terça-feira, julho 15, 2014

Cookies de aveia e castanha de caju e uma história do passado que poderia acontecer com alguém neste exato momento

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Cashew oatmeal cookies / Cookies de aveia e castanha de caju

Outro dia, enquanto preparava esses cookies, me lembrei de uma época da minha vida, ali no comecinho da adolescência, quando costumava folhear as revistas das primas mais velhas – elas sempre compravam a Capricho, alguém aí lembra? Eu me lembro de ler algo sobre Ana Paula Arósio e as mais de setenta capas de revista que ela estampara até então – ela tinha apenas quinze anos. Lindíssima, ela parecia um mulherão e era apenas dois anos mais velha do que eu.

Uma das perguntas que a entrevistadora fez a Ana Paula foi como ela conseguia ficar “em forma”, para o que a modelo respondeu aquela coisa óbvia de comer muitas frutas e verduras, e que gostava de coisas como banana com aveia e mel, porque “fazem bem para a saúde”. O meu cérebro de treze anos de idade capturou a informação imediatamente, apenas para se decepcionar segundos depois, já que eu, também, comia muitas frutas e verduras e eu, também, adorava banana com aveia e mel, mas eu não parecia a Ana Paula Arósio. Nem de longe. Eu era uma menina magra, mas não esquelética, era baixinha, e meu rosto e braços eram cobertos de sardas (ainda são, na verdade). Eu não usava roupas da moda e meu cabelo vivia em um rabo de cavalo. Eu não usava batom nem cílios postiços – nem peito eu tinha. Mas eu não sabia, na época, tudo o que há por trás de uma capa de revista, e eu achei que havia algo de muito errado comigo porque apesar de eu comer (e adorar) legumes e frutas eu não parecia uma modelo. :(

Tudo isso me passou pela cabeça enquanto assava esses cookies porque aveia é, sim, boa para a saúde, apesar de eu ter duvidado disso por um momento lá na adolescência. Aveia é uma delícia com banana e mel (e uma pitadinha de canela, hum!), ótima em granola e cookies.
Legumes e frutas são excelentes para a saúde, também, e são deliciosos, o que sempre ajuda. Por isso, continuemos comendo nossos verdinhos e nossos grãos para ficarmos saudáveis, tentando nos manter positivas e nos blindando de todo o lixo com o qual a mídia nos bombardeia todos os dias.

Cookies de aveia e castanha de caju
um nadinha adaptados da sempre linda Delicious Australia

- xícara medidora de 240ml

¾ xícara (110g) de farinha de trigo
½ colher (chá) de bicarbonato de sódio
1 pitada de sal
¼ colher (chá) de canela em pó
125g de manteiga sem sal, temperatura ambiente
¾ xícara (150g) de açúcar demerara
1 colher (chá) de extrato de baunilha
1 ovo
110g de aveia em flocos
150g de castanhas de caju torradas e salgadas, picadas grosseiramente

Pré-aqueça o forno a 180°C. Forre duas assadeiras grandes, de beiradas baixas, com papel manteiga.
Em uma tigela média, misture com um batedor de arame a farinha, o bicarbonato, a canela e o sal.
Na batedeira, bata a manteiga e o açúcar até obter um creme claro. Junte a baunilha, batendo, seguida do ovo, e bata para incorporar. Raspe as laterais da tigela ocasionalmente. Em velocidade baixa, acrescente a mistura de farinha e a aveia, e bata somente até incorporar. Incorpore as castanhas.
Coloque porções de 2 colheres (sopa) niveladas de massa por biscoito nas assadeiras deixando 5cm de distância entre uma e outra. Asse por 13-15 minutos ou até que dourem nas extremidades. Deixe esfriar nas assadeiras por 2 minutos, e então deslize o papel com os biscoitos para uma gradinha e deixe esfriar.

Rend.: cerca de 22 unidades

segunda-feira, julho 14, 2014

Bolo de coco e azeite de oliva

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Coconut olive oil cake / Bolo de coco e azeite de oliva

Estas últimas semanas, em que tenho experimentado com o meu baking e adicionado mais legumes e verduras ao cardápio, tem sido bem divertidas: conforme você começa a provar coisas novas (com resultados bons e ruins, afinal de contas é a vida) é como se lhe tirassem uma venda dos olhos – dá vontade de descobrir mais e mais.

É muito bom abrir a geladeira e saber que está a momentos de uma refeição gostosa e saudável; É ótimo ver uma abobrinha e um pouco de queijo transformados em bolinhos (que ficaram uma delícia com algumas gotinhas de Tabasco), ou fazer um molho gostoso com berinjela, tomate, pimentão e ricota enquanto o macarrão cozinha em uma panelona de água salgada. Eu costumava torcer o nariz para macarrão integral, mas depois de comprar o linguine integral da Di Cecco e prepará-lo duas vezes com dois molhos diferentes cheguei à conclusão de que as minhas péssimas experiências passadas com o ingrediente foram causadas por massa de má qualidade ou receitas ruins.

Sair da zona de conforto é bom.

Como o meu estoque de manteiga estava baixo e eu precisava dos 100g restantes para fazer biscoitos (mais sobre isso em breve), decidi fazer o bolo que tinha em mente usando azeite e óleo de canola, mesmo, e o resultado foi um bolo macio e saboroso – sem cobertura, sem frescurites, apenas um bolo simples, bom para acompanhar um café fresquinho (eu comi a minha fatia com uma taça de vinho, pois para ver a patética seleção brasileira passar dois vexames em seguida só com álcool, mesmo).

Coconut olive oil cake / Bolo de coco e azeite de oliva


Bolo de coco e azeite de oliva
um tiquinho adaptado do delicioso Under the Walnut Tree: 400 Recipes Inspired by Seasonal Ingredients

- xícara medidora de 240m

4 ovos médios*
¾ xícara (150g) de açúcar cristal
1 colher (chá) de extrato de baunilha
raspas da casca + o suco de 1 limão taiti grande
1 xícara (100g) de coco ralado sem açúcar
100ml de azeite de oliva extra-virgem
50ml de óleo de canola
120g de farinha de trigo
1 colher (chá) de fermento em pó
1 pitada de sal

Pré-aqueça o forno a 180°C. Unte levemente com óleo uma forma redonda de 20cm de diâmetro, forre o fundo com um círculo de papel manteiga e pincele o papel com óleo também.
Na batedeira, bata os ovos, o açúcar e a baunilha até obter um creme claro e espesso. Com uma espátula de silicone, incorpore as raspas e o suco de limão, o coco, o óleo de canola e o azeite. Peneire a farinha, o fermento e o sal sobre a mistura e incorpore. Despeje na forma preparada e asse por cerca de 40 minutos ou até que o bolo cresça e doure (faça o teste do palito). Deixe esfriar na forma, sobre uma gradinha. Desenforme, retire o papel com cuidado e transfira para um prato de servir.

* eu só tinha ovos do tipo grande em casa, por isso escolhi os quatro menores da embalagem para usar nesta receita

Rend.: 8-10 porções

sábado, julho 12, 2014

Peixe assado com batatas e salsa verde - o forno como aliado

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Baked fish with salsa verde and potatoes / Peixe assado com batatas e salsa verde

Apesar do meu amor por peixe eu não como tanto quanto deveria ou gostaria, o que é uma pena – se minha mãe estivesse por aqui ela ficaria bem brava comigo. Quando meu irmão e eu éramos pequenos ela fazia questão de que comêssemos peixe pelo menos uma vez por semana – minha mãe era natureba, mais de trinta anos antes de isso virar modinha. :D

O meu jeito preferido de comer peixe era passado pelo fubá e frito – só de pensar já fico com água na boca. Crocante por fora e macio por dentro, provavelmente era o meu prato preferido quando acompanhado de salada de tomate simples (com bastante limão) e arroz fresquinho – super simples, porém delicioso, especialmente quando feito por minha mãe. <3 Hoje em dia, entretanto, raramente frito alguma coisa: além da preocupação com a saúde, moro em um apartamento pequeno e não quero todos os tecidos da casa (ou o meu cabelo) cheirando a fritura. :P Portanto, o forno é sempre um bom aliado – eu não o uso apenas para doces, ok? :D


Esta receita é muito, muito simples: filés de peixe assados sobre uma caminha de batatas. Nada demais, vocês podem achar, e eu achei isso também, até provar a salsa verde: nunca provara esse molho antes e gente, como é gostoso – transformou um prato simples em algo especial e bem saboroso.



Espero que experimentem este peixinho – se “saudável” e “delicioso” ainda não os convenceram, o prato também é rápido e fácil de fazer. :D



Peixe assado com batatas e salsa verde
um nadinha adaptado da sempre fantástica revista Delicious Australia

300g de batatas pequenas e cerosas, em fatias bem fininhas (melhor se cortadas na mandolina) – usei Asterix
2 colheres (sopa) de azeite de oliva extra-virgem
sal e pimenta do reino moída na hora
1 limão siciliano, em fatias bem fininhas
1 punhado de folhas de orégano fresco
4 filés de peixe de carne firme, 120g cada – usei linguado

Salsa verde:
¼ xícara (60ml) de azeite de oliva extra-virgem
1 dente de alho pequeno
½ xícara de folhas de salsinha
½ xícara de folhas de manjericão
2 colheres (sopa) de alcaparras, enxaguadas e drenadas
raspas da casca de 1 limão siciliano
sal e pimenta do reino moída na hora

Pré-aqueça o forno a 200°C. Em uma tigela grande, misture as batatas, as fatias de limão, o orégano e o azeite, tempere com sal e pimenta e espalhe, em uma camada única, em uma assadeira de 20x30cm levemente untada com azeite. Asse por 20-25 minutos ou até que as batatas comecem a dourar.
Enquanto isso, faça a salsa verde: em um processador de alimentos, processe o alho, a salsinha, o manjericão, as alcaparras e as raspas de limão até tudo ficar bem picadinho. Com o processador ligado, vá acrescentando o azeite e processe até obter um molho. Transfira para uma tigela, tempere com sal e pimenta e reserve.
Retire a assadeira do forno e arrume os filés de peixe sobre as batatas. Tempere com sal e pimenta e coloque uma fatia de limão (das que estão na assadeira) sobre cada filé. Volte ao forno por mais 8-10 minutos ou até o peixe estar cozido.
Sirva com a salsa verde.

Rend.: 2 porções

sexta-feira, julho 11, 2014

Barrinhas de toranja (sem glúten) e as indicações ao Emmy

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Grapefruit bars / Barrinhas de toranja

Antes da minha retomada dos seriados eu não dava muita bola para o Emmy e só focava na parte de cinema do Globo de Ouro – como eu não estava acompanhando nada de TV, não tinha muito como torcer ou saber se as indicações e as vitórias eram merecidas ou não. Agora, fico ligada quando saem as indicações e fico feliz ou irritada com quem leva os prêmios para casa – ou me dou por satisfeita com qualquer resultado quando todo mundo concorrendo merece ganhar. :)

Vendo as indicações para o Emmy deste ano, achei parte justa e senti falta de algumas pessoas: substituiria Jon Hamm e Jeff Daniels por Michael Sheen e Liev Schreiber (com uma dor enorme no coração por ter de deixar James Spader de fora) e riscaria Christina Hendricks da lista (não entendi patavinas essa indicação). Adorei ver Lizzy Caplan na lista, merecidíssima a indicação. “Breaking Bad” aparece em peso, para minha alegria, idem para “House of Cards” (vai, Robin!).

(nota mental: assistir a “The Normal Heart”)

Não tenho visto comédias, mas como gosto muito de William H. Macy e Ricky Gervais minha torcida vai para eles.

Como lhes disse outro dia, não tenho problema nenhum em consumir glúten e por isso não penso em levar uma vida gluten free, mas qual é o problema de variar de vez em quando, não é? Estas barrinhas ficaram uma delícia com a farinha de amêndoa no lugar da de trigo, o sabor combinou perfeitamente com o cítrico do recheio e a textura ficou parecida com a de um pudim mais firminho – caso queiram fazê-las como na receita original, é só substituir a farinha de amêndoa por farinha de trigo, tanto na base quanto no recheio, nas mesmas quantidades.

Grapefruit bars / Barrinhas de toranja


Barrinhas de toranja
um nadinha adaptadas do delicioso Wintersweet: Seasonal Desserts to Warm the Home

- xícara medidora de 240ml

Base:
85g de manteiga sem sal, temperatura ambiente
30g de açúcar de confeiteiro, peneirado
140g de farinha de amêndoa
2 colheres (sopa) de amido de milho, peneirado (meça, depois peneire)
1 pitada de sal

Recheio:
raspas da casca de 2 toranjas
¾ xícara (150g) de açúcar cristal
3 ovos grandes, batidos com um garfo
¾ xícara (180ml) de suco de toranja
1 colher (chá) de extrato de baunilha
3 colheres (sopa) de farinha de amêndoa
açúcar de confeiteiro, para polvilhar

Pré-aqueça o forno a 180°C. Unte levemente com manteiga uma forma quadrada de 20cm, forre-a com papel alumínio deixando sobras em dois lados opostos, formando “alças” e unte o papel também.
Base: na batedeira, bata a manteiga e o açúcar até obter um creme. Raspe as laterais da tigela, junte a farinha de amêndoa, o amido de milho e o sal. Misture em velocidade baixa por 2-3 minutos ou somente até que a massa comece a embolar – pare quando ao apertar a mistura entre os dedos uma massa se formar. Aperte a mistura no fundo da forma e asse por 18-22 minutos ou até que doure levemente nas extremidades

Recheio: em uma tigela média, esfregue as raspas de toranja e o açúcar com as pontas dos dedos até o açúcar ficar úmido e perfumado. Junte os ovos e misture bem usando um batedor de arame. Junte o suco, a baunilha e a farinha de amêndoa e misture com o mesmo batedor. Derrame o recheio sobre a base quente e volte ao forno por mais 15-20 minutos ou somente até firmar. Deixe esfriar completamente na forma, sobre uma gradinha. Polvilhe com açúcar de confeiteiro e corte em quadradinhos para servir – as barrinhas são bem molinhas, por isso retire-as com cuidado da forma (usei uma com fundo removível, foi mais fácil para desenformar).
As barrinhas podem ser guardadas em um recipiente hermético, em temperatura ambiente, por 2-3 dias, e ficam deliciosas geladinhas, também.

Rend.: 16 unidades

quinta-feira, julho 10, 2014

Sopa de alho-poró, batata e cenoura, ou a "minha sopa", de acordo com o marido

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Leek, carrot and potato soup / Sopa de alho-poró, batata e cenoura

Sopas e inverno formam um par perfeito, não? Faço sopas com frequência nos meses mais frios e geralmente preparo uma porção generosa, assim já temos o jantar garantido para dois dias. Já percebi que a maioria das sopas – a de hoje, inclusa – fica mais gostosa depois de “curtir” de um dia para o outro, mais uma razão para fazer logo uma panelada. :)

Quando o assunto é comida adoro variar e com sopas não é diferente, mas esta aqui é a sopa favorita do meu marido: quando ele diz “faz a sua sopa hoje?” eu sei que ele se refere a esta sopinha de legumes que faço desde que me entendo por gente. Já a fiz de diversas maneiras, com e sem o alho-poró (só com cebola e alho), com abóbora paulista também, com e sem o macarrãozinho ou trocando este por arroz, o que vocês puderem imaginar. O orégano fresco é uma descoberta recente: sempre usara só salsinha, e depois de usar o orégano apenas porque o macinho estava estragando na geladeira ele se tornou um ingrediente indispensável na sopa – dá um sabor maravilhoso.

É uma receita simples, porém versátil, e vocês podem ajustá-la à vontade, criando assim as suas sopas. Usei manteiga porque não resisto a usar o ingrediente com alho-poró, mas podem omiti-la para uma versão vegana.

Lá em casa adoramos um bom pão cascudo para acompanhar esta sopinha, mas seria um crime eu não lhes sugerir o queijo-quente da Barbara Lynch. :)

Sopa de alho-poró, batata e cenoura
criação minha

1 colher (sopa) de manteiga sem sal
½ colher (sopa) de azeite
1 alho-poró, somente a parte clara, picado
½ cebola grande, picadinha
2 dentes de alho graúdos, amassados e picadinhos
2 tomates maduros, sem as sementes, picadinhos
3 cenouras em cubinhos
3 batatas em cubinhos
água fervente o suficiente para cobrir os legumes
sal e pimenta do reino moída na hora
1 punhado de folhas de orégano fresco
1 punhado de folhas de salsinha picadas
1 xícara de macarrãozinho miúdo (tipo Ave-Maria) cozido

Aqueça o azeite em uma panela grande em fogo médio-alto. Acrescente o alho-poró e a cebola e refogue, mexendo de vez em quando, até que fiquem transparentes. Junte o alho e refogue até perfumar. Acrescente os tomates e uma pitada de sal e refogue até que eles comecem a murchar. Junte as cenouras e as batatas e misture. Cubra com água fervente e tempere com sal e pimenta. Quando a sopa começar a ferver, abaixe o fogo, cubra parcialmente e cozinhe até que os legumes estejam macios, 10-15 minutos.
Com um mixer, bata a sopa por alguns minutos – a textura tem de ficar meio cremosa, meio pedaçuda. Acrescente o orégano e a salsinha e cheque o tempero.
Divida o macarrão entre as tigelas e cubra com a sopa. Sirva.

* ao ser colocado na sopa, o macarrão não para de inchar, por isso eu o cozinho separadamente e o adiciono apenas às tigelinhas na hora de servir (e não à sopa toda)

Rend.: 4 porções

terça-feira, julho 08, 2014

Bolo de maçã e azeite de oliva e coisas que funcionam

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Apple olive oil cake / Bolo de maçã e azeite de oliva

O segundo trailer de “Garota Exemplar” foi lançado e é fantástico: dá mesmo para contar com David Fincher para criar um clima sombrio em um trailer de dois minutos, e se eu já estava ansiosa pelo filme agora quero que outubro chegue logo. :D

Não gostei muito da escolha de Ben Affleck para interpretar Nick Dunne – vamos esperar para ver o que acontece – mas, por outro lado, impossível haver alguém mais perfeito para dar vida a Desi Collings do que Neil Patrick Harris! \0/

A trilha sonora se encaixa direitinho na atmosfera do trailer e ao final pude ler que Trent Reznor e Atticus Ross são os responsáveis por ela – estes dois já criaram duas trilhas geniais e inovadoras (e merecidamente levaram para casa o Oscar por “A Rede Social”). Coisa boa eles estarem trabalhando novamente com Fincher – que combo maravilhoso. E da mesma forma que Fincher escolheu novamente Reznor e Ross para outro trabalho porque tem certeza de que a parceria funciona, estou novamente usando azeite de oliva nos meus doces.

Depois do sucesso que foi o bolo de laranja e azeite – duas colegas me disseram que fizeram o bolo e que adoraram – fiquei bem animada quando vi um bolo de maçã e azeite no lindo livro de Anna Jones. Sem pensar muito, foi a primeira receita do livro que provei e o resultado foi um bolo saboroso, macio e úmido, com um toque gostoso de especiarias. Realmente bom. Este bolo não tem lactose e pode ser feito com farinha espelta – como não a encontro por aqui (uma pena), usei farinha de trigo comum.

Bolo de maçã e azeite de oliva
um tiquinho adaptado do sensacional A Modern Way to Eat: Over 200 Satisfying, Everyday Vegetarian Recipes (That Will Make You Feel Amazing)

250g de farinha de trigo
1 colher (chá) de canela em pó
1 pitada de pimenta-da-jamaica moída
1 colher (chá) de fermento em pó
1 colher (chá) de bicarbonato de sódio
1 pitada de sal
1 colher (sopa) de mel
150g de açúcar mascavo claro
2 ovos grandes
150ml de azeite de oliva extra-virgem
1 colher (chá) de extrato de baunilha
2 maçãs Granny Smith
1 punhado de amêndoas em lascas

Pré-aqueça o forno a 180°C. Unte levemente com óleo uma forma de bolo inglês de 20x10cm, forre com papel manteiga e unte levemente o papel também.
Em uma tigela média, peneire a farinha, a canela, a pimenta-da-jamaica, o fermento, o bicarbonato e o sal.
Em uma tigela grande, misture o mel, o açúcar, os ovos, o azeite e a baunilha até homogeneizar. Acrescente os ingredientes secos reservados e misture novamente até obter uma massa espessa. Rale as maçãs (com casca e tudo) e junte à mistura, misturando bem. Transfira a massa para a forma preparada, alise a superfície e salpique com as amêndoas.
Asse por 45-50 minutos ou até que o bolo cresça e doure (faça o teste do palito). Deixe esfriar na forma, sobre uma gradinha, por 10 minutos, e então desenforme com cuidado, transferindo o bolo para a gradinha. Deixe esfriar completamente e retire o papel.

Rend.: 8-10 porções

segunda-feira, julho 07, 2014

Empanadas de palmito - delícia de petisco para os jogos da Copa

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Hearts of palm empanadas / Empanadas de palmito

A Copa está sendo bem divertida e já tivemos vários jogaços – aposto que os fãs de futebol pelo mundo tem roído as unhas como se não houvesse amanhã. :)

Para evitar que isso aconteça, é uma boa ideia ter algo para beliscar durante as partidas – eu sempre quis fazer empanadas e elas me pareceram perfeitas para a ocasião, mas como já tinha feito esfihas semanas antes não estava a fim de comer mais carne. Portanto, misturei Argentina e Brasil e recheei as empanadas com palmito, fazendo-as vegetarianas e deliciosas – os dois países juntos dentro do campo são algo perigoso, mas a combinação funcionou lindamente na minha cozinha. :D

Inspiradas nestas empanadas lindas usei um cortador de 10cm de diâmetro e as minhas empanadas ficaram pequeninas e bonitinhas – vocês podem fazê-las maiores, se quiserem, mas no final não importa: elas foram um belisquete perfeito para os jogos e combinaram muito bem com algumas cervejas geladas. ;)

Empanadas de palmito
inspiração daqui, massa do Epicurious, recheio criação minha

- xícara medidora de 240ml

Massa:
215g de farinha de trigo
100g de farinha de trigo integral
1 ½ colheres (chá) de sal
½ xícara (113g) de manteiga sem sal, gelada e em cubinhos de pouco mais de 1cm
1 ovo grande
1/3 (80ml) de água gelada
1 colher (sopa) de vinagre de vinho branco

Recheio:
½ colher (sopa) de azeite de oliva
½ cebola bem picadinha
1 dente de alho gordinho, amassado e picadinho
300g de palmito picado
sal e pimento do reino moída na hora
2 ½ colheres (sopa) de água fervente
¼ xícara de folhas de salsinha, picadinhas – meça, depois pique

Para pincelar:
1 ovo + ½ colher (chá) de água, levemente batidos com um garfo

Comece pela massa: peneire as farinhas e o sal em uma tigela grande e junte a manteiga, misturando com as pontas dos dedos até obter uma farofa grossa. Em um potinho, bata juntos com um garfo o ovo, a água e o vinagre. Adicione aos ingredientes secos, mexendo com um garfo, até que uma massa comece a se formar – a massa vai parecer despedaçada, mas ao sovar ela se forma. Eu fiz a massa no processador de alimentos e foi fácil e rápido.

Transfira a mistura para uma superfície levemente enfarinhada e junte a massa com as mãos, sovando levemente, apenas o suficiente para que a massa se forme. Molde-a em um retângulo, embrulhe em filme plástico e leve à geladeira por pelo menos 1 hora.

Recheio: aqueça o azeite em uma panela média em fogo algo. Junte a cebola e cozinhe até ficar transparente. Junte o alho e refogue até perfumar. Junte o palmito, tempere com sal e pimenta, junte a água, cubra e cozinha em fogo médio por 2-3 minutos ou até que a água seja absorvida. Junte a salsinha, misture, retire do fogo e deixe esfriar completamente.

Pré-aqueça o forno a 200°C. Forre duas assadeiras grandes, de beiradas baixas, com papel manteiga.
Retire a massa da geladeira e abra com um rolo até que fique com aproximadamente 6mm de espessura. Corte círculos de 10cm de diâmetro com a massa e coloque cerca de ½ colher (sopa) de recheio em cada um. Dobre a massa, formando uma meia-lua, e aperte bem as pontas para selar o recheio. Transfira para a assadeira preparada.
Quando terminar de formatar todas as empanadas, pincele-as com o ovo batido e leve ao forno por 25-30 minutos ou até dourarem.

Rend.: 22 unidades


sexta-feira, julho 04, 2014

Bolo de chocolate e sour cream com ganache de chocolate branco caramelizado para soprar 8 velinhas

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Sour cream-chocolate cake with caramelized white chocolate frosting / Bolo de chocolate e sour cream com ganache de chocolate branco caramelizado

Sou tão previsível, gente. Demais, mesmo. :)

Como lhes contei semana passada, coloquei os mafiosos e as gangues de lado por um momento e comecei a assistir a “Downton Abbey” – achei que uma folga dos bandidos seria bem-vinda. Aparentemente, eu estava errada: depois de passar um tempo em 1912, voltei correndo para os braços de Tony. :)

No início pensei que o ritmo de “Downton Abbey” fosse o problema, achei a série super parada. Depois, pensando melhor, me toquei de que “Rectify”, por exemplo, tem um ritmo muito próprio e isso nunca me incomodou – pelo contrário, é um dos fatores que fazem o seriado ser tão sensacional. Então ainda estou aqui tentando entender o porquê de DA não ser muito a minha cara – e enquanto faço isso, preciso colocar em dia as minhas sessões de “Hannibal”. :D

Estão vendo? Eu lhes disse que sou previsível – estou de volta ao crime. :) Mas pelo menos algo tem de ser doce, certo? Especialmente quando há algo a ser comemorado. Hoje lhes trago esse bolo maravilhoso para celebrar os oito anos deste blog. Um bolo de chocolate muito macio com uma ganache feita de algo que eu ainda não provara: chocolate branco caramelizado. Adorei a ganache não somente por ser deliciosa, mas também por ser feito de uma forma bem curiosa: o chocolate branco é caramelizado no forno – quando li a receita, não fiquei muito confiante de que daria certo, mas decidi tentar já que lera sobre isso em outro livro. Funcionou, sim – ufa! – e lhes garanto que quem fizer ficará feliz da vida em raspar a tigela depois de montar o bolo. :D

Agradeço a companhia de vocês ao longo destes oito anos – obrigada pelos comentários, pelos emails e pelo carinho. <3

Bolo de chocolate e sour cream com ganache de chocolate branco caramelizado
bolo adaptado do fantástico Sky High, recheio/cobertura do livro mais lindo que tenho

Bolo:
185g de farinha de trigo
300g de açúcar cristal
45g de cacau em pó, sem adição de açúcar (de preferência alcalinizado)
1 ½ colher (chá) de bicarbonato de sódio
¼ colher (chá) de sal
2/3 xícara (160ml) de óleo de canola
2/3 xícara de creme azedo (sour cream)*
1 xícara (240ml) de água
1 ½ colheres (sopa) de vinagre de vinho branco
1 colher (chá) de extrato de baunilha
2 ovos pequenos

Recheio/cobertura:
450g de chocolate branco picadinho
¾ xícara (180ml) de creme de leite fresco

Pré-aqueça o forno a 180°C. Unte com manteiga duas formas redondas de 20cm, forre os fundos delas com círculos de papel manteiga e unte o papel também.
Bolo: peneire a farinha, o açúcar, o cacau, o bicarbonato e o sal em uma tigela grande e misture com um batedor de arame. Acrescente o óleo e o sour cream e misture para incorporar. Aos poucos, vá juntando a água e batendo. Junte o vinagre e a baunilha. Adicione os ovos e misture até incorporar bem. Raspe os lados e o fundo da tigela. Divida a massa entre as formas preparadas.
Asse por 25-35 minutos ou até que os bolos cresçam (faça o teste do palito). Retire do forno e deixe esfriar completamente nas formas sobre uma gradinha.

Ganache: pré-aqueça o forno a 160°C. Forre uma assadeira grande, de beiradas baixas, com papel alumínio e espalhe sobre ele o chocolate branco. Leve ao forno por 8-10 minutos ou até que fique com cor de caramelo claro (um bege claro). Enquanto isso, aqueça o creme de leite em uma panela média até ficar bem quente (não deixe ferver). Junte o chocolate e misture até derreter (se for preciso, leve a mistura ao fogo baixo, mexendo, por alguns segundos). Passe o creme por uma peneira fina e aperte bem os sólidos, raspando a peneira por baixo. Descarte os sólidos. Deixe o ganache chegar à temperatura ambiente, cubra e leve à geladeira por 30 minutos ou até ficar com uma consistência boa para espalhar.

Montagem do bolo: segui a dica preciosa da Deb e leve os bolos ao freezer por 30 minutos antes da montagem – o bolo é extremamente macio e por isso ficaria difícil montar. Coloque um dos bolos em um prato grande com o lado retinho para cima e espalhe cerca de metade do ganache sobre ele. Cubra com o outro bolo (também com o lado retinho para cima) e espalhe o restante do ganache sobre o topo do bolo – é um naked cake (modinha hoje em dia, né?), por isso a cobertura vai somente no topo e não nas laterais.

* creme azedo (sour cream) caseiro: para preparar 1 xícara de creme azedo, misture 1 xícara (240ml) de creme de leite fresco com 2-3 colheres (chá) de suco de limão ou limão siciliano em uma tigela. Vá mexendo até que comece a engrossar. Cubra com filme plástico e deixe em temperatura ambiente por 1 hora ou até que engrosse um pouco mais (geralmente faço o meu na noite anterior e deixo sobre a pia – com exceção de noites extremamente quentes – coberto com filme plástico; na manhã seguinte a mistura fica bem cremosa – leve à geladeira para ficar mais espessa ainda)

Rend.: 8-10 porções

quinta-feira, julho 03, 2014

Barrinhas de centeio de geleia - garrando amor na farinha de centeio

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Jam and rye crumble bars / Barrinhas de centeio e geleia

Sobrou cerveja do bolo espetacular da Nigella e comecei a procurar por uma receita boa para usá-la. Congelei parte da cerveja para usar outro dia e parte foi transformada em um pão de centeio. Saboroso, foi alegremente devorado por nós em forma de sanduíches abertos – misturei Brasil e Escandinávia e fiz os sanduíches com palmito e queijo. Extremamente simples, mas tão, tão gostosos.

Gostei tanto do pão que não via a hora de usar a farinha de centeio novamente, e foi uma revelação usá-la em outras coisas que não pães – já tinha visto as receitas, mas não as tinha experimentado. Nestas barrinhas, por exemplo, a farinha dá uma profundidade de sabor bem interessante, sem contar que combinou lindamente com os sabores de geleia que usei – misturei damasco e laranja porque não tinha 1 xícara de nenhuma das duas para usar na receita, e acabou dando super certo. E já que eu usaria geleia de laranja, acrescentei as raspas da casca de uma laranja à cobertura, e vocês não imaginam o quão perfumada ficou a minha cozinha enquanto as barrinhas estavam no forno.

Ainda tenho um pouco de farinha de centeio na geladeira e diversas ideias na minha cabeça por causa das receitas que vi, como usar o ingrediente em bolos e tortas. Uma adição fantástica ao meu repertório – e tudo começou com um simples, porém delicioso pão.

Barrinhas de centeio de geleia
um tiquinho adaptadas do sensacional Good to the Grain: Baking with Whole-Grain Flours

- xícara medidora de 240ml

Base:
55g de farinha de centeio
105g de farinha de trigo
40g de açúcar mascavo claro
1 pitada de sal
75g de manteiga sem sal, derretida e fria
¼ colher (chá) de extrato de baunilha

Cobertura crumble:
70g de aveia em flocos
2 colheres (sopa) de açúcar mascavo claro – aperte-o na colher na hora de medir
40g de farinha de centeio
25g de farinha de trigo
1 ½ colheres (sopa) de açúcar cristal
1/8 colher (chá) de sal
raspas da casca de 1 laranja
55g de manteiga sem sal, derretida e fria
1 xícara de geleia – usei ½ xícara de damasco mistura com ½ xícara de laranja

Pré-aqueça o forno a 160°C – você vai assar as barrinhas no centro dele. Unte com manteiga uma forma quadrada de 20cm, forre-a com papel alumínio deixando sobras em dois lados opostos, formando “alças”, e unte o papel também.

Base: em uma tigela grande, misture com um batedor de arame as farinhas, o açúcar e o sal. Junte a manteiga e a baunilha e misture até combinar tudo. Pressione a massa no fundo da forma preparada e leve ao freezer por 30 minutos.

Cobertura: coloque a aveia, o açúcar mascavo, as farinhas, o açúcar cristal, o sal e as raspas de laranja no processador de alimentos e processe até que a aveia esteja parcialmente moída, cerca de 5 segundos. Transfira a mistura para uma tigela grande e junte a manteiga, misturando com as mãos e apertando, formando uma farofa grossa com alguns carocinhos maiores. Reserve.
Asse a base da receita até que doure bem e fique firme ao toque, cerca de 30 minutos. Retire do forno e aumente a temperatura para 180°C.
Espalhe a geleia na base das barrinhas e salpique com a cobertura de aveia. Asse por cerca de 35 minutos ou até que o topo esteja dourado. Deixe esfriar completamente na forma sobre uma gradinha. Corte em quadradinhos para servir.
As barrinhas podem ser guardadas em um recipiente hermético por até 2 dias.

Rend.: 16 unidades

terça-feira, julho 01, 2014

Waffles de churros para minha irmã

English version

Churros waffles / Waffles de churros

Às vezes vejo fotos de minha irmã quando era pequenininha e meus olhos ficam meio marejados – sinto falta daqueles dias, ela era uma criança esperta e divertida, era tão bom estar perto dela. Adoro lhe contar as coisas engraçadas que ela dizia e fazia naquela época, as brincadeiras de que ela gostava, as roupas que gostava de usar – como a camisetinha de cachorrinho que lhe dei por volta dos dois anos de idade e que ela queria usar todo santo dia, para desespero de sua mãe – e o que gostava de comer. Ela nunca foi enjoada: gostava tanto de salada quanto de sorvete, de morangos e de bolo de chocolate, e devorava um pratão de macarrão ou arroz com feijão como gente grande.


O gosto dela mudou com os anos, naturalmente – ela ainda adora morangos e bolo de chocolate, mas já não come bacon. Ainda assim, sempre fico com o coração quentinho quando vejo que a maioria das coisas que ela adora são as coisas que eu adoro. Ela poderia ter se tornado enjoadinha como meu irmão, mas ela se aventura muito mais, sempre provando coisas novas como tacos, chilli con carne e guacamole, sushi e sashimi. Há momentos em que vejo um pouco de mim nela, e isso me deixa realmente feliz. <3

Nós duas amamos churros e de vez em quando dividimos uma porção dessas delícias, por isso, quando ela veio para mais uma sessão de Super Mario, eu lhe disse que faria waffles com sabor de churros – ela ficou bem animada com a ideia (e eu também). :)


Estes waffles são perfeitos para matar aquela vontade de comer churros sem o incômodo da fritura (e também são ótimos para agradar irmãs). :D


Waffles de churros
um nadinha adaptados do Richie, que pegou do Vitor Hugo

- xícara medidora de 240ml

Para envolver os waffles:
manteiga derretida
½ xícara (50g) de açúcar cristal
½ colher (chá) de canela em pó (ou a gosto)
doce de leite

Waffles:
1 xícara (140g) de farinha de trigo
35g de amido de milho
2 colheres (sopa) de açúcar cristal
½ colher (sopa) de fermento em pó
1 pitada de sal
200ml de leite integral, temperatura ambiente
2 colheres de sopa (28g) de manteiga sem sal, derretida e fria
1 ovo grande, clara e gema separadas
1 colher (chá) de extrato de baunilha

Em um prato raso, misture o açúcar e a canela. Reserve.

Waffles: em uma tigela grande, misture com um batedor de arame a farinha, o amido, o açúcar, o fermento em pó e o sal.
Em outra tigela misture o leite, a manteiga derretida, a gema e a baunilha.
Em outra tigelinha bata a clara em neve até obter picos firmes.
Misture os líquidos aos secos, mexendo bem para desfazer os grumos. Por fim adicione a clara em neve e misture com uma colher com movimentos de baixo para cima, sem bater, só para incorporar.
Distribua colheradas dessa massa na máquina ou ferro de waffles quente, conforme indicação do fabricante.

Quando os waffles estiverem prontos, pincele-os com a manteiga derretida e passe pelo açúcar com canela. Sirva com o doce de leite.

Rend.: 4 waffles