeira para ficar mais espesso ainda)
Rend.: 10-12 porções
quarta-feira, fevereiro 12, 2014
Espaguete siciliano com tomates, alho e amêndoas e "Ela"
Continuando com a maratona para ver os filmes indicados ao Oscar deste ano, fiquei extremamente surpresa com o quão tocada fiquei com “Ela” – apesar de às vezes genial, o estilo de Spike Jonze, para mim, beira a loucura (lá juntinho com Michel Gondry), por isso eu realmente não esperava amar tanto o filme.
Joaquin Phoenix é um ator fantástico – a Academia deveria ter serrado o troféu ao meio em 2001 para que ele e Benicio o dividissem – e sua performance em “Ela” é tão sublime que fica difícil encontrar palavras para descrevê-la. Eu facilmente abriria um lugarzinho para ele na categoria Melhor Ator este ano, facilmente votaria em “Ela” para Melhor Filme (apesar de meu amor por “Gravidade”) e definitivamente o escolheria como Melhor Roteiro Original. Depois de ler a sinopse do filme fiquei pensando em como seria possível para Jonze encontrar um meio aceitável de terminá-lo, mas ele o fez e para mim foi perfeito.
Surpresa também, para mim, foi esta receita: quando vi a Nigella preparando o macarrão na TV não pensei que algo tão simples ficaria tão bom – tudo o que você precisa fazer é cozinhar um pouco de espaguete e bater todos os ingredientes do molho do processador. O molho não é cozido, o que torna este prato perfeito para este calor infernal (menos tempo na frente do fogão).
Espaguete siciliano com tomates, alho e amêndoas
um nadinha adaptado do maravilhoso Nigellissima: Easy Italian-Inspired Recipes
200g espaguete (ou outra massa da sua preferência)
100g de tomate cereja
2 colheres (sopa) de parmesão ralado bem fininho
10g de passas claras
1 dente de alho pequeno
1 colher (sopa) de alcaparras (drenadas)
25g de amêndoas sem a pele
1 ½ colheres (sopa) de azeite de oliva extra-virgem
1 punhado de manjericão fresco
Cozinhe o espaguete em uma panela grande de água salgada até que fique al dente (siga as instruções da embalagem).
Enquanto isso, prepare o molho: coloque todos os ingredientes restantes (exceto o manjericão) no processador de alimentos e processe até obter um molho pedaçudo.
Antes de escorrer o macarrão, reserve ½ xícara da água do cozimento e adicione ½ colher (sopa) de água ao molho, e pulse ao adicioná-la.
Retorne o macarrão à panela quente, despeje o molho por cima e misture para cobrir toda a massa com ele (junte mais água do cozimento se necessário). Salpique com o manjericão e sirva.
Rend.: 2 porções
segunda-feira, fevereiro 10, 2014
Biscoitinhos cítricos com semente de papoula, Matthew e Leo
Admiro atores que são comprometidos com sua arte e estão dispostos a ir além por um papel, mas engordar/emagrecer/ficar feio para um personagem deve ser parte da preparação, não o único destaque – a transformação física e o talento devem seguir de mãos dadas. Nicole Kidman ganhou um Oscar por causa de um nariz postiço e não muito mais do que isso, enquanto que a impressionante perda de peso de Christian Bale em “O Vencedor” foi parte de sua interpretação de Dicky Eklund, não toda ela.
Assisti a “Clube de Compras Dallas” semana passada e apesar de não ter achado nada de incrível – é um filme OK com excelentes performances, como “Monster – Desejo Assassino” – o nível de dedicação de Matthew McConaughey e Jared é espetacular. Leto deveria ter tido mais tempo de tela, simplesmente maravilhoso como Rayon, e a performance contida, porém forte de Matthew é algo completamente diferente do seus filmes do passado, mas ainda acho que um roteiro melhor e um diretor mais talentoso conseguiriam tê-lo feito render mais (ele está ainda mais brilhante em “True Detective”, por exemplo).
Dito isso, se fosse eu a responsável por escolher o vencedor do Oscar de Melhor Ator este ano a estatueta iria para as mãos de Leonardo DiCaprio: ele é dez vezes mais ator do que Matthew jamais será (mesmo este tendo evoluído muito nos últimos anos) e seu personagem é detestável, mesmo com o tom de comédia (ou quase isso) que Scorsese escolheu para o filme, enquanto que o personagem de Matthew tem o fator empatia/compaixão a seu favor; o Lobo é um personagem complexo que expressa e desperta diversos sentimentos e emoções diferentes durante todas as três horas do filme e DiCaprio adicione camadas e camadas a ele, tornando-o odioso mas interessante, e eu não vi isso em Ron Woodroof – acho que o personagem poderia ter chegado a um nível bem diferente nas mãos de alguém mais talentoso como o próprio Leo ou Christian Bale.
Estes biscoitinhos são gostosos, amanteigados e simples de fazer – a receita original pedia por limão siciliano apenas, mas decidi usar laranjas, também, e incrementei com as sementes de papoula para deixá-los mais interessantes: elas dão uma carinha bonita e um toque crocante aos cookies. Entretanto, são opcionais já que por aqui nem sempre são fáceis de encontrar – digamos que os biscoitinhos sem elas são uma versão Matthew McConaughey enquanto que com elas são uma versão Leonardo DiCaprio. ;)
Biscoitinhos cítricos com semente de papoula
um nadinha adaptados do Epicurious
- xícara medidora de 240ml
Biscoitos:
2 ½ xícaras (350g) de farinha de trigo
¼ colher (chá)s de sal
2 ½ colheres (sopa) de sementes de papoula (opcionais)
1 xícara (226g) de manteiga sem sal, temperatura ambiente
¾ xícara (150g) de açúcar cristal
raspas da casca de 1 limão siciliano grande
raspas da casca de 1 laranja grande
1 colher (chá) de extrato de baunilha
4 gemas grandes
Glacê:
¾ xícara (105g) de açúcar de confeiteiro
½ colher (sopa) de suco de limão siciliano, mais se necessário
½ colher (sopa) de suco de laranja, mais se necessário
Biscoitos: em uma tigela média misture com um batedor de arame a farinha, o sal e as sementes de papoula. Na batedeira, bata a manteiga, o açúcar, as raspas de limão e laranja e a baunilha até obter um creme claro, cerca de 3 minutos (raspe as laterais da tigela ocasionalmente). Junte as gemas, bata somente até incorporar. Em velocidade baixa, adicione os ingredientes secos e misture somente até incorporar. Divida a massa em duas partes iguais e coloque cada metade em um pedaço grande de papel manteiga; forme um cilindro de aproximadamente 3,5cm de diâmetro com a massa, fechando-a dentro do papel manteiga usando uma régua – como a Martha faz aqui. Feche as pontas e leve à geladeira até firmar bem, mais ou menos 2 horas.
Pré-aqueça o forno a 180°C; forre duas assadeiras grandes com papel manteiga. Desembrulhe um dos cilindros de massa (mantenha o outro no freezer). Corte em fatias de 5mm e coloque-as nas assadeiras preparadas deixando um espaço de 2,5cm entre uma e outra. Asse até que os biscoitos firmem e as extremidades dourem, 12-14 minutos. Deixe esfriar um pouco nas assadeiras sobre gradinhas, depois retire, transfira para as gradinhas e deixe esfriar completamente. Repita com o outro cilindro de massa.
Glacê: peneire o açúcar em uma tigelinha e adicione os sucos, misturando, até obter um glacê – se necessário, junte mais suco aos pouquinhos. Espalhe o glacê sobre toda a superfície dos biscoitos ou apenas regue com um garfo em (foi o que fiz). Deixe o glacê secar, cerca de 10 minutos.
Os biscoitos podem ser guardados em recipiente hermético por até 3 dias.
Rend.: cerca de 50 unidades
sexta-feira, fevereiro 07, 2014
Charutinhos de repolho - diferentes dos que minha mãe costumava fazer
Ainda no assunto gostos que mudam, há alimentos que eu hoje adoro e que não suportava quando criança (ou até mesmo no começo da vida adulta). Já escrevi sobre isso, mas estes charutinhos de repolho me fizeram pensar nisso novamente, pois minha mãe costumava fazer uma versão deles que eu, quando pequena, odiava. Vocês podem achar que eu não gostava do prato por ser criança e crianças odeiam verduras e legumes, mas não era isso, não: eu comia baciadas de repolho cru só com limão e sal. O problema, para mim, era que os charutinhos eram molengas e aguados, e o recheio (feito com uma mistura de carne moída e arroz) virava uma coisa compacta dentro das folhas de repolho – e a minha mãe era uma cozinheira de mão cheia, o que me deixa com pena de todo mundo que comia charutinhos preparados daquele jeito. :S
Estes charutinhos, entretanto, uma receita que adaptei ligeiramente de Anna Del Conte (de quem a Nigella tanto fala), são outra história, e foi por isso que quis fazê-los assim que li a receita: em vez do arroz, a carne moída é combinada com linguiça e parmesão – um ótimo começo, não? E eu adicionei um punhado generoso de salsinha, pois tudo fica mais gostoso com ervas frescas. Os rolinhos são assados em vez de cozidos em água na panela de pressão – outro ótimo passo para evitar que o prato fique aguado. E, para tornar tudo ainda mais saboroso, há molho de tomate, e eu sou louca por molho de tomate.
Os charutinhos ficaram uma delícia e para mim esta se tornou A forma de prepará-los – meu marido, que também cresceu comendo charutinhos feitos do outro jeito, adorou, também. :)
Charutinhos de repolho
da sempre apetitosa revista Delicious UK
400g de repolho verde, as folhas externas removidas (podem ser usadas em outra receita)
350g de carne bovina moída magra
2 linguiças, sem as pele, esmigalhadas
3 colheres (sopa) de parmesão ralado
1 ovo grande
sal e pimenta do reino moída na hora
1 pitada de noz-moscada ralada na hora
30g de pão de forma branco, sem as cascas
5 colheres (sopa) de leite integral
1 cravo-da-índia
1 punhado generoso de salsinha picada
2 dentes de alho cortados ao meio
azeite de oliva para untar
4 tomates bem maduros
25g de manteiga sem sal
Corte o talo inferior do repolho e, com cuidado, remova e separe as folhas. Lave-as.
Leve uma panela grande de água salgada ao fogo até ferver, e então adicione as folhas de repolho, cozinhando-as por 3 minutos. Retire-as com jeitinho da panela usando uma escumadeira e arrume-as sobre uma camada dupla de papel toalha.
Recheio: em uma tigela grande, misture a carne moída, a carne das linguiças, o parmesão e ovo. Tempere com sal, pimenta do reino, a noz-moscada e misture. Em uma panelinha, junte o pão, o leite e o cravo e leve ao fogo baixo, mexendo, até o pão absorver o leite. Descarte o cravo e incorpore o pão à mistura de carne. Tempere novamente se necessário e junte a salsinha.
Pré-aqueça o forno a 190°C. Separe um refratário raso grande (um em que caibam os rolinhos um ao lado do outro) e esfregue-o com um dos dentes de alho e um pouco de azeite. Enxugue as folhas de repolho com papel toalha e remova a parte mais dura do talo. Coloque 1 colher (sopa) cheia de recheio em cada folha e enrole, formando um pacotinho, e deixe a emenda virada para baixo. Assume os charutinhos lado a lado no refratário. Corte os tomates ao meio, retire as sementes e coloque no processador com sal, pimenta e os dentes de alho (incluindo o que você passou no refratário). Processe até obter um purê e então derrame sobre o repolho. Coloque um pedacinho de manteiga sobre cada charutinho, cubra o refratário com papel alumínio e leve ao forno por 25 minutos. Sirva imediatamente.
Rend.: 4 porções – com esta quantidade de recheio consegui 16 charutinhos