quarta-feira, janeiro 30, 2019

Frango assado com limão siciliano e alho


Frango assado com limão siciliano e alho

Será que ainda há alguém por aqui? :) Uma leitora me perguntou no Instagram se o blog havia parado - faz mesmo tempo que não o atualizo, não tem me sobrado tempo e confesso que depois de passar o dia inteiro trabalhando em um computador a vontade de sentar à frente de outro quando chego em casa é zero. Portanto, não, o blog não parou, mas os posts não são mais tão frequentes quanto eram em um passado distante. Aproveito para pedir desculpas para quem andou me mandando email: não consegui responder todos.

Eu tenho alguns filmes preferidos que revejo de vez em quando, mesmo quando a lista de filmes e séries “para assistir” está grande – são filmes tão bons e/ou queridos que não tem jeito: se estiverem passando na TV eu paro para ver.

No feriado eu assisti novamente a “Os Suspeitos” e mesmo vinte e três anos depois e sabendo o plot twist do final o filme ainda é uma delícia de ver. É incrível o que um bom diretor faz com um ator pobrinho como Stephen Baldwin: ouso dizer que McManus é provavelmente seu único papel decente na carreira (já escrevi aqui no blog antes sobre atores ruins que entregaram performances ótimas nas mãos de bons diretores: é algo que sempre me fascina).

Frango assado é um negócio que pode se tornar chato e sem graça num piscar de olhos: se a marinada não for saborosa, o bichinho fica sem gosto. Pouco tempo no forno também não ajuda: deos me dibre de frango branquelo com cara de isopor. Mas a gente pode caprichar no tempero e transformar o Stephen Baldwin, ops, o frango em algo espetacular: na receita de hoje, muito simples, alho, alecrim e limão siciliano transformam o franguinho sem graça em almoço saboroso.

Lembrando que ainda há muitos livros bacanas à venda e a lista está aqui.

Frango assado com limão siciliano e alho
receita minha

5 dentes de alho bem amassados, até formarem uma pasta – se tiver um pilãozinho, junte parte do sal com o alho dentro do pilão e bata até obter a pasta
raspas da casca e o suco de 2 limões sicilianos
1/3 xícara (80ml) de vinho branco seco
2 colheres (chá) de sal
pimenta do reino moída na hora
4 galhinhos de alecrim fresco
8 coxas de frango, ou os pedaços que preferir

Em uma tigela grande misture bem o alho, as raspas e o suco de limão, o vinho, o sal e a pimenta. Junte o alecrim e o frango e misture bem para cobrir bem todos pedaços com a marinada. Cubra com filme plástico e leve à geladeira por no mínimo 4 horas (de um dia para o outro é melhor ainda).
Preaqueça o forno a 190°C. Forre uma assadeira com uma camada dupla de papel alumínio e pincele com azeite – se preferir, use uma assadeira antiaderente e não use o papel. Retire o frango da marinada e arrume sobre o papel, deixando espaço entre um pedaço e outro. Leve ao forno por cerca de 1 hora – o tempo pode variar dependendo do tamanho dos pedaços de frango e do quão queimadinho você gosta do seu frango.

Rend.: 4 porções

segunda-feira, novembro 12, 2018

Conchinhas recheadas com berinjela e ricota, dormindo sentada e descobertas da madrugada


Conchinhas recheadas com berinjela e ricota

De uns anos para cá eu geralmente durmo sentada no sofá se insisto em assistir a algum programa depois das dez da noite – simplesmente não tenho mais energia para ficar vendo TV até tarde. Lembro dos meus anos de adolescente em que ficava assistindo a clipes na MTV ou filmes até a madrugada, e foi assim que descobri “More than Words” antes de virar hit chiclete nas rádios do Brasil (babava litros no cabelão do Nuno Bettencourt). Foi em uma noite insone que vi pela primeira vez o clipe do Kansas, “Dust in the Wind”, com o tiozão esquisito tocando violino, e em outra noite em claro que conheci a mistura de Drácula, Fantasma da Ópera e Fera do Meat Loaf (aliás, adoro o clipe até hoje e a música está em uma das playlists do meu Spotify). :)

As minhas descobertas videoclípticas nada tem a ver com a receita de hoje, mas como eu lembrei tanto disso estes dias resolvi escrever sobre isso. Uma das coisas mais legais do blog é “conversar” com vocês. Quem aí dorme sentada no sofá toca aqui – e quem gosta de berinjela também: high five. :)

Lembrando que ainda tenho livros ótimos à venda, lista aqui.

Conchinhas recheadas com berinjela e ricota
receita minha, uma variação desta receita aqui

- xícara medidora de 240ml

Molho de tomate:
1 colher (sopa) de azeite de oliva
½ cebola grande bem picadinha
2 dentes de alho grandes, amassados e picadinhos
1 vidro de passata (680g)
½ colher (sopa) de açúcar
sal e pimenta do reino moída na hora
1 punhado de manjericão fresco

Macarrão e recheio:
36 unidades de macarrão concha (6cm)*
1 ½ colheres (sopa) de azeite de oliva
½ cebola grande bem picadinha
2 dentes de alho grandes, amassados e picadinhos
1 berinjela grande (300g), em cubos pequenos
2 tomates bem maduros, sem as sementes, passados pelo processador até virarem um purê espesso
sal e pimenta do reino moída na hora
1 pitada de noz-moscada ralada na hora
2 colheres (sopa) de manjericão fresco picado - pique, depois meça
1 xícara de ricota – usei caseira
¼ xícara de queijo parmesão ralado bem fininho – rale, depois meça

Prepare o molho: em uma panela média, aqueça o azeite em fogo médio-alto. Junte as cebolas e refogue até que estejam transparentes. Junte o alho e refogue por mais 1-2 minutos – não deixe queimar para não amargar o molho. Acrescente os tomates e o açúcar. Encha ¼ do vidro com água, tampe a garrafa e agite para remover todos os restinhos de tomate e junte à panela. Tempere com sal e pimenta e cozinhe, mexendo ocasionalmente, por cerca de 15 minutos ou até que o molho fique mais espesso. Junte o manjericão, misture, tampe e retire do fogo.

Cozinhe o macarrão em água fervente com sal até que fique al dente. Escorra e deixe esfriar. Pré-aqueça o forno a 200°C.

Recheio: em uma panela grande, aqueça o azeite em fogo médio-alto. Junte a cebola e refogue, mexendo algumas vezes, até ficar transparente. Junte o alho e refogue por cerca de 1 minuto ou até perfumar – novamente, não deixe queimar para não amargar o recheio. Junte a berinjela e refogue, mexendo algumas vezes, até dourar e ficar macia. Acrescente os tomates, tempere com sal, pimenta e noz-moscada e cozinhe, mexendo de vez em quando, até que quase todo o líquido da panela evapore. Junte o manjericão e retire do fogo. Deixe esfriar por 5 minutos e então incorpore a ricota e o parmesão.

Espalhe o molho em uma tigela refratária grande. Com o auxílio de uma colher, recheie generosamente as conchinhas de macarrão com o recheio de berinjela. Arrume as conchinhas sobre o molho, pressionando-as levemente para que fiquem mergulhadas nele. Leve ao forno até que borbulhe, cerca de 30 minutos. Sirva em seguida.

* algumas conchinhas podem quebrar ao serem cozidas na água, por isso é uma boa ideia cozinhar algumas a mais

Rend.: 4-5 porções

segunda-feira, outubro 29, 2018

Madeleines de maracujá para um dia cinza e um obrigada pelo afeto de vocês


Madeleines de maracujá

Escrevi um post semana passada reclamando de falta de ânimo e quem me segue nas redes sociais sabe que hoje estou um trapo. Levantar da cama foi difícil, só levantei mesmo por causa do montão de boletos para pagar todo o mês – não fossem eles, eu estaria deitada embaixo do edredom até agora.

Ontem recebi um email malcriado de leitora zombando de mim por causa das eleições. Fiz algo que nunca fizera antes: bloqueei no gmail. Vou fazer a minha bolha de amor e nela não há espaço para ódio. Não há espaço para gente preconceituosa, racista, machista, homofóbica, fascista. Na minha bolha tem muito afeto, carinho e sim, tem comida boa, também. Porque precisamos estar fortes para a luta que vem aí. E tem que ter beleza e ternura para que aguentemos o que está vindo por aí. Por isso lhes trago hoje madeleines, tão pequeninas e delicadas, e ainda assim tão deliciosas.

Obrigada pela avalanche de carinho no Instagram: vocês são simplesmente maravilhosos. <3

Aproveito para agradecer quem comprou livros comigo – obrigada! E quem ainda não comprou pode clicar aqui para ver a lista das unidades disponíveis.

Madeleines de maracujá
um tiquinho adaptadas da sempre lindíssima Australian Gourmet Traveller

- xícara medidora de 240ml

1 tablete (100g) de manteiga sem sal + um pouquinho extra para untar as forminhas
1 colher (sopa) de mel
½ colher (chá) de extrato de baunilha
1/3 xícara (80ml) de polpa de maracujá – eu uso com as sementinhas pois adoro o visual e a crocância, mas quem quiser pode passar pela peneira
1 xícara + 1 colher (sopa) – 150g – de farinha de trigo
½ xícara (100g) de açúcar cristal
1 pitada de sal
2 ovos grandes

Coloque a manteiga em uma panelinha e leve ao fogo médio-alto até derreter e começar a dourar. Retire do fogo, acrescente o mel, a baunilha e a polpa de maracujá, misture e deixe chegar à temperatura ambiente.
Enquanto isso, coloque a farinha, o açúcar, o sal e os ovos em uma tigela média e misture com um batedor de arame até obter um creme homogêneo. Aos poucos, incorpore a mistura de manteiga à mistura de farinha e bata bem até ficar homogêneo. Cubra com filme plástico e leve à geladeira de um dia para o outro – se estiver com pressa, refrigere a massa por pelo menos 40 minutos.

Pré-aqueça o forno a 200°C. Unte com a manteiga derretida extra 24 forminhas de madeleine com capacidade para 1 colher (sopa) de massa cada. Enfarinhe e remova o excesso. Coloque uma colherada de massa em cada forminha e asse até que as madeleines dourem, cresçam e firmem, 10-12 minutos. Ao retirar do forno, remova-as das forminhas e deixe esfriar completamente sobre uma gradinha.

Rend.: 24 unidades

segunda-feira, outubro 22, 2018

Tabule de quinoa


Tabule de quinoa

Há mais de doze anos escrevo aqui e este blog me trouxe muita alegria. Entretanto, ultimamente, com o que está acontecendo no Brasil, não tenho mais energia ou vontade de fazer muitas coisas, entre elas escrever aqui. O futuro que vislumbro é sombrio demais.

Trago hoje um tabule que faço de vez em quando trocando o trigo para quibe por quinoa. Só junto pepino, tomate, cebola e ervas frescas (geralmente uso manjericão, salsinha e/ou hortelã) à quinoa cozida, escorrida e fria, tempero com azeite, limão, sal e pimenta do reino moída na hora e sirvo. Quando não quero ficar com bafinho faço sem cebola mesmo. :) No verão costumo comer esse tabule toda semana. É fresquinho e delicioso.

Não tem receita, faço a olho mesmo, e nunca tempero a porção toda, pois o que sobra dá para guardar na geladeira e levar de marmita, com o molho levado separadamente. Recomendo bastante.

Ainda tenho livros muito bacanas à venda, e aqui está o link para quem tiver interesse em comprá-los.


terça-feira, setembro 25, 2018

Salada de lentilha, feta e tomate cereja e o que eu associo a certos alimentos


Salada de lentilha, feta e tomate cereja

Não sei vocês, mas há momentos em que eu associo certos alimentos a determinados momentos da minha vida e isso faz com que eu queira comê-los sempre ou evitá-los a todo custo.

Arroz doce, por exemplo: antes do problema com a lactose eu fazia sempre, pois é algo que me lembra minha mãe. Quando a saudade batia forte demais daquele jeito que o coração não aguenta eu fazia arroz doce e comia quente, com uma chuvinha de canela.

Nem só de boas associações se fazem as minhas lembranças: dias atrás eu comprei feta pela primeira vez em mais de um ano. Depois de uma crise forte de enxaqueca em que fui parar no hospital, fiquei séculos sem querer nem olhar para este queijo que é um dos meus favoritos. Havia comido uma salada com feta na noite anterior à crise e mesmo sabendo que o coitado do queijo nada havia tido a ver com o modo como fiquei não conseguia mais sentir vontade de comer nada com ele. Demorou, mas passou, e uma das receitas em que mais gosto de usá-lo é nesta salada: lentilhas são um alimento tão maravilhoso que deveríamos consumir com mais frequência, não somente para dar sorte na noite de Réveillon.

Leitores maravilhosos já esvaziaram uma boa parte da minha estante, mas ainda tenho livros ótimos à venda: a lista está aqui para quem quiser dar uma espiada.

Salada de lentilha, feta e tomate cereja
receita minha

- xícara medidora de 240ml

1 xícara (200g) de lentilha seca
½ cebola
1 dente de alho descascado e cortado ao meio
1 folha de louro
3 colheres (sopa) de azeite extra-virgem
1 colher (sopa) de vinagre de vinho tinto
1 colher (chá) de cominho em pó
sal e pimenta do reino moída na hora
3 cebolinhas, somente a parte clara, em fatias finas
¼ xícara de folhas de coentro – aperte-as na xícara na hora de medir
¼ xícara de folhas de salsinha – aperte-as na xícara na hora de medir
1 xícara de tomates cereja
50g de queijo feta esmigalhado ou picadinho – pode ser substituído por outro tipo de queijo da sua preferência

Lave bem a lentilha e coloque-a em uma panela de fundo grosso média com a cebola, o alho e o louro. Junte 1 litro de água fria e leve ao fogo médio-alto, mexendo ocasionalmente, até começar a ferver. Cozinhe por cerca de 15 minutos, mexendo algumas vezes, ou até as lentilhas ficarem macias, mas sem desmanchar.

Enquanto isso, misture em uma tigela grande o azeite, o vinagre, o cominho, o sal, a pimenta e as cebolinhas. Escorra a lentilha e descarte a cebola, o alho e o louro. Transfira a lentilha para a tigela com o molho e misture para incorporar. Pique o coentro e a salsinha, corte os tomates ao meio no sentido do comprimento e junte-os à lentilha. Acrescente o feta e misture. Sirva morna ou fria – esta salada fica bem saborosa depois de uma noite na geladeira.

Rend.: 6 porções