quinta-feira, maio 14, 2020

Crumble de maçã com fubá e laranja e meus hábitos alimentares durante a quarentena

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Crumble de maçã com fubá e laranja / Apple crumble with corn flour and orange

Não sei vocês, mas nesta quarentena meus hábitos alimentares tem variado bastante: café da manhã com pão integral caseiro integral e fruta, seguido de almoço também caseiro, o combo do sucesso arroz + feijão acompanhado de vegetais, às vezes carne ou frango (geralmente uma vez por semana, duas no máximo). Chega no jantar... minha força de vontade geralmente se esvai.

Há dias em que faço sopa, há dias em que faço salada caprichada com leguminosas e ovo cozido, mas também há dias em que só quero saber de comer comida que me abraça por dentro: é quando caio na pizza (caseira, porque o medo de ir buscar a pizza na portaria do prédio é maior do que a vontade de comê-la), no pão com tábua de frios e vinho. Se vem avocado na cesta orgânica o jantar é guacamole. E sem contar tudo isso, a vontade de comer doce anda ENORME: algo que acontecia antes somente na TPM se tornou quase que diário.

Nas poucas vezes em que fui ao mercado sempre trouxe chocolate, mas o estoque às vezes acaba em um piscar de olhos. E em um desses momentos de desespero por um docinho eu usei uma maçã que estava rolando na geladeira havia semanas para fazer um crumble, minha sobremesa favorita. Para deixar a receita mais interessante troquei a farinha de trigo da cobertura por fubá e perfumei tudo com raspas de laranja: ficou muito gostoso!

Divido a receita com vocês e espero que gostem tanto quanto eu – tenho certeza de que esta cobertura ficaria deliciosa também com outras frutas, como banana ou pera: use o que tiver em casa.

Crumble de maçã com fubá e laranja
receita minha

- xícara medidora de 240ml

Cobertura:
2 colheres (sopa) de açúcar demerara – este dá mais crocância, mas pode ser substituído por cristal ou refinado
raspas da casca de 1 laranja pequena
½ xícara (70g) de fubá
1/8 colher (chá) de fermento em pó
1 pitada de sal
2 ½ colheres (sopa) – 35g – de manteiga sem sal, gelada e em cubinhos
¼ xícara (22g) de aveia em flocos ou flocos grossos – usei a última

Recheio:
2 maçãs verdes (tipo Granny Smith) médias
2 colheres (sopa) de açúcar
¼ colher (chá) de canela em pó

Preaqueça o forno a 180°C. Separe 2 potinhos refratários com capacidade para 1 xícara (240ml) cada.

Cobertura: em uma tigela média, junte o açúcar e as raspas de laranja e esfregue com as pontas dos dedos até o açúcar ficar aromatizado. Junte o fubá, o fermento em pó e o sal e misture. Acrescente a manteiga e misture com as pontas dos dedos até obter uma farofa grossa. Com um garfo, incorpore a aveia. Leve ao freezer enquanto prepara as maçãs: descasque as maçãs e remova os miolos e as sementes. Corte em cubos pequenos e coloque em uma tigela média, junte o açúcar e a canela e misture bem. Divida entre os refratários, cubra com a farofinha e leve ao forno por cerca de 30 minutos ou até que a farofinha doure bem. Sirva quentinho.

A cobertura pode ser congelada por até 1 mês em um saquinho bem fechado – quando tiver vontade de comer crumble, é só preparar as frutas (quaisquer que você queira) e jogar a cobertura por cima. O tempo de forno aumenta em alguns minutos.

Rend.: 2 porções

terça-feira, maio 12, 2020

Sopa de lentilha vermelha com chips de couve

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Sopa de lentilha vermelha com chips de couve / Red lentil soup with kale chips

Como muitos de vocês, tenho cozinhado bem mais desde que a quarentena começou, e não é fácil preparar almoço e jantar todos os dias tentando variar o cardápio e, ao mesmo tempo, usando o que se tem à mão – eu já me sinto como o Bill Murray em “Feitiço do Tempo”, se a comida também for sempre a mesma... Não quero nem pensar nisso. :D

Estava dando uma olhada em receitas que marquei séculos atrás e encontrei esta sopa na Gourmet Traveller, uma das minhas fontes favoritas. Decidi adaptar a receita e também torná-la uma refeição vegana. Não tinha caldo de legumes no freezer e nem uma mísera cenourinha na geladeira para fazer caldo, então além das especiarias também adicionei uma folha de louro e extrato de tomate para reforçar o sabor da sopa. E falando em especiarias, é cozinha de quarentena: use as que vocês tiverem em casa, foi o que fiz.

Para deixar a refeição vegana servi a sopa com chips de couve, o que funcionou lindamente – fiquem à vontade para fazer como a GT sugere e servir a sopa com iogurte. Da próxima vez em que eu for jantar a sopinha (congelei metade para outro dia), vou servir com um ovo pochê – já estou com água na boca. :D

Sopa de lentilha vermelha com chips de couve
sopa adaptada daqui, chips adaptados de várias receitas que vi pela Internet

- xícara medidora de 240ml

Sopa:
1 colher (sopa) de azeite de oliva
1 cebola pequena, bem picadinha
1/3 xícara de talos de salsão, bem picadinhos – pique, depois meça; eu usei congelado, direto na panela
2 dentes de alho grandes, bem picadinhos
1 colher (chá) de sementes de mostarda amarela
½ colher (chá) de cominho em pó
¼ colher (chá) de páprica defumada
1 pitada de pimenta calabresa
1 colher (chá) de extrato de tomate
5 ½ xícaras (1.320ml) de água fervente
1 1/3 xícaras (285g) de lentilhas vermelhas secas
1 folha de louro
sal e pimenta do reino moída na hora
1 limão grande, raspas da casca raladas bem fininhas e o suco

Chips de couve:
5 folhas grandes de couve, sem os talos
1 ½ colheres (chá) azeite de oliva
sal e pimenta do reino moída na hora

Preaqueça o forno a 180°C.
Enquanto o forno aquece, faça a sopa: em uma panela grande, aqueça o azeite em fogo médio-alto. Junte a cebola e refogue, mexendo algumas vezes, até ficar transparente. Acrescente o salsão e refogue por mais 2 minutos. Junte o alho e refogue por 1 minuto apenas – não deixe o alho queimar para não amargar a receita. Acrescente as especiarias, a pimenta calabresa e o extrato de tomate e refogue por 1-2 minutos – é importante cozinhar bem o extrato de tomate para não deixar um sabor de tomate cru na receita. Acrescente a água e quando começar a ferver, junte as lentilhas e a folha de louro. Tempere com sal e pimenta. Abaixe o fogo e deixe cozinhar, mexendo algumas vezes, por 14-16 minutos ou até que as lentilhas estejam maias e comecem a desmanchar.

Enquanto a sopa cozinha, prepare os chips: rasgue as folhas de couve em pedaços menores e transfira para uma assadeira antiaderente. Regue com o azeite, tempere com sal e pimenta e misture com as mãos para besuntar bem a couve. Espalhe a couve pela assadeira e leve ao forno por cerca de 15 minutos. Deixe esfriar completamente antes de servir para que os chips fiquem bem crocantes.

Se você for consumir a sopa na mesma hora, retire a folha de louro, acrescente as raspas e o suco de limão e então processe a sopa com um mixer ou bata no liquidificador – se usar o liquidificador, tome muito cuidado para não se queimar: remova a tampinha menor e então cubra a tampa maior com um pano de prato seco dobrado – desta forma o vapor tem por onde sair e a mistura não espirrará em você.
Caso deseje congelar a sopa, não acrescente o limão – deixe para fazer isso na hora de servir.

Rend.: 4-5 porções

sexta-feira, maio 08, 2020

Almôndegas com quinoa e alho-poró

Almôndegas com quinoa e alho-poró

Sei que ao pensar em almôndegas muita gente já logo associa a molho de tomate, espaguete... Eu adoro almôndegas no molho, com macarrão, é uma refeição deliciosa! Mas aqui em casa a gente quase sempre come almôndega com arroz e feijão + vegetais: acho uma combinação gostosa e prática, já que as almôndegas podem ir do freezer direto ao forno.

Naqueles dias em que a criatividade é zero – e isso tem acontecido com frequência comigo nesta quarentena, não sei com vocês – separo algum legume ou verdura e já tenho o almoço no jeito, porque arroz e feijão sempre há na geladeira ou no freezer. Aliás, ter me libertado da necessidade (auto-imposta) de comer arroz feito na hora foi das melhores coisas que fiz! Tinha essa bobagem de “ai, imagina comer arroz de ontem!” – isso veio de criação e acabei trazendo comigo na vida adulta. Hoje eu como arroz de ontem, de antes de ontem, arroz que estava congelado, sem o menor problema. Quanto tempo perdido nessa vida! :D

As minhas almôndegas preferidas, as de guerra que faço sempre, estão neste link: são deliciosas e uma receita para guardar no caderninho. Mas para variar um pouco as coisas e quando não estou morta de preguiça (sou sincera com vocês!), de vez em quando faço as almôndegas que lhes trago hoje – são igualmente gostosas e ainda ganham estrelinha dourada por causa da adição de quinoa.

Almôndegas com quinoa e alho-poró
receita minha

- xícara medidora de 240ml

Para a quinoa:
1 xícara (240ml) de água fria
¼ xícara (45g) de quinoa em grãos
1 folha de louro
sal

Para o restante da receita:
1 ½ colheres (sopa) de manteiga
1 alho-poró, somente a parte mais clara, em meias-luas finas
1 dente de alho grande, picadinho
450g de carne bovina moída – gosto de patinho
1 ovo
1 punhado de salsinha picada
raspas da casca de 1 limão taiti
½ colher (chá) de sal
pimenta do reino moída na hora

Comece cozinhando a quinoa: aqueça a água em uma panela pequena. Quando começar a ferver, junte a quinoa e o louro, 1 pitada de sal e cozinhe, mexendo algumas vezes, até que a quinoa esteja macia, cerca de 15 minutos. Enquanto isso, aqueça a manteiga em uma frigideira pequena em fogo médio até que derreta e comece a espumar. Acrescente o alho-poró e refogue, mexendo às vezes, por 3-4 minutos, até amaciar. Junte o alho e refogue por 1 minuto – não deixe queimar para não amargar a receita. Retire do fogo e deixe esfriar completamente.

Retire a quinoa do fogo, escorra e passe por água fria, escorrendo bem. Descarte o louro. Deixe a quinoa esfriar completamente.

Preaqueça o forno a 200°C. Forre uma assadeira grande e rasa com papel alumínio e pincele levemente com azeite.
Quando a quinoa e a mistura de alho-poró e alho estiverem frios, transfira-os para uma tigela grande e acrescente todos os outros ingredientes, incluindo a manteiga que sobrou do refogado. Misture bem com as mãos até incorporar bem os ingredientes. Separe porções de 1 ½ colheres (sopa) da mistura e enrole, formando bolinhas (palmas das mãos úmidas facilitam o trabalho). Transfira para a assadeira preparada deixando um espaço entre as almôndegas. Asse por 15 minutos, vire-as, e então asse por mais 10-15 minutos, dependendo de como você gosta. Sirva imediatamente.

Se não for consumir na hora, arrume as bolinhas na assadeira forrada com papel alumínio, mas não precisa pincelar com azeite. Leve ao freezer até que fiquem bem durinhas, cerca de 3 horas, e depois transfira para saquinhos plásticos. Podem ser congeladas por até 2 meses – quando for consumir, pode levar as almôndegas diretamente ao forno, ainda congeladas, em uma assadeira forrada com papel alumínio e pincelada com azeite, aumentando em alguns minutos o tempo de forno.

Rend: cerca de 22 unidades


terça-feira, maio 05, 2020

Bolo mármore de iogurte para trazer uma novidade

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Bolo mármore de iogurte

Quem me segue nas redes sociais talvez já esteja sabendo que novidade é essa (e para estas pessoas nem é tão novidade assim): criei uma newsletter para o blog e ficaria muito feliz de enviá-la a vocês!

Serão sugestões de receitas e dicas para tentar deixar os seus dias mais saborosos, práticos e saudáveis. Pode parecer algo simples e talvez até mesmo tolo no momento em que vivemos, mas para quem até pouco tempo atrás não sentia mais alegria alguma ligada à cozinha e chorava só de pensar em comida é um grande passo.

Fiz um bolo simples e gostoso para comemorar a notícia que lhes trago – quem quiser assinar a newsletter, é só se inscrever no campo à esquerda, logo no começo do blog (para quem estiver lendo no computador), ou clicar neste link (para quem estiver vendo o blog pelo celular). E quem quiser deixar o café da tarde mais gostoso, deixo aqui a receita do bolo – ele fica úmido, macio e super saboroso.

Bolo mármore de iogurte

Bolo mármore de iogurte
um nadinha adaptado do Epicurious

- xícara medidora de 240ml

1 ½ xícaras (210g) de farinha de trigo
2 colheres (chá) de fermento em pó
¼ colher (chá) de sal
1 xícara (200g) de açúcar, cristal ou refinado
¾ xícara (180g) de iogurte natural integral – usei de ovelha, por causa da lactose
½ xícara (120ml) de óleo vegetal – usei de canola
2 ovos grandes, temperatura ambiente
1 colher (chá) extrato de baunilha
2 colheres (sopa) de cacau em pó, sem adição de açúcar

Preaqueça o forno a 180°C. Pincele levemente com óleo uma forma de bolo inglês com capacidade para 6 xícaras de massa (1 litro e meio), forre com papel manteiga deixando sobras nos dois lados mais longos, formando “alças” que vão lhe ajudar a remover o bolo depois de assado. Pincele o papel com óleo também.
Em uma tigela média, peneire a farinha, o fermento e o sal. Reserve.
Em uma tigela grande, misture com um batedor de arame o açúcar, o iogurte, o óleo, os ovos e a baunilha até obter uma massa homogênea. Com uma espátula de silicone, incorpore os ingredientes secos reservados – se a massa ficar muito engrumada, misture levemente com o batedor de arame, mas não bata demais para não desenvolver o glúten da farinha.
Despeje metade da massa em outra tigela e a esta metade junte o cacau, misturando bem. Despeje colheradas de massa na forma preparada, intercalando as cores. Com uma espátula ou faca sem ponta, misture levemente as massas para obter um efeito mármore bem bonito.
Asse por 50-55 minutos ou até que o bolo cresça e doure (faça o teste do palito). Deixe esfriar na forma sobre uma gradinha por 15 minutos, e então remova com cuidado da forma, usando o papel como guia. Transfira para a gradinha e deixe esfriar completamente.

O bolo pode ser guardado em um recipiente hermético por até 3 dias.

Rend.: 8 porções


terça-feira, abril 28, 2020

Macarrão com brócolis e meu momento #classemédiasofre

Macarrão com brócolis

Como vocês estão, queridos?

Aqui continuamos em casa, isolamento quase que total, só saindo mesmo para o supermercado, pouquíssimas vezes (a cada dez dias, se minha memória não me prega peças) - tenho trabalhado de casa, mas mesmo tendo uma rotina até que normal de segunda à sexta às vezes me perco nos dias. Semana passada, com o feriado na terça, meu cérebro fez um bololô e na quinta eu já nem lembrava que dia era.

O fato de não poder ir ao supermercado tanto quanto gostaria e também a falta de produtos tem ditado o ritmo das comidas aqui em casa: havia anos só usava farinha de trigo orgânica em minhas receitas, tive que ceder e comprar farinha comum, de marcas de que não gosto, porque eram as únicas que pude encontrar – se João e eu ficarmos sem pizza o mau humor vai reinar aqui em casa, sem contar que ele viciou no pão sem sova do Jim Lahey e tenho feito toda semana (alô, Marcinha, minha querida!). :) Houve um dia em que precisei do delivery de um supermercado e percebi o quanto sou chata, pois os legumes e frutas que vieram eu jamais teria escolhido para comprar. Encontrei uma cesta orgânica que entrega aqui em São Caetano, está ajudando bastante e assim precisamos sair ainda menos.

Desculpem as frivolidades, mas é tanta notícia ruim, tanta merda acontecendo neste país que eu precisava desopilar um pouco e compartilhar com vocês o meu momento #classemédiasofre, dar uma reclamadinha básica – quando eu falo essas coisas para o João ele só ri. :D

Em uma das duas compras do delivery pedi brócolis, estava aguada para comer e não encontrava nem congelado, nem na cesta orgânica. Os brócolis vieram já indo pro amarelo (subi no elevador xingando muito, haha), então tive que consumir logo. Fiz um leva assada, que postei no Instagram e ficou deliciosa – recomendo muito! – e o resto virou macarrão. Eu vejo tanta gente, incluindo a Rica Wolf, comentando que o cheiro do brócolis cozinhando é ruim e tal, mas confesso que não ligo – para mim, não é um problema, pois eu simplesmente amo brócolis de tudo quanto é jeito. Só não deixei um restinho dos floretes para colocar na pizza porque ia amarelar totalmente antes disso.

Macarrão com brócolis
receita minha

- xícara medidora de 240ml

3 colheres (sopa) de azeite de oliva
½ cebola grande, picadinha
2 dentes de alho grandes, bem picadinhos
4 tomates maduros, sem pele e sem as sementes, em cubos
sal e pimenta do reino moída na hora
3 raminhos de tomilho fresco, só as folhas, ou a erva que você quiser/tiver em casa
1 maço de brócolis, só os floretes – eu gosto do ramoso, mas quem preferir o ninja pode substituir
400g de macarrão – use a massa curta da sua preferência; com orecchiette fica muito gostoso também
2 colheres (chá) de vinagre balsâmico – também fica gostoso com molho inglês
¼ xícara de parmesão ou pecorino, passados pelo ralador fininho ou triturados no processador (rale, depois meça)

Em uma panela grande, aqueça água até ferver. Acrescente sal.

Enquanto a água ferve, aqueça o azeite em uma frigideira ou panela grande em fogo médio-alto. Junte a cebola e refogue, mexendo às vezes, até murchar. Junte o alho a refogue por 1 minuto – não deixe o alho queimar para não amargar a receita.
Acrescente os tomates, tempere com sal e pimenta, e junte as folhinhas do tomilho (ou da erva que quiser). Refogue, mexendo algumas vezes, até que os tomates comecem a desmanchar e formar um molho, cerca de 5 minutos – se a mistura de tomates estiver sequinha demais, junte 1 ou 2 colheres (sopa) da água do cozimento do macarrão.

Enquanto isso, cozinhe os brócolis na água por 2 minutos – escorra os floretes, transfira para a tábua e corte grosseiramente com a faca. Ao retirar os brócolis da água, coloque o macarrão para cozinhar pelo tempo indicado na embalagem.

Transfira os brócolis picados para o molho (depois dos 5 minutos necessários para ele encorpar). Acrescente o vinagre balsâmico e cheque o tempero. Reserve ½ xícara da água do cozimento e então escorra o macarrão. Incorpore ao molho. Acrescente o queijo ralado, misturando bem – ele deve deixar o molho mais cremoso. Se estiver muito sequinho, junte um pouco da água do cozimento reservada, misturando sempre. Sirva imediatamente polvilhado com mais parmesão ou pecorino.

Rend.: 4 porções

quarta-feira, abril 15, 2020

Ensopadinho de grão-de-bico e couve e vontade de cozinhar

Ensopadinho de grão-de-bico e couve

Tenho lido nas redes sociais que as pessoas estão cozinhando mais em casa, por causa da pandemia. Aqui isso sempre foi comum, mas eu lhes contei tempos atrás que andava meio desanimada com a cozinha, fazendo comida só mesmo porque tinha que comer. Tive (e ainda tenho) muitos altos e baixos por causa da depressão. Melhorei com o tratamento, é verdade, mas a melhora veio gradualmente, e houve dias em que eu ficava angustiada só de ter que pensar em comida – sentia fome, fome física de o estômago roncar, mas não tinha vontade de colocar comida na boca. Só queria chorar nestas horas.

Não sinto falta daqueles tempos e espero que eles não voltem.

Atualmente tenho sentido vontade tanto de cozinhar quanto de comer: na maioria das vezes, comer direito. Tenho meus pecaditos, claro, e na TPM quero comer toneladas de doces, mas acabo me contentando com um chocolatinho mesmo, ou os alfajores que ganho sempre que alguém do trabalho vai para a Argentina. Vontade de fazer doces eu não sinto mais, é muito raro – eu me lembro de finais de semana em que fazia bolo, pão doce, cookies, tudo ao mesmo tempo. Sinto cansaço só de pensar. Além disso, quem me fazia companhia na hora de assar bolos está em casa, e eu morrendo de saudade dele. Ontem fiz um bolo de banana, mas só porque não queria mesmo que as bananas fossem para o lixo – estavam passadas demais para fazer smoothies. A comida do dia-a-dia, entretanto, continua me animando e a vontade de consumir alimentos bons para minha saúde, também.

Para quem estava sem ideia do que escrever este texto ficou longo até demais. :) O ensopadinho de hoje, delicioso e pronto em poucos minutos, divido com vocês com alegria: recebi a receita por e-mail ontem à noite, na newsletter enviada pela Holly e pela Natalie, e quando lembrei que tinha couve e molho de tomate pronto na geladeira (restinho da berinjela à parmegiana que fiz no final de semana e que já havia sido usado no meu ovo no purgatório) nem precisei pensar duas vezes – só não fiz logo para o jantar porque já tinha sopa fumegando no fogão.

Ensopadinho de grão-de-bico e couve
um nadinha adaptado deste blog ótimo (a receita chegou ontem no meu e-mail, na newsletter)

- xícara medidora de 240ml

1 lata (300g) de grão-de-bico, drenado e enxaguado com água corrente
1 ½ colheres (sopa) de azeite de oliva
1/4 uma de cebola, picadinha
2 dentes de alho, bem picadinhos
1 xícara de molho de tomate pronto – usei caseiro
1 xícara de água
sal e pimenta do reino moída na hora
2 colheres (chá) de páprica defumada
1 punhado de couve, sem os talos, em fatias finas – use a gosto; eu usei mais ou menos 5 folhas grandes

Em uma panela média, aqueça o azeite em fogo médio. Adicione a cebola e refogue por 2 minutos, até ficar transparente. Junte o grão-de-bico e refogue por mais 2 minutos – cuidado, porque quando esquentam demais os grãos começam a pular feito pipoca! :)
Acrescente o alho e páprica e refogue por 1 minuto – não deixe o alho queimar, ou a receita fica amarga.
Acrescente o molho de tomate, a água, tempere com sal e pimenta do reino. Abaixo o fogo e cozinhe por 10-12 minutos, até que o molho fique espesso – mexa algumas vezes para que não grude no fundo da panela. Junte a couve e misture até que ela murche levemente. Sirva.

Rend.: 3-4 porções, dependendo do apetite

terça-feira, abril 14, 2020

Bolonhesa de lentilha e vontade de melhorar

Bolonhesa de lentilha

Estava dando uma olhada em fotos antigas que fiz para o blog (ou para o livro, na época em que ainda pensava em escrevê-lo) e encontrei a foto de hoje: um bolonhesa de lentilhas que testei algumas vezes e que ficou bem saboroso. Eu gostei bastante, meu marido não muito: ele não é carnívoro e fica muito bem sem carne, mas não é nada fã de lentilha. Acabei deixando a receita pra lá, até porque o nome, “bolonhesa de lentilha”, era uma coisa que me incomodava um pouco – é um molho gostoso, nutritivo, mas não tem nada a ver com o molho feito com carne.

De lá pra cá, passou muito tempo, eu me tornei intolerante à lactose, passei a tomar leites vegetais - salvaram o meu café com leite de manhã, que adoro tanto - e percebi que precisava parar de cagar tanta regra (desculpem o meu francês). Quer chamar leite de amêndoa de leite, chama, ué. Quer chamar esse molho de lentilha de bolonhesa, vá em frente – se alguém quiser mesmo determinar como você deve ou não fazer certas coisas, ofereça os seus boletos para pagar.

Tenho tentado, ao longo dos anos, parar de ser a dona da verdade. Quem procurar post antigo aqui no blog vai me ver falando alguma bobagem sobre algum assunto, não tem jeito, mas quero melhorar. E tentando melhorar vou provando coisas novas e não ligo mais para o jeito como são chamadas.

Resolvi postar a receita hoje por achar que este molho pode servir bem aos que, como eu, estão em casa e sem carne na geladeira ou freezer para fazer o bolonhesa tradicional – eu não achei o molho tão gostoso servido com macarrão, confesso, mas com polenta ficou ótimo.

Bolonhesa de lentilha
receita minha, adaptados de várias fontes

- xícara medidora de 240ml

Lentilha:
2 xícaras de água
1 pitada de sal
½ xícara de lentilha verde seca
1 dente de alho, descascado e cortado ao meio

Molho:

1 ½ colheres (sopa) de azeite de oliva
½ cebola picadinha
2 talinhos finos de salsão picadinhos (1/4 xícara depois de picados)
2 dentes de alho grandes, bem picadinhos
2 colheres (sopa) de vinho tinto seco
1 lata de tomate pelado picado
3 galhinhos de tomilho fresco
1 folha de louro
sal e pimenta do reino moída na hora
1 punhado de manjericão fresco

Cozinhe a lentilha: aqueça a água em uma panela pequena. Quando começar a ferver, junte o sal, a lentilha e o alho e cozinhe, mexendo algumas vezes, por 15 minutos ou até que lentilha fique al dente. Escorra e passe por água fria para parar o cozimento. Descarte o alho.

Molho: aquela o azeite em uma panela média, em fogo médio-alto. Junte a cebola e o salsão e refogue, mexendo algumas vezes, até que comecem a amaciar. Junte o alho e refogue por 1 minuto apenas – não deixe queimar, para não amargar a receita. Junte o vinho e cozinhe por 2 minutos, até evaporar quase completamente. Acrescente o tomate pelado, o tomilho e o louro, tempere com sal e pimenta do reino, junte o açúcar. Quando começar a ferver, baixe o fogo e cozinhe, mexendo algumas vezes para não grudar no fundo, por 20 minutos. Acrescente a lentilha, corrija o tempero e cozinhe por 5 minutos. Retire do fogo, remova os galhinhos de tomilho e a folha de louro, acrescente o manjericão e sirva.

Rend.: 4 porções sobre polenta, 2 para macarrão

terça-feira, março 31, 2020

Sopa de legumes da quarentena

Sopa de legumes da quarentena

Como está sendo a quarentena de vocês?

Aqui em casa tenho cozinhado bastante, o que é geralmente terapêutico para mim, mas ao mesmo tempo fico fazendo contas para não desperdiçar absolutamente nada e fazer os ingredientes renderem ao máximo, para não ter que sair de casa e ir ao mercado. O que tenho sentido falta é de verduras e ervas frescas – infelizmente elas não duram tanto quanto os legumes.

O que também tenho feito é caprichar nas porções ao cozinhar, para garantir pelo menos 2 ou 3 refeições com o mesmo preparo – eu já fazia isso esporadicamente, para levar a minha comida para o trabalho, mas agora tento fazer com mais frequência. Preparei um caldeirão de sopa ontem, para que dure dois jantares – João é meio esganado, senão até daria para três dias. :D

Para (tentar) relaxar um pouco a mente, fotografei a sopa para dividir a receita com vocês – é uma variação da minha sopa de alho-poró, batata e cenoura. Espero que vocês gostem.

Sopa de legumes da quarentena
receita minha

1 ½ colheres (sopa) de azeite
½ cebola grande, picadinha
1 alho-poró, somente a parte clara, em rodelinhas
1/3 xícara de salsão em cubinhos – usei congelado, direto do freezer, dica da Rita Lobo
2 dentes de alho graúdos, amassados e picadinhos
1 tomate maduro, sem as sementes, picadinho
3 cenouras grandes, descascadas, em cubinhos
3 batatas grandes, descascadas, em cubinhos
1 abobrinha grande, em cubinhos
água fervente o suficiente para cobrir os legumes
sal e pimenta do reino moída na hora
2 folhas de louro
5 porções (montinhos) de espinafre congelado, direto do freezer

Aqueça o azeite em uma panela grande em fogo médio-alto. Acrescente a cebola e refogue, mexendo de vez em quando, por 2 minutos. Junte o alho-poró e refogue por 1 minuto. Acrescente o salsão e refogue por 2 minutos, mexendo algumas vezes – se usar salsão congelado, como eu usei, refogue por 4 minutos, pois ele vai resfriar um pouco o fundo da panela e os ingredientes que já estavam lá. Junte o alho e refogue até perfumar, rapidamente – não deixe queimar o alho, ou a receita vai amargar. Acrescente o tomate e uma pitada de sal e refogue até que comece a murchar e soltar seu suco, uns 2 minutos.

Acrescente as cenouras, as batatas e a abobrinha e misture. Cubra com água fervente e tempere com sal e pimenta. Junte o louro. Quando a sopa começar a ferver, abaixe o fogo, cubra parcialmente e cozinhe até que os legumes estejam macios, cerca de meia hora – o tempo pode variar dependendo do tamanho dos legumes; eu sempre testo com a cenoura, pois é a que mais demora para cozinhar: se estiver macia, a sopa está pronta. Verifique a sopa durante o cozimento e misture algumas vezes: se estiver secando depressa demais, junte mais água.
Desligue o fogo e, com um mixer, bata a sopa por alguns segundos – a textura tem de ficar meio cremosa, meio pedaçuda – a minha ficou bem cremosa, acho que dá para perceber na foto, mas é claro que você pode deixar do jeito que preferir. Acrescente o espinafre e vá misturando, para que ele descongele e se incorpore à sopa – é ótimo, porque ele já vai dando uma esfriadinha nela para que possamos comer. Sirva.

Rend.: 5-6 porções

quarta-feira, março 25, 2020

Empanadas de frango com massa de centeio, mas pra quê?

Empanadas de frango com massa de centeio

Oi, gente, tudo bem?
Que tempos loucos estamos vivendo, não?

Além de termos que lidar com um vírus, temos que ligar com uma desgraça na presidência do país. Milhões morrerão graças a este asno. Espero que vocês estejam em segurança.

Faz séculos que estou para publicar receita nova aqui, mas não estava tempo livre suficiente e nem vontade de ficar no computador, confesso (a mesma história de sempre, eu viro o disco, mas continuo tocando a mesma). E agora, me pergunto – pra quê? No momento precisamos improvisar na cozinha, usar o que temos em casa para minimizar as idas ao mercado, feira. Estou em isolamento completo há 8 dias, meu marido há 9. Ser a louca da cozinha que faz um monte de comida e congela, ou que tem sempre atalhos na despensa (como grão-de-bico enlatado e tomate pelado, por exemplo) está tendo serventia. Mas daqui a alguns dias terei de comprar vegetais, pois os que temos aqui estão acabando. Cozinho só para duas pessoas, fico pensando em quem tem que alimentar uma família maior, o desespero de ter que fazer render para sair menos de casa – mando meu carinho a vocês.

Depois de refletir por alguns dias, decidi postar, sim, a receita destas empanadas deliciosas que fiz há tanto tempo que nem me lembro mais, porque isso vai passar. Temos que acreditar que vai passar, para mantermos nossa saúde mental boa. E quando sairmos desta situação quem quiser fazer empanada já terá a receita em mãos.

A massa leva um tiquinho de farinha de centeio, o que a deixa com um sabor amendoado delicioso. O recheio aqui foi frango, mas você pode usar o que bem entender: carne (tem receita aqui no blog), queijo, vegetais... Fica à sua escolha. Você usará metade do frango para o recheio apenas – eu posto completa, pois acho bobagem sujar a panela de pressão (a minha é grandalhona) para cozinhar meio peito de frango, sendo que a gente pode usar metade em outras coisas e aproveitar também o caldo.

Empanadas de frango com massa de centeio
receita da massa adaptada destas empanadas, recheio receita minha

- xícara medidora de 240ml

Massa:
1 ½ xícaras (210g) de farinha de trigo
1 xícara (140g) de farinha de centeio fina
½ colher (sopa) de açúcar
1 colher (chá) de sal
½ xícara (113g) de manteiga sem sal, gelada e em cubinhos de pouco mais de 1cm
1 ovo grande
1/3 (80ml) de água gelada
1 colher (sopa) de vinagre de vinho branco

Recheio: (lembrando que só metade será usada nas empanadas; use o restante em outras receitas, ou congele para outro dia; e não se esqueça de congelar também o caldo para usar em sopas, polentas e risotos)
1 peito de frango inteiro, com o osso (aprox. 800g)
1 cebola cortada em quartos
2 dentes de alho cortados ao meio
1 cenoura grande cortada em 4 pedaços
5 grãos de pimenta do reino
2 folhas de louro
½ colher (chá) de páprica defumada
1 colher (chá) de cominho em pó
½ colher (chá) de cúrcuma em pó
½ colher (chá) de sal
5 xícaras (1,2l) de água
1 punhado de salsinha picada

Para pincelar:
1 ovo batido com 1 colher (chá) de água fria

Massa: peneire as farinhas, o açúcar e o sal em uma tigela grande e junte a manteiga, misturando com as pontas dos dedos até obter uma farofa grossa. Em um potinho, bata juntos com um garfo o ovo, a água e o vinagre. Adicione aos ingredientes secos, mexendo com um garfo, até que uma massa comece a se formar – a massa vai parecer despedaçada, mas ao sovar levemente ela se forma. Eu fiz a massa no processador de alimentos e foi fácil e rápido.

Transfira a mistura para uma superfície levemente enfarinhada e junte a massa com as mãos, sovando levemente, apenas o suficiente para que a massa se forme. Molde-a em um retângulo, embrulhe em filme plástico e leve à geladeira por pelo menos 1 hora.

Recheio: na panela de pressão, junte todos os ingredientes, com exceção da salsinha picada, e misture bem. Tampe a panela e leve ao fogo algo. Quando começar a apitar, baixe para o fogo mínimo e conte 20 minutos. Desligue a panela e aguarde a pressão sair completamente. Retire o frango do caldo e desfie com um garfo ou na batedeira planetária – lembrando que usará apenas metade. Junte a salsinha, verifique se precisa de mais tempero e ajuste. Deixe esfriar completamente antes de montar as empanadas, ou o calor do recheio derreterá a manteiga na massa.

Pré-aqueça o forno a 200°C. Forre duas assadeiras grandes e rasas com papel alumínio.
Retire a massa da geladeira e abra com um rolo até que fique com aproximadamente 6mm de espessura. Corte círculos de 10cm de diâmetro com a massa e coloque cerca de 1 colher (sopa) de recheio em cada um – o que eu faço: abro e corto todos os círculos de massa, enfileirando na bancada/pia, e então distribuo o recheio de maneira uniforme entre todos os eles – meio que linha de produção mesmo. Dobre a massa, formando uma meia-lua, e aperte bem as pontas para selar o recheio. Transfira para a assadeira preparada.
Quando terminar de formatar todas as empanadas, pincele-as com o ovo batido e leve ao forno por 25-30 minutos ou até dourarem.

Rend.: cerca de 20 unidades

sexta-feira, fevereiro 07, 2020

Biscoitinhos de queijo Canastra e páprica e um papo sobre "comida de verdade" e privilégios

Biscoitinhos de queijo Canastra e páprica

A maravilhosa Raq postou um texto muito interessante sobre comida de verdade nos stories do Instagram dias atrás e depois nós ficamos papeando via inbox sobre o assunto.

Eu já falei sobre comida de verdade tanto aqui quanto nas minhas redes sociais, já fiz militância sobre o assunto, mas de uns tempos pra cá peguei um pouco de ranço: a gente às vezes não se dá conta dos privilégios que tem e sai cagando regra para os outros.

Tenho uma rotina puxada, diferente de anos (e trabalhos) anteriores, e é difícil manter uma alimentação regrada. Muitas vezes cheguei em casa exausta, às 10 da noite, tendo saído de casa às 06:00 para ir para o trabalho (moro longe), e comi um sanduíche com qualquer coisa que havia na geladeira, para depois morrer de culpa, afinal de contas eu havia me entregado à derrota de consumir produtos ultraprocessados e não era digna o suficiente para preparar “comida de verdade” para jantar.

Além de cansaço de tanto trabalho, exaustão do trânsito, ainda tinha que ficar me corroendo por dentro e me achando um lixo por causa da comida – nem preciso dizer que a minha saúde mental, que já não andava muito boa, foi pro espaço.

O que fiz para tentar melhorar isso um pouco foi preparar uma boa quantidade de comida aos finais de semana, deixar na geladeira ou no freezer, para comer tanto de marmita no trabalho quanto no jantar à noite. Os vídeos da Marina Morais me ajudaram bastante com isso. Mas ainda assim reconheço meu lugar de privilégio, porque mesmo quando eu como um pão com maionese às 11 da noite pra deitar e dormir, eu faço isso por cansaço, e não porque não tenho outros alimentos à minha disposição. Há verduras e legumes na minha geladeira, há grãos e cereais na minha despensa, há carne no meu freezer. Eu não como pão com maionese por falta de opção, como tantos brasileiros em situação de pobreza – e isso só piorou com a eleição deste boçal que muita gente chama de presidente. Eu não vou tripudiar em cima de quem compra ultra processado para alimentar uma família imensa com um salário mísero, e ainda é chamado de vagabundo por quem dorme em cama quentinha e de bucho cheio todas as noites. Eu não vou ficar me achando superior porque tenho “comida de verdade” na minha casa.

Reconheço, sim, que minha rotina não está sadia e preciso fazer algo a respeito. Reconheço, sim, que não dá pra trabalhar 13 horas por dia (fora o tempo de deslocamento de ida e volta) e ainda assim me exercitar, comer direito, ler, etc. Mas ainda assim sei o quanto sou privilegiada e que não devo ficar esfregando esse papo de “comida de verdade” na cara dos outros (aqui entra também o ranço que eu tenho da Rita Lobo, quem me segue nas redes sociais sabe). E falando em privilégio, trago uns biscoitinhos salgados muito gostosos, feitos com queijo Canastra e páprica, para acompanhar uma cerveja ou vinho branco geladinho – receita cheia de privilégios, e que reconheço que tenho.

Biscoitinhos de queijo Canastra e páprica


Biscoitinhos de queijo Canastra e páprica
receita minha

- xícara medidora de 240ml

¾ xícara + 1 colher (sopa) - 115g - de farinha de trigo
¼ xícara (35g) de farinha integral
¼ colher (chá) de sal
1 pitada de pimenta do reino moída na hora
¼ colher (chá) de páprica defumada
150g de queijo Canastra ralado grosseiramente
¼ xícara (56g) de manteiga sem sal, gelada e em cubinhos
3 colheres (sopa) de creme de leite fresco gelado

Na tigela do processador, junte a farinha de trigo comum, a farinha integral, o sal, a pimenta e a páprica e pulse algumas vezes para misturar bem os ingredientes. Junte o queijo e pulse mais algumas vezes. Acrescente a manteiga e pulse até obter uma farofa grossa. Aos poucos, vá juntando o creme de leite e pulsando, somente até que uma massa comece a se formar.

Retire a massa do processador e divida-a em duas partes iguais. Coloque cada metade em um pedaço grande de papel manteiga; forme um cilindro de aproximadamente 3,5cm de diâmetro com a massa, fechando-a dentro do papel manteiga usando uma régua – aperte bem para compactar a massa dentro do papel. Feche as pontas e leve à geladeira até firmar bem, cerca de 4 horas ou de um dia para o outro.

Pré-aqueça o forno a 180°C; forre duas assadeiras grandes com papel manteiga. Desembrulhe um dos cilindros de massa (mantenha o outro na geladeira). Corte em fatias de 5mm e coloque-as nas assadeiras preparadas deixando um espaço de 2,5cm entre uma e outra. Asse por 12-15 minutos ou até que os biscoitos estejam bem dourados nas extremidades. Deixe esfriar nas assadeiras sobre gradinhas por 5 minutos e então deslize o papel com os biscoitos para a gradinha e deixe esfriar completamente. Repita o processo com o outro cilindro de massa.

Os biscoitos podem ser guardados em um recipiente hermético em temperatura ambiente por até 4 dias. Se não quiser assar todos os biscoitos de uma vez, embrulhe o cilindro de massa com papel alumínio e mantenha-o no freezer por até 1 mês.

Rend.: cerca de 48 unidades