quarta-feira, fevereiro 24, 2021

Mingau de aveia - comida que abraça a gente por dentro

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Mingau de aveia


Tenho um caderninho em que anoto ideias de pratos que quero testar e nele também anoto as receitas que preparo, para depois postar aqui. O coitado do caderno anda meio abandonado – há tempos não preparo nada de novo –, entretanto o mantenho na mesinha da sala, onde deixo também meu tablet e o carregador do celular, para quem sabe, qualquer hora, bater o olho nele e sentir vontade de escrever algo. 

Assim sigo, alguns dias parecendo ser mais lentos do que outros, uns dias com mais energia, outros com menos, mas todos eles meio iguais, aquela coisa bem “Feitiço do Tempo” mesmo. Pelo menos no trabalho vai tudo bem, desde setembro trabalhando com uma nova chefe que é uma pessoa bonita por dentro e por fora, e isso me dá fôlego para enfrentar esse eterno Dia da Marmota.

Quero vacina, mas não tem, quero um governo melhor para o nosso país, também não tem. Quero levantar da cama sem me sentir em um episódio de “O Conto da Aia” – opa, isso também não tem.

As comidas aqui em casa andam meio monótonas: tudo muito básico, de preferência rápido e que não suje muita louça. O macarrão com molho de tomate cereja e azeitona é um hit aqui e aparece toda semana: já fiz várias modificações na receita, como trocar manjericão por salsinha picada, usar tomate amarelo em vez do vermelho, completar com azeitona verde quando as pretas estavam no fim. Gosto muito de juntar cubinhos de feta à receita, e com gorgonzola também fica incrível – para quem gosta de “queijos fedidos”, como diz o João. :)

Muitas noites não sinto muita vontade de jantar, mesmo tendo feito atividade física, o que geralmente me dá mais apetite. Para não ir para a cama de estômago vazio, faço um mingau de aveia muito gostoso e facílimo – mingau é comida que abraça a gente por dentro, né? Eu amo. Polvilho com chia, chips de coco ou castanha de caju e sirvo com uma porção de fruta. Não é um jantar tradicional, mas me conforta e me deixa de buchinho cheio.

 

Mingau de aveia

receita minha

 

¼ xícara (25g) de aveia em flocos

½ xícara (120ml) de leite de vaca ou vegetal – gosto de usar o de castanha de caju

¼ xícara (60ml) de água fria

1 pitada de sal

açúcar a gosto – use mel ou agave se preferir

1 pitada de canela ou 1 colher (chá) de cacau em pó, sem adição de açúcar

Junte todos os ingredientes em uma panelinha e leve ao fogo médio, mexendo algumas vezes para dissolver o açúcar. Quando começar a ferver, baixe o fogo e vá mexendo até que a mistura comece a engrossar. Cozinhe por 2-3 minutos ou até que fique com a consistência desejada.

Transfira para uma tigelinha e sirva.

Rend.: 1 porção

quarta-feira, janeiro 27, 2021

Macarrão com molho cremoso de tomate e espinafre e sim, continuo exausta

Macarrão com molho cremoso de tomate e espinafre

Quem está cansado de cozinhar levanta a mão. 0/

Há dias em que eu tenho vontade de ficar à base de frutas, só pra não ter que fazer nada – não fosse o João fazer questão de comer arroz, feijão & cia., eu passaria dias a fio só na base de saladinha, vitamina de frutas, omelete.

O calor absurdo que está fazendo aqui em São Paulo também não ajuda. Tive que ligar o forno para fazer o pão integral para a semana e o apartamento virou uma sauna. Não dá coragem de fazer quase nada. Hoje, mais cedo, estava 32°C – eu não tenho ar condicionado em casa, fico derretendo o dia inteiro, aquela sensação de pescoço suado que a gente odeia.

A preguiça somada à falta de vontade ir ao mercado e ter que ficar descorongando tudo depois está me fazendo trazer poucas coisas a cada compra – isso sem contar a inflação e como andam os preços. A gente coloca meia dúzia de coisas no carrinho e já dá R$ 150,00. Quem aí como eu foi criança nos anos 80 está tendo sensação de déjà vu todo santo dia.

Para um almoço de domingo em que havia zero inspiração, geladeira meio caída e preguiça gigante, bolei esse macarrãozinho meio no susto – bati o olho no que tinha em casa e juntei o que achava que combinava e o que estava para estragar. Tenho feito isso durante a pandemia e às vezes saem comidinhas muito gostosas como a receita de hoje – por isso, divido com vocês.

 

Macarrão com molho cremoso de tomate e espinafre

receita minha

 

- xícara medidora de 240ml

 

200g de espaguete

1 ½ colheres (sopa) de azeite de oliva

1 alho-poró (120g já sem as folhas verdes-escuras), somente a parte verde mais clara, em meias-luas finas

1 dente de alho grande, bem picadinho

2 tomates italianos maduros (230g, aproximadamente), sem as sementes, picadinhos – eu morro de preguiça e dificilmente tiro a pele de tomates

sal e pimenta do reino moída na hora

2 colheres (sopa) de vinho branco seco

2 colheres (sopa) de água

2 bolinhas de espinafre congelado, já descongelado

¼ xícara (60ml) de creme de leite fresco

parmesão ou pecorino ralados, para servir

Em uma panela grande, aqueça água até ferver. Acrescente sal. Quando ferver, adicione o macarrão e cozinhe pelo tempo indicado na embalagem.

Enquanto a água ferve e o macarrão cozinha, prepare o molho: aqueça o azeite em uma frigideira antiaderente grande em fogo médio-alto. Junte o alho-poró e refogue, mexendo às vezes, até que fique macio. Acrescente o alho e refogue por 1 minutinho apenas – não deixe o alho queimar para não ficar com sabor amargo. Junte os tomates, tempere com sal e pimenta, e vá refogando, mexendo ocasionalmente, por cerca de 5 minutos ou até que os tomates soltem seus líquidos e um molhinho comece a se formar. Acrescente o vinho, misture bem, e cozinhe até o vinho evaporar. Junte a água e o espinafre, misture bem, e cozinhe por mais 3-4 minutos, ou até espinafre aquecer. Acrescente o creme de leite, misture bem, acerte o sal e a pimenta do reino.

Escorra o macarrão, reservando ¼ xícara (60ml) da água do cozimento. Transfira o macarrão escorrido para a panela com o molho e misture bem – se o molho estiver seco demais, junte a água reservada, aos poucos (eu não precisei usar). Sirva imediatamente polvilhado com parmesão ou pecorino.

Rend.: 2 porções

quarta-feira, janeiro 06, 2021

Bolo cítrico com fubá e canela para começar o ano

Bolo cítrico com fubá e canela

Feliz Ano Novo, pessoal!

Torço para que 2021 seja mais generoso conosco do que 2020 foi. Nós, brasileiros, carregamos tantos outros fardos além da pandemia, não? A cada dia que passa é mais difícil viver neste país. Muitas vezes me sinto em uma realidade paralela, coisa de episódio de “Além da Imaginação”.

Começo o ano com post rápido e amargo – me desculpem, por favor. Trago um bolo docinho e gostoso para compensar.

Um beijo e obrigada pela companhia – espero continuar a vê-los por aqui durante o ano que se inicia. xx

Bolo cítrico com fubá e canela


Bolo cítrico com fubá e canela

adaptado deste sempre ótimo site

- xícara medidora de 240ml

 

Bolo:

1 1/3 xícara (185g) de farinha de trigo

½ xícara (70g) de fubá

1 ½ colheres (chá) de fermento em pó

¾ colher (chá) de sal

¼ colher (chá) de canela em pó

1 xícara (200g) de açúcar, cristal ou refinado

raspas da casca de 1 laranja grande

200g de manteiga sem sal, amolecida

1 colher (chá) de extrato de baunilha

1 colher (sopa) de Cointreau (opcional)

4 ovos grandes, temperatura ambiente

1/3 xícara (80ml) de suco de laranja, temperatura ambiente

2 colheres (sopa) de suco de limão taiti ou siciliano, temperatura ambiente

 

Para finalizar o bolo:

1 colher (sopa) de suco de laranja

1 colher (sopa) de açúcar cristal ou refinado

¼ colher (chá) de canela


Preaqueça o forno a 180°C. Pincele levemente com manteiga uma forma de bolo inglês com capacidade para 6 xícaras de massa (1 litro e meio), forre com papel manteiga deixando sobras nos dois lados mais longos, formando “alças” que vão lhe ajudar a remover o bolo depois de assado. Pincele o papel com manteiga também.Em uma tigela média, peneire juntos a farinha, o fubá, o fermento, o sal e a canela. Reserve.

Na tigela da batedeira, junte o açúcar e as raspas de laranja e esfregue com as pontas dos dedos até o açúcar ficar aromatizado. Junte a manteiga, a baunilha, o Cointreau (se usar) e bata até obter um creme claro e fofo – raspe as laterais da tigela algumas vezes durante todo o preparo da receita. Acrescente os ovos, um a um, batendo bem a cada adição.

Misture em um potinho os sucos de laranja e limão.

Acrescente os ingredientes secos em três adições, alternando com os sucos em duas adições – comece e termine com os ingredientes secos. Não bata demais, para não deixar o bolo duro.

Raspe bem o fundo e as laterais da tigela para que todos os ingredientes fiquem incorporados e a massa fique homogênea. Despeje na forma e alise a superfície.
Leve ao forno por cerca de 1 hora, ou até crescer e dourar (faça o teste do palito). Transfira a forma para uma gradinha e deixe esfriar na forma por 15 minutos, e então remova com cuidado da forma, usando o papel como guia. Transfira para a gradinha, pincele o topo do bolo com o suco de laranja. Junte o açúcar e a canela, misture bem, e polvilhe sobre o bolo. Deixe esfriar completamente.

O bolo pode ser guardado em um recipiente hermético em temperatura ambiente por até 3 dias.

Rend: 8-9 fatias

 

terça-feira, novembro 24, 2020

Abobrinha marinada para quem está exausto

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Abobrinha marinada

Os dias andam tão corridos ultimamente, parece que sempre que o final de ano se aproxima tudo começa a se acumular – confesso que estou torcendo para que as férias cheguem logo, 2020 foi pura exaustão (emocional, especialmente) e sei que para vocês também. Não vejo a hora de desligar um pouco, ficar de preguiça, não me preocupar em fazer comida correndo, tirar cochilos depois do almoço.

Falando em preguiça, a receita que trago hoje é bem assim: não dá muito trabalho, dura alguns dias na geladeira (e fica mais gostosa depois de um tempo lá), deixa a tábua de queijos mais deliciosa ainda. Para beliscar com um pãozinho, acompanhado de uma taça de vinho ou uma cerveja bem gelada.

O pão da foto é a receita de pão sem sova do Jim Lahey, que é a mesma receita do pão italiano da Rita Lobo – fiz este pão uma vez por semana por uma boa parte da quarentena, e de uns tempos pra cá troquei pelo pão de azeitona do Amo Pão Caseiro, e asso na panela – fica maravilhoso.

 

Abobrinha marinada

um nadinha adaptada do livrão Claudia Cozinha

 

- xícara medidora de 240ml

 

4 abobrinhas médias

azeite para pincelar

½ xícara (120ml) de azeite extra virgem

4 dentes de alho descascados e cortados ao meio

1/3 xícara (80ml) de vinagre de vinho branco – usei de xerez que era o que tinha em casa

sal e pimenta do reino moída na hora


Corte a abobrinha em rodelinhas de aproximadamente 3mm de espessura.

Aqueça uma frigideira antiaderente grande em fogo médio. Pincele a abobrinha com o azeite e grelhe por aproximadamente 1 minuto de cada lado ou até ficarem ligeiramente macias. Reserve.

Em uma panela pequena, aqueça o azeite extra virgem em fogo médio. Acrescente o alho e frite por um minuto. Junte o vinagre e retire do fogo. Deixe esfriar. Tempere com sal e a pimenta e misture. Numa travessa, forme camadas de abobrinha e banhe com o tempero. Repita a operação até terminarem os ingredientes.

Cubra e leve para a geladeira por três dias – aqui em casa consumimos a abobrinha em 1 semana, depois dos três dias marinando.

Rend.: 8 porções

terça-feira, novembro 10, 2020

Panquecas de beterraba com recheio de ricota e espinafre, e um combustível chamado lembranças

Panquecas de beterraba com recheio de ricota e espinafre 


Dias desses, pensando na vida, me toquei do quanto sou movida a lembranças. 

Penso em quando o Pingo era bebê e eu dava banho nele em cima da minha cama, em uma banheira que o João comprou para quando ele viesse aqui – se fechar os olhos, parece que consigo sentir o cheiro do xampuzinho dele.

Ao ouvir determinadas canções, lembro dos meus anos na faculdade, pegando o ônibus antes das seis da manhã, ponto deserto, via Anchieta escura, walkman na bolsa para a longa viagem de ônibus, seguido de metrô.

Lembro de minha mãe todos os dias, nem que seja uma vezinha sequer: uma comida de que ela gostava, uma música, uma expressão que sai de minha boca e que ela dizia quando eu era pequena, e me dou conta do quanto trago dela comigo, mesmo tendo convivido por apenas sete anos.

Em um almoço, muito antes da pandemia, Pingo disse que o meu macarrão estava “da pontinha da orelha” - pegou na ponta da orelhinha e fez o João repetir o gesto. Sorri para ele, pegando também na ponta da minha orelha, mas minha voz embargou na hora, porque eu havia, sem querer, ensinado a ele algo que era muito característico de minha mãe.  Ele ali, na minha frente, sorrindo e falando algo que a avó que ele nem sabe que existiu falava todos os dias na hora do almoço e do jantar. Olhei pra ele com muita ternura, vendo em seu rostinho os traços de Dona Tereza, o nariz idêntico, a alegria à mesa, a carinha de felicidade, e meu coração parece ter parado de bater por um momento. Hoje, lembrando da cena, meus olhos ficam marejados e a saudade aperta demais, tanto de meu pequeno, quanto de minha mãe.

Sim, lembranças me servem de combustível, e acho que ainda mais neste momento que vivemos, de pandemia, de um país sendo desmontado, de discursos de ódio sendo naturalizados, de uma realidade que parece filme distópico: vou me agarrar a elas para não sufocar.

A receita de hoje é nova, mas eu imediatamente me lembro de minha mãe todas as vezes em que faço ou como beterraba – era um de seus legumes favoritos. A massa da panqueca é uma adaptação da que postei tempos atrás, de espinafre, e o recheio é muito gostoso – use-o em uma panqueca tradicional se preferir economizar tempo. Recheei as panquecas, arrumei em um refratário e cobri com colheradas de requeijão antes de levar ao forno, ideia de molho que peguei da Raquel do @borafazer.

O recheio da receita abaixo que trago hoje é suficiente para 10 crepes – congelei os outro 8 e servi em outro momento, com outro recheio. Se quiser aprender como eu faço as beterrabas assadas, clique aqui.

 

Panquecas de beterraba com recheio de ricota e espinafre

receita minha, adaptada desta aqui

 

Massa:

½ beterraba média, assada e fria (havia sobrado do almoço do dia anterior)

350ml de leite integral, temperatura ambiente – usei água + leite em pó

½ colher (chá) de sal

1 pitada de pimenta do reino moída na hora

1 ovo, temperatura ambiente

1 ¼ xícaras (175g) de farinha de trigo

1 colher (chá) de fermento em pó

 

Recheio:

1 dente de alho bem picadinho ou ralado

1 colher (sopa) de azeite

4 xícaras de espinafre (260g), somente as folhas (aperte na xícara na hora de medir)

sal e pimenta do reino moída na hora

1 pitada de noz-moscada ralada na hora

1 xícara (165g) de ricota – usei caseira, receita aqui (para esta quantidade de ricota, foram 600ml de leite)

½ xícara (35g) de mozarela amarela ralada grosseiramente

 

Molho:

¾ xícara de requeijão

3 colheres (sopa) de parmesão ralado fininho

 

Comece pela massa da panqueca: no liquidificador, junte a beterraba, o leite, a água, o sal, a pimenta, o ovo e o espinafre e bata até obter uma mistura homogênea. Junte a farinha e o fermento e bata novamente até misturar – talvez você precise ajudar o liquidificador com uma espátula, empurrando a farinha que ficar grudada nas laterais do copo. Faça isso sempre com o liquidificador desligado e com cuidado. Quando a massa estiver homogênea, deixe descansando em temperatura ambiente por 30 minutos – enquanto isso, faça o recheio.

Recheio: em uma frigideira antiaderente grande, aqueça o azeite em fogo médio e junte o alho. Refogue por 1 minuto apenas – não deixe o alho queimar, ou vai ficar amargo. Acrescente o espinafre e refogue, mexendo, até murchar. Tempere com sal, pimenta do reino e a noz-moscada. Desligue o fogo e deixe esfriar. Aperte o espinafre em uma peneira para remover o excesso de água. Incorpore a ricota e a mozarela.

Faça as panquecas: aqueça uma frigideira antiaderente em fogo médio. Derrame porções da massa no centro da frigideira e gire para que a massa cubra todo o fundo. Deixe cozinhar por alguns segundos, vire e cozinhe do outro lado por mais alguns segundos. Transfira para um prato e prossiga com o restante da massa – a minha frigideira tem 20cm de diâmetro e com ela a receita rende 18 panquecas. Se após o descanso a sua massa estiver espessa demais, junte um pouquinho de água e misture com a espátula.

Coloque porções do recheio - aproximadamente 2 colheres (sopa) – na ponta de cada panquequinha e enrole de maneira firme, formando um canudo. Transfira para um refratário. Cubra com o requeijão, salpique com o parmesão e leve ao forno por 20 minutos. Sirva imediatamente.

Rend.: 18 panquecas, usando uma frigideira de 20cm de diâmetro. O recheio desta receita é suficiente para as 10 panquecas; congelei as 8 restantes e servi outro dia, com outro recheio.

terça-feira, outubro 27, 2020

Pesto de espinafre e amêndoa e o meu sumiço

Pesto de espinafre e amêndoa

Queridas e queridos, como vocês estão?

Faz tempo que não dou as caras por aqui – ando bem ocupada com o trabalho (trabalhando muito, mas feliz!) e também tentando retomar os hábitos saudáveis de antes da pandemia. Voltei a me exercitar, em casa mesmo, e a frequência está tão boa que ando me sentindo a Madonna. :)

Não tem me sobrado muito tempo para fazer receitas novas ou para escrever aqui no blog.

Por outro lado, a newsletter continua firme e forte, e todas as sextas envio minha cartinha, escrita com amor e carinho – se você também quiser receber, clique aqui para se inscrever.

Tenho algumas poucas receitas antigas ainda guardadas, como o brownies que postei tempos atrás, e o molho de hoje: gosto demais de pesto, acho que combina bem com tanta coisa! Gosto de esparramar por aí, não só no macarrão: levanta o astral do frango e do peixe, vai bem na pizza, na bruschetta.

O pesto de hoje leva espinafre, que tem um sabor marcante, e um pouco de manjericão para equilibrar. Se não tiver amêndoa em casa, use nozes ou castanha de caju.

 

Pesto de espinafre e amêndoa

receita minha

 

- xícara medidora de 240ml

 

3 xícaras de espinafre – aperte as folhas na xícara na hora de medir

¼ xícara de folhas de manjericão – aperte as folhas na xícara na hora de medir

½ xícara de amêndoa, com ou sem pele

¾ xícara de parmesão ralado grosseiramente

1 dente de alho pequeno, picado

100ml de azeite de oliva extra virgem

sal e pimenta do reino moída na hora

Aqueça uma panela grande com água em fogo alto. Tenha pronta uma tigela com água fria e gelo. Quando a água da panela ferver, junte o espinafre e cozinhe apenas por alguns segundos, até que murche – com uma escumadeira, retire o espinafre da água fervente e transfira para a tigela com água gelada.

Escorra toda a água do espinafre e aperte-o em uma peneira, para extrair o excesso de água. Transfira para o liquidificador ou processador de alimentos. Junte os ingredientes restantes e pulse/processe até obter um molho homogêneo – se a mistura estiver espessa demais, junte um pouco de água fria, aos poucos, e vá batendo.

Despeje o pesto no macarrão e misture – ao preparar o macarrão, separe um pouco da água do cozimento e use-a para soltar o molho se ficar espesso demais depois de misturado ao macarrão.

Rend. 5 porções (500g de macarrão)

terça-feira, setembro 29, 2020

Brownies com farinha integral e macadâmia e saudades do pessoal do trabalho

Brownies com farinha integral e macadâmia

Não vou mentir para vocês: esta receita de hoje é antiga. Não fiz brownies nenhuma vez desde que a quarentena começou – o meu público alvo favorito para brownies são as pessoas do trabalho, que não vejo há mais de seis meses, a não ser por chamada de vídeo.

Era tão bom chegar com a vasilha ao escritório e ver a reação de todos: os olhinhos brilhando, “Pati, o que você trouxe de gostoso hoje?”, todo mundo correndo em direção ao tupperware e, em seguida, para a cafeteira, para acompanhar o brownie com um cafezinho.

Não sinto falta nenhuma do trânsito infernal de São Paulo, demorava séculos me deslocando de lá pra cá e daqui pra lá, mas tenho saudades de estar com todos no escritório, falar sobre trabalho e outros assuntos não-relacionados, rir, às vezes passar nervoso e segurar para não soltar um palavrão ao telefone. :)

Que venha logo a vacina para o Corona – quando estiver de volta no escritório vou mimar meus colegas com um montão de doces. :)

Estes brownies levam farinha integral e macadâmia e ficam altinhos, úmidos e saborosos. À época usei macadâmias porque havia um restinho no freezer que eu não queria perder, mas use a oleaginosa que preferir. Gosto muito de usar castanha de caju em brownies, acho que funcionam muito bem.

 

Brownies com farinha integral e macadâmia

receita minha

 

- xícara medidora de 240ml

 

230g de chocolate amargo, picadinho ou em gotas, uso dividido – usei um com 70% de cacau

200g de manteiga sem sal, temperatura ambiente e picada

1 ¼  xícaras (250g) de açúcar cristal ou refinado

3 ovos grandes, temperatura ambiente

1 colher (chá) de extrato de baunilha

60g de farinha de trigo

60g de farinha de trigo integral

¼ colher (chá) de sal

80g macadâmias, picadas grosseiramente – ou use a oleaginosa que preferir

 

Preaqueça o forno a 180°C. Unte levemente com manteiga uma forma de metal quadrada de 20cm*, forre-a com papel alumínio deixando sobras em dois lados opostos e unte o papel também.

Em uma tigela refratária grande, junte 150g do chocolate (reserve o restante) e a manteiga e leve ao banho-maria (em fogo baixo, sem deixar o fundo da tigela tocar a água) até que os ingredientes derretam. Retire do fogo e deixe esfriar. Acrescente o açúcar e misture com um batedor de arame. Junte os ovos, um a um, e misture bem com o batedor. Junte a baunilha.

Adicione a farinha de trigo, a farinha integral e o sal e incorpore-os usando uma espátula de silicone, misturando até obter uma massa homogênea. Incorpore as macadâmias e o restante do chocolate. Espalhe na forma preparada e alise a superfície. Asse por 20-22 minutos ou até que um palito inserido no centro do brownie saia com migalhas úmidas. Deixe esfriar completamente na forma sobre uma gradinha.

Corte em quadradinhos para servir.

*meus brownies ficaram bem altinhos; se preferir brownies mais fininhos, use uma forma quadrada de 23cm

Rend.: 16 unidades


quinta-feira, setembro 24, 2020

Bolo de iogurte, banana e avelã

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Bolo de iogurte, banana e avelã

Estou de volta com mais um bolinho delicioso e fácil de fazer, e novamente uma variação da receita do bolo de iogurte do Epicurious – realmente espero que vocês não estejam cansados desta receita, porque eu adoro e acho versátil demais!

Estava com vontade de fazer um bolo de banana, mas diferente das receitas que sempre faço e vejo por aí, em que as bananas vão para a massa do bolo amassadas. Lembrei do meu amado bolo de iogurte e maçã e decidi colocar as bananas em pedacinhos.

Para deixar o bolo mais úmido e interessante, substituí parte da farinha de trigo por farinha de avelã – comprei em uma promoção, pois a farinha estava para vencer, e guardei no freezer, como faço com todas as oleaginosas, para que não fiquem rançosas logo. A combinação de sabores ficou maravilhosa! Claro que você pode usar outras farinhas de oleaginosas, como castanha de caju, amêndoa ou amendoim – esta última deve ficar incrível com banana.

O bolo ficou muito saboroso, macio e úmido, os pedacinhos de banana assada no meio da massa do bolo ficaram deliciosos! O bolo entrou para a minha lista de favoritos: está agora empatado com o bolo de maçã. ;)

 

Bolo de iogurte, banana e avelã

um nadinha adaptado do Epicurious, de novo!

 

 - xícara medidora de 240ml

 

180g de farinha de trigo

45g de farinha de avelã – use a farinha de oleaginosa que preferir

2 colheres (chá) de fermento em pó

¼ colher (chá) de sal

½ colher (chá) de canela em pó

180g de açúcar, cristal ou refinado

¾ xícara (180g) de iogurte natural integral

½ xícara (120ml) de óleo vegetal – usei de canola

2 ovos grandes, temperatura ambiente

1 colher (sopa) de Frangelico – opcional

½ colher (chá) extrato de baunilha

2 bananas médias (120g cada pesadas ainda com a casca), descascadas e em cubinhos

 

Preaqueça o forno a 180°C. Pincele levemente com óleo uma forma de bolo inglês com capacidade para 6 xícaras de massa (1 litro e meio), forre com papel manteiga deixando sobras nos dois lados mais longos, formando “alças” que vão lhe ajudar a remover o bolo depois de assado. Pincele o papel com óleo também.

Em uma tigela média, misture com um batedor de arame a farinha de trigo, a farinha de avelã,  o fermento, o sal e a canela. Reserve.

Em uma tigela grande, junte o açúcar, o iogurte, o óleo, os ovos, o Frangelico e a baunilha misture usando um batedor de arame, até obter uma massa homogênea. Com uma espátula de silicone, incorpore os ingredientes secos – se a massa ficar muito engrumada, misture levemente com o batedor de arame, mas não bata demais para não desenvolver o glúten da farinha. Acrescente as bananas e misture.

Despeje a massa na forma preparada e alise a superfície. Asse por 50-55 minutos ou até que o bolo cresça e doure (faça o teste do palito). Deixe esfriar na forma sobre uma gradinha por 15 minutos, e então remova com cuidado da forma, usando o papel como guia. Transfira para a gradinha e deixe esfriar completamente.

O bolo pode ser guardado em um recipiente hermético por até 3 dias.

Rend.: 8 porções

sexta-feira, setembro 18, 2020

Cookies com gotas de chocolate e cranberries e sentimentos negativos

Cookies com gotas de chocolate e cranberries

Todo mundo diz que não devemos alimentar sentimentos ruins, mas eu não consigo evitar o  ódio diário que sinto por quem defecou 17 nas urnas: nosso país indo para o buraco, literalmente pegando fogo, me deixa ainda mais revoltada.

Além de estarem acabando com a nossa natureza, nossas plantas e animais, exterminando índios, temos também a crise econômica e os preços dos alimentos: a cada dia em que vamos ao mercado voltamos com menos produtos gastando mais dinheiro. A situação está crítica e piora constantemente. Muito se fala do preço do arroz, mas tudo está caríssimo: feijão, óleo, carne. Um tablete de manteiga, por exemplo, está custando 10 reais ou mais.

Mais do que nunca, tenho escolhido com cuidado o que preparar em casa, para não arriscar perder ingredientes. João queria cookies com chocolate e os biscoitos da Anna me pareceram maravilhosos no vídeo do Youtube – é gostoso vê-la cozinhar. A receita é, de fato, ótima, mas mudei um nadinha, já que não tinha nozes em casa. Congelei parte dos cookies já assados e garanti café da tarde gostoso por muitos dias.

 

Cookies com gotas de chocolate e cranberries

um nadinha adaptado dos lindos cookies da Anna Olson

 

- xícara medidora de 240ml

 

1 ¼ xícaras + 1 colher (sopa) - 185g – de farinha de trigo

1 colher (sopa) de amido de milho

½ colher (chá) de bicarbonato de sódio

1 pitada de noz-moscada ralada na hora

¼ colher (chá) de sal

½ cup (113g) de manteiga sem sal, temperatura ambiente

½ cup (88g) de açúcar mascavo claro – aperte na xícara na hora de medir

½ cup (100g) de açúcar cristal

1 colher (chá) de extrato de baunilha

1 ovo grande, temperatura ambiente

1 ½ xícaras (240g) de gotas de chocolate amargo ou meio-amargo

½ xícara (70g) de cranberries secas – se forem muito grandes, corte ao meio

 

Em uma tigela média, misture com um batedor de arame a farinha, o amido de milho, o bicarbonato, a noz-moscada e o sal. Reserve.

Na tigela da batedeira, bata a manteiga e os açúcares até obter um creme claro – raspe as laterais da tigela algumas vezes durante todo o preparo da receita. Junte a baunilha e o ovo e bata bem.

Com a batedeira desligada, acrescente os ingredientes secos reservados. Ligue a batedeira em velocidade baixa e misture apenas até obter uma massa. Acrescente as gotas de chocolate e asa cranberries e misture bem com uma espátula de silicone.

Faça bolinhas de massa usando 2 colheres (sopa) por biscoito e arrume em uma assadeira forrada com papel manteiga, colocando as bolinhas próximas umas das outras. Leve à geladeira por 2 horas – se não quiser assar todos os cookies, congele as bolinhas desta forma e quando estiverem bem durinhas transfira para um saco plástico.

Preaqueça o forno a 180°C. Forre duas assadeiras grandes e rasas com papel manteiga.

Arrume as bolinhas de massa nas assadeiras preparadas deixando 5cm de distância entre elas. Asse por aproximadamente 18 minutos ou até que os biscoitos dourem nas extremidades. Deixe esfriar nas assadeiras por 5 minutos e então deslize o papel com os biscoitos para uma gradinha e deixe esfriar completamente.

Rend.: cerca de 26 cookies

segunda-feira, setembro 14, 2020

Waffles integrais sabor pizza e férias bem diferentes

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Waffles integrais sabor pizza


Tirei alguns dias de férias em julho e foram férias muito diferentes de tantas outras que já tirei: de quarentena, fiquei em casa o tempo todo. Planejava voltar a Nova York esse ano, mas a pandemia não deixou. Não teve viagem, não teve passeio. Vi um filme por dia, alguns seriados, e cozinhei bastante. Fiz algumas arrumações nos meus livros, nos armários, tirei cochilos depois do almoço. Descansei.

Em uma das tardes vendo filmes me deu uma vontade doida de beliscar alguma coisinha, e eu tinha até feito bolo, mas queria mesmo algo salgado. Adaptei a minha receita de waffles de laranja e azeite e a transformei em waffles sabor pizza – adicionei um pouquinho de farinha integral para deixar a massa mais interessante e os waffles ficaram realmente muito gostosos. Divido com vocês hoje a receita.


Waffles integrais sabor pizza

receita minha, adaptada dos meus waffles de laranja e azeite de oliva

 

- xícara medidora de 240ml

 

100g farinha de trigo comum

75g de farinha de trigo integral

2 colheres (chá) de fermento em pó

1 pitada de sal

2 colheres (chá) de orégano seco

1 ovo grande

¼ xícara (60ml) de azeite de oliva extra virgem

¾ xícara (180ml) de leite integral, temperatura ambiente

1 xícara (70g) de mozarela ralada grosseiramente

2 colheres (sopa) de parmesão ralado fininho

 

Em uma tigela média, misture as farinhas, o fermento, o orégano e o sal com um batedor de arame. Reserve.

Em uma tigela pequena, misture com um batedor de arame o ovo, o azeite e o leite. Verta os líquidos sobre os ingredientes secos e misture somente até incorporar – não misture demais. Incorpore os queijos.

Preaqueça a máquina de waffle. Cozinhe porções de massa por vez, até que cada waffle doure - siga as instruções do fabricante. Sirva imediatamente.

 

Rend.: 5-6 waffles